Aplicação de Medicamentos Injetáveis [1 ed.]

Aplicação de Medicamentos Injetáveis As aplicações de injetáveis estão entre os procedimentos médicos mais comuns. Esti

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Table of contents :
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

INTRODUÇÃO pág.05
HISTÓRIA DA INJEÇÃO pág.11
LEGISLAÇÃO pág.16
NOÇÕES DE ANATOMIA pág.22
SERINGAS E AGULHAS pág.32
AMPOLA E FRASCO-AMPOLA pág.51
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO pág.53
LOCAIS DE APLICAÇÃO (IM/SC) pág.62
VOLUMES MÁXIMOS pág.70
TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS pág.71
TÉCNICA DE APLICAÇÃO - Módulo teórico pág.74
CÁLCULOS FARMACOLÓGICOS pág.100
SEGURANÇA DO APLICADOR E DO PACIENTE NA INJEÇÃO pág.104
BIBLIOGRAFIA E BIBLIOGRAFIA COMENTADA pág.127

Conteúdo complementar:
TÉCNICAS DE APLICAÇÃO - Módulo prático (presencial)
Carga horária total do curso: 10 horas
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Aplicação de Medicamentos Injetáveis [1 ed.]

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Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudiável a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo Sobre nós: O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: LeLivros.site ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível."

CURSO TEÓRICO E PRÁTICO Curso de Técnicas de Aplicação de Medicamentos Injetáveis e Atualização. Domine as técnicas de administração de medicamentos injetáveis mais comuns em drogarias. Módulo teórico em vídeos online para que você assista nas horas livres e no conforto da sua casa. Veja e reveja os vídeos teóricos quantas vezes quiser, pause para tirar prints de telas. Módulo prático presencial de 4h com turma reduzida para melhor aproveitamento com tutoria - a ser realizado em local a ser definido.

PÚBLICO-ALVO E OBJETIVOS DESTE CURSO ➡️ Este curso se destina principalmente a farmacêuticos, gerentes e balconistas de drogarias - e estudantes da área de saúde. ➡️O foco do curso é treinar do início à prática. Aqueles que nunca aplicaram injetáveis terão a oportunidade de aprender as técnicas corretas, os que já aplicam poderão atualizar e melhorar as técnicas que já estão utilizando no dia a dia. ➡️ Esta parte teórica também pode ajudar cuidadores de pessoas que tomam insulina diariamente e esclarece dúvidas de pacientes que tomam injeções frequentes. ➡️A parte prática é essencial e só será mostrada em aula presencial. É requisito para obter o certificado e sem ele você não está habilitado para aplicar. ➡️Nossa ênfase será por via intramuscular e subcutânea. ➡️Frisei que o nosso foco é o pessoal de drogaria. Não vou aprofundar na via intravenosa, já que é muito raro em drogaria aplicação nessa via, ela é importante em ambiente hospitalar. Assim como a intradérmica, que é interessante para testes cutâneos, para alergia ou para aplicadores de vacina BCG, geralmente realizada em Maternidades, nos recém-nascidos.

CERTIFICADO E BÔNUS Certificado entregue no final do módulo prático, válido em todo o território nacional. O exercício da atividade de aplicação de medicamentos injetáveis só estará autorizada após conclusão do curso - teoria (vídeos online e apostila) e prática (presencial). O curso prático precisa ser ministrado por um profissional graduado, cumprindo os temas teóricos e práticos necessários, em instituição de ensino como: o Senac, uma universidade ou no auditório de um sindicato. Para a emissão do certificado é necessário ao menos 4 horas de aula prática, considerando que o aluno já assistiu os vídeos das aulas teóricas e leu o PDF. Bônus: apostila em PDF contendo as aulas e acesso por um ano a uma pasta online contendo os Procedimentos Operacionais Padrões relacionados com o serviço de aplicação, exigidos pela vigilância sanitária. 1

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Pág. INTRODUÇÃO

05

HISTÓRIA DA INJEÇÃO

11

LEGISLAÇÃO

16

NOÇÕES DE ANATOMIA

22

SERINGAS E AGULHAS

32

AMPOLA E FRASCO-AMPOLA

51

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

53

LOCAIS DE APLICAÇÃO (IM/SC)

62

VOLUMES MÁXIMOS

70

TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

71

TÉCNICA DE APLICAÇÃO - Módulo teórico

74

CÁLCULOS FARMACOLÓGICOS

100

SEGURANÇA DO APLICADOR E DO PACIENTE NA INJEÇÃO

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BIBLIOGRAFIA E BIBLIOGRAFIA COMENTADA

127

TÉCNICAS DE APLICAÇÃO - Módulo prático (presencial) Carga horária total: 10 horas

RECURSOS AUDIOVISUAIS - Textos, Fotografias/Slides e Vídeos sobre o tema.

À direita imagem de simuladores - tenho 3 para usar nas aulas. O aluno começa a manusear uma seringa sem agulha, faz a lubrificação, aspira soro fisiológico, treina aferição de volume, aprende a abrir uma ampola de vidro, a aspirar e aplicar - no simulador, depois faz as aplicações reais, um aluno aplica no outro.

AVALIAÇÃO - Acompanhamento dos alunos na aula teórica e realização prática de pelo menos: a) 1 aplicação no simulador 2

b) 1 aplicação real na via SC (subcutânea) c) 1 aplicação real na via IM (intramuscular - em local Ventroglúteo, Vasto Lateral ou Dorsoglúteo)

FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA (do Orientador) Graduação em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba em 2006 Cursando Farmácia Clínica e Hospitalar Habilitação em Vacinas pelo CFF. Curso de Aplicação de Injetáveis pela BD, 3 certificados Sou o Manoel Ramos e sou Farmacêutico. Me formei em início de 2006 em João Pessoa. Antes de me graduar em Farmácia eu atuei como Técnico em Segurança do Trabalho, fazendo treinamentos para CIPA no auditório de empresa de saúde ocupacional que presta consultoria para dezenas de empresas de ramos diversos. A prevenção de acidentes e doenças já fazia parte da minha rotina. Durante as aulas veremos a importância de se evitar acidentes e contaminações. Morei em São Paulo durante 13 anos e tive a oportunidade de trabalhar em grandes redes de drogarias. Meu primeiro emprego foi na Drogaria São Paulo, líder do mercado na época, com centenas de filiais. Essa empresa foi líder no mercado brasileiro, com centenas de filiais passou a ocupar o segundo lugar no ranking em 2011, após fusão da Drogasil com a Raia. Na Drogaria São Paulo, no meu primeiro emprego como farmacêutico, fiz o Curso de Aplicação de Injetáveis pela BD. No meu segundo emprego, em empresa com mais de 40 filiais, fiz novamente o Curso de Aplicação de Injetáveis pela BD. No meu terceiro emprego, em empresa com mais de 60 filiais, fiz novamente o Curso de Aplicação de Injetáveis pela BD. Os 3 cursos da BD me propiciaram 3 certificados e as técnicas mais recomendadas de aplicação de injetáveis. Depois fiz um curso teórico pela internet, achei superficial. Após isso tive acesso a vários materiais de cursos de aplicação de injetáveis, impressos, em PDF e em vídeos. Sobre a BD. A BD desde 1897 é líder de mercado no segmento de sistema para aplicação de injetáveis e se preocupa em treinar pessoas para utilização de seus produtos. Foi a pioneira no desenvolvimento de produtos com dispositivos de segurança. Desde 1989 a BD Safety é composta de seringas e agulhas, dispositivos para coleta, lancetas e catéteres visando a segurança dos profissionais de saúde. Como exemplo de produto de segurança, o Descartex e o Descartex II, desenvolvidos para evitar que pessoas se acidentem e se contaminem ao transportar perfurocortantes após o uso. Vem ajudando os profissionais ligados à diabetes desde 1923 com educação em diabetes e auxiliando os profissionais de farmácia desde 1986 com o Seminário de Técnicas de Aplicação de Injetáveis. 3

A BD é líder mundial em cuidados para diabetes, é fabricante líder mundial e referência em seringas, agulhas, material para exames, biópsias, insumos de saúde - e em treinar pessoas para aplicar injetáveis. Quando falarmos sobre a história da aplicação de injetáveis veremos a importância histórica dessa empresa. Não trabalho para a BD, não sou pago pela BD.

AULAS TEÓRICAS EM VÍDEOS Curso de Técnicas de Aplicação de Medicamentos Injetáveis e Atualização. Eu montei 8 vídeos sobre a parte teórica, aulas 01 a 08 com duração de 4,5h. E postei numa playlist do meu canal @promorada, no YouTube. Link principal para a playlist: https://youtube.com/playlist?list=PL2oo6epTtrjlHTiPqhDLg5gFLoS0uSsa&si=xUQtoei0DNdZULxg

Links individuais: Vídeo 01 - introdução, varejo. https://youtu.be/ACBwvjEAKSo Vídeo 02 - legislação, ampolas, agulhas e seringas. https://youtu.be/4_hcMRc3MOA Vídeo 03 - história, agulhas e seringas (revisão). https://youtu.be/3j1YAGiMgKQ Vídeo 04 - volumes máximos, documentos. https://youtu.be/1pwYu3oX8r8 Vídeo 05 - trilha em Z, vias de adm., locais IM, lavagem das mãos, aspiração e refluxo. https://youtu.be/L1GxYIhxn5c Vídeo 06 - preparo da seringa, posições de aplicação, ampolas (revisão), aspiração (revisão). https://youtu.be/8DvTFo4Zl0g Vídeo 07 - anatomia, cálculos e fundamentos 4

https://youtu.be/S0kcwwVMca8 Vídeo 08 - recomendações finais https://youtu.be/x4BxY-SO5xI Os vídeos da playlist acima e o presente e-book vem trazendo informações úteis para complementar o treinamento presencial - este material visa educar profissionais de saúde com informações de como administrar aplicações de injetáveis de maneira correta e segura para o paciente, e segura para o profissional de saúde. O conteúdo deste material não substitui o treinamento prático presencial e você não está habilitado a aplicar antes de completar o treinamento, com a parte presencial. O objetivo deste material é servir como referência teórica para a técnica de aplicação, para pessoas que vão participar das aulas presenciais, e só após receber o certificado estarão habilitadas a atuar em aplicação seja em uma drogaria, uma clínica ou hospital. Se você for atuar realizando intravenosa é necessário complementar com uma capacitação em intravenosa.

INTRODUÇÃO AO CURSO Eu declaro não ter nenhum conflito de interesse. Não tenho ligação com indústria farmacêutica. Não faço pesquisa clínica. Não recebi patrocínio de marcas de medicamentos que cito nos vídeos teóricos e neste notebook.

IMPORTÂNCIA DOS INJETÁVEIS Dependendo da composição, os medicamentos injetáveis podem possuir uma ação mais rápida, mais duradoura ou mais localizada do que os medicamentos orais, propriedades essas que são essenciais em diversos momentos da medicina, seja durante uma emergência médica ou uma pequena cirurgia, ou quando a dor está incomodando muito. A administração parenteral é usada para fármacos que são de difícil absorção pelo TGI (trato gastrointestinal) e para agentes como a insulina que são instáveis no TGI - a insulina é danificada pelos ácidos do estômago. Usada também para pacientes inconscientes e em circunstâncias que se requerem rápido início de ação. Permite o melhor controle sobre a dose real do fármaco dispensada ao organismo. As 3 principais vias parenterais são a intravenosa, intramuscular e subcutânea. As aplicações de injetáveis estão entre os procedimentos médicos mais comuns. Estimase que em média cada ser humano toma 2 injeções ao ano. Estima-se que a população mundial chegou a 8 bilhões, em 15 de novembro de 2022. Assim, mais de 16 bilhões de injeções são administradas anualmente no mundo. A maioria das injeções tem o objetivo de tratamento, numa menor proporção temos imunização e contracepção. 5

Antes de iniciarmos o Curso de Técnicas de Aplicação de Medicamentos Injetáveis e Atualização quero cumprimentar a todos desejando sucesso em todas as atividades daqui em diante. E para garantir esse sucesso você precisa conhecer as regras e as técnicas corretas, além de zelar por uma postura ética. Esta capacitação leva o aluno ao cumprimento das normas e regras de aplicação. Falaremos sobre a triagem pela prescrição, as técnicas de aplicação, equipamentos e materiais usados, descarte correto dos resíduos, segurança do aplicador e do paciente, evitando acidentes e contaminação.

Você está sendo preparado para aplicar injetáveis numa sala de aplicação padronizada dentro de uma drogaria, com licença sanitária (Autorização de Funcionamento), em pacientes com prescrição, medicamentos compatíveis com o paciente. Toda aplicação está atrelada a um CNPJ e gera uma Declaração de Serviço Farmacêutico. Esse tema é bastante básico, mas de grande utilidade para os pacientes e fidelização destes em uma drogaria ou farmácia. Os colegas me pediam para fazer um treinamento e eu já tinha este interesse em começar a montar vídeos de treinamento. Há muitas dúvidas entre os novatos e até entre alguns veteranos, espero completar esse conhecimento já existente. Algumas vezes vou repetir a informação, para memorização e aprendizado. Nosso objetivo é garantir o sucesso do procedimento e preservar o paciente.

MINHAS PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES Quero diferenciar aplicação de medicamento de aplicação de vacinas. Você está se capacitando para aplicar medicamentos injetáveis. Para aplicar vacinas é necessário fazer um curso específico para Farmacêutico balconistas não aplicam vacinas. Muitas drogarias oferecem o serviço de aplicação de vacinas. Queremos que os alunos pensem na qualidade de produtos e serviços. Preciso aplicar corretamente, mas o efeito do injetável também depende da limpeza, da assepsia, da temperatura no transporte e armazenamento do produto, do controle de validade, da interpretação da prescrição e... tá tudo interligado. Uma aplicação eficiente depende de vários fatores: ➡️Qualidade do produto: o medicamento precisa ser original, de qualidade, dentro do prazo de validade e armazenado corretamente. ➡️Qualidade do serviço: o aplicador precisa executar a técnica correta, a sala de aplicação 6

precisa de limpeza e organização e o paciente precisa ser orientado. O sucesso de uma vida profissional depende da obediência às regras, seguindo sempre as técnicas recomendadas e andando com ética. Vamos zelar pela ética, não ande na contramão. Tudo o que você conversa com o paciente passa a ser segredo, sigilo, não comente. Se o paciente lhe diz uma informação da própria saúde ou mostra o resultado dos exames... isso é um segredo para você guardar até a morte. Caso você exponha o paciente, isso pode gerar um processo judicial. Enfim, o respeito e o atendimento humano encaixa bem em todos os lugares. O serviço de aplicação tem legislações definidas. Precisamos conhecer e seguir as Leis, decretos, portarias, resoluções do Conselho Federal de Farmácia e da Anvisa, instruções normativas, notas técnicas, os Procedimentos Operacionais Padrão, o Manual de Boas Práticas e dar um destino correto aos resíduos de serviços de saúde. Farmácia ou drogaria não é um simples comércio, é estabelecimento de saúde. Geralmente eu usarei a palavra drogaria por ser predominante em números, mas o que eu disser servirá também para farmácia. A maioria das drogarias tem uma sala para aplicar injetáveis. A gente está acostumado a chamar de sala de aplicação. Muitos serviços foram agregados às drogarias. Hoje fazemos dezenas de testes rápidos, aplicamos vacinas, aferimos a pressão arterial, além de aplicar medicamentos injetáveis. Por isso é mais adequado chamarmos de sala de serviços farmacêuticos. Toda aplicação de injetável começa com uma prescrição, o farmacêutico avaliará se o que foi prescrito é compatível com o paciente. Tenha atenção especial com crianças, grávidas e idosos. A receita deve estar datada e sem rasuras. Em quais ambientes as aplicações serão realizadas? Na sala de serviços farmacêuticos ou em domicílio, quando o paciente se encontra acamado, sem possibilidade de ir até a drogaria.

Nas imagens da esquerda, posições confortáveis para aplicar. A penúltima imagem, uma sala de aplicação. Na imagem à direita, aplicação em domicílio em paciente acamado.

POSIÇÕES PARA APLICAR EM ADOLESCENTE E ADULTO 7

DEITADO, EM PÉ, SENTADO. ➡️Posicione o paciente de forma adequada e confortável. ➡️ Posição sentado, na cadeira - para aplicação no vasto lateral e deltoide - é possível também aplicar no ventroglúteo e dorsoglúteo nesta posição. ➡️ Posição deitado, na maca - para aplicação no dorsoglúteo, ventroglúteo, deltoide, vasto lateral e anticoagulante na via subcutânea. ➡️ Posição em pé - para aplicação no dorsoglúteo, ventroglúteo e deltoide - a plicação no vasto lateral só dá para fazer sentado ou deitado. Nosso objetivo é administrar medicamentos com segurança no paciente. Por exemplo, em tecido muscular (nas injeções intramusculares). Quem é o responsável pela aplicação? O serviço de aplicação depende da presença de um responsável técnico em todo o horário de funcionamento. Ele realiza a avaliação prévia do receituário e supervisiona o procedimento de aplicação. A administração da dose correta de um medicamento é uma responsabilidade compartilhada entre o médico que prescreve o medicamento e o profissional que o aplica. A receita tem que ser analisada com atenção. Medicamento correto, na dosagem certa, no paciente certo. O aplicador e o RT são legalmente responsáveis por todo medicamento administrado. Quando se prescreve uma dose fora do intervalo recomendado nas bulas e livros ou quando há duvidas em relação à preparação ou via de administração, o aplicador deve consultar o prescritor do medicamento antes de prosseguir com a administração. As crianças reagem com gravidade inesperada a alguns medicamentos. Crianças doentes são particularmente sensíveis.

O SERVIÇO DE APLICAÇÃO Administração de medicamentos injetáveis. Regras Gerais: ➡️ Todo medicamento deve ser prescrito - por um médico, dentista, veterinário, farmacêutico ou enfermeiro. ➡️A prescrição deve ser escrita e assinada. Em emergência dentro de ambiente hospitalar pode-se atender prescrição verbal, que deverá ser transcrita logo que possível. ➡️ Controlado com receita de emergência em drogaria: exija a identificação do prescritor, ele faz a receita no Word do computador da drogaria, você imprime, ele carimba e assina. ➡️ Recuse receita vencida, rasurada, sem assinatura. Se vier sem carimbo é obrigatório vir timbrado os dados da clínica e do prescritor, nome e CRM. Receita sem carimbo tem que ter os dados da clínica (nome da clínica, endereço e telefone) e do prescritor (nome e CRM) timbrados. Timbrado: impresso em gráfica. Impressão em impressora doméstica isso não é timbre. Requer o carimbo do prescritor. 8

Aplicação de injetáveis: ➡️ É o processo de preparo e introdução de medicamento, registrado no Ministério da Saúde, no organismo humano, visando a obtenção de efeito terapêutico. ➡️Não aplicamos manipulados (eles não tem o registro MS). ➡️Não aplicamos importados sem registro no Brasil. ➡️Para aplicar vacinas é exigido um curso específico de Vacinas, com aulas de imunologia, segurança do paciente, calendários vacinais, etc. Os medicamentos injetáveis podem ser muito vantajosos para pacientes com diferentes necessidades. No caso da injeção intravenosa, a absorção é praticamente completa. É bem mais eficiente do que a administração via oral, por exemplo, já que o medicamento ingerido pela boca tem sua absorção prejudicada pelo metabolismo, ao passar pelo intestino e pelo fígado. Além disso, os medicamentos injetáveis são necessários nos casos em que o paciente está desacordado - não há como fazer com que ele tome o remédio via oral, nesse caso. O mesmo serve para pacientes que não cooperam e se recusam a tomar um medicamento necessário à sua saúde. Podemos pegar também casos mais específicos. O anticoncepcional injetável possui ótimos benefícios para a mulher em relação à pílula. Além de diminuir os efeitos da cólica menstrual, ele ajuda na prevenção de doenças como o câncer de endométrio e do ovário, doenças mamárias e formação de cistos e miomas uterinos. As injeções resultam em melhor absorção e efeitos clínicos mais rápidos e precisos. Salvo indicação expressa do fabricante, a mistura de medicamentos na mesma seringa deve ser evitada, devido a potenciais problemas de incompatibilidade. A mistura de medicamentos é comum em ambiente hospitalar - mas, existem regras. Nunca misturar medicamentos injetáveis diferentes em drogaria. Se tem 2 medicamentos para aplicar, serão 2 aplicações, em 2 locais diferentes. Finalidade dos medicamentos: ➡️Preventiva - exemplo: vacinas ➡️Curativa - exemplo: antibióticos ➡️Paliativa - exemplo: analgésicos ➡️Substitutiva - exemplo: insulina Tipos de ação do medicamento: ➡ ️Local - ação específica no local da aplicação. ➡ ️ Geral ou Sistêmica - circula na corrente sanguínea e seu efeito atinge determinados órgãos, tecidos ou o organismo todo. O Farmacêutico pode capacitar e delegar balconistas para aplicação de medicamentos injetáveis, sob sua responsabilidade. Administração de Medicamentos. Regras Gerais. 9

➡️Nunca administrar medicamento sem rótulo. ➡️Verificar a data de validade do medicamento, sempre. ➡️E jamais aplique um medicamento vencido. ➡️ Não administrar medicamentos preparados por terceiros, exceto em ambiente hospitalar onde há um responsável pela preparação das doses unitárias e estas são rotuladas e identificadas rigorosamente. ➡️Tendo dúvida sobre o medicamento não aplique. ➡️Mantenha a concentração durante o atendimento. ➡️Cuidado com receitas ilegíveis e confusas, confirme com um colega experiente. ➡️ Ligue para o prescritor para confirmar dosagens fora do padrão ou incompatíveis com a idade. ➡️ Se na embalagem do medicamento não vier escrito USO INFANTIL, é porque não foi projetado para crianças. Use o bom senso. ➡️ Inteire-se sobre as diversas drogas, para conhecer os cuidados específicos ao administrá-las e as possíveis incompatibilidades entre drogas. ➡️Leia o rótulo da embalagem externa e do frasco interno. ➡️Leia as bulas dos injetáveis. ➡️ Ao aplicar Benzetacil seja breve senão a agulha entope. - Com a agulha introduzida 3 segundos é o suficiente para injetar uma Benzetacil. ➡️ Medicamentos sensíveis à luz são envasados em ampolas e frascos na cor âmbar ou embalagens metalizadas. Antibióticos, sulfas, hormônios e vitaminas se alteram na presença de luz, ar e ou calor. ➡️Lavar as mãos antes de preparar e aplicar o medicamento. ➡️Monitorar e anotar qualquer anormalidade após aplicação do medicamento. ➡️ Muita atenção se surgir: coceiras, vermelhidão, rouquidão, tosse, confusão mental, tontura, náusea, erupções cutâneas, palidez e falta de ar. O paciente pode precisar de primeiros socorros, chame o SAMU ou leve o paciente de carro ao Pronto Socorro rapidamente. ➡️Não aplique anticoncepcional em pessoa em jejum. ➡️ Pessoa muito debilitada, bastante desnutrida e alérgica a tudo: encaminhe para aplicar em UPA, UBS ou Hospital. O problema da aplicação de injetável em pessoa em jejum é que ela pode ficar pálida e suando, com tendência a desmaio. Peça para a pessoa se alimentar e voltar mais tarde. Dá para resolver oferecendo um café com um lanche, o cliente aguarda 10 minutos e recebe a aplicação. Cuidados: ➡️ Enquanto prepara a seringa mantenha um diálogo com o cliente. Será uma forma de detectar se o cliente está bem. ➡️ Se o cliente desmaia no momento da aplicação em pé, você não pode deixar ele cair e se machucar. Terá que segurá-lo e colocá-lo na cadeira. Se estiver com a seringa nas mãos, terá que deixá-la sobre a bancada rapidamente, para evitar acidentes. A prioridade é não deixar o cliente cair, depois você aplica. ➡️Em caso de desmaio será pior se neste momento a agulha estiver dentro do músculo do paciente, ela pode quebrar dentro do músculo se não for ágil. ➡️ Chamamos de bancada o local onde preparamos a seringa antes de aplicar a injeção. Pode ser uma mesinha ou a lateral da pia previamente higienizada, numa bandeja inox ou sobre papel toalha virgem. 10

➡️Em drogaria nunca aplique nada em cliente desacordado, absolutamente nada. ➡️Seja breve, sem perder tempo e sempre observando o paciente. ➡️ Nunca aconteceu comigo de um cliente desmaiar. Eu sempre pergunto se ele se alimentou. E pacientes com medo, não deixo que ele veja eu preparar a seringa - peço para ele fechar os olhos e respirar fundo, ao aplicar.

IMUNIZAÇÃO DO PROFISSIONAL APLICADOR Quando concluir o curso presencial você obterá o Certificado. Antes de começar a atuar tome as vacinas contra Hepatite B e Tétano. A imunização contra o tétano requer 3 doses, com um reforço a cada 10 anos. Isso vai proteger o aplicador que fica exposto aos riscos. É recomendável tomar a vacina anual da Influenza e Covid-19.

HISTÓRIA DA INJEÇÃO O que seria da saúde sem as seringas? A seringa é uma ferramenta diagnóstica e terapêutica de valor incalculável. Ela facilita a administração de medicamentos, fluidos e hemoderivados a bilhões de pacientes em todo o mundo. Ao permitir que os profissionais da medicina administrem medicamentos diretamente na corrente sanguínea, a agulha hipodérmica tem sido uma das invenções mais importantes da ciência médica.

Com a criação da seringa muitas descobertas se desenrolaram. Quem tem 50 anos conheceu a vacinação com pistola pressurizada - imagens acima à direita. Permitia aplicar em grandes massas populacionais, pela praticidade e rapidez dessa tecnologia. Mas logo foi abandonada pela facilidade de transmissão de doenças entre pacientes. Essa não foi a primeira experiência de injeção. Vamos voltar no passado, quase 400 anos. 11

PASCAL - 1623-1662, Hidrostática. Vácuo e o peso do ar. Embora seu alvo fosse puramente teórico, em 1647 inventou uma seringa rudimentar como subproduto de suas pesquisas. Em 1647 o francês Blaise Pascal inventou a primeira seringa moderna não para uso hipodérmico, enquanto fazia experiências com hidrodinâmica.  Seu dispositivo exemplificou a lei da física que ficou conhecida como Lei de Pascal, que propõe “quando há um aumento na pressão em qualquer ponto de um fluido confinado, há um aumento igual em todos os outros pontos do recipiente”.  Blaise Pascal, fez estudos em Hidrostática, sobre o vácuo e o peso do ar. Seringa e Agulha Oca. Em 1656 o inglês Sir Christopher Wren pegou o conceito de Pascal e fez a aplicação da primeira injeção intravenosa, ele fez uma aplicação em um cão. Ele usou uma bexiga de porco presa a uma pena oca de ganso, para aplicar ópio em cães. Em 1662, o alemão Johann Daniel Major realizou a primeira injeção intravenosa registrada em um ser humano. A assepsia era precária, os medicamentos usados sem benefício comprovado e sem segurança comprovada, usando as técnicas de punção rudimentares, geralmente usando uma faca afiada, culminou em alguns óbitos. Por isso as injeções caíram em desuso na medicina por 200 anos Em 1844 o médico irlandês Francis Rynd, construiu a primeira agulha oca de aço, ele a usou para injetar remédios por via subcutânea. WOOD Alexander Wood (1817-1884). O cirurgião escocês Alexander Wood quem primeiro combinou uma agulha oca de aço com uma seringa adequada para injetar morfina em um ser humano.  Assim, a Wood é geralmente creditada a invenção da primeira seringa para uso hipodérmico. Wood criou uma seringa, que não se popularizou. PRAVAZ Charles Pravaz (1791-1853). Depois, o médico francês Pravaz criou sua seringa de vidro e metal. Os médicos parisienses exigiam instrumentos precisos e bem elaborados, de alta qualidade e durabilidade, para tratar as pessoas ricas e influentes. O médico francês Charles Pravaz adaptou a agulha de Rynd para administrar um coagulante a fim de estancar o sangramento em uma ovelha por meio de um sistema de pistão de parafuso, com medição precisa. A seringa Pravaz utilizava um pistão de parafuso para fornecer uma melhor estimativa da dose injetada. O professor Louis-Jules Béhier da Académie de Médecine de Paris foi o primeiro a usar a seringa Pravaz para aplicação subcutânea em 1859 e popularizou-a na Europa. 12

Ele rejeitou a seringa de vidro de Alexander Wood.

LÜER Hermann Wülfing-Lüer - criou uma seringa de vidro, em substituição à de metal de Pravaz. Em 1894 o fabricante de instrumentos médicos Hermann Adolph Wülfing-Lüer (1836 – 1909) criou uma seringa hipodérmica graduada totalmente em vidro, em substituição à de metal - com êmbolo acionado diretamente, e não pela ação do parafuso. Esse produto conquistou o mundo médico e hoje bilhões de seringas de plástico são produzidas anualmente, inspiradas na original Lüer. Sua ponta cônica retificada para agulhas removíveis de encaixe por pressão era um sistema padronizado de acessórios para fluidos em pequena escala, usado para fazer conexões rápidas e sem vazamentos. Este sistema simples de acessórios Lüer se tornaria imensamente popular, com inúmeras aplicações em praticamente todos os campos da medicina. A família Lüer fabricava seringas totalmente em vidro, utilizando o cone Lüer, era resistente ao calor sem quebrar durante a autoclavagem a 120 °C. A esterilização era uma questão fundamental, essencial para prevenir infecções. A fabricação artesanal da seringa Lüer-Slip, toda em vidro, em 1894, foi o início da produção de uma seringa confiável e reutilizável, consistindo de um êmbolo de vidro encaixado firmemente em um tubo cilíndrico. As conexões Lüer são dispositivos simples que conectam praticamente todas as seringas, agulhas e tubos; usados na medicina seja na versão Lüer-Slip ou Lüer-Lok. Luer é o padrão das seringas hoje. A invenção da seringa Lüer foi patenteada pela Maison Lüer em Paris. Hermann registrou diversas patentes para proteger a invenção, sua nova criação, a seringa Lüer toda em vidro.

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Na imagem à esquerda, os 2 bicos de seringa. Na imagem do meio, rosquear a agulha Luer-Lok até o fim. Na imagem da direita, pressionar a agulha Lüer-Slip com capa.

Em 1647 Pascal inventou uma seringa para experimentos de física. Em 1853 Wood criou a primeira seringa para uso hipodérmico. Em 1853 Pravaz criou uma seringa de vidro e metal, com pistão de parafuso para fornecer uma melhor estimativa da dose injetada. Em 1894 Lüer criou uma seringa de vidro com encaixes, que serviu de padrão para as atuais seringas. À direita, imagem dos fundadores: Becton e Dickinson, da BD - Becton Dickinson & Company — seringas Lüer-Slip e Lüer-Lok. A BD comprou parte da patente da Lüer, com exclusividade de produção na América. Como surgiu a BD? Em 1897 Maxwell Becton e Fairleigh Dickinson fundaram a Becton, Dickinson & Company, a BD. Com sede em Franklin Lakes, Nova Jersey, Estados Unidos. Ela se tornaria uma das maiores empresas e produtoras de tecnologia médica da América. Em 1897 Becton e Dickinson visitaram os Lüer em Paris, em busca de equipamentos para comercializar. A primeira venda da empresa foi uma seringa Lüer toda de vidro, vendida por US$ 2,50 No ano seguinte, em 1898, eles fizeram a aquisição de metade da participação nos direitos de patente da Lüer pago em 9 de outubro de 1897 - imagem abaixo e à esquerda. Compraram direitos exclusivos da seringa na América do Norte.  O nome Lüer formaria o início de um império. A seringa foi um grande sucesso.

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Na imagem do meio, acima, temos a evolução recente das seringas. a) até o final da década de 60 as seringas eram de vidro reusáveis. b) na década de 70 surgem as primeiras seringas descartáveis. As seringas de vidro perderam espaço para as seringas descartáveis de plástico. c) em 2007 a BD inova lançando a seringa de plástico descartável com dispositivos de segurança e prevenção de reuso, a BD Solomed. As seringas atuais são agora, em sua maioria, seringas de plástico descartáveis, produzidas em massa, que ainda vêm com acessórios Lüer para agulhas.

A empresa cresceu, hoje conta com muitos departamentos. A BD tem presença direta em 14 países - 1 fábrica no Canadá, 2 no Brasil, 4 nos Estados Unidos, 1 na Argentina, 1 na Índia, 1 na África do Sul, 1 na Espanha, 1 na França, 1 na Alemanha, 1 no Reino Unido, 1 na Suécia, 1 na Itália e 1 na Suíça. No Brasil há uma fábrica em Juiz de Fora, Minas Gerais e outra em Curitiba, no Paraná. Possui sua sede administrativa do Brasil na Capital de São Paulo.

A BD possui Universidade - imagem acima à esquerda. E produz um jornal com informações de saúde - imagem acima à direita. Uma empresa inovadora, que investe em pesquisa de novas tecnologias em injetáveis, análises clínicas, etc. Tem mais de um século de experiência e alcance global.

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LEGISLAÇÃO - ASPECTOS LEGAIS DA APLICAÇÃO

Quero falar sobre a regulamentação da aplicação de medicamentos injetáveis em farmácias e drogarias. O serviço de aplicação de medicamentos injetáveis está regulamentado: ➡️pela Lei Federal 5991 de 1973; ➡️pela RDC 44 Anvisa; ➡️e pela Resolução 499 de 2008 do CFF. LEI 5991 ➡️ Segundo a Lei Federal 5991 de 1973, em seu Artigo 18, é facultado à farmácia ou drogaria manter serviço de atendimento ao público para aplicação de injeções, a cargo de técnico habilitado, observada a prescrição médica. ➡️Conforme inciso 1º desta Lei 5991, para efeito deste artigo o estabelecimento deverá ter local privativo, equipamentos e acessórios apropriados, e cumprir os preceitos sanitários pertinentes. ➡️ O ambiente destinado ao serviço de aplicação de injetáveis deve ser distinto do local de dispensação e circulação de pessoas, garantindo privacidade e conforto do cliente. É comum perguntarem se é possível aplicar por via intravenosa. E se pode aplicar Benzetacil. Você tem curso de primeiros socorros? A drogaria tem equipamento de reanimação ou atropina para reverter uma bradicardia com edema de glote? Para aplicar Benzetacil a drogaria precisa ter um desfibrilador, caso o paciente sofra um choque anafilático. O profissional precisa ser treinado para usar o desfibrilador. Além disso se faltar energia vai precisar de um gerador de energia para funcionar. Melhor aplicar Benzetacil em ambiente hospitalar. Não vale a pena arriscar. Clientes que tomaram 10 vezes e não tiveram processo alérgico, na 11ª aplicação poderão ter uma alergia forte. Segundo a Lei 5.991 o Farmacêutico pode aplicar qualquer injetável. Mas se responsabiliza pelo serviço. Outra pergunta comum é se pode aplicar um anticoagulante Clexane. Sim, se na sala de serviços tiver uma maca (com escada para subir). A aplicação é feita em cliente na posição deitado. E ele deve aguardar uns minutos deitado antes de sair. Essas regras visam prevenir sangramento. CFF Conselho Federal de Farmácia: Resolução 499 de 2008. 16

A Resolução 499 do CFF dispõe sobre a prestação de serviços farmacêuticos, em farmácias e drogarias. A seção 5 trata da aplicação de medicamentos injetáveis. Artigo 21 – as aplicações de medicamentos injetáveis em farmácias ou drogarias só poderão ser feitas pelo farmacêutico ou por profissional habilitado, com autorização expressa do farmacêutico diretor ou responsável técnico. O Farmacêutico Responsável faz a lista de aplicadores autorizados a aplicar e afixa dentro da sala de aplicação. Parágrafo Único - A presença e ou supervisão do farmacêutico é condição e requisito essencial para aplicação de medicamentos injetáveis. Artigo 22 – Só poderão ser aplicados medicamentos injetáveis, quando não houver qualquer dúvida em relação à sua qualidade. Não atender receitas ilegíveis, confusas, que possam induzir ao erro. Não somos obrigados a aplicar se houver dúvidas. Informações importantes sobre o preparo do injetável e via de administração podem ser encontradas na bula do medicamento. O prescritor deve indicar a via de administração na receita. Parágrafo Único - Caso o medicamento apresente características diferenciadas em sua cor ou odor, ou contenha corpo estranho em seu interior, o mesmo não deverá ser administrado, devendo o fato ser notificado aos serviços de Vigilância Sanitária. Artigo 23 - Os medicamentos injetáveis só deverão ser administrados mediante prescrição de profissional habilitado, cabendo o preenchimento do anexo II (DSF declaração de serviços farmacêuticos). Leia atentamente a prescrição e identifique o medicamento prescrito e a via de aplicação indicada. Artigo 24 - O farmacêutico deverá registrar, em livro próprio (DSF), as aplicações de medicamentos injetáveis realizadas.

Nessa imagem temos um modelo de Declaração de Serviços Farmacêuticos - junte as 3 partes, uma abaixo da outra, se desejar usar esse modelo. Para ter acesso a uma prescrição eletrônica é necessário o farmacêutico se cadastrar no Conselho Federal de Medicina. ANVISA: Resolução da Diretoria Colegiada RDC 44 de 2009. ➡️ Regulamentação Técnica da Anvisa, RDC 44, que determina as boas práticas em farmácia. 17

Segundo a RDC 44, em seu artigo 21º, a prestação de serviço farmacêutico deve ser realizada por profissional devidamente capacitado, respeitando-se as determinações estabelecidas pelos Conselhos Regionais de Farmácia CRF e Conselho Federal de Farmácia CFF. ➡️ Conforme o artigo 24º desta RDC, todos os funcionários devem ser capacitados quanto ao cumprimento da legislação sanitária vigente e aplicável às farmácias e drogarias, bem como dos Procedimentos Operacionais Padrão POP do estabelecimento. ➡️ Caso a sua farmácia ofereça esse serviço para todas as vias de administração, o profissional responsável deve ser capacitado para isso. ➡️ Vemos no artigo 61 desta RDC que, conforme o inciso 4º, a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias deve ser permitida por autoridade sanitária, mediante prévia inspeção, para verificação do atendimento aos requisitos mínimos dispostos nesta Resolução, sem prejuízo das disposições contidas em normas sanitárias complementares estaduais e municipais. ➡️ E conforme o inciso 5º, é vedado à farmácia e drogaria prestar serviços não abrangidos por esta Resolução. ➡️ Antes de começar a aplicar injetáveis, a empresa preenche um formulário solicitando autorização à vigilância sanitária. ➡️ O fiscal da vigilância faz uma vistoria e estando tudo certo (sala padronizada, aplicador com certificado) faz a liberação do serviço solicitado. Tratamentos com injetáveis anticoagulantes e insulinas, em geral por períodos longos. A RDC 44 diz que para medicamentos com múltiplas doses, entregue as doses restantes para o paciente levar consigo. RDC 44, artigo 76. Os medicamentos adquiridos no estabelecimento, a serem utilizados na prestação de serviços de que trata esta seção, cujas embalagens permitam múltiplas doses, devem ser entregues ao usuário após a administração, no caso de sobra. RDC 44, Parágrafo 1º do artigo 76. O usuário deve ser orientado quanto às condições de armazenamento necessárias. RDC 44, Parágrafo 2º do artigo 76. É vedado o armazenamento em farmácias e drogarias de medicamentos cuja embalagem primária tenha sido violada. O paciente com diabetes vem tomar insulina na sua drogaria, trazendo um frasco-ampola de múltiplas doses. Aplique e entregue o frasco-ampola com as doses restantes ao paciente para levar para a casa dele. A RDC 44 exige a criação de POP's para padronizar os serviços farmacêuticos. “O estabelecimento deve manter procedimentos operacionais padrão (POP's), de acordo com o previsto no manual de boas práticas farmacêuticas, no mínimo, referentes às atividades relacionadas a: […] VII – Prestação de serviços farmacêuticos permitidos” RDC 44, artigo 86. Ao criar os POPs sobre aplicação de injetáveis considere as regras já vistas. 18

Crie as listas dos medicamentos permitidos e proibidos, de acordo com a sua realidade local e suas demandas. Estabeleça regras para ter um bom padrão de serviço. Serviços Farmacêuticos RDC 44 de 2009. Serviços de atenção à saúde, prestados pelo Farmacêutico: Aplicação de vacinas e medicamentos injetáveis, aferição de pressão arterial, colocação de brincos, pequenos curativos, inaloterapia, temperatura corporal, teste de glicemia, dentre muitos testes rápidos, gerenciamento de estoques, dispensação, etc. Ambiente destinado aos serviços farmacêuticos (sala privativa): O Estabelecimento deve dispor de espaço específico para esse fim, diverso daquele destinado à dispensação e circulação de pessoas em geral. O ambiente deve garantir privacidade e conforto dos usuários possuindo dimensões, mobiliário e infraestrutura compatíveis com as atividades e serviços a serem oferecidos.

A SALA DE APLICAÇÃO (Sala de Serviços Farmacêuticos). A sala destinada à realização de serviços farmacêuticos deve possuir: ➡️Mobiliário compatível com as atividades e serviços a serem oferecidos. ➡️Lavatório contendo água corrente. ➡️Toalha de uso individual e descartável. ➡️Sabonete líquido. ➡️Gel bactericida. ➡️Lixeira com pedal e tampa. Dependendo do serviço prestado, a sala deve possuir também coletor de resíduos perfurocortantes (Descartex) conforme a RDC Anvisa 306 de 2004... O ambiente de serviço farmacêutico não pode dar acesso direto ao sanitário. Após a prestação do serviço farmacêutico, deve ser preenchida uma Declaração de Serviço Farmacêutico DSF, em 2 vias, a primeira deve ser entregue ao usuário e a segunda, permanecer arquivada no estabelecimento. Os requisitos da DSF estão na RDC 44 de 2009. Os principais serviços a serem executados em farmácias e drogarias, conforme Resolução da Diretoria Colegiada RDC 44 de 2009: 1- A dispensação de medicamentos. 2- Dispensação de produtos para a saúde - correlatos. 3- Serviços que obrigatoriamente devem ser realizados na Sala de Serviços Farmacêuticos: a) Administração de medicamentos, incluindo inaloterapia e aplicação de injetáveis. b) Prestação de Atenção Farmacêutica. c) Aferição de parâmetros fisiológicos - pressão arterial e temperatura corporal. E aferição de parâmetros bioquímicos: glicemia capilar. 19

d) Perfuração de lóbulo auricular para colocação de brincos. 4- Realização de curativos, conforme Resolução do Conselho Federal de Farmácia n° 357 de 2001. 5- Aplicação de vacinas e dezenas de testes rápidos. Para o funcionamento de cada serviço é necessário autorização da vigilância, prover estrutura física compatível, além de profissional habilitado. Sala de aplicação - características ➡️A sala deve ter no mínimo uma área de 3 metros quadrados. ➡️ Bem iluminada, ventilada. Ou seja, se não tem janela precisa de um exaustor que jogue o ar viciado para fora da loja. ➡️Protegida contra insetos, roedores ou outros animais. ➡️A superfície interna da sala deve ser lisa, lavável e resistente a agentes sanitizantes. ➡️Na cor clara. ➡️Pia ou lavatório com água corrente. ➡️Uma Cadeira confortável e lavável. ➡️Um dispensador para sabonete líquido. ➡️Um dispensador para gel bactericida - álcool 70. ➡️Toalha de papel virgem de uso individual descartável. O papel toalha virgem é branco, não reciclado. A toalha de papel reciclada é acinzentada, oferece risco de contaminação. ➡️Ter privacidade (porta com chaves). ➡️Materiais para primeiros socorros. ➡️Limpeza do piso da sala 2 vezes ao dia com água sanitária - finalize com álcool 70. ➡️Na almotolia ou pisseta coloque a data do abastecimento. ➡️ Não deixe faltar swab (lenço umedecido em álcool 70) ou algodão e uma pisseta com álcool 70 líquido; luvas e curativo (Band-Aid, esparadrapo). ➡️É necessário usar detergente com clorexidina. ➡️Afixe na parede, dentro da sala de aplicação, a lista de habilitados a aplicar. ➡️Mantenha cópia de certificados (do curso de aplicação) na pasta de documentos. ➡️Se faltar água é impossível aplicar. ➡️2 lixeiras. As lixeiras podem ser de plástico ou inox - devem ter pedal e tampa. Uma para lixo comum, usamos sacos pretos; outra para lixo infectante, usamos sacos brancos. ➡️ Trocar o coletor (Descartex) quando atingir 2 terços, observando a linha tracejada indicando limite. ➡️ Recolha o lixo diariamente e sempre que encher 2 terços do volume da lixeira. Nem sempre o caminhão do lixo comum passa diariamente, depende da cidade. ➡️A coleta do lixo contaminante geralmente é 2 vezes por semana em grandes metrópoles. ➡️Aguardar coleta hospitalar em acumuladores (lixeiras gigantes) - algumas drogarias tem um volume maior de lixos. Onde colocar essas lixeiras maiores para acumular lixo? Geralmente as drogarias tem espaços reduzidos. Uma cozinha, um escritório, um banheiro masculino e outro feminino, um vestiário de funcionários e um local para estoque. Se o vestiário for espaçoso, esses acumuladores podem ficar num dos cantos dessa área. 20

Você também consegue colocar o acumulador contaminante no vestiário e o acumulador de lixo comum na cozinha. No final das contas quem vai decidir é o fiscal da vigilância sanitária, quando fizer a vistoria. Recomendações: ➡️Nunca coloque a mão dentro do Descartex. ➡️Solte os resíduos a uma distância da abertura do Descartex, para evitar acidentes. ➡️Nunca deixe crianças terem acesso ao Descartex. ➡️ Não deixe a porta da sala de aplicação aberta - risco de entrar um leigo e por curiosidade ele poderá se contaminar ou se acidentar com perfurocortantes. ➡️Clientes acessam apenas o autosserviço. ➡️A área privativa é de livre acesso aos funcionários. ➡️Atrás do balcão só farmacêutico, gerente e balconista - para evitar venda errada. ➡️ Operador de caixa e repositor só pode atender no balcão com um tutor, após treinamento. ➡️ Quando o cliente pede para acessar o banheiro, o ideal é que tenha alguém para acompanhá-lo. O visitante pode ter acesso aos armários dos funcionários e furtar um tênis de alguém. Entrar no escritório e ter acesso às receitas arquivadas. Ir ao estoque, entrar na sala de medicamentos controlados e pegar alguns. E pode por a mão em lixeira contaminante ou perfurocortante por curiosidade. É imprevisível. ➡️ Outra coisa: a drogaria só pode oferecer o banheiro aos clientes se tiver estrutura para uso de cadeirante.

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA Componentes da Atenção Farmacêutica: educação em saúde, orientação farmacêutica, dispensação, atendimento farmacêutico seguindo protocolos e documentando em prontuário, acompanhamento e seguimento farmacoterapêutico, registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos resultados. Atenção Farmacêutica conforme a Organização Mundial da Saúde OMS: É a soma de atitudes, comportamentos, valores éticos, conhecimentos e responsabilidades do profissional farmacêutico no ato da dispensação de medicamentos, com o objetivo de contribuir para a obtenção de resultados terapêuticos desejados e melhoria da qualidade de vida do paciente. Boas Práticas em Farmácias, Resolução do Conselho Federal de Farmácia CFF n° 357 de 2001. A missão da prática farmacêutica é prover de medicamentos e outros produtos e serviços para o cuidado da saúde e ajudar as pessoas e a sociedade para empregá-los da melhor maneira possível. Boas Práticas, Resolução da Diretoria Colegiada RDC n° 44 de 2009, ANVISA. É o conjunto de técnicas e medidas que visam assegurar a manutenção da qualidade e segurança dos produtos disponibilizados e dos serviços prestados em farmácias e drogarias, com o fim de contribuir para o uso racional desses produtos e a melhoria da qualidade de vida dos usuários. 21

AS FUNÇÕES DO FARMACÊUTICO

É o profissional do medicamento, atuando na criação, fabricação, distribuição, transporte e dispensação com orientação, aplicação do medicamento e outros serviços farmacêuticos (aferição de pressão arterial, teste de glicemia, curativo simples, perfuração de lóbulo auricular, verificação de temperatura corporal). Outras áreas de atuação (Especialidades): análises clínicas, clínica de vacinas, farmácia clínica, farmácia estética, acupuntura, farmácia hospitalar, homeopatia, pesquisa clínica, saúde pública, radiofarmácia, farmácia magistral (de manipulação), etc. Dezenas de testes rápidos realizados em drogaria: Covid, dengue, colesterol, malária, HIV, rubéola, ácido úrico, h. pylori, hepatite B e C, PSA antígeno prostático específico, TSH hormônio tireoestimulante, beta hCG, VSR vírus sincicial respiratório, ácido úrico, etc.

NOÇÕES DE ANATOMIA Quero que você aprenda algumas regiões do corpo humano. Falaremos rapidamente sobre ossos, nervos, músculos e vasos sanguíneos. A criança nasce com 300 ossos. Ao longo da vida, muitos dos ossos se fundem. Um adulto tem apenas 206 ossos. O menor osso do corpo humano é o estribo, fica dentro do ouvido e tem 0,25 centímetro. A cabeça tem 29 ossos e é a região com mais ossos. CRÂNIO. Nos seres humanos, o crânio adulto é normalmente composto de 22 ossos. Exceto a mandíbula, todos os outros ossos do crânio estão ligados por suturas rígidas, com articulações ossificadas de pouco ou nenhum movimento. Ele é subdividido nos ossos faciais e na calota craniana. O esqueleto facial protege e suporta as estruturas faciais subjacentes, e envolve os globos oculares. A calota craniana abriga o cérebro, além das estruturas das orelhas média e interna 22

(ouvidos médio e interno). BACIA E FÊMUR

Na imagem à esquerda, uma ilustração do esqueleto humano, região do quadril. Perceba as pontas das últimas costelas, o final da coluna vertebral, a região lombar. O final da coluna conectada à Pelve (ou bacia); o fêmur, osso da coxa. O fêmur é o osso mais resistente. Suporta uma pressão 1230 quilos por centímetro quadrado. Por ser muito longo, o fêmur possui a camada externa mais espessa que os demais ossos, para evitar que se quebre. Fica na coxa e desempenha um importante papel na sustentação do esqueleto. O fêmur consiste da diáfise, da epífise proximal que se prolonga, através de um pescoço, até uma cabeça (esférica), que o articula com o osso do quadril ou osso coxal, e da epífise distal que se divide em dois côndilos, que se ligam à tíbia e à patela. O fêmur divide-se basicamente em cabeça do fêmur, colo do fêmur, trocanter maior e trocanter menor, linha áspera e côndilos femorais.

Na imagem acima à esquerda, uma ilustração da região glútea. Em vermelho o glúteo máximo. Em amarelo o glúteo médio. Note que a área amarela se estende da lateral do quadril à face posterior (dorsal).

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Acima à esquerda, os planos anatômicos. Na segunda imagem, nomes dos dedos. Na terceira imagem, especificando braço e antebraço. Na quarta imagem, mão esquerda e direita. Uma forma de simplificar as diferenças entre dextro e canhoto: Quando eu falar em mão dominante, se você for Dextro se refere à mão direita, neste caso a secundária se trata da mão esquerda. Dominante é a direita, secundária é a esquerda. Para os canhotos basta inverter, a dominante será a mão esquerda e a secundária será a mão direita. Dominante é a esquerda, secundária é a direita. Melhorando o entendimento sobre planos anatômicos. Quando o paciente está em frente a você, você está vendo a face anterior (ou ventral) dele. Quando o paciente está de costas para você, você está vendo a face posterior (ou dorsal) dele. Quando me refiro à coxa direita, estamos falando da coxa direita do paciente. Neste caso se você estiver face a face com o paciente, se você olhar à direita verá a coxa. esquerda do paciente. Enfim, direita e esquerda é a direita e esquerda do paciente. O fêmur é o maior osso do corpo humano. A cabeça do fêmur, na extremidade superior interna, se conecta ao acetábulo da pelve (bacia). A extremidade inferior do fêmur termina no joelho. NERVO ISQUIÁTICO. Também conhecido popularmente como nervo ciático. Ele é o maior e mais longo nervo do corpo humano e surge na base da coluna vertebral, deriva do plexo sacral. Se origina dos ramos anteriores dos nervos espinhais lombares inferiores L4 e L5. Além dos sacrais superiores: S1, S2 e S3. Ele passa através do quadril e da coxa, antes de descer até o pé. Ele proporciona sensação e movimento a toda a perna. FORAME ISQUIÁTICO. Abertura por onde passa o nervo isquiático após sair da cauda equina, na coluna lombar e sacral.

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Acima à esquerda, nervo isquiático saindo da coluna, passando pelo forame isquiático e descendo pela perna. No meio e à direita, a cauda equina. CAUDA EQUINA. Na coluna lombar, a medula espinhal termina e se separa em um feixe de nervos. O feixe parece uma cauda de cavalo e, por isso, chamado de cauda equina. Um feixe de nervos que fornece sinais às pernas para controlar os músculos e proporcionar sensações. Também é responsável por garantir sensações e funções normais do intestino e da bexiga, incluindo os músculos que ajudam na defecação e na micção. SACRO. O sacro é um osso largo de formato triangular, lembrando uma pirâmide invertida. É composto por um conjunto de cinco vértebras fundidas. Esse osso está localizado na base da coluna vertebral e na porção póstero-superior da cavidade pélvica. O sacro faz parte da coluna vertebral. Sistema Esquelético. Compreenda as conexões: coluna, pelve (ou bacia) e fêmur. A coluna vertebral é dividida em 5 regiões, com um total de 31 vértebras. Região cervical com 7 vértebras. Região torácica com 12 vértebras. Região lombar com 5 vértebras. Região sacral com 5 vértebras. Região coccígea com 2 vértebras.

Dentro do crânio temos parte do sistema nervoso central - continua na medula espinhal. A cabeça se conecta à região cervical da coluna vertebral. No centro temos as regiões cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. À direita o sacro e o cóccix. 25

No topo do corpo humano, o crânio. O comando vem do cérebro que se encontra dentro da caixa craniana e esse comando continua na medula, dentro da coluna vertebral. O cérebro constitui 90% da massa encefálica. Tem uma superfície pregueada, aumentando essa superfície. O cérebro é dividido em hemisfério esquerdo e direito. Funções do cérebro: sensações, atos conscientes e voluntários (movimentos), pensamento, memória, inteligência, aprendizagem, sentidos e equilíbrio. SNC sistema nervoso central. É constituído por encéfalo e medula espinhal. O crânio protege o encéfalo. A coluna vertebral protege a medula espinhal. Encéfalo e medula são reforçados por três lâminas conjuntivas, as meninges: dura-máter, aracnoide e pia-máter.

Uma pessoa que sofre uma lesão na cervical tem grande risco de perder os movimentos dos membros inferiores e superiores. Você já deve saber que em um acidente de carro se houver fratura de vértebras da cervical geralmente a vítima perde os movimentos abaixo do pescoço. A medula que passa dentro da coluna quando é lesionada no início, braços e pernas paralisam. Mas se a lesão ocorrer no final da coluna, lombar, sacral ou coccígea, ou em nervos importantes que saem dessa região, o paciente pode sofrer paralisia dos membros inferiores, pernas. Em drogarias é comum a aplicação no glúteo, por onde passa o nervo isquiático, devemos evitar o seu trajeto. Uma pessoa que sofre uma lesão no final da coluna, ou em nervos que partem dessa região, tem grande risco de perder os movimentos dos membros inferiores, ficar paralítica. Sistema nervoso central se resume no encéfalo e na medula espinhal. Os demais nervos, os que partem do sistema nervoso central, do encéfalo e da medula espinhal, chamamos de sistema nervoso periférico. Os nervos que começam ou acabam no encéfalo são chamados de nervos cranianos, já os que começam na medula espinhal são chamados de nervos espinhais ou raquidianos. O sistema nervoso periférico SNP é composto por nervos, gânglios nervosos e órgãos terminais. E tem a função de conectar o sistema nervoso central SNC com as outras partes do corpo humano. 26

Captamos estímulos do meio exterior. Somos estimulados pela luz e cores, sabor, cheiro, sons, toque, calor, frio Falando rapidamente sobre os órgãos receptores: os impulsos nervosos são enviados ao SNC. O SNC recebe impulsos nervosos e codifica tais impulsos. O SNC envia o impulso codificado aos órgãos efetores. Quanto às funções os nervos se distinguem em sistema nervoso autônomo SNA e sistema nervoso somático ou sensorial. O SNA é uma parte do sistema nervoso que funciona independente da vontade e consiste em neurônios que conduzem impulsos desde o SNC (cérebro e/ou medula espinhal) até às glândulas, músculo liso e músculo cardíaco. Ele faz o controle das funções de respiração, da circulação sanguínea, da temperatura e digestão. Há 3 tipos básicos de músculo: Cardíaco, liso e esquelético.

Você comanda músculos esqueléticos. Pode levantar um braço, afastar uma perna, fazer gestos faciais. Quando aplicamos intramuscular no deltoide, vasto lateral e glúteo médio, esses são músculos esqueléticos. Não pode escolher parar o músculo cardíaco. Seu coração bate sem parar, mesmo quando você está dormindo. Também não consegue decidir quando contrair e relaxar vasos sanguíneos por vontade própria. Os vasos sanguíneos tem musculatura lisa, quando saudáveis tem elasticidade; contraem e relaxam para manter a pressão arterial (diastólica) regular, através de comandos do sistema nervoso autônomo SNA. Essas atividades não dependem da sua vontade.

QUADRIL. O quadril ou articulação coxofemoral é formado pelos ossos da pelve (bacia) e pelo fêmur. O seu formato assemelha-se a uma esfera dentro de uma taça invertida. Neste caso, a esfera é a parte arredondada de cima do fêmur (cabeça femoral) e a taça na 27

qual ela se encaixa é o acetábulo. Entre o fêmur e o acetábulo existe uma camada de cartilagem que possibilita o movimento da articulação com pouco atrito. Além disso, alguns ligamentos compõem a cápsula articular, que mantém o conjunto firmemente unido. E abaixo da cápsula articular está a membrana sinovial, responsável pela lubrificação articular. Toda essa estrutura é envolta por músculos que possuem fortes tendões e pequenas bolsas (ou bursas) interpostas entre eles, possibilitam um melhor deslizamento entre as estruturas vizinhas. O quadril possui basicamente três planos de movimento: lado a lado (abdução-adução), para frente e para trás (flexão-extensão) e rotações para dentro e para fora (internaexterna). Dito isso, podemos concluir que o quadril proporciona movimento e estabilidade ao corpo, atuando de forma sincronizada durante a marcha com toda a musculatura dos membros inferiores, coluna e pelve. São três as articulações do quadril: a sínfise púbica; a coxofemoral e a sacroilíaca. A articulação sacroilíaca consiste na união entre o sacro e os dois ílios (ou ilíacos). Essas articulações têm estrutura fibrocartilaginosa, e permitem o movimento da região.

SÍNFISE PÚBICA. É a principal articulação do quadril e permite vários tipos de movimentos, tais como flexão, extensão, abdução, adução, rotação externa e rotação interna. Além desses movimentos, a sínfise púbica também permite a circundução – um movimento que combina todos esses movimentos a fim de fazer uma rotação de 360 graus. Articulação Sacroilíaca É um tipo de articulação do quadril que é formada pela união entre o sacro e os dois ossos ilíacos. Essa articulação ajuda a estabilizar o quadril e é responsável pela rotação do mesmo. Por ser usada com tanta frequência, ela pode ser suscetível a muitas lesões ou doenças. Articulação Coxofemoral Assim como a articulação da sínfise púbica, a coxofemoral também é responsável por uma série de movimentos, porém, ela possui menor mobilidade em relação a outras articulações, como o que é a articulação sacroilíaca e a articulação glenoumeral (do ombro). Ela pode ter menor mobilidade, mas tem mais estabilidade, podendo suportar o peso o corpo. 28

Sacroilíaca A última e não menos importante é a articulação sacroilíaca. Ela está localizada na base da coluna vertebral e é uma articulação sinovial que permite uma variedade de movimentos. A principal função desta articulação é dar estabilidade à região do quadril PELVE (bacia). Já a pelve é a região que conecta a coluna lombar aos membros inferiores e é formada por 3 estruturas ósseas: hemipelve esquerda, hemipelve direita e sacrocóccix. As fraturas da bacia ocorrem geralmente em acidentes de trânsito ou traumas de alta energia em pacientes jovens. E, quando não tratadas corretamente, podem causar sérias sequelas. Algumas vezes, mesmo que corretamente tratadas, resultam em limitação para caminhar, dor crônica, disfunções urológicas, gastrointestinais, sexuais e psicológicas. Sendo assim, podemos dizer que a bacia faz parte da região do quadril e ambos estão ligados aos movimentos dos membros inferiores. A bacia ou pelve é um anel de ossos localizado na extremidade inferior do tronco, entre a coluna e as pernas. Os ossos pélvicos incluem: Sacro, Cóccix, Ílio, Ísquio e Púbis. PÚBIS.  Púbis é um osso da Bacia que fica na frente e na região inferior da pelve. Ele participa da formação do anel pélvico, protege os órgão da pelve como bexiga, próstata (no homem) e útero (na mulher) e também serve para origem e inserção de músculos do abdome e coxa. Todos nós temos 2 púbis, um do lado direito e outro do lado esquerdo e eles estão unidos por uma fibrocartilagem chamada de sínfise púbica. Alguns grupos musculares se inserem no púbis, como os músculos do abdômen e os adutores da coxa. Toda esta região púbica está sujeita ao processo de inflamação chamada de pubalgia.

À esquerda: ílio, ísquio e púbis. No centro: acetábulo e cabeça do fêmur. À direita: sacro e cóccix, vista anterior e posterior. Assim, cada lado da bacia contém três ossos: o ílio, o ísquio e o púbis, que são separados durante a infância, mas se fundem à medida que envelhecemos. Esses três ossos se encontram para formar o acetábulo, que serve de encaixe para a articulação esférica do quadril. O acetábulo, ou cavidade cotiloideia é uma depressão na pelve, formando uma superfície 29

côncava. A cabeça do fêmur articula-se com a pelve no acetábulo, constituindo a articulação coxofemoral, vulgarmente conhecida como anca em Portugal, ou como quadril no Brasil. Acetábulo - é uma cavidade em forma de taça onde se encaixa a cabeça do fêmur (que tem formato de esfera). A cavidade do acetábulo é a junção entre os três ossos que compõe a pelve: ilíaco, púbis e ísquio. É graças à união desses ossos que forma a pelve (bacia). SACRO. O grande osso triangular na base da coluna, unido aos 2 ílios. Definindo CÓCCIX. Um pequeno osso em formato triangular, que se encontra na extremidade caudal da coluna, formado por um conjunto de 2 vértebras fundidas. O cóccix faz parte da coluna vertebral. CRISTA ILÍACA. É uma extensão óssea do osso ilíaco, que faz parte da pelve. A crista ilíaca é uma estrutura em forma de crista que se estende ao longo do topo da pelve, começando na borda superior do osso ilíaco e se estendendo até a espinha ilíaca ântero-superior. Ela é importante porque serve como ponto de ancoragem para vários músculos, tendões e ligamentos (quadril e abdômen). Alguns dos músculos que se prendem à crista ilíaca incluem o tensor da fáscia lata, o sartório, o reto femoral e o iliopsoas. A crista ilíaca também é usada para realizar certos procedimentos médicos, incluindo coleta de amostras de medula óssea, biópsias de tecido ósseo e injeções de corticosteroides para tratar a dor no quadril e nas costas. ACRÔMIO. É uma proeminência óssea lateral e palpável da escápula, que se projeta ânterolateralmente. Está localizada na parte superior do ombro. No acrômio se prende o músculo deltoide. Ele se curva sobre a articulação glenoumeral e se articula com a extremidade acromial lateral da clavícula para formar a articulação sinovial acromioclavicular.

À esquerda: acrômio, clavícula, escápula. No centro: períneo masculino e feminino. À direita: fenda glútea. Músculo eretor da espinha (não é um único músculo) - é uma estrutura que faz parte da 30

formação da coluna paraespinhal, composta por um complexo muscular: iliocostal, longuíssimo e espinhal, que surgem e se inserem em vários componentes ósseos da coluna vertebral (processos espinhosos, costelas e processos transversos). Processo espinhoso - origina-se na parte posterior do arco da vértebra e se projeta posteriormente. Prega glútea inferior é o limite caudal da região glútea, ou seja, consiste em uma linha na junção da coxa com as nádegas. Esse vinco é raramente visto em crianças e jovens magros cujas nádegas não são hipertróficas. Os isquiotibiais são um grupo muscular composto pelos músculos semitendíneo, semimembranoso e bíceps femoral, que ficam na região posterior da coxa e quadril, e são responsáveis por realizar a flexão do joelho (dobrar o joelho para trás).

CLAVÍCULA. É um osso curvo que conecta o tórax ao membro superior. Ela dá forma à parte superior do ombro, acima da região peitoral, e é facilmente visível. A clavícula não tem cobertura muscular, como outros ossos, e é palpável logo abaixo da pele . ESCÁPULA. A escápula (ou espádua ou omoplata) é um osso grande, par, chato e triangular, localizado na porção póstero-superior do tórax, que juntamente com a clavícula forma a cintura escapular (ou ombro), permitindo a união de cada membro superior ao tronco. Ela fornece ponto de inserção para vários músculos do braço e do ombro. Ela se articula também com o úmero e com a clavícula. Definindo PERÍNEO. Na mulher: é a região do corpo feminino entre a parte de baixo da vulva e o ânus. No homem: é a região do corpo masculino entre o saco escrotal e o ânus. Definindo FENDA INTERGLÚTEA. Também conhecida como fenda glútea, é um sulco posterior profundo na linha média da região glútea, separando as duas nádegas formadas pelos músculos glúteos máximos predominantemente, e se estende para baixo a partir da terceira ou quarta vértebra sacral, aprofundando-se à medida que avança inferiormente.. Forma um arco mediano que segue a curvatura do sacro e do cóccix, entre o períneo e a alta região sacral. O quadril é formado pela pelve (ou bacia) e pelo fêmur. Sem fêmur, Pelve. Com fêmur, Quadril. 31

Asa ilíaca - essa linha verde mostra as dimensões da asa ilíaca. O acetábulo neste caso é o local onde se encaixa a cabeça do fêmur.

Espinha ilíaca e crista ilíaca. O íleo e o púbis.

O sacro e o cóccix. Ísquio e sínfise púbica. Cauda Equina. À esquerda dessa imagem vemos uma ilustração dos nervos que saem das vértebras da coluna, na cor amarela. Essa porção final de feixe de nervos na coluna é conhecida pelo nome de cauda equina, pois alguns anatomistas achavam esse feixe de nervos parecido com um rabo de cavalo. O fêmur possui duas protuberâncias superiores, digamos assim; uma arredondada para dentro e uma ponta para fora ou lateral do corpo. Uma ponta articulada voltada para dentro, chamada de cabeça do fêmur, ela se encaixa no acetábulo, na pelve (ou bacia).

SERINGAS E AGULHAS ANATOMIA DA SERINGA

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Na imagem à esquerda, partes de uma seringa - anatomia da seringa. Na segunda imagem, as seringas comuns em drogaria. Na terceira imagem uma seringa de insulina com bico Luer-Lok no topo e abaixo dela 2 seringas com bico Luer Slip. Na quarta imagem temos uma seringa pré-carregada de vidro com agulha fixa e espaço morto ínfimo. Não vai precisar trocar a agulha, não fará aspiração de líquidos. Tá pronta. Só não esquece de remover o ar e as bolhas antes de aplicar. Os componentes básicos da seringa são: o êmbolo, o cilindro e o bico. O Cilindro - ou Barril ou Corpo da Seringa. É um reservatório feito em polipropileno, para acomodar o medicamento é inserido), claramente graduado, para permitir ver É translúcido, com alto grau de transparência, necessário características do líquido no interior da seringa. O Cilindro é a flange para apoio dos dedos.

medicamento (onde o o volume com precisão. para visualização das parte externa oca, com

O bico é a parte distal da seringa, onde encaixamos o canhão da agulha. Graduação ou escala. São marcações de escala estampadas no cilindro, normalmente marcada em unidades de mL (mililitro) - e em frações de mL. Escala nítida com ótima fixação. Nas seringas de insulina as graduações são exibidas em Unidades Internacionais UI, com base na concentração da insulina prescrita. Exemplo: 100-U.I. significa 100 Unidades Internacionais de insulina suspensas em 1 mL de líquido. Uma seringa de insulina de 0,3 mL acomodará até 30 Unidades Internacionais ao usar insulina na concentração de U-100. A Flange. Flanges são como asas ou linguetas na base do cilindro, expansões que se projetam da lateral da base do cilindro da seringa, fornecem uma área ou superfície que serve de apoio para os dedos do aplicador, para facilitar a aspiração e a injeção do líquido aspirado. As flanges servem de apoio para os dedos, facilitando a aspiração e a injeção do medicamento. Na aspiração. Com a mão dominante puxe a cabeça do êmbolo com dedos polegar, indicador e médio. Com a mão secundária segure firme o cilindro. Na injeção. 33

Com a mão dominante empurre a cabeça do êmbolo com o dedo polegar. É preciso estar com os dedos indicador e médio apoiados na flange. Com a mão secundária apoiada sobre o corpo do paciente direcione para si os dedos indicador e polegar para segurar imóvel o cilindro. O Êmbolo - ou Haste. É um dispositivo semelhante a um pistão (bastão) ajustado dentro do cilindro, se mantém no seu interior, usado para a introduzir (e expulsar) o medicamento. É usado para puxar e empurrar o medicamento, aspirar e aplicar. Possui uma anel de retenção na ponta interna. O anel de retenção evita que o êmbolo se separe do cilindro A cabeça ou base do êmbolo. Fica na parte externa, é uma área alargada onde o aplicador pressiona com o polegar, empurrando a haste do êmbolo, dentro do cilindro, em direção ao bico da seringa para expelir o conteúdo e injetar no paciente. A cabeça do êmbolo permite que o polegar exerça uma pressão segura no momento de injetar. Rolha de retenção ou Stopper. Sem látex, de borracha sintética, conectado na ponta interna do êmbolo. Ele evita vazamento de medicamento em torno do êmbolo. Atua como um indicador para medir o volume do líquido da seringa.

Segure a seringa como a um dardo.

SERINGAS A escolha da seringa depende do volume de medicamento e da via de aplicação. Seringas maiores para volumes maiores. Seringas de insulina terá capacidade máxima de 1 mL. Seringas mais usadas em drogaria. Tenha diferentes tamanhos de agulhas embaladas individualmente além das que acompanham as seringas em suas próprias embalagens. Numa drogaria sempre mantenho seringas de 1 mL para aplicação de insulina. E seringas de 3 mL e 5 mL para aplicação intramuscular. Seringas de 10 e 20 mL geralmente são vendidas para enfermeiros. 34

As seringas de volume maior sem agulha são usadas para fins diversos - para encher cartucho de tinta, alimentar animais, fazer lavagem nasal, etc. Confira os principais tamanhos e indicações das seringas: Seringa de 1 mL: é dividida em 100 partes iguais. Chamamos de unidades internacionais UI. Ela é indicada para administrar medicamentos por via intradérmica e subcutânea. Seringa de 3 mL: é dividida em mm3 (milímetros cúbicos), ou seja, de 0,5 em 0,5 mL, e cada 0,5 mL é dividido em 0,1 mL. Ela é indicada para administrar medicamentos por via intramuscular e intravenosa. Seringa de 5 mL: é dividida em mm3 (milímetros cúbicos), porém sua divisão é de 1 em 1 mL e cada 1 mL é dividido em 0,2 mL. Assim como a seringa de 3 mL, ela é indicada para administrar medicamentos por via intramuscular e intravenosa. Seringa de 10 mL: tem a mesma divisão da seringa de 5 mL, a única diferença é que ela é maior e indicada apenas para a administração de medicamentos por via intravenosa. Seringa de 20 mL: é dividida em mm 3 (milímetros cúbicos), graduada de 1 em 1 mL do início ao fim. Ela é indicada para administrar medicamentos por via intravenosa e na alimentação enteral.

➡️ Nesta imagem acima e à esquerda temos uma seringa Ultra-Fine de 50 Unidades Internacionais UI junto a um frasco de insulina N. ➡️Na parte superior no centro, 2 modelos de caneta de aplicação de insulina. ➡️Na parte inferior esquerda temos 1 seringa de 1 mL. ➡️ No canto inferior direito um modelo de bomba de insulina. Um dispositivo eletrônico que fica conectado ao corpo liberando insulina de forma contínua durante 24 horas e em doses controladas. Seringa 1 mL: 0,1 mL = 10 UI 0,2 mL = 20 UI 0,3 mL = 30 UI 0,4 mL = 40 UI 35

0,5 mL = 50 UI 0,6 mL = 60 UI 0,7 mL = 70 UI 0,8 mL = 80 UI 0,9 mL = 90 UI 1 mL = 100 UI Acima temos uma tabela de equivalência entre mL e Unidades Internacionais. 1 mL equivale a 100 Unidades Internacionais UI. Para aplicar 50 Unidades Internacionais de uma insulina vou precisar aspirar 0,5 mL. E assim por diante.

Esta imagem mostra como aferir o volume em uma seringa de 3 mL, 5 mL, 10 mL e 20 mL. ESTOQUE DE SERINGAS E AGULHAS. Não faça estoque de seringas (e agulhas) na sala de aplicação. Mantenha uma quantidade suficiente para 3 dias de trabalho. Vá abastecendo conforme o uso. Guarde o excesso no estoque da loja em sua caixa original ou em um organizador com tampa. Armazenamento de seringas e Agulhas. RDC 44 de 2009 (tem as regras gerais de armazenamento). Artigo 35... produtos devem ser armazenados de forma ordenada, seguindo as especificações do fabricante e sob condições que garantam a manutenção de sua identidade, integridade, qualidade, segurança, eficácia e rastreabilidade. Às vezes o cliente traz o injetável comprado em outra drogaria e existe a preocupação em relação à rastreabilidade e qualidade do produto que será administrado e eventuais prejuízos ao paciente decorrentes da má qualidade do medicamento e seu armazenamento inadequado. É por isso que recomendamos que o cliente assine um termo de responsabilidade pelo medicamento adquirido na concorrência - Termo de Ciência e Responsabilidade. Recomendamos que seja solicitada a receita, também o cupom fiscal que comprove a aquisição do medicamento, assegurando que o medicamento foi acondicionado adequadamente e com a identificação sobre a origem do produto (CNPJ da empresa e dados do medicamento contido na embalagem), para que seja possível a aplicação do 36

medicamento injetável. O profissional deverá avaliar as condições do medicamento trazido pelo paciente (verificar se a embalagem está íntegra, se o produto se encontra no prazo de validade, se há sinais de adulteração da embalagem, se os dados de lote e fabricante estão adequados) com o intuito de não evidenciar adulterações do produto que venham comprometer a qualidade da terapia. Caso seja observado qualquer desvio de qualidade ou suspeita de adulteração do produto, a administração do medicamento não deverá ser realizada, uma vez que há justificativas técnicas que embasam tal conduta do profissional. De acordo com o Código de Ética Farmacêutica, o trabalho do farmacêutico deve ser exercido com autonomia técnica e sem a inadequada interferência de terceiros, tampouco com objetivo meramente de lucro, finalidade política, religiosa ou outra forma de exploração em desfavor da sociedade. Inciso 3º... produtos que exigem armazenamento... abaixo da temperatura ambiente, devem ser obedecidas as especificações declaradas na respectiva embalagem, devendo a temperatura do local ser medida e registrada diariamente. Artigo 36. Os produtos devem ser armazenados em gavetas, prateleiras ou suporte equivalente, afastados do piso, parede e teto, a fim de permitir sua fácil limpeza e inspeção durante a visita de um fiscal.

Nessa acima imagem, seringas de insulina com agulha Ultra Fine BD. Seringas BD Ultra-Fine de 100 Unidades Internacionais Equivale a 1 mL ou 1 cc (centímetro cúbico). Seringa com capacidade para 100 Unidades. Escala com graduação de 2 em 2 Unidades, registra com precisão doses pares de insulina. Ideal para prescrições acima de 50 unidades por aplicação. Seringas BD Ultra-Fine de 50 Unidades Internacionais. Equivale a 0,5 mL ou 0,5 cc (centímetro cúbico). Seringa com capacidade para 50 Unidades. Escala com graduação de 1 em 1 unidade, registra com precisão doses pares e ímpares de insulina. Ideal para prescrições de até 50 unidades por aplicação. Seringas BD Ultra-Fine de 30 Unidades Internacionais. 37

Equivale a 0,3 mL ou 0,3 cc (centímetro cúbico). Seringa com capacidade para 30 Unidades. Escala de graduação de 1 em 1 unidades na versão com agulha de 8 mm, registra com precisão doses pares e ímpares. Escala de graduação de meia em meia unidade na versão com agulha de 6 mm, registra com precisão doses pares, ímpares e de meia unidade. Ideal para prescrições de até 30 unidades por aplicação.

SERINGAS PRÉ-CARREGADAS As seringas Pré-carregadas (preenchidas em Laboratório Farmacêutico) ajudam o nosso trabalho como aplicador de injeção. Chamamos uma indústria farmacêutica de Laboratório Farmacêutico. Não vai precisar abrir ampola, nem aspirar. Vem pronta, facilita, agiliza. Só não esquece de retirar o ar e as bolhas. Elas custam um pouco mais caro, mas acho que compensa. A maioria dos clientes prefere a outra, na ampola, é mais econômico. Para mim tanto faz, qualquer das duas eu aplico, faz parte da minha rotina. Há umas importadas, geralmente em ambiente hospitalar que vem com mola, vários lacres, dispositivo de segurança e outros detalhes - anticoncepcionais, anticoagulantes, medicamento para tratamento de câncer, etc. Numa grande drogaria você também pode encontrar seringa oral, sem agulha, para aspirar xarope de criança, para medir o volume desejado e colocar na boca da criança. É muito prático. Há também seringas com bulbo para lavagem de nariz e ouvido. É bom saber, para não ficar confuso.

TIPOS DE BICOS DE SERINGA

1- O bico de seringa do tipo Luer Lock - conexão por rosca. Apresenta em sua ponta uma rosca dupla, dificultando o desprendimento da agulha, proporcionando maior segurança durante a manipulação da agulha no corpo humano, 38

especialmente quando é utilizada com medicamentos oleosos, tanto em vias subcutâneas, quanto musculares ou intravenosas. Geralmente usado em injeções que necessitam de conexão mais firme. É compatível com agulhas, catéteres e outros dispositivos. 2- O bico de seringa do tipo Luer Slip - conexão por pressão. Conexão de encaixe indicada para conectar agulhas no sistema puxa e encaixa. Este assegura uma conexão e desconexão mais fácil. Oferece uma conexão não-firme. 3- O bico de seringa do tipo Luer Excêntrica (Luer Slip ou apenas Luer) - conexão por pressão. Indicado para aplicações que requerem proximidade da pele. Geralmente usado para venopunção e aspiração de fluidos. Tem um design reto que permite o encaixe facilitado da agulha e promove, durante a manipulação, encaixe em catéteres, aplicações de vacina, coleta de sangue por agulha ou catéteres periféricos, além de infusão de medicamentos líquidos e menos viscosos. Conexão não-firme. 4- O bico de seringa do tipo Catéter. Usado para limpeza, lavagem de catéteres, tubos de gastrostomia e outros dispositivos. Em drogaria prefiro usar seringas com bico Luer-Lok, evita que as agulhas se desprendam do cilindro quando estão rosqueadas até o final. Confira sempre se a agulha está totalmente rosqueada, para não sair. Se for usar uma seringa com bico Lüer-Slip sempre aperte o canhão da agulha (encapada) contra o bico da seringa, para certificar-se de um correto encaixe. Tenha muito cuidado para não tocar na ponta da agulha para não se furar. A lateral da ponta da agulha (bisel) corta a pele. Não toque na haste da agulha para evitar contaminar. No final desta parte teórica falaremos sobre segurança do paciente e do aplicador, isso inclui as seringas e agulhas com dispositivos de segurança.

AGULHAS Veremos como escolher uma agulha adequada. Os tipos de agulha - para seringa, para caneta de autoaplicação. Calibres - da mais fina à mais grossa. Comprimentos - da mais curta à mais comprida. A função da agulha está atrelada a suas medidas características de diâmetro (calibre) e 39

comprimento. Cada componente da agulha. Antes de saber para que serve cada modelo e tamanho de agulha é importante conhecer cada uma das suas partes.

A agulha de aço inoxidável se conecta no bico da seringa. A agulha vem com uma capa ou tampa. A agulha é composta de 3 partes principais: canhão, haste e bisel. O canhão é uma parte larga da agulha, geralmente de plástico colorido, que permite o encaixe no bico da seringa. Ele pode ser feito em plástico ou liga de alumínio. Haste ou cânula da agulha é a parte maior, oca e fina de metal, normalmente um tubo de aço inox, por onde passam os líquidos aspirados e injetados. O bisel é composto de facetas cortadas a laser na diagonal, próximo à ponta da agulha. A ponta da agulha (ápice) faz parte do bisel. O bisel é como uma faca bastante afiada, na ponta da agulha. Ele perfura e corta - é perfurante e cortante. As facetas facilitam a penetração na pele, gordura e músculo.

Vemos na imagem (tabela) acima as agulhas mais comuns - em Gauge e em mm. Você pode se familiarizar pela cor do canhão da agulha, mas terá sempre que conferir na embalagem as especificações. Dependendo do fabricante, a cor pode variar. O calibre das agulhas em Gauge. 40

Agulha 18G. Uso em adultos Também para aspiração de oleosos. Agulha 19G e 21G. Uso em adultos. Aplique no Vasto Lateral em adulto grande. Evite aplicar no Dorsoglúteo em obesos. Pessoas caquéticas: aplique no Ventroglúteo ou Deltoide. Agulha 22G, 23G, 24G e 25G. Todas as idades. Aplique no Vasto Lateral em adulto normal. Evite aplicar no Dorsoglúteo em obesos. Pessoas caquéticas, aplique no Ventroglúteo ou Deltoide. Agulha 23G e 24G. Também podem ser usadas para coleta Intravenosa em veias finas. Agulha 24G também é usada para aspiração de aquosos em pequenos volumes. Agulha 26G. Todas as idades. Subcutânea acima de 10 anos. Agulha 27,5G. Aplique no Vasto Lateral em menores de 1 ano. Essa agulha vem na seringa 1 mL slip. Agulha 30G Para crianças e adultos magros. Quando for escolher a agulha há alguns critérios a serem considerados.

Critério da via de administração: Calibre grosso em geral para a via intravenosa ou para aspirar medicamento oleoso. Calibre fino para a via intradérmica e subcutânea. 41

Calibre intermediário para a via intramuscular. Critério da faixa etária e peso corporal: Em adultos e obesos o calibre será mais grosso. Em crianças e pessoas magras o calibre será mais fino. Cada tipo de agulha é indicada para procedimentos específicos. A escolha da agulha certa vai depender da via de administração, do local, do volume e da viscosidade do medicamento, das condições da pele e musculatura do paciente. Você já viu que em crianças usamos as agulhas menores e mais finas. Pessoas de grande porte, obesos e fisiculturistas pedem uma agulha mais longa e mais grossa. Precisa confirmar a compatibilidade entre agulha e paciente. Medicamentos viscosos, oleosos, exigem agulhas mais grossas. Os menos viscosos, aquosos, pedem agulhas mais finas. Em drogaria raramente você vai ter agulha específica para aspirar diluente ou medicamento. CORES E INDICAÇÕES DE USO DE CADA TIPO DE AGULHA O calibre da agulha é o que define seu tamanho que fica mais fácil de ser identificado através do padrão de cores. As cores podem variar um pouco de acordo com o fabricante, por isso é importante prestar atenção. O uso errado de uma agulha pode causar graves danos como a perfuração de um órgão. Características das agulhas de injeção BD Precísion Glide: Elas possuem cânula siliconada que desliza facilmente, diminuindo a dor do paciente. O bisel é trifacetado, o que torna a aplicação mais fácil e reduz a dor do paciente. Canhão colorido facilita a identificação visual do calibre da agulha. Todas as agulhas são estéreis, embaladas individualmente, em embalagens do tipo pétalas. O encaixe é universal, indicado para seringas com bico Luer Slip e Luer Lock. O protetor plástico serve para manter a agulha protegida até o uso. Es agulhas BD Precísion Glide tem o corpo em aço inoxidável biselado, canhão em plástico, é provida de protetor, esterilizada a óxido de etileno, embalada individualmente. Bisel trifacetado, o mais comum. Quando o bisel é trifacetado significa que ele tem três superfícies que servem para reduzir o desconforto e gerar menor dano possível aos tecidos. Você vai se deparar com frequência com a expressão agulha hipodérmica. Apesar do nome hipodérmica ser mais apropriado para a via subcutânea, usamos esse nome também para as outras vias de administração. Agulha Hipodérmica Descartável BD. São indicadas para uso hospitalar, farmácias e drogarias, clínicas médicas e veterinárias, ambulatórios de saúde, home care, laboratórios, estética, indústrias. Utilizada para 42

aspiração e aplicação de medicamentos, administrados nas vias intramuscular, subcutânea, intravenosa e intradérmica. A cor do canhão varia conforme o calibre da agulha. Os calibres definem a configuração da agulha e cada modelo é representado por uma cor específica. As cores podem variar de acordo com o fabricante, por isso é preciso prestar bastante atenção. Conheça as recomendações técnicas. Inspecione o local onde fará a injeção. Escolha a agulha certa, compatível com o paciente, com o medicamento, com a via e com o local de aplicação. Agulha amarela: com 13 por 0,30 mm, o calibre mais fino, essa agulha é indicada para aplicação de soluções subcutâneas em uso pediátrico e adultos magros. Ela é recomendada para administrar medicamentos com aspecto aquoso. Agulha marrom: também indicada para a pediatria para a administração de medicamento por via subcutânea e intradérmica, pode ser encontrada no seguinte tamanho: 13 por 0,45 mm. É recomendada para crianças acima de 10 anos e adultos magros. Agulha roxa: esse modelo com 20 por 0,55 mm é usado na aspiração de medicamentos em vias intramuscular, subcutânea e intravenosa, além de ser bastante utilizada na coleta de sangue de pacientes que possuem as veias muito finas. Agulha azul: com calibre de 25 por 0,60 mm, essa agulha hipodérmica pode ser usada em administrações por vias subcutânea e intravenosa, além de coletas de sangue, dependendo da anatomia do paciente, por ter um calibre fino e delicado. Agulha verde água: esse tipo de agulha serve para diferentes aplicações com volumes diferentes dependendo do paciente. Ela possui calibre de 25 por 0,80 mm. Agulha preta: pode ser encontrada com dois tamanhos de calibres diferentes. Usado para aplicação de medicamentos do tipo solução aquosa, por via intramuscular e intravenosas. O modelo 30 por 0,70 mm é usado em adultos na aplicação de vacinas e medicamentos injetáveis, por vias intramuscular. O tamanho 25 por 0,70 mm, por ser mais curta exerce a mesma função, porém é recomendada para uso pediátrico e em adultos magros. Agulha verde: com calibre de 30 por 0,80 mm e 25 por 0,80 mm, é usada em pacientes acima do peso por ser mais grossa, para aplicação de medicamentos aquosos, oleosos e suspensões, nas vias intramusculares ou intravenosas. Agulha rosa: esse modelo é o que possui o calibre mais grosso, 40 por 1,20 mm. Ela serve para aspirar medicamentos mais viscosos, oleosos e grandes volumes.

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Para aplicar medicamento oleoso eu precisaria de uma agulha de calibre maior, a de canhão verde, com um calibre de 0,80 mm e 25 mm de comprimento. Geralmente as drogarias não tem essa agulha. Se preciso aplicar um medicamento oleoso (ou uma suspensão) e só tenho agulha de canhão preto para intramuscular, precisarei fazer uma forte pressão no êmbolo, e sem pressa. O êmbolo da Solomed BD pode quebrar quando submetida a forte pressão. Para aplicar medicamentos oleosos eu prefiro uma seringa tradicional Plastipak BD - o êmbolo não quebra se eu fizer forte pressão no êmbolo. Geralmente mantenho as seguintes agulhas na sala de aplicação:

CINZA: para aplicação subcutânea uma agulha comum de 0,38 por 13 mm. AMARELA: agulha fina de 0,30 por 13 mm. CASTANHO: às vezes temos disponível a agulha 0,45 por 13 mm. PRETO: para uso intramuscular as drogarias mantém uma agulha de 0,70 por 25 mm e uma agulha de 0,70 por 30 mm, elas vem com o canhão na mesma cor. VERDE: pode ser necessário usar uma agulha de calibre maior, para medicamentos oleosos, neste caso uma agulha de 0,80 por 25 mm ou 0,80 por 30 mm. Na imagem acima note a agulha roxa, a azul e a rosa (no final). Agulhas com canhão na mesma cor tem o mesmo calibre, o que varia é o comprimento, uma mais curta e outra mais longa. Para aspirar um medicamento de um frasco-ampola. Use um calibre maior de agulha para aspirar medicamentos oleosos e suspensões. Geralmente usamos uma agulha de 1,20 por 25 mm para aspirar líquidos de maior viscosidade e uma agulha de 0,55 por 20 mm para aspirar líquidos de menor viscosidade. Eu consigo aspirar medicamentos aquosos com uma agulha de 0,70 por 30 mm ou de 0,70 por 25 mm. As agulhas são lubrificadas com silicone e tem ponta afiada. O frasco-ampola tem uma borracha sintética que reduz o fio da agulha e sua lubrificação. Por isso a recomendação é trocar a agulha após aspirar. As drogarias cobram uma taxa única para aplicar, sem incluir a segunda agulha. Você programa para o cliente pagar essa agulha extra, para o cliente sentir menos dor. Se ele se negar a pagar, você doa ou aplica com a mesma agulha que aspirou. 44

Agulha 25 por 70 use em pessoas acima de 2 anos. Agulha 20 por 55 use em crianças abaixo de 2 anos. No Brasil usamos as medidas de comprimento e espessura da agulha em milímetros. Nos Estados Unidos a espessura é em Gauge.

Na primeira imagem um comparativo de 4 agulhas, da mais fina à mais grossa. Perceba que quanto maior o Gauge menor o calibre, isto é, mais fina é a agulha. Na segunda imagem temos uma figura que nos mostra as diferentes profundidades das aplicações. A mais superficial: a intradérmica. Por fim, a mais profunda: a intraóssea. Em drogaria não fazemos intra-articular nem intraóssea. Você pode ver as medidas das agulhas comumente usadas para cada via. Na terceira imagem vemos uma trena. Embaixo as medidas em mm e em cima as medidas em polegadas. Quando falarmos em polegadas, cada polegada tem 25,4 mm ou 2,54 cm. Cuidados com o local de aplicação, no paciente O farmacêutico precisa inspecionar, de maneira visual e tátil, o local onde será aplicada a injeção. Não é recomendado aplicar injeção nos locais onde são identificados sinais de inflamação como vermelhidão e inchaço, nódulo, cicatriz, implante de silicone na região do glúteo, por exemplo, e tatuagem. Sempre que atender uma mulher com corpão pergunte se ela tem silicone. Se aplicar no silicone ele vaza e causa um grande transtorno. Os detalhes das seringas e agulhas estão na embalagem. A agulha com a medida de 0,70 por 30 mm é bastante usada em aplicação intramuscular e intravenosa. O canhão dessa agulha tem a cor preta. Para cada cor de canhão de agulha temos um número Gauge específico. Canhão preto: Gauge 22. Agulhas hipodérmicas: Você vai aprender a escolher a agulha correta. Entenda os tipos e indicações. As agulhas são dos materiais mais utilizados no ramo da saúde, já que colaboram com muitos procedimentos. Vamos ver os tipos e indicações das agulhas hipodérmicas existentes. Se você tem dúvidas a respeito do assunto, neste texto vamos te ajudar a conhecer mais 45

sobre as agulhas. Agulhas hipodérmicas. Presente no dia a dia dos profissionais da saúde, como enfermeiros, médicos, veterinários e esteticistas, as agulhas hipodérmicas correspondem a dispositivos médico-hospitalares que são acoplados às seringas. Essa ferramenta tem como finalidade apoiar a administração de medicamentos ou a aspiração de fluidos para análises, seja em humanos ou animais. Existem agulhas hipodérmicas de diferentes tamanhos e cores. Utilização das agulhas. Conforme comentado, as agulhas hipodérmicas são indicadas para facilitar a aplicação de medicamentos de forma eficaz, uma das práticas mais comuns na rotina de um profissional da saúde. Essa aplicação pode ocorrer por meio de quatro vias de administração. O local onde a injeção será aplicada é um dos quesitos que auxiliam na escolha de uma agulha. A escolha das agulhas vai depender da via de administração. Além disso, as agulhas também auxiliam na coleta sanguínea e de outros fluídos corpóreos quando fundamentais para análises clínicas. Após a identificação do medicamento, avaliação da prescrição e escolha do local de aplicação, a próxima fase é escolher a agulha que será utilizada no procedimento.

Nessa imagem temos uma tabela. Vemos o comprimento da agulha normalmente usada para cada perfil de cliente, considerando o local de aplicação. Para intramuscular no músculo deltoide e vasto lateral, note na tabela que deve usar uma agulha menos longa. Se o paciente for magro considere a possibilidade de fazer uma prega para não atingir o osso. O bom senso nos leva a entender que em bebês no primeiro mês de vida usaremos a agulha mais curta: 20 mm. Quanto maior o paciente, em geral maior é o comprimento da agulha. É importante considerar a idade do paciente - se é criança, adolescente, adulto e idoso. Considerar a estrutura corporal ou porte físico, se é magro ou gordo, a viscosidade do 46

medicamento prescrito, a via de administração indicada e a região onde vamos aplicar o medicamento. A escolha do calibre da agulha depende da viscosidade do medicamento que será aplicado. Agulhas com calibres maiores são desejáveis para administração na via intramuscular de medicamentos oleosos e suspensões. A escolha correta da agulha evita que um medicamento seja aplicado em local não indicado, portanto vai depender da via de administração. Injeções na via intramuscular requerem uma agulha de comprimento maior. Se você ainda não tem prática vai perceber que as agulhas para aplicação subcutânea são curtas. Ao escolher uma agulha com um comprimento muito longo para fazer uma aplicação na via subcutânea, o medicamento pode ser aplicado na via intramuscular e isso pode provocar problemas na absorção do medicamento e interferir na efetividade do tratamento. Durante a escolha da agulha considere o diâmetro e o comprimento. As medidas de calibre e comprimento determinam a função da agulha. Uma agulha 0,70 por 30 mm tem 0,70 mm de calibre e 30 mm de comprimento e será utilizada para administrações intramusculares em adultos. Quanto mais comprida a agulha, mais tecidos profundos ela consegue alcançar o que pode ser útil em adultos obesos nos quais a camada subcutânea é mais grossa. Já nas crianças, agulhas mais curtas, de 20 ou 25 mm, normalmente são usadas. O calibre da agulha depende da viscosidade do medicamento, ficando as mais grossas, de 0,8 mm, reservadas para substâncias oleosas ou suspensões. Se uma agulha mais fina do que o recomendado é utilizada, há o risco de entupimento. Dessa forma, a agulha vai depender do local da aplicação e do medicamento que será aplicado. Identificação das características da agulha. Escolha o calibre certo. Na via intramuscular, ao aplicar medicamentos com maior viscosidade, como oleosos ou suspensões, deve-se dar preferência para agulhas com maior calibre, por exemplo, 0,80 mm. Enquanto isso, medicamentos diluídos em água são facilmente administrados com agulhas de calibre de 0,70 mm. As características da agulha podem ser identificadas na sua embalagem. Uma agulha com descrição 0,70 por 25 mm, por exemplo, informa que a agulha tem 0,70 mm de calibre e 25 mm de comprimento. É uma agulha na média, há algumas mais finas e outras mais grossas. Para uma aplicação Intramuscular em adulto geralmente usamos agulha medindo 0,70 por 25 mm ou 0,70 por 30 mm. A depender do produto, se ele é importado ou não, pode ser que você se depare com codificações diferentes de tamanho. No caso dos produtos nacionais, o sistema métrico adotado utiliza milímetro para o calibre (espessura) e para o comprimento da agulha. 47

Uma seringa rotulada como 3 mL de capacidade de volume, com uma agulha de 0,70 por 30 mm, a agulha tem um calibre de 0,70 mm e um comprimento de 30 mm. Já no sistema inglês de comprimento, utiliza-se a polegada. Sendo assim, uma agulha de 21G vezes 1 polegada e 1 quarto, de polegada. Se trata de uma agulha com calibre de 21 Gauge, e um comprimento de 1 polegada e 1 quarto, de polegada. As agulhas são alguns dos instrumentos principais na rotina de farmacêuticos, balconistas, enfermeiros, médicos e veterinários. Acopladas às seringas, as agulhas são usadas na administração de medicamentos ou para a aspiração de fluidos para análises clínicas, aplicação de vacinas e soros imunizantes.

Na imagem, agulhas Ultra Fine BD para canetas de insulina. Perceba as especificações em Gauge e em mm. Importância da caneta de aplicação de insulina: Elas podem ser levadas na bolsa ao trabalho, à escola, a qualquer lugar. E permitem ajustar com facilidade e precisão a dose a injetar. O medicamento vem em cartuchos que se inserem numa caneta reutilizável (ou em canetas pré-carregadas, descartáveis), não sendo assim necessário preparar a dose a partir de um frasco-ampola. A agulha deve ser substituída após cada utilização. Intramuscular no local Dorsoglúteo exige uma agulha maior porque possui um subcutâneo mais espesso, uma camada de gordura considerável, principalmente em pacientes obesos. Se usarmos agulha curta há risco de injeção na via subcutânea. Leve em consideração o local de aplicação, a idade e o perfil físico. Se você escolher a agulha corretamente, você evita a aplicação em locais não indicados. Ao usar uma agulha muito longa para fazer uma injeção subcutânea, você pode na verdade aplicar no músculo - atingindo a via intramuscular. Como consequência haverá uma absorção diferente do que foi projetado, geralmente mais rápida e sempre diferente do previsto para o tratamento prescrito. Abaixo, uma tabela do Manual de Aplicação de Injetáveis BD. 48

Característica física

Agulha da seringa

Agulha para caneta

Adulto com sobrepeso ou obeso

Ultra-Fine 0.33 x 12,7 mm

Ultra-Fine 0.33 x 12,7 mm Ultra-Fine III Curta 0.25 x 8 mm ou

Adultos

Adulto com tipo físico normal ou magro

Adultos com sobrepeso ou obeso com distribuição irregular de tecido subcutâneo. Avaliar cada região

Ultra Fine II Curta 0.30 x 8 mm

Ultra-Fine III Mini 0.25 x 5 mm (dispensa prega cutânea)

Ultra-Fine 0.33 x 12,7 mm Para regiões com excesso de subcutâneo

Ultra-Fine 0.33 x 12,7 mm Para regiões com excesso de subcutâneo

Ultra Fine II Curta 0.30 x 8 mm Para regiões magras com pouco subcutâneo

Ultra Fine II Curta 0.25 x 8 mm Para regiões magras com pouco subcutâneo

Adolescentes e crianças

Ultra Fine III Curta 0.25 x 8 mm ou Adultos atletas

Ultra Fine II Curta 0.30 x 8 mm

Gestantes

Considerar tipo físico antes de gravidez e avaliar cada região recomendada para aplicação

Ultra-Fine III Mini 0.25 x 5 mm (dispensa prega cutânea) Considerar tipo físico antes de gravidez e avaliar cada região recomendada para aplicação

Ultra Fine III Curta 0.25 x 8 mm ou Adolescentes e crianças

Ultra Fine II Curta 0.30 x 8 mm

Ultra-Fine III Mini 0.25 x 5 mm (dispensa prega cutânea)

TIPOS DE BISEL

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Na primeira imagem vemos os tipos de bisel quanto ao número de facetas (cortes). Na sequência detalhes do bisel com 3 e com 5 facetas. Na imagem à direita, os tipos de bisel quanto ao comprimento. Bisel regular: O chanfro mais comum, usado na grande maioria das aplicações. Normalmente usado para injeções intramusculares e subcutâneas. Bisel curto: Usado para aplicações especiais, como amostragem gasosa no sangue arterial e bloqueios nervosos. Os bloqueios de nervos são injeções anestésicas administradas para adormecer tais nervos que irrigam uma determinada parte do corpo - um braço, uma mão, uma perna, um pé, etc. Bisel intradérmico: Este bisel de agulha é usado principalmente para testes cutâneos. Por exemplo, testes de alergia. Bisel Trifacetado, é o mais comum atualmente. Quando o bisel é trifacetado significa que ele tem três superfícies de corte que servem para reduzir o desconforto e gerar menor dano possível aos tecidos. Bisel pentafacetado: Mais recente, para agulhas de insulina, patenteado pela BD. Com cinco facetas, é capaz de permitir uma aplicação ainda mais suave e delicada. As duas facetas adicionais criam uma superfície mais plana e fina que leva a uma suavização da sensação de dor. Imagine que pessoas que tem diabetes e dependem de insulina geralmente 3 vezes ao dia. O bisel pentafacetado, com cinco facetas, é capaz de permitir uma aplicação ainda mais suave e delicada. Uma agulha ultrafina e curta o bastante para não causar desconforto, é o que os usuários de insulina precisam.

As agulhas de caneta de insulina oferecem opções finas e curtas o bastante. Do 29G ao 33G, essas agulhas da imagem acima à esquerda só encaixam em canetas, não servem para uso com seringa. Essa agulha de 4 mm (PentaPoint) é a mais curta do mercado. 50

Ela é pentafacetada, ou seja, penetra mais fácil e com o menor desconforto.

AMPOLA E FRASCO-AMPOLA Há sistemas (tecnologias) de ruptura (abertura) das ampolas: Vibrac e O.P.C.

O.P.C. (open point cut). Vibrac - vem com anel ou sulco de ruptura na linha do pescoço. A ampola abre em 360 graus. Na segunda imagem: ampola e frasco-ampola. Na próxima imagem: uma ampola de vidro na cor âmbar. Numa caixa de ampolas de Voltaren vem cinco ampolas. Você vai aplicar apenas uma por vez. Veja na receita quando será a próxima, geralmente uma ao dia, a cada dois dias, no total de duas aplicações. Explique ao paciente que vai sobrar três ampolas. Diga que ele poderá guardar as ampolas que sobraram para uma possível necessidade no futuro. Ou fazer uma doação para um hospital público. Quando uma caixa de um determinado medicamento não cobre o tratamento completo, adicione à compra o resto do tratamento. Poderá sobrar, não faltar. Se após o tratamento o problema voltar, no mês seguinte, o paciente vai precisar de uma nova prescrição para aplicar. A prescrição limita a quantidade de aplicações. Quando uma receita pode ser reutilizada? Só quando o medicamento for de uso contínuo, no caso de aplicação de medicamento injetável, se for uma insulina por prazo indeterminado ou uso contínuo, o paciente deverá renovar a prescrição no máximo em um ano. O paciente precisa fazer uma revisão anual dos exames, para saber se o medicamento continua adequado para o tratamento dele. Ampola do tipo OPC, open point cut - ou único ponto de abertura. Um ponto de pressão que exige metade da força durante a abertura da ampola. Esse método não solta tinta. 51

Vamos revisar ampolas e frascos-ampolas. Ampola. Vem em dose unitária. Frasco-ampola. Pode apresentar uma dose unitária ou múltiplas doses. Em um frasco-ampola pode vir o medicamento pronto, líquido. Ou pode vir um medicamento em pó, liofilizado. Junto com o frasco com pó liofilizado, teremos uma ampola com diluente compatível com o medicamento. Impossível aplicar um pó, certo? Assim já sabe que terá que diluir. Não tem como aplicar um pó sólido através de uma agulha, é necessário diluir corretamente. Existe um diluente adequado e compatível para cada medicamento injetável. Citando tipos de diluentes: soro fisiológico, soro glicosado a 5% e água destilada. Junto com um diluente numa ampola pode vir um anestésico, como a lidocaína. Sem a lidocaína a injeção seria muito mais dolorida. Siga as recomendações da bula, da prescrição e do hospital onde trabalha. Abertura da ampola. Há alguns anos algumas ampolas vinham acompanhadas com uma lixa pequena. O pescoço da ampola era lixado para facilitar a quebra ou abertura. Hoje as ampolas em geral são do tipo Vibrac e OPC, mais fáceis de abrir. Uma minoria vem sem o anel - ou até vem com o anel, mas muito duras de abrir. Bom seria se todos os injetáveis viessem preparados, em seringa pré-carregadas, já preenchidas de fábrica. Seria mais rápido e mais prático aplicar. Menor chance de acidentes e de contaminações.

ABERTURA DA AMPOLA

Na imagem acima à direita, essas faixas vermelha e verde (ou azul e verde, ou laranja e vermelho), são colocadas para evitar cópia, falsificação. São acessório de proteção contra cópia ilegal. As ampolas de atropina na cor âmbar são do tipo Vibrac, com uma linha pré-lixada no pescoço. 52

Já vimos que essa linha no pescoço da ampola de vidro nos mostra o local de abertura dessa ampola, nessa linha pré-lixada é mais fácil romper. As 2 últimas ampolas transparentes tem um ponto OPC para abertura. Dê toques para o líquido descer. Faça a assepsia do gargalo com álcool 70 em swab ou algodão. Envolva o pescoço da ampola com a parte interna estéril da pétala da seringa, ou use um algodão. Isso evita que você se corte com vidro. Segure firme a base da ampola com mão secundária, mantenha uma leve inclinação diagonal e com a mão dominante vire a cabeça da ampola para o lado. Se segurar a cabeça da ampola com força excessiva, entre os dedos, ela esmiuçará na mão, com risco de cortar a pele. Não aplique força com dois dedos, polegar e indicador. O indicador oferece apoio. Aplique força com o dedo polegar sobre a cabeça da ampola, para o lado. Se estiver difícil abrir, passe uma lixa estéril ou o fio da tesoura da sala de aplicação, após assepsia, no pescoço ou gargalo da ampola de vidro. Pronto, você tem uma ampola aberta. No caso de ampola de plástico: basta girar a cabeça sem precisar aplicar força.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO RELAÇÃO ENTRE VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E VELOCIDADE DE ABSORÇÃO: Injetamos medicamentos no músculo, um tecido vascularizado. O medicamento vai para a corrente sanguínea em baixa velocidade. PARA APLICAR NA VIA INTRAMUSCULAR, ESSA VIA TEM QUE VIR ESPECIFICADA NA BULA Quando queremos absorção e distribuição ultrarrápida damos preferência à via intravenosa. PARA APLICAR NA VIA INTRAVENOSA, ESSA VIA TEM QUE VIR ESPECIFICADA NA BULA E quando o medicamento é programado para uma absorção mais lenta, esse medicamento é fabricado com uma farmacotécnica direcionada para a via subcutânea. PARA APLICAR NA VIA SUBCUTÂNEA, ESSA VIA TEM QUE VIR ESPECIFICADA NA BULA Quando a absorção no tecido é mais rápida (IV), ele comporta maiores volumes. Via intravenosa: tem absorção ultrarrápida, quase instantânea. Via muscular: tem absorção um pouco rápida. Via subcutânea: tem absorção lenta. 53

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO

Intramuscular, subcutânea, intradérmica, intravenosa. Vamos começar falando na via subcutânea. Deixei a via intramuscular para o final porque ficou extenso, já que na sequência falo sobre cada local de aplicação intramuscular - ventroglúteo, vasto lateral, dorsoglúteo e deltoide. Injeção subcutânea. Aplicada em 90° ou 45° de inclinação - vai depender do comprimento da agulha e do perfil do paciente. Nosso objetivo é atingir a gordura subcutânea da pele. Utilizada na aplicação de insulina, por exemplo.

VIA SUBCUTÂNEA (SC) Os medicamentos mais utilizados nessa via são: a insulina, a heparina e várias vacinas. É usado principalmente quando se deseja que o medicamento seja absorvido lentamente. A absorção no tecido subcutâneo é realizada por difusão simples de acordo com o gradiente de concentração entre o local de deposição e o plasma. A velocidade de absorção é mantida e lenta, o que garante um efeito sustentado.  A maioria dos medicamentos subcutâneos são líquidos e solúveis em água, isotônicos e não irritantes para os tecidos. Como o tecido subcutâneo contém receptores de dor, substâncias irritantes podem causar dor, necrose tecidual e descamação.

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A administração SC de fármacos envolve a injeção no tecido subcutâneo frouxo. As injeções são preparadas corno soluções aquosas ou suspensões e são administradas em volumes relativamente pequenos. Um bom exemplo de fármaco administrado por via subcutânea é a insulina. São geralmente aplicadas no antebraço, na parte superior externa do braço, na face lateral externa e frontal da coxa ou na região glútea (nádegas), região abdominal, parte superior e lateral do abdome, exceto região periumbilical. Se o paciente deve receber injeções com frequência, é melhor alternar os locais de administração para reduzir a irritação tecidual. Após a injeção, o fármaco encontra-se nos arredores imediatos dos capilares sanguíneos, permeando, então, por difusão ou filtração. O suprimento de sangue no local de injeção é um fator importante a ser considerado na velocidade de absorção do fármaco. Outro fator também importante a considerar é que, quanto maior o número de capilares, maior é a área superficial e mais rápida a velocidade de absorção. Algumas substâncias modificam a velocidade de absorção de fármacos a partir do local de injeção. A adição de um vasoconstritor na formulação (ou sua prévia injeção) em geral leva à redução da velocidade de absorção, pois causa constrição dos vasos na área administrada, reduzindo, dessa forma, o fluxo sanguíneo e a capacidade de absorção. Esse princípio é usado na administração de anestésicos locais com o vasoconstritor adrenalina. Em contrapartida, para aumentar o fluxo sanguíneo, os vasodilatadores podem ser usados para aumentar a absorção. O exercício físico também influencia a absorção do fármaco a partir do local de injeção. (ANSEL, 2013) Volumes superiores a 2 mL, em aplicação subcutânea, produzem uma pressão dolorosa. Em subcutâneas usamos seringas com capacidade menor e agulhas com calibre mais fino. Se após sua inserção aparecer sangue na seringa, outro local deve ser selecionado. Os medicamentos irritantes ou em forma de suspensão espessa podem produzir endurecimento, necrose ou abscesso e causar dor no paciente. Tais preparações não devem ser utilizadas para injeção SC. (ANSEL, 2013) Quando aplicar subcutânea na região da barriga, evite aplicar próximo ao umbigo ou áreas ósseas do quadril. Mantenha uma distância de 3 dedos ou 5 centímetros do umbigo. Para injetar subcutânea nas coxas, mire no meio do caminho entre o joelho e o quadril, na parte externa da coxa. Você pode injetar subcutânea na lateral ou na parte de trás dos braços; mire na área abaixo do ombro e acima do cotovelo, e aplique na região central. Para evitar dor e cicatrizes, não injete no mesmo local repetidas vezes.

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Acima à esquerda algumas agulhas de caneta de insulina. À direita, dicas para aplicação de subcutânea. Aplicações subcutâneas. Paciente adulto magro ou criança: usar uma agulha curta, ou faça a prega. Agulha de 6 mm é usada em quase todos os pacientes. Mas se o paciente for um adulto bastante magro ou se for uma criança, essa agulha pode chegar no músculo, local errado. A solução é fazer a prega. Se a prega for insuficiente, incline a agulha. Em vez de 90 graus, aplique em 45 graus. Comprimento da agulha subcutânea e respectiva indicação. ➡ ️4 mm: disponível apenas em agulha para caneta. Indicada para todas as pessoas. ➡ ️5 mm: disponível apenas em agulha para caneta. Indicada para todas as pessoas. ➡ ️6 mm: disponível em agulha para caneta e seringa. Indicada para todas as pessoas. ➡ ️ 8 mm: disponível em agulha para caneta e seringa. Risco de aplicação intramuscular em crianças e adolescentes. ➡ ️12 mm: disponível em agulha para caneta e seringa. Risco de aplicação intramuscular em todas as pessoas. ➡ ️12,7 mm: disponível em agulha para caneta e seringa. Risco de aplicação intramuscular em todas as pessoas. ➡ ️13 mm: disponível em agulha para caneta e seringa. Risco de aplicação intramuscular em todas as pessoas.

VIA INTRADÉRMICA (ID) Aplicada com 10 a 15° de inclinação e não deve atingir a derme. Essa aplicação é a mais superficial. Utilizada em vacinas BCG, por exemplo.

A vacina BCG previne a tuberculose provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Aplicação Intradérmica - consiste na introdução de uma pequena quantidade de solução medicamentosa na derme. Esses medicamentos são caracterizados por uma ação 56

poderosa que pode causar reações anafiláticas, daí a necessidade de injetar na derme onde o fluxo sanguíneo é reduzido e a absorção do medicamento é limitada (pouco).  O uso é particularmente indicado para testes cutâneos (de alergia) e vacina da BCG. Várias substâncias podem ser injetadas no cório, a camada mais vascularizada da pele, situada logo abaixo da epiderme. Essas substâncias incluem agentes para diagnóstico, dessensibilização ou imunização. O local habitual para injeção intradérmica é a face anterior do antebraço. Emprega-se uma agulha curta e de calibre fino. A agulha é inserida horizontalmente na pele com o bisel voltado para cima. A injeção é feita quando o bisel desaparece no cório. As injeções intradérmicas são administradas no interior da pele, geralmente em volumes de cerca de 0,1 mL. Os locais comuns para a injeção são o braço e as costas. Sua absorção é lenta, sendo a via preferida para realização de testes de alergia, injeções de dessensibilização, aplicação de anestésicos locais e vacinas. (ANSEL, 2013) Geralmente a aplicação intradérmica é feita sem antissepsia para não interferir na reação da droga. A substância injetada deve formar uma pequena pápula. Local mais apropriado na aplicação intradérmica: face anterior do antebraço, pobre em pelos, com pouca pigmentação, com pouca vascularização e de fácil acesso para leitura. Para realizar a aplicação intradérmica, escolhemos como local preferencial a parte ventral do antebraço. Se esse local não puder ser utilizado, considere a parte superior das costas ou um local de injeção subcutânea. Instrua o paciente a estender o braço, se você for aplicar na parte ventral do antebraço, de maneira com que ele fique com o cotovelo e o antebraço apoiados em uma superfície plana. Faça a higienização do local de injeção. Estique a pele com a mão secundária e insira lentamente a agulha com bisel voltado para cima, até que o bisel esteja logo abaixo da epiderme. Injete lentamente o líquido. Durante o procedimento, é necessário observar a formação de pápula no local. Retire a agulha no mesmo ângulo em que foi inserida. Não é recomendado massagear ou coçar o local após a aplicação.

VIA INTRAVENOSA (IV)

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A administração intravenosa consiste na introdução de substâncias medicamentosas diretamente na corrente sanguínea. Aplicada em 25° de inclinação, com objetivo de atingir a segunda camada abaixo da pele. Utilizada na aplicação de soro e antibióticos, por exemplo. Os medicamentos são administrados diretamente na corrente sanguínea através da veia. É muito usado quando o medicamento não é compatível com a via oral, paciente hospitalizado, quando se quer uma ação imediata do medicamento, uma resposta rápida. Quando há necessidade de injetar grandes volumes - a exemplo da hidratação. Quando se deseja uma dosagem biodisponível mais acurada, ou outros motivos. Ou quando o medicamento é bastante irritante para os tecidos, assim o laboratório projeta o medicamento para ser aplicado nessa via. Por essa via, os medicamentos atingem rapidamente altas concentrações no sangue. Essa via também é usada para coleta de sangue para exames. Na administração intravenosa de fármacos, uma solução aquosa é injetada diretamente na veia em velocidade compatível com a eficácia, a segurança, o conforto para o paciente e a duração desejada da resposta terapêutica. Os fármacos podem ser administrados pela via intravenosa por meio de injeção de um único e pequeno volume ou infusão lenta de grandes volumes (como é comum após cirurgia). As injeções intravenosas proporcionam ação rápida em comparação com outras vias de administração e permitem o alcance de níveis plasmáticos desejáveis do fármaco de forma quantitativa e qualitativa. Essas injeções são geralmente realizadas na veia do antebraço e têm especial utilidade em situações de emergência, quando a resposta imediata é desejada. É essencial que o fármaco seja mantido em solução após a injeção e não precipite no sistema circulatório, um evento que pode produzir embolia. Devido ao receio do desenvolvimento do embolismo pulmonar, os veículos oleaginosos não são administrados por via intravenosa. Entretanto, uma emulsão lipídica intravenosa é usada em pacientes que recebem nutrição parenteral quando as necessidades calóricas não podem ser fornecidas pela glicose. Ela pode ser administrada por meio de uma veia periférica ou cateter venoso central em uma velocidade bem definida para auxiliar na prevenção de reações indesejáveis. (ANSEL, 2013) Soluções, contendo substâncias como nutrientes, expansores do volume plasmático, eletrólitos, aminoácidos e outros agentes terapêuticos, são administradas por uma agulha ou cateter, por infusão contínua. O fluxo de infusão pode ser ajustado de acordo com as necessidades do paciente. Para infusão intravenosa, a agulha (ou cateter) é colocada em uma veia proeminente do antebraço ou da perna, firmemente presa ao paciente, de forma a não sair do lugar durante a infusão. O principal risco da infusão intravenosa é a formação de trombos induzida pelo toque da agulha (ou do cateter) na parede da veia. Emulsões lipídicas intravenosas têm sido aceitas para uso como fonte de calorias e ácidos graxos essenciais para pacientes que precisam de nutrição parenteral por períodos prolongados, geralmente mais de cinco dias. O produto contém até 30% de óleo de soja emulsificado com fosfolipídeos da gema do ovo, em veículo de glicerina em água para injeção. As emulsões lipídicas intravenosas são administradas por uma veia periférica ou por infusão venosa central. 58

Em emergências, a administração intravenosa de um medicamento pode ser o procedimento responsável pela preservação da vida, devido à colocação do medicamento diretamente na circulação, e à sua ação imediata. Como aspecto negativo, uma vez que o medicamento é administrado por via intravenosa, não pode ser recuperado. Deve ser tomado cuidados para prevenir a superdosagem e a subdosagem. (ANSEL, 2013) Precauções rígidas de assepsia devem ser tomadas para evitar o risco de infecção. Não somente as soluções injetáveis precisam ser estéreis, mas também as seringas e as agulhas empregadas; além de desinfetar o ponto de entrada. Antes da injeção, o profissional deve puxar um pouco o êmbolo da seringa ou pressionar um bulbo especial encontrado em muitos conjuntos intravenosas para ter certeza de que a agulha está bem inserida. Um refluxo de sangue para o interior do conjunto ou seringa indica a colocação correta da agulha no interior da veia. (ANSEL, 2013) Naturalmente, a via intravenosa é utilizada para transfusões sanguíneas e também serve para retirada de sangue de pacientes para fins de diagnóstico e doação. No final da década de 1980, sistemas automatizados de liberação intravenosa para autoadministração intermitente de analgésicos tornaram-se comercialmente disponíveis. A analgesia controlada pelo paciente (PCA, do inglês patient-controlled analgesia) tem sido usada para manejar a dor associada a vários procedimentos cirúrgicos, trabalho de parto, anemia falciforme e câncer. Punção venosa - injeção única: Lave as mãos, explique o procedimento para o paciente, use luvas de procedimento (não estéril). Apoie o membro superior em um suporte. Escolher o local de aplicação e fazer a compressão com o garrote de 5 a 10 cm acima do local onde será feita a aplicação (punção). Solicitar para o paciente abrir e fechar a mão algumas vezes e depois manter a mão fechada até segunda ordem Apalpe a veia. Se estiver rígida, escolha outra. Achando uma boa veia, faça antissepsia no local da punção utilizando algodão embebido em álcool 70 (álcool swab), com movimentos de baixo para cima, virando o algodão a cada movimento (passada). Para facilitar a punção, estique a pele e mantenha a veia fixa com o polegar da mão secundária, enquanto utiliza a outra mão para inserir a agulha em aproximadamente 1 centímetro. Lembre-se sempre de verificar se todo o ar saiu da seringa antes de aplicar. Puncionar a veia com o bisel da agulha para cima, utilizando ângulo entre 15 e 30 graus. Aspire e, caso venha sangue, solte o garrote e peça para o paciente abrir a mão. Verifique se a agulha está corretamente inserida na veia. A confirmação de que a agulha atingiu o vaso sanguíneo é feita pela aspiração de sangue para o interior da seringa e pela percepção tátil. Verifique se há infiltração subcutânea ao redor da veia, se está ocorrendo hematoma e se não houve transfixação da veia. Retire o garrote e solicitar para o paciente abrir a palma da mão. Se estiver tudo certo, injete o líquido lentamente na veia. 59

Verifique se o paciente está apresentando alguma reação local ou sistêmica. Terminada a aplicação, retire a agulha no mesmo ângulo em que foi inserida fazendo um movimento único. Comprima o local da punção com gaze ou algodão seco. Faça uma leve compressão (sem massagear) por pelo menos 30 segundos. Coloque um pequeno curativo pós-punção, sobre o local da injeção - seja um Band-aid, Blood-stop, micropore ou esparadrapo com algodão. Despreze adequadamente o material utilizado. Contraindicações da via intravenosa: ➡ ️Se houver possibilidade de administrar o medicamento via oral. ➡ ️Infecção, lesões de pele ou queimaduras no local de punção. ➡ ️Veias trombosadas (endurecidas). ➡ ️Veias com flebite (endurecidas, dolorosas, hiperemiadas) - hiperemia é um aumento do fluxo sanguíneo causando vermelhidão. ➡ ️Presença de hematoma ao redor da veia. ➡ ️Membros muito edemaciados (com acúmulo de líquidos). ➡ ️Fístula arteriovenosa para hemodiálise no membro. ➡ ️História de remoção da mama ou de linfonodos ipsilateral. ➡ ️Evitar acesso em membro que será submetido a cirurgia.

VIA INTRAMUSCULAR (IM) É utilizado principalmente nos casos em que se deseja maior velocidade, mas não pode ser administrado por via venosa, como substâncias lipossolúveis. Aplicada em posição de 90°, com objetivo de atingir o músculo. Utilizada na aplicação de anticoncepcionais, por exemplo. As injeções intramusculares são aplicadas profundamente nos músculos esqueléticos. O ponto de injeção deve estar o mais longe possível dos principais nervos e vasos sanguíneos.

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A taxa de absorção dependerá de fatores como a massa muscular no local da injeção e o suprimento sanguíneo.  Soluções aquosas ou oleosas ou suspensões de substâncias ativas podem ser administradas pela via intramuscular. A absorção do medicamento pode ser retardada ao longo do tempo dependendo de suas características físico-químicas, como em crianças prematuras, desnutridas e adultos obesos.  Alguns fármacos, devido à sua baixa solubilidade aquosa, apresentam ação sustentada após injeção intramuscular. Se o ingrediente ativo for dissolvido num meio oleoso, a absorção é lenta e sustentada. A adição do éster decanoato, por exemplo, diminui a solubilidade do haloperidol e, consequentemente, aumenta seu tempo de meia-vida, de 18 horas pela via oral para três semanas, uma vantagem na terapia antipsicótica. Fármacos que são irritantes para o tecido subcutâneo são frequentemente administrados por via IM. Além disso, volumes maiores (2 a 5 mL) podem ser administrados por essa via. Quando um volume maior que 5 mL necessita ser injetado, geralmente ele é fracionado e administrado em dois diferentes sítios de injeção. Os locais de administração são preferencialmente alternados quando um paciente recebe várias injeções durante algum tempo. (ANSEL, 2013) Injeções intramusculares de medicamentos proporcionam efeitos menos rápidos, porém mais duradouros que aqueles obtidos por administração intravenosa. Dependendo do tipo de preparação, a velocidade de absorção pode variar muito. Fármacos em solução (aquosos) são mais rapidamente absorvidos do que aqueles em suspensão. Preparações aquosas são mais rapidamente absorvidos que as preparações oleosas. O tipo físico de preparação empregada baseia-se nas propriedades do fármaco e nos objetivos terapêuticos. (ANSEL, 2013) Em adultos, o quadrante externo superior do glúteo é o local mais comumente usado para injeção intramusculares. Em bebês, a área glútea é pequena e composta principalmente por gordura, não por músculo, assim, em bebês e crianças pequenas, os músculos mediais da coxa (acima de um mês de vida) e o músculo deltoide do braço (em crianças acima de 10 anos) são preferíveis. O volume de medicamento que pode ser convenientemente administrado pela via IM é limitado, em geral um máximo de 5 mL na região glútea e de 2 mL no músculo deltoide do braço. A injeção deve ser feita a uma profundidade de 5 a 7,5 cm, com agulhas de calibre 20 a 22. (ANSEL, 2013)

GLÚTEO MÉDIO Tanto na aplicação ventroglútea como na dorsoglútea, o músculo-alvo é o glúteo médio. 61

O músculo glúteo médio está na porção superior da região glútea e se difunde na lateral do corpo. É a região de aplicação tanto no local dorsoglúteo como no local ventroglúteo. O glúteo mínimo está embaixo do glúteo médio. O glúteo máximo é o maior da região glútea e ocupa quase toda a superfície do glúteo. Nos locais intramusculares insiro a agulha em ângulo de 90° Lembrando que se o paciente for muito magro pode ser necessário fazer a prega muscular, para não atingir o osso Uma alternativa é aplicar em ângulo de 45°.

LOCAIS DE APLICAÇÃO INTRAMUSCULAR Veremos agora onde é possível aplicar o medicamento injetável. Os medicamentos injetáveis podem ser aplicados nas seguintes vias de administração: intramuscular, subcutânea, intravenosa, intradérmica, intratecal, intraóssea, intraarticulares... Em drogaria aplicamos geralmente intramuscular e subcutânea. Não é você quem escolhe a via e o local, eles já estão pré-definidos. Essa informação está na prescrição, no rótulo e na bula. Noripurum intravenosa IV - só posso aplicar nessa via intravenosa. Noripurum intramuscular IM - só posso aplicar nessa via intramuscular. Rocefin IV - só posso aplicar nessa via intravenosa. Rocefin IM - só posso aplicar nessa via intramuscular. ORDEM DE PRIORIDADE EM LOCAIS INTRAMUSCULAR: Castellanos recomenda a seguinte ordem de preferência para o local de aplicação intramuscular:

➡️Primeiro: Região ventroglútea. 62

Indicada para qualquer idade. É o único local recomendado para o primeiro mês do bebê, só aplique neste local. O local Ventroglúteo é ideal para qualquer idade, todos os portes físicos. ➡️Segundo: Região vasto lateral ou face ântero-lateral da coxa FALC. Contraindicada para menores de 28 dias. Local intramuscular recomendado para aplicações em crianças de 1 mês a 2 anos (até 10 anos). ➡️Terceiro: Região dorsoglútea. Contraindicada para menores de 2 anos, acima de 60 anos e pessoas excessivamente magras. ➡️Quarta opção: o músculo Deltoide. Contraindicada para menores de 10 anos.

Eu só recomendo o músculo Deltoide para aplicação de vacinas. Aplicamos vacinas no braço, no músculo deltoide medial. O deltoide pode ser uma alternativa para pessoas com paralisia nas pernas ou idosos acima de 60 anos com pouca massa muscular na coxa. NÃO APLICAR DICLOFENACO E CORTICOIDES NO DELTOIDE. É totalmente proibido aplicar no Deltoide medicamentos que podem cristalizar, a exemplo do diclofenaco e dos corticoides - dexametasona, betametasona, etc. Eu acho um grande atraso ver um profissional aplicar um medicamento no músculo Deltoide em um paciente normal - sem paralisia nas pernas e com menos de 60 anos. Na verdade, já devíamos ter substituído a aplicação Dorsoglútea pela aplicação Ventroglútea. Aplicamos medicamentos na coxa e no glúteo médio. Na coxa, na porção média do músculo vasto lateral. No músculo glúteo médio, no local dorsoglúteo ou no ventroglúteo.

VENTROGLÚTEO (VG) Local ventroglúteo (ou Hochstéter)

Na segunda e quarta imagem vemos o músculo tensor fáscia lata cobrindo parte do 63

músculo glúteo médio. Eu aplico no glúteo médio, se pegar um pouquinho do fáscia lata, tá tudo certo. Localize a crista ilíaca, a espinha ilíaca ântero-superior e o trocânter maior. Se apertar a cintura, na lateral da região lombar, vai sentir a crista ilíaca. É a curva mais elevada do quadril. Se deslisar o dedo indicador à partir da crista ilíaca em direção ao púbis, vai sentir uma proeminência óssea, é chamada de espinha ilíaca ântero-superior. Se você é dextro posicione a mão esquerda (secundária) na porção lateral direita do paciente. Se você é canhoto posicione a mão direita (secundária) na lateral esquerda do paciente. A ponta do dedo médio (o mais longo) da mão secundária deve alcançar a crista ilíaca. Deixe a base da palma da mão cair naturalmente sobre o trocânter maior do fêmur. Afaste o dedo indicador do dedo médio, inclinando-o para frente, apontando ou em direção à espinha ilíaca ântero-superior, formando um V (ou triângulo). Faça a aplicação no centro do V formado pelos dedos médio e indicador. Aplique ou (puncione) em ângulo de 90°. Ou com a agulha ligeiramente voltada para cima, na direção da crista ilíaca, num ângulo aproximado de 72°. A região ventroglútea é a com menos vascularização e menos enervação. Isso se traduz em menor possibilidade de sangramento e dor. Não há contraindicações de aplicação neste local. A injeção neste local representa menor risco, pois apresenta uma boa espessura muscular, é livre de estruturas importantes (vasos e nervos relevantes). O que se traduz em menos dor e menor possibilidade de sangramento. E seu tecido subcutâneo (gorduroso) é de menor espessura, se comparado a outros músculos utilizados para intramuscular. E sem possível contaminação fecal. É o local de primeira escolha, para todas as idades, todos os portes físicos; de fácil acesso, com o paciente nas posições: deitado em decúbito ventral, dorsal ou lateral; em pé (ou sentado). Escolha o comprimento da agulha adequado ao paciente. Aplique no glúteo médio - na lateral do corpo, se aproximando da curva anterior, ao lado da espinha ilíaca ântero-superior. Lembrando que uma parte do glúteo médio é coberto pelo músculo tensor fáscia lata. O local de aplicação será abaixo da crista ilíaca e acima do trocânter. No início da lateral da coxa, conseguimos apalpar o trocânter maior. TENSOR FÁSCIA LATA. É o músculo mais superficial da região ântero-lateral da coxa. Ele está localizado lateralmente à articulação do quadril, imediatamente abaixo da pele. A sua porção superior é encontrada entre os músculos sartório e glúteo médio, recobrindo o glúteo mínimo. Esta área tem sido considerada a opção mais segura para injeção na região glútea, sendo recomendada como local de primeira escolha para injeções IM, local sem nervos 64

importantes e baixa vascularização. Assim evitamos a punção acidental de vasos sanguíneos e nervos. Não se encontram relatos de complicações associados a esse local de punção por ser livre de vasos ou nervos importantes e apresentar menor espessura de seu tecido subcutâneo. No local de aplicação intramuscular ventroglúteo não fazemos prega muscular. Use a trilha em Z para medicamentos oleosos e suspensões. A preferência é aplicar intramuscular no ventroglúteo. Uma segunda opção é o vasto lateral. Esta é uma região (VG) pouco utilizada aqui no Brasil. Nesta aula ficou muito claro cada região anatômica da região ventroglútea. Sabemos delimitar a região e escolher o ponto ideal para a punção nesse local. Sabemos os volumes máximos a serem aplicados. Enfim, temos a técnica bem definida.

VASTO LATERAL (VL) Local Vasto Lateral.

Para fazer aplicação no vasto lateral precisamos achar o centro para a aplicação, entre a extremidade superior e inferior do fêmur. Fazemos linhas imaginárias dividindo a coxa em 3 partes. Aplicamos no terço médio do músculo vasto lateral. O vasto lateral é um músculo longo que vai do quadril até o joelho. Traz facilidade para quem faz autoaplicação. Permite aplicações seguras em adultos e crianças acima de 28 dias de vida. Não aplicar em menores de 28 dias de vida. A injeção intramuscular no músculo vasto lateral tem o inconveniente de ser muito dolorosa, tanto em crianças como em adultos, devido à presença do nervo cutâneo lateral. Localize o vasto lateral, na coxa. Esse músculo está na região da face ântero-lateral da coxa, não se evidenciando nessa região grandes nervos e vasos sanguíneos. Você já deve saber que na coxa. temos o fêmur, o osso mais longo do corpo humano. Localize o trocânter maior, na extremidade superior do fêmur. 65

Na extremidade inferior do fêmur temos 2 côndilos, que são projeções na extremidade inferior desse osso. O côndilo femoral lateral, para fora e o côndilo femoral medial, para dentro. O côndilo lateral é mais proeminente e mais largo em diâmetros. Posição para aplicação: paciente deitado ou sentado com as pernas um pouco abertas. Aplique no vasto lateral. Aplique no centro, entre o joelho e o trocânter maior. Traçar uma linha imaginária média na parte anterior e outra linha média na parte lateral da coxa, dividir o espaço entre o trocânter e o joelho em três partes iguais e fazer a aplicação no terço médio (no centro) do vasto lateral. Introduza a agulha no ângulo de 90°. Uns fazem uma leve angulação da agulha, dirigindo a sua ponta ligeiramente em direção ao joelho, na direção podálica (do pé), num ângulo aproximado de 60°. Ao aplicar, não atingir o fêmur. Não aplique no reto femoral. O músculo reto femoral está localizado no terço médio anterior da coxa. Não aplique próximo ao joelho. O vasto lateral é o local de escolha para aplicar injeções IM nos lactentes acima de 28 dias, já que representa a maior massa muscular dessa faixa etária. É também um ótimo local para a injeção nos adultos saudáveis. Em pacientes magros use uma agulha curta adequadamente, ou pense na possível necessidade de fazer a prega muscular - levantando o músculo vasto lateral para longe do fêmur. Ao aplicar, não atinja o fêmur.

DORSOGLÚTEO (DG) Local Dorsoglúteo.

Nesta imagem acima uma ilustração do local de aplicação dorsoglúteo. Da esquerda para a direita vemos 3 fotografias de glúteos. Essa linha branca imaginária na horizontal (partindo do cóccix) delimita o início da fenda glútea, que separa a nádega esquerda da direita - não aplique abaixo dessa linha. A injeção deve ser aplicada em um dos quadrantes superiores externos da região glútea, em direção perpendicular à asa ilíaca, evitando-se o trajeto nervoso. O nervo isquiático é o maior nervo do corpo humano. 66

Para fazer esse cruzamento de linhas imaginárias, o paciente tem que baixar a calça, pelo menos até onde o aplicador possa ver o começo da divisão dos glúteos, ou fenda interglútea. Perceba que cada nádega tem linhas imaginárias cruzadas, passando pelo começo da divisão das nádegas, é o que chamamos de fenda interglútea. Também fiz linhas amarelas imaginárias que se cruzam delimitando as dimensões de cada glúteo, altura e largura, onde começa e termina o músculo. A linha vertical amarela, na zona central do glúteo máximo, cruza com a linha branca formando 4 quadrantes. Fica mais claro os 4 quadrantes na ilustração da direita - 2 internos e 2 externos. Essa região colorida de verde é o local recomendado para aplicar intramuscular dorsoglútea. A injeção deve ser aplicada em um dos quadrantes superiores externos da região glútea, em direção perpendicular à asa ilíaca, evitando-se o (fugindo do) trajeto do nervo isquiático. Se aplicar em outro quadrante diferente do recomendado corre o risco de atingir o nervo isquiático, podendo causar dores, inflamações, paralisia temporária ou definitiva dos membros inferiores. O músculo dorsoglúteo não é bem desenvolvido em crianças menores de um ano, há presença de camada espessa de tecido adiposo (subcutâneo), além do risco de lesão de vasos sanguíneos e do nervo isquiático. Posição sentado: com o paciente em decúbito ventral em uma superfície plana (numa maca). Posição em pé: coloque o paciente em pé para receber a aplicação; ele deve se apoiar sobre a perna secundária, reta; o lado que vai receber a aplicação deve estar relaxado. A dica é colocar o pé à frente, com o joelho levemente dobrado. Isso facilita o relaxamento do músculo que vai receber a injeção. O aplicador pode se posicionar sentado ou agachado Comece visualizando o começo da fenda interglútea, fazendo uma linha imaginária horizontal passando nessa área. Localize o cóccix, o sacro e o glúteo médio. A região glútea é um local comumente utilizado para a administração de injeções. Apesar de ser o local mais utilizado para injeção intramuscular aqui no Brasil, esse local não é recomendado em diversos países, uma vez que tem sido associada a graves complicações, como lesão do nervo ciático e da artéria glútea superior. A Organização Mundial da Saúde OMS não recomenda a utilização deste local para imunizações devido ao risco de lesão do nervo isquiático. Em adultos obesos, injeções nesta área frequentemente são realizadas dentro do tecido subcutâneo e não no músculo, com consequente redução da taxa de absorção do fármaco. Muito cuidado com a exata delimitação do local de aplicação, haja vista a possibilidade de variações anatômicas de divisão e trajeto do nervo isquiático. 67

Alguns aplicadores identificam o ponto ideal de aplicação traçando uma linha imaginária diagonal entre a espinha ilíaca póstero-superior e o trocanter maior do fêmur. Aplique no ponto médio, a 2,5cm acima da linha imaginária, introduzindo a agulha com ângulo de 90º, ou seja, perpendicular à superfície do glúteo, direcionada no sentido póstero-anterior.

Espinha ilíaca póstero-superior: na imagem à direita perceba 2 xis na face posterior (no dorso) da pessoa. Note os 2 furinhos na região lombar. É bem definido e visível em algumas pessoas. A importância desse detalhe anatômico: Alguns aplicadores, para achar o local ideal de aplicação no dorsoglúteo, fazem uma linha imaginária entre a espinha ilíaca póstero-superior e o trocânter maior. E aplica acima e lateralmente a essa linha imaginária. Para seguir essa técnica precisa localizar corretamente a espinha ilíaca póstero-superior e o trocânter maior. Vai ser algo parecido com a técnica tradicional de aplicar no quadrante superior externo. O quadrante superior externo é o local onde o risco de atingir um nervo ou vaso sanguíneo é mínimo. Há também pessoas que fazem esse cruzamento de linhas imaginárias, medem 3 dedos de distância do cóccix em diagonal superior externa e aplica acima e externamente a esses 3 dedos. Enfim, eu mostro as variantes, mas fico com o tradicional quadrante superior externo. Quando você conhece algumas regiões anatômicas, fica mais fácil escolher o ponto ideal para fazer a aplicação. Localize o início superior da divisão do glúteo ou fenda interglútea. Aplique no quadrante superior externo. Ao aplicar, evite o trajeto do nervo isquiático. Esse cruzamento de linhas amarelas mostra a largura e altura do glúteo. No início você deve apalpar para sentir onde começa o músculo. Com pouco tempo ao visualizar já localiza. O local da aplicação é sempre o mais afastado possível da coluna, quase na curva lateral. Dissemos que feixes de nervos saem do final da coluna, passam no centro vertical do glúteo e descem pela perna. DELTOIDE (DT) Local Deltoide. O braço é bastante enervado. 68

Não é a primeira escolha para aplicação intramuscular de medicamentos injetáveis.

Músculo pouco utilizado nas aplicações por ser em geral pequeno (pouca massa muscular), permitir pequeno volume de injetável, tornar a injeção dolorida e mais suscetível a acidentes, pequena margem de segurança para lesão dos nervos radial e axilar. E deve-se atentar para não atingir a artéria e veia braquiais. Os nervos radial e ulnar e a artéria braquial passam pelo braço ao longo do úmero, o que implica risco de lesão se a área de punção não estiver bem definida. O volume máximo de injeção é de 0,5 (entre 10 e 14 anos) e 1 mL (acima de 14 anos). Recomendado para aplicação de vacinas intramusculares. Não aplicar em menores de 10 anos. Há quem faça linhas imaginárias de um triângulo e aplica no centro. A área de punção é delimitada tomando-se como referência o acrômio. Localize o acrômio. O centro do músculo deltoide em adulto costuma ficar 3 dedos (ou 5 centímetros) abaixo do acrômio. Em adultos trace uma linha horizontal 3 dedos abaixo do acrômio. As medidas variam em jovens em crescimento, com um deltoide pequeno. A técnica do triângulo. Identificar a inserção inferior do deltoide e, a partir daí, traçar duas linhas diagonais, fechando um triângulo com a linha horizontal imaginária. Fazer a aplicação na região central do triângulo, em ângulo de 90°. É importante aplicar no centro. A técnica de cruzamento com a linha axilar. Há quem trace uma linha imaginária horizontal através da axila e outra vertical partindo da borda inferior do acrômio. Afastando para baixo 3 dedos do acrômio você acha o centro. Dependendo do porte físico do paciente a distância do acrômio até o centro do deltoide pode ser maior ou menor que 3 dedos. É importante aplicar no centro. Pense na possível necessidade de fazer a prega muscular em pacientes muito magros. O deltoide é um músculo redondo, na face lateral do braço. 69

Aplique no centro do deltoide medial, no músculo deltoide medial, evitando o deltoide anterior e o deltoide posterior, para não atingir alguns nervos. Em virtude da variação anatômica do nervo axilar e levando-se em consideração o potencial de sequela causada pela lesão neural, o músculo deltoide não é o local de primeira escolha para injeção intramuscular. Contraindicações da Região Deltoideana. ➡️Crianças abaixo de 10 anos. ➡️Pessoas com pequeno desenvolvimento muscular (caquéticos e idosos). ➡️Volumes superiores a 3 mL. ➡️Substâncias irritantes. ➡️Injeções consecutivas. ➡️Pacientes com AVC e parestesias ou paresias dos braços. ➡️Pacientes submetidos a mastectomia ou esvaziamento ganglionar ➡️Parestesias é sinônimo de formigamento ou dormência. ➡️Paresias é uma fraqueza muscular com limitação dos movimentos.

LOCAIS DE APLICAÇÃO SUBCUTÂNEO E INTRAMUSCULAR

VOLUMES MÁXIMOS PARA APLICAÇÃO DE MEDICAMENTOS (IM)

Nessa imagem temos os volumes máximos que podem ser aplicados. 70

Essa tabela baixei de um Parecer Técnico, no site do Conselho Federal de Enfermagem. VOLUMES MÁXIMOS PARA APLICAÇÃO DE VACINAS (IM) Os limites para vacina variam um pouco - em relação aos limites para medicamentos injetáveis. Os dados abaixo foram obtidos da tabela baseada em Nota Técnica seguida pela SBIM, a Sociedade Brasileira de imunizações. A SBIM tem foco na aplicação de vacinas. ➡️Dorsoglúteo, volume máximo: 4 mL em adulto. ➡️Deltoide, volume máximo: 1 mL, em adulto e adolescente. ➡️Ventroglúteo, volume máximo: 3 mL em adulto. ➡️Vasto Lateral, volume máximo: 3 mL em adulto; 0,5 mL no bebê prematuro; 1 mL em criança de 0-5 anos; 2 mL em criança de 6-12 anos. Subcutânea, volume máximo: 1,5 mL Intradérmica, volume máximo: 0,5 mL Intravenosa: permite grandes volumes. Siga a prescrição e a bula.

TÉCNICAS DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS [COM RELEVÂNCIA NA ADMINISTRAÇÃO DE INJETÁVEIS] Fricção antisséptica: consiste na fricção das mãos com uma solução antisséptica de base alcoólica, álcool 70. É muito frequente na Europa substituir a lavagem das mãos pelo uso de álcool 70 gel, desde que as mãos estejam visivelmente isentas de sujidade ou matéria orgânica. Aqui no Brasil sem água a gente não aplica injetáveis - tem que lavar as mãos. A lavagem das mãos, consiste na higiene das mãos com água corrente e sabão comum ou antisséptico; utiliza-se quando as mãos estão visivelmente sujas ou contaminadas com matéria orgânica e em momentos sociais, antes e depois das refeições, depois de usar as instalações sanitárias, quando pegar em dinheiro, quando passar a mão no rosto ou apertar a mão de alguém, quando tocar em animais e superfícies. Use a quantidade de produto (detergente líquido com clorexidina) recomendada pelo fabricante. Finalize com álcool gel 70. 71

Use o álcool 70 gel quando estiver realizando uma campanha de saúde, com testes de glicemia gratuitos, por exemplo. Você vai atender 200 pessoas em uma manhã, aferir a pressão arterial e fazer o teste de glicemia. Você não vai lavar as mãos 200 vezes, vai usar álcool 70 gel diretamente nas mãos. O álcool 70 líquido, usamos para molhar o algodão ou gaze para fazer assepsia e antissepsia. Já falamos qual é a diferença. O álcool 70 líquido usamos após limpeza de superfícies. Após passar pano no piso da sala com água sanitária, o balconista finaliza passando pano com álcool 70 líquido. Assepsia: em objetos e superfícies. Esse mesmo processo quando realizado na pele do paciente, muda de nome, chamamos de antissepsia.

PROCEDIMENTO PARA LAVAGEM DAS MÃOS. Lave as Mãos seguindo os passos. A higiene das mãos é uma das medidas mais simples e mais efetivas para prevenir a transmissão de infeções associadas aos cuidados de saúde, que representam atualmente um enorme fardo do ponto de vista clínico e econômico, apesar de evitáveis. Inicie a lavagem das mãos molhando antebraços e mãos com água. Aplique sabonete líquido bactericida em quantidade suficiente para cobrir todas as superfícies das mãos. A- Junte as palmas das mãos. Esfregue palma com palma, uma na outra. B- Coloque a palma de uma mão sobre o dorso da mão oposta e entrelace os dedos. Movimente uma sobre a outra, para frente e para trás. Repetir o passo anterior invertendo as posições. C- Junte as palmas das mãos, entrelaçando os dedos. Movimente uma sobre a outra, para frente e para trás. 72

D- Esfregue unhas e pontas dos dedos na palma da mão oposta. Repetir o passo anterior invertendo as posições. E- Esfregar o polegar, com movimentos rotativos. Repetir o passo anterior invertendo as posições. F- Esfregue o dorso da mão com as pontas dos dedos da mão oposta. Repetir o passo anterior invertendo as posições. G- Esfregue punho e antebraço. Repetir o passo anterior invertendo as posições. H- Esfregue as articulações dos dedos na palma da mão oposta. Repetir o passo anterior invertendo as posições. Enxaguar as mãos com água. Secar as mãos com toalha de papel descartável. Antes de descartar o papel toalha, use-o para fechar a torneira sem tocá-la diretamente. A higienização está concluída, e as mãos preparadas para iniciar o procedimento. Algumas torneiras tem sensor, abrem por aproximação das mãos e fecham após distanciamento das mãos. Duração total do procedimento de lavagem das mãos: 40-60 segundos.

Perceba nas imagens os locais frequentemente esquecidos na higiene das mãos. Destaque para unhas, polegares e entre os dedos. O aplicador precisa ter bons hábitos de higiene, manter as unhas aparadas, bem curtas. Nada de francesinha e unha em gel. Usar uma calça resistente e sapato fechado de preferência de couro - que protege de acidentes. Manter os cabelos grandes amarrados ou usar a redinha no cabelo. No momento da aplicação retire aneis e brincos, isso também evita acidentes.

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TÉCNICAS DE APLICAÇÃO - MÓDULO TEÓRICO TRIAGEM PELA PRESCRIÇÃO Faça uma análise da prescrição de injetável. Converse com o paciente, pergunte o que ele tem. Já detectei erro de prescrição só em fazer essa pergunta. O cliente tinha um problema, o prescritor se confundiu e prescreveu errado, outra coisa. Antes de realizar a aplicação do injetável preencha a declaração de serviços farmacêuticos. Peça o documento do cliente, confirme se a pessoa da prescrição é a mesma do documento. Cada paciente é único, a prescrição é individualizada. Atenção com receitas vencidas e rasuradas, peça um documento com foto se estiver com dúvida se a pessoa da receita é a mesma que quer tomar o injetável. O pré-atendimento ou triagem da prescrição evita erros. Por um atendimento humanizado. Controlar o medo de injeção, reduzir dores e hematomas, é de nosso interesse. Atendimento com prevenção de contaminação e acidentes. Pós-atendimento orientativo para adesão ao tratamento. Saber os procedimentos em caso de acidente.

VALIDADE DAS RECEITAS Quanto tempo o cliente tem para fazer a primeira aplicação? Receitas de anticoncepcionais proporcionam 12 aplicações mensais - a exemplo da Perlutan. Ou 4 aplicações trimestrais - a exemplo da Depo-Provera. A cada ano a mulher em período fértil precisa de uma consulta ginecológica - e renova a prescrição. No caso de uma paciente de anticoncepcional que tomou a primeira dose no mês passado e vem tomar a segunda dose com um atraso de 72h: Eu não faço a aplicação dessa segunda dose, porque nesse atraso de 3 dias há um risco de a paciente engravidar e entrar com um processo judicial - e sempre ganha, prejudicando a drogaria. A solução é encaminhar a paciente para o prescritor renovar a receita. E para os demais medicamentos? No caso de um Voltarem: se passou 1 mês e o cliente não tomou nem a primeira dose eu 74

peço para o cliente voltar no médico para renovar a prescrição. Se passou 4 semanas, não tomou porque não precisa mais ou talvez precise de algo mais forte e isso quem vai avaliar é o prescritor. Após 30 dias o quadro do paciente já não é mais o mesmo, muita coisa mudou.

FORMAS FARMACÊUTICAS DE USO PARENTERAL As formulações com via de administração parenteral (intravenosa, intramuscular, subcutânea, entre outras) são das que apresentam maior rigor na sua produção. Estas formulações deverão ser produtos estéreis, apirogênicos, isotônicos e com pH próximo do pH sanguíneo, aproximadamente 7, isentos de partículas, à exceção das suspensões onde há controle do tamanho de partícula, cujo controle de qualidade recai na verificação da sua perfeita tolerância para os tecidos e inocuidade total para o organismo. Dentro destas preparações existem as líquidas (soluções, emulsões ou suspensões) ou sólidas, que contêm um ou mais princípios ativos. (NOGUEIRA, et.al, 2000). As formas mais usualmente utilizadas são as injeções, prontas a administrar ou com necessidade de diluição, pós para reconstituição no momento de administração e implantes. (NOGUEIRA, 2008). Medicamento estéril - aquele que passa por um processo para eliminar todos os contaminantes. Medicamento apirogênico - livre de pirogênios. Pirogênios são substâncias capazes de aumentar a temperatura corporal causando febre. Podem ser de origem microbiana, frequentemente polissacarídeos (fragmentos de bactérias) que podem contaminar o medicamento injetável ou o diluente. Medicamento isotônico - tem a mesma concentração de solutos presentes no corpo humano.

PROCEDIMENTO DE ANTISSEPSIA DA PELE

➡️ Utilizar uma compressa ou um algodão embebido em álcool 70, para diminuir a carga biológica da pele. ➡️ Iniciar a limpeza do lugar onde vai ser inserida a agulha, partindo do centro para fora num movimento circular, não passando uma segunda vez por cima da área já atingida. Esse cuidado evita a autocontaminação. ➡️ Em vez de movimentos circulares, alguns aplicadores preferem p assar o algodão em movimento de baixo para cima, girando o algodão a cada passada. ➡️Descartar a compressa ou o algodão na lixeira adequada.

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➡️Deixar a pele secar completamente, antes de inserir a agulha no tecido. ➡️ Esse cuidado vai prevenir a sensação de ardor pela entrada de álcool durante a aplicação da agulha no tecido.

Acima, à esquerda, uma ilustração da Trilha em Z. No meio imagem que mostra a imobilização correta da seringa, usando as 2 mãos. Antes de aplicar intramuscular você deve aspirar - para evitar fazer uma intravenosa sem querer. À direita vemos que após aspiração veio sangue para dentro da seringa e não se deve aplicar neste caso. Você descarta e prepara uma nova seringa para aplicar em outro local, do outro lado.

TRILHA EM Z Também conhecida como Técnica em Z, técnica de aplicação intramuscular em Z. ➡️ Com a mão secundária você estica a pele e segura firme essa pele esticada até o final da aplicação. Você estica a pele para cima antes de injetar. ➡️Depois introduz a agulha. ➡️Injeta o medicamento. ➡️Ao terminar a injeção, retire a agulha. Se soltar a pele antes de retirar a agulha o peso da pele pode quebrar a agulha dentro do músculo. Tem que evitar que isso aconteça, siga os passos e não se distraia. ➡️Só imediatamente após retirada da agulha solte a pele que esticou. Dessa forma o trajeto do furo da agulha forma um zigue-zague, evitando o refluxo. A agulha entrou reto, passando pela pele, tecido subcutâneo e atingiu o músculo. O furo tem esse caminho, esse trajeto reto. Por ter esticado a pele, eu formei um zigue-zague. Após soltar a pele esticada já não existe um furo reto. A pele que foi esticada desce e fecha o furo original - o furo na pele desceu. O furo no músculo permanece acima. Assim contornamos o refluxo de medicamento injetado, ele não sai facilmente. Todas as aplicações intramusculares na região glútea devem ser feitas usando a Trilha em Z. Isso evita o refluxo do medicamento e aparecimento de nódulos doloridos, nos casos de soluções oleosas. A Trilha em Z é uma técnica utilizada para administrar substâncias irritativas e oleosas evita que ocorra o refluxo do medicamento - bloqueia o medicamento dentro do tecido muscular. Se não ocorrer refluxo o medicamento não escorre na pele e não irrita (minimiza a irritação local da pele, em aplicação de medicamento irritante). Isso se traduz em menos desconforto e lesões. Se for fazer a prega muscular não tem como fazer a Trilha em Z - impossível fazer as 2 76

coisas ao mesmo tempo. Não faça a prega muscular em pacientes que não sejam magros. Para a prega muscular (e cutânea) use 2 dedos, indicador e polegar. Não faça a Trilha em Z em crianças menores de 2 anos.

Nessa imagem acima, à esquerda, uma ilustração da Trilha em Z. Depois vemos as regiões da mão que usamos para fazer a Trilha em Z e para apoiar sobre o trocânter maior durante a aplicação ventroglútea. Nas 2 últimas imagens, uma ilustração do apoio da base da mão sobre o trocânter maior no momento da aplicação ventroglútea. Perceba na segunda imagem a região da mão colorida em azul, chamada de eminência hipotenar da palma da mão. Apoie a eminência hipotenar uns centímetros acima do local onde introduzirá a agulha. E estique a pele para cima, estique aproximadamente 2 a 4 polegadas. A mão que estica a pele é a secundária espalmada. Com a mão dominante você está segurando a seringa preparada. Antes de introduzir a agulha, puxar ou esticar firmemente a pele para cima (ou para baixo). Mantenha a pele esticada durante todo o tempo da aplicação. Segure a seringa preparada com a mão dominante, como a um dardo. Como já foi realizada a assepsia, após esticar a pele deve introduzir a agulha de uma vez só. Insira a agulha profundamente, em direção perpendicular à asa ilíaca, ou seja, em ângulo de 90°. Somente soltar a pele após a retirada da agulha - a pele que estava sendo puxada pela outra mão, a secundária. Com estas manobras, a pele e tecido subcutâneo voltam à posição original após a retirada da agulha e o canal formado pela introdução da agulha assume um trajeto irregular (em Z), o que impede o refluxo do produto e o possível aparecimento de nódulos ou escurecimento da pele (no caso da Noripurum).

ASPIRAÇÃO Com uma mão segure a seringa e com a outra injete o medicamento. Eu disse que o bisel é semelhante a uma faca afiadíssima, que fura e corta a carne. Se não imobilizar, o bisel se move dentro do tecido muscular para os lados e machuca o cliente. Depois ele volta para reclamar de roxo, inchaço, dor ou infecção. Além disso o músculo precisa estar relaxado, durante a aplicação.

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Na imagem à esquerda o aplicador não está fazendo a Trilha em Z, não está esticando a pele. Mas a seringa está imobilizada. O aplicador está puxando o êmbolo com a mão dominante. A pergunta que todos fazem é como segurar o algodão ou swab. Muito simples, entre os dedos da mão secundária. Se estou aplicando um medicamento na via intramuscular, não quero que esse medicamento seja injetado na via intravenosa. Eu recomendo aspirar em todas as aplicações intramusculares. Aspirar neste caso é uma técnica para saber se a ponta da agulha penetrou um vaso sanguíneo. A técnica de aspiração consiste em inserir a agulha e puxar o êmbolo da seringa com a mesma mão que segura a seringa (dominante), um pouquinho, por poucos segundos, no máximo 10 segundos, bem devagar, para verificar se a ponta da agulha não atingiu algum vaso sanguíneo - fazemos a aspiração antes de injetar o medicamento. Se fizer a aspiração lentamente verá a primeira gotícula de sangue, principalmente se o medicamento for transparente. Quando atinge um vaso vem sangue abundante para dentro da seringa. Se você, em vez de puxar o êmbolo um pouquinho, puxar o êmbolo fortemente e com insistência, essa pressão vai romper capilares na região e por fim virá sangue para dentro do cilindro da seringa. Faça a técnica correta. Observar o canhão da agulha se tem presença de sangue próximo ao bico da seringa. Caso algum vaso tenha sido atingido ao aspirar, um pouco de sangue entrará no cilindro neste caso o bisel está dentro de um vaso sanguíneo e neste caso não se deve fazer a injeção. Aspiração com sangue, o que fazer? A probabilidade de atingir um vaso seja pequena. Mas, se houver aspiração de sangue (atingir um vaso), não injete o medicamento, retire a agulha e descarte todos os componentes e prepare uma nova seringa (WYNADEN et al., 2005). A aplicação deve ser refeita. Repita o processo. Se não aparecer sangue dentro do cilindro da seringa, faça a injeção do medicamento. A probabilidade de atingir um vaso numa aplicação intramuscular é bastante pequena (é situação pouco frequente). É mais comum, no trajeto da introdução da agulha, ela atravessar o vaso completamente, o que chamamos de transfixação. Nesse caso ao aspirar não vem sangue. 78

Na via intramuscular devemos aspirar (puxar o êmbolo da seringa) antes de injetar o medicamento, para verificar se foi atingido algum vaso sanguíneo (WYNADEN et al., 2005). A aspiração é necessária antes de injetar na via intramuscular, no dorsoglúteo principalmente. Para a aplicação no deltoide, vasto lateral e ventroglúteo alguns autores recomendam a aspiração, outros acham desnecessário aspirar. Essa prática não é contraindicada, continua sendo amplamente utilizada pelos profissionais de saúde que realizam a aplicação de medicamentos injetáveis. Shepherd (2018), por exemplo, aconselha a aspiração somente para aplicação intramuscular na região dorsoglútea, por causa da proximidade com a artéria glútea. Inclusive, essa região não é mais indicada para injeções intramusculares por esse mesmo autor. Workman (1999) e Hunter (2008) sugerem aspirar antes de injetar nas injeções intramusculares de medicamentos oleosos e suspensões, especialmente na região glútea. Como há recomendações diferentes entre os autores, fica a critério da instituição de saúde padronizar ou não a aspiração em todas as injeções intramusculares. QUANDO NÃO ASPIRAR? Quando for uma aplicação de vacina ou insulina, a recomendação é não aspirar, seguindo as atuais normas técnicas. A aspiração não é necessária antes de injetar insulina, conforme Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2015/2016. A aspiração não é necessária antes de injetar vacina na via subcutânea, conforme Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Em 25 de março de 2020, a Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde publicou as orientações quanto à aplicação de vacina intramuscular e a não indicação de aspiração. O MS frisou ainda que esse procedimento é desnecessário e que não há razões clínicas para sua realização, sempre que aplicarmos vacina nas regiões deltoide, vasto lateral e ventroglúteo, com exceção da região dorsoglútea. Ou seja se a vacina for no dorsoglúteo, o aplicador deve aspirar. O que eu padronizo em minha prática? Eu faço aspiração sempre em aplicação intramuscular, independente do músculo realizo a aspiração puxando o êmbolo para garantir que a agulha está realmente no músculo e não atingi um vaso. Esse procedimento é simples, demora apenas 5 segundos e fornece mais segurança para todos.

Na segunda imagem acima à esquerda, 4 possibilidades: 79

a) agulha se aproximando do vaso. A agulha pode apenas encostar na parede esterna do vaso, sem penetrar o vaso. Não caracteriza intravenosa. b) agulha impactando a segunda parede do vaso. c) agulha passando para dentro do vaso. d) agulha passando pelo recipiente depositando muito pouco e provavelmente não volume significativo de produto no vaso. E pode atravessar o vaso sanguíneos e sair do outro lado desse vaso - a isso chamamos de transfixação. Também não caracteriza intravenosa. Quando há transfixação, ao aspirar NÃO vem sangue para dentro da seringa. Porém quando terminamos a injeção, ao retirar a agulha do músculo geralmente vem bastante sangue. Só faremos uma intravenosa se a ponta da agulha parar dentro de um vaso sanguíneo. Numa injeção intramuscular ou subcutânea, a prática de aspirar (ou puxar o êmbolo para trás) é indicada para ver se o bisel (ponta da agulha) está dentro de um vaso. Se sim, o medicamento será administrado na via intravenosa - não prossiga. Se desejamos fazer uma intramuscular não queremos que ocorra uma intravenosa. Nas injeções intramusculares na região dorsoglútea esta probabilidade é maior pela proximidade da artéria glútea superior. A aspiração não tem sido indicada por vários autores por ser considerada desnecessária na maioria dos casos e aumentar o tempo do procedimento, porém é recomendado em algumas injeções de grande frequência na farmácia, por exemplo, anticoncepcionais. Por serem oleosos, eles não podem nunca ser aplicados na via intravenosa. O mesmo acontece com suspensões.

À esquerda, uma ilustração da Trilha em Z. No meio, ilustrando a importância do tempo de espera para a difusão do medicamento no tecido muscular, após injetar o medicamento. À direita, mostrando o refluxo do medicamento - quando não fazemos a Trilha em Z.

REFLUXO O volume aplicado precisa fica dentro do músculo. ➡️ No momento da aplicação fique atento ao furo da aplicação para observar um possível 80

refluxo. ➡️ Após injetar o medicamento na via intramuscular ele pode retornar, sair pelo furo da injeção e escorrer na pele. ➡️Desse modo, não teremos a dose prescrita de medicamento dentro do tecido. ➡️Essa saída do líquido injetado para fora do corpo exige atenção. ➡️ Dependendo da quantidade perdida do volume administrado, esse medicamento pode não funcionar. ➡️Não tem como garantir a efetividade do tratamento com perdas significantes. ➡️Não é possível calcular o volume que vazou. ➡️ E como não há como calcular a quantidade perdida no refluxo, não podemos reaplicar. Se de 1 mL for perdido 0,3 mL isso representa 30% do medicamento, é bastante. ➡️O refluxo é uma deficiência na técnica de aplicação. ➡️Podemos evitar essa falha através da Trilha em Z (ou Técnica em Z). ➡️ E ao aplicar espere 5 a 15 segundos antes de retirar a agulha. Nesse tempo o medicamento se espalha pelo tecido muscular reduzindo a chance de refluxo. ➡️ No caso de substâncias oleosas e anticoncepcionais em geral, além da Trilha em Z, após a aplicação recomendo cobrir a abertura do furo da injeção com um esparadrapo impermeável, para não vazar nada. ➡️Para reforçar a prevenção do refluxo, o ideal é o paciente esperar sentado (ou na maca) 10 minutos após a aplicação. ➡️ Não é só na via intramuscular que pode vazar, haver refluxo. A insulina na via subcutânea também pode retornar. ➡️ Quando aplicar insulina não use agulha excessivamente curta e quando injetar o líquido aguarde 5 a 10 segundos para permitir uma dispersão do medicamento no tecido subcutâneo. Se mesmo aguardando esse tempo vier refluxo, na próxima aplicação dobre o tempo de espera para retirar a agulha após injeção.

ESPERAR UNS SEGUNDOS Após injetado lentamente todo o líquido, esperar 5 a 15 segundos e retirar rapidamente a agulha. Essa espera é necessária para que o medicamento se distribua no tecido e não haja refluxo. Considere essa espera tanto em aplicação com caneta como em aplicação com seringa. Quando o diabético fica submedicado, a solução é monitorar a glicemia e corrigir com mais insulina se necessário. ➡️No caso da Noripurum o mínimo de refluxo pode levar a uma mancha escura na pele do paciente. ➡️ Se for um anticoncepcional aumenta as preocupações, há risco de gravidez - mesmo orientando a paciente a usar outro método contraceptivo, geralmente o uso de preservativo durante 30 dias. ➡️ Diga à paciente para não confiar naquele tratamento até a próxima dose, para usar preservativo durante 30 dias - e isso seria muito chato. ➡️ Em caso de refluxo significativo de anticoncepcional mensal, aguardar 30 dias para tomar a próxima aplicação, usando como método contraceptivo alternativo o preservativo. ➡️Se a paciente vem tomando sempre todo dia 5 do mês, deve continuar no próximo dia 5, no próximo mês. Mesmo que a menstruação venha 10 dias antes. ➡️Mantenha as próximas aplicações a cada 30 dias, neste caso no dia 5 de cada mês. 81

➡️ A única coisa que altera é a rotina durante 30 dias após o refluxo, tem que usar outro método contraceptivo, por segurança, para evitar gravidez não planejada. ➡️Se a menstruação vier 10 dias antes, não há como associar com certeza a menstruação precoce com o refluxo. Pode ser um efeito colateral do uso habitual do medicamento. O anticoncepcional pode sim deixar a menstruação irregular e alterar o fluxo. ➡️ O anticoncepcional injetável depois do primeiro mês, deve ser aplicado sempre no mesmo dia programado, a cada 30 dias para o mensal, e 90 dias para o trimestral, independente de menstruação precoce ou tardia, ou ausência da menstruação. Quando existir um refluxo não ignore, não finja que não viu. Também não reaplique o medicamento - risco de sobredose.

PREPARAÇÃO DA SERINGA Aspiração, diluição, remoção do ar e bolhas. Antes de começar a preparar a seringa verifique o aspecto do produto, notando quaisquer alterações de aspecto (cor do líquido/pó), presença precipitados no líquido e fragmentos de vidro que possam estar no medicamento devido a possíveis erros de fabricação ou de armazenamento. Esses aspectos são checados e o medicamento deve ser preparado de acordo com as instruções do fabricante, sendo comum a necessidade de reconstituir o medicamento em pó adicionando o diluente que vem junto na embalagem.

ABERTURA DA AMPOLA Para aspirar o diluente ou medicamento da ampola, precisamos abri-la. Após abertura da ampola (de vidro) vamos aspirar o líquido evitando tocar nas paredes internas da ampola com a ponta da agulha.

ASPIRAÇÃO DO LÍQUIDO (medicamento ou diluente) O ideal é aspirar com uma agulha de ponta romba.

Acima, à esquerda: agulha romba sem ponta, evita acidentes, não fura, não serve para aplicar. Abaixo, à esquerda: agulha com ponta, para aplicar/injetar no paciente. 82

Acima, à direita: temos 2 modelos de agulha romba: Acima, à direita: agulha romba de canhão vermelho, para aspiração de frasco-ampola. Abaixo, à direita: agulha romba de canhão roxo com filtro, para aspiração em ampola de vidro, com possíveis cacos. Após aspiração do medicamento a agulha romba tem que ser trocada por uma agulha com ponta. Como não tem ponta o reencape da agulha romba de aspiração não oferece risco no reencape. Essas agulhas de aspiração são mostradas nos treinamentos e vídeos. As drogarias não compram essas agulhas. A gente aspira com as agulhas disponíveis - de canhão verde ou preto. Quando abrimos uma ampola de vidro podem surgir cacos que se caírem dentro da ampola a recomendação é usar uma agulha com filtro (romba roxa), para filtrar possíveis cacos de vidro. O vidro das ampolas em geral são temperados, portanto quebram em pedaços grandes de vidro. Se fizer a abertura com cuidado, terá uma exímia separação entre corpo e cabeça da ampola.

Ao terminar a aplicação, ative o protetor de segurança, se estiver presente na seringa que está usando. Descarte corretamente no Descartex. E faça a compressão do local da aplicação, sem massagear. O cliente chegou no balcão para ser atendido. Você fez a venda, viu a validade do medicamento na embalagem primária, preencheu a Declaração de Serviços Farmacêuticos, colocou o medicamento sobre a bancada, seja em ampola ou frasco-ampola, pegou a seringa e as agulhas necessárias e pôs sobre a bancada. Quando fechar a venda não esquece de incluir o tratamento inteiro. Se você esquecer disso, o cliente pode ficar bravo com você. Você não pode deixar de ver o verso da receita. E sempre confirme a receita e os medicamentos com um colega experiente. A isso chamamos de duplo cheque, é mais segurança no atendimento. Eu preciso preparar a seringa em 3 possíveis situações: ➡️Ampola com líquido. ➡️Frasco-ampola com líquido. ➡️Frasco-ampola com pó, acompanhado de uma ampola com diluente.

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PRIMEIRO CASO Aplicação usando ampola com medicamento pronto (líquido). Eu já mostrei o caso da Dexa-Citoneurin, nos vídeos teóricos. Você aplica uma ampola vermelha junto com uma ampola com medicamento transparente, em uma seringa de 5 mL. As ampolas que sobram ficam para as próximas aplicações. A maioria dos injetáveis vem em ampolas com o medicamento pronto (líquido). Elas precisam ser abertas antes da aspiração do medicamento. Aspire o medicamento Remova ar e bolhas. A seringa está pronta.

SEGUNDO CASO Aplicação usando frasco-ampola com medicamento pronto (líquido). Frasco-ampola com líquido. O medicamento pronto às vezes vem em frasco-ampola. Aplicação com FRASCO-AMPOLA. A insulina NPH para aplicação com seringa é um exemplo de medicamento multidose em frasco-ampola, vem pronto para uso.

Recomendo homogeneizar antes de aspirar. Aspire o medicamento. Remova ar e bolhas. A seringa está pronta.

TERCEIRO CASO Frasco-ampola com pó, acompanhado de uma ampola com diluente. Aplicação com pó em FRASCO-AMPOLA e ampola com diluente. Faça a assepsia da ampola contendo o diluente. Abra a ampola e aspire o diluente, para injetar dentro do frasco-ampola contendo o 84

medicamento em pó, para diluir. Aspire o medicamento. Remova ar e bolhas. A seringa está pronta. Vejamos o preparo da seringa na bancada: Use o álcool swab (ou bola de algodão + o álcool 70 líquido da almotolia ou pisseta). O algodão em bolas deve ser mantido em pote de vidro ou inox. Se for usar algodão em rolo, mantenha o pote abastecido com o algodão previamente cortado em formato quadrado. A tesoura da sala de aplicação é exclusiva, bem como o álcool 70. Agora confirme a validade estampada na ampola ou no frasco-ampola. Confirme a qualidade do medicamento dentro do frasco. Visualize o conteúdo do frasco, antes de sua abertura. Coloque a ampola (contendo o medicamento líquido) contra a luz diante dos olhos. Certifique-se da ausência de corpo estranho no interior do frasco. Confirme se o medicamento líquido tem a cor característica de um produto inalterado. Se percebeu falha na qualidade, precisa pegar uma nova caixa de produto. Após a aplicação usando o produto correto, entre no site da Anvisa, no Notivisa e preencha o formulário de queixas técnicas. E descreva as falhas no medicamento. Quando ocorrerem eventos adversos, no mesmo site preencha o formulário de eventos adversos. Se estiver tudo certo, prossiga com a aplicação. Abra as embalagens da seringa e agulhas que irá usar. Se a agulha vier conectada à seringa, confirme se ela está rosqueada até o fim, se o bico for do tipo Luer-Lok. E quando o bico for do tipo Lüer-Slip, faça uma pressão no canhão da agulha com capa, para confirmar um correto encaixe. Uma correta conexão da agulha ao bico da seringa evita vazamento de parte ou todo o medicamento. Caso a agulha não venha conectada à seringa, faça a conexão da agulha com capa. Lubrifique a rolha de retenção, antes de usar a seringa. Puxe e empurre o êmbolo, duas vezes. Se não tiver esse cuidado, a borracha pode emperrar no momento da aplicação.

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Na primeira imagem, a aspiração de um líquido na ampola de vidro. Na segunda imagem, a aspiração de um líquido no frasco-ampola. Na terceira imagem, removendo ar e bolhas antes de aplicar. Na quarta imagem, diluindo o pó - primeiro aspire o diluente, injete o diluente no frascoampola com o pó, homogenize entre as palmas das mãos, aspire o medicamento reconstituído. Para aspirar o diluente precisa abrir a ampola de vidro - faça a assepsia do pescoço, isso vai hidratar a linha pré-lixada, facilitando a abertura. Remova o lacre do frasco-ampola que contém o medicamento em pó, liofilizado. Faça a assepsia da borracha do frasco-ampola. Injete o diluente aspirado dentro do frasco-ampola contendo o pó, para reconstituir (dissolver) o medicamento. Perceba que a agulha atravessará a borracha do frasco-ampola. O ideal é que você troque a agulha antes de aplicar. Homogenize deslisando (girando) o frasco-ampola na horizontal entre as palmas das mãos, para certificar-se de uma adequada dissolução. Após a reconstituição do medicamento aspire o volume prescrito para aplicar no paciente, na dose prescrita. Antes de aplicar sempre remova ar e bolhas. Aplique no local correto - essa informação está na prescrição. Leia as bulas dos injetáveis, vem explicando o passo a passo da preparação, as vias permitidas e as dosagens recomendas.

DIREÇÃO DO BISEL

Na imagem à esquerda, a direção recomendada do bisel no momento da injeção. Na segunda imagem, a prega (pinça) subcutânea e muscular, para usar quando necessárias. Na imagem da direita, a angulação da agulha de 90° e 45°. Na aplicação intramuscular o ângulo tradicional é de 90°, mas quando o paciente for muito magro faça a pinça (prega) do músculo para não atingir o osso - ou faça uma angulação de 45° na agulha. Na aplicação subcutânea, se estiver usando agulha curta (ex. 4 mm) não vai precisar fazer a pinça nem a inclinação da agulha. Mas se a agulha não for curta faça a pinça (prega) cutânea - e se a pinça/prega for insuficiente, no caso de pacientes magros, faça a inclinação da agulha.. Não mude ângulo de aplicação sem recomendação. Em intramuscular insira 2 terços da agulha - evite encostar o canhão na pele. Qual a direção certa do bisel no momento da injeção? 86

➡️ Se você trabalha em hospital onde há um protocolo para posicionamento do bisel no momento da aplicação, siga esse protocolo. ➡️Caso não haja um protocolo siga um padrão. Padrão de acordo com a via de administração: Nas vias intravenosa e intradérmica, posicione o bisel para cima. Na via intramuscular, posicione o bisel para o lado. Eu sigo esse padrão que acabei de citar. Mas há os que defendem um padrão pela angulação da agulha, não importando a via de administração. Para o ângulo de 90° posicione o bisel para o lado. Demais angulações (45, 30 e 15 graus), posicione o bisel para cima.

COMO AFERIR O VOLUME

Para aferir o volume do interior da seringa faça o alinhamento adequado da rolha de retenção. Coloque a seringa na vertical diante de seus olhos e faça a leitura através da graduação ou escala estampada no cilindro da seringa. Aferindo corretamente o volume aspirado. Após aspirar e remover o ar do interior da seringa, coloque-a na vertical. Acima da borracha você vê o líquido aspirado, seja diluente ou medicamento. Desconsidere a altura da borracha, esse espaço não conta como volume. Entre a borracha e o líquido você tem uma linha imaginária. Faça a leitura do volume exatamente nessa linha que você imaginou. Importante: a seringa deve estar reta na vertical.

SELECIONANDO O MATERIAL Separe o material cuidadosamente, de acordo com o tipo de injetável a ser aplicado no cliente. O calibre e o comprimento da agulha devem ser compatíveis com: ➡️via de aplicação. ➡️característica física do medicamento. ➡️volume do medicamento. ➡️tipo físico do paciente. ➡️idade.

MATERIAIS COMUMENTE UTILIZADOS 87

➡️A prescrição médica. ➡️O medicamento prescrito. ➡️Agulha para aspiração do medicamento. Exemplos de agulhas de aspiração: 40 por 1,2 mm ou 25 por 1 mm ou 30 por 0,8 mm. ➡️Agulha para aplicação do medicamento. Exemplos de agulhas de aplicação: 25 por 0,7 mm ou 25 por 0,8 mm ou 30 por 0,7 mm ou 30 por 0,8 mm. ➡️Seringa de 3 mL ou 5 mL, dependendo do volume do medicamento a ser aplicado. ➡️Bandeja ➡️Luva de procedimento (em hospital adicione a máscara). ➡️Algodão ➡️Álcool 70 líquido. ➡️Esparadrapo ➡️Além de: bandeja, bolas de algodão, álcool a 70% e luvas de procedimento (em látex ou vinil). Após preparar a bancada, prepare a seringa com o medicamento para aplicar.

CONDUTAS DO APLICADOR ➡️Leitura da prescrição médica. ➡️Identificação do produto a ser injetado (apresentação e dose). ➡️Escolha do material adequado (seringas, agulhas, luvas, algodão e álcool). ➡️Definição da via e local da injeção. ➡️Fazer entrevista farmacêutica. ➡️Perguntas básicas: interações, alergias, uso anterior, etc. ➡️ Fazer as anotações ao preencher a DSF Declaração de Serviços Farmacêuticos ou prontuário (caso frequente o consultório Farmacêutico). ➡️Verificar a PA (se hipertenso, se idoso ou se estiver nervoso). ➡️Preparar a seringa de aplicação na presença do paciente - mostre a validade. ➡️Seguimento das normas de biossegurança, começando pela lavagem das mãos. ➡️Realização da aplicação. ➡️Orientar e fazer as recomendações. ➡️Certificar-se que o paciente está bem e liberá-lo.

PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR 1. Realizar higienização das mãos. 2. Identificar o paciente pela receita. Pergunte seu nome completo. Se o paciente estiver acamado em um leito de hospital ou clínica, identifique pelo leito e pela pulseira de identificação. 3. Avaliar histórico de alergias a medicamentos. 4. Verificar a prescrição médica e certificar-se de que a mesma está completa. Com o nome do paciente, o medicamento, a dose, a via e o horário para administração. 5. Reunir o material. 6. Ler o nome do medicamento três vezes: quando pegar, quando preparar e quando guardar o medicamento; confrontando a apresentação do medicamento com a posologia e 88

via prescrita. 7. Preparar o medicamento prescrito. 8. Trocar a agulha por uma compatível com o medicamento e as condições da musculatura do paciente. 9. Identificar a seringa com o medicamento; organizar o material na bandeja e transportá-lo até o paciente. 10. Apresentar-se ao paciente e explicar o procedimento. 11. Avaliar as condições do músculo para aplicação do medicamento e selecionar a região mais adequada, evitando locais com equimose (roxo e vermelhidão), inflamação, edema, endurecimento ou queixas de dor. Garantir a privacidade do paciente. 12. Orientar o paciente sobre a melhor posição para receber o medicamento e ajudá-lo a ocupar a posição adequada conforme o local escolhido para a aplicação. Na região ventroglútea (VG) o paciente pode deitar-se em decúbito dorsal ou lateral, com o quadril e joelho flexionados. Na região dorsoglútea (DG) o paciente pode estar em pé ou em decúbito ventral, com os pés voltados para dentro, ou em decúbito lateral, com a perna de cima flexionada e colocada na frente da perna que está embaixo. No vasto lateral (VL) o paciente pode deitar-se em decúbito dorsal ou sentar-se. Na região deltoideana (DT) o paciente pode ficar em pé, sentar-se ou deitar-se com os braços flexionados. 13. Calçar as luvas de procedimento. 14. Delimitar a região, vislumbrando o ponto ideal para a aplicação ou punção. 15. Realizar antissepsia no local da injeção utilizando uma bola de algodão embebida em álcool 70. Em movimento circular, firme e único do centro para fora ou em movimento reto de baixo para cima, sempre girando o algodão a cada passada. Deixar secar completamente. 16. Retirar a capa protetora da agulha e segurar a seringa com a mão dominante, como se estivesse segurando um dardo. 17. Com a mão secundária, esticar a pele para cima e manter assim esticada até o final do procedimento. Se o paciente for muito magro, em vez da trilha em Z pince o músculo - exceto na região ventroglútea. 18. Com a mão dominante, introduzir a agulha com o bisel lateralizado, em um movimento rápido sem aplicar força exagerada, na angulação de 90°, adequada para a região selecionada. 19. Se fizer a trilha em Z só pode soltar a pele esticada no final da aplicação, após a retirada da agulha. Mas se você está atendendo um paciente magro e pinçou o músculo (ou seja, NÃO está fazendo a Trilha em Z), após a introdução da agulha solte o músculo assegurando que a agulha permaneça imóvel – a mão dominante que segura a seringa não deve ser movimentada, para o bisel não fazer cortes profundos. 20. Aspire um pouquinho para verificar se a agulha está alcançando um vaso sanguíneo e em caso negativo, injetar lentamente o medicamento. Caso retorne sangue, desprezar a 89

seringa com o medicamento e recomece o processo. 21. Esperar 10 segundos para a retirada da agulha. Essa espera é necessária para o medicamento se espalhar no tecido muscular e diminuir a chance de refluxo. 22. Retire a agulha no mesmo ângulo em que foi introduzida, em um movimento firme, único e rápido. Descarte a seringa usada. Por fim, depois da retirada da agulha, solte a pele que você esticou fazendo a Trilha em Z (se fez a Trilha em Z). Coloque o algodão seco sobre o local e exerça uma leve pressão, sem massagear. 23. Coloque o paciente em posição confortável; 24. Recomponha a unidade, deixando tudo em ordem por padrão. 25. Desprezar os perfurocortantes em recipiente rígido (Descartex) e os demais materiais em local adequado. Lixo comum em lixeira de lixo comum, e lixo contaminante em lixeira de lixo contaminante.

26. Retirar as luvas. 27. Realizar higienização das mãos. 28. Faça as anotações no verso da prescrição médica ou em formulário do hospital, anotando o medicamento administrado.

APLICAÇÃO DE ANTICONCEPCIONAL Identificar os principais medicamentos injetáveis, aplicação de anticoncepcional. Receita nova: aplique, carimbe no verso da receita. Receita feita há mais de 1 mês: tem que ter o carimbo da dose anterior no verso da receita, senão não aplique, mande a paciente passar em nova consulta para trocar a receita. Se ela engravidar processa a drogaria e ganha a causa. Ela vai usar como prova o cupom do caixa.

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Na imagem acima à esquerda: carimbo para receita de anticoncepcional. Na imagem acima à direita: modelos de carimbos para receitas de Controlados - os antimicrobianos e os psicotrópicos (da Portaria 344). No carimbo que colocamos no verso da receita, após aplicação de contraceptivos, temos algumas informações: Nome da drogaria ou o logo. E os dizeres: TRAGA ESTA RECEITA NA PRÓXIMA APLICAÇÃO. Receita de anticoncepcional é válida por 1 ano. Além disso precisamos preencher com: Data da aplicação. Nome da pessoa que aplicou. O Local e o Lado em que foi aplicado. VGE, abreviação para local ventroglúteo e lado esquerdo. VGD, abreviação para local ventroglúteo e lado direito. VLE, abreviação para local vasto lateral e lado esquerdo. VLD, abreviação para local vasto lateral e lado direito. DGE, abreviação para local dorsoglúteo e lado esquerdo. DGD, abreviação para local dorsoglúteo e lado direito. DTE, abreviação para local deltoide e lado esquerdo. DTD, abreviação para local deltoide e lado direito.

QUE FAZER COM AS SOBRAS? Se o prescritor mandou aplicar 1 mL, mas a ampola vem 2 mL. Que faço com a sobra de medicamento? No caso da insulina, o cliente pagou pelo frasco inteiro. Ele deve levar consigo o frasco com as doses que sobraram. Mas se um cliente comprou e pagou uma ampola de Frademicina. Se foi prescrito 1 mL de um produto, mas na ampola vier 2 mL, vai sobrar 1 mL. Essa sobra será descartada. Impossível guardar para outro dia, cada medicamento tem um prazo para ser usado. Alguns perdem a atividade em horas, outros em minutos. 91

Existe uma tabela de estabilidade de medicamentos, especificando o tempo de validade para cada medicamento aberto. Cada instituição usa uma tabela própria. Algumas drogas após abertura da ampola tem que ser usadas imediatamente, não dá para reaproveitar. A Cefuroxima injetável deve ser diluída em soro fisiológico ou soro glicosado. Após preparação deve ser usado em até 6 horas em temperatura ambiente. Sob refrigeração essa validade aumenta para 24 horas. O aciclovir intravenoso tem estabilidade de até 1 hora, em temperatura ambiente, após abertura da ampola. Não pode guardar uma ampola aberta para aplicar outro dia. Abriu? Aplique e descarte as sobras. Medicamentos de dose única, não-refrigerado. Em drogaria você descarta o que sobrou. Não pode aplicar volume diferente do prescrito. Um frasco de insulina vem com várias doses. No caso de frasco multidose, você guarda refrigerado, sem tirar a tampa de borracha do frasco. Transporte ao abrigo de luz e calor. Quero lembrar que a insulina que você pegou na geladeira, precisa ficar fora por uns 30 minutos antes de aplicar. Não aplique insulina gelada. Os termolábeis também tem prazo para uso, após o primeira aplicação. Cada medicamento tem um prazo específico.

CONSERVAÇÃO DA INSULINA A insulina multidose, pode ser mantida fora da geladeira. INSULINAS Conservação da Insulina - Evidência A (fortemente seguro)

Insulina lacrada em frasco multidose, refil e caneta descartável. Mantida sob refrigeração, entre 2°C e 8°C. Validade de 2 a 3 anos, de acordo com o fabricante, a partir da data de fabricação 92

Insulina em uso pelo paciente. Mantida sob refrigeração, entre 2°C e 8°C. Ou fora da geladeira até 30°C, em temperatura ambiente Fora da geladeira a validade é reduzida para 4 a 6 semanas após a data de abertura do frasco e inicio do uso, de acordo com o fabricante. Caneta de Insulina recarregável, em uso. Até 30°C (em torno de 25°C), em temperatura ambiente. Se passar de 30°C rapidamente estraga. Válida por 4 a 6 semanas, fora da geladeira, após a data de abertura do refil e inicio do uso, de acordo com o fabricante. O paciente não precisa manter sob refrigeração após iniciar o uso da insulina multidoses. Mas tem que evitar temperatura acima de 30°C. Vai para a praia? Coloque a insulina na geladeira do hotel ou pousada. Ou leve uma caixa térmica com placas de gelo em quantidade suficiente para refrigerar e não para congelar. Troque as placas de gelo periodicamente. Não encoste a insulina na placa de gelo, senão ela congela. Mora em cidade que passa dos 30°C? Transporte a insulina em caixa térmica para manter a temperatura abaixo de 30°C, com placas de gelo.

Acima: tabela com a farmacocinética da maioria das insulinas comercializadas.

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Acima: Indicações e Recomendações para uso das agulhas subcutâneas em Adultos (A)

Acima: Apresentação e tempo de ação das preparações de insulinas Regular (R) e NPH mais utilizadas no Brasil e ofertadas pelo SUS. A farmacocinética das insulinas R e NPH. [as 3 imagens acima: material de aula da USP] Os comprimentos das agulhas, a indicação ou não de uso da prega cutânea e o ângulo de inclinação da agulha recomendado.

TIPOS DE PACIENTE ➡️Calmo e colaborador: seja gentil e proporcione o máximo de conforto. ➡️ Mau humorado e implicante: Mantenha a calma e desarme as resistências com argumentos firmes. 94

➡️Ansioso e estressado: Mantenha a calma. Desvie sua atenção. ➡️Criança inquieta e resistente: Tente acalmá-la, sem mentir. Evite que ela veja o preparo da injeção. Faça o mais rápido possível, não perca tempo. Deve distraí-la dizendo: — Respira fundo! Aplique sem perder tempo. Recompense-a no final, com autorização dos pais. Elogie pela coragem.

PACIENTE COM O MEDO ➡ ️Cliente com medo e que não quer sentir dor. ➡ ️ Não use agulhas mais curtas que o normal na tentativa de reduzir a dor do cliente ou neutralizar o medo dele. ➡ ️Use a agulha recomendada. ➡️Passe segurança, você está no controle! ➡️O cliente precisa de privacidade. ➡️Seja gentil e firme nas palavras. ➡️Seja profissional - demonstre confiança. ➡️Você tem a técnica, tem certificado e experiência. ➡️ Enfatize que o material é descartável, que a limpeza é rigorosa, que a qualidade é a base da empresa. ➡️Fale a verdade. ➡️Doi apenas um pouquinho e será rápido. ➡️ Faça o paciente sentar, abra a janela ou ligue o exaustor ou ventilador ou arcondicionado. ➡️Fale da importância de tomar a injeção. ➡️Mostre a validade estampada. ➡️Não prepare a seringa na frente do paciente, sempre que tem fobia. ➡️Diga: — Respire fundo! E aplica! Isso vai distraí-lo. ➡️Seja breve, não perca tempo. Não estimular o medo: qualquer pessoa vai depender de procedimentos médicos que exijam o uso de agulhas; se hoje você estimula o medo em alguém irá gerar sofrimento futuro. As frases a seguir podem parecer inofensivas, mas além de equivocadas, elas geram sentimentos de medo e castigo; e o resultado é sofrimento: — Olha lá o moço do jaleco branco, ele vai te pegar. — Coloque o agasalho, senão vai tomar injeção. Qual a diferença entre reconstituição e diluição? Esses dois termos geram confusão na maioria das pessoas e são erroneamente utilizados como sinônimos por alguns fabricantes e pela literatura farmacêutica. No entanto, embora descrevam processos semelhantes representam objetivos diferentes. 95

RECONSTITUIÇÃO A reconstituição consiste em retornar um medicamento da forma de pó para sua forma original líquida. Para isso, adiciona-se diluentes como água estéril, cloreto de sódio 0,9% (soro fisiológico) e glicose 5% ao recipiente com o pó medicamentoso, seguindo as instruções do fabricante até que se obtenha o medicamento recomendado para uso. DILUIÇÃO A diluição tem como objetivo alterar a concentração de um medicamento já em estado líquido, seja esse uma solução, uma suspensão ou um pó reconstituído. Os diluentes usados geralmente são os mesmos. PERFIS DE GORDURA E MÚSCULO

Na imagem à esquerda, os 3 perfis corpóreos principais, que você vai atender diariamente na sua drogaria. A camada de gordura é representado pela cor amarela. E a cor vermelha representa a camada muscular. Uns tem mais volume de gordura, outros tem mais volume muscular. Na segunda imagem, o aplicador inseriu encostou o canhão da agulha na pele do paciente (não recomendado) e apertando (risco de tocar o osso). Em intramuscular evite encostar o canhão na pele do cliente - insira 2/3 da agulha. ➡️ O perfil do fisiculturista: tem uma fina camada de gordura, um tecido subcutâneo bastante raso. ➡️A mulher: com perfil intermediário, nem gorda nem muito magra. ➡️ O homem gordo de camisa azul, com camada de gordura maior que a camada de músculos. ➡️O homem de camisa verde, um falso gordo - ele tem abdômen dilatado, mas tem pouco volume de gordura. Quando for aplicar uma subcutânea nesse perfil falso gordo use agulhas curtas, para não atingir o músculo. ➡️Cuidado também com o perfil do falso magro, que visualmente parece magro, mas tem bastante massa muscular - requer agulha longa. Considere esse aspecto na hora de escolher o comprimento certo da agulha. Você já viu que o comprimento da agulha adequado evita a aplicação em tecido não esperado. Agulha curta para a via subcutânea e longa para a via intramuscular. Se não tiver agulha para subcutânea, não use agulha de outra via. Não aplique intramuscular com agulha para subcutânea. Siga os protocolos da instituição onde trabalha - cada hospital tem suas regras específicas. 96

Apalpe e localize os ossos importantes, quando for aplicar. Faça uma prega (ou pinça) subcutânea para avaliar o nível de gordura, em injeção subcutânea. A pinça/prega subcutânea é superficial. E pince o músculo (faça a prega) para checar a espessura deste, em injeção intramuscular. Numa pinça muscular aperte um volume maior e mais profundo. Aspiramos líquidos (diluentes e medicamentos) contidos em ampola e frasco-ampola.

À esquerda (com barra inferior amarela): Nesta imagem eu tenho 4 itens. ➡️No item 1 tenho uma embalagem contendo um frasco-ampola e seu respectivo diluente. Se trata do antibiótico Ceftriaxona de 500 mg para ser aplicado na via intramuscular (IM). Note no frasco-ampola um pó liofilizado branco. Você começa abrindo a ampola com o diluente, aspira o diluente e injeta dentro do frascoampola para diluir o pó - não deixe de fazer a assepsia da borracha do frasco-ampola antes de penetrar com a agulha. Você gira o frasco entre as palmas das mãos na posição horizontal, para homogeneizar o medicamento. Após isso vai aspirar o medicamento preparado para injetar no cliente, após remover ar e bolhas. ➡️O item 2 desta imagem é um diluente. Vem junto com um medicamento ou vendido avulso para uso hospitalar. ➡️ No item 3 da imagem temos um medicamento pronto para aplicar, não requer diluição não vem com diluente na embalagem, não precisa, já está pronto. Esse medicamento é escuro, típico de produtos à base de ferro. As cores variam de transparente, escuro, branco leitoso, alaranjado, etc. Cada medicamento tem sua cor característica. ➡️ No item 4 da imagem temos um medicamento único numa mesma caixa, com ampolas duplas para aplicar. Na mesma seringa de 5 mL aspire o medicamento da ampola vermelha e o medicamento da ampola transparente. Esses produtos só podem ser misturados no momento da aplicação, por isso não vem na mesma ampola. À direita (com barra inferior roxa): 97

Nessa outra imagem temos um Dexa-Citoneurin para dor e inflamação, uma Diprospan com ação anti-inflamatória e antialérgica, além de Mesigyna e Depo-Provera, que são 2 anticoncepcionais injetáveis com seringa pré-carregada (já vem preenchida do laboratório). Principais medicamentos injetáveis em drogaria. Entre as classes de medicamentos mais administradas na drogaria estão: ➡️Analgésicos e anti-inflamatórios AINES. ➡️Analgésicos e anti-inflamatórios corticosteroides. ➡️Anticoncepcionais. ➡️Antialérgicos. ➡️Insulinas. ➡️Antimicrobianos (antibióticos). ➡️Anticoagulantes. ➡️Hormônios de reposição. Quais medicamentos injetáveis podem ser aplicados em drogarias? Tenha 2 listas: uma com os nomes dos injetáveis que podem ser aplicados e outra com os medicamentos injetáveis que não podem ser aplicados em sua drogaria. Não existe uma lista da Anvisa que define quais são os medicamentos injetáveis que podem ser administrados em drogarias e farmácias. Mas, segundo a RDC 44 de 2009, no parágrafo único do artigo 74, veda a administração de medicamentos de uso exclusivo hospitalar no ambiente de farmácias e drogarias. Esses medicamentos não podem ser administrados em drogarias e farmácias, por terem alto risco. A informação de que um medicamento é de uso exclusivo em ambiente hospitalar consta descrita na rotulagem do produto (e na bula). Conforme determina a legislação, os rótulos das embalagens secundárias de todos os medicamentos com uso restrito a hospitais devem possuir a frase, em caixa alta, "USO RESTRITO A HOSPITAIS". O Plasil e o Kanakion são exemplos de medicamentos cuja administração é proibida em drogarias e farmácias. No caso dos medicamentos contendo penicilina e seus derivados, somente existe a proibição para a realização do teste de sensibilidade nas farmácias/drogarias, conforme artigo 3º, inciso I da Portaria CVS nº 5/00, não havendo, portanto, proibição expressa para a administração dos medicamentos. É recomendável estabelecer previamente como esse serviço de aplicação será oferecido na sua drogaria ou farmácia. Ajuda a padronizar esse serviço, para que farmacêuticos e balconistas falem a mesma língua, trabalhem em consonância. Treinamento é a única forma de mudar uma cultura organizacional, padronizando as atividades para uma melhor qualidade nos serviços em drogaria. O treinamento forma e atualiza, para redução e eliminação de falhas. Orientação. Evite espirrar dentro da sala de aplicação. 98

Quando estiver sentindo um princípio de resfriado tome um antialérgico ou outro medicamento de sua preferência. Não fale quando a ampola aberta estiver à sua frente. Não fale diante da seringa preparada ou do local de aplicação onde vai inserir a agulha. Gotículas de saliva podem contaminar. Fale pouco, vire o rosto para o lado quando tiver que falar. Escolha a região da aplicação. Não pode haver sinal de inflamação, infecção ou ferida próxima do local. Faça a antissepsia da pele com antissépticos e espere secar, ou seque com uma gaze estéril; Intramuscular Profunda (a exemplo do anticoncepcional, testosterona). Quando tratar de uma aplicação intramuscular profunda, aplique no ventroglúteo, esse é o local de primeira escolha. A segunda opção será no vasto lateral se o paciente tiver um vasto lateral volumoso (coxas grossas). Mas se o paciente tem um vasto lateral pouco volumoso (coxas finas), neste caso faça a aplicação do dorsoglúteo - que quase sempre tem um bom volume muscular. Em último caso aplique no deltoide - em paciente com paralisia nas pernas, por exemplo. Alterne o lado da injeção a cada mês. É possível que alguma pessoa expresse vergonha em expor o corpo, ainda que o aplicador vista branco (roupas). Você vai perceber se o cliente não está bem à vontade. Como já disse, seja gentil e firme nas palavras, passe segurança, confiança. Se apresente: diga que você tem curso de formação, que você tem experiência, que você está ali para ajudar na saúde das pessoas, que aquele procedimento é necessário, que você respeita seus pacientes, que você é um profissional de saúde. Não esbanje sorrisos, prefira uma postura mais séria, sem ser rude. O respeito tem mão dupla, você respeita o cliente e o cliente precisa te respeitar como profissional de saúde. Trate bem a todos Você pode atender uma cliente, mulher, que não quer aplicar com aplicador homem. Eu não vejo razões para essa postura dela, mas respeito e não discuto. Por isso é bom ter homens e mulheres que aplicam em drogaria. Após a aplicação de um anticoncepcional oleoso, o ideal é que a paciente repouse sentada em cadeira ou deitada na maca, sem fazer esforços por alguns minutos. Esse repouso também diminui a chance de refluxo, com perdas do medicamento aplicado. Quando a RDC 44 fala em estrutura física compatível da sala de aplicação, está falando da necessidade de alguns móveis, equipamentos, acessórios, etc. Uma cadeira para o cliente sentar, a pia com água corrente, um armário com gavetas para guardar os materiais utilizados nos serviços farmacêuticos, etc. Se couber uma maca na sala de aplicação, vai agregar valor. A maca não é obrigatória, mas só aplique anticoagulante (Clexane) se tiver uma maca na sala - alguns medicamentos devem ser aplicados no paciente deitado, a exemplo dos anticoagulantes (Clexane). Uma maca pode propiciar conforto ao cliente. Facilita na delimitação do local da injeção. E menor risco de acidente, maior controle da situação. 99

Desestimule mulheres a fazer autoaplicação de anticoncepcionais. É melhor que outra pessoa aplique nela. No caso de insulina, tudo certo, a autoaplicação, principalmente com caneta pode ser incentivada.

CÁLCULOS FARMACOLÓGICOS Vamos falar sobre cálculo de medicamento. É fundamental que todo aplicar conheça noções de matemática. Temos o cuidado para aplicar a dose certa no paciente. Isso vai garantir a produção do efeito esperado. Estamos sempre fazendo cálculos. Um cálculo pode determinar o sucesso ou uma possível tragédia.

REGRA DE TRÊS O cálculo do medicamento pode ser resolvido, na maioria das situações, através da utilização da regra de 3 simples. Essa regra nos ajuda a descobrir o valor de uma determinada grandeza que está incógnita, um número que estamos buscando. As grandezas proporcionais de termos devem ser alinhados e o raciocínio lógico deverá ser encaminhado para se descobrir uma incógnita por vez. A disposição dos elementos deve ser da seguinte forma: 1ª linha- colocar a informação 2ª linha- coloca a pergunta Para os cálculos com números decimais e centesimais, sugere-se que trabalhe com aproximações. Se o valor da casa centesimal for menor que 5, mantém-se o valor decimal - a gente arredonda para menos. Exemplo: 3,52= 3,5; Se o valor da casa centesimal for igual ou maior que 5, acrescenta-se uma unidade ao valor decimal - a gente arredonda para mais. Exemplo: 8,47= 8,5. Para quebrar a rotina vamos praticar Regra de 3, resolvendo uma pergunta sobre o consumo de bala de gengibre. 1) Antes de calcularmos volumes de injetáveis, vamos começar com um exemplo bem simples. Eu comprei 2 pacotes de balas de gengibre mastigáveis. Se eu consumo 5 balas a cada 6 horas, quantas balas vou consumir em 24 horas? 100

A primeira coisa a se fazer é montar a fórmula, para achar o valor que desejo. Você precisa entender a pergunta, para achar a resposta certa. As informações que realmente me interessam: 24 horas é o mesmo que um dia. 6h representa um quarto do dia. Em 6h ---> 5 balas Em 24h ---> X Em 6 horas consumo 5 balas. Em 24 horas consumirei um número Xis de balas. Faço o cruzamento, multiplico. 24 x 5 balas = 120 X x 6 balas = 6X 24 vezes 5 balas é igual a 120. Xis vezes 6 balas é igual a 6 Xis. Note que coloquei bala embaixo de bala, iguais embaixo de iguais. De um lado ponho a primeira multiplicação. Do outro fica a incógnita. Assim, 6 Xis é igual a 120 Próximo passo: O 6 tá multiplicando, passa para o outro lado dividindo 120 dividido por 6 é igual a Xis. Xis é igual a 20 balas. Se a cada 6 horas vou consumir 5 balas e vou fazer isso 4 vezes ao dia. 5 vezes 4 é igual a 20 Essa pergunta fácil dá para resolver de cabeça, sem regra de três. Mas quero que use a regra de 3 para resolver. 2) Vamos para uma nova questão, bem simples também. Em uma ampola de dipirona injetável tenho 2 mL de solução. Quantos mL terei em 3 ampolas? Vamos usar a regra de 3. 1 ampola está para 2 mL (é a informação) 3 ampola está para Xis mL (é a pergunta) Coloquei ampola embaixo de ampola. Próximo passo: Multiplique os valores cruzados e isole a incógnita. 101

1 Xis é igual a 2 vezes 3 Xis é igual a 2 vezes 3, dividido por 1. Xis é igual a 6 mL. Assim, somando os volumes das 3 ampolas terei 6 mL. 3) Vamos para uma nova questão, bem simples também. Se 1 mL contém 20 gotas 250 mL terá Xis gotas. 1 Xis é igual a 250 vezes 20. Xis é igual a 250 vezes 20, sobre 1. Xis é igual a 5000. Assim, temos 5000 gotas num frasco de 250 mL de soro fisiológico. 4) Vamos para uma nova questão, bem simples também. Foram prescritos 500 mg via oral de Kefléx suspensão, de 6 em 6 horas. Quantos mL devemos administrar? O primeiro passo é olhar o frasco e verificar a dosagem, ou seja, a quantidade do soluto por mL. Nesse caso está descrito: 250 mg por cada 5 mL. A cada 5 mL você dispõe de 250 mg de soluto (cefalexina). Agora é só montar a regra de três. 250 mg está para 5 mL. 500 mg está para Xis. De um lado escrevo 250 Xis. Do outro lado escrevo 500 vezes 5, ou seja 2500. Para resolver o Xis. Xis é igual a 2500 dividido por 250. Xis é igual a 10 mL. O Keflex nessa concentração de 250 mg por 5 mL, terei que dar 10 mL a cada 6 horas. 5) Devemos administrar 250 mg de Novamin, via intramuscular, de 12 em 12 horas. Temos na clínica ampolas de 2 mL com 500 mg totais dentro de cada ampola. Quantos mL devo administrar? 500 mg está para 2 mL. 250 mg está para Xis. 500 X é igual a 500. Xis é igual a 500 dividido por 500. Xis é igual a 1 mL. 6) Vamos para uma nova questão, bem simples também. Foram prescritos 50 UI de insulina NPH, por via SC. 102

No momento não temos seringa de insulina com graduação em UI. Só tenho seringas de 3 mL. É possível aplicar? 100 UI está para 1 mL. 50 UI está para Xis. 100 Xis é igual a 50. Xis é igual a 50 dividido por 100. Xis é igual a 0,5 mL. Enfim, aspire meio mL para aplicar. Isso equivale a 50 UI. 7) Vamos para uma nova questão, bem simples também. Temos que administrar 2500 UI de heparina, na via subcutânea, de 12 em 12 horas. Temos frasco de 5000 UI em 1 mL. Como devemos proceder? 5000 UI está para 1 mL. 2500 UI está para Xis. 5000 Xis é igual a 2500. Xis é igual a 2500 dividido por 5000. Xis é igual a 0,5 mL. 8) Vamos para uma nova questão, bem simples também. Temos que administrar insulina na via subcutânea e não temos seringa própria, apenas a de 3 mL. Então calcule em mL cada valor prescrito em UI. letra A: 60 UI de insulina. letra B: 80 Ul de insulina. letra C: 50 Ul de insulina. Resolvendo letra A. 100 UI está para 1 mL. 60 UI está para Xis. 100 Xis é igual a 60 vezes 1. Xis é igual a 0,6 mL. Para aplicar 60 UI eu aplico 0,6 mL. Resolvendo letra B. 100 UI está para 1 mL. 80 UI está para Xis. 100 Xis é igual a 80 vezes 1. X é igual a 0,8 mL. Para aplicar 80 UI eu aplico 0,8 mL. 103

Resolvendo letra C. 100 UI está para 1 mL. 50 UI está para Xis. 100 Xis é igual a 50 vezes 1. Xis é igual a 0,5 mL. Para aplicar 50 UI eu aplico 0,5 mL. Essa parte de matemática continua na aula prática.

SEGURANÇA DO APLICADOR E DO PACIENTE NA INJEÇÃO. IMPORTÂNCIA DO ÁLCOOL 70 PARA ASSEPSIA E ANTISSEPSIA Antissepsia: conjunto de medidas empregadas com finalidade de destruir e inibir crescimento de microrganismos existentes nas camadas superficiais (microbiota transitória) e profundas (micr. residente) da pele, pela aplicação de (...) antissépticos (Portaria 2616, BRASIL, 1998). Antes administração parenteral de medicamentos: A pele deve ser completamente limpa, esfregando-se etanol ou isopropanol (álcool isopropílico) a 70%, retirando o excesso com algodão e fazendo pelo menos cinco (5) movimentos em um mesmo sentido e deixando secar (AYLIFFE, et al., 1998; CARVALHO, 2000; CASSIANI, 1998; COIMBRA, 1999; SOUZA & JUNQUEIRA, 2001). O detergente da sala de aplicação vem com clorexidina. O Digluconato de Clorexidina 2% é extremamente eficaz contra bactérias gram positivas e negativas, podendo garantir procedimentos (cirúrgicos/aplicação) mais seguros.

PREVENINDO ACIDENTES DE TRABALHO A exposição a materiais biológicos potencialmente contaminados é inerente à rotina dos profissionais da área de saúde. Ferimentos com perfurocortantes ainda são responsáveis por um número significativo de acidentes nesse segmento de trabalho. Por isso, é muito importante adotar algumas medidas preventivas antes de manusear esses materiais. ➡️Lavar as mãos antes e depois de qualquer procedimento. ➡️ Usar luvas, máscaras, óculos de proteção durante procedimentos em que haja possibilidade de respingo de sangue, secreções e outros fluidos corpóreos. Utilizar também calçados fechados. ➡️ É importante reconhecer todos os materiais considerados perfurocortantes (agulhas, seringas, escalpes, ampolas, lâminas de bisturi, vidrarias). 104

➡️Agulhas não devem ser reencapadas ou removidas da seringa manualmente. ➡️Após o uso, os materiais perfurocortantes devem ser descartados dentro de recipientes rígidos (caixas coletoras Descartex) à prova de vazamentos. ➡️ O recipiente coletor deve ser mantido em local visível, seguro e seco, sendo que não deve ser preenchido acima do limite de 2/3 de sua capacidade máxima. ➡️É proibido esvaziar o recipiente para o seu reaproveitamento. No caso de acidentes de trabalho com material biológico e material perfurocortante contaminado, veja o que precisa ser feito: ➡️Lavar o local exposto com água e sabão. ➡️Cobrir o ferimento com uma gaze. ➡️Dirigir-se ao setor de emergência para receber o tratamento adequado - o paciente deve acompanhar o aplicador para os 2 realizarem exames. ➡️ Realizar exames sorológicos de Hepatite B, Hepatite C, HIV, entre outros agentes infecciosos. ➡️Não realizar procedimentos que aumentem a área exposta, tais como cortes e injeções locais. Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/saude_do_trabalhador/ index.php?p=254173

É um tipo específico de acidente de trabalho, cujo risco de infecção envolve o contato com fluidos orgânicos potencialmente contaminantes.  Veja quadro abaixo: Acidente de Trabalho com exposição a material biológico Com risco de transmissão

Sem risco de transmissão* *Exceto se houver presença de sangue

Sangue

Suor

Líquor

Lágrimas

Líquido pleural

Fezes

Líquido ascítico

Urina

Líquido amniótico

Vômito

Fluido com sangue

Secreção nasal

Soro / plasma

Saliva

A exposição a material biológico é muito perigosa por ser potencialmente capaz de transmitir mais de 50 tipos de patógenos diferentes (além do HIV , Hepatite B e C). Tipos de exposição envolvendo material biológico consideradas de risco: ✔ Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes ou cortantes (ex.: agulhas, lâminas de bisturi, vidrarias, etc.); ✔ Exposições de mucosas: ocorrência de respingos na face envolvendo olho, nariz ou boca; ou exposição de mucosa genital; ✔ Exposição de pele não íntegra: contato com locais onde a pele apresenta dermatites ou feridas abertas; 105

✔ Arranhaduras e/ou mordeduras: são consideradas de risco quando envolvem a presença de sangue.   Principais causas de acidente de trabalho com exposição a material biológico ✔ Administração de medicação endovenosa; intramuscular; subcutânea; intradérmica; ✔ Punção venosa/arterial para coleta de sangue; ✔ Descarte inadequado de material perfurocortante em saco de lixo; ✔ Descarte inadequado de perfurocortante em bancada, cama, chão e etc; ✔ Lavanderia; ✔ Lavagem de material (CME); ✔ Manipulação de caixa com material perfurocortante; ✔ Procedimento cirúrgico; odontológico; laboratorial; ✔ Dextro (controle de glicemia capilar); ✔ Reencape de agulha   Risco de Infecção por HIV, Hepatite B e Hepatite C O risco de infecção pós-exposição ocupacional é variável e depende de diversos fatores como: ✔ Tipo de acidente; ✔ Condições clínicas do paciente fonte e do trabalhador; ✔ Gravidade da lesão; ✔ Presença e volume de sangue do paciente fonte; ✔ Conduta adequada pós-exposição; ✔ Tempo decorrido entre exposição e início da PEP (Profilaxia pós-exposição)   Medidas de Prevenção de Exposição a Material Biológico ✔ Adotar cuidados com a biossegurança; ✔ Uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual): uso de máscaras, luvas, avental, botas; ✔ Lavar as mãos com água corrente e sabão; ✔ Imunização para Hepatite B (3 doses e realização do anti HBS)   Medidas de Prevenção Pós Exposição a Material Biológico ✔ Lavar a área contaminada com água e sabão ✔ Não espremer a área atingida ✔ Não esfregar ✔ Procurar atendimento médico com Urgência (nas primeiras duas horas após o acidente, até 72horas) ✔ Realizar teste para HIV Hepatite B e C (teste rápido) ✔ Realizar teste para HIV Hepatite B e C no paciente fonte (quando conhecido) (teste rápido)   O que fazer se ocorrer Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico 1) Testar HIV durante janela imunológica: ✔ momento zero (ocorrência do acidente); ✔ 30 dias; ✔ 90 dias; 106

2) Testar para Hepatite C durante janela imunológica: ✔ momento zero ✔ 90 dias; ✔ 180 dias 3) Testar para Hepatite B durante janela imunológica: ✔ momento zero; ✔ 90 dias; ✔ 180 dias   ATENÇÃO! EVITAR: ✔ Manter relações sexuais sem o uso de preservativo; ✔ Engravidar ✔ Amamentar; ✔ Doar sangue, órgãos, sêmen  DOCUMENTOS TÉCNICOS  Fluxograma de acidente com material biológico - MSP https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/fluxograma_AT_Bio_17_08_2023.pdf

Protocolo de Exposição a Material Biológico http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/vigilancia_em_saude/Protocolo%20de%20Exposicao %20a%20Material%20Biologico.pdf

Profilaxia Pós Exposição - Ministério da Saúde https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ protocolo_clinico_diretrizes_terapeuticas_profilaxia_pos_exposicao_risco_infeccao_hiv_ist_hepatires_virais_2021.pdf

5 CERTOS A administração medicamentos é uma atividade que exige responsabilidade. O tratamento de determinadas patologias na grande maioria das vezes ocorre por terapia medicamentosa. A sua correta execução depende da aplicação de diversos princípios científicos que não se verificando puderam levar a erros com prejuízo ao paciente. Neste sentido, a aplicação da regra “5 certos”, deve ser seguida, evitando-se erros. ➡️Medicamento certo ➡️Paciente certo ➡️Dose certa ➡️Hora certa ➡️Via certa

DESCARTE CORRETO DE RESÍDUOS Toda drogaria possui um documento chamado PGRSS para controle dos resíduos de saúde. O que são Resíduos de Serviços de Saúde – RSS? 107

Todo resíduo resultante de atividades exercidas por estabelecimento gerador que, por suas características, necessitam de processos diferenciados no manejo exigindo ou não tratamento prévio para a disposição final. Como os RSS são classificados (RDC 306/24, CONAMA 385/05)? São classificados em 5 grupos, de acordo com a característica principal e potencial de risco: A = Biológico. B = Químico. C = Radioativo. D = Domiciliar, reciclável. E = Perfurante, cortante.

Acima à esquerda, os 5 tipos de lixo (resíduos). Toda drogaria produz o resíduo do tipo D (reciclável). Se tiver uma sala de aplicação ativa, adiciona-se a produção do resíduo do tipo A (contaminante) e E (perfurocortante) - conforme imagem acima à direita. Nenhuma drogaria trabalha com material radioativo. Resíduos químicos: caso haja uma quebra ou vazamento de produto com potencial capacidade de contaminar o meio ambiente devido a constituintes químicos evidentes (alisante de cabelo, tintas de cabelo, produto para depilação química, desodorantes, pilhas, baterias, ácidos), estes não devem ser derramados na pia, mas acondicionados em uma caixa ou balde impermeável, que não permita o vazamento para o ambiente. A empresa contratada para recolher os resíduos de saúde levam o lixo contaminante, perfurocortante e químico - além dos medicamentos vencidos (não-controlados). Em uma sala de aplicação temos 3 tipos de resíduos: COMUM Uma lixeira para resíduos comuns, recicláveis. Para descartar papel, plástico, algodão. CONTAMINANTE Uma outra lixeira para resíduos contaminantes - papel com sangue, plástico com sangue, algodão com sangue. PERFUROCORTANTE Uma caixa coletora resistente para o descarte de perfurocortantes - para descarte de agulhas, vidros quebrados e ampolas abertas. 108

Para uma montagem do Descartex siga as instruções estampadas no produto. Quando terminar a aplicação não tente encapar ou reencapar ou desencapar as agulhas, tão-somente descarte no Descartex a uma distância segura da abertura, com a ponta da seringa virada para baixo. Quando o nível de resíduo atingir a linha limite é momento de trocar o Descartex. Cuidado para não desprezar material úmido no Descartex (excesso). Não manipular o Descartex após seu início de uso - não esvazie, não insira a mão para pegar nada - não use aneis, nem pulseira. O plano é evitar acidentes e contaminações, principalmente no aplicador. O descarte correto evita acidentes e contaminações. Quando não estiver em uso, a sala de aplicação deve ficar com a porta fechada. A sala de aplicação oferece riscos de contaminação e acidentes. O aplicador conhece os riscos e tem o cuidado de se proteger e proteger ao paciente (e acompanhante). Se a sala for pequena, peça ao acompanhante para aguardar fora da sala. Ao descartar perfurocortante no Descartex tenha o cuidado de não colocar a mão próximo à abertura do contentor. Não deixe o cliente curioso chegar perto do Descartex. A lixeira de contaminantes deve permanecer tampada e deve ser esvaziada diariamente e sempre que alcançar 2/3 do nível de lixo. Importante: nunca aplique um medicamento vencido! O padrão pode parecer burocracia, mas protege você e a drogaria de grandes problemas.

EVITANDO O EMBOLISMO (gasoso e oleoso) Quando fazemos uma aplicação intramuscular, existe uma pequena chance de atingirmos um vaso. Se você não aspira não tem como saber se atingiu um vaso. Vejamos o perigo da embolia.

Se você aplicar óleo na via intravenosa o paciente pode sofrer uma embolia oleosa, algo muito grave. Devido ao receio do desenvolvimento do embolismo pulmonar, os veículos oleaginosos não são administrados por via intravenosa. E se não retirar o ar da seringa antes de aplicar, se injetar ar num vaso, o paciente pode sofrer uma embolia gasosa, algo também muito grave. 109

COMO RETIRAR AS LUVAS CORRETAMENTE Cuidado ao retirar as luvas. O uso de luvas nos protege de possível contaminação com o sangue do cliente. Além disso, passa uma imagem de saúde para o cliente. Tenha cuidado ao retirar as luvas para não tocar nas partes expostas. ➡ ️A segurança do aplicador depende do cuidado em evitar contato com sangue e fluidos corpóreos do paciente. ➡ ️O primeiro passo para garantir a biossegurança é colocar as luvas corretamente, para que fiquem bem fixadas e impeçam quaisquer riscos. ➡ ️ Evite luvas frouxas e muito apertadas. Uma luva adequada é mais confortável e não atrapalha os movimentos. ➡ ️Após a utilização, suas luvas estão potencialmente contaminadas. ➡️Tenha uma atenção maior quando houver presença de sangue do paciente. É momento de retirar as luvas para descartar na lixeira contaminante. ➡ ️Comece segurando a luva próximo ao punho (parte externa). ➡ ️Puxe-a em direção aos dedos e ela sairá do lado avesso; ➡ ️Para remover a segunda luva, coloque os dedos na parte interna da luva, de forma que eles fiquem entre o seu pulso e a luva. ➡ ️Faça o mesmo movimento de arrastar a luva em direção aos dedos, que devem estar segurando a primeira luva removida. ➡ ️Descarte as duas luvas no lixo indicado (contaminante). ➡ ️Faça a higienização das mãos.

SANGRAMENTO APÓS APLICAÇÃO

Na primeira imagem, um pequeno sangramento. Vou aproveita e falar também de outros cuidados. Na segunda imagem, um braço roxo. Na terceira imagem, uma agressão do diclofenaco ao músculo deltoide. Na quarta e quinta imagem: o deltoide pode paralisar se os nervos forem lesionados e uma aplicação no dorsoglúteo se atingir o nervo isquiático pode levar à paralisia temporária ou definitiva das pernas. Na imagem à direita, lesões vasculares em membros inferiores - nesses pacientes fica contraindicada a aplicação dorsoglútea. Você sempre analisa o local de aplicação antes de aplicar, evitando aplicar em vasos visíveis à flor da pele. Sangrar um pouquinho, é normal. O sangramento após aplicação de injetável pode ocorrer após administração de 110

medicamentos na via intramuscular e subcutânea. Isso acontece porque a agulha atravessa tecidos vascularizados e pode atingir vasos sanguíneos. Mas se o sangramento for intenso ou não quiser parar? Para evitar hematoma e estancar o sangramento, faça uma leve compressão no local da aplicação durante 30 segundos após a injeção, sem massagear, usando um algodão ou gaze. Se após a compressão continuar sangrando um pouco, use um pedaço de esparadrapo impermeável, vai segurar bem. Mas se o fluxo for maior, aplique compressa gelada. Na falta de uma bolsa para compressa gelada coloque uns cubos de gelo num saco de plástico e repouse sobre o local. O Gelo estanca o sangramento! Saia da reta, pode vir um jato! Quando você retira a agulha do furo tenha cuidado. É raro acontecer mas pode vir um jato de sangue e se seu rosto estiver bem perto do local do furo, há risco de contaminação para o aplicador. Não fique na reta, saia da frente do furo.

MINIMIZANDO O DESCONFORTO DAS INJEÇÕES ➡️A ansiedade e o medo podem deixar o paciente inquieto, e isso atrapalha. ➡️Seja honesto: se o cliente perguntar se vai doer, diga que sim, um pouquinho. Se mentir, ele deixará de confiar em você; diga que será necessário para o bem dele; use palavras amenas, troque dor por desconforto. ➡️ Expressão facial e tom de voz que estimulem o encorajamento são importantes. Demonstre interesse e compaixão. Permaneça num estado emotivo positivo, enquanto tenta compreender o lado do paciente. ➡️ Diga que fará o que estiver ao seu alcance para reduzir o desconforto na injeção. Após dizer isso, peça a colaboração dele. ➡️ Distrair a atenção: você pode conversar com ele durante a injeção, o que permite perceber suas reações. Outra dica é recomendar que respire fundo na hora da aplicação. Quando você estiver a ponto de aplicar, diga: — Respire fundo! Isso vai desviar a atenção dele enquanto você aplica.

REDUZINDO A DOR E AS LESÕES NAS INJEÇÕES Muitas pessoas tem medo de injeções pela dor causada, por uma reação leve do 111

medicamento ou agressão mecânica da agulha. Dicas: ➡️Transmita confiança. ➡️Manter o paciente em posição confortável. ➡️Escolha a agulha ideal ao tipo de paciente e de medicamento (ou vacina). ➡️ Ficar com o músculo rígido na hora da aplicação vai aumentar a dor. É importante relaxar o músculo - peça ao cliente para relaxar o músculo. ➡️Movimentos na hora da injeção causam dor - peça ao cliente para não se mexer. ➡️Introduza a agulha com movimento único e rápido. Aplique em movimento único e firme, segurando a seringa como um dardo, considerando o comprimento da agulha em relação às características do paciente. ➡️ Injete o medicamento bem devagar, principalmente se for oleoso - para não aumentar a dor. Aplique 1 mL a cada 10 segundos. ➡️Retire a agulha para fora do furo em linha reta, sem mudar de direção e sem balançar a seringa. ➡️ Não injete repetidamente no mesmo local. Faça rodízio de locais de aplicação, evitando áreas doloridas. ➡️Mantenha o medicamento em temperatura ambiente - não aplique gelado. ➡️ Após a aplicação faça uma leve pressão no local do furo da agulha, por alguns segundos - evita sangramento e ajuda o medicamento a se dissipar no tecido. ➡️Não massageie o local. Paciente magro: use agulha curta (elas doem menos). Use agulha trifacetada ou pentafacetada - elas reduzem a dor. Use agulha que já vem siliconada - desliza fácil na penetração, reduzindo a dor. A compressão e o frio aliviam ('distraem') a dor - na depilação é feito pressão ao redor antes de puxar os pelos e compressa gelada após o procedimento. Lactentes ficam calmas quando mamam no peito da mãe antes, durante e após a aplicação. Não demore muito, peça para o paciente respirar fundo e aplique, sem perder tempo! Qual injeção doi mais? A dor da picada depende de três fatores principais: a) o calibre da agulha (agulha grossa provoca uma dor maior), b) a profundidade da aplicação (mais profunda, mais dolorida). c) a viscosidade do medicamento (oleosos e suspensões doem mais). As substâncias viscosas, são mais difíceis de dispersar pelo tecido, por isso doem mais; a dor tende a ser maior quando o medicamento é irritante. A temida Benzetacil combina todos os fatores: é um medicamento viscoso, aplicado dentro do músculo profundamente e com uma agulha de calibre relativamente grosso. O paciente deve buscar atendimento médico imediatamente: ➡️Se o local da injeção estiver vermelho, quente, inchado e/ou com vazamento de pus. ➡️Se você acha que atingiu um nervo e ele continua dolorido ou com câimbra, dormente ou paralisado. ➡️Se o paciente tiver febre. ➡️Se você está preocupado com qualquer coisa que pareça incomum. 112

Para reduzir dor nas injeções aplique usando um movimento único e firme, de uma vez, segurando a seringa como a um dardo. Inserir a ponta (ou metade) da agulha, fazer uma parada e depois inserir o restante (a outra metade)... isso trará uma dor dupla para o paciente. Ele não volta para aplicar. E vai desrecomendar você e a drogaria. Para reduzir dor use as 2 mãos para aplicar. Com a mão dominante segure a seringa. Apoie a mão secundária sobre a pele do paciente, acima do ponto onde fará o furo da agulha. Volte os dedos em direção a si e segure imóvel o cilindro. Eu disse que se o bisel for movido cortará a carne profundamente, como uma faca afiadíssima. Além de causar dor, inchaço e roxo. Para reduzir dor use agulha de procedência, que vem lubrificada com silicone, que tem bisel trifacetado ou pentafacetado, que reduz a dor nas aplicações. Para reduzir dor, peça ao cliente para relaxar o músculo. Não aplique enquanto o músculo estiver contraído (duro). Isso aumenta a dor e essa região da aplicação pode inflamar facilmente. Inclinar a agulha aumenta a dor. Se a agulha é mais longa que o necessário, ou você faz a aplicação intramuscular em ângulo inclinado de 45° ou você não insere toda a agulha, apenas o necessário, o que exige habilidade. Alguns clientes se queixaram de forte dor em aplicação intramuscular com a agulha inclinada. A descrição deles é que a sensação é de que a agulha está rasgando o músculo. Alguns fazem inclinação em intramuscular, não tá errado. Mas eu não faço inclinação em intramuscular, eu uso uma agulha mais curta ou insiro somente o comprimento necessário da agulha e isso exige habilidade. A recomendação é aplicar 1 mL a cada 10 segundos. Se você aplica 5 mL em 3 segundos, a dor aumenta. Suspensões e oleosos doem mais. Aplicação de substâncias irritantes doem mais. No frio o paciente é um pouco mais sensível à dor. Não recomendamos o uso de analgésicos e anestésicos tópicos no local antes da aplicação. Não tenha pressa, também não perca tempo. Não posso fazer uma aplicação em apenas 30 segundos. Também não é coerente gastar 15 minutos para aplicar uma injeção. Numa drogaria não desperdice tempo. Seguindo essas recomendações o seu paciente vai querer aplicar sempre com você. Um ou outro vai te agradecer, dizendo: — A sua aplicação doi menos, não incha, não fica roxo. 113

Não introduza com força exagerada, para não atingir o osso. Teremos o cuidado de não tocar o osso com a ponta da agulha. Por isso inspecione o local, faça a pinça muscular para sentir a espessura do músculo. E não use agulha maiores que o recomendado. Se você no momento só tem agulha 30 por 0,70 milímetros e vai aplicar uma intramuscular em paciente magro, não insira toda a agulha, apenas o necessário. A Noripurum vem com agulha mais longa de propósito, para chegar junto ao osso. Não deixe o swab ou algodão atrapalhar a aplicação. Se o algodão encostar na agulha vai remover a lubrificação de silicone, necessária para termos uma introdução deslizante. Isso faria a injeção mais dolorosa. Não se preocupe com sangramento na introdução da agulha. Se romper um vaso, o sangue sairá após retirada da agulha do corpo do paciente. Se sangrar, com calma faça a compressão com algodão ou gaze. E se não for suficiente, faça compressa gelada e cubra com um esparadrapo impermeável. Recomendo usar as 2 mãos para aplicar. ➡ ️Com a mão dominante segure a seringa. ➡ ️ Com a mão secundária faça a Trilha em Z e imediatamente use os dedos da mão secundária para segurar firme o cilindro enquanto aplica com a mão dominante. ➡ ️ Lembre-se, só soltar a pele esticada da Trilha em Z quando injetar o medicamento e tirar a agulha do corpo do paciente. ➡ ️Não solte a pele antes de retirar a agulha. ➡ ️Não toque no canhão nem na haste da agulha, para não contaminar. ➡ ️Não ponha o dedo no local do furo, a agulha pode furar o seu dedo. Afaste o dedo do local onde vai inserir a agulha. ➡ ️Quando for fazer a prega cutânea ou a prega muscular, mantenha os dedos afastados e aplique no meio deles, respeitando um distanciamento seguro dos dedos. Não vejo razão para pinçar o músculo deltoide quando a pessoa não é magra. Não precisa. A ponta da agulha não vai tocar o osso úmero quando o deltoide é volumoso. Muitos aplicadores tem hábitos desnecessários e precisam rever os conceitos.

COMO EVITAR O ROXO ➡️ O bisel atinge áreas profundas do músculo. Mover a seringa durante a injeção do medicamento no músculo rompe capilares, veias e artérias. O bisel é como uma faca afiadíssima. ➡️ Teremos o cuidado de evitar roxos, nódulos, dores e inflamações. Use as duas mãos para aplicar o medicamento injetável e mantenha a seringa imóvel durante a injeção, isso evita dilacerações profundas. ➡️Para eliminar o roxo do local de aplicação o paciente pode usar Reparil ou Hirudoid. ➡️ Se o local inflamar (se o aplicador não imobilizou a seringa), aplicar gel anti-inflamatório 114

tópico (um diclofenaco em gel) vai ajudar. ➡️Introduza a agulha reta e de uma vez, para minimizar os danos aos tecidos. ➡️É muito importante o cliente relaxar o músculo. ➡️ Nunca massageie após uma aplicação - para não promover sangramentos internos. Aplique compressa gelada se sangrar muito, para evitar inflamação e roxo. ➡️Caso infeccione o paciente deve ser encaminhado para tratamento médico. Embora seja considerado um procedimento relativamente simples, vários estudos apontam que as injeções intramusculares podem apresentar complicações como a formação de abscessos, eritema, infiltrações no tecido subcutâneo, embolias e lesões nervosas - além de dor, durante ou imediatamente após a aplicação do medicamento, rubor, hemato mas, nódulos, paresias (perda parcial do movimento do membro), paralisias ou necrose. É muito importante seguir a técnica, localizar corretamente o ponte ideal para aplicar, evitar locais com feridas e cicatrizes, escolher agulhas de tamanho adequado, fazer uma assepsia correta e aplicar usando as duas mãos, mantendo a seringa imobilizada durante a aplicação. O erro pode estar na técnica, no medicamento, ou pode estar no paciente - se ele estiver com nível baixo de plaquetas, ou quando usa anticoagulantes. Os distúrbios hemorrágicos vasculares resultam de defeitos nos vasos sanguíneos, geralmente causando petéquias, púrpura e hematomas, mas, com exceção da telangiectasia hemorrágica hereditária, raramente levam a perda sanguínea grave. O sangramento pode resultar de deficiências de colágeno vascular e perivascular na síndrome de Ehlers-Danlos e em outras doenças hereditárias raras do tecido conjuntivo. Se o aplicador encontrar dificuldade para puncionar um vaso, após várias tentativas sem sucesso deixará a região roxa. Recomendações. Troque a agulha rombuda: ➡️ Caso a agulha tenha atravessado a tampa de borracha de um frasco-ampola, durante a aspiração do medicamento, pode ter perdido ou danificado o corte, deixando o bisel rombudo. Você deve usar uma agulha para aspirar e trocar por outra agulha para aplicar. Ou quando vamos aspirar líquidos de ampola de vidro, ao tocar o fundo a ponta amassa, dificultando a penetração na pele. Evite tocar com a ponta da agulha no fundo da ampola de vidro - isso torna a aplicação mais dolorida. Prefira trocar a agulha antes de aplicar. Faça o rodízio: ➡️ Injeções repetidas no mesmo local contribui para o surgimento de nódulos. Alterne o lado da aplicação intramuscular. E nas aplicações subcutâneas faça o rodízio. Pacientes que dependem de insulina costumam ter esse problema. Cuidado com o silicone: ➡️ Quando você for aplicar em mulher com corpo escultural, pergunte se ela tem silicone. Se você não perguntar e furar o silicone, isso trará um transtorno.

COMPLICAÇÕES PÓS-INJEÇÃO SUBCUTÂNEA (SC) Infecções inespecíficas ou abcessos, formação de tecido fibrótico, embolias - por lesão de vasos e uso de drogas oleosas ou em suspensão. Lesão de nervos, úlceras ou necrose de tecidos. 115

Fenômeno de Arthus - formação de nódulos devido injeções repetidas em um mesmo local. Se o paciente sentir uma dor extrema ao injetar, provavelmente atingiu um nervo. Remova a agulha imediatamente! Continue aplicando em outro local, do outro lado. Isso pode acontecer, embora seja raro. O ideal é que o paciente troque a agulha a cada aplicação de insulina, para prevenir lipodistrofia. A agulha usada reduz o fio, após 2 ou 3 aplicações fica rombuda (sem ponta) doi mais e machuca a pele e subcutâneo.

Acima à esquerda, agulha usada - imagem ampliada. À direita, a lipodistrofia - uma disposição anormal da gordura no corpo, seja pelo aumento (hipertrofia) ou pela diminuição e ausência (atrofia) da gordura. Está frequentemente associada ao tratamento com medicamentos antirretrovirais para HIV, no entanto pode também ser consequência da injeção de insulina, uso de corticoides ou da esclerodermia

COMPLICAÇÕES PÓS-INJEÇÃO INTRAMUSCULAR (IM) Os danos provocados por injeções intramusculares estão relacionados com o ponto no qual a agulha entrou e onde o medicamento foi depositado. Tais danos incluem: paralisia resultante de lesão neurológica, abscessos, cistos, embolia, hematoma, necrose da pele e formação de cicatriz. Se o paciente sentir uma dor extrema ao injetar, provavelmente atingiu um nervo. Remova a agulha imediatamente! Continue aplicando em outro local, do outro lado. Isso pode acontecer, embora seja raro.

COMPLICAÇÕES PÓS-INJEÇÃO NO DORSOGLÚTEO (DG) Quando o paciente tem pouca massa muscular no dorsoglúteo, escolhemos outro local para aplicar. Preferencialmente no ventroglúteo, uma segunda alternativa é o vasto lateral. Quando não devemos utilizar a região dorsoglútea? ➡️ Essa área está contraindicada para crianças abaixo de 2 anos. Não aplicar principalmente nas que não andam. ➡ ️Pacientes com atrofia de musculatura glútea (idosos com perda de massa muscular). ➡️Cliente com parestesia (formigamento e câimbras) ou paralisia de membros inferiores. ➡ ️Pacientes com lesões vasculares de membros inferiores. Complicações nas aplicações no dorsoglúteo: ➡️ Se aplicar no quadrante inferior interno há grande chance de lesionar o nervo isquiático. Isso pode causar paralisia de membro inferior. ➡ ️Se atingir um vaso tem grande chance de causar embolia. 116

➡ ️Probabilidade de causar infecções e abcessos.

COMPLICAÇÕES PÓS-INJEÇÃO NO DELTOIDE (DT) ➡️Complicações referidas em artigos: contratura muscular do deltoide, necrose muscular e lesões de graus variáveis do nervo axilar, pois se localiza a cinco centímetros da borda lateral do acrômio. ➡ ️Se aplicar muito acima pode atingir o processo acrômio. ➡ ️Se aplicar muito abaixo pode atingir o úmero, o nervo radial ou a artéria braquial. ➡ ️ Se afastar do centro atinge nervos. No sentido da largura ao se afastar do centro (deltoide medial) a aplicação pode gerar complicações vasculonervosas, com paralisia muscular. ➡ ️A lesão nervosa pode ocorrer pela irritação química por ação tóxica do medicamento, neurite progressiva e inflamatória relacionada à administração de vacinas, ou por lesão mecânica direta do nervo pela agulha.

EM CASO DE EMERGÊNCIA Muito raro em drogarias, mas pode acontecer. ➡️ Manter a calma, ligar para o SAMU ou levar o paciente de carro ao Pronto Socorro rapidamente. ➡️Cliente pode sofrer edema de glote, desmaiar, ter uma convulsão. ➡️ Cliente, acompanhante ou aplicador podem se acidentar (se furar ou se cortar) ou se contaminar. ➡️ Em caso de contato com sangue e fluidos corpóreos a vítima precisa ser tratada em hospital de referência. ➡️ Em caso de acidente, comunicar à Vigilância Sanitária e preencher a Comunicação de Acidente de Trabalho CAT. ➡️Vacinas muito importantes para o aplicador: hepatite B e tétano. Fale sobre os efeitos do medicamento que você vai aplicar no paciente. Cuidado com o diclofenaco para idoso, acima de 60 anos há risco renal. Diprospan - 1 vez por mês, no máximo. Só aplique Benzetacil em ambiente hospitalar.

EVITE ACIDENTES COM AGULHAS - E CONTAMINAÇÕES Segurança do Aplicador e do Paciente na Injeção. Cuidado ao manusear canetas de pacientes, usadas em autoaplicação. Há risco de acidente por perfuração e contaminação. Ensine o cliente a usar a caneta pela primeira vez. Você pega a caneta do paciente para aplicar, vai precisar retirar a agulha para substituir e pode se furar acidentalmente. É um risco que pode ser evitado. Oriente corretamente seu paciente e evite acidentes. Evite produtos falsificados. Não compre, não aplique. É fácil identificar adulterações grosseiras. Caixas feitas de material inferior, que se amassam facilmente. Lacres rompidos facilmente. Data de 117

validade e lote estampados com nítida e grosseira adulteração. Quando esfregamos um clipe de metal na região indicada, a tinta reagente não exibe nada ou exige uns dizeres de nível inferior. Pergunte ao cliente onde foi comprado. Selecione com critérios os seus fornecedores - exija a licença sanitária. É um questionamento comum: a possibilidade de somente realizar a aplicação de um medicamento que foi adquirido na própria drogaria. Nessa situação, não é possível condicionar a prestação do serviço (aplicação) à compra do medicamento no mesmo local, pois tal fato pode, em tese, configurar, venda casada, conduta vedada pelo Código de Defesa do Consumidor. E em caso de aplicação de medicamentos adquiridos na concorrência peça ao cliente para assinar um termo de responsabilidade pela aplicação de medicamento comprado em outra drogaria.

DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA - NR-32 A BD inova em segurança, para prevenção de acidentes com agulhas e contaminação. Agulhas de segurança: elas estão equipadas com um dispositivo que visa proteger o utilizador de picadas acidentais, o dispositivo de segurança após travamento torna a agulha inutilizável. Tipos de sistemas de segurança: Seringas com agulha retrátil: ➡ ️A agulha retrai-se para dentro do cilindro após utilização. ➡ ️O sistema de retração pode ser manual ou automático. ➡ ️O aplicador pressiona o êmbolo com força e a agulha se retrai. ➡ ️Essa proteção pode ser ativada com a agulha no corpo do cliente ou após retirada da agulha do cliente. Agulha com tampa de proteção irreversível:  ➡ ️ Uma tampa que ao ser pressionada contra a agulha cobre-a inteiramente de forma definitiva, travando a agulha. ➡ ️ A ativação do dispositivo de segurança é bastante prática e indicada por um clique audível. ➡ ️Após ativar a proteção fica impossível sua retirada. Isso evita o risco de remoção involuntária da tampa, bem como de reutilização da agulha. Êmbolo quebrável. Após a aplicação do medicamento o aplicador pressiona o êmbolo com força, quebrando-o em duas partes, inutilizando a seringa para reuso. A BD Solomed com protetor para travar a agulha após uso e um êmbolo que quebra quando é pressionado com uma força extra. É impossível o reuso com o êmbolo quebrado. Sem possibilidade de perfurações com a agulha travada permanentemente. Os dispositivos de segurança só serão acionados após término da aplicação. 118

Abaixe o dispositivo de segurança para usar no final, após aplicar. Instruções de uso do conjunto seringa e agulha Solomed BD. Para usar retire a capa da agulha. Se a agulha já estiver previamente conectada, puxe para o lado (abaixando) o dispositivo azul de segurança no ponto em que ele se conecta com a seringa com uma das mãos e gire a seringa com a outra mão - para não atrapalhar o uso da seringa. Você gira o dispositivo se ele estiver na frente dos números da escala da seringa para uma correta leitura ou para orientar o bisel. Caso a agulha não esteja conectada, conecte-a à seringa, deixando-a firmemente conectada ao bico da seringa. Remova o protetor da agulha e realize o procedimento de aspiração da suspensão do medicamento da ampola normalmente.

ATIVAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA Primeira Etapa. No final, após a aplicação, você vai ativar o dispositivo de segurança. Não use as duas mãos para fechar o dispositivo azul de segurança após aplicação, basta usar uma mão. Segure a seringa pelo cilindro. Com o polegar pressione o dispositivo de proteção contra a agulha a fim de travá-la. Aperte até que a agulha esteja totalmente coberta pelo dispositivo e o dispositivo esteja travado. Você ouvirá um clique quando o dispositivo de segurança azul estiver travado. Confirme visualmente se a agulha está coberta. Segunda Etapa. Aperte o êmbolo aplicando uma força extra para quebrá-lo, impedindo assim a sua reutilização. Após o único uso, descarte o conjunto agulha com seringa imediatamente num Descartex, recipiente aprovado para objetos perfurocortantes, conforme normas de segurança. Advertências: A quebra do dispositivo pode causar respingos. Assegure-se de que a seringa esteja vazia antes de quebrar o êmbolo. Para maior segurança, ao quebrar o êmbolo, segure a seringa voltada para baixo, longe de si próprio e dos outros. Caso o êmbolo quebre prematuramente durante a injeção, continue a apertá-lo até que a dose seja completamente administrada. As agulhas BD Eclipse tem um dispositivo de segurança semelhante ao que vem na seringa BD Solomed. Ao terminar a aplicação não faça reencape. Pressione o dispositivo sobre a agulha, travando-a definitivamente. A seringa BD Safety Glide tem um esquema simples. O dispositivo de trava da agulha vem encolhido. Você mantém encolhido enquanto faz a aplicação. Depois com o dedo polegar empurre o dispositivo até travar a agulha.

119

Na primeira e segunda imagem, seringa BD Safety Glide. Na demais imagens, seringa BD Solomed. A seringa BD Safety Glide para uso subcutâneo ou intradérmico tem um processo parecido, o que muda é que o dispositivo não encolhe, se move esticado empurrando com o dedo polegar. A seringa BD Integra tem um esquema diferente dos anteriores. Ao terminar a aplicação, pressione o êmbolo que a agulha se retrai, para dentro do cilindro. Além disso, o êmbolo fica preso dentro do cilindro. A cor do canhão pode variar entre laranja, azul e verde. A seringa retrátil BD Integra foi projetada para ter um volume de espaço morto significativamente menor em comparação com uma seringa e agulha Lüer-Lok tradicionais, o que pode resultar na redução do desperdício de medicamentos. Também permite ao aplicador escolher quando ativar o recurso de segurança – antes ou depois de a agulha ser retirada do paciente. Isso mesmo, quando terminar a aplicação esse recurso pode ser acionado e a agulha sai do corpo do cliente para dentro do cilindro.

Na imagem acima temos um resumo dos dispositivos de segurança que foram mostrados. Na imagem 1 e 2: seringa BD Solomed, com 2 dispositivos de segurança, trava a agulha e quebra o êmbolo. Na imagem 3: agulha BD Eclipse (com trava para agulha). Na imagem 4: seringa BD Safety Glide (intramuscular) - dispositivo vem encolhido. Na imagem 5: seringa BD Safety Glide (subcutânea) - dispositivo não encolhe, se move esticado empurrando com o dedo polegar. 120

Na imagem 6: seringa retrátil BD Integra. Caso a agulha não tenha dispositivo de segurança, não a reencape antes de descartar, para evitar acidentes com perfurações.

L.A.S.A. - LOOK ALIKE, SOUND ALIKE Medicamentos com Sons e Grafias Semelhantes

Os medicamentos LASA são normalmente considerados como medicamentos que são semelhantes na aparência física relacionada com a embalagem, bem como medicamentos cujos nomes são semelhantes na ortografia ou na pronúncia fonética. Fique atento não apenas a nomes parecidos, mas tenha cuidado com caixas de mesma cor contendo produtos diferentes. Frascos aparentemente iguais, tenha cuidado, leia o nome de cada caixa, cada ampola. Na imagem acima exemplos para te alertar. Você tem a obrigação de conferir o NOME, a DOSAGEM, a VIA DE ADMINISTRAÇÃO, quantas ampolas vem na embalagem e sempre conferir a VALIDADE. Você precisa aplicar o medicamento certo, no paciente certo, na dosagem certa, na via certa. Abaixo exemplos de medicamentos que podem confundir. Se familiarize com cada medicamento. Desenvolva habilidade para ler e interpretar a receita - no começo peça ajuda de um colega mais experiente, confirme. Só aplique quando tiver certeza de que entendeu o que está escrito. Converse com o paciente e se precisar ligue para o prescritor. PRINCÍPIO ATIVO ABCIXimabe

BEVACizumabe

ELOtuzumabe

TRAStuzumabe

ADAlimumabe

BElimumabe

ELOtuzumabe

TOCilizumabe

ADAlimumabe

IPilimumabe

ELOtuzumabe

PERtuzumabe

ADAlimumabe

GOlimumabe

EFEDrina

EPINEFrina

Aciclovir

GANciclovir

EFEDrina

FENILEFrina 121

ALfentanila

fentanila

EPINEFrina

EFEDrina

ALEMTUzumabe

OMAlizumabe

EPINEFrina

FENILEFrina

ALEMTUzumabe

OCRElizumabe

EPINEFrina

NOREPinefrina

ALEMTUzumabe

VEDOlizumabe

EPIrrubicina

DOXOrrubicina

ALEMTUzumabe

IDARUCIzumabe

ESCitalopram

Citalopram

ALEMTUzumabe

PALIVIzumabe

EVErolimo

TACrolimo

ALEMTUzumabe

TOCilizumabe

EVErolimo

tENSirolimo

ALoPURinol

HaloPERidol

FENILEFrina

EPINEFrina

AmiNOFILina

AmioDARONA

fentanila

ALfentanila

AmiTRIPtilina

NORTriptilina

fentanila

SUFentanila

AzaTIOprina

AZITromicina

FluorURACILA

fluoresCEÍNA

BASILiximabe

BEVACizumabe

fentanila

REMIfentanila

BETAmetasona

DEXAmetasona

FLUoxetina

DULoxetina

BEVACizumabe

ABCIXimabe

GANciclovir

Aciclovir

BEVACizumabe

RiTUXimabe

GliCLAZida

GliMEPIRida

BEVACizumabe

TRAStuzumabe

GliMEPIRida

GliCLAZida

BORTezomibe

CARFilzomibe

HaloPERidol

AloPURinol

bromoCRIPTINA

bromoPRIDA

HidrALAZINA

HidroCLOROTiazida

BUpivacaína

ROpivacaína

HidroCLOROTiazida

HIdrALAZINA

buPROPiona

buprENORFIna

IDArrubicina

DAUNOrrubicina

buPROPiona

busPIRona

IDArrubicina

DOXOrrubicina

calciTRIOL

carVEDilol

InFLIXimabe

RiTUXimabe

CarBAMazepina

Oxcarbazepina

ISOPREnalina

ADREnalina

CARBOplatina

CISplatina

IDARUCIzumabe

TOCilizumabe

CARBOplatina

OXALiplatina

IDARUCIzumabe

OMAlizumabe

CefaLOTina

CeFAZolina

IDARUCIzumabe

OCRElizumabe

CefaLOTina

CefTRIAXona

IDARUCIzumabe

OMAlizumabe

CeFAZolina

CefaLOTina

IDARUCIzumabe

PALIVIzumabe

CeFAZolina

CefOTAXima

IDARUCIzumabe

VEDOlizumabe

CeFAZolina

CefOXitina

IPRAtrópio

TIOtropio

CeFAZolina

CefTAZidima

LAPAtinibe

DASAtinibe

CeFAZolina

CefTRIAXona

LevoMEPROmazina

LevoTIROXina

CefOTAXima

CeFAZolina

LevoTIROXina

LevoMEPROmazina

CefOTAXima

CefOXitina

MetoTREXATO

MitoXANtrona

CefOTAXima

CefTAZidima

MitoMIcina

MitoXaNtrona

CefOTAXima

CefTRIAXona

MitoXANtrona

MetoTREXATO

CefOXitina

CefFAZolina

MitoXANtrona

MitoMIcina

CefOXitina

CefOTAXima

MOXifloxacino

NORfloxacino 122

CefOXitina

CefTAZidima

NiFEDipino

NiMODipino

CefTAZidima

CeFAZolina

NiMODipino

NiFEDipino

CefTAZidima

CefOTAXima

NitroGLICERINA

NitroPRUSSIATO

CefTAZidima

CefOXitina

NitroPRUSSIATO

NitroGLICERINA

CefTRIAXona

CefaLOTina

NOREPinefrina

EPINEFrina

CefTRIAXona

CeFAZolina

NORfloxacino

MOXifloxacino

CefTRIAXona

CefOTAXima

OLANZapina

QUEtiapina

CETuximabe

RiTUXimabe

OMAlizumabe

TOCilizumabe

CicloFOSFAMida

CiclosPORINA

OMAlizumabe

PALIVIzumabe

CiclosPORINA

CICloFOSFAMida

OMAlizumabe

VEDOlizumabe

CIMEtidina

FAMOtidina

OCRElizumabe

OMAlizumabe

CIMEtidina

RANItidina

OCRElizumabe

VEDOlizumabe

CISplatina

CARBOplatina

OCRElizumabe

PALIVIzumabe

CLOzapina

OLANzapina

OCRElizumabe

TOCilizumabe

CISplatina

OXALiplatina

OXALiplatina

CARBOplatina

Citalopram

ESCitalopram

OXcarbazepina

CarBAMazepina

ClomiPRAMINA

ClorproMAZINA

PACLitaxel

DOCEtaxel

ClorproMAZINA

ClomiPRAMINA

PrednisoLONA

PredniSONA

ClorproMAZINA

ClorproPAMIDA

PredniSONA

PrednisoLONA

ClorproPAMIDA

ClorproMAZINA

QUEtiapina

OLANZapina

DASAtinibe

LAPAtinibe

RiTUXimabe

BEVACizumabe

DAUNOrrubicina

DOXOrrubicina

RiTUXimabe

CETuximabe

DAUNOrrubicina

IDArrubicina

RiTUXimabe

InFLIXimabe

DESMopressina

VASopressina

RiTUXimabe

TRAStuzumabe

DEXAmetasona

BETAmetasona

ROpivacaína

Bupivacaína

decITABina

dacARBAzina

SUFentanila

FentaNILA

DipiRIDAMOL

DipiRONA

SulfADIAZINA

SulfaSSALAzina

DipiRONA

DipiRIDAMOL

SulfaSSALAzina

SulfADIAZINA

DOBUTamina

DOPamina

tevaOXALI

tevaCARBO

DOCEtaxel

PACLitaxel

tENSirolimo

TACrolimo

DOPamina

DOBUTamina

TIOtrópio

IPRAtrópio

dURVAlumabe

NIVOlumabe

TRAStuzumabe

BEVACizumabe

dUPilumabe

dURVAlumabe

TRAStuzumabe

RiTUXimabe

dUPilumabe

NIVOlumabe

ValACIclovir

ValGANCiclovir

DOXOrrubicina

DAUNOrrubicina

ValGANCiclovir

ValACIclovir

DOXOrrubicina

EPIrrubicina

VASopressina

DESMopressina

DOXOrrubicina

IDArrubicina

VimBLAStina

VinCRIStina

DOXOrrubicina

doXICICLina

VimBLAStina

VinORELBina 123

DULoxetina

FLUoxetina

VinCRIStina

VimBLAStina

DUPIlumabe

DENOsumabe

VinORELBina

VimBLAStina

DUPIlumabe

NIVOlumabe

MARCAS AMPLICtil

NEULEPtil

lexAPRO

LexOTAN

artroDAR

artroLIVE

LIBeran

LIOram

cardIZEM

cardURAN

LIBeran

LEUKeran

CLARITin

CLAVULin

LIOram

lioRESal

comPAZ

comTAN

LoRAX

SUMax

cymBALTA

cymeVIR

LoSEC

IMOsec

daKTARin

daLACin

LoSEC

laSIX

depakENE

depakOTE

MINILax

muVINLax

DEPO-medrol

SOLU-medrol

MIOsan

miTEXan

Diamox

CEFAmox

myoZYME

myTEDOM

Diamox

diMORF

myoZYME

myCAMINE

DIAzepan

diGEsan

myFORTIC

myCAMINE

diGEsan

diOVAN

NEOcaina

neoSALDina

diGEsan

diPRIvan

NEOcaina

XYLOcaina

DILAcoron

Ancoron

neulASTIM

NEULEPtil

dipiRONA

diPRIvan

NEUROntin

OXYcontin

doBUTAmina

DOPamina

NeXIum

nimBIUM

DoBUtrex

dorFLEX

nimBIUM

ALIVium

DoBUtrex

doSTInex

oxANon

oxITon

doSTInex

LEPOnex

PENicilina

AMPicilina

DorMIRE

Dramin

plaVIX

laSIX

DRENison

BERLison

PredSIM

PreMARin

DULCOlax

GUTTalax

proZAC

prosCAR

DUROgesic

TORAgesic

reMERon

reDOXon

ebix

ERANZ

remiNYL

AMAryl

EFEDrina

EPINefrina

reniTEC

reteMIC

ENTOcort

PULMIcort

RIVOtril

roCALTrol

epiteGEL

epiteZAN

roCALTrol

roHYPnol

EXElon

ESMEron

sandosTATIN

sandiMUN

FauldCITA

FauldFLUOR

sandosTATIN

sandoGLOBULina

FauldLEUCO

FauldMETRO

sandosTATIN

STILamin

FauldCARBO

FauldLEUCO

seloKEN

seloZOK 124

FauldCARBO

FauldMETRO

stilNOX

SPORAnox

FauldCARBO

FauldACAR

synAGIS

synOLIS

FauldOXO

FauldVINCRI

tecnoTECAN

tecnoCRIS

feniTAL

FentaNIL

toBRADex

tobrex

FLIXOtide

SEREtide

TRENTal

traMAL

FORane

SEVOrane

TYGAcil

triancil

haemATE

haemOCOMPLETAN

tyleNOL

tyLEX

HumaLOG

Humulin

UNAsyn

uniSTIN

IMOsec

LoSEC

veRUTex

VALtrex

IMOsec

ImURan

VOLTAren

voLUven

IMOsec

imoVANE

zyBAN

diOVAN

ImURan

ALKeran

zyBAN

zyVOX

kefLEX

kefLIN

zyBAN

zyMAR

laSIX

LoSEC

zyBAN

zyPREXA

laSIX

LoRAX

Em uma certa drogaria um operador de caixa sem treinamento atendeu um cliente na seção de colírios. A cliente pediu uma sugestão de colírio lubrificante e o funcionário falou para o cliente comprar 'Renu 1 Step' que deveria ser usado para limpeza profunda de lente de contato. Em minutos o cliente volta com o olho muito vermelho, risco de danos à saúde do paciente. A gerente não queria devolver o dinheiro da cliente. Imagina! Em outra drogaria um cliente comprou Vodol líquido para frieira nos pés e não foi orientado. Após usar 3 frascos de Vodol ele perguntou se tinha algo mais eficiente. O funcionário perguntou como o paciente estava usando o produto e ficou surpreso: o cliente estava tomando via oral um produto de uso tópico (externo). O paciente foi orientado a usar corretamente. Em uma certa drogaria um balconista recém-promovido, não sei que tipo de treinamento recebeu. O cliente havia comprado Adefort ampola (uso oral) e o funcionário aplicou no músculo (glúteo). Em outra drogaria o paciente pediu um carvedilol de 6,25mg para um idoso que ficou em casa. Existem várias dosagens de carvedilol: 25mg, 12,5mg, 6,25mg e 3,125mg. O funcionário entregou uma caixa na dosagem errada de 25mg, o idoso tomou e veio a óbito. A drogaria foi obrigada a indenizar a família do idoso falecido. Enfim são muitos os casos de venda errada e procedimentos errados que poderiam ter sido evitados. Se aplicar a Dexa-Citoneurin já sabe que tem que aplicar uma dupla por vez - junte uma ampola vermelha com uma transparente na mesma seringa. Quando for aplicar a Citoneurin: você deve saber que existe a Citoneurin 1000 e a Citoneurin 5000. Não confunda quando for pegar o produto na prateleira - olhe para a 125

receita, olhe para o produto e confirme com um colega mesmo sendo experiente. O duplo check (verificar 2 vezes), mostrar para o colega, reforça os acertos. Vou deixar um modelo de termo para aplicação de produtos trazidos de fora, da concorrência.

Termo de Responsabilidade para Aplicação de Injetáveis Não Adquiridos na PRO MORADA Justificativa : A PRO MORADA não se responsabiliza pelos medicamentos comprados fora de sua rede ou por amostras cedidas pelos profissionais de saúde. Eu _____________________________________ RG __________ Endereço ______________________________ Tel________________ responsabilizo-me pelo MEDICAMENTO a ser aplicado. Medicamento Prescrito: __________________________________ Lote: ___________ Validade _____/ _____ Fabricação _____/ _____ Amostra Grátis:

( ) SIM

( ) NÃO

Médico/Dentista _______________________ CRM/CRO ___________ Onde comprou _____________ Tempo de tratamento ___________ _________________________ Assinatura Cliente

__________________________ Assinatura Farmacêutico/Gerente

Data ___/ ___/ _____ Aqui termina a parte teórica do curso. 126

Fica faltando você fazer a parte prática para garantir o certificado. Esta apostila falou sobre as boas técnicas de aplicação de medicamentos injetáveis. Valeu! BD e o logotipo BD são marcas registradas da Becton, Dickinson and Company.

BIBLIOGRAFIA ANVISA. RDC 44/2009: Boas Práticas Farmacêuticas de dispensação, comercialização de produtos e prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA Manual de técnicas de injeções (BD), 3a ed., 2007. D.O. ESTADO DE SÃO PAULO. Fascículo III Serviços Farmacêuticos Farmácia Estabelecimento de Saúde. Junho /2009. Arual, A. C. & Neto. J. S. A. Manual de Diabetes. Ed. Elsevier, 1992 Brasil. Ministério da Saúde. Lavar as mãos: informações para profissionais de saúde. Brasília: Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 1988. Brunner, L. S. & Suddart. D.S. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Ed. Interamericana, 1992. Cassiani SHB, Rangel SM. Complicações locais pós-injeções intramusculares em adultos, 1999. CASTELLANOS, Brigitta Elza Pfeiffer. Estudo sobre as regiões para aplicação de injeção por via intramuscular. 1977. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1977. . Acesso em: 17 abr. 2024. CASTELLANOS, Brigitta Elza Pfeiffer. Injeções intramusculares. . São Paulo: Atica. . Acesso em: 17 abr. 2024. , 1987 CASTELLANOS, Brigitta Elza Pfeiffer. Injeções: modos e métodos. . São Paulo: Ática. . Acesso em: 17 abr. 2024. , 1987 Clayton BD, Stock YN. Farmacologia na prática de enfermagem; Rio de Janeiro: Elsevier, 2006 127

Dangelo, J. 6. & Fattini, C.A. Anatomia Humana Básica. Ed. Livraria Atheneu, 1987. Du Gas, B.W. Enfermagem Prática. Ed. Interamericana, 1984. Gibney MA, Byron KJ, Hirsch LJ. Skin and subcutaneus adipose layer thickness in adults with diabetes at sites used for insulin injections: implications for needle length recommendations Hunter j. intramuscular injection techniques. Nursing Standard, 2008 [https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18318317/] Malkin B. Are techniques used for intramuscular injection based on research evidence. Nursing times 2008. Manual BD TAI - EUA: "Principles of Injection Technique" - B D Medical Systems, 2003. Medicina e Saúde. Vol. I. Ed. Abril Cultural, 1970. Netter, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. Novartis. 2ª Edição. Ed. Artmed, 1997. Potter, P.A. & Perry, A.G. Basic Nursing - Theory and Practice. Ed. Mosby Year Book, 1991. Shepherd, E. Injection technique 1: administering drugs via the intramuscular route.? Nursing Times, 2018 [https://www.nursingtimes.net/clinical-archive/assessment-skills/injection-technique-1administering-drugs-via-the-intramuscular-route-23-07-2018/] Silva LMG, Santos RP. Administração de medicamentos. In Bork, AMT. Enfermagem baseada em evidências- Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2005 Spence, A. Anatomia Humana Básica. Torres, S. Aplicação de Injeções e Princípios de Controle de Infecção. BD, 1995. WORKMAN, B. Safe Injection Techniques. Nursing Standard, 1999 [https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10497490/] WYNADEN, D. et al. Establishing best practice guidelines for administration of intra muscular injections in the adult: A systematic review of the literature. Contemporary Nurse, 2005

BIBLIOGRAFIA COMENTADA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS Comissão de Estudo de Seringas e Agulhas. Seringas de plástico estéreis, de uso único-especificação: projeto n. 4.12.01001/85. Rio de Janeiro, 1985.12p. 128

Mimeografado. Projeto que traz os objetivos, as normas e documentos complementares, as definições, as condições gerais e específicas, bem como os critérios de inspeção e de aceitação e rejeição das mencionadas seringas. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de controle de infecção hospitalar. Brasília, Centro de Documentação do Ministério da Saúde, 1985.p.46. Manual completo sobre o assunto, no qual cada tópico do controle de infecções é detalhadamente abordado. Está sendo revisto para atualização das informações técnicas a respeito, principalmente de soluções químicas e normais operacionais. CASTELLANOS, B. E. P. Revisão bibliográfica dos estudos relativos às diferentes regiões para aplicação de injeção intramuscular. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, 11 (2): 85-99, ago. 1977. Apresenta exaustiva revisão bibliográfica até 1975 sobre a utilização das regiões deltoide, dorsoglútea, ventroglútea e face anterolateral da coxa para administração de injeção por via intramuscular, abordando, em cada uma destas regiões, as suas indicações, contraindicações e complicações específicas. Região ventroglútea: local seguro para aplicação de injeção por via intramuscular. Enfermagem em Novas Dimensões, São Paulo,3 (5):288-93, set./out.1997. Alertando que o local adequado para a aplicação de injeção por via intramuscular é crucial para a administração segura, a autora apresenta uma análise profunda sobre as vantagens e indicações da região ventroglútea, atualmente considerada como a melhor existente pelos estudiosos do assunto, mas mesmo assim bem pouco conhecida e utilizada no Brasil. CHAPLIN, G., SHULL, H. & WELK, P. C. How safe is the air-bubble technique for IM injections? Nursing, Horsham, 9:59, Sept. 1985. Os autores alertam que a técnica de aspirar 0,2mL de ar na seringa para assegurar a introdução da medicação que está na agulha e no bico da seringa é perigosa, apresentando uma análise dos possíveis efeitos deste procedimento conforme os diferentes tamanhos de seringas é perigosa, apresentando uma análise dos possíveis efeitos deste procedimento conforme os diferentes tamanhos de seringas, quantidade da solução e idade do cliente. CHEZEM J. L. Multiple intramuscular injections: effects of mechanical trauma tissue and clearance rate of I131 hipuran. Nursing Research, New York, 22: 138-43, Mar./Apr. 1973. Traz excelente descrição de estudos radiográficos sobre o trauma mecânico provocado por injeções parentais. HORTA, W. DE A. & TEIXEIRA. M. DE S. Injeções parentais. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, 7 (1): 46-79, mar. 1973. Este foi o primeiro trabalho nacional sobre o tema injeções, trazendo informações preciosas para os estudantes e profissionais da área da saúde. Aborda desde o conceito, vias e material e drogas utilizados até considerações sobre o preparo do profissional e do cliente, bem como problemas e acidentes mais comuns na utilização das vias intramuscular, subcutânea intradérmica e venosa. LANG. S. H. et alii. Reducing disconfort from IM injections. American Journal of Nursing, New York, 76 (5): 800-1, May 1976. 129

Os autores demonstraram, experimentalmente, que a rotação interna do fêmur controlada pelo músculo glúteo máximo possibilita a diminuição da dor provocada por injeção dorsoglútea. NEWTON, D. W. & NEWTON, M. ROUTE, Site % Technique: Three keys decisions in given parental medication. Nursing, Horsham, 9 (7): 18-25, July 1979. Artigo muito interessante uma vez que aborda detalhes práticos da aplicação de injeção parenteral, os quais, muitas vezes, são desconhecidos no dia a dia. Traz um quadro sinótico no qual, por via de aplicação, estão relacionados dados sobre o tipo de tecido, a localização, indicação do tipo de agulhas, a quantidade média e usual de solução injetada e a medicação mais comumente administrada. Traz figura sobre as diferentes regiões de locais de punção. RETTING, F. M & SOUTHBY J. R. Using different body positions to reduce disconfort from dorso-gluteal injections. Nursing Research, New York, 31 (4): 219-21, July/Aug. 1982. Procurando verificar se o desconforto provocado pela administração de injeção intramuscular na região dorsoglútea pode ser diminuído pela utilização de diferentes posições do cliente, os autores demonstram experimentalmente que o relaxamento da musculatura glútea alcançada pela rotação interna do fêmur diminui esta sensação. SHEPHERD, M. J. & SWEARINGTON, P. Z -Track injections. American Journal of Nursing, New York, 84 (6): 746-7, June 1984. Este artigo traz a descrição pormenorizada da técnica em Z para prevenir o refluxo da solução pelo trajeto da agulha. Traz fotos que ilustram o procedimento. Dados bibliográficos do livro: Injeções (Modos e Métodos) de Brigitta Pfeiffer Castellanos.

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