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Portuguese Pages 244 Year 2022
A Revolução dos Paulistas em 1932 A Luta no Setor Sul
MIGUEL FRANÇA DE MATTOS 1ª Edição - 9 de Julho de 2022 Edição Comemorativa dos 90 anos da Revolução Paulista
Itapetininga (SP) 2022 Produção Editorial Diagramação:
Ana Luisa Ferrari
Revisão Final:
Miguel França de Mattos
Capa: Impressão e Acabamento:
Paulo José França de Mattos Gráfica Regional - Itapetininga (SP)
www.graficaregional.com.br
SUMÁRIO Dedicatória ..................................................................................Pág.05 Palavras do Autor ........................................................................Pág.07 Prefácio .......................................................................................Pág.09 CAPÍTULO I O início da Contenda. As preparações para a luta ...................... Pág.11 CAPÍTULO II A Formação do M.M.D.C. ..........................................................Pág.61 CAPÍTULO III A Campanha do Ouro para São Paulo. O “Ouro da Vitória” ......Pág.65 CAPÍTULO IV A Luta no Setor Sul .....................................................................Pág.75 CAPÍTULO V O Fim ........................................................................................Pág.209 Efeméride ..................................................................................Pág.227 Apêndice. Homenagem ao Coronel Miguel Brisola de Oliveira ........... ...................................................................................................Pág.228 O Autor......................................................................................Pág.232 Bibliografia ...............................................................................Pág.234 Agradecimentos Especiais ........................................................Pág.237
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DEDICATÓRIA
Dedico com carinho este modesto trabalho para os meus saudosos pais Olímpio França de Mattos e Maria Gertrudes de Almeida, Dona Quena. Para meus irmãos, filhos, netos, bisnetos, genros e noras. À cidade de São Miguel Arcanjo, SP, meu torrão natal. Aos 25 moços são-miguelenses que seguiram para o Front de Combate. Ao saudoso conterrâneo Coronel Miguel Brisola de Oliveira, são-miguelense, Comandante do Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente, SP. E principalmente “In memoriam”, a todos os valentes combatentes que tombaram durante a luta no território paulista.
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PALAVRAS DO AUTOR A pretensão deste livro é relembrar os fatos da Revolução Constitucionalista ocorridos especialmente no Setor Sul, não desconsiderando outras regiões do Estado e que foram frentes importantes de combates, para honra e glória dos paulistas e que reverenciamos, e para que se registre na idade dos tempos, uma recordação perene para todos nós! O trabalho foi realizado através de pesquisas reproduzindo os relatos e episódios descritos em inúmeras obras da farta literatura da Revolução e constante na bibliografia, obedecendo sempre sua ordem cronológica para seu melhor entendimento. Residente na cidade de Sorocaba e focalizando desta cidade através da história, os andamentos da revolta constitucionalista, procuramos neste trabalho apresentar através dessas nossas pesquisas, os episódios ocorridos na Revolução Paulista de 32, no Setor Sul, que engloba a região sul e a fronteira do Estado de São Paulo com o Paraná. Tem como objetivo levar uma síntese dos acontecimentos bélicos, ao conhecimento dos moradores da região onde explodiu a guerra nas trincheiras localizadas no Setor Sul, e dos demais interessados em conhecer um pouco da revolução paulista e seus episódios ocorridos nas divisas de nosso estado de São Paulo nas fronteiras com o Estado do Paraná, nas suas cidades do sudoeste, e especialmente nas barrancas dos Rio Paranapanema e Rio das Almas, consagrando a luta heroica dos paulistas nessas frentes de batalhas, e que combateram com suas armas, com a mais extrema dificuldade, nos sertões inóspitos, enfrentando a fome e o frio, as chuvas torrenciais, e a topografia extremamente acidentada da região; muito distantes de seus familiares, num esforço ingente, tudo para a grandeza dos paulistas, e que ficaram registrados na história como um dos principais acontecimentos que ocorreram em nosso Estado. O presente trabalho refere-se a uma coletânea de textos coligidos das obras mais célebres e importantes de toda a vasta literatura já escrita sobre o desenrolar dos fatos e episódios da Revolução Paulista de 32, especialmente acompanhando e descrevendo as notícias publicadas no jornal Cruzeiro do Sul, na capital administrativa da região, a cidade de Sorocaba, e no jornal Tribuna Popular com o andamento dos fatos acontecidos na cidade de Itapetininga, a capital militar da região, citando as mortes que ocorreram e que estão relacionadas na clássica obra Cruzes Paulistas, de que faz referências. Não contempla este trabalho, discussões, interrogações e explanações sobre o caráter político e social do movimento e as causas que levaram os paulistas, ao conflito armado. Reverenciamos aqui os combatentes que tombaram nos campos de luta e nas trincheiras do sul do Estado defendendo intimoratos a sagrada causa paulista e que também lutaram por uma nova Constituição. Deo Gratias! “Pro Brasilia fiant eximia” Tudo por São Paulo! “Non Ducor Duco” Miguel França de Mattos
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PREFÁCIO Em um ponto qualquer da imensidão do globo terrestre, existe um pequeno pedaço de chão, uma Terra fértil, onde pode se dizer, que: Colhe –se o fruto de tudo o que realmente se planta. Coberta por um rico diurno azul celeste, esculpido com as mais diversas formas, das mais elegantes nuvens, e das noites claras e enluaradas, e enriquecidas com o brilho das resplandecentes estrelas, e nas tardes pintadas pelo avermelhado e único pôr do sol, tornando o céu uma obra prima natural da mais rara beleza. Uma Terra cercada, pelas mais densas e belas florestas, que se esparramam ao longo dos espigões e relevos, formando as mais lindas serras, que são abrilhantadas com suas diversidades de cores, num oceano verde e único, misturado com as mais variadas e exuberantes flores, que fazem dessa vastidão sua aquarela natural. Uma Terra cortada, pelos mais lindos rios, que regam e nutrem a vida desse ecossistema como veias de sangue, através das mais geladas, límpidas e cristalinas águas, que formam em êxtase da criação as mais estonteantes, lindas e encantadoras cachoeiras. Uma Terra, que é a morada dos mais diversos e endêmicos animais e plantas, que fazem dessa riqueza natural um grande espetáculo da natureza no palco existencial da vida. Uma Terra conhecida, por produzir seus mais diversos frutos e pelas mais variadas culturas que garantem a fartura na mesa das famílias, sustentando a economia e carregando um legado que sobrevive a gerações. Um povo religioso, de fé, simples e hospitaleiro, de cultura raiz e modesta, gente do trabalho, gente honesta, gente que estuda, gente que cresce, e que duramente inclinam suas mãos ao arado como se acariciassem a terra, por meio de suas atividades garantindo o ciclo e a sobrevivência, outros se arriscam e riscam as linhas do saber construindo e esculpindo o conhecimento como se ilustrassem a vida, como notas musicais, ou pintando , e fazendo poesia, gerando biografias ilustres e as histórias das mais raras tradições e acontecimentos que marcaram épocas e gerações. Em meio a esse contexto cultural e poético e de muita beleza, a região tornou se o palco e o cenário de vivências e experiências importantes, a qual foram decisivas na formação de uma identidade histórica e nacionalista, defendendo a autodeterminação e legitimidade Paulista. A insatisfação expressa dos Paulistas para o regime a qual vivia o país, o objetivo de acabar com o Governo Provisório de Getúlio Vargas, e após a morte de quatro (4) jovens pelas tropas getulistas em 23 de maio de 1932, foram os combustíveis para acender a chama do espírito revolucionário e
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libertário de um povo, dando início a um levante armado que iniciou em 9 de julho de 1932, tonando um dos acontecimentos dramáticos de nossa história republicana nacional, a Revolução Constitucionalista de 1932. Com a morte dos Jovens Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo e de Orlando de Oliveira Alvarenga, que também foi baleado no mesmo dia e local, porém veio a falecer meses depois, foi o que fomentou o estopim para a construção e organização de um movimento em protesto contra o Governo Federal denominado de MMDC, tornando se uma grande revolta armada e conflitos separatistas, que marcou a história com sangue e muitas mortes. Considerado pelos Paulistas o maior e mais relevante movimento cívico da história de São Paulo, o dia 9 de julho marca o início da Revolução Constitucionalista de 1932; o autor Dr. Miguel França de Mattos busca enaltecer a memória dos ilustres combatentes que tombaram e dedicaram suas vidas em favor à liberdade, e remonta elucidar detalhes de um emaranhado de acontecimentos históricos que ficaram ocultos, promovendo por meio de suas pesquisas uma vasta e relevante leitura a qual nos proporciona viajar pela epopeia dos tempos e conhecer a nossa história por meio de uma visão peculiar, detalhista e expansiva, demonstrando seu amor a essa Nação, ao Estado de São Paulo, a nossa Região, ao município de São Miguel Arcanjo, a nosso povo , assim como aos nossos constitucionalistas e Heróis da Pátria. A saga do autor na sua busca por perpetuar nessas linhas a memória e a história de um povo, que por sua fé e sua força demonstraram o idealismo Paulista, deixando sua alma de armas, e com seu rastro e passos fundando a terra, e construindo a história, lutando pela conquista da liberdade. Agradeço a honra da oportunidade de prefaciar esta obra prima e parabenizo ao autor e ilustre amigo Dr. Miguel França de Mattos pelos relevantes serviços prestados no resgate da memória e dos feitos dos bravos filhos de São Miguel Arcanjo, nossa terra e de todos os Paulistas Heróis da Pátria que realizaram prodígios de valor e heroísmo no Setor Sul de São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932. A todos, uma boa leitura!!! João Gilberto Sales Albach (Gil) Presidente de Honra do 24º Núcleo de Correspondência - MMDC ARCANJOS de 32 – São Miguel Arcanjo, SP. Comenda do Título Honorífico concedida em 9 de Julho de 2019 pelo Coronel Mário Fonseca Ventura, da Sociedade Veteranos de 32- MMDC.
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A REVOLUÇÃO DOS PAULISTAS EM 1932 A LUTA NO SETOR SUL CAPÍTULO I O início da Contenda As preparações “O Estado de São Paulo, numa edificante unidade moral, apelou para o prélio das armas, enfrentando a Ditadura implantada no país pela Revolução de 1930, com a tomada do poder por Getúlio Vargas e a deposição do Presidente Washington Luiz; em defesa de sua autonomia e dignidade então vilipendiadas. Com os rumos que tomava a ditadura Vargas e com o episódio ocorrido no dia 23 de Maio de 1932 que derramou sangue dos jovens idealistas na Praça da República, em São Paulo, Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio Camargo de Andrade e Orlando de Oliveira Alvarenga, que ferido naquela data, morreu em 12 de agosto, após três meses internado no mesmo hospital e no quarto ao lado onde antes falecera Dráusio, os paulistas que já estavam descontentes com a Ditadura Vargas e sua política que sufocava São Paulo, organizados, levantam-se altivos e revoltosos aos 9 de julho de 1932, em defesa própria, mas com uma bandeira de reivindicações nacionais, pugnando pela implantação da lei, especialmente pela Constituição, acreditando que não lhes faltariam o concurso prometido do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, nem o apoio e o aplauso necessário de todo o povo brasileiro, São Paulo se levanta contra o regime de ditadura de Getúlio Dorneles Vargas. O Coronel Euclydes de Figueiredo assume a chefia da ação militar contra o governo da República”. Com o desfecho da Revolução de 30, Laudo Ferreira de Camargo foi nomeado interventor em São Paulo, em 27 de julho de 1931, até 13 de novembro de 1931, quando o coronel Manuel Rabelo o substituiu, governando até 7 de março de 1932; depois de insistentes reivindicações dos paulistas, Getúlio, nomeia então o embaixador Pedro de Toledo, interventor a partir de 9 de março de 1932. Com a disputa crescente entre forças constitucionalistas e tenentistas, a legião revolucionária iniciada em novembro de 1930, por Miguel Costa, João Alberto e João Mendonça Lima, perdeu prestígio e Miguel Costa decidiu transformá-la em partido político, o Partido Popular Progressista. A situação de luta acirrou-se ainda mais, com a formação da Frente Única Paulista, união de democráticos e perrepistas, liderada por Francisco Morato, do PD e Pádua Sales, do PRP, contando no comando com Euclides de Oliveira
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Figueiredo, com o general Isidoro Dias Lopes e seu Estado-Maior, dentro de um comitê revolucionário, onde faziam parte Ataliba Leonel, Júlio de Mesquita Filho, Francisco Mesquita, Cesário Coimbra e Coriolano de Góes, todos em oposição ao Partido Popular e ao governo federal, iniciando o confronto. Depois do episódio de 23 de maio, quando já pingavam os últimos dias de junho, São Paulo, entregue a si mesmo desde o dia 23, desgostoso pelos acontecimentos, preparava a sua revolução burocratizada e organizadíssima, é verdade, mas depois do rompimento, emissários iam e vinham. Minas, Rio Grande, Mato Grosso, Distrito Federal. Bertoldo Klinger, de Campo Grande, seria o general-chefe. Tudo sairia bem. No momento em que São Paulo se erguesse pela Constituição, outros Estados adeririam e Getúlio se demitiria, sem um tiro. Nenhum irmão queria matar outro irmão. Pura revolução branca, no entender de Pedro de Toledo e do general Klinger. Um tanto anacrônico, mas verdadeiro. (Aluísio de Almeida. Campina do Monte Alegre). Da Igreja narra o futuro Bispo Dom Ernesto de Paula: A luta se iniciara no interior do Estado, sob o comando do general Bertoldo Klinger. Com o correr do dia, tornou-se bem patente, a todos, que São Paulo se rebelara contra o governo ditatorial, com o intuito de conseguir a volta do país à legalidade. O movimento de alastrou por todo o Estado. Na Capital, eram preparados os batalhões que deviam partir para o Front, e organizavam-se os diversos departamentos, para prover as necessidades dos combatentes: armamento, alimentação, vestuário, etc. A revolução de 1932 sacudiu toda a população. O desejo da maioria era ir para o campo da luta. Mesmo entre os sacerdotes jovens, disputava-se um posto de capelão militar. Essa campanha eletrizou os paulistas, que, num entusiasmo delirante, compareciam, em massa, na Cúria Metropolitana, para ofertarem os seus tesouros. O trabalho era chefiado pelo Monsenhor Gastão Liberal Pinto, Vigário-Geral da Arquidiocese, auxiliado por Ernesto de Paula nessa estafante missão: dia e noite desfilavam diante dos padres os generosos doadores. Foi grande o número de objetos de ouro doados em prol da revolução. No final o ouro recolhido acabou sendo destinado à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e empregado no atendimento dos pobres e doentes. O ano de 1932 foi crucial para São Paulo, que em 23 de maio obteve governo civil e paulista, em 9 de julho deflagrou a Revolução Constitucionalista, que perdeu em setembro. De Sorocaba, Dom Aguirre não fugiu aos seus quatrocentos anos de paulista. Esteve ao lado de seu povo, vibrou e sofreu com ele, como se lê no seu diário. Não lhe competia, porém, entrar em atividades guerreiras e sim, rezar pela paz com honra. No sábado, dia 9 à meia-noite, rompeu em São Paulo um movimento revolucionário contra o governo da
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União, a fim de promover a constitucionalização do país. A população recebeu a nova do movimento com grandes demonstrações de júbilo. Dom Aguirre estava em São Paulo. Nesse mesmo 9 de julho de 1932, o Padre Olegário da Silva Barata descrevia no precioso Livro do Tombo da Matriz de São Miguel Arcanjo, SP, o momento histórico: Arrebentou no Estado de São Paulo, um movimento revolucionário, afim de pôr termo aos desmandos do governo federal, tendo por base a volta da constituição de 1891, organização de uma junta governativa o quanto necessário para a proclamação da constituinte. Nesta paróquia, grande foi o entusiasmo realizando-se comícios. Em Itapetininga, em 10 de julho, logo pela manhã cedo a população soube que estavam interrompidos os trens para a Capital e que não se obtinham para lá ligações telegráficas. Esses fatos anormais levaram logo à convicção de que em São Paulo havia iniciado qualquer movimento revolucionário. Mais tarde soube-se que de fato, na noite de 9 para 10, forças do exército, da polícia e o povo declararam-se contra a ditadura, pugnando pela Constituição. A notícia chegara à cidade de Itapetininga, onde seria estabelecida a Sede do Quartel General do Exército Constitucionalista do Setor Sul e a “Tribuna Popular”, do diretor Antônio Galvão publica: “São Paulo tem vivido ultimamente horas de intensa vibração. Já no domingo, 10, pela manhã, e foi uma linda amanhã de sol, a cidade despertou movimentada: os matutinos noticiam, em títulos garrafais, que na véspera irrompeu nesta Capital um movimento revolucionário pró Constituição; dirigiam-no o coronel Euclydes Figueiredo e o general Isidoro, apoiados unanimemente pelas forças federais e estaduais. Os jornaleiros apregoavam, aos brados, essas e outras notas sensacionais e em pouco tempo se esgotavam todas as edições. Formavamse então grandes aglomerações nas proximidades do quartel-general da IIª Região, e nas cercanias do da Força Pública, a Avenida Tiradentes. As treze estações de rádio lançavam aos ares as primeiras notícias. Embora fosse desusado o movimento de veículos e de pedestres, o ambiente geral era de calma, e os clubes de regatas regurgitavam, como nos dias de descanso. Às 14 horas, conforme havia sido anunciado, o interventor Pedro de Toledo dirigia-se ao palácio do Governo e aí renunciava ao cargo, sendo a seguir aclamado “governador de São Paulo”. Compacta massa popular, tomada de entusiasmo indescritível comprimia-se a custo no largo do Palácio, enchendo o literalmente. Alguns aviões evolucionavam sobre a cidade. As estações de rádio, alternadamente, emitiam comunicados, apelos, manifestos. Os jornais afixavam nos “placards” os últimos telegramas e tiravam edições sobre edições, avidamente disputadas pelo público. Os edifícios dos correios e telégrafos, da telefônica, bem como das estações das estradas de ferro tinham sido ocupados pelas forças revolucionárias. Confraternizadas, as tropas do
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exército e da milícia estadual antes de rumarem para o embarque desfilavam pelo centro ao som de clarins e fanfarras e debaixo de flores e aplausos. A rebelião triunfara sem um protesto, sem um tiro, sem um empastelamento, antes na mais perfeita ordem. Abriu-se na Escola Normal da Praça e na Academia de Direito a inscrição para o voluntariado civil. O Diário da Noite fazia circular a sua 4ªedição e as estações de rádio transmitiam, ora discursos de próceres da frente Única, ora apelos, telegramas, etc. Do Rio, porém, nada se sabia. À noite, posto que o triângulo central estivesse um tanto escuro, por se acharem cerrados todas as vitrinas, era intenso o movimento nas ruas, nos cafés, nos teatros e cinemas”. No dia 11, informações pelo telefone, pelo rádio e jornais punham os itapetininganos a par do grande movimento em prol da constitucionalização do País. Com São Paulo são solidários os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas e Mato Grosso. Deste, sob o comando do general Bertoldo Klinger, já se acham em território de São Paulo, as forças mato-grossenses. Resignou o cargo de Interventor o sr. Dr. Pedro de Toledo que foi logo em seguida aclamado governador de São Paulo pelo povo. Este assinou ato declarando continuarem em vigor todas as leis em que o Estado vem se regendo, ratificando e confirmando as nomeações de seus secretários de Estado, chefe de polícia, prefeito municipal de São Paulo, diretor do Departamento Municipal, prefeitos municipais, ministros do Tribunal de Justiça, juízes, serventuários, delegados de polícia, oficiais e praças da força pública e funcionários públicos em geral, nomeados na conformidade das leis anteriores”. O Comando geral das forças constitucionalistas foi entregue ao generalíssimo Isidoro Dias Lopes, tendo sido investindo no cargo de comandante da 2ª Região Militar. Em manchete o “O Estado” informava: O movimento revolucionário de caráter constitucionalista, que ontem irrompeu em São Paulo, é consequência de uma longa série de fatos anteriores, que começa a ser possível reconstituir, através do depoimento de seus líderes na Capital, insatisfeitos com as decisões do governo Vargas e que prejudicam sobremaneira São Paulo. Já na tarde do domingo, dia 10 de julho, o povo e a tropa reunidos em frente do Palácio do Governo, nos Campos Elísios aclamam o interventor federal dr. Pedro de Toledo. Pedro de Toledo despede-se do título de interventor e é aclamado governador de São Paulo, com mandato conferido pelo povo em praça pública. O movimento revolucionário eclodido na capital do Estado irradia-se por várias cidades do interior. Assumiu o comando o general Euclydes de Oliveira Figueiredo em nome do general Isidoro Dias Lopes que se proclamava Chefe das Forças Constitucionalistas. Waldemar Ferreira, secretário da
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Justiça, nomeia para o comando da Força Pública de São Paulo, o Coronel Júlio Marcondes Salgado. Em Sorocaba a tradicional Romaria de Nossa Senhora Aparecida agendada para esta data de 10 de julho não aconteceu. Por causa da guerra civil dos paulistas, foi cancelada. Adiou-se a procissão. O tráfego na cidade foi interrompido. Em Botucatu, pela manhã de 10 já se encontrava aberto o primeiro posto de inscrição de voluntários, instalado na residência de Sílvio Galvão. Os três primeiros foram Paulo Barbosa, Alcides Leão, Ambrozzini. Na prefeitura, outro posto. No qual, em poucos dias vão inscrever-se: José do Amaral Wagner, Luiz Pinho de Carvalho, Jayme Almeida Pinto, Sebastião Almeida Pinto, Américo de Souza e Silva, Basílio Damato, Oscarlino Martins, Jorge Barbosa de Barros, Orlando Pinheiro Machado, Lucídio Paes de Almeida, Germinal Serrador, Manoel Paes de Almeida, Sinésio de Oliveira, Júlio Pires de Campos Filho, Antônio Picinin, Antônio Augusto Pedro (do bairro Guarantã), Sylvio Galvão, Olavo Ponciano, Edward Paes de Camargo, Salvador Assumpção. No decorrer do movimento, as adesões de voluntários chegariam a oitocentas. Em quase todos os batalhões constitucionalistas, da Mantiqueira ao Mato Grosso, mas particularmente na Frente Sul, figuraram nomes de combatentes botucatuenses. Decidiu-se que haveria um Batalhão de Botucatu. Em princípio, reservado para veteranos do Exército, gente de primeira categoria. Os 59 apresentados de início foram reclamados pelo comando em São Paulo. Seguem a 17. No dia seguinte, partiram 129. No terceiro, dia, mais 91. Alguns daqueles foram arrolados no Batalhão da Justiça e expedidos para a luta no extremo de Mato Grosso. Seriam os últimos a retornar a sua cidade. (...) Foi formada também a Brigada do Sul, constituída para recrutar, treinar e enviar tropas para onde necessário (e não somente para Frente Sul) aquartelou-se na cidade, aproveitando o que já fora preparado na Escola Normal e incorporando o instrutor da força Pública, major Marques, previsto inicialmente para o Batalhão de Botucatu. Assistente Técnico da Brigada, o coronel Sandoval Figueiredo, Secretário o jornalista Deodoro Pinheiro Machado. Foi também formado o Batalhão Diocesano ou “Batalhão do Bispo’. Prelado diocesano era dom Carlos Duarte Costa. Carioca, aparentado proximamente com ministro muito ligado a Getúlio Vargas. Mas fez pela revolução paulista muito mais do que seria exigível de um bispo, embora a maioria de seus colegas houvesse adotado posições bem claras pro-constitucionalização. (DONATO: Achegas para a história de Botucatu).
O Coronel Euclydes Figueiredo deve ainda hoje partir para o front, aonde vai assumir o comando da vanguarda constitucionalista ora em Cruzeiro. “O dia 11, segunda-feira, foi feriado por decreto do governador. Suspenderam-se as aulas em todas as escolas da Capital. Continuavam
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crescentes o burburinho e a agitação, em frente aos jornais, para onde os populares convergiam à cata de mais notícias, pelas imediações dos quartéis e nas praças. Novos boletins e comunicados eram distribuídos pelos largos e logradouros públicos, ou difundidos pelo rádio. Num deles, dirigido “Aos Paulistas”, o Coronel Marcondes Salgado, Comandante da Força Pública, termina com estas expressões: “O vosso sangue não valerá tanto como a glória de tombardes por São Paulo e pelo Brasil”. Esses apelos vão encontrando apoio decidido por parte dos moços que, com notável espontaneidade tem afluído aos postos, já agora numerosos, de alistamento civil. À tarde e à noite, apesar de sombrio o centro esteve movimentadíssimo, principalmente no largo de São Francisco, praças do Patriarca, Antônio Prado e adjacências. O povo estava a par dos últimos acontecimentos pelas irradiações frequentes e pelos vespertinos: as tropas alcançavam Cruzeiro, no norte do Estado; o Sr. Paulo de Moraes Barros requisitara 5.000 contos do Banco do Brasil S/A para acorrer as despesas da mobilização; as guarnições do Paraná e de Minas, a exemplo da de Mato Grosso, aderiram à sublevação. E para que o Rio tivesse notícias seguras do que se passava em São Paulo todas as comunicações com a capital da República estavam inteiramente interrompidas; foi enviado um avião conduzindo alguns milheiros de jornais e boletins para serem lançados à população carioca. Esse aeroplano regressou à noite, após ter dado cabal desempenho à missão”. (Tribuna Popular). Em Sorocaba Luiz Pereira de Campos Vergueiro usando as páginas do jornal Cruzeiro do Sul, na Edição de 11 de julho, fazia o seguinte chamamento: Neste momento cívico de tão grande significado para os destinos de São Paulo e do Brasil, elevai todos, meus amigos e correligionários, o vosso espírito para os anelos de liberdade pelos quais os nossos irmãos brasileiros e formai resolutos nas hostes redentoras dos brios do nosso Estado e da breve constitucionalização da nossa Pátria. Foram inúmeros os batalhões que se formaram na Capital e no Interior: Batalhões Paes Leme, Batalhões 9 de Julho, Batalhão 14 de Julho, Universitário, Rio Grande do Norte, General Osório, Batalhão do Comércio, Caçadores de Piratininga, Batalhões Piracicabanos, Batalhão Bahia, 23 de Maio, Santos Dumont, da Justiça, Bento Gonçalves, Liga de Defesa Paulista, Marcondes Salgado, Borba Gatto, Raposo Tavares, Cavalaria do Rio Pardo, Batalhões B.C.R., Voluntários de Piratininga, Adauto de Mello, Legião Paulista, Brigada do Sul, Felipe Camarão, Batalhões Arquidiocesano, Batalhões B.C.P., Batalhões B.R.E., Amador Bueno, Marcílio Franco, 7 de Setembro, Nosa Senhora Aparecida e muitos outros. O Boletim nº 1, da Secretaria do Interior de Minas Gerais, datado de 11 de julho informava: “As tropas da 3ª Região Militar, que está sob o comando do general Andrade Neves, e corpos da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, atravessam Santa Catarina para, ligado à do Paraná, dominarem o levante. O
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5º R.C.C., e o 2º B.E. e o 13º R.I., movimentam-se para a fronteira paulista; o 4º e o 5º Esquadrão do R.C.D. seguiram para Ribeira.” Em Itapetininga, às 14 horas, de 11 de julho, no 8º B.C.P., aqui aquartelado realizou-se a entrega a este, de uma bandeira de São Paulo, oferecida pelo dr. Nestor Seabra, distinto médico de Botucatu. O ato foi solene, formando o Batalhão com sua banda e oficialidade, falou, fazendo a oferta, o Dr. Seabra, em candentes frases, que bem demonstram o seu grande patriotismo e amor a São Paulo. Agradeceu a oferta o sr. Tenente Coronel Moraes Pinto. A mocidade itapetiningana está organizando um batalhão patriótico. As inscrições se fazem à rua Quintino Bocayuva, nº 55-A. Deverá também ser formado outro pela Frente Única Itapetiningana. São Miguel Arcanjo. Em 11 de julho foi nomeado o sr. Edwirges Monteiro (PD), para o comando da cidade, substituindo o sr. Leontino Arantes Galvão (PP). Já em Sorocaba, a partir de 11 de julho, já estão se realizando diariamente às 15 horas preces Pró Paz na Catedral de Sorocaba. Neste 12 de julho foi nomeado o sr. Ernesto de Campos (PD) para governar Sorocaba, substituindo o sr. Otácilio Malheiros (PRP), que conduzia os destinos de Sorocaba. Acabada a revolução e com pedido de exoneração de Ernesto de Campos, foi nomeado o sr. David Alves Athaíde (PSD), para substituí-lo, em 6 de outubro. Chegou a São Paulo, nesta data de 12, tendo no mesmo dia, assumido o comando da 2ª Região, o General Bertoldo Klinger. S. Exa. foi entusiasticamente recebido pela população paulista. O General Klinger chega na estação da Luz, quando foi recebido festivamente, pelo povo de São Paulo. Até esse momento a Revolução estava vitoriosa em todo o território paulista, que recebia adesões chegadas dos mais distantes recantos do Estado. Contavase nessa altura, com certeza, com a agregação e ajuda do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, que não veio. Faltou, porém, a tropa de Mato Grosso, que deveria chegar chefiada pelo general que comandaria a vitória dos paulistas. São Paulo contava com a ajuda e adesão de Mato Grosso, com 6.000 soldados regulares, dezenas de canhões, milhões de cartuchos que era o que Klinger garantia mobilizar no estado. O coronel Klinger assume o comando da Região Militar e envia o coronel Euclides Figueiredo para chefiar a 2ª Divisão de Infantaria em Operações na principal frente de combate, o vale do Paraíba, no caminho do Rio de Janeiro. “Os acontecimentos de maior relevo verificados na data de 12, foram, sem dúvida a chegada pela manhã do General Klinger, na estação da Luz, e a partida do Coronel Figueiredo, à noite para a sede das operações no setor Norte, na cidade de Cruzeiro”. (Tribuna Popular). O General Klinger chega a São Paulo com pouco mais de 100 soldados,
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no dia 12 de julho, três dias após a ocupação da Capital pelos revolucionários. O movimento deveria explodir no dia 14 e não no dia 9 como aconteceu; As razões do fato não ficam muito claras, estando uma delas relacionadas a um rádio transmitido pelo jornalista Júlio de Mesquita Filho para Raul Pila, e interceptado por Flores da Cunha, insistindo para que no dia 14, Borges de Medeiros fosse aclamado em Praça Pública pelos correligionários da “Frente Única” e pelo povo, a Governador Constitucionalista do Rio Grande do Sul. Isto seria o estopim da Revolução. Não é preciso dizer que todas as providências foram tomadas pelo Interventor gaúcho tomando conhecimento da situação, Getúlio Vargas e Osvaldo Aranha. (Edgar Carone, A República Nova (1930-1937 DIFEL, 1974, p.312. Apud 1932: Presidente Prudente na Revolução, Maria de Lourdes Ferreira Lins).
A fim de guarnecer as fronteiras sulinas, têm seguido para Itararé e Ribeira diversos contingentes de tropas. Realizou-se nesta cidade, às 18 horas, um comício de solidariedade à Revolução. Falaram os srs. Dr. João Baptista de Macedo Mendes, professor João César de Moraes, advogado Miranda Leonel, professor Benjamin Reginato e o dr. Alcides Torres. Após o comício inúmeras pessoas assinaram o livro da Frente Única, comprometendo-se a prestar os serviços que lhes forem exigidos pela Revolução e a lista para a formação de um batalhão de moços itapetininganos. Casas do Soldado abrem-se por quase todas as cidades do interior bandeirante, para dar apoio e abrigo aos combatentes, como atendimento, alojamento, alimentação, tratamento, sempre muito bem cuidados pelas senhoras do lugar. No salão principal do Clube Literário e Recreativo da cidade de Piedade, perante grande e seleta assistência, o Dr. Luiz Pereira de Campos Vergueiro, exibindo as suas credenciais de representante do Estado Maior do M.M.D.C., foi aclamado presidente da reunião, declarando que se ia proceder à organização da Comissão de Voluntariado do Município de Piedade, a cujo cargo ficariam todos os trabalhos de alistamento e encaminhamento aos pontos de concentração dos jovens que quisessem se incorporar ao exército constitucionalista. A Comissão Municipal de Tietê distribui um comunicado ao povo da cidade conclamando para a luta, observando: “Uma caravana, com o objetivo de expor tudo que se relaciona com o sacrossanto movimento, chegará a esta cidade, e nenhuma prova maior dará Tietê em sua nobre atitude do que seus filhos se inscrevam, aguardando serenos, a hora da partida. Tieteenses, São Paulo aguarda que cada um cumpra o seu dever!”. Deflagrada a Revolução Paulista no sábado, dia 9 de julho, no dia 13 na Capital e no interior formam-se os batalhões que seguiriam para o front, animados pelas aclamações e vivas do povo nas ruas. O clima de exaltação
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atinge também a Igreja, que se faz presente pelo seu chefe, Dom Duarte Leopoldo e Silva e por um grande número de bispos e sacerdotes. Cerimônias religiosas são organizadas para manter firme o espírito de arrebatamento e júbilo que a todos anima. As bênçãos dos batalhões, dos estandartes e das bandeiras são espetáculos comoventes de fé cristã. Em São Paulo na Praça da Sé a Revolução continua vibrando e, quase todas as noites, após inflamados discursos de Ibraim Nobre, o monsenhor Manfredo Leite e outro, o Arcebispo Dom Duarte benze bandeiras de novos batalhões que seguem para as frentes. Moças costurando, tricotando e conversando numa seção de trabalhos para a Liga das Senhoras Católicas preparam agasalhos para serem enviados aos soldados que têm frio nas altitudes da Mantiqueira e nos descampados ventosos do sul. Na Capital surgiam proclamações e mais proclamações de amor a São Paulo, mas na hora H era o que se via: São Paulo se tornava uma ilha.” Concentrados na Praça da Sé os voluntários paulistas ouvem a aclamação e discurso do Monsenhor Gastão Liberal Pinto, que abençoa os voluntários que marcham para o front. Desfilam garbosamente pelas ruas centrais da capital, os batalhões com seus estandartes, ao som da marcha militar francesa Paris-Belfort, que se tornou um hino dos constitucionalistas, além da marcha Oise et Meuse, emocionando a multidão. E na frente radiofônica, as rádios de São Paulo, como armas de guerra, transmitiam de hora em hora os boletins noticiosos, na voz de César Ladeira (a voz da revolução), ocupando também os microfones o tribuno Ibraim Nobre, José Neves da Fontoura e outros expoentes da Revolução. Foi incumbido da organização do batalhão que Itapetininga deve fornecer a causa da constituição, o distinto oficial Major Pereira Júnior, que aqui se acha. A sede do Batalhão é o edifício da Escola Normal, onde continua aberta a inscrição. O novo batalhão do exército da constitucionalização faz parte da Força Pública como batalhão de emergência. Bandeira Cívica – Esteve nesta cidade a caravana incumbida de comícios nesta zona em prol da revolução constitucionalista. Tem como presidente o sr. dr. Flávio Pires de Campos, digno representante do Estado de São Paulo, e como membros os srs. drs. Luiz Nogueira Martins, Itahy Alves Correa, Luiz Gonzaga de Souza Campos, J. Gomes da Silva Junior, F. Rocha Ferreira, Simão Corrêa, Pascoal Tizo, Hermógenes Brenha Pinto, L. Zirondi Filho. Afim de auxilia-lo nos demais municípios do sul do Estado foram destacados pelo sr. delegado regional do ensino os inspetores professores João Arruda e Abílio Fontes. Às 19 horas de anteontem foi promovido, pelas autoridades locais e chefes de partidos políticos desta cidade, um comício à praça da Câmara Municipal do qual esteve concorridíssimo. Falaram os srs. dr. Francisco Bernardes Junior,
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dr. L.G. de Souza Campos, dr. João Baptista de Macedo Mendes, dr. Luiz Nogueira Martins, dr. José Gomes da Silva Junior, dr. Flávio Pires de Campos e prof. Benjamim Reginato, sendo todos muito aplaudidos pela enorme assistência. A caravana seguiu para São Miguel Arcanjo e Capão Bonito, devendo ter realizado comícios nestas cidades, respectivamente às 13 e 19 horas. Hoje, às 13 horas e 19 horas, respectivamente, devem falar os seus membros em Apiaí e Ribeira. Em 13 do corrente a Comissão Municipal de Indaiatuba foi organizada pelos membros da Comissão Distrital, dr. Luiz Pereira de Campos Vergueiro e Joaquim da Fonseca Bicudo. Reunidos os srs. Alfredo Fonseca e João de Paula Leite, representantes respectivamente do P.R.P. e do P. D. locais, ficou a Comissão do Voluntariado desse município assim constituída: Gentil Lopes, Luiz Emílio Banwarth, Sebastião Nicolau, João de Paula Leite, José Teixeira de Camargo e Sylas Leite Sampaio. A reunião terminou debaixo das manifestações entusiásticas à São Paulo e à Revolução Constitucionalista. Estando a providenciar medidas de guerra, a Comissão da cidade de Tietê estabeleceu sua sede na Prefeitura Municipal e distribuiu ao povo novo boletim nos seguintes termos: “Ao Povo. A Comissão abaixo assinada, subordinada à MMDC para os serviços do voluntariado militar neste município, avisa que na sala de sessões da Prefeitura se encontram o livro de inscrições e bem assim a fórmula fichária recomendada, aguardando a Comissão que o apelo que ora se faz seja correspondido, de maneira a colocar-se Tietê entre os vanguardeiros do movimento que, libertando São Paulo, virá libertar também o Brasil. A Comissão: Dr. Otávio da Costa Carvalho. Plínio Rodrigues de Moraes. José Rodrigues da Costa. Antônio José Pereira. (A Revolução de 32, Benedicto Pires de Almeida).
No dia 13 de julho mais de trezentos rapazes já estavam alistados no Batalhão que se organizava na cidade de Santos, que viria a ser a primeira unidade a deixar a cidade rumo às trincheiras do sul, organizados pelo coronel Grimualdo Teixeira Favilla, constituindo o Batalhão de Voluntários Santistas, sob seu comando. A Comissão de Organização do Voluntariado da M.M.D.C. no município de Pilar do Sul foi constituída em reunião que se realizou a 14 do corrente, na sala da respectiva Câmara Municipal, ficando composta dos seguintes cidadãos: Eloy Lacerda, João da Rosa Moraes, Octávio de Almeida, João Benedicto de Proença, Joaquim das Neves Lobo e Pedro Jorge. Representaram as correntes políticas locais nessa reunião os srs. Cel. José Baptista e José Benedicto de Proença, tendo dirigido os trabalhos e encaminhado a organização da Comissão Municipal o dr. Luiz de Campos Vergueiro, como delegado do Estado Maior do M.M.D.C. Por proposta do Cel. José Baptista ficou consignado na ata dos trabalhos um voto de apoio e solidariedade ao movimento revolucionário, ao
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sr. Governador de São Paulo e de louvor e admiração às Forças Federais do Estado, à sua Força Policial e a Mocidade Paulista. Além de outros nomes, formam o bravo contingente de Votorantim: Osmil França, João Miranda, Luiz Picciolli, Alberto Machado, Pedro Lobo, João Garrido, Braz Barreto Costa, Alexandre Strongoli, Ângelo Fiorami, Luiz Rodrigues, José Caldini, Manuel Pereira Sanches, Eduardo Victorino, Antônio Feres, João Alves dos Santos, Luiz H. Kleinpaul, Álvaro e Oraído Silveira e Villário S. Lopes, que seguiram às 14 horas. Na Catedral de Sorocaba estão se realizando fervorosas preces pró-paz, na seguinte ordem: às 15 horas, por toda a Irmandade de São José; durante todo o dia, visita dos fiéis e das Filhas de Maria ao Santíssimo. As famílias católicas, visitadas por duas zeladoras ´Josephinas´, destas recebem o brasão da medalha milagrosa. Em Sorocaba a Delegacia de Saúde e a Escola Profissional, em apelo ao comércio e às fábricas de tecidos da cidade, obtiveram o seu concurso para a oferta aos soldados da revolução constitucionalista, de roupas, que a Escola Profissional está confeccionando. A este apelo já acudiram os seguintes estabelecimentos e srs.: S. A. Fábrica Votorantim, Companhia Nacional de Estamparia, Fábricas Santo Antônio e Santa Maria, Campos & Cia. (Tatuí), Santa Luzia (Tietê). Os srs. Arnaldo Cunha, proprietário da farmácia Coração de Jesus; A. de Cavalcanti Albuquerque, proprietário da farmácia N. S. das Dores, e Álvaro Augusto de Almeida, proprietário da farmácia São Bento, estiveram ontem na Delegacia de Saúde, colocando-se à disposição daquela seção para aviar gratuitamente as receitas firmadas por médicos da referida delegacia e destinadas a membros das famílias dos soldados e voluntários da revolução. O jornal Cruzeiro do Sul publica o seguinte texto, referindo-se a cidade de Porto Feliz, em 14 de julho: “A revolução em prol da constituição e pela liberdade de nossos pensamentos, que foi gritada em São Paulo na noite de 9 do corrente, na capital, empolgou a nossa população. Porto Feliz, a terra das bandeiras, já se associou de corpo e alma à sagrada causa. Na noite de 12 realizou-se um comício monstro, comparecendo toda a população da cidade. Falaram os srs. Cônego Benedicto de Freitas, José Habice e o dr. Madureira de Camargo, que com suas palavras entoaram hinos de fé e amor à causa paulista. Após o comício realizou-se uma passeata, estando presente a esses atos a garbosa banda União. – Está sendo organizado um batalhão de voluntários, que recebeu o nome de Bandeirantes, tendo já alistado grande número de pessoas da nossa elite. Espera-se alcançar o número de 100, para embarcar para o front.” Nessa mesma data o jornal sorocabano publica que em Votorantim foi afixada no placar da fábrica, esta vibrante mensagem: “Os bandeirantes,
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filhos da heroica terra de Piratininga, levantam-se em peso para atender ao chamado da pátria. Filhos de todas as cidades e de todas as classes, ouvindo o toque de reunir da M.M.D.C., alistam-se em seus batalhões, formados para defesa de São Paulo e do Brasil, da ordem e da lei. Operários de Votorantim! A diretoria da S. A. Fábrica Votorantim concita-vos a cerrar fileiras em torno das valorosas forças constitucionalistas, alistando-se em seus batalhões, garantindo integralmente os salários e lugares daqueles que partirem em defesa da liberdade de São Paulo e do Brasil.” Comício - Realiza-se hoje às 20 e 30 horas, em frente ao Savoia grande Comício, falando em nome dos constitucionalistas o dr. Sálvio de Azevedo. Reina entusiasmo. De Votorantim, o industrial sr. Paulo Pereira Ignácio, num exemplo de bonita significação foi incorporar-se à Força Pública, tendo dirigido à família este despacho: “Papai, mamãe, Cita, Helena e Belinha: Neste momento em que a alma paulista vibra de entusiasmo pela grande causa de São Paulo, que é a do Brasil, tomado de ímpeto cheio de amor por esta grande Piratininga e por este querido Brasil, parto hoje para Cruzeiro, onde vou incorporar-me ao 2º Batalhão da gloriosa Força Pública de São Paulo. Adeus! – Paulo.” Votorantim, até ao presente, forneceu o seguinte grupo de voluntários: Vicente Lamarca, Pery Monteiro, Antônio Félix, Francisco de Oliveira, Alfredo Arcuri, Antônio Severino e Antônio Rabello Júnior. Prossegue o mesmo jornal com as seguintes notas, dentre outras: -Voluntários – O Cruzeiro teve a grata visita dos voluntários Gustavo Scarpa, Emílio Araújo, Gustavo Grandino, Raphael Cocurullo, Oswaldo Araújo Leite, Oscarlino Agapito e Eduardo Oliveira Silva, que se foram bater contra a ditadura. -A Federação das Indústrias de São Paulo concitou os industriais a não paralisarem o trabalho fabril. -Foi nomeado prefeito de Itapetininga o sr. Antônio de Souza Mello. -O secretário da Agricultura e o General Isidoro partiriam hoje, de automóvel, para as linhas de frente. Os srs. 2º sargento Pedro Vallim, Jorge Leffler, Clodomiro Paschoal, Arlindo Previtali, Lauro Pacheco, Arnaldo Bismara, Francisco Sousa Leite, Francisco Campos, João Marques Flores, Américo Franceschini e José Rodrigues Netto convocam os demais reservistas, os srs. médicos, farmacêuticos, enfermeiros e enfermeiras, para uma grande reunião hoje às 19 horas, à rua Padre Luiz, 359, para a formação do Batalhão “T. G. 359”, de Sorocaba. O fim desse batalhão é equipar todos os reservistas que a ele se incorporem e, preparados, comunicar ao comando da região pedindo destino. O destemido José Maria Xavier, vulgo Ginoca, exemplo do valor da raça negra, despediu-se desta folha, para seguir hoje, Ginoca, por este meio, despede-se de seu amigo distante Tide Flori. Em Sorocaba, por ordem do governo estadual está sendo preparado, pelos srs. Francisco Michelotti e Antônio Campos, uma estação de aviação na
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Terra Vermelha. O M. M. D. C. fez hoje às 14 horas o embarque de mais uma leva de 100 voluntários, constituindo esse ato um espetáculo altamente comovente e edificante. Os jovens desceram para a estação entoando cânticos e levantando vivas patrióticos, achando-se na gare uma verdadeira multidão, que aplaudia sem cessar. O dr. Affonso Vergueiro, ao embarque, fez inflamado discurso. O sr. Amâncio Antunes, diretor interino do manicômio, despediu-se do Cruzeiro, seguindo para o front. São os seguintes os voluntários que ontem foram para a zona de guerra: Orlando Oliveira, Antônio Vieira, Felipe Betti Filho, Guilherme Grams, Felisberto Gianini, Francisco Cepoli, João Almeida Mestre, Renato Rodrigues, Victor Comarensky, Manuel Fleury Nogueira, Waldemar Rosa, Guilherme Scherepel, José Maria Oliveira Netto, Osiel Wanderico, Henrique Bierrenbach, Lázaro Hannickel, Trajano Athayde, Acylino Correia, José Malzoni, Isaias Theodoro, Oswaldo Saboya, Adão Pinto, Romeu Machado, João Soares, Antônio Camargo, Euclydes Almeida, Jorge Silva, José Ignácio, Cleophano Ramos, Joaquim Antônio Rodrigues, Francisco Gonçalves, Nello Pezzodipane, João dos Santos, Romão Moreno, Florêncio Rocha, João Benedetti, Pedro Leonel Ferreira, Benedicto Pedroso, Mário Silva, José Guilherme Cardoso, Romano Fontani, Joaquim Pinheiro, Aparício Silva, Mário Brito, Octávio Joppert, Altino Silva, Saturnino Gonzalez, Coaracy Madureira, Euclydes Oliveira e outros. Na estação estavam presentes, além de outras pessoas gradas, os drs. Aguiar Vallim, Ferreira Braga, Américo Figueiredo e Helvídio Rosa. Incorporados ao batalhão que ontem passou por Sorocaba às 17 horas, seguiram rumo às fronteiras do sul os reservistas sorocabanos Aureliano e Alcyr, alunos de engenharia do Mackenzie College e filhos do Cap. Nascimento Filho. Como o trem não parou na estação, o Capitão Nascimento foi abraçálos em Itapetininga, de onde o trem, após 20 minutos de parada, seguiu sob delirantes aclamações da população. O M.M.D.C. Sorocaba ao jornal Cruzeiro do Sul comunica a valiosa oferta da Cia. Nacional de Estamparia, que pôs à disposição todo material necessário para a confecção de distintivos e apela às sras. sorocabanas para que se encarreguem da confecção dos mesmos. A Congregação Mariana de Moços dirige um apelo aos marianos, em geral, e a todas as irmandades religiosas de Sorocaba, ambas as paróquias, para receberem amanhã a sagrada Eucaristia com as seguintes intenções: Paz e tranquilidade da nossa estremecida pátria e pelos nossos irmãos combatentes. Haverá na igreja do Rosário, amanhã, às 7 horas, missa e comunhão geral para as quais convidam os marianos e, também ao povo em geral. O Batalhão do Tiro de Guerra 359 reúne-se hoje, às 19 horas. 80 reservistas já pediram suas fardas. A fábrica Votorantim prometeu 400 metros de brim cáqui para fardas, tendo o batalhão já conseguido 200
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metros da Estamparia. As alfaiatarias Moderna e Savério Fazzio & Filhos confeccionarão as fardas gentilmente. A Profissional dará roupas brancas e lençóis. O T.G. 359 vem fazendo o policiamento da cidade e das estradas de rodagem, de maneira digna dos melhores elogios. Passaram hoje demandando o Sul 150 soldados da cavalaria do Estado, ocupando ônibus. Essa tropa foi freneticamente aplaudida pelo povo sorocabano. Continuando a sua missão organizadora de Comissões Municipais de Voluntariados nas localidades do 4º Distrito, o dr. Luiz Pereira de Campos Vergueiro esteve ontem em Sarapuí, onde na sala da prefeitura, edifício da Câmara Municipal, se realizou a reunião popular para a organização da Comissão local. Pelos srs. Cel. Júlio Holtz e Antônio do Amaral, respectivamente representantes do Partido Republicano e do Partido Democrático do município, foram indicados para fazer parte da Comissão os srs. Joaquim José Vieira, Francisco Portela Boher, Felisbino Vieira e Ângelo Leme Cavalheiro, em virtude do que foram os mesmos proclamados escolhidos e desde logo empossados nos seus cargos. Pelo cel. Júlio Holtz foi proposto que na Ata ficasse consignado um voto de admiração e solidariedade ao Exmo. Sr. Dr. Pedro de Toledo, ilustre governador revolucionário de São Paulo, proposta esta que foi unanimemente aceita debaixo de uma entusiástica salva de palmas. Regressando de Sarapuí, o dr. Campos Vergueiro deteve-se em Campo Largo (hoje Araçoiaba da Serra), onde a sua presença era aguardada por inúmeras pessoas e, dirigindo-se ao paço municipal, na sala de seções da Câmara, deu início à reunião, fazendo tomar assento à mesa o dr. Horácio de Campos Vergueiro, que serviu como secretário ad hoc, o sr. Pedro Domingues Vieira, prefeito de Campo Largo, e Antônio Barbará Antunes, presidente do diretório do P.D. local, indicaram cada um três nomes para constituírem a Comissão Organizadora do Voluntariado de Campo Largo, que ficou assim composta: João Baptista da Costa, José Antunes Nogueira, Josino de Moraes Almeida, Antônio Barbará Antunes, Benjamin Benedicto de Oliveira e Pedro Alves. O dr. Campos Vergueiro, em seguida, usando da palavra proferiu frases vibrantes nas quais, fazendo ressaltar tradições de patriotismo do povo campolarguense, se congratulou com os presentes por estar ali presente um brilhante oficial do nosso glorioso exército, o sr. 1º tenente Deodato Cintra Moreno, desse mesmo exército que na hora cívica presente, encarna, juntamente com a briosa Força Pública do Estado e a denodada mocidade paulista, todos os ideais de liberdade e de ordem pelos quais se batem todos os filhos de São Paulo, e terminou propondo que na ata dos trabalhos ficasse consignado um voto de solidariedade ao sr. Governador de São Paulo. Uma salva prolongada de palmas cobriu as últimas palavras do orador. O sr. José Mangini comunicou aos presentes que já haviam seguido para o campo da luta os seguintes filhos de Campo Largo: Ataliba Bernardes Borges, Antônio Camargo Filho, Adão Pinto
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e Roque Machado. Antes de encerrar a reunião o sr. Antônio de Camargo, estafeta postal desta cidade de Campo Largo, declarou que, apesar dos seus 47 anos, queria ser o primeiro a se alistar perante a junta recém organizada e poder assim ir fazer companhia a seu filho, que já se encontra na linha de fogo. O sr. Camargo foi abraçado e muito felicitado pela sua atitude patriótica de amor a São Paulo. Em seguida dissolveu-se a reunião, retirando-se o dr. Campos Vergueiro, para Sorocaba. O sr. Miguel Martins Molina, digno e estimado representante consular da Hespanha nesta cidade de Sorocaba, dirigiu ao Exmo. Sr. Dr. Luiz Pereira de Campos Vergueiro, ofício em que, despindo-se das suas funções consulares apresenta como particular o oferecimento de seus préstimos para tudo aquilo que lhe seja possível prestar em benefício da campanha constitucionalista, na qual agora se empenham São Paulo e o Brasil. Itu, Porto Feliz, Boituva, Tatuí, Itapetininga, Sorocaba, Piedade, Una e São Roque serão visitados pelos srs. Basileu Garcia, Paulo Alves Rubião Meira, Ferdinando Filho, Aloísio Silveira e Argemiro Castro. À Tiete, Conchas e outras cidades irão os srs. Alcyr Porchat, Tília Santa Lúcia, Nazin Merched, Waldomiro Fernandes, José Osório Sousa Jr. e Mário Câmara. Irão à São Miguel Arcanjo, Capão Bonito, Angatuba e outras os srs. Pedro Fraga, Geraldo Guimarães, Zironde Netto, Nelson Cruz e Manuel Domingos. (Jornal Cruzeiro do Sul).
“Mais de uma sociedade secreta civil já vinha congregando elementos e forças na Capital e no interior de São Paulo para a reivindicação de sua autonomia. A mais esforçada delas tinha por sede o jornal o Estado de São Paulo; sem falar num antigo Comitê Executivo da Revolução, dos srs. Ataliba Leonel, Júlio de Mesquita, Cesário Coimbra e Tenente Benito Serpa”. O Comitê já se alastrara por todo interior paulista, divididos em 10 distritos, e possuía o seguinte quadro oficial de auxiliares: Chefes do 1º Distrito – Dr. Sílvio de Campos, Capital; 2º Distrito abrangendo a região do Vale do Paraíba e Litoral Norte; 3º Distrito, chefes na capital: Cardoso de Melo Neto e Rodrigues Alves Sobrinho; Chefe do 4º Distrito, chefe na capital Dr. Elias Machado, que abrangia a região sorocabana, nas cidades de Itu: Antônio de Almeida Toledo, pelo PRP, Laudelino Xavier da Silveira, pelo PD; em Tietê: Ibraim Madeira, PD, Plínio Rodrigues PRP; Salto: Sílvio de Almeida Sampaio, PRP; Indaiatuba: João de Paula Leite, PRP, Tiago Mazagão; Porto Feliz: José Martins Bastos, PRP, farmacêutico Martelli, PD; Montemor: João Paulo Ginefra, PRP; São Roque: Argeu Vilaça, PD; Capivari: André Assunção, PD; Una (Ibiúna): Raimundo de Almeida Lima, PD; Laranjal: Quinzinho Assunção, PD; São Miguel Arcanjo: Antenor Silvério (Antenor Moreira Silvério), além do Major Luiz Válio, e Edwirges Monteiro, prefeito. Sorocaba, Itapetininga, Tatuí: A cargo do General Ataliba Leonel; Itararé: Indalé Ramos,
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PD, Nenê Sobrinho, PRP; 5º Distrito abrangendo cidades das Zonas Noroeste e Alta Paulista, na região de Bauru, Chefes Ataliba Leonel, Antonio Carlos de Abreu Sodré, e Joaquim Celidônio, na capital, Chefes revolucionários Bauru: Antonio Fraga (PD) e Eduardo Coutinho (PRP); Agudos: Alfredo Pena (PRP) e Hugo Celidônio (PD), Piratininga: Antonio Dias Soares; Gália: Aparecido Rocha (PD); Garça: João de Castro (PD); Marília: Carlos Morais Barros (PD) e Eurico Novais (PD); 6º Distrito, Chefe na capital: Francisco Mesquita, abrangendo as cidades da região de Campinas e Jundiaí; 7º Distrito, Chefe na capital: Tomás Lessa, abrangendo as cidades da região de Itapira, Mococa, Casa Branca, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo e outras; 8º Distrito, Chefe do Distrito: Cesário Coimbra, em Araras, abrangendo as cidades de Piracicaba, Limeira, Araras, Leme, Pirassununga, Descalvado, Santa Rita e Rio Claro; 9º Distrito, Chefe do Distrito: Orozimbo Loureiro, em Jaú, e os municípios de São Carlos, Pederneiras, Araraquara, Brotas, Dois Córregos, Jaú e Torrinha; 10º Distrito, Chefes na capital: Joaquim Sampaio Vidal, Luís Américo de Freitas. Chefes em Ribeirão Preto: Fábio Barreto, Albino de Camargo, abrangendo toda a região de Ribeirão Preto e toda a Alta Mogiana. Depois de 23 de maio, todas as organizações secretas e civis existentes em São Paulo desapareceram dentro do que mais tarde veio a chamar-se “M.M.D.C.”, e que entrou a agir desassombradamente, salvo de Alta direção, corporificada no governo civil, na Frente Única Paulista; liderados pelos srs. Francisco Morato e Pádua Sales, e no general Isidoro Lopes e seu estado maior. (Martírio e Glória de São Paulo, Aureliano Leite). M.M.D.C. sociedade secreta mais abrangente, mais universal, que pudesse conter todas as demais, nasceu de um jantar, no Restaurante Pocilipo, da rua das Flores, no dia 24 de maio, entre J. A. Sampaio Vidal, membro do governo empossado, Prudente de Moraes Neto, Paulo Nogueira Filho e Aureliano Leite. Como patronos espirituais da sociedade os nomes dos quatro moços paulistas mortos a 23 de maio. Mas que eles representassem apenas pelas iniciais, em ordem crescente: CDMM. Foi indicada por Aureliano Leite a sua inversão para ordem decrescente. Foi aceita e assim ficou MMDC”. (Martírio e Glória de São Paulo, Aureliano Leite).
Em 14 de julho na cidade de Piedade, SP, é realizada no Club Literário e Recreativo uma reunião presidida pelo Dr. Luiz Vergueiro de Campos que veio como representante do comando revolucionário para a instalação da Comissão Organizadora do Voluntariado do MMDC. Estavam presentes: Eugênio Leite, Celestino Américo, Benedito de Freitas Rosa (delegado de polícia), Alfredo Ferreira de Campos, Raymundo Nonato Leite, Raymundo Antunes Soares, Heleodoro Bueno de Camargo e outros. Celestino Américo assume a coordenação do movimento na cidade. Piedade se movimenta. Arrecadam-se
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mantimentos e dinheiro. Mulheres costuram fardas. Alguns jovens se alistam nas tropas revolucionárias: Sócrates Rosa, Benedito Rolim de Arruda, Antônio Augusto de Oliveira, Orlando Bianchini, Cherubim Agapito, Abílio Américo, Francisco Cardoso, Flávio Vieira Pinto e outros. Na partida, Maria Parada em lágrimas, pedia para que ficassem em companhia dos familiares. Altino Silva não voltou do campo de batalha. (História de Piedade II, Antônio Leite Netto, p.83). Em 14 de julho com o afastamento do prefeito municipal de Itapetininga, o sr. capitão Antônio Fogaça de Almeida (PAP), foi nomeado para exercer o referido cargo o sr. professor Antônio de Souza Mello (PTN). Nesta data é publicada a Convocação de reservistas, pelo Dr. Raul Valentim de Queiroz, delegado regional de polícia da cidade de Itapetininga, por ordem do Governo do Estado, convoca a todos os reservistas desta mesma cidade, pertencentes às turmas de 1928 a 1931, para se apresentarem no Quartel do 8º B.C.P., ao Comandante Pereira Junior. O Delegado Regional. (a) Raul Valentim de Queiroz. Comunicado de Angatuba – 14/7/1932. Esperava-se hoje, aqui, a caravana que percorre o interior do Estado, dando instruções para a formação dos batalhões de voluntários para a defesa da causa de São Paulo e do Brasil. Como, porém, não chegasse a aludida comissão, o povo impaciente, a mocidade entusiástica, promoveram um grande “meeting”, no qual falaram os srs. Prof. Abner de Moura, José Macedo, Moacyr Camargo e Jorge Chuery. Apresentou-se um bom número de voluntários que aguardam o momento de seguir para o campo da luta. Reina grande entusiasmo pela causa paulista, que é a causa brasileira. O correspondente do jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, em Salto, sr. Pedroso de Brito, recebeu do sr. Eloy Lacerda, de Pilar do Sul, a seguinte proclamação: “Irmão na Paz e irmão na Luta! Os vossos irmãos de Pilar voluntários e reservistas passarão sexta-feira, 22, às 9 horas e meia, por esta cidade, com destino a Itu e esperam confiantes que vos alisteis e marcheis com eles afim de unidos e coesos, vibrando de amor pela causa constitucionalista que São Paulo esposa e que nós os brasileiros defendemos, seja vitoriosa em toda a linha, embora isso custe o nosso sangue. Nesta luta gloriosa o que menos perdemos é a vida e acima dela estão a honra ultrajada pela ignomínia da escravidão e os nossos brios de Brasileiros e Paulistas em contemplar a terra do Cruzeiro, o Berço dos Bandeirantes sem Lei, sem Liberdade, e sem Justiça! Precisamos reconquistá-las, custe o que custar. Irmãos, unamo-nos e avante! Vinde Conosco!” Em 14 de julho, às 14 horas, foi preso em um cômodo que alugara no prédio nº 142-A da rua Bela Cintra, em São Paulo, o General Miguel Costa. Em seu poder foram encontrados dois revólveres e uma caixa de balas. O general não fez a mínima resistência.
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Notas dos jornais de 14: - Alistamento de voluntários: Na Capital como em todo o interior do Estado, o alistamento de voluntários continua a ser feito com intenso entusiasmo. Pessoas de todas as classes sociais apresentam-se espontaneamente, ansiosas por pegar em armas. - Em benefício dos defensores do Estado: O sr. José Sampaio Moreira remeteu ao dr. Chefe de polícia um cheque de dez contos de réis para ser aplicado em benefício dos defensores do nosso Estado. - Loteria do Estado: Foram suspensas provisoriamente, as extrações da loteria do Estado, até a normalização da situação de São Paulo. Porto de Santos: O ministro da Marinha, em nome do chefe do governo, tem expedido para o alto mar radiograma redigido em inglês, proibindo e entrada de navios no porto de Santos. Embora a tentativa de boicotagem do porto, por parte do ditador, o movimento de embarcações continua, pois se uns foram ludibriados pelo radiograma do ministro da Marinha, outros procurando informar-se são logo postos ao corrente do que em verdade há, entram no porto. O Governador de São Paulo, por medida de conveniência, assinou um decreto prorrogando até 31 do corrente os feriados estaduais, não funcionando, também, as escolas públicas. Em 15 de julho Dom Aguirre, de volta a Sorocaba, ordenou preces em mandamento sobre a guerra civil. A 15 de julho, em Iguape, foi criada a Polícia Municipal, integrada por 222 cidadãos, que voluntariamente se apresentaram para o policiamento da cidade. Os primeiros integrantes do “Batalhão Redentor Filhos de Iguape”, partiram para a zona de combate, a 4 de agosto, após a Missa celebrada pelo Padre Henrique Harbeck, a bordo do vapor “Rio de Una”. Era prefeito de Iguape o Capitão Floramante Regino Giglio. O povo iguapense participou, valorosamente, do glorioso movimento cívico-militar, tendo seguido para as trincheiras grande número de moços. (A Vila de Prainha”, Paulo de Castro Laragnoit, p.278).
Notícias de 15 de julho - Comunicado telegráfico da U.J.B, de São Paulo: “A ponta do salto da zona de Queluz foi tomada pelo Capitão Novaes, repelindo as forças fluminenses da ditadura. O general Martins Barros e almirante Justino Lomba, reformados, apresentaram-se ao Quartel-General do Exército Constitucionalista, colocando-se ao serviço da nossa causa. Isidoro Dias Lopes já regressou da linha de frente, onde fez cuidadosa inspeção, voltando entusiasmado e confiante na vitória. O Regimento de Cavalaria aderiu ao movimento constitucional, chegando à Capital, tendo desfilado na cidade, aclamadíssimo pela população. Pedro de Toledo assinou decreto autorizando emissão de 100.000 contos em bônus ao portador, vencíveis a noventa dias. O alistamento prossegue com entusiasmo sempre crescente. De todo o interior chegam contingentes de voluntários. Na Capital se formam diversos batalhões, preparando-se todos para seguir para a linha de frente.
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Patriotismo, patriotismo!” Comício em Tietê. Convite – A Comissão abaixo assinada, encarregada pelo MMDC do alistamento voluntário militar, deste município, convida o povo para um patriótico comício que se realizará hoje às 19 horas, no largo do jardim. Tietê, 15 de julho de 1932. A Comissão: Dr. Octávio da Costa Carvalho. Plínio Rodrigues de Moraes. José Rodrigues da Costa. Antônio José Pereira. Em Itapetininga, o conterrâneo patriota. - Vencendo grandes dificuldades, vindo de São Jerônimo, no Estado do Paraná, onde reside, chegou a São Paulo dia 15, o itapetiningano Salvador de Oliveira, que veio para estar ao lado do seu Estado, na defesa da causa constitucionalista, e alistou-se no Batalhão de Sapadores. Passa por Itapetininga, onde está localizado o QG do Setor Sul, às 20 e meia horas, em direção à fronteira sul, o Batalhão Universitário, constituído de acadêmicos, médicos, engenheiros e advogados, num total de mais de 500 homens. Dentre eles Vicente Grecco. Na estação da cidade, os distintos defensores da Constituição imediata, foram aplaudidos por grande massa popular. Batalhão de Infantaria. Foi incumbido da organização do batalhão que Itapetininga deve fornecer à causa da constituição, o distinto oficial Major Pereira Junior, que aqui já se encontra. A sede do Batalhão é o edifício da Escola Normal, onde continua aberta a inscrição. O novo Batalhão do exército constitucionalista faz parte da Força Pública como batalhão de emergência. Itapetininga, além de centenas de voluntários, conta nas suas fileiras, com o conceituado jornalista da Tribuna Popular Antônio Galvão Junior, servindo no 4º Batalhão Misto, sob o comando do Major Comandante Adanias Monteiro, além de João Olympio de Oliveira, Francisco Fabiano Alves, veterano das revoluções; Pécio Leonel, João Martins e outros combatentes que lutaram destemidamente na revolta, como também Durvalino Toledo. (Isaac. Vivas Memórias).
Além dos valorosos Capitão Francisco Fabiano Alves, professor emérito, o famoso Cabo blindado, Durvalino Toledo, e outros mais, Itapetininga também contou com os valiosos trabalhos das enfermeiras voluntárias Juliana Fabiana Alves, Zilda Cardoso e Nildes de Aguiar Campos. 16 de julho - Encontra-se na cidade de Itapetininga, o sr. Dr. F. Bernardes Junior, advogado na capital do Estado. Requisição sem efeito – Pede o sr. Capitão Rodrigues Alves, subcomandante do 8º B.C. à redação do Tribuna Popular, para avisar que se acha à disposição do respectivo proprietário, no quartel daquele batalhão, o caminhão C. 84, do município de Lençóis, ficando sem efeito a respectiva requisição.
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17 de julho. Domingo. Notas do Tribuna: - Donativo à Cruz Vermelha – Os comerciantes srs. Irmãos Salem fizeram o donativo de 20 peças de algodão para a Cruz Vermelha, desta cidade. - Campo de aviação. O sr. Prefeito municipal está mandando reconstruir o nosso campo de aviação, destruído pelas tropas do Rio Grande, quando aqui estiveram. Em Sorocaba, nesta data exonera-se o prefeito municipal Octacílio Malheiros, transmitiu-se então o cargo ao capitão Augusto César do Nascimento Filho. Edital – O dr. Raul Valentim de Queiroz, delegado regional de polícia de Itapetininga, etc. Faz saber que como medida de caráter militar fica temporariamente proibido soltar rojões ou foguetes nesta cidade e município, sob pena de multa de 100$000 a 500$000. E, para constar, mandou lavrar este Edital, que vai afixado no lugar do estilo e publicado pela imprensa, aos 16 de julho de 1932. Eu, Arnaldo Dias da Rocha, escrivão, o escrevi. – (a) Raul Valentim de Queiroz. Aviso - De ordem do Sr. Prefeito Municipal aviso a todos os srs. comerciantes de secos e molhados, que deverão apresentar à esta Prefeitura, até as 12 horas do dia 19 do corrente mês, uma relação completa do stock existente de gêneros de primeira necessidade, em seus estabelecimentos. Outrossim, ficam os srs. comerciantes obrigados a apresentar diariamente as entradas e saídas de tais mercadorias. Secretaria da Prefeitura Municipal de Itapetininga, em 16 de julho de 1932. João Reichert. Secretário. Na Cruz Vermelha - À sra. Presidente da comissão de visitadoras da Cruz Vermelha, desta cidade, foi entregue, pelo advogado sr. Rodolpho de Miranda Leonel, a quantia de 50$000, para ser aplicada em gêneros, para socorrer as famílias necessitadas, gesto esse, generoso, que deve ser imitado. Organizada que foi nesta cidade a Guarda Municipal, damos abaixo a relação das pessoas que até agora se apresentaram à mesma, lançando suas assinaturas no livro aberto na Delegacia Regional de Polícia para aquele fim: Pedro Dias Baptista, Paulino Ayres Ribas, César Eugênio da Piedade, Aparício C. Almeida Moraes, Cesário Leonel Ferreira Junior, Francisco Lisboa, José Pedro Strasburg Junior, José Benedicto Lisboa, Rodolpho Miranda Leonel, Orestes Oris de Albuquerque, João Brisola Duarte, João Brisola Duarte Junior, Deolindo Menck, Paulo Soares Hungria, Bonifácio Nogueira, José Carlos Meira, José Leite, Adolpho Ayres, Bartholomeu Rossi, Constantino Mattarazzo, Alfonso Samarco, Avelino César, Daniel Rolim de Medeiros, Gustavo Cesário Albino, Lauro Severiano Rupp, Ramiro Muzza Soares e Francisco Tambelli. O Comando da mesma foi confiado ao 2º sargento reformado da Força Pública, Ramiro Muzza Soares, usando os componentes da Guarda Municipal, braçais com as cores da bandeira de nosso Estado, como distintivo. Como se vê pela relação acima, inscreveram-se pessoas de
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reconhecida idoneidade, esperando-se que todos sigam o exemplo daqueles cidadãos, para maior segurança da manutenção da ordem pública nesta cidade e município. O Sr. Delegado escolar comunica: “de ordem superior, aos interessados, que a prorrogação dos feriados concedida por decreto de 14 do corrente, não atinge as escolas”. Em 17 de julho, “Piedade contribuiu também com uma leva de patriotas para a luta desencadeada pelos valentes filhos de Piratininga, em prol da constitucionalização imediata do país. Partiram ontem, garbosos e cobertos de bênçãos da população desta cidade, com destino à Capital do Estado, os seguintes rapazes: Orlando Gomes de Abreu, Gentil Rosa, Gustavo Rosa, Cícero Gomes de Abreu, Joaquim de Moraes, Sócrates Leite Rosa. Joaquim Pires de Oliveira, Almísio Américo, Antônio Augusto de Oliveira, Hermelindo Silva e Joaquim Mandori. Por ocasião das despedidas, na praça Cel. João Rosa, onde afluiu grande massa popular, fizeram uso da palavra, estimulandoos e formulando augúrios de valentia, denodo e desprendimento da própria vida em proveito da grande causa que empolga o heroico povo paulista, os srs. Padre João Baptista da Palma, vigário da Paróquia; farmacêutico Manuel P. de Macedo, cirurgião dentista Raymundo Nonato Leite e Celestino Américo, prefeito desta. Falou também o sr. Antônio Augusto da Silva Filho, companheiro dos que partiam para defender São Paulo. Compareceu ao ato a Banda Musical São João, que executou marchas militares. Aos briosos defensores das cores de Piedade foi oferecido pela Comissão Municipal do M.M.D.C., cigarros e dinheiro arrecadados por uma comissão de senhorinhas e cidadãos do nosso escol social, a qual havia percorrido a cidade e encontrado, por parte da população, a melhor boa vontade a par de espontâneo entusiasmo”. (Cruzeiro do Sul, Sorocaba).
No dia 17 de julho, o Bispo Dom José Carlos de Aguirre, de Sorocaba, alertava o clero, ordenando preces pela paz e autorizando o Te Deum da vitória paulista. Não, não houve Te Deum pela vitória material da Ditadura, houve luto na alma paulista. Na Catedral fez V. Excia. uma semana de preces especiais pela paz, aí celebrando diariamente. Enfim, à imitação de todo o Episcopado, autorizava os párocos a fazerem parte da Campanha do Ouro, que, em Sorocaba, foi iniciada a 18 de agosto. Em Botucatu o Bispo Dom Carlos Duarte Costa, forma o seu Batalhão Diocesano, para seguir para o front. Voluntários de São Manoel ingressam no Batalhão. Na manhã da segunda-feira, 18 de julho, de trem, numa composição da The São Paulo Railway Company Limited, parte da estação da Inglesa os voluntários santistas rumo à Capital paulista, onde permanecem por oito dias no Quartel do 4º B. C., onde aguardam ordens para o destino. Classificados
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pelo Q.G. como 7º de Caçadores da Reserva de Santos. Depois de terem recebidos as armas em 27 de julho, o destino: A ordem imperativa do comando dava destino ao Batalhão. Rumo à Estação Sorocabana, rumando para o Setor Sul. Seguindo de trem até Itapetininga, ponto de concentração das tropas paulistas. De Itapetininga seguiriam diretamente para a zona de operações e as trincheiras. 18 de julho – “Um bom contingente de botucatuenses, partiu hoje para São Paulo. São reservistas de primeira e segunda categorias. E são, também, civis. Que nunca tinham manejado um fuzil Mauser ou uma metralhadora pesada. Na Capital, na estação da Sorocabana, à chegada, um espetáculo impressionante, marcial. Um trem de tropas seguira para Itapetininga no Setor Sul. Uma banda da Força Pública tocava a linda marcha “Paris-Belfort”, que se tornou uma espécie de hino dos paulistas. Metralhadoras pesadas, muitos fuzis metralhadoras, morteiros, equipamentos de combates, etc. eram carregados afanosamente. Acenando adeuses aos que ficavam – esposas e mães, irmãos e filhos, amigos – os soldados da lei tomavam os carros que deviam leva-los para os entreveros de Buri, Ligiana, Apiaí e outros lugares, onde a luta era brava. E ruim para nós”. Em São Paulo muitos botucatuenses foram incorporados ao Batalhão Universitário “Fernão Sales”, primeira unidade a receber capacetes de aço e que foi dividido em duas Companhias e um Pelotão. (Botucatuenses no Setor Sul, Sebastião A. Pinto). 18 de julho – Foi exonerado, a pedido, do cargo de prefeito municipal de São Miguel Arcanjo, o sr. Leontino Arantes Galvão, sendo nomeado para exercer o referido cargo o sr. Edwirges Monteiro. Angatuba espera receber hoje a caravana que percorre a 3ª Zona em propaganda da formação de batalhões de voluntários para o exército constitucionalista. Entretanto, nem isso era preciso. A mocidade de São Paulo de hoje, bem conhece seus deveres cívicos, e para cumpri-los, não espera o aceno dos chefes políticos, oportunistas, que preparam o terreno para o dia dos bons empregos para a família, dos negócios rendosos e sem trabalho, para eles e para seus amigos. A mocidade de Angatuba, como a desta cidade, não esperou o convite dos que se intitulam chefes, donos das localidades, seguiu à sua custa, a se incorporar no exército que defenderá o nosso querido Estado da sanha dos invejosos do nosso progresso. Assim, moços da melhor sociedade angatubana, não esperaram da melíflua voz dos políticos para marcharem para o “front”. Partiram sem alarde, joviais, animados. São eles: José N. Macedo, Joaquim Fogaça, Salvador S. Basile, Natalino Favali, Álvaro M. Branco, Anselmo Levatti, Honorato Manfredini, Santo Basile, Pedro Schitini Junior, Jorge Cury, Orlando Tacioli, Custódio Balduíno, Vicente Orsi e Arnaldo Orsi. Ao todo 14. Breve chegarão das fazendas Irmãos Rocha Miranda cem homens que se destinam à esta cidade, número ao qual se ajuntarão mais trinta de
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Campina do Monte Alegre, chefiados pelo conceituado negociante conhecido por Caicó. Foi recebido com grande simpatia o fato de um rapaz vindo de Bom Sucesso. Percorreu ele 42 quilômetros a pé, para se apresentar como voluntário, e que já se achava nesta cidade. Infelizmente não foi identificado o seu nome. Viajou para a capital o tenente Novaes, oficial do Exército que há tempo estava em comissão no serviço militar deste município. Os seus amigos ofereceram-lhe uma ceia na véspera da partida. (Tribuna Popular, 18/7). Pela paz do Brasil, neste momento em que filhos do mesmo solo pátrio se batem em luta armada pela constitucionalização desta grande terra no movimento empolgante esposado por São Paulo, devemos todos, levantar nossas preces fervorosas à Nossa Senhora Aparecida. Devidamente autorizado pelo Rvmo. Vigário da Paróquia, peço à população desta cidade, enviar flores naturais ou artificiais para enfeitar diariamente o altar da Virgem, na Igreja, que lhe empresta o nome, no subúrbio da cidade. A sra. presidente da irmandade designará diariamente uma turma para enfeitar o altar, assim como organizará uma guarda de honra, durante o dia, à Padroeira do Brasil, pela volta imediata do regime da Lei, pela felicidade de São Paulo e do Brasil. Itapetininga, 18 de julho de 1932. (a) José Augusto de Campos, 1º administrador da Igreja de N. S. Aparecida. Há uma hora da madrugada de terça-feira, dia 19 de julho, partiu em trem especial para a capital, a primeira leva de voluntários tieteenses, cujos nomes constam do respectivo livro de compromisso. Denominado de “Batalhão Tietê”, o efetivo era composto de 130 homens. Os voluntários se apresentam na Faculdade de Direito, quartel general do MMDC, onde são dados os vários destinos aos médicos, aos homens idosos, e os mais jovens encaminhados ao quartel de Quitaúna, onde oficiais do Exército davam forma militar aos agrupamentos voluntários. O célebre Tenente Adauto de Mello forma por essa ocasião 10 Batalhões de Voluntários, aos quais dá a classificação de Caçadores da Reserva. Os tieteenses são incorporados à 2ª Cia. do 6º BCR por ele organizado. Este Batalhão tem como Comandante o Capitão Honório de Castro, da polícia catarinense, e como comandante da 2ª Cia. o Tenente Alfredo Silva, um antigo sargento instrutor de Tiros de Guerra comissionado naquele posto. Com a graduação de Tenente Intendente da unidade seguia como oficial o sr. Plínio Rodrigues de Moraes. (A Revolução de 32, Benedicto Pires de Almeida).
Os alfaiates desta cidade de Itapetininga, desejando contribuir para a organização de batalhão local, estão fazendo gratuitamente o fardamento necessário, numa das salas da Escola Normal desta cidade. É um valioso serviço que não deve ficar ignorado nas páginas do civismo Itapetiningano. Está percorrendo as ruas de Itapetininga, angariando donativos para a compra de lanche que será fornecido às tropas em trânsito, uma comissão
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composta pelas sras. professoras d. Hermínia Strasburg, Alice Aires e Julieta Silveira, e do sr. Hildebrando Machado. As pessoas que desejarem concorrer para o bom êxito da comissão, poderão entregar seu auxilio à rua Dom Joaquim, 18. No dia 16 esta comissão distribuiu 200 sanduiches aos soldados que passaram naquele dia. Anteontem seguiram para Itararé, a incorporarem-se nos batalhões que defendem o nosso Estado, cerca de 80 moços da nossa boa sociedade. Além de outros que seguiram há dias, partiram ontem para São Paulo com o mesmo fim, diversos outros rapazes. Todos esses moços seguiram espontaneamente para servir São Paulo, sem qualquer influência política, conforme declararam alguns deles. Numa carta que recebeu o prof. Procópio Ferreira, dizia que o nosso conterrâneo sr. Clovis Ferreira, filho daquele professor, se alistou voluntário no batalhão formado na Faculdade de Direito – o primeiro que seguiu para a zona norte do Estado, dando, mais uma vez, provas de sua coragem e civismo. Elementos representativos da sociedade itapetiningana, de comum acordo com o sr. Dr. Raul Valentim de Queiroz, delegado regional, com devotado amor ao Brasil e a causa de São Paulo, constituíram-se em comissão composta dos srs. Waldomiro de Carvalho, José Raffa, Cândido Maia, Euclydes de Moraes Rosa, Ramiro Vieira de Moraes, Sylvio de Moraes, João Salem, Deolindo Menck, Francisco Veiss, Silvestre Leitão e Romão de Arruda Leite, para o fim de angariar donativos de tudo quanto for necessário às Forças Constitucionalistas em operações nos diversos pontos do Estado. Esse gesto nobre, vem mais uma vez comprovar do entusiasmo e patriotismo com que os paulistas lutam pela defesa do Estado leader e do Brasil. A Prefeitura de Itapetininga chama a atenção de todos os srs. munícipes sobre os termos do telegrama abaixo transcrito que lhe foi dirigido pelo Chefe de Abastecimento do Estado, por intermédio da Superintendência de Transportes: “Chefe Abastecimento Estado por nosso intermédio pede V. S. solicitar auxílios particulares em fornecimento gêneros e cavalos devendo V. S. relacionar e comunicar-me diariamente oferecimentos recebidos que ficarão sob guarda V.S. para serem despachados conforme indicação oportuna. Saudações”. Tratando-se de um apelo que não pode deixar de merecer a especial atenção de todos os brasileiros e paulistas, em particular, esta Prefeitura espera receber da população do município todo o apoio que se faz mister, no momento em que São Paulo se bate pelos nobres ideais. Itapetininga, 19 de julho de 1.932 (a) Antônio de Souza Mello. Prefeito Municipal. Partida do Batalhão “Tietê” para a Revolução. Aos 20 de julho, a uma hora da madrugada de terça feira, seguiu em trem especial para a Capital a primeira leva dos voluntários tieteenses. Foi muito tocante a despedida dos bravos moços, que apresentavam ótima disposição de ânimo, mostravam-
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se alegres e entusiasmados. A estação ficou repleta de homens, senhoras e senhoritas que foram se despedir dos voluntários, notando-se também uma banda musical que, na partida do trem, executou o Hino Nacional, ouvido com o máximo respeito e que arrancou vivas ardorosos a São Paulo e ao Brasil. Posteriormente, na data de 24 de julho de 1976, os tieteenses receberiam “Medalhas de 32”: O Departamento de Educação, Cultura e Serviço Social, da municipalidade, procedeu a entrega das “Medalhas de 32”, outorgadas pela Assembleia Legislativa do Estado, aos seguintes voluntários da Revolução Constitucionalista: Homenagem “Post Mortem”: José Rodrigues da Costa, Dr. João José Rodrigues, Lafayete de Camargo Madeira, Luiz da Costa Júnior, Luiz Fernandes Diogo, Luiz Dizep, Mário Mazzucatto, Dr. Nerval Ferreira Braga, Dr. Otávio da Costa Carvalho, Paulo Teixeira Pinto Filho, Plínio Rodrigues de Moraes, Wilson Pereira, Antônio de Arruda, Ernesto Carlos de Assumpção, Dr. Ibrahim C. Camargo Madeira, Roberto Dal Colletto, Rubens Olintho de Arruda, Benedicto Teixeira Assumpção, Deoclécio de Lara Campos, Edgard Alves Filho, Benedicto Pires de Almeida, Eugênio Rodrigues de Souza, Brasílio Assumpção Carvalho, Euclides Camargo Madeira, José Dias de Campos, Miguel Abdala, Nestor da Silva Leite, Salvador Evangelista de Campos e Silas Toledo Cruz. São os seguintes os veteranos que foram homenageados: Cônego Alberto Bacilli, Capelão de 32, Augusto Setúbal Correa e Augusto Assis Cruz. (Cronologia Tieteense, Benedicto Pires de Almeida). À 22 de julho o vigário de Capão Bonito, padre Antônio Brunetti, apresentou-se ao Arcebispo Dom Duarte para ser capelão na zona de Ribeira, sendo substituído pelo padre Horácio Lembo. Dom Aguirre em Sorocaba realiza visita a Santa Casa local aos 22 doentes vindos do campo de luta, sendo 11 feridos. Missa na Aparecida. Comunicado: Pessoas religiosas estão fazendo uma novena na Igreja da Aparecida, rogando à Mãe de Deus pelos brasileiros nesta hora de dificuldade. No dia 25 será ali rezada missa em ação de graça pela felicidade dos nossos soldados. Pedem o comparecimento de todos, especialmente dos voluntários locais. Em 22 de julho, na Matriz da Paróquia de São Miguel Arcanjo, celebrou-se nesta data, uma missa pela paz e em despedida de 25 moços que seguiam para as linhas de combate. O vigário Padre Olegário da Silva Barata benzeu algumas medalhas com a efígie do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora. Todos os moços receberam a sagrada comunhão, e assistiram a santa missa com devoção. (1º Livro de Tombo). Brigada do Sul – Seu comando é confiado ao general Ataliba Leonel. O general Bertholdo Klinger, comandante em chefe das tropas
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constitucionalistas, baixou esta determinação: É criada a Brigada do Sul, sob o comando do excelentíssimo general Ataliba Leonel. Essa brigada é composta de 4 batalhões de infantaria, cujas sedes serão respectivamente, em Botucatu, Itapetininga, Bauru, e Itu, e terão o seguinte comando: Botucatu – Comandante civil, tenente coronel Leônidas do Amaral Vieira; comandante militar, major Manoel Marques. Itapetininga – Comandante civil, tenente coronel Joaquim Ferreira Lobo Nenê Sobrinho; comandante militar, major João Augusto Pereira Junior. Bauru – Comandante civil, tenente coronel Eduardo Vergueiro de Lorena; comandante militar, major José Dias. Itu – Comandante civil, tenente coronel Sylvio de Almeida Sampaio; comandante militar, major José Garrido. O sr. Prof. Antônio de Souza Mello, prefeito municipal de Itapetininga, recebeu o seguinte telegrama: “São Paulo, 22 – Em complemento meu telegrama dia 19 determino ficar a cargo prefeito sob sua responsabilidade pessoal funcional constituição comissão angariar donativos para manutenção forças constitucionalistas. Prefeito é única pessoa autorizada nesse município para dirigir trabalhos comissão. Esta será nomeada pelo prefeito ficando subordinada à prefeitura. Donativos angariados serão comunicados diariamente pelo prefeito a este departamento e ao Diretor Geral do Serviço de Abastecimento M.M.D.C. sr. Carlos Souza Nazareth, Rua Thezouro, dois, São Paulo, e não como foi comunicado dia 19. Segue autorização para prefeito angariar donativos assinado pelo Diretor Geral Abastecimento M.M.D.C. e por mim visada. Saudações – Joaquim Sampaio Vidal – Diretor Departamento Municipal. Passa por Sorocaba partindo para o Front, às 6 horas, o Batalhão “Floriano Peixoto”, com diversos rapazes sorocabanos. Ontem à tarde, em automóvel, passou pela cidade o General Klinger. Após comício foi aberta uma lista na Câmara Municipal para os moços bom-sucessenses que quiserem incorporar-se ao Batalhão Patriótico de Avaré. Acompanhando o Batalhão “Floriano Peixoto” seguiu para Itararé, com outras enfermeiras, a sra. Dª Maria Emília Leonel, representante da Cruz Verde do Centro do Professorado Paulista. De São Miguel Arcanjo partiram para o engajamento das tropas no aquartelamento, os seguintes voluntários, conforme nossas pesquisas, (salvo engano), pois, infelizmente, não obtivemos a lista oficial, e pertencentes ao pelotão de combatentes da localidade, que anteriormente se chamava “Linha de Tiro”: 1-Abílio Hibraim, 2-Acácio dos Santos Terra, 3-Adail de Souza, 4-Alcindo Nogueira, 5-Amâncio Pinto, 6-Anibal Coelho de Góes, 7-Antônio
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Damas (Nico Damas), 8-Antônio (Nico) Fidêncio, 9-Aparício de Oliveira Terra, 10-Aristeu Válio, 11-Ciro Terra, 12-Domingos dos Santos Medeiros, 13-Dorival Cesar de Noronha, 14-Euzébio Pereira de Assis, 15-João Alves, 16-João Caetano, 17-João Cornélio, 18-João França (primo do autor), 19José Hibraim, 20-Júlio Godinho, 21-Juvenal Gaudêncio, 22-Marcílio Rosa, 23-Pedro de Oliveira Preto, 24-Salomão Hibraim, e 25-Salvador Costa. Nota-se na listagem 3 membros da família Hibraim, sendo 2 irmãos; e três da família Terra); e também moradores no bairro da Santa Cruz dos Matos: Antônio Damas (Nico Damas), Antônio (Nico) Fidêncio, João Alves, Júlio Godinho, Juvenal Gaudêncio, e Marcílio Rosa; os quais reverenciamos as suas memórias. Passaram pelo distrito de Salto de Pirapora com destino a Itu os voluntários de Pilar do Sul, acompanhados do presidente do MMDC daquela cidade sr. Eloy Lacerda. Os srs. Elpídio José Marcelo e João Moreira de Moraes ofereceram aos patriotas uma lauta mesa de doces, café e cigarros. O sr. Marcelo acompanhou-os por sua parte e por parte do sr. Francisco Pedroso de Brito, até Itu. Os voluntários foram muito festejados e saudados, dada a missão que vão desempenhar. Agradeceram a distinção e carinho com que foram tratados. Nessa data de 22, os docentes do Grupo Escolar de Votorantim arrecadavam, em coleta, a quantia de 100 $, ofertando-a à Caixa Popular. Edital – O doutor Frederico Roberto de Azevedo Marques, Juiz de Direito desta Comarca de Itapetininga, Estado de São Paulo, etc. Faz saber aos que o presente Edital virem ou dele conhecimento tiverem que, nos termos do artigo 6º do Decreto nº 5.599, de 19 de julho de 1932, não se realizará a sessão do Júri que estava convocada para o dia 27 do corrente. E para que chegue a notícia ao conhecimento de todos, mandou expedir este, que será afixado no lugar do costume e publicado pela imprensa local. Itapetininga, 21 de julho de 1932. Eu, Fraterno de Melo Almada, escrivão do Júri, o subscrevi. O Juiz de Direito (a) Frederico Roberto de Azevedo Marques. Na capital, forma-se o Batalhão “Esportivo”, onde chama a atenção, no posto de sargento, o centroavante Arthur Friedenreich, o primeiro jogador celebridade do futebol brasileiro. Neste dia 22 de julho, os Voluntários seguem para o Front de todas as partes do Estado de São Paulo. 24 de julho, no domingo, na Catedral de Sorocaba, inicia-se a semana de preces pela paz. No sermão sobre a oração e a penitência, Dom Aguirre faz voto de ir com o povo a 8 de setembro em romaria à Aparecida do Norte, para pedir à Nossa Senhora a obtenção da paz e a suspirada concórdia entre os brasileiros. Em 24 de julho, o vigário, à estação da Missa paroquial leu o seguinte
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Governo Diocesano: “Caríssimos Diocesanos. A Paz em Cristo! O flagelo da guerra em sua forma deplorabilíssima de guerra civil, mais uma vez desencadeia sobre nós. É muito de se lamentar, que não pudéssemos concordar, pacificamente, num regime constitucional e nos víssemos propelidos a pegar em armas para impor aquilo porque todos ansiamos. Estamos, pois, em francas operações bélicas! Entretanto, caríssimos filhos, como cristãos, irmãos que todos somos em Nosso Senhor Jesus Cristo e cidadãos de uma pátria única, sofremos em nossos peitos sangrados quaisquer assomos ou tentações de ódio, de rancor, que mais nos separem daqueles que, agora são nossos adversários, não são nossos inimigos, mas sim nossos irmãos, nossos patrícios. Utilizemos as forças espirituais e assediemos o trono de Deus com as armas da Oração, da penitência, com fervorosas comunhões. Roguemos insistentemente ao comum Pai Celestial. Para pacificar, e que nos apresse o seu fim”. Sorocaba reza para a Paz na Catedral, em conjunto com as paróquias das Igrejas do Bom Jesus dos Aflitos e Votorantim. Neste domingo, 24 de julho, às 7,30 horas, houve missa com comunhão geral de todas as Irmandades, às 18 horas saiu da capela episcopal a procissão conduzindo as relíquias de São Pedro de Alcântara, patrono do Brasil, de São Paulo e de Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina. Durante o trajeto o povo cantou a ladainha de todos os santos. À entrada na sé, recitação do terço e bênção do Santíssimo Sacramento. Sorocaba festejou ontem, na Gare da Sorocabana, o luzido Batalhão “Ibraim Nobre”, comandado por esse valoroso tribuno paulista e formado de advogados e médicos. Chegados em caminhões, logo se reuniram a uma Cia. de granadeiros. Várias autoridades se fizeram presentes. “Os trens fazem frequentes paradas na Estação de Itapetininga, destino dos soldados e voluntários que chegavam de toda a região para a incorporação no Quartel da cidade. Caminhões da Força Pública trafegam morosos nas estradas empoeiradas, transportando Voluntários Paulistas rumo às trincheiras, para o posicionamento das defesas do Estado no Setor Sul. O pequenino “Curtiss” voa alto descrevendo no céu azul grande parabólica e seguindo na direção dos selvagens sertões da Paranapiacaba. Sete “Curtiss Whight” de reconhecimento armado chegaram do Chile, mais o “Waco” e os “New-Port-Delage” formavam toda a esquadrilha aérea constitucionalista, que pairavam hoje, nos campos do sul, amanhã na Mantiqueira e em outro dia em Eleutério. Um desses aviões foi destruído pelas bombas inimigas em Guaratinguetá, no chão do campo de pouso. Outro avião mergulhou no mar com seus dois heroicos tripulantes. Gomes Machado e Ribeiro Guimarães, ao explodir, antes do tempo, a bomba lançada contra o cruzador “Rio Grande do Sul”, junto à barra de Santos. Nas bandas de Apiaí o aviãozinho apareceu ainda mais alto, visto da coluna de caminhões, a lançar-se a “piquê” aflorando
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o campo adiante e, num “rederessé” perfeito, eleva-se para desaparecer ao norte, no rumo de Itapetininga”.
Estação Ferroviária de Itapetininga. (Foto cedida do Acervo do Centro Cultural e Histórico de Itapetininga)
Estima-se que o Exército Constitucionalista era composto de 30 mil soldados para os combates, sendo que de 10 a 12 mil eram voluntários alistados, com o restante das tropas composto pelos soldados da Força Pública e dos Destacamentos do Exército localizados no estado de São Paulo. Com a deslocação das tropas de outras áreas do território nacional, o Exército Federal se somou de batalhões de voluntários arregimentados pelos interventores e enviados para as frentes de combate. De Porto Alegre o noturno partira há três dias, com a parada na Estação de Ligiana, os gaúchos bebem o “amargo” com uma única bomba de prata, e uma chaleira de água fervendo para o preparo. Estão chegando para os combates no Setor Sul. “Em São Paulo na Praça da Sé a Revolução continua vibrando e, quase todas as noites, após inflamados discursos de Ibraim Nobre, Monsenhor Manfredo Leite e outros, o Arcebispo Dom Duarte benze bandeiras de novos batalhões que seguem para as frentes. Moças costurando, tricotando e conversando numa seção de trabalhos para a Liga das Senhoras Católicas preparam agasalhos para serem enviados aos soldados que têm frio nas altitudes da Mantiqueira e nos descampados ventosos do sul. Na Capital surgiam proclamações e mais proclamações de amor a São Paulo, mas na hora H era o que se via: São Paulo se tornava uma ilha”. Um trem cheio de soldados para na estação da Sorocabana, ouvimos apitos fortes e vivas entusiásticos ao Batalhão que partia. Era o “Batalhão “Borba Gato” ... e todo mundo gritava: - Viva o Batalhão “Borba Gato”. (DUPRÉ: Éramos Seis). Negros também participam pela causa de São Paulo. Foi formado também um batalhão conhecido como “Legião Negra”, que ficou também chamado de “Pérolas Negras”, fundado por Joaquim Guaraná de Santana, um
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advogado baiano, que serviu defendendo São Paulo, com os seus integrantes todos negros, e que contava com 2 mil homens, que participaram ativamente no levante paulista e que serviram corajosamente nos combates, em defesa da causa paulista. Comícios monstros. No sábado, esteve em Sorocaba, à noite, a brilhante caravana da palavra, chefiada pelo dr. Basileu Garcia e composta dos srs. dr. Antônio Madureira, promotor de Porto Feliz; Renato Paes de Barros, Paulo Rubião, acadêmicos Ezequiel Freire, Calazans Campos, Darcy Arruda Miranda e José Lanes, que emprestaram suas palavras de estímulo e aclamação ao povo paulista. (Cruzeiro do Sul). No Jornal Tribuna de Itapetininga a conclamação: “Ao povo. É preciso que Itapetininga se manifeste ao lado do brioso povo da Capital, nesta hora histórica que atravessamos. Convida-se, portanto, a população desta cidade para um grande comício de solidariedade, que se realizará no Largo da Matriz, hoje, às 18 horas. Que ninguém falte! Itapetininga, de pé com São Paulo !! (a) Pedro Dias Baptista. Pedro Sabino Ayres. (“Tribuna Popular”). Paulistas de Itapetininga. Nesta hora histórica que atravessamos é imprescindível que Itapetininga se coloque, entusiástica, ao lado do povo heroico de São Paulo! Por isso, em veemente protesto contra os histriões que tripudiam a nobre dignidade paulista, concitamos a brava gente itapetiningana a vibrar conosco no grandioso comício a realizar-se hoje, às 18 horas, no Largo da Matriz, onde oradores traduzirão, em suas vozes enérgicas, as aspirações patrióticas deste glorioso recanto da terra bandeirante. Frente Única Itapetiningana! Mocidade idealista desta terra! Povo laborioso de Itapetininga. Todos de pé com São Paulo! A Comissão: Benjamim Reginato, Alberto Rovai, Benedicto Albuquerque, Enos Sodré, Galvão Junior, Eurico Cezar, Manoel José Vieira. Na Capital uma acidental explosão de granada custou incêndio no quartel general da Força Pública, no bairro da Luz, ferindo perto de 30 pessoas. O prédio foi tomado de chamas, salvando-se munições e arquivo. (Cruzeiro do Sul).
Voluntários de todo interior paulista se incorporam e se fazem presentes. Una, depois Ibiúna participa também do levante Paulista através de seus filhos Benedito Dias, José Gabriel Vieira, Honorato Soares Gonzaga, Cristalino Antônio Leite, Roque Soares de Campos e Justino Brando que partem para o front de combate. Passa por Sorocaba, partindo para o Front, às 6 horas, o Batalhão “Floriano Peixoto”, com diversos rapazes sorocabanos. Ontem à tarde, em automóvel, passou pela cidade o General Klinger. Presidente Prudente também forma seu Batalhão. O Comando Geral das Forças Revolucionárias da Alta Sorocabana coube ao Coronel Pedro Dias
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de Campos, ex-comandante da Força Pública de São Paulo e o “Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente” ficou sob a chefia do Coronel Miguel Brisola de Oliveira, paulista de São Miguel Arcanjo, com experiência revolucionária, participante que foi das Revoluções de 24 e 30. (1932: Presidente Prudente na Revolução, Maria de Lourdes Ferreira Lins, p.38 e 39. Depoimento gravado em 14/6/75, para o Setor de Documentação da Fundação Museu Histórico Municipal de Presidente Prudente).
Convidado por representantes da “Frente Única” local, Dr. Cerávolo e Dr. Tito Lívio Brasil, o Coronel Brisola, que nesta época residia em Anhumas, veio para Presidente Prudente e assumiu o comando do Batalhão, acompanhando-o às cidades de Ourinhos e de Bernardino de Campos, locais de instalação do Quartel-General e de onde partiam os contingentes para as frentes de luta, ao norte do Paraná e em outros pontos do Setor Sul. Foi praticamente o Coronel Brisola o responsável pela organização do “Batalhão General Ataliba Leonel”, em Presidente Prudente, em 1924, cujas forças atuaram em Botucatu, não obstante a ideia tenha partido do Coronel Cabral, diretor da Cia. Marcondes na época. Daí a sua primeira experiência. Em 1930, o Governador de São Paulo, Júlio Prestes, chama o Coronel Brisola e propõe a reorganização do “Batalhão Ataliba Leonel” e eis a sua segunda experiência. A terceira, em 32. O EstadoMaior do Batalhão ficou constituído dos seguintes elementos: Coronel Pedro Dias de Campos, Comandante Geral das Forças Revolucionárias da Alta Sorocabana; Coronel Miguel Brisola de Oliveira, Comandante do Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente; Major Felício Tarabay, Fiscal ou Ajudante de Ordens, e o Capitão Dr. Joaquim Ferreira de Oliveira, Ajudante de Ordem. Cada Batalhão era formado por três Companhias de 100 soldados e cada Companhia era comandada por um Capitão. A terceira companhia, do Sr. Francisco de Vivo e que atuou em Jacarezinho, Serrinha e Ribeirópolis estava assim constituída: Capitão Francisco de Vivo, Comandante; 1º Tenente João Giannetti, Auxiliar de Comando; 2º Tenente Elizeu Prestes César, Auxiliar de Comando; 2º Tenente Aristides Pinto Soares, Auxiliar de Comando. (1932: Presidente Prudente na Revolução, Maria de Lourdes Ferreira Lins). O comando do Batalhão Prudentino que coube ao Coronel Miguel Brisola de Oliveira, em pouco tempo, já dispunha em suas fileiras de mais de mil homens. Formado por voluntários da cidade, da zona rural e dos diversos vilarejos da vizinhança de Prudente. Participou do voluntáriado o incógnito e bravo combatente, apenas conhecido pela alcunha de “Amendoim”. Durante a Revolução de 1924 (Revolução Tenentista em São Paulo, sob o comando do General Isidoro Dias Lopes; de Ourinhos até Presidente Prudente, a Companhia do Batalhão “Ataliba Leonel”, comandada pelo Capitão Miguel Brisola de Oliveira, passou a fazer parte do Batalhão “Washington Luis”, fornecendo destacamentos para guarnecer todas as localidades da zona.
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(CÁCERES. Ataliba Leonel). Ao povo – De ordem superior, o Comandante da Praça e o Prefeito Municipal fazem ciente à população de Itapetininga, o seguinte: a) – O dr. João Neves da Fontoura desceu no Campo de Marte, em São Paulo, tendo assim conseguido escapar às garras da Ditadura; b) – O dr. Luzardo com as tropas constitucionalistas marchará rumo de São Paulo, a fim de unir-se com os paulistas para a arrancada sobre a ditadura. Itapetininga, 24/7/1932. Ten. Cel. João Augusto Pereira Junior, Comandante da Praça. Antônio de Souza Mello, Prefeito Municipal. Lei Seca - Aviso de 25 de julho. “Os abaixo assinados, fazem saber a todos os interessados e ao público em geral que, como medida de ordem, resolveram proibir, temporariamente, a venda de bebidas alcoólicas nesta cidade e seus subúrbios, cuja fiscalização será feita com o máximo rigor. Ao infrator será aplicada a multa de 50$000, além de outras penalidades a que poderá ficar sujeito. Itapetininga, 25 de julho de 1932. Tenente-Coronel J. Augusto Pereira Junior, comandante da praça. A. S. Mello, Prefeito Municipal. Raul Valentim de Queiroz, Delegado Regional”. 25/7 - Tatuí também participa do movimento revoltoso e forma o Batalhão Patriótico Comarca de Tatuí (B.P.C.T.), que se uniria às forças estaduais. Após discussões em torno dos nomes a serem indicados para construir a comissão organizadora do B.P.C.T., os seguintes nomes foram propostos pelo sr. Juvenal de Campos Filho, e unanimemente aceitos: dr. Eduardo Silveira da Mota, padre Joaquim Antônio do Canto, prof. Lázaro Teixeira, prof. Silvio Azevedo, coronel Firmo V. de Camargo, o comerciante João Leite de Paula, o industrial Dario Meirelles, o prefeito Joaquim Assunção Ribeiro, e o delegado João Almeida Morais. Todo o funcionalismo forense, os estabelecimentos de ensino, comércio, indústria e a municipalidade irmanam-se, unidos na defesa da causa comum de São Paulo. Por uma circular do departamento de administração municipal, o prefeito Joaquim Assunção Ribeiro solicita aos srs. professores Muniz de Souza e Pimentel Gomes, lente do ginásio do Estado, para que dirigissem os serviços de organização e nomeações de comissões encarregadas das formações do voluntariado. Centenas de tatuienses se inscreveram como voluntários combatentes, integrando-se aos batalhões. (do livro “Tatuí: Capital da Música, de Renato Ferreira de Camargo e Christian Pereira de Camargo, pág 39 e ss.)
Oficialmente, de acordo com o Livro de Alistamento de Voluntários, da Comissão Municipal, para o Batalhão de Iguape, foram alistados 76 jovens, no período de 23 de julho a 26 de setembro de 1932, que integraram o Batalhão Redentor. Contudo, muitos outros jovens também arriscaram suas vidas por São Paulo sem terem assinado seus nomes no mencionado livro de alistamento. Dessa maneira, publica-se abaixo a relação dos 76 voluntários que se alistaram oficialmente, discriminando suas idades: 1. José Nogueira, 24
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anos, 2. Alcides Cardoso, 22 anos, 3. Amaro Serrador, 24 anos, 4. João Rocha, 24 anos, 5. Manoel Paulino da Silva, 23 anos, 6. Américo Amâncio, 26 anos, 7. João Santiago de Carvalho, 20 anos, 8. Carlos de Campos Collaço, 23 anos, 9. Adélio Fortes, 18 anos, 10. Celso Veiga, 20 anos, 11. Antônio Andrade, 27 anos, 12. Lucílio Carneiro, 27 anos, 13. Andrelino Nicolau Slindvain, 21 anos, 14. Aristóbulo Lima, 23 anos, 15. Oswaldo Freitas, 18 anos, 16. José Silva de Lima, 19 anos, 17. Benedito Pereira, 22 anos, 18. Raphael Gonçalves Archanjo, 18 anos, 19. Antônio de Campos Collaço, 25 anos, 20. Sizenando Carvalho, 29 anos, 21. Domingos Júlio de Ramos, 17 anos, 22. Francisco Giglio Júnior, 28 anos, 23. Mário Mendes dos Santos, --, 24. Henrique Gonçalves, 19 anos, 25. Romualdo de Medeiros, 18 anos, 26. Florisval Conceição, 25 anos, 27. Lúcio dos Santos, 20 anos, 28. Theóphilo Fortes, 20 anos, 29. Antônio Ribeiro, 19 anos, 30. João Pedro da Cruz, 22 anos, 31. Horácio Gaudêncio Catira, 22 anos, 32. Silvino Silvestre, 21 anos, 33. Lavene França Carneiro, 19 anos, 34. Antônio Torquato, 21 anos, 35. Júlio Neves, 19 anos, 36. João Leandro de Souza, 19 anos, 37. Mário Mendes Santos, 36 anos, 38. Bento Pereira da Rocha, 36 anos, 39. Onofre Santanna Ferreira, 23 anos, 40. Oswaldo Rollo, 23 anos, 41. Antônio Giani Foz, 23 anos, 42. Ary de Moraes Giani, 19 anos, 43. Antônio Ambrósio de Souza, 18 anos, 44. Ernestino Rocha, 30 anos, 45. Francisco Souza, 28 anos, 46. Paulo Adarico Brazil, 31 anos, 47. Francisco Ribeiro, 25 anos, 48. Antônio Martins Olympio, 27 anos, 49. Alfredo Alves, 22 anos, 50. João Olívio Ribeiro, 21 anos, 51. Antônio Fortes Filho, --, 52. Brasil Simões, 29 anos, 53. Antônio Pedroso, 22 anos, 54. Moacyr Bueno, --, 55. Joaquim Marques de Moraes, 30 anos, Xiririca, 56. Bolívar da Silva Prado, 31 anos, 57. José Izidro de Oliveira Júnior, 19 anos, 58. Elípio Cordeiro, 37 anos, 59. Hildebrando de Moraes, 20 anos, 60. Benedito Rodrigues Lisboa, 18 anos, 61. Ruy Louzada, --, 62. João Antônio da Cruz, 20 anos, 63. Emílio Franco, 19 anos, 64. Mário Rocha, 22 anos, 65. Lauro Gatto, 24 anos, 66. Assuero Lima, 21 anos, 67. Joaquim Duarte, 20 anos, 68. Antônio Collaço, 36 anos, 69. Benedicto Ribeiro, 17 anos, 70. Carmo Ribeiro Almeida, 18 anos, 71. Salvador Sousa, 17 anos, 72. Aurélio Miguel Rodrigues, 17 anos, 73. Jorge Brazileiro de Freitas, --, 74. Almando Camillo, 18 anos, 75. Antônio Neves Camargo, 30 anos, 76. João Torquato, 18 anos. (Tribuna de Iguape, ed. nº 210, 7/2018, p.12. Iguape na Revolução de 32, Roberto Fortes).
O 6º BCR devidamente organizado e equipado no Quartel de Quitaúna (Osasco) segue para o Setor Sul, rumando diretamente para Itapetininga, onde chega a 27 de julho. Da base de operações foi encaminhado ao front, que se organizava nas proximidades de Buri. 27 de julho - Numerosos oficiais do Exército visitam Dom Aguirre, sondando-o sobre os acontecimentos. “Eram derrotistas apaixonados admiradores da Ditadura”, escreveu ele em seu diário.
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Em 27 de julho duas Cias. do 1º BCE, Capitão Pinto e Perrone, 6º BCR, comandante Honório; 7º BCR, Coronel Favila. Batalhão Arlindo, Comandante Arlindo de Oliveira desembarcam em Itapetininga. No dia 29 já se movimentam para Ligiana. Embarcaram para a Capital mais os seguintes voluntários de Angatuba: João Leme Junior, Epaminondas Tazziolli, Ismael Moreira, Abilio Tonhan, Marcílio Carriel, Polycarpo Machado, Benedicto Cafundó e Alfredo Edaes Abdalla. Aviso da Prefeitura Municipal de Itapetininga – De ordem do sr. Prefeito Municipal, ficam intimados todos os cidadãos residentes no município, a, dentro do prazo improrrogável de quarenta e oito (48) horas, declararem perante esta Prefeitura, qual a quantidade em seu poder, de carabinas “Winchester” calibre 44. Outrossim, avisa-se que são obrigados a prestar as declarações acima, além dos particulares, todas as casas de armas, oficinas de reparações, empresas de transportes, etc. Nos Distritos de Paz, são os Senhores Administradores ou prepostos obrigados às referidas declarações na falta dos proprietários. Sendo, como acima ficou dito, improrrogável o prazo para apresentação destas declarações, o Prefeito agirá com toda a energia, contra todos aqueles que o negarem ou o falsearem. Itapetininga, 28 de julho de 1932. O Secretário, João Reichert. Sob a iniciativa do cidadão Prefeito Edwirges Monteiro, de São Miguel Arcanjo, a Colônia Síria local arrecadou entre os seus membros, para o abastecimento das tropas constitucionalistas, os seguintes auxílios: Narlir Miguel, uma saca de feijão, com 75 litros. André Elias & Filho, uma saca de feijão, com 75 litros, Salomão Isaac & Sobrinho, uma saca de feijão, com 75 litros, Abdala Jabur, uma saca de feijão, com 75 litros, Matheus Addad, uma saca de feijão, com 75 litros, Alfredo Abrão, uma saca de feijão, com 75 litros, Michel Akim, uma saca de feijão, com 75 litros, Miguel Elou, uma saca de feijão, com 75 litros, Miguel Abrão, uma saca de feijão com 75 litros, José Domingos, meia saca de feijão, Demétrio Jacob & Irmão, meia saca de feijão, Nagib Salim, meia saca de feijão. Total 10 e ½ sacas. Foi nomeado para o cargo de delegado técnico, com honras de Major, para o município de Capão Bonito, o engenheiro Sylvio Silveira Rocha. 28 de julho – Dom Aguirre não tem notícias dos párocos de Itaporanga, Buri e Faxina. Tem-nas do cônego José Pedro Belloti, de Itararé. Continuaram durante o resto da Revolução as preces pela paz à tarde, na Capela episcopal. Foi publicado o Decreto 5.608 que proíbe a venda de clorato de potássio e de nitrato de potássio sem autorização oficial. Imposto de Consumo – Na pasta da Fazenda foi assinado ontem, o seguinte Decreto nº 5610: Artigo Único – Fica revogado, em todos os seus termos, o decreto nº 5501, de 15 do corrente, que estabeleceu a isenção do imposto de consumo que incide sobre produtos e mercadorias destinados ao abastecimento das forças constitucionalistas. Abertura de crédito para as despesas com a Revolução. Foi assinado pelo governador do Estado e referendado pelos srs. Secretários de Justiça e da Fazenda, o seguinte decreto nº 5611: “Artigo Único – Fica aberto, à Secretaria
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de Justiça e da Segurança Pública, um crédito especial de r$ 30.000.000$000 (trinta mil contos de réis), para ocorrer às despesas decorrentes da Revolução Constitucionalista, iniciada em 9 do corrente. Esteve nesta cidade, o brilhante tribuno gaúcho dr. João Neves da Fontoura. Sua Excia. esteve hospedado na residência do cel. Pedro Dias Baptista. Em pontos da cidade em que foi reconhecido, foi o eminente prócer da constitucionalização aplaudido pelos transeuntes de Itapetininga. Já está de volta da alta missão que lhe foi confiada, o nosso distinto amigo dr. Bernardes Junior. Ao Povo – O prefeito da cidade de Itapetininga, no cumprimento sagrado dos deveres de seu cargo, vem, mais uma vez, avisar a população local, que se não deve dar crédito aos infames boateiros, traidores e desclassificados, que outra coisa não fazem senão, procurar desprestigiar os nossos valorosos soldados. Esses elementos que na sua maioria, já estão sendo conhecidos pelas autoridades, serão presos e sofrerão o devido castigo. Pode ainda, esta Prefeitura afirmar – que a nossa vitória é mais do que garantida, por quanto o ânimo, a moral e a fé, cada vez maior dos nossos homens, é a perfeita reafirmação do valor dos intrépidos bandeirantes. A situação é, pois de absoluta confiança. Viva São Paulo! Viva o Brasil Constitucional! Professor Antônio de Sousa Mello, Prefeito Municipal. Visto: Tenente Coronel João Augusto Pereira Junior, Comandante da praça. Aviso do Colégio Imaculada Conceição – Avisa-se o povo católico de Itapetininga que no próximo domingo, 31 do corrente mês, as 8 e 16 horas, no pátio do Colégio, se o tempo permitir, será celebrada uma Missa Campal para proporcionar aos numerosos soldados a comodidade de assistirem a Santa Missa. Aqui neste local foi instalado e atuou o Hospital de Sangue de Itapetininga. No dia 31 de julho, em Botucatu, o bispo Diocesano Dom Carlos Duarte da Costa, oficiou solene missa campal, durante a qual, a população e os soldados em treinamento ou hospitalizados comungaram pela intenção do breve término do conflito e pelo descanso da alma dos que tombaram. 2 de agosto – Alegria passageira pelo boato de haver a Ditadura abandonado o poder. Serviços veterinários no Setor Sul – Acabam de ser organizados os serviços veterinários de campanha no Setor Sul a cargo dos tenentes do exército, srs. Deodato Moreno e Mario Rios, respectivamente chefe e subchefe. Os referidos oficiais chegaram há dias de São Paulo, onde vinham prestando os seus serviços junto ao Quartel General da 2ª Região Militar. Hospital da Cruz Vermelha – Estão funcionando três hospitais em Itapetininga: um de cirurgia, sob a direção do sr. dr. João Vieira de Camargo, localizado na Santa Casa de Misericórdia desta cidade, e dois de clínica, sob a direção do sr. dr. Pedro Contier Pinerolli localizado um no edifício do Ginásio do Estado e outro no edifício do Colégio da Imaculada Conceição. Além dos dois conceituados médicos acima citados estão trabalhando nesses hospitais também, o doutor Paulo Ferraz Braga, dr. J. da Cunha Fontenelle, dr. Bertucci, dr. Joaquim Coelho, dr. Antéro Massot, dr. Daniel Martins, dr. Almiro Reis,
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dr. Demétrio Azevedo. Auxiliares dos médicos: Xisto Colaço, Leon Nisrsch, J. Elias Rochel. A intendência do M.M.D.C., instalou nesta cidade, no Largo do Rosário, nº 81, uma farmácia para atender ao receituário dos soldados e das famílias necessitadas. Recebe donativos de vidros e garrafas vazias. Com grande dedicação trabalham no momento atual todos os funcionários deste ramal da Sorocabana. À frente deles se acha o competente dr. Alfredo Nunes de Oliveira, que representa o diretor da Estrada de Ferro, aqui, e que, como os demais funcionários, se tem mostrado incansável no trabalho extraordinário que a situação exige. Em 4 de agosto em Itapetininga, o QG das tropas em operações do Setor Sul, comandadas pelo Coronel Brasílio Taborda estava transformada em praça de guerra. Na estação trens chegam e partem transportando as tropas. No quartel do 8º de Polícia da Força Pública, estavam acantonadas milhares de praças, aguardando transporte para as linhas de fogo. O antigo prédio construído anteriormente para instalação do 8 BCP, estava agora a serviço da Revolução paulista. À tarde, aviões federais, sobrevoavam a cidade. Fazendo reconhecimentos, voando baixo e jogando bombas, para os lados do campo de aviação. Iguape também participou ativamente dessa revolução com a organização do Batalhão Redentor Filhos de Iguape. O primeiro destacamento desse Batalhão partiu para o front no dia 4 de agosto, a bordo do vapor Rio de Una, ocasião em que foi saudado por toda a população da cidade. Esse Batalhão tinha a missão de combater as tropas federais no Vale do Ribeira. Aconteceram batalhas importantes em Itapitangui (Cananeia) e em Xiririca (hoje Eldorado). Iguape tinha como prefeito Floramante Regino Giglio e como chefe da Revolução o coronel Félix Biallé, que tinha em suas mãos poderes absolutos. (Jornal Tribuna de Iguape). Em 5 de agosto a cidade de Capão Bonito tinha também se transformada em praça de guerra e fervia de soldados. As famílias já tinham se retirado. No grupo escolar da cidade funcionava o hospital de sangue que atendia os feridos procedentes de Capela da Ribeira, Guapiara e Apiaí, além de outros lugares, onde a luta era intensa e áspera. Realizou-se o sepultamento do foguista Antônio Augusto Junior que há dias foi ferido pelos inimigos da Lei, quando trabalhava em um trem de reconhecimento. Todo o pessoal da Sorocabana compareceu ao enterro, estando presente o representante do sr. dr. Diretor da Estrada. É mais um nome que temos a reverenciar na lista dos que têm tombado em holocausto à constitucionalização do país. Pêsames à família. No Rancho da Escola Normal são preparados 1000 almoços e 1000 jantares, em média, diariamente. Durante a noite, há café para os soldados em serviço. Trabalham no Rancho, desde 13 do mês de julho os seguintes funcionários: prof. Roque Antunes, diretor da Escola, prof. Juvenal de Paiva Pereira, prof. Umberto Vitorazzo, os serventes, d. Vitalina de Morais, Juvenal de Almeida, Eleutério C. Santos, Francelino A. Rosa, Galdino Meira, Eugênio D. Gonçalves, Manuel Ladeiro, Gustavo Adolfo Russo, José Menna Medeiros, Emídio A. Ferreira, como guarda, durante à noite, Ambrósio Fróes, Manassés
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Prestes, Radomiro Vieira de Morais, prof. Graco Silveira, e também Miguel Pedro dos Santos Terra, Rodrigo Terra, Camila P. Arruda, Francisco Guedes, Fernando Fróes, Francisco Silva, Luiz Lima, Emílio Savazzi, Vladimir Vaz. Também o sr. Laert Vitorazzo, terceiranista da Normal, vem prestando o seu concurso no Rancho. Todas estas pessoas têm merecido a máxima confiança de todos os srs. Comandantes de Batalhões, não só pela posição de funcionários públicos, como também pela dedicação ao trabalho. Em 7 de agosto, prevendo a próxima carestia de trigo, os governos municipais baixavam atos estabelecendo o fabrico obrigatório do “pão de guerra”, manipulado com cinco por cento de fubá ou raspa de mandioca. Nos mesmos atos estava previsto o aumento da porcentagem de mistura, à medida que fossem diminuindo os estoques de trigo. Houve pão de guerra, restrição às bombas de gasolina e várias listas oficiais de preços. “(Carlos) Contava que durante dias e dias só comia pão de guerra porque não havia outra coisa; como a trincheira era na beira do rio das Almas e o pão às vezes estava duro como pedra, arranjavam uns barbantes compridos, amarravam o pão na ponta do barbante e jogavam no rio; quando o pão estava bem inchado, puxavam e comiam”. (DUPRÉ: Éramos Seis.) Uma comissão de inferiores e praças do Batalhão “Borba Gato”, procuram a imprensa para declarar que não tomaram parte nas manifestações ruidosas de anteontem, na Praça Marechal Deodoro, e o seu agradecimento às inúmeras e constantes gentilezas e obséquios do povo desta cidade às tropas aqui acantonadas; que deixam bem claro que não tomam parte em tais manifestações, como as desaprovam. Em Sorocaba, no Bispado, Dom José Carlos de Aguirre alerta o clero para as preces pela paz. Padre Brunetti dá notícias, vindo de Guapiara onde estão os de São Paulo. Padre Arthur Silveira e Padre José Pedro Belloti ficaram em Faxina. Lunch Expresso – Comunicamos que há quinze dias foi instalada nesta cidade de Itapetininga, sob os auspícios da Instrução Artística do Brasil uma seção de “Lunch Expresso”, subordinado ao incansável M.M.D.C., a que se acha dirigida brilhantemente pela sra. Dª Maria Ana do Vale Neto. O trabalho desta seção tem sido importantíssimo, porquanto, a sua finalidade é levar aos bravos soldados da Lei e da Ordem, em suas linhas de frente, a comodidade de emergência que é o Lanch Expresso. Para este trabalho, tem o Lanch Expresso encontrado a maior boa vontade por parte de distintas senhoras e senhoritas desta localidade que emprestam o seu valioso auxílio, concorrendo assim para um sucesso maior. Correio Militar – A Delegacia Regional de Polícia da cidade recebeu o seguinte comunicado: “Da Chefatura de Polícia do Estado – Comunico-vos que o Correio Militar do MMDC está oficialmente encarregado do serviço de correspondência entre os soldados da lei e suas famílias, sendo proibida a remessa e recebimento da mesma correspondência por intermédio de qualquer outra entidade. Recomendo-vos tornar pública esta comunicação e
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não fornecer passes ou salvo condutos a qualquer pessoa, militar e civil que pretenda encarregar-se de tal serviço, sem autorização da seção do Correio Militar do MMDC. Saudações – (a) Thirso Martins - Chefe de Polícia. O dr. Thirso Martins, Chefe de Polícia, de regresso da Frente Sul, onde foi até os pontos mais extremos, chegando às trincheiras mais avançadas, trouxe magníficas impressões da situação das nossas tropas, e do estado de espírito dos nossos soldados. Pelo que observou, o ânimo das tropas inspira a maior confiança, sendo inquebrantável a fé que todos têm na vitória final da nossa causa. O denodo com que as tropas se têm batido, inspira, efetivamente, a maior tranquilidade quanto ao desfecho da luta. Dispensário M.M.D.C. Comunico-vos que nesta data, foi instalado à rua Campos Sales, nº 83, o dispensário MMDC, do Serviço Sanitário do Estado, destinado à profilaxia da sífilis e moléstias venéreas. Esse dispensário atenderá também, à consultas médico-cirúrgica, todos os soldados acantonados nesta cidade e que carecerem das mesmas. Comunico-vos outrossim, que o pessoal destacado para esse dispensário é o seguinte: Dr. Jose Campos Sampaio, médico-chefe, dr. Habib Carlos, médico auxiliar, Getúlio Porto, educador sanitário e dois enfermeiros. O horário de funcionamento é das 8 às 11 horas e das 14 às 17 horas. O serviço especial de desinfecção individual contra moléstias venéreas será prorrogado até as 21 horas. - Do sr. dr. J. Vieira de Macedo, tenente médico, pelo inspetor chefe. Em 16 de Agosto, o Vigário Padre Carlos Regattieri, reza missa com orações para a Paz, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Itapetininga. Informação em 18 de agosto, do Club Operário Itapetiningano: “A Diretoria do Club Operário Itapetiningano, avisa aos srs. Sócios que procurando o M.M.D.C. para o Setor do Sul, de uma sede onde pudesse prestar serviços rápidos e eficientes aos soldados, e ao mesmo tempo com melhores acomodações para o Correio Militar e Farmácia, resolveu esta Diretoria com toda a boa vontade oferecer a Sede deste Club ao M.M.D.C. pelo tempo que este necessitar, oferecimento que foi aceito. a) A Diretoria”. (Tribuna Popular). Com o enorme desenvolvimento ultimamente verificado na correspondência do Setor Sul, o Correio Militar M.M.D.C., que desde o início, tanto se tem esforçado para que os serviços a seu cargo corressem com a máxima regularidade, teve a necessidade de criar em Itapetininga, uma agência que, em boa hora, foi entregue a competência de um alto funcionário bancário. Vindo a esta cidade para organizar a nova repartição do M.M.D.C. viu, de pronto, o seu delegado, que a maior das dificuldades era a obtenção de um prédio com a necessidade necessária. Entretanto este ponto, certamente o mais importante, foi sem demora resolvido pelo gesto altamente patriótico do Clube Operário Itapetiningano que, por intermédio da sua diretoria composto dos srs. Eurico Ayres Martins, presidente; Sizenando Pinheiro de Carvalho, vice-presidente; Miguel Pucci, tesoureiro; Juvenal Farias Marques e Jacyntho
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Capuano, secretários, gentilmente cedeu a sede do referido Clube para a instalação do Correio Militar. Nos seus amplos salões, otimamente adaptados, funcionam as várias seções de entrega e de recebimento de correspondência, de entrega e de recebimento de volumes, de correspondência com valores, etc., e, com a ótima organização devida à competência do delegado do M.M.D.C. que ao seu lado conta com a dedicação de numeroso grupo de dedicadíssimas senhoritas e de alguns cavalheiros da sociedade itapetiningana, possui o M.M.D.C, no Setor Sul, um serviço modelar de Correio. (do Diário Nacional). A Diretoria do Clube Operário Itapetiningano, avisa aos srs. Sócios que precisando o M.M.DC. para o Setor do Sul, de uma sede onde pudesse prestar serviços rápidos e eficientes aos soldados, e ao mesmo tempo com melhores acomodações para o Correio Militar e Farmácia, resolveu esta Diretoria com toda a boa vontade oferecer a sede deste Clube ao M.M.D.C. pelo tempo que este necessitar, oferecimento que foi aceito. Foram também disponibilizadas para os serviços da revolução paulista as instalações do Cine Ideal, que no futuro passaria a ser o moderno Cine Olana. Do jornal Estado: ‘Seguiu anteontem pela manhã para Itapetininga, em visita às tropas que operam na fronteira sulina do Estado, o sr. dr. Rodrigues Alves Sobrinho, secretário da Educação e da Saúde Pública. Fazia parte da comitiva, além do professor João Augusto de Toledo, diretor geral do Ensino, os drs. Henrique de Souza Queiroz Meyer, seu oficial de gabinete, Manuel Villaboim, Oscar Rodrigues Alves, Fontes Junior, Ibrahim Nobre e Adolpho Normanha. Em Itapetininga, a comitiva visitou o Quartel General das tropas ali em operações, mantendo demorada palestra com o coronel Taborda, comandante daquela frente. O bravo militar teve palavras de franco entusiasmo em referência à bravura dos nossos soldados, revelada em todos os encontros com as forças da ditadura, afirmando que nada impedirá a nossa vitória. Causou ótima impressão aos excursionistas, a calma, a serenidade e a completa segurança do coronel Taborda. Visitaram em Sorocaba, um trem blindado. Em Itapetininga, visitaram a Santa Casa local, otimamente instalada e aparelhada, na qual se encontrava apenas 8 feridos, dois dos quais vítimas de acidentes. Foi também visitado o acantonamento da Legião Negra, cujos elementos têm prestado ótimos serviços à causa constitucionalista. Os membros da comissão levaram cigarros para distribuição às tropas, que se encontram cada vez mais animadas de ardor cívico e dispostas à luta. O regresso à esta capital realizouse anteontem mesmo, à noite. De São Paulo, em 18 de agosto a poeta Marina Soares Hungria, exalta Itapetininga em versos: “Itapetininga e a causa bandeirante. – São Paulo fez dela praça de guerra, concentração de tropas. Fez de suas escolas – quartéis; de seus homens – soldados; de seu teto – hospitais. Hoje, nas ruas estreitas, um movimento constante, de muita gente nova, gente barbuda, de terno pardo, de pala comprida, de bota preta, de passo firme, de rosto calmo, de peito largo e capacete de aço! É o soldado paulista. O teu passo é compasso seguro, D´um presente, sem passado, sem futuro”. E eles esperam nervosos,
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ordens de partida, para um combate bonito. No rosto queimado reflete uma esperança virgem, e um orgulho justo. No coração canta a voz de brasilidade, num hino à Pátria. No cérebro, o ideal revoluciona o pensamento. -Nada para si. É nessa cidade pequena, que arde o incenso de vitória, numa fogueira vermelha, imensa, viva! Estala forte, queima fogoso, o incenso divino! -Lá no alto, aeroplanos amigos, roncando alegres, abatendo os maus, numa luta tremenda! E a bomba que assobia pelo espaço afora atroando forte quando cai por terra, erguendo alto a fumarada parda. – Destrói – E Itapetininga, a cidade de gente boa, que se movimenta heroicamente, como um pequeno retrato, estampando São Paulo inteiro!” São Paulo, 16/8/32 Marina Soares Hungria. 19 de agosto. Dom Aguirre recebe telegrama do Batalhão Marechal Floriano, de Bom Sucesso, pedindo um capelão militar. Seguiu Dom Bernardo Stocker, O.S.B. no dia seguinte com jurisdição de pároco. 20 de agosto. Foi nomeado o dr. Pedro Paiva, para exercer, em Comissão, o cargo de delegado de polícia do município de Capão Bonito. Apresentou-se, hoje no Quartel General das Forças Constitucionalistas, nesta Capital, o Capitão do Exército Oswaldo Borba, que combatia ao lado das forças ditatoriais, na Frente Sul. Com esse oficial, que veio servir a causa constitucionalista, sobe a 17 o número dos oficiais do exército que, nestes últimos oito dias, esposaram a nossa causa e se puseram às ordens do comando superior das forças constitucionalistas. A Tribuna Popular, jornal de Itapetininga, publicava em 25 de agosto, o seguinte aviso à população: “Jardineira para Sorocaba. Aviso aos interessados que, por ordem da prefeitura municipal, para economizar gasolina, as viagens da jardineira entre esta cidade e a de Sorocaba ficarão reduzidas à duas viagens por semana, às quartas feiras e aos sábados, até que se normalize a situação. O horário continua a ser o de costume”. (a) Emygdio Gemignani. 25 de agosto - A banda musical da Legião Paulista, vinda anteontem, sábado, da capital, tocou diversas músicas no coreto do pátio da Matriz, onde se aglomerou grande número de pessoas que a aplaudia. A pedido da população itapetiningana, o provecto advogado dr. Macedo Mendes, subiu ao coreto, onde, com a costumada eloquência, saudou, num feliz improviso, a mesma banda, discorrendo sobre a benéfica animadora influência da música; referiuse entusiasticamente a todos que de algum modo, prestam auxílio à grande causa dos paulistas. Terminou sob a aclamação da numerosa assistência. 25 de agosto – C.O.C – Depois de entendimento pessoal com o sr. dr. A. Souza Cunha, presidente da C.O.C. (Cirurgia Odontológica de Campanha), o cirurgião-dentista prof. Oscar Villaça organizou e instalou à rua Saldanha Marinho, 58, prédio da Escola de Comércio, a COC local, afim de prestar socorros de assistência dentária às tropas em operações no Setor Sul ou
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concentradas nesta cidade. O Sr. Oscar Villaça, diretor do Posto do COC, desta cidade, faz publicar na imprensa o que segue: “O Posto do C.O.C., à rua Saldanha Marinho, atende diariamente, das 8 às 20 horas, os soldados aqui aquartelados ou em trânsito, as famílias dos soldados, bem como pessoas reconhecidamente indigentes, desde que sejam encaminhadas pelas associações de beneficência locais, prestando-lhes socorros de assistência dentária de emergência (curativos, extrações, dilatações de abcessos e de canais, lumpectomias e exames clínicos”. Missa. A 1ª Cia. do Batalhão “Borba Gato” convida todos os voluntários que se encontram nesta cidade, assim como toda a sua população, para assistirem, amanhã dia 27, às 10 horas, na igreja do Rosário, a missa que manda celebrar, afim de cultuar a memória dos seus companheiros Oswaldo Barreto e Celso A. Senna mortos no combate do dia 15, defendendo com sacrifício da própria vida, a santa causa que São Paulo e Mato Grosso abraçam. Itapetininga, 26/8/1932. Estojos de projéteis de artilharia: Apelo - Pede-se a todas as pessoas que tenham em seu poder estojos (de latão) de projéteis de artilharia de todos os calibres, o obséquio de fazerem entrega dos mesmos, ao Departamento Central de Munições, à rua Barão de Paranapiacaba, nº 1, 4º andar, ou ao MMDC local, para serem utilizados pelas forças constitucionalistas. 30 de agosto. Em Sorocaba. Preces na Capela episcopal, com exposição das relíquias de Santa Rosa de Lima. Missa – No dia 2 de Setembro próximo, sexta-feira, às 9 horas, na Igreja do Rosário, será realizada missa de 7º dia por intenção da alma do bravo tenente Dr. José Maria de Azevedo, comandante do 1º Pelotão, da 3ª Cia. do Batalhão “14 de Julho”, morto heroicamente em combate no dia 26 do corrente. São convidados para assistir ao ato todos os colegas do Batalhão e mais pessoas religiosas. Itapetininga, 30 de agosto de 1932. 1º de setembro. Visita o jornal Tribuna Popular o sr. Ernesto Allegretti, 1º tenente intendente do 1º B.C.P., sob o comando do sr. Capitão Constantino B. Pinto. Essa unidade, que se acha acantonada em Victorino Carmilo, saiu de São Paulo a 26 de julho e participou dos combates no setor de Buri em 15 e 16 de agosto não tendo sofrido nenhuma perda. O sr. Allegretti diz que a sua tropa se acha contentíssima com a atuação do sr. Coronel Milton, comandante daquele setor e seu estado maior, bem como com o Coronel Klingelhoefer, que trata os soldados com todo o carinho, e tem palavras de admiração pela bravura do comandante de sua unidade. O visitante e sua ordenança, sr. Abelardo Correa Silva, que estiveram 48 horas sob o fogo inimigo, mostramse entusiasmados pela causa que defendem, e estão certos de sua vitória. Chamado – Está sendo organizada uma Cia. de Sapadores nessa cidade de Itapetininga, para atender a necessidade da luta neste setor. As pessoas aptas
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para serviços de picareta, enxada, etc., que queiram se incorporar na referida Cia, devem procurar o sr. Dr. Francisco Bernardes Junior, encarregado dessa organização. O soldado do 1º pelotão da 4ª Cia. do Batalhão Floriano Peixoto, Raul Santos recebeu no Banco Agrícola, desta, uma certa quantia em dinheiro que foi enviada de Santos. Foi transferido do comando do 8º B.C.P., para o Q.G. do Setor Sul, onde ficará agregado. O sr. Tenente-Coronel Pedro de Moraes Pinto. No município de São Pedro, levantou-se contra a ditadura o coronel Turíbio Gomes, em São Vicente teve igual atitude o dr. Victorino Prates, ambos chefes de grande prestígio nas suas respectivas regiões. A rádio Record da Capital irradiou ontem que acabam de ser incorporados à aviação constitucionalista mais cinco aparelhos do mais moderno tipo militar, sendo três de bombardeio e dois de caça. Um desses aviões fez ontem à tardinha evoluções sobre a cidade, pilotado pelo az, Tenente João Gomes Ribeiro Filho. “Soldado da Montanha – Lá na serra bonita onde você se arranchou, bem longe daqui, há uma campina verde colada no chão de terra quente, há um sol amarelo doirando a natureza toda; há um céu azul espelhando-se na água do rio, há uma nuvem branca, atravessando o firmamento todo. E aí, soldado da montanha, onde você se arranchou, há uma bandeira bonita, bandeira do Brasil; estampada no campo, no sol, no céu, no rio... Verde, amarelo, azul e branco. E ela estendida, imóvel, espera com piedade o filho herói que lá lombar por ela. E ela de braços abertos como mãe carinhosa, enrolará o corpo brasileiro.... E porque não, Paulista?! Soldado da montanha, olha o campo, o sol, o céu, o rio e beija comovido a terra que é a bandeira; bandeira que é Pátria, Pátria que é lar: e lar que é coração. Soldado da Montanha. Marina Soares Hungria, São Paulo, 1-9-1932”. 2 de setembro – Do diário de Dom Aguirre: Visita do vigário de Capão Bonito. A cidade caiu. Ficou sem viva alma. “Passei a noite em terrível insônia”. Veio o vigário de Itaporanga com notícias dos Padres Belloti e Sola. Aviso da Prefeitura Municipal de Sorocaba. Automóveis requisitados. Por ordem da Comissão de Avaliação de Automóveis, existente em São Paulo, junto ao setor de Abastecimento às Tropas, convido os srs. proprietários de automóveis que foram requisitados a apresentarem a esta prefeitura o recibo de quitação dos referidos veículos, passados pelo vendedor, assim como outros detalhes que possam facilitar o trabalho para um resultado satisfatório aos interessados. Sorocaba, 5 de setembro de 1932. Dr. E. Campos, prefeito municipal.
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6 de setembro – Franquia telegráfica – O sr. Francisco Emygdio da Fonseca Telles, Secretário da Viação, atendendo a uma sugestão, que lhe foi enviada pela diretoria da Estrada de Ferro Sorocabana, resolveu conceder franquia telegráfica livre aos militares que estão prestando serviços na linha de frente e quando dirigido às suas famílias, limitando, porém, a 15, o número de palavras, para cada despacho. Aviso de Sorocaba - Provavelmente haverá no dia 9 após a missa das 10 horas na catedral, nova distribuição de alianças de ferro benzidas. O revmo. Monsenhor Domingos Magaldi aguarda apenas, nova quantidade, que solicitou, para poder entregá-las aos que doaram as suas alianças de ouro para São Paulo. Aviso do MMDC- Exército da Reserva – No dia 7 de Setembro de 1932 a Milícia Civil MMDC inicia a formação do Exército de Reserva. Quer levantar mais 50.000 voluntários para completar definitivamente a mobilização civil do Estado de São Paulo. Concitamos os homens de 18 a 36 anos a comparecerem ao Posto de Alistamento, na sede da organização local, nos Salões da Prefeitura (das 8 às 17 horas) afim de se alistarem, para que, dentro de alguns dias, não haja em nenhuma trincheira nenhum homem cansado, que não tenha pelo menos dois para substituí-lo. O alistamento será feito diariamente, a partir de 7 de setembro, dia da Independência Nacional. São Paulo espera que cada um cumpra com o seu dever. Sorocaba, 7 de Setembro de 1932. A Comissão: Luiz Baddini, Porphyrio Loureiro, João Machado de Araújo, Dr. José Carlos de Salles Gomes, Dr. Diogo Moreira Salles. O 7 de Setembro no Q.G. do Setor Sul – Passa-se hoje o 110º aniversário de nossa independência. Comemorálo-á o comando deste setor com uma revista e desfile das tropas que nesta cidade se acham em reserva. Comandará toda a tropa em revista o sr. Tenente-coronel Eduardo, sendo seus oficiais de ordens, os srs. Tenentes Paiva, O´Reilly e Vasques. Será essa tropa constituída dos Batalhões “14 de Julho”, sob o comando do sr. Major Penteado, 4º B.C.V., sob o comando do sr. Major Carneiro da Fonte, Batalhão Provisório, sob o comando do sr. Capitão Américo e pela Unidade Cirúrgica Itália, sob o comando do Sr. TenenteCoronel dr. Montenegro. A revista será feita às 10 horas na Avenida Peixoto Gomide, tendo a tropa o flanco direito apoiado na rua Campos Sales. O desfile obedecerá ao itinerário: frente Q.G., frente do Departamento de Material Bélico e esquina da rua Campos Sales, de onde as unidades seguirão para seus quartéis. O uniforme será, para os oficiais, túnica e calção de brim cáqui, talabarte e capacete de aço, e para os praças, camisa de brim cáqui e calção, equipamento de campanha e capacete de aço. O relógio regulador será o da Estação da Estrada de Ferro. Ainda o 7 de Setembro - O Comando deste Setor comemorou a passagem da importante data de nossa independência, com uma revista e desfile das
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tropas em disponibilidade nesta cidade. Nessa revista e desfile, que estiveram imponentes, figuraram os Batalhões 14 de Julho, B.C.V. e Provisório, e a Unidade Cirúrgica Itália. À noite, na Praça da Matriz, organizado pelos distintos moços do “14 de Julho”, realizou-se um comício em que falaram diversos oradores, muitos dos quais voluntários combatentes, e recitou versos um soldado da polícia. Grande foi a concorrência, quer na solenidade da Avenida, quer ao comício, tendo sido muito aplaudidos os oradores deste. Foi celebrada missa, hoje, no hospital. Às 16 horas foi batizado o soldado Salomão Levi, tendo servido de padrinho o tenente coronel, dr. Pereira Junior, M.D. Comandante Militar da Praça, e de madrinha, a sra. Dª Maria Lucrécia Ramos de Toledo. “O Setor Sul – Soldado da lei, escute o que eu penso daí. Itapetininga – Num espraiado imenso de campo, de calma, de casario branco. E no campo hoje há luta e não há calma. E no casario branco hoje há soldado e não há calma também. Bury – enterrada na serra lá no buraco fundo, uma vila pequena. Hoje presa de guerra?! Guapiara – e de lá ainda eu ouço o pulsar violento dos corações em luta. Capão Bonito – e o avião amigo, que vai pra lá salvar a nossa gente, do alto vê a estrada bonita, coleando a cidade, e pensa que é um rio de prata! Não de prata, nem de ouro, essa estrada bonita é mais que isso. Ela já foi salpicada pelo sangue do soldado da lei. Itararé – que eu imagino uma sereia, morando na campina e no rio, onde brinca boliçosa entre uma e outra margem... Prá banda de cá?! Pra banda de lá?! E eu penso comigo que se ela ficasse eternamente para o lado de lá, deixaria para nós a saudade duma longa convivência. Mas deixaria também o ressaibo da falta que ela cometeu. E tudo isso, é o Setor do Sul, setor vibrante de há tantos anos atrás. Pedaço de terra onde concentro meu pensamento no receio de surpresa chocante, na esperança da vitória que virá daí, do apego que eu sinto pela zona de lá. – Alerta soldado da lei!” Marina Soares Hungria. Com pedido de publicação, a imprensa recebeu do sr. José Terra de Camargo, chefe do SATO - Serviço de Abastecimento das Tropas em Operações, no Setor Sul, o seguinte aviso: “Os srs. interessados apresentem suas faturas em quatro vias, sendo três seladas com estampilha federal ou estadual de 1$000, neste Posto, para o devido processo e pagamento. Itapetininga, 8 de setembro de 1932. Neste 8 de setembro Sorocaba realiza missa pro pace no Largo de São Bento. O M.M.D.C. deste setor tem procurado atender na medida de suas possiblidades, as pessoas pobres carecidas de recursos e ainda agora acaba de instalar um alojamento para as famílias retirantes das zonas flageladas pela luta. Esse primeiro alojamento do M.M.D.C., da assistência a pessoas diariamente, fornecendo-lhes café, alimentação e o necessário agasalho. Itapetininga, 8 de setembro de 1932. Cap. Antônio Fleury de Camargo, Chefe Geral do M.M.D.C. Setor Sul.
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A diretoria da Sociedade Italiana “L´Únione fá la Forza”, de Itapetininga, avisa a todos os seus sócios que tendo sido requisitado o prédio de sua sede, passa a sociedade a funcionar, provisoriamente, na residência do seu presidente, sr. Carmine de Matteo, na Vila General Izidoro Dias Lopes, Itapetininga, 14-9-1932. O Secretário, Domingos Ianni. Bônus de 100$000. Foi iniciada ontem a troca de bônus do valor de 100$, da 1ª emissão, pelos da segunda estampa, emitidos de acordo com o decreto nº 5670, de 14 do corrente. Estão encarregados dessa troca o Banco Comercial do Estado de São Paulo, o Banco do Comércio e Indústria de São Paulo, o Banco de São Paulo e o Banco Noroeste do estado de São Paulo, que atenderão o público dentro do seu horário. Convite – Ao povo e as tropas ora nesta cidade. Estando marcado o dia de amanhã, 18, às 16 horas, para ser colocada e inaugurada a placa “TRAVESSA GUSTAVO BORGES”, denominação dada pela Prefeitura Municipal desta cidade, à TRAVESSA, que liga a Rua Saldanha Marinho (saindo da Praça 24 de Outubro) à Rua Aristides Lobo, conforme Decreto nº 19, de 3 do corrente. CONVIDA-SE ao povo desta cidade e as tropas que aqui se acham, a comparecerem ao ato, emprestando, assim, mais uma vez, o seu concurso a tão significativa homenagem à memória daquele que soube ser digno, no momento preciso, de nossa querida pátria. Itapetininga, 17 de setembro de 1932. O Prefeito Municipal Antônio de Souza Melo. Inauguração de placa – Conforme Boletim da Prefeitura Municipal, ontem distribuído, será inaugurada hoje, às 16 horas, a placa “Travessa Gustavo Borges”, denominação dada pela prefeitura, à travessa sem nome, entre as ruas Saldanha Marinho e Aristides Lobo, como homenagem ao voluntário Gustavo Borges, há dias morto em combate pela causa de São Paulo. 18 de setembro - Travessa Gustavo Borges – Realizou-se no dia 18, às 16 horas, a cerimônia da colocação da placa “Gustavo Borges”, nome do valoroso moço que tombou neste setor em defesa da causa constitucionalista, na Travessa que liga a rua Saldanha Marinho (saindo da Praça 24 de Outubro), à rua Aristides Lobo. Foi grande a concorrência quer de militares, quer de civis, à justa homenagem feita pela nossa Prefeitura à memória de quem caiu em holocausto ao ideal paulista, depois de atos de verdadeira heroicidade. Falaram, e brilhantemente, os srs. Advogados João Baptista de Macedo Mendes e o acadêmico Elias Karan. A Tribunal Popular fez-se representar na ocasião. 18 de setembro – O cônego Alberto Baccili regressou a Tietê inesperadamente. Estivera como capelão no Setor Sul. Aviso da Associação dos Anjos – No dia 2 de outubro próximo vindouro, pela Associação dos Anjos da Guarda desta Paróquia de Itapetininga, será celebrada a Festa dos Anjos da Guarda que obedecerá ao seguinte programa: Dias 29 e 30 de Setembro, dia 1º de outubro, canto da Ladainha, às 19 horas e Bênção do S.S. Sacramento. Dia 2 de Outubro, às 8 horas da manhã, Missa com cânticos e Comunhão geral. Às 17 horas solene procissão, composta
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exclusivamente de meninos e meninas, sendo levada na procissão a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a quem, nesse dia, recorrem, com suas preces, todas as crianças, no intuito de alcançar, pela sua intercessão, a paz no Brasil. Em seguida à Procissão haverá a Bênção do S.S. Sacramento. 23 de setembro – A aviação constitucionalista conta as suas vitórias pelas suas saídas. Não há palavras de louvor bastantes para os comandados de Ivo Borges. O capitão Adherbal acaba de colher mais um triunfo derrubando, às 11 de ontem, um avião ditatorial na frente oeste. O aparelho adversário é um moderníssimo “Waco”, atingido pelas balas do nosso grande az caiu na Fazenda Santa Júlia. Nota triste dos Jornais de São Paulo: - As forças constitucionalistas tiveram o infortúnio de perder um dos seus mais brilhantes e eficientes colaboradores, o aviador tenente João Gomes Ribeiro Junior, o qual pereceu num acidente em companhia do observador Machado Bittencourt, que foi um auxiliar dedicado e competente de nossa aviação. O tenente João Gomes Ribeiro Junior era um dos aviadores de mais bela reputação, figurando, apesar de sua juventude, entre os principais aviadores do exército nacional. Os serviços que prestou à causa constitucionalista foram de alta valia, constituindo o seu desaparecimento uma perda inestimável. Em Itapetininga. Lamentável desastre – O estimado moço, Enos Sodré, 4º anista da Escola Normal, foi anteontem, vítima de lamentável desastre. Brincava com um revólver do qual supunha ter extraído todas as balas, quando a arma detonou, indo a única bala que nela existia, depois de ferir o aparelho auditivo, alojar-se em músculos do pescoço da vítima. Enos Sodré é voluntário no 4º B.C. e, como tal, participou de lutas em Buri, Apiaí, Cunha e Itapira. Acha-se recolhido no Hospital de Sangue ”Itália”, localizado no Clube Venâncio Aires. Para os pobres – Comunicou a imprensa o sr. Wady Miguel Baida, comerciante à rua Quintino Bocayuva, nº 113, que adquiriu um boi gordo, cuja carne distribuirá às pessoas reconhecidamente pobres, no Mercado Municipal, no próximo domingo, dia 25, pela manhã. Os cartões para recebimento da carne serão, desde já, entregues às pessoas pobres que os procurarem, na residência daquele caridoso comerciante. 26 de setembro - São alarmantes as notícias de Campinas. 28 de setembro – É quando o general Klinger inicia, premido pela Força Pública, as gestões para o armistício. Chega na Diocese sorocabana Dom Bernardo, contando que o Batalhão Marechal Floriano pereceu quase inteiro. Não morreram tantos, mas ficaram prisioneiros. Lutavam contra o famoso João Francisco. O padre Figueira de Melo acompanhou a população de Bom Sucesso a Itatinga, Ordem dos Constitucionalistas. Reunião do Governo pedindo armistício. Missa. Um soldado da Lei, convida o povo católico de Itapetininga para assistir a missa que, em cumprimento de um voto, manda rezar sextafeira, 30 do corrente, às 9 horas, na igreja de Nossa Senhora Aparecida, por intenção das almas daqueles que, no desempenho de seus deveres, tombaram
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no campo da luta. Antecipadamente agradece a todos os que comparecerem ao ato. Itapetininga, 28 de setembro de 1.932. Em 29 de setembro o general Bertholdo Klinger propôs o Armistício. E a imprensa, no dia 30 desse mês, publicou o seguinte comunicado: “Comunicado do gabinete do exército constitucionalista, General Bertholdo Klinger, convicto de não causar à Nação mais sacrifício de vida nem mais danos materiais, foi proposto à ditadura a imediata suspensão das hostilidades, afim de serem assentadas as medidas para a cessação da luta armada, dirigimos a toda população paulista um apelo, no sentido de confiar na atuação das autoridades civis e militares. Conserva-se o Governo do Estado no seu posto até que, assinado o Armistício, sejam feitas e encerradas as negociações para o restabelecimento da paz. São Paulo, 29 de setembro de 1932. (a.a) Pedro de Toledo, Governador do Estado. Waldemar Ferreira, Secretário da Justiça. Rodrigues Alves Sobrinho, Secretário da Educação. F.E. Fonseca Telles, Secretário da Viação. Francisco da Cunha Junqueira, Secretário da Agricultura. Paulo de Moraes Barros, Secretário da Fazenda. Goffredo da Silva Telles, Prefeito da Capital. Joaquim Sampaio Vidal, Chefe do Departamento da Administração Municipal. No dia 29 de setembro, dia consagrado a São Miguel Arcanjo, ocorrem as negociações da Paz; Entabulam-se as negociações que culminariam com a assinatura do “Manifesto de Cruzeiro”, cidade do Estado de São Paulo localizada no Vale do Paraíba, para o encerramento das hostilidades e pacto de paz. Os são-miguelenses triunfantes consideram que as orações ao Arcanjo e as manifestações religiosas nesta data do Santo acabaram por receber o milagre do Arcanjo para a consolidação da Paz. No dia do Padroeiro São Miguel Arcanjo paralisam os combates nas trincheiras. É o milagre do Arcanjo. Veja o documento que segue abaixo:
A Aparição. - Reza a lenda contada por antigos são-miguelenses que:
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“Durante a Guerra de 32, em trincheiras localizadas próximas à cidade quando o inimigo se posicionava contra a mesma, São Miguel Arcanjo apareceu como um príncipe guerreiro iluminado, surpreendendo, espantando e causando temor aos soldados inimigos, defendendo e fazendo com que a cidade não sofresse o ataque para a sua tomada. Foi identificado e esclarecido nesta aparição, que se tratava de São Miguel Arcanjo. Depois desta data, as devoções ao santo padroeiro aumentaram ainda mais. E a fé católica do povo são-miguelense considera que o seu santo padroeiro é sempre o protetor dessa cidade e de seu povo. E esta história vem sempre contada e repetida, de pais para filhos, até chegar a presente geração”. Conta-se também que um oficial das forças federais, nos finais dos combates esteve na vila conversando com o vigário Olegário da Silva Barata e visitando a Capela, onde reconheceu o Arcanjo São Miguel, pela imagem, vinda da Itália, que estava no altar e que hoje se encontra no frontispício da Igreja. Na despedida presenteou o vigário com seu espadim e recebeu de presente do padre, um bonito estandarte de São Miguel Arcanjo, o santo anjo protetor.
Hoje a Basílica Santuário de São Miguel Arcanjo registra em um de seus vitrais o acontecimento histórico. Ao lado o Anjo da Revolução. (fotos do autor)
Em 29 de setembro o Coronel Brasílio Taborda entrega o comando geral do Setor Sul ao Tenente-Coronel Milton de Freitas Almeida, por ter sido designado pelo General Klinger para assumir o comando da Polícia de São Paulo.
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O dr. Thirso Martins, chefe de Polícia da Capital, foi substituído pelo coronel Brasílio Taborda, que, no Sul, revelou bravura e heroísmo, comandando as forças constitucionalistas. A bravura e o heroísmo dos voluntários paulistas cobriram-se de glórias e sua valentia na luta em defesa dos ideais paulistas, em Capela da Ribeira e Apiaí, em Itararé, Itapeva, Buri, Capão Bonito, nos campos do Cerrado, nas trincheiras do rio Paranapanema e do rio das Almas, nos sertões do Taquaral Abaixo, e em toda linha da fronteira sul, de Itaporanga, Fartura à Ourinhos, Piraju; Presidente Epitácio, no pontal do Paranapanema, fazendo jus à sua condição de paulistas. A Força Pública assinou o armistício com o general Góis Monteiro e recebeu a incumbência de policiar as orlas e o interior da Capital. Pedro de Toledo saiu ao anoitecer dos Campos Elísios, num carro de praça, despedindose dos secretários e auxiliares. (Campina do Monte Alegre, Aloísio de Almeida). O Quartel-General das Forças Constitucionalistas envia aos jornais um boletim comunicando sobre o fim das hostilidades e a cessação da guerra. Em todos os cantos do glorioso Estado de São Paulo os abraços, as exclamações, choros e os risos do povo paulista em vivas aclamavam contentes o fim da Revolução. Nas estatísticas oficiais, São Paulo contou 601 mortos, dentre eles 352 voluntários. Estima-se também que o total das mortes se aproximaram de 1.000, ou muito mais. A oficialização do fim da luta acontece na cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba. O Armistício, termo de cessação do conflito, foi assinado na Convenção Militar de Cruzeiro em 2 de outubro de 1932, no Grupo Escolar Dr. Arnolfo Azevedo transformado em Quartel-General das tropas combatentes durante a Revolução Constitucionalista, onde hoje localiza-se a Praça 9 de Julho. A Revolução considerada como o maior confronto militar do Brasil ocorrido em São Paulo e os ideais de Constitucionalização pelos quais se iniciaram, felizmente prevaleceram, pois foram marcadas as eleições para a Assembleia Constituinte e realizadas a 3 de maio de 1933. O general Valdomiro Castilho de Lima assume o governo de São Paulo – A Folha da Noite, de 6 de outubro estampava e informava em manchete: “Chegou à esta capital, proveniente de Itapetininga, via estrada de rodagem, o general Valdomiro Castilho de Lima. O delegado do Governo Provisório foi esperado no Quartel General da Rua Conselheiro Crispiniano pelo comandante militar coronel Herculano de Carvalho e Silva e todos os diretores das secretarias de Estado, que o empossaram por ordem do general Góes Monteiro. Vinha a São Paulo por determinação do Governo Provisório da
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República com a finalidade de coordenar elementos para andamento de todos os serviços públicos. Os chefes da Revolução, são enviados no navio-presídio “Pedro II”, depois transferidos para o “Siqueira Campos”, em Recife, de onde são levados para o exílio em Portugal. Depois de nomear em 6 de outubro o general Valdomiro Castilho de Lima, governador militar no Estado de São Paulo; em 21 de agosto de 1933, dez meses depois, Getúlio nomeia o civil e paulista Armando de Sales Oliveira para a interventoria federal em São Paulo, assinando o decreto e enfatizando: “Quero que compreendam a extensão e o significado deste ato, pois, com este decreto, entrego o governo de São Paulo aos revolucionários de 32”. A Assembleia Constituinte reuniu-se nos últimos meses de 1933 e elaborou a Constituição Brasileira, promulgada pelo Presidente Getúlio Vargas em 1934. Assim, a Revolução de 1932 saiu-se vitoriosa: “São Paulo Unido Num Brasil Forte”. Viva São Paulo! Bandeira da minha terra Bandeira das treze listas: São treze lanças de guerra Cercando o chão dos paulistas!
Bandeira que é o nosso espelho! Bandeira que é a nossa pista! Que traz, no tôpo vermelho, o coração do paulista!
Guilherme de Almeida
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CAPÍTULO II A Formação do M.M.D.C. O M.M.D.C. sigla definida pelos nomes dos jovens idealistas que tombaram na Capital Paulista em 23 de maio: Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio Camargo de Andrade, e organizado como sociedade secreta no dia 24 de maio de 1932, foi lançado durante um jantar no restaurante Posilipo, por Aureliano Leite, Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, Paulo Nogueira e Prudente de Moraes Neto, entre outros. O M.M.D.C é um importante polo de sustentação da revolução, coordenando a base de preparação para a guerra, os recrutamentos e as arrecadações de fundos e demais recursos para o apoio logístico aos constitucionalistas que seguiam para o front. No começo a sociedade foi denominada "Guarda Paulista", mas, depois, foi fixada em M.M.D.C., em homenagem aos jovens mortos a 23 de maio. Em 10 de agosto, o Decreto nº 5627-A, do governo do estado oficializou a entidade, cuja direção foi entregue a um colegiado, presidido por Waldemar Martins Ferreira, secretário da Justiça, e tendo como superintendente Luís Piza Sobrinho. O M.M.D.C. foi instalado na Faculdade de Direito e depois transferido para o antigo fórum, na rua do Tesouro, e ao depois para o prédio da Escola de Comércio Álvares Penteado. O Estado Maior do MMDC organizou uma comissão na capital que teve o encargo de, por sua vez, constituir as comissões organizadoras do voluntariado em cada distrito do estado. A deste 4º distrito é composta dos srs. Dr. José de Almeida Sampaio Sobrinho, cel. Euclydes de Oliveira, dr. Cristovam Prates da Fonseca, Joaquim Fonseca Bicudo, dr. Octávio Costa Carvalho e o dr. Luiz Pereira de Campos Vergueiro, que se reunirão hoje mesmo, às 16 horas, em Itu, para tomar diversas deliberações. Essa sociedade uniu diversos setores da sociedade paulista em torno do movimento de constitucionalização iniciada em janeiro de 1932. Neste movimento, liderado pelo M.M.D.C., se uniram o PRP e o Partido Democrático, reconhecidos pelo governo federal como setores da oligarquia, que pretendiam a volta da supremacia paulista e do PRP ao poder e queriam, também, levar ao poder o candidato dos paulistas, Júlio Prestes, eleito à presidência, mas que não pôde tomar posse, impedido pela Revolução de 1930. Depois de sua formação começou-se, então, a se tramar um movimento armado visando à derrubada da ditadura de Getúlio Vargas, sob a bandeira da proclamação de uma nova Constituição para o Brasil. Desde seu início, a revolução de 1932 contou com o apoio decisivo da maçonaria paulista, através de suas lideranças e de seus membros como Pedro de Toledo, Júlio de Mesquita Filho, Armando de Sales Oliveira, Ibrahim de Almeida Nobre e outros, tornando-se o suporte da Revolução Paulista. Dessa
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união de partidos surge então a expressão “Frente Única”. Em Sorocaba. Ata da fundação do M.M.D.C. “No salão da Câmara Municipal, gentilmente cedido pelo sr. Prefeito Municipal, sr. Octacílio Malheiros, o dr. Adhemar de Sousa Queiroz, nomeado pelo Comandante Geral do M.M.D.C de São Paulo, Comando Geral organizado em data de ontem por decreto do Exmo. Sr. Governador de São Paulo Embaixador Pedro de Toledo, e de acordo com a direção geral da Frente Única Paulista, reuniu em sessão preparatória organizadora os srs. Octacílio Malheiros, Porphyrio Loureiro, Cap. Augusto do Nascimento Filho, dr. Affonso Vergueiro, dr. José Carlos de Salles Gomes, dr. Hernani Ferreira Braga e o sr. João Pereira Ignácio como representante do distrito de Votorantim. Aberta a sessão o dr. Adhemar de Sousa Queiroz expôs as razões da reunião, dizendo com clareza e entusiasmo, das finalidades da causa paulista, da necessidade da união sagrada dos filhos de Piratininga, e daqueles que conosco convivem para o mais seguro êxito do desejo de São Paulo que se bate pela ordem, pela lei e pelo Brasil. O M.M.D.C. de Sorocaba, organização que lembra os nomes dos nossos irmãos mortos na grande noite de 23 de maio, Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo, filiada ao Comando Geral da Capital, tem por fim o alistamento daqueles que voluntariamente, quiserem se inscrever nas milícias que prestarão os seus serviços no policiamento das cidades, estradas de rodagem e que irão receber gradativamente a instrução militar necessária para a defesa do território heroico das bandeiras, se assim necessário for. O M.M.D.C. ficará instalado em salas da Prefeitura, gentilmente postas à disposição pelo sr. Prefeito e da seguinte Comissão convidada pelo dr. Adhemar de Sousa Queiroz: sr. Porphyrio Loureiro, dr. Affonso Vergueiro, Capitão Nascimento Filho, dr. José Carlos de Salles Gomes, sr. João Pereira Ignácio, representando o distrito de Votorantim, sob a presidência do Dr. Adhemar de Sousa Queiroz e com a preciosa assistência dos srs. Octacílio Malheiros e dr. Ferreira Braga, dd. Prefeito Municipal e do Delegado Regional de Polícia, respectivamente. Nesta primeira reunião ficou deliberada a organização imediata da primeira milícia sorocabana, composta de 30 homens que vão prestar serviços de policiamento sob as ordens do dr. Delegado Regional de Polícia. Os membros da reunião, em uma só voz, pedem o apoio integral do povo de Sorocaba e contam com a absoluta certeza com o seu engajamento”. No salão principal do Clube Literário e Recreativo de Piedade, perante grande e seleta assistência, o Dr. Luiz Pereira de Campos Vergueiro, exibindo as suas credenciais de representante do Estado Maior do M.M.D.C., foi aclamado presidente da reunião, declarando que se ia proceder à organização da Comissão de Voluntariado do Município de Piedade, a cujo cargo ficariam todos os trabalhos de alistamento e encaminhamento aos pontos de concentração dos jovens que quisessem se incorporar ao exército constitucionalista. Em 13 do corrente a Comissão Municipal de Indaiatuba foi
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organizada pelos membros da Comissão Distrital, dr. Luiz Pereira de Campos Vergueiro e Joaquim da Fonseca Bicudo. Reunidos os srs. Alfredo Fonseca e João de Paula Leite, representantes respectivamente do P.R.P. e do P. D. locais, ficou a Comissão do Voluntariado desse município assim constituída: Gentil Lopes, Luiz Emílio Banwarth, Sebastião Nicolau, João de Paula Leite, José Teixeira de Camargo e Sylas Leite Sampaio. A reunião terminou debaixo das manifestações entusiásticas a São Paulo e à Revolução Constitucionalista. A Comissão de Organização do Voluntariado da M.M.D.C. no município de Pilar do Sul foi constituída em reunião que se realizou a 14 do corrente, na sala da respectiva Câmara Municipal, ficando composta dos seguintes cidadãos: Eloy Lacerda, João da Rosa Moraes, Octávio de Almeida, João Benedicto de Proença, Joaquim das Neves Lobo e Pedro Jorge. Representaram as correntes políticas locais nessa reunião os srs. cel. José Baptista e José Benedicto de Proença, tendo dirigido os trabalhos e encaminhado a organização da Comissão Municipal o dr. Luiz de Campos Vergueiro, como delegado do Estado Maior do M.M.D.C. Por proposta do cel. José Baptista ficou consignado na Ata dos trabalhos um voto de apoio e solidariedade ao movimento revolucionário, ao sr. Governador de São Paulo e de louvor e admiração às Forças Federais do Estado, à sua Força Policial e a Mocidade Paulista. Acha-se na cidade de Itapetininga, onde se instalará uma sucursal do M.M.D.C. o dr. Milton da Silva Rodrigues, especialmente designado para o aludido fim. A poderosa, útil e entusiástica corporação a que poderão filiar-se todas as organizações de voluntários civis, é a única preparada, com todos os recursos, para o momento. Pela simples leitura das várias seções que possui, pelos serviços já prestados, se verificará a grande eficiência do M.M.D.C. Seções: 1- Alistamento; 2- Abastecimento; 3- Transporte e Alojamento; 4-Seção de Saúde (Distribuição de vacinas, etc.); 5-Correio Militar e Informações; 6- Posto de descanso e alimentação de tropas em trânsito. Já ofereceram seus serviços ao M.M.D.C. os seguintes senhores: Antônio de Souza Mello, prefeito municipal; dr. Anísio Cardoso, dr. Pedro Pinerolli, prof. Roque Antunes de Almeida, dr. Francisco Bernardes Junior, Ernani de Barros Ávila, João Baptista de Macedo Mendes, César Eugênio Piedade, Pedro Dias Baptista, dr. Daniel Martins, Salvador Brisola Netto, Roberto Paschoalik. Por nosso intermédio o M.M.D.C. solicita o concurso de toda a nossa população, no sentido de uma colaboração eficaz, afim de que tenhamos aqui um batalhão bem formado, pois, para isso, o M.M.D.C. conta com ótimos e seguros recursos. Também será organizado um corpo de escoteiros, cujos serviços são precisos, na presente época. (Tribuna Popular). Itapetininganos. A exemplo do que se está fazendo em São Paulo e em todas as demais cidades do interior, este departamento do M.M.D.C., Setor Sul, acaba de abrir um livro para acolher as contribuições de todos vós em prol da compra de capacetes de aço para
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os nossos destemidos soldados, para aqueles que lutam em defesa da lei e da constituição. O povo desta progressista cidade não deixará de acorrer com o que estiver ao seu alcance para demonstrar demais desta maneira, o seu grande e inegável apoio à causa constitucionalista, e a prova mais eloquente está em que ontem mesmo, em pequeno lapso de tempo, uma respeitável soma foi subscrita. Acha-se o referido livro na sede do M.M.D.C. à Rua Monsenhor Soares, à disposição daqueles que desejarem deixar a sua assinatura e respectiva importância, contribuindo assim para a magnífica cruzada que tem por fim salvaguardar ainda mais os nossos bravos soldados combatentes. O dr. Hernani Ferreira Braga, digno delegado regional de polícia de Sorocaba, recebeu o seguinte telegrama: “Não se registrou nenhum combate, ontem, permanecendo o Exército Constitucionalista nos pontos conquistados, explorando e reconhecendo posições inimigas para novos ataques; o Setor Sul francamente favorável às forças constitucionalistas sendo rechaçado, em pequenas escaramuças, o inimigo que mostra notável desânimo; chegaram a Capital numerosos contingentes voluntários e força do Mato Grosso, que foram delirantemente aclamados em desfile pelas ruas da cidade; a Legião Negra, manifestando grande entusiasmo, já se apresentou com um bem organizado e excelente batalhão, somente com homens de cor; continuam os preparativos de outros batalhões. O M.M.D.C. continua recebendo de todas as espécies e procedências, numerosos oferecimentos de voluntários reservistas, gêneros alimentícios, animais, automóveis, donativos em dinheiro, serviços profissionais e tudo quanto interessa na luta pela Constituição e pelo Brasil. (a) Fernando Costa.” Atendendo ao pedido do pesquisador e prof. Hely Felisberto Carneiro, a sigla M.M.D.C., passou por lei, para M.M.D.C.A., acrescentando a letra A, em honra a Alvarenga, Orlando de Oliveira Alvarenga, que atingido em 23 de maio, faleceu aos 12 de agosto, reconhecido como mártir e herói. Pelo Decreto 46.718, de 25/4/2002, foi instituido o Colar Cruz do Alvarenga, honrando ainda mais a sua memória. Em 2004, a Lei Estadual 11.658. instituiu o “Dia dos Heróis MMDCA”, que deve ser comemorado em 23 de maio, para a memória e homenagem aos cinco jovens mortos.
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CAPÍTULO III A Campanha do Ouro para São Paulo O “Ouro da Vitória” “Pro São Paulo fiant eximia”. Inicia-se na Capital a Campanha do Ouro. O Padre João Batista de Carvalho, da Catedral de Santos, proclamava diariamente nas ondas do rádio um chamamento aos paulistas pedindo ouro para São Paulo. Ninguém soube mais que ele fazê-lo melhor, e lia um trecho da carta de Dom Duarte aos Bispos do Brasil: “São Paulo não quis, São Paulo não quer a guerra pela guerra. Vinte meses, contados dia a dia, de humilhação e sofrimento criaram-lhe um ambiente insuportável. Disseram-lhe que vinham redimir a politicagem que o garroteava, estancando-lhe as energias produtoras, consumindo-lhe a seiva do progresso que dignifica e enobrece. E o que lhe deram, por corretivo a tantos males, foi a política tortuosa, esperanças que nunca vingaram em frutos, porque jamais desabrocharam em flores. Bandeirante tornou-se palavra quase de escárnio, ocasião de mofa e chufas, que se calaram fundo no cerne da velha Piratininga. O paulista – diziam – desfibrado e egoísta, já não é capaz de um ideal. Basta-lhe ou sobra-lhe talvez a materialidade em que se abisma. Esgotada a paciência, a magnanimidade com que esperava ele o remédio seguro da lei e da constituição, ouviu-se um dia o grito de revolta. De onde partiu? Dos políticos dominantes? Dos Mestres do Direito, da Magistratura? Das classes liberais ou conservadoras? Da mocidade das escolas, do povo, desse bom povo sempre vibrante quando não o iludem ou desprezam? Não importa. O certo é que, no segundo dia, já o movimento rompia todos os diques da opinião popular. Já não era possível atalhar-lhe o passo, menos ainda refreá-lo. O certo é que São Paulo em peso, na mais impressionante e absoluta unanimidade, São Paulo, oprimido e humilhado, se congrega em torno de um único ideal: reconquistar a liberdade, os seus foros de povo civilizado sob o império da lei e da constituição”. Na célebre campanha do Ouro para São Paulo foram obtidos os fundos necessários para a manutenção da Revolução Constitucionalista. Com o fim da revolução, a sobra do ouro arrecadado foi doada para Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Encontra-se no Museu da Santa Casa os volumes de doadores da campanha “Ouro para o Bem de São Paulo”, que cita nominalmente, não só os doadores da Capital, como de moradores de outras cidades de todo o interior que fizeram suas doações. Muitas pessoas da capital e do interior doaram suas joias e outros bens, atendendo ao apelo da campanha “Ouro para o bem de São Paulo”. No discurso proferido pelo Ministro Manoel
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da Costa Manso, presidente do TJSP, a Campanha do Ouro tem sido um assombro. Iniciada a 12 de agosto, já colhera donativos, só na Capital de 26.051 pessoas, segundo a estatística do dia 30. Em Campinas, registravam-se 12.805 donativos. Em Santos, elevavam-se eles a 4.846. Na Franca, em uma semana, apuraram-se 70:000$000. Nas outras cidades é também enorme a afluência de doadores. Nenhuma jóia é poupada. As mais caras relíquias de família são postas à disposição de São Paulo, ou resgatadas por preços superiores ao seu valor intrínseco. As alianças de ferro, que substituem as de ouro, são objeto de orgulhosa ostentação e não pesam nos dedos mais elegantes. Os anéis dos bacharéis, médicos, engenheiros, farmacêuticos, dentistas, professores, enchem o mealheiro dos bancos. Os profissionais que não dispõem da joia simbólica, remetem o respectivo valor em dinheiro. Devem todos receber também o seu anel de ferro, com um simples escudo, contendo o emblema do respectivo grau... Em Itapetininga as pessoas que, em benefício da Campanha do Ouro, ofereceram ou oferecem suas alianças de ouro à sucursal do Banco do Comércio do Estado de São Paulo, na rua Campos Sales, na cidade, podem receber, desde logo, da mesma sucursal, em troca, as alianças de ferro, que serão bentas pelo revmo. sr. Vigário da paróquia, todas as noites, após a benção do SS. Sacramento na Igreja Matriz. Consta haver muita procura de alianças de ferro, e espera-se que, continue, de forma que a cidade se mantenha em primeira linha entre as cidades do interior que porfiaram nesse admirável exemplo de amor patriótico, em desprender-se relativo valor intrínseco, mas para seus donos, de incomparável valor estimativo. No dia 17 de julho, o Bispo Dom José Carlos de Aguirre, de Sorocaba, alertava o clero, ordenando preces pela paz e autorizando o Te Deum da vitória paulista. Não, não houve Te Deum pela vitória material da Ditadura, houve luto na alma paulista. Na Catedral fez V. Excia. uma semana de preces especiais pela paz, aí celebrando diariamente. Enfim, à imitação de todo o Episcopado, autorizava os párocos a fazerem parte da Campanha do Ouro, que em Sorocaba, foi iniciada a 18 de agosto. A Campanha em Sorocaba era liderada pelas Sras. Judith Rosa Tavares e Diva Amaral Sampaio, que dirigem o movimento. Em Sorocaba, o jornal Cruzerio do Sul noticia que em um gesto altamente patriótico os clubes São Bento, Savóia, Sorocabano, Penha, Guarany e São Paulo Júnior, doaram para o bem de São Paulo os seus numerosos e ricos troféus. O jornal Tribuna Popular, de Itapetininga, em suas edições, semanais, publica as doações que seguem:
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Ouro para a Vitória – De São Miguel Arcanjo. Foram recebidos os donativos arrecadados pela Comissão local: Horácio Pereira da Silva e senhora, uma medalha de ouro, 15 balas de fuzil e os seguintes objetos de prata: um cabeção, um ponteiro, um pontal e uma cabeça de freio. Vitor P. Silva e senhora, uma aliança, um anel, uma correntinha e um par de brincos, tudo de ouro. Matheus Haddad, um anel de prata. Da menina, Maria Izabel Pereira, uma medalhinha e um suporte de ouro. Raimundo José de Assis, 2 quilos de cobre. Antônio Pereira e Maria Cavacini, duas alianças. João Paulino da Silva e senhora, um par de alianças e um bônus de 10$000. Salvador Alves dos Santos, um par de brincos de ouro. Antônio Vieira Demétrio, 1 anel de ouro. Mais doações à campanha do ouro – João Balduíno Ribeiro, 2 anéis de ouro, 1 moeda de ouro e 1 alfinete com medalha de ouro. Miguel Pedro dos Santos Terra, uma medalha de ouro, cinco moedas de prata e uma de cobre. Dª Henriqueta Leonel Brisola, os seguintes talheres de prata, com o peso total de 2 quilos e 100 gramas, 1 trinchante, 1 concha, 12 garfos, 1 colher, 1 concha para açucareiro, 1 apanha-doces, 12 colherinhas para café. Foi recebido também a seguinte carta dessa senhora: “Exmo. Sr. Ramiro Vieira de Moraes, DD. Gerente do Banco Comercial do Estado de São Paulo – Saudações. Em sendo viúva e não possuindo filhos para oferecer ao serviço da revolução constitucionalista, e buscando prestar meu concurso à essa nobilíssima causa, venho por vosso intermédio, oferecer à Campanha do “Ouro da Vitória”, os objetos que com esta seguem. São objetos, para mim, de valor inestimável. Recordam eles, a existência feliz de meu saudosíssimo esposo, o Coronel Xisto Leme Brisola, em vida da qual, foram adquiridos. É, entretanto, com imenso prazer, que abro as mãos dos mesmos, certa, tanto mais de haver contribuído à vitória de uma causa a que meu esposo, se vivo, estaria empenhado, de corpo e alma, dadas as suas ideias liberais e grande devotamento pela Pátria. Agradecida pelo obséquio de dar o destino devido à minha contribuição, subscrevo-me, De V. Senhoria. Atenciosamente. Crª. Obrigada. (a) Henriqueta Leonel Brisola”. Acompanhou também mais uma aliança. Comunicou o sr. Ramiro Vieira de Moraes, gerente do Banco Comercial desta cidade, que este Banco está recebendo donativos para a campanha do ouro, funcionando os seus guichês para isso até às 15 horas de todos os dias úteis. Ontem aquele Banco recebeu os seguintes donativos: Da menina Hercília Ribeiro Marins, 1 cruz de ouro. Dª Assunta Cerqueira de Moraes, uma cruz de ouro, uma aliança e um relógio com pulseira de ouro. Da menina Zoé Ribas Maia, uma abotoadura de ouro e uma aliança de ouro. De Dª Adalgiza de Almeida, dois anéis de ouro. De dª Benedita Sales Marins, um anel de ouro e um brinco de ouro. O Posto do MMDC do Setor Sul comunica que o dr. Edmundo de Lacerda fez o donativo de 20$000 à causa constitucionalista, por intermédio daquele Posto. Mais donativos - Além dos donativos angariados, para serem destinados no auxílio das tropas, pelo posto
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de arrecadação em Itapetininga, mais os seguintes donativos: Sr. Theodomiro Rodrigues de Almeida, uma vaca. Sr. Salvador Libânio 10$000. As doações são recebidas em várias espécies: Além dos donativos angariados, destinados às tropas, somam-se também quantidades em dinheiro: Antônio Venâncio, 35$000; Antônio Pinto, 15$000; Ugolino Moraes, 6$000; Odorico Rodrigues Arruda, 10$000, Umbelino da Silva Ruivo, 10$000. Em mercadorias: Miguel Augusto da Fonseca, 1 caminhão de milho com casca, 1 saco de batatas doce e 5 alqueires de arroz com casca; Manoel Ferreira, 1 saco de batatas doce, 1 saco de laranjas e 4 abóboras; João Santos Reigotta, 1 saco de mandioca, 1 saco de milho, 1 saco de farinha de milho, 1 alqueire de fubá e 1 saco de cará e batatas doce. Foram entregues no Banco Comercial desta cidade mais os seguintes donativos: Dª Faustina Maria Tiete, uma medalha de ouro (lembrança de formatura); um relógio com pulseira de ouro, um par de brincos de ouro com brilhantes, uma caneta dourada (lembrança de seus alunos). Coronel Sebastião Vilaça, uma caneta de ouro e uma faca com cabo e bainha de prata. Coronel Cézar Eugênio da Piedade, um relógio de ouro. Therezinha Meira, uma pulseira e uma correntinha de ouro e uma aliança. Octaviano Brisola e senhora, duas moedas de prata, duas alianças e um brinco de ouro. Dª Áurea de Albuquerque, um anel de ouro, uma armação de ouro para óculos e mais 4 fragmentos de ouro. Do menino Roberto de Albuquerque, um par de brincos, uma aliança, e um anel de ouro. Do menino Renato de Albuquerque, um par de brincos de ouro, um anel e uma pulseira de ouro. Dª Maria Conceição Carneiro, um anel de ouro, 2 pares de brincos de ouro e uma argolinha de ouro. Silvestre de Carvalho Leitão, Rs. 200$000 em dinheiro. Dª Maria Malheiros de Oliveira, uma aliança. Oswaldo Nunes de Oliveira, uma aliança, 3 medalhas de prata e uma medalha de bronze, ganhas em campeonatos. Sebastião S. Leite Fernandes, 8 moedas de prata, 2 de cobre e 2 medalhas de ouro. Major Procópio de Almeida Leme, uma caixinha com 2 moedas de prata, um par de alianças do seu casamento, uma medalha de ouro e uma lança de prata. Prof. Graco Silveira, um trancelim de ouro, um relógio de ouro e um alfinete de ouro com pérolas. Dª Sophia Baruel Martins, um anel de ouro, duas alianças, um alfinete de gravata com brilhante e uma presilha de colarinho. Dª Zilia Baruel Martins, uma corrente de ouro. Danielzinho, uma corrente de ouro. Antônio Guedes, uma medalhinha de ouro, Lúcio Pinheiro da Silva e senhora, 2 alianças do seu casamento, um anel de ouro e 6 moedas de prata. José Raffa, 7 moedas de prata e um bônus de 10$000. José Carvalho Leitão Sobrinho, um anel de ouro com monograma. José Dias Ferraz, uma corrente com relógio, de ouro. Dª Etelvina Silveira Mello, 2 pares de brinco de ouro, uma aliança, uma moeda de prata e uma bolsa de prata. Anônimos: uma moeda de prata, um alfinete de ouro, uma abotoadura de ouro, 9 moedas diversas, um relógio de ouro, um brinco de ouro, uma corrente e duas medalhinhas de ouro. De Angatuba – José Severiano de Araújo, 41 moedas de prata no valor de 50$000. D. Maria Vieira de Camargo, 5 moedas de prata no valor de 10$000, D. Marília Cunha, 5 moedas de prata no valor de 10$000, D. Antonieta Pereira de Moraes, um relógio de ouro e 2 correntes de ouro. D.
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Caliza Pereira de Moraes, um anel de platina. Roldão Vieira de Moraes, uma aliança. Joviniano Pereira Filho, uma aliança. D. Lucinda Pereira de Moraes, 2 trancelins de ouro, 2 medalhas e uma cruz de ouro. O Cel. Pedro Dias Baptista ofereceu à comissão angariadora de donativos às tropas constitucionalistas em operações no Setor Sul, cinco rezes, as quais já foram entregues. Oxalá seja esse exemplo condignamente imitado, para maior conforto dos nossos abnegados soldados. A Comissão recebedora dos donativos recebeu mais donativos em dinheiro, dos cidadãos da lista que segue: João Taurino Rolim, dr. Francisco Bernardes Junior, Aristides Ventura Costa, César Eugênio da Piedade, Átila Trench, João Brisola Duarte, Cia. Agrícola e Industrial de Angatuba, Luiz Marzo, pelas I.R.F.Matarazzo, José Augusto de Campos, Antônio Almeida Leme, Dr. Antônio Almeida Leme Junior, Irmãos Cardoso, Miguel Pedro dos Santos Terra, Antônio S., Dr. R. Azevedo Marques, Antônio Antunes Alves, Avelino César, Octaviano Ramos, Jair Barth, Padre Carlos Regattieri, Sebastião Villaça, Dr. Pedro C. Pinerolli, Leonardo Barreti, Calixto Colaf, João de Arruda, Floro César Moraes, Fernando Rios, Rodrigues Bastos, José Calazans Luz, Dª Etelvina Leandro, Eugênio Vieira, Antenor de Freitas, Prof. J. Rodrigues Arruda, Prof. Cleófano Oliveira, Horácio Cavalcanti, Francisco Luiz Rodrigues, Avelino José de Campos, João Henrique de Carvalho, Alcides Simões, Laudelino R. Oliveira, Cícero Portela, Adia Baida, Allivo Barbosa Martins, Leopoldo Mazzei, Joaquim Mineiro, Manoel Camargo e Souza, Manoel Cerqueira, Nabor Holtz, José Arruda Moraes, Waldemar Luchesi, José Monteiro de Carvalho, Benedicto Pires de Campos. A Comissão angariadora de donativos às tropas constitucionalistas do Setor Sul do Estado, avisa às pessoas que tenham requisições assinadas pelo sr. Waldomiro de Carvalho, que as respectivas contas deverão ser apresentadas ao sr. João Salem, tesoureiro da Comissão que as pagará. Mais doações Doações em mercadorias: Casas Pernambucanas 200$000 em mercadorias. João da Silva Cardoso, 100$000 em mercadorias. Francisco Souza Alves, 3 bois. José Prestes de Albuquerque, uma vaca. Antônio Vieira Rodrigues, 1 pacote de sabonetes. Donativos em dinheiro: Sylvio Pereira, 20$000. Altino Barbosa Martins, 10$000. Angariado pelo Sr. Miguel Helou, de São Miguel Arcanjo, 12 sacos de feijão. Por intermédio da Comissão constituída em Guarey pelos srs. Benedito José de Moraes, Juvenal Soares, Ugolino de Moraes, Benedicto Pinto da Silva e Francisco Santos, a comissão angariadora de donativos às forças constitucionalistas, desta cidade, recebeu 40 sacos de mercadorias diversas, tais como arroz com casca, feijão, milho, etc., além de frangos e uma leitoa. Cada dia chega mais donativos no setor de arrecadação em Itapetininga; em dinheiro: José Ruivo, 20$000; em mercadorias: Damasi, 25 sacos de milho, 2 sacos de fubá, 1 saco de farinha, 1 saco de feijão; Nhozinho Fraga, uma vaca; Joaquim Mineiro, uma vaca. Contribuição de Alambary: Angariado pela
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comissão composta dos srs. José Agostinho, Maximiano Machado e Faustino Mário do Espírito Santo, foram arrecadados muitos mantimentos vindos da roça, donativos dos srs. José Baptista, 6 litros de farinha de milho; José Lameu, ¼ de feijão; Manoel Leme, ¼ de feijão; Orlando Maciel, ½ quarta de feijão; José Lourenço, ¼ de arroz com casca; Benedicto Elias, ¼ de feijão; Severiano Alves, ¼ de feijão; Raul Morelli, 4 dúzias de ovos; Dorival Guilherme, 5 litros de feijão; Virgílio Maciel, ¼ de feijão e ¼ de arroz com casca; Arthur Venâncio, ½ quarta de feijão; José Sotero, ¼ de feijão; Jorge Ozi, 1 alqueire de farinha; José Prestes, meio saco de batatas; Ramiro Domingues, 1 alqueire de feijão; Pedro Camargo, 12 litros de arroz com casca e 12 litros de feijão; Isaias Maciel, ½ alqueire de feijão; Irineu de Oliveira, ½ alqueire de feijão; João Dreuschen, ½ quarta de farinha; Christiano Pinto, 1 dúzia de ovos; João Soares, ½ quarta de feijão; Antônio Pires, ½ quarta de arroz c/casca e ½ quarta de feijão; Feliciana, 2 litros de arroz c/casca; Leopoldo Nunes, 1 galinha; José Agostinho, 65 quilos de feijão; Zeferino Elias, 8 quilos de feijão; Alfredo Teixeira, 10 quilos de feijão; Júlio Faria, 36 quilos de feijão; Lucídio Lopes Machado, 11 quilos de feijão; Zeferino Correia, 5 quilos de feijão; Salatiel Campos, 40 quilos de feijão; Juvenal Pires, 9 quilos de feijão; Antônio Graça, 10 quilos de feijão; Lindolpho Menck, 40 quilos de feijão; Cyrilo Cleto, 18 quilos de farinha, Antônio Paes Garcia, 20 quilos de feijão; Avelino Simões, 8 quilos de batata; Domingos Paes, 20 quilos de feijão; diversos, 50 quilos de feijão. Em 20/7 chegam mais doações: A Comissão organizada nesta cidade, destinada a angariar donativos de qualquer espécie para as tropas constitucionalistas em operações no Setor Sul do Estado, que aclamou seu presidente honorário o dr. Raul Valentim de Queiroz, delegado regional de polícia desta cidade, é composta dos elementos mais representativos locais, tendo como presidente o farmacêutico Waldomiro de Carvalho, sendo tesoureiro o negociante João Salem e secretário o professor Sylvio de Moraes. Logo de início angariou a aludida comissão cerca de 5.000$000 em dinheiro e donativos em mercadorias, de conformidade com a lista de doadores, são eles: Waldomiro de Carvalho, Ramiro Vieira de Moraes, Euclydes de Moraes Rosa, João Salem & Irmão, Sylvio Moraes, Cândido S. Maia, João Albino Ramos, Abílio Baladi, Calil Yared, Ezequiel Fróes, José Dias Ferraz, José Quarentei, Agenor Vieira de Moraes, Emilio Nastri, Dr. Esaú Correa Almeida Moraes, Paulo Soares Hungria, Othon Odon Albuqueque, Francisco Alves Correa, José Agostinho, Francisco Joaquim Correa Lara Filho, Argemiro Vieira de Moraes, José Antônio Bosco, Fraterno Mello Almada, Romão Arruda Leite, Camilo Lellis, Francisco Larizatti, Alfredo Amaral, Dr. Mario Rios, José Leonel Dias, Hygino Rosa, Luiz Barco, Cyro Guidugli, Mario Lopes, Manoel Kalaf, Martinho de Moraes, Benedicto Ponce, Quirino Pereira Moraes, Dyonisio Magalhães, Palmiro Picchi, Péricles de Souza, João Nagib, Floriano Peixoto Paula Ferreira, Adherbal de Paula Ferreira, H. O. Camargo, Emílio Baptista, Dr. Joaquim Cunha Fontenelle, Benedicto Alves Lima, Herberto Aguiar,
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Pérsio Lara, Irico Prestes, José Jordão, Manuel Santos Carvalho, Mamede Marques, Pascoal Lembo, Ernesto Gatto, Martinho Nogueira, F. Cavalcanti, Nestor José Vieira, J. Vasques, José Samashina, José Palácio Prestes, Roque Cezário Albino, J.A.C., José Mendes Coelho, Octávio Muller, Fernando Sacco e Miguel Pucci, que somaram com suas doações, aquela quantia. Donativos em mercadorias e outros: José Maria Cherenga, Bartholomeu Rossi, Francisco Tambelli, Constantino Matarazzo, Pedro Rogachesky, José Raffa, Deolindo Menck e Maria José Soares, Gabriel Rolim de Medeiros, Joaquim Ayres Aguirre, Maurício Tambelli, Ayub Yunes, Gustavo Cesário Albino, Oscar Valeriano da Cruz, Casa do Fumo, Casa Zebú, Francisco Weiss, Alfonso Samarco, Alcides Bicudo, Serafim Lombardi e Radomiro V. Moraes. É de se esperar que a população desta cidade, com a sua peculiar boa vontade, auxilie aquela comissão no seu nobre intuito, qual seja o de proporcionar todo o conforto aos nossos bravos soldados que se batem nas fronteiras em defesa de um nobre ideal. De Guarey. A Comissão encarregada de angariar em Guarey donativos para as forças constitucionalistas enviou, no dia 8 de agosto mais os seguintes: 24 sacos de feijão, arroz e milho. O sr. Prefeito também despachou 27 bois à Continental Produtos, dirigidos à MMDC, da capital, e 10 animais cavalares ao mesmo. Em data de 9 enviou por caminhão 10 porcos gordos e 7 leitoas ao sr. Prefeito de Itapetininga. Foram efetuados mais os seguintes donativos à comissão sob a presidência do sr. Waldomiro de Carvalho, conforme comunicação que nos foi feita pelo secretário da mesma, prof. Sylvio de Moraes: João Carneiro Lobo 20$000, Antônio Daniel 10$000, Antônio Daniel Filho 20$000, Procópio Augusto Ferreira 5$000. A menina Maria Abigail Rogachescky doou um anel de ouro com uma turmalina e 2 brilhantes, acompanhado da seguinte carta, dirigida ao sr. Ramiro Vieira de Moraes: “Hoje, dia do meu 9º natalício, desejo comemorá-lo, oferecendo, de todo o coração, o anel de professora que minha mãe guardava para mim, ao Ouro para a Vitória. É um anel de ouro com uma turmalina e 2 brilhantes. Salve São Paulo! Itapetininga, 26/8/1932 (a) Maria Abigail Rogachescky. Uma carta - Itapetininga, 2 de setembro de 1932. Ilmo. Sr. Gerente do Banco Comercial do Estado de São Paulo. Prezado Sr. Desejando contribuir para a Campanha do Ouro, venho entregar à V.S. a espada que amigos e admiradores do finado Major Jorge Alves Cabral lhe ofereceram em 1918 e que me pertencia desde 1920, legada que me foi por este querido amigo. A referida espada é guardada em rico estojo de veludo com dedicatória em cartão de ouro, cravejado de pedras preciosas. Dou-a, de coração, a São Paulo, na certeza de que também rendo uma homenagem ao chorado extinto que, apaixonado cultor do Direito e defensor extremoso da autonomia do nosso Estado, como o demonstrou na campanha civilista de 1910, seria o primeiro a, se vivo fosse, destiná-la hoje a nobre campanha que empolga a todos que se
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batem pelo ideal constitucionalista. (a) - Antônio Antunes Alves. No dia 3 foram entregues ao Banco Comercial as doações de: Sizenando Ferraz de Camargo, uma corrente para relógio, de ouro, uma aliança e 3 moedas de prata (rs. 5$000). Zeferino de Almeida, uma aliança. Srta. Maria Carmela Basile, uma pulseira de ouro. Amaro Paulino da Silva e senhora, um par de alianças. Theodomiro Rodrigues de Arruda, uma medalha de ouro. Doações preciosas – Dª Nadir Leme Ferreira, uma corrente, seis brincos, um anel, duas medalhas, um broche e um pedaço de ouro (40 gramas de ouro). Dª Zelina Nogueira, um barrete e uma pulseira, ambos de ouro. As meninas Helena, Cecília e Maria Luiza doaram uma barra de ouro. O menino Rodrigo Martins de Camargo Filho, 3 moedas de prata e uma libra esterlina. As senhoritas Maria e Margarida Larizatti, dois pares de brinco de ouro, uma corrente de ouro e duas moedas de prata. A menina Aparecida Larizatti, duas moedas de prata. Dª Rosa Larizatti, seis moedas de prata. Sebastião da Silva Leite Fernandes e senhora, um par de alianças de seu casamento. Dr. Pedro Contier Pinerolli, um anel de ouro, distintivo de médico, com dois brilhantes, uma cigarreira chapeada a ouro e um relógio de prata com desenhos em alto relevo, comemorativo da Independência do Brasil. Dª Ida Aires Pinerolli, um anel de ouro, distintivo de professora, com dois brilhantes e uma turmalina. Dª Anna Maria de Jesus, um broche de ouro, uma medalha de ouro, uma aliança e fragmentos de ouro. Doações da família Maglione, 3 brincos de ouro, 2 cordões de ouro, uma aliança, um cordão de prata e uma moeda de prata. Pedro Maglione Filho e senhora, um par de alianças. Augusto Maglione e senhora, um par de alianças. Belmira Ferreira, 2 chapas para braceletes de ouro e Edison Ferreira, uma corrente para relógio de ouro. Estes objetos foram acompanhados da seguinte carta, dirigida ao sr. Gerente do Banco Comercial: “Fazendo hoje 15 anos da morte do nosso querido e saudoso pai, cel. José Theotônio da Silva, desfazemo-nos dessas caras recordações para oferecêlas ao Ouro para São Paulo, em memória dele que era verdadeiro amigo do nosso glorioso Estado”: Meia dúzia de colherinhas, uma bomba para mate, um cartão em prata para bengala com as iniciais J.T.S., em ouro, pesando tudo 1,110 gramas, treze moedas de prata antiga e vinte e cinco moedas de cobre. Em São Paulo, através da Campanha Cruzada Artística foram recebidos cerca de 1.500 donativos, constantes de belas e ricas telas de afamados autores, bronzes, livros raros e preciosos, e muitos objetos de arte em geral, que ficaram expostos em um salão térreo à rua Líbero Badaró, nº 39-A. Do dr. Alfredo Nunes de Oliveira – O sr. Ramiro Vieira de Moraes recebeu a carta abaixo transcrita, acompanhada dos objetos preciosos nela descritos: “Receba caro amigo a minha pequena contribuição para a ‘Campanha do Ouro” para a Vitória e grandeza de São Paulo. Junto remeto uma corrente de ouro, para relógio, com o peso de 38 gramas. É uma relíquia de família; pertenceu ao meu saudoso pai, velho paulista, cheio de serviços
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prestados ao nosso São Paulo e ao Brasil; é pois em memória dele que ofereço essa lembrança, no momento que o nosso Estado precisa do auxílio de tudo e de todos, mesmo das recordações que dos nossos queridos mortos guardamos. Um anel de ouro com monograma, pesando 14 gramas, que é outra recordação querida do meu falecido irmão Augusto e em memória também ofereço. Um anel. Distintivo de engenheiro, uma placa de ouro de uma medalha, lembrança que recebi dos meus companheiros de trabalho’. 27/9 – Ao Banco Comercial, foram entregues mais os seguintes donativos: José Soares Hungria e senhora, um par de alianças, D. Maria Emília Ferreira, um par de alianças, Luiz e Amália Ferrari, um par de alianças. Argemiro Vieira de Moraes, um par de alianças. Um Coração Paulista, uma aliança e um anel de ouro. José C. Leitão Sobrinho, um par de alianças, Telmo Leite Rosa e sra., um par de alianças. Cezário Leonel Ferreira Junior, uma aliança. D. Áurea Naxara Leonel, uma aliança, Alcides Arruda, um par de alianças. Dª Maria Luiz Rolim de Lima, um broche e um brinco de ouro. Dª Dalila de Lima Fernandes, uma aliança, Dª Francisca Prestes de Lima, l (uma) aliança, D. Felicidade Pacheco de Lima, uma aliança. Dª Ângela Matarazzo, um brinco de ouro, um broche de ouro e coral, um anel de ouro com pedra de coral, uma moeda de prata italiana. Manoel Cerqueira, um par de alianças e um fragmento de ouro. J.M. Vasques Sérgio, um par de alianças. Dª Matilde Gonçalves, uma aliança. Dª Odete G. Telhada, uma aliança. Dª Carolina Cerqueira, uma aliança. Dª Maria Carvalho de Mello, uma aliança. Durval Gonçalves, um par de alianças. Agenor V. Moraes e sra., um par de alianças. Luiz H. Pontes Junior e sra., um par de alianças. Dª Elvira Fontes, uma aliança. Dª Alzira Telhada, uma aliança. Dª Ingebor Ribeiro de Castro, 4 alianças, uma correntinha, um brinco, tudo de ouro, uma moeda de prata e diversas moedas de níquel. Luiz Piedade e sra., um par de alianças. Filho de José Theotônio da Silva, um par de alianças. Isaltino Serafim dos Santos, uma bomba de prata para chimarrão e uma aliança. A Campanha do Ouro no Exterior – A estação de rádio L. R. 3, de Buenos Aires, comenta muito simpaticamente a Campanha do Ouro presidida pelo dr. José Maria Whitaker. Não só tece louvores à essa patriótica atitude do povo paulista como enaltecendo o governo de São Paulo pela sua probidade em emitir os bônus pró constituição, põe em destaque o proceder do mesmo governo, que assim lastreia, com o ouro e as joias doadas, as suas emissões, ao passo que o governo federal emite os seus bônus, sem lastro de espécie alguma. A medida do governo paulista, acentua a estação irradiadora, acautela perfeitamente a emissão, enquanto o governo do Rio não terá encaixe para garantir a sua. As doações oferecidas pelos paulistas em todas as cidades e recantos do Estado são tantas que se tornam impossível discriminar; além também dos que acudiram em massa, com as subscrições para a aquisição dos Capacetes de Aço aos nossos combatentes, que antes da chegada dos Capacetes de aço predominava entre os soldados o uso dos Bibicos, “Bibis”,
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bonés militares ou boinas sem abas. Pouco antes da ocupação de São Paulo e com o receio que a ditadura se apoderasse do ouro recebido na campanha paulista, a comissão de arrecadação entregou à Santa Casa de Misericórdia da capital, boa parte do tesouro arrecadado dos populares.
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CAPÍTULO IV
A Luta no Setor Sul (Capítulo Especial) O Setor Sul de combate, chamado de Frente Sul ou do Paraná, situado na divisa com o estado de São Paulo, no início da campanha militar era comandado por Morais Pinto, coronel da Força Pública de São Paulo. Esse front era considerado um dos principais teatros das operações de ambas as tropas adversárias. Porém, no início do conflito, foi o setor menos guarnecido pelo Exército Constitucionalista, dado a crença do apoio que viria do Rio Grande do Sul, uma expectativa frustrada logo na primeira semana da guerra. Compreendendo a região fronteira com o estado do Paraná, o Setor Sul de combate, no início da campanha militar era defendido por tropas mistas, as quais respondiam ao Estado Maior da Força Pública, a exemplo do comando exercido no Setor Leste. Na frente de combate de Itararé, nos primeiros dias do conflito, o comando era exercido pelo tenente-coronel da Força Pública de São Paulo, Pedro de Morais Pinto. Mais ao sul da fronteira, na localidade de Ribeira, a posição era defendida por um pequeno contingente comandado pelo tenente-coronel da Força Pública Azarias Silva. No entanto, a região de Itararé era considerada o principal teatro das operações para ambos os adversários, porém, nos primeiros dias da campanha foi a posição menos guarnecida pelas tropas paulistas, como já foi dito. A inferioridade material de São Paulo em relação ao Exército brasileiro era muito grande. No setor de Capela de Ribeira, na Frente Sul, enquanto a Coluna Azarias, paulista, dispunha de apenas 45 armas automáticas, os legalistas contavam com 900 metralhadoras. A formação do Exército Constitucionalista, concentrava-se na Frente Sul e no Litoral: Essa Frente Sul ou do Paraná, estava dividida em dois setores: Baixo Paranapanema, no comando do coronel Pedro Dias, da Força Pública, o qual permitiu-se avançar, por Cambará, até quase Jaguariaíva; e de Itararé, sob o coronel Brasílio Taborda, compreendendo a faixa do litoral. Cobria as áreas de Buri, Capão Bonito, Caputera, Engenheiro Maia, Fartura, Faxina (Itapeva), Candoca, Fundão, Guapiara, Itaí, Itararé, Itaporanga, Itapetininga, Itatinga, Ligiana, Piraju, Porto Serraria, Rio das Almas e Rio Paranapanema. A Frente do Litoral, centralizava-se no porto de Santos, porém, bloqueado pela armada. Uma guarnição do 6º BCP guarnecia a cidade, com uma companhia do 5º e outra do 6º RI. O forte de Itaipu, manteve-se. Houve cortinas de vigilância diante dos elementos navais do governo operando em Cunha e procedentes de
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Parati. Houve pouca atividade em todo o setor. Afora as unidades da guarnição de Santos e aquela de Itaipu, operaram no setor os batalhões de voluntários da Companhia Isolada de Santo Amaro, Coronel Melo Matos, Ferragista e Tiro Naval de Santos. Na formação do Exército do Governo Provisório, na Frente Sul e no Litoral, ou Frente do Paraná, o Exército do Sul era comandado pelo general Valdomiro Castilho de Lima. Um Destacamento Central, agia a cavaleiro da ferrovia São Paulo – Rio Grande, no eixo Itararé – Itapetininga. Mantevese sempre a iniciativa e logo invadiu o território paulista. Um Destacamento lançado sobre Ribeira-Apiaí, Ribeirão Branco, Guapiara, este na área de Jacarezinho, foi confiado aos voluntários gaúchos, com aderentes paranaenses, do coronel reformado da brigada rio-grande-do-sul João Francisco. Na Frente do Litoral: diante de Santos, a divisão naval de bloqueio, com apoio aéreo, destacamento em terra, agia na região de Cunha, em conexão com o Exército de Leste. Iniciado na noite de 9 para 10, na Capital do estado de São Paulo o movimento revolucionário se irradiou por algumas cidades, inclusive Santos. Assumiu o comando das forças rebeladas o coronel Euclides de Figueiredo em nome do general Isidoro Dias Lopes, que se dizia Chefe das Forças Constitucionalistas. O Coronel Euclides de Figueiredo, chefe do EstadoMaior Revolucionário, Comandante da 2ª Região Militar assumiu, na cidade de Cruzeiro, o comando da vanguarda das Forças Constitucionalistas. Em Cruzeiro, no Vale do Paraíba, dois dias após o início da revolução, mais de cem soldados já estavam no Grande Túnel da Mantiqueira, dando início aos primeiros conflitos em luta ferrenha. O Trem blindado instalava o terror nos ditatoriais e cuspiam fogo durante a noite e madrugada. Enquanto isso as forças do exército ditatorial subiam do Sul em direção a São Paulo, com um contingente superior a 18 mil homens. O objetivo estratégico do Destacamento do Setor Sul, chefiado pelo general Valdomiro Castilho de Lima, era entrar em São Paulo por Itararé e de sucesso em sucesso atingir Itapetininga, onde poderia encontrar um braço de suas tropas que rumaria por Ribeira e Apiaí. O caminho de Sete Barras a São Miguel Arcanjo era dificultado pela Serra da Macaca, que ainda em 2011 era uma estrada de terra sinuosa, que não comportaria avanço de caminhões, tropas e canhões com facilidade. A ligação de Juquiá a Piedade não existia. (O Ovo da Serpente: A Intentona Paulista de 1932, Lincoln Secco, pelo Gmarx).
As tropas federais aproveitando o ramal ferroviário, concentravam
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suas forças em Ponta Grossa, no estado do Paraná, ali estabelecendo o seu QG. Para a grande maioria dos oficiais da guarnição do Paraná, entre os quais figurava Dilermando de Assis, servindo no 5º Regimento de Cavalaria Divisionária, em Castro, o levante de São Paulo foi uma grande surpresa. Descreve o major, que “o quartel de Castro, construído aos pedaços e em degraus, num terreno de pequena área e acidentado, pode ser uma excelente instalação para uma companhia de “alpinistas”, nunca para um Regimento de Cavalaria. Não conta com um trato livre, sequer, para as evoluções de um Esquadrão, quanto mais de um Regimento. As praças não dispunham de material de campanha. Faltavam até arreiamentos, quanto mais barracas e ferramentas de sapa. A munição também era escassa, como escassos os meios de transmissão e quase inexistentes os de transportes, para a constituição dos T.C. e dos T. E.” No Setor Sul os paulistas com seu QG instalado na cidade de Itapetininga seguiam para o caminho das trincheiras e campos de combate por via férrea, de Itapetininga, passando pelas Estações de Marabá, Juriti, Cesário, Rechã, Angatuba, Engenheiro Hermillo, Ligiana, Aracassú, Victorino Carmilo, Buri, Faxina (Itapeva) e Itararé localizada na fronteira de São Paulo. Na outra linha seguiam por estrada de rodagem: de Itapetininga, para Capão Bonito, Guapiara, Apiaí e Capela da Ribeira, localizada na fronteira do Estado. O acesso das tropas à diversas frentes de batalha era feito em sua maioria por via férrea. No dia 12 de julho chega de Mato Grosso o general Klinger. Não trouxe consigo nem milhares de soldados, calculava-se que traria 6 mil soldados, nem milhões de tiros, como havia prometido. Chegou com alguns ajudantes de ordens e escassos soldados. Assim mesmo, foi recebido na capital de São Paulo por uma grande multidão, que o recebeu na Estação da Luz. Cronologia da epopeia: - Na terra do Quartel-General – o brado aos itapetininganos: 12 de julho de 1932 - Chamado à Mocidade de Itapetininga: “Mocidade de Itapetininga - Desfraldou-se, de novo, em São Paulo, a bandeira das reivindicações constitucionalistas! É chegado, pois, o momento da congregação dos nossos esforços para o cumprimento do dever cívico que ora se nos impõe. Para isso, lançamos aos briosos reservistas e a mocidade itapetiningana em geral, um veemente e patriótico apelo, no sentido de nos arregimentarmos em batalhões de honra, afim de que nos incorporemos às hostes revolucionárias, que encarnam, nesta hora histórica, as aspirações da Nacionalidade. Alistai-vos, todos, no “Batalhão Constitucionalista Itapetiningano” cuja lista de inscrições se acha à casa número 55-A da rua Quintino Bocayuva. Às armas, paulistas de Itapetininga! (a) Benjamin Reginato. Alberto Rovai. Galvão Junior.
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13 de julho - O Capitão de Fragata Luiz Antônio de Magalhães Castro, capitão do porto de Santos e o capitão de Corveta Henrique Cunha, comandante da Base da Aviação Naval, por não terem aderido ao movimento revolucionário constitucionalista foram presos em Santos e remetidos para São Paulo. Sai nesta data de 13 julho a publicação da seguinte Circular aos prefeitos municipais: “O Sr. Dr. Sampaio Vidal, diretor do Departamento de Administração Municipal, expediu a seguinte circular aos srs. Prefeitos municipais do interior: -Determino a v.s., para a boa ordem dos serviços a seu cargo e atendendo às necessidades do serviço público o seguinte: a) permanecer o prefeito no exercício do seu cargo, não se afastando da sede do município e da superintendência de todos os serviços da Prefeitura; b) estabelecer a fiscalização do comércio de gêneros alimentícios de primeira necessidade, organizando a Prefeitura a tabela dos preços, sem elevação dos mesmos e, sem qualquer outra interferência da Prefeitura nos mercados; c) atender as requisições militares oriundas exclusivamente do Comando Geral das Forças Constitucionalistas, providenciando o que for solicitado por seus emissários devidamente autorizados, aos quais deverão ser prestados apoio e auxílio; d) organizar o prefeito, de acordo com o delegado de polícia, a Guarda Municipal estabelecendo para esse fim a inscrição de voluntários civis, para a manutenção da ordem no município e fornecer guarda à cadeia, postos policiais e edifícios públicos, substituindo eventualmente o destacamento policial, e e) atender aos emissários das Forças Constitucionalistas, encarregados da inscrição de voluntários, prestando-lhes todo o apoio e podendo centralizar os serviços na Sede da Prefeitura. 11 de julho de 1932. Cordiais Saudações – Joaquim de Abreu Sampaio Vidal, diretor do Departamento de Administração Municipal. Entre os dias 15 e 19 de julho, tropas paulistas estavam estacionadas em Itararé, cidade localizada na divisa entre São Paulo e Paraná. No entanto, o comando daquelas tropas deixara mal guarnecida a região norte daquela frente de combate, um local conhecido como “Passo do Cypriano”. As tropas também estavam sem suprimentos e apoio logístico, que na ocasião ainda estavam por ser organizadas pelo comando. Mas, logo na segunda semana do conflito, foram de súbito atacadas por tropas federais comandadas por Valdomiro de Lima, além das forças públicas estaduais vindas da região sul do país, as quais, após um breve confronto direto, manobraram pela região norte de Itararé, adentrando no território paulista justamente por esse “Passo do Cypriano”, ameaçando cortar a retaguarda das tropas constitucionalistas. Essa situação culminou com a queda de Itararé e, pouco depois, de Capela de Ribeira, ainda na segunda semana de conflito, o que obrigou as tropas paulistas
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a recuarem do largo da fronteira com o Paraná para cidades mais ao interior como Buri, Guapiara e Taquari (hoje Taquarituba). Após a queda de Itararé e Capela de Ribeira, Bertoldo Klinger, comandante supremo do Exército Constitucionalista, nomeia o então coronel Brasílio Taborda para assumir o comando geral das tropas da Frente Sul de combate. O cel. Azarias Silva, comandante da resistência na região de Ribeira, assim descreveu as razões da queda de Itararé: “As tropas estacionadas em Itararé por um equívoco imperdoável, deixaram de guarnecer o Passo do Cypriano, situado ao norte, a 12 quilômetros a nordeste de Itararé, por onde em 1930 entraram as tropas gaúchas, e que era lógico que as que em 1932 vinham contra São Paulo fizessem a mesma coisa. Os inimigos, depois de atravessarem o Passo do Cypriano, rumaram para Ibity, com o fito de cortar a retaguarda do Destacamento Moraes Pinto. Por felicidade surgiu o Coronel Klingelhoefer que, com a sua visão perfeita da situação, determinou a retirada das referidas tropas para Ibity e dahi para Faxina, salvando dessa forma todo o destacamento, composto por 1700 homens. Critica-se a retirada de Itararé sem a destruição da linha férrea. Mas o que se podia fazer a tropa que guarnecia aquelle sector si não possuía nem um cartucho de dynamite e nem mesmo uma picareta ou marreta?” – (Correio Paulistano, 18/9/1935). Nas vésperas da tomada de Itararé “o avião “vermelhinho” surgiu ao longe. Desloca-se em direção às tropas federais. Passa, bem alto, um pouco de lado, sem molestar. É possível que não se tivesse percebido, pois, foi lançar as suas bombas sobre as baterias de Morungaba. Porém se os viu, não deu a honra dos seus cumprimentos”. (Vitória, ou Derrota?, Dilermando de Assis). A Fazenda Morungaba (ou Morungava) em 1932 era utilizada como quartel e alojamento das tropas ali estacionadas. Na tarde de 17, o tenente João Sylvio Hoeltz sobrevoa as posições federais em Morungava, bombardeando sem êxito a artilharia governista. “Um avião vermelhinho, que afirmavam ser de um particular e por ele dirigido, vinha observando o inimigo em frequentes incursões, num trabalho incessante. Mesmo à noite voava, e os de baixo espiavam comovidos, aquela luz vermelha, pequena e mortiça, passeando na noite fria e clara, a mais alta sentinela de São Paulo nos Itararés.” (CAMARGO. A Epopeia). A pugna que abrange a revolução em toda a extensa zona do Destacamento do Exército do Sul que era constituído por diversos Destacamentos, tais como: Boanerges, Marcelino, Plaisant, Dorneles, Silva Júnior, Saião, Melo, Teles Ferreira, Aimberé, João Francisco e outros, após os ataques em embates desferidos nos dias 17 e 18 de julho para a conquista de Itararé, que levaram as forças rebeladas a abandonarem aquelas já lendárias organizações defensivas, rumando, de um só arranco, para Faxina (Itapeva),
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sucederam em importantes ações de lutas durante o tempo, contra Buri, Ribeira, Ribeirão Branco, Aracassú, Pinhal, Capão Bonito, Salto Grande, Ribeirópolis, (Taguaí); Cerrado, Taquaral Abaixo, e outras que terão menor retumbância, com a intercorrência de alguns episódios empolgantes, que prossegue em episódios da Campanha entre os quais reponta a mortificante retirada dos defensores de Apiaí por Iporanga e Xiririca, hoje Eldorado, até as razões que ao final induziram o Governo paulista a solicitar o armistício , e o término da sedição. (ASSIS. Vitória, ou Derrota?). O principal espaço territorial ocupado como front de combate se alonga de Itararé à Vitorino Carmilo; de Iporanga à Avaré, e as principais frentes de combates, nas localidades de Itararé, Faxina (Itapeva), Buri, Itaberá, Ribeirão Vermelho, Itaporanga; Caputera, Guari (Itaí), Capela da Ribeira, Apiaí, Guapiara, Capão Bonito, Itaporanga, Jacarezinho, Carlópolis e Cambará.
Combatentes paulistas em Itararé. Foto de Claro Gustavo Jansson, de julho de 1932.
Integrantes do Batalhão 14 de Julho, em Itapetininga formado por acadêmicos da USP e Universidade Mackenzie, que lutaram na Frente Sul.
O 9º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública embarca para o Sul do Estado em 12 de julho, tomando parte nos diversos combates travados no setor Itararé-Itaporanga, onde perde o soldado nº 95 da 1ª Cia., Francisco
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Floriano Rodrigues, morto instantaneamente por tiro de fuzil. Era nascido em Capão Bonito, SP, em 10 de junho de 1905 e filho do Sr. Vicente Souto Rodrigues e da Sra. Amélia Floriano Rodrigues, era casado com Dª Divina Leme Rodrigues e tinha uma filhinha de nome Albertina. (Cruzes Paulistas. São Paulo: Empresa Gráfica Revista dos Tribunais, 1936, p.180).
No Setor Norte, em Cachoeira Paulista, aviões governistas bombardeiam demoradamente as posições mantidas pelo 4º R.I. de Quitaúna. Foi a primeira utilização efetiva (em 1930 houvera um ensaio sobre Sengés, no Paraná), no país, da arma aérea contra posições de tropas terrestres. Um segundo voo, sobre a periferia da cidade, terá sido destinado a causar desgaste psicológico na população e na tropa. (A Revolução de 32, de Hernâni Donato). Marcha e recuo: Formado o Batalhão Universitário Paulista em São Paulo, em 14 de julho segue com destino ao Setor Sul, agora recebendo a denominação de Batalhão “14 de Julho”, onde chega no dia 15, às 8h30 da manhã, tomando parte nos combates de Itararé, nas jornadas de 15 a 18 do mês. Guarnecem a cidade o “14 de Julho”, o 8º Batalhão da Força Pública com sede em Itapetininga e dois esquadrões da Cavalaria. Pelas 16 horas de 18, recebem ordem transmitida de retirada. Destacado em Ubatuba no serviço de policiamento daquela cidade, José Moreira, Cabo da 4ª Cia. do 6º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, recebeu ordens de reunir-se ao seu Batalhão para a luta. Não pode, porém, combater por muitos dias. Ainda em águas de Ubatuba, a 16 de julho, quando viajava de canoa, esta virou e ele afogou-se. Seu corpo, retirado do mar, está sepultado no Cemitério de Ubatuba. Casado, com 35 anos de idade, nasceu em Alagoinha, Estado da Bahia. José era filho do Sr. Antônio Moreira e da Sra. Maria Moreira. (Cruzes Paulistas, p.286). Neste sábado, 16 de julho, às 17 horas, uma explosão assusta os paulistanos; explode o Quartel da Força Pública no bairro da Luz; o incêndio acabou destruindo o quartel do comando geral da Força Pública paulista. Em 17 de julho parte o primeiro contingente da cidade de Presidente Prudente para as linhas de frente, constituído por reservistas do Exército e da Força Pública, juntamente com os Atiradores do 363 e adesistas, onde combateram na região do Vale do Paraíba e em Eleutério. Na sequência, o Batalhão Constitucionalista segue para as frentes de combates na região de Ourinhos e divisas com o Paraná, que contava também com o Batalhão Patriotas de Avaré, Batalhão de Jaú, e Batalhão de voluntários de Bernardino de Campos. Na partida dos Batalhões de Prudente, o padre José Maria Martinez Sarrion, da Paróquia de São Sebastião, dirigia as bênçãos aos voluntários, aclamados sempre com palmas dos conterrâneos e acompanhados com os acordes vibrantes da Banda Musical local.
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O jornal Tribuna Popular de Itapetininga, desta data 17/7, traz esta triste ocorrência, registrada na cidade: “O menino José, de 10 anos, filho do sr. Luiz Costa, maquinista da estrada de ferro, e de sua esposa d. Hermínia Costa, foi no dia 16, vítima de um desastre que lhe causou a morte. Quando soldados de um regimento de cavalaria que aqui desembarcou conduziam seus animais ao ribeirão para que bebessem água, consentiram que alguns meninos fossem montados nos mesmos. Ao passarem pela residência do referido menino, este também montou em pelo um dos cavalos que, não sendo bem manso, disparou e jogou ao chão o menino, que teve morte instantânea. José era aluno do 3º ano do grupo escolar e, pelo seu bom comportamento, estimado de todos que o conheciam”. Na mesma Tribuna, desta data, dia seguinte ao ocorrido sai publicado o seguinte agradecimento: “Luiz Costa e Senhora. Agradecem de todo coração o generoso e caritativo conforto que lhes foi dispensado pelos seus amigos e colegas que acompanharam até a última morada o corpo do seu idolatrado e inesquecível filhinho José, vítima do acidente verificado no dia 16 deste mês, na Avenida Domingos José Vieira”. Apesar de sua idade que o poderia isentar de grandes sacrifícios, Adão Costa Mendes foi dos primeiros a se apresentar como soldado do Exército Constitucionalista, tendo feito parte de um dos Batalhões enviados ao Setor Sul, em Itapetininga. Morreu, nessa cidade, no dia 18 de julho, acometido de um colapso cardíaco. Seus dados biográficos são deficientes. Sabe-se apenas, que era casado e que contava com 40 anos de idade. (Cruzes Paulistas, p.37). A 18 de julho em Itararé, diante da superioridade do inimigo, as tropas paulistas efetuam uma retirada sem combate. A seguir, em Faxina, nova derrota, a insurreição que pretendia tomar o governo da República começa a sentir a diferença entre a pretensão e o poder. Desembarcam em 19 de julho na estação de Faxina (Itapeva), os integrantes no “14 de Julho” em retirada de Itararé. 20 de julho – Nesta data, em Pouso Alegre, no estado de Minas Gerais, o Batalhão “Pais Leme”, núcleo principal da limitada penetração paulista em território mineiro, nos primeiros e entusiasmados momentos da guerra constitucional, mais à busca de adesões do que de posições estratégicas, é envolvido por contingente numericamente superior e com dobrado poder de fogo. Os constitucionalistas perdem seu comandante, Fernando Sales, mais quatorze soldados, e recuam. O bispo da cidade recolheu os mortos paulistas deixados no terreno, identificou-os e deu-lhes sepultura. (DONATO: A Revolução de 32). O jornal Tribuna Popular de Itapetininga, publica na edição do dia 21/7, o texto que segue: “Tendo a Força Pública do Estado, partido para o campo da honra, em defesa da ordem, justiça e liberdade do Brasil, organizouse nesta cidade a Guarda Municipal, cuja finalidade é garantir a tranquilidade pública. Formada em caráter de emergência e em sentido militar, têm os
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seus componentes revelado um verdadeiro patriotismo, desprezando os próprios interesses para ocorrerem ao toque de reunir. Homens que, aspirando uma pátria livre, aonde impere a lei, aonde o direito sagrado do povo seja respeitado; almejando para este imenso Brasil um futuro grandioso, que virá patentear a superioridade duma raça, permanecem no mais elevado sentimento de civismo, montando guarda à Cadeia, com o fuzil em punho. Se não fossem esses exemplos dignificantes que vêm pôr a salvo a conduta dos velhos itapetininganos, por certo estaria reinante a intranquilidade e a desordem em nossa terra. É, pois, digno de elogios esse pugilo de homens, à frente do qual se encontra o estimado cidadão Cel. Pedro Dias Baptista que demonstra bem o perfeito conhecimento da causa abraçada por São Paulo que é a do Brasil unido e indissolúvel, cumprindo cada um com o seu dever. Itap. 19.7.32 a) S.S.L.F.”. Voluntário dos primeiros dias, Affonso de Souza Guimarães combateu no Setor Sul de operações durante a primeira parte da campanha. Atacado de grave enfermidade, recolheu-se a Capital para tratar-se. Um ano e meio lutou contra a moléstia que, afinal, o venceu em 24 de dezembro de 1933. Foi sepultado no cemitério da Freguesia do Ó. Nascido em 8 de dezembro de 1886, em Campinas, era filho do sr. Alexandre Pacheco da Silva Guimarães e de Dª Alzira Ortiz de Camargo Guimarães. Irmão, de Dª Maria, casada com Paschoal de Lucca; e Dª Ricardina Guimarães Reis, viúva. (Cruzes Paulistas, p.40). Sargento reservista da Força Pública, veterano da Revolução de 24, durante a qual recebeu graves ferimentos em combates travados no Cambuci, incorporou-se à Legião Negra, Anacleto Fernandes, alcançando ser comissionado no posto de capitão. Operando com a sua tropa no Setor Sul, ali tombou valentemente. Seu corpo foi sepultado em Santos, onde ele residia. (Cruzes Paulistas, p.60).
Ribeira, 20 – O comandante Azarias Silva, comunicou ontem ao quartel da Luz: “Estou em Ribeira, assumi o comando da tropa. Situação boa. Ontem, 200 adversários aproximadamente, inquietaram as nossas tropas, das 13 às 18 horas e meia. Foram repelidos. Nada conseguiram. Tivemos um ferido no pulso. Os adversários cerca de 40 praças e um oficial ferido que transportaram para a retaguarda de suas linhas, em caminhão. Segundo informação de um aprisionado, o efetivo dos adversários é de 900 homens da polícia do Paraná, Exército, cavalaria, infantaria, metralhadora e duas peças de montanha. Nada nos falta, homens, armamento, víveres, e sobretudo formidável entusiasmo”. O dr. Durval de Góes Monteiro, delegado de polícia de Agudos e irmão do general Góes Monteiro, que comanda as forças contra São Paulo dirigiu-lhe o seguinte telegrama, em data de 20: “General Góes Monteiro - onde estiver. – Não acredito que a espada de ouro oferecida pelos nobres descendentes de Rosa da Fonseca se volte contra São Paulo, que nada mais quer que o
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regime da Lei. Alagoas a nossa terra querida, que guarda os ossos de nosso querido pai, vive governada por um tenente afilhado do Juarez Távora. Não desembainhe a tua espada de ouro de Alagoas em favor dos indignos. Lembrate que fizeste a situação de São Paulo. Lembra-te de que o “Três de Outubro” foi sempre teu inimigo. Lembra-te de que Alagoas na igreja de São Benedito, repousam os restos de nosso pai. É preferível quebrar a espada a ser indigno do ideal do Brasil”. As informações que chegaram esta manhã da fronte do Paraná atestam que depois da formidável derrota que as tropas constitucionalistas infligiram às ditatoriais, estas recuaram bastante. Os aviões paulistas, evoluindo sobre o campo adversário, tiveram oportunidade de verificar grande desordem nas suas fileiras. Durante o combate de que se saiu vitoriosos, todas as tropas constitucionalistas portaram-se com extraordinária bravura. Manda a justiça, que se faça uma menção especial ao Batalhão de Voluntários “14 de Julho”, que se portou com muito denodo, provocando da parte do comandante geral das tropas, o coronel Taborda, rasgados elogios. Em 21 de julho na Ribeira, mais precisamente na Capela da Ribeira, vale do Ribeira, setor de Apiaí, uma ação foi iniciada com ataque frontal pelos fuzileiros navais contra a linha paulista. As duas partes reclamaram a vitória. Em 21 de julho desembarca em Faxina, hoje Itapeva, o Batalhão “Borba Gato”, sob o comando de Hernani de Oliveira, que contava com 670 voluntários, divididos em 4 Cias. com oficiais da Força Pública. Contando com as 1ª e 4ª Cias, enquanto a 2ª e 3ª Cia. permaneciam em Itapetininga para o policiamento da cidade e seu Campo de Aviação. Às 11 horas da noite acontece a retirada das tropas paulistas de Faxina, sem efetuar um tiro e nem sombra do inimigo. Deixando São Paulo a 11 de julho, rumo à frente de Itararé, Laurindo Augusto de Souza, em pouco era promovido a 2º tenente pela bravura demonstrada na luta. Dez dias depois, porém, a 21 de julho, morreu durante difícil entrechoque, sendo seu corpo levado para Itapetininga e ali sepultado. Laurindo Augusto era baiano, nascido em Bom Jesus da Lapa, em 1902, filho do Sr. João Antônio de Souza e da Sra. Sebastiana Ferreira. Solteiro, era militar disciplinado e correto. (Cruzes Paulistas, p.306). O Batalhão “Floriano Peixoto” não foi dos mais felizes da Revolução, pois que teve todo o seu esforço, logo no início, cercado por manobras infelizes que o levaram a cair quase totalmente prisioneiro das tropas ditatoriais. Orlando de Moraes Feria fora incorporado ao “Floriano Peixoto” e com ele seguira para o Setor Sul. Demonstrando em todas as suas atitudes ser um valente e um forte, Orlando foi logo destacado para uma patrulha de reconhecimento que deixou as trincheiras amigas, dia 21 de julho, não mais voltando. Caiu no cumprimento de sua missão. Nascido em Jaú, aos 24 de julho de 1908, era filho do Sr. Francisco Feria e da Sra. Eponina de Moraes Feria. Tinha um irmão chamado Armando Feria. (Cruzes Paulistas, p.369). Pertencente ao 9º Batalhão de Caçadores Paulista, da Força Pública,
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José Novaes, era comandado pelo major Genésio de Castro e Silva. Morreu no dia 21 de julho, num desastre ocorrido na estrada Piraju-Itaí. Quando seguia para a frente de combate, o caminhão que o conduzia virou, ficando José Novaes com o tórax esmagado. Contava com vinte e cinco anos de idade e era natural do Estado de Pernambuco. (Cruzes Paulistas, p.286). Embarca para a capital nesta data de 21 de julho, o primeiro regimento de combatentes da cidade de Jaú, contando com 202 homens composto de reservistas de 1ª e 2ª categoria. Logo mais seguiriam mais voluntários dessa cidade, elevando o número para mais de 400 voluntários. O sr. Prefeito Municipal de Itapetininga recebeu, em 21/7, o seguinte telegrama: “Transmitindo a essa comissão as seguintes ordens do Q.G. das Forças Constitucionalistas: Voluntários não reservistas aguardarão ordens de embarque nessa localidade, fazendo exercícios pela manhã e à tarde os reservistas de 1ª e 2ª categoria deverão embarcar para esta capital avisando previamente esta comissão. Pela comissão: a) Luiz Delemono Junior, Luiz Piza Sobrinho. Boletim distribuído pelo sr. Prefeito municipal ao povo desta cidade: “Tendo, neste instante, conversado pelo “seletivo” da Estrada de Ferro, com o valoroso Ten. Cel. Pedro de Moraes Pinto, o prefeito da cidade cumpre o gratíssimo dever de avisar ao povo que a situação dos nossos heroicos soldados é de absoluta confiança na vitória que abraçamos, não havendo razão, portanto, para receios infundados. O movimento de tropas que ora se observa, justamente para que, mais rapidamente, nos sorria a vitória da Lei.! Viva São Paulo! Viva o Brasil constitucional! Itapetinininga, 22/7/1932. Antônio de Souza Mello, prefeito municipal. Em 22 de julho os retirantes constitucionalistas chegam a Itapetininga, onde permanecem aguardando ordens, e por três dias, alojados na Escola Normal, localizada na Praça Peixoto Gomide, um dos QG das operações do Setor Sul.
Foto cedida pelo Acervo do Centro Cultural e Histórico de Itapetininga
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Faxina cai em 22 de julho nas mãos dos ditatoriais. Nessa data o vigário de Capão Bonito, padre Antônio Brunetti, apresentou-se ao Arcebispo Dom Duarte para ser capelão na zona de Ribeira, sendo substituído pelo padre Horácio Lembo. Dom Aguirre realiza visita na Santa Casa de Sorocaba aos 22 doentes vindos do campo de luta, sendo 11 feridos. Falece no Guarujá Santos Dumont. Em 22 de julho, em Cachoeira Paulista, no Frente Norte, aviões governistas alvejam a ponte sobre o rio Paraíba, numa tentativa de destruí-la, na tentativa de seccionar as forças paulistas no Vale do Paraíba. O Coronel Júlio Marcondes Salgado, Comandante da Força Pública divulga uma Proclamação aos Paulistas, de apoio integral à Revolução. Porém, vitimado por um acidente na data de 23 de julho, foi substituído pelo Coronel Herculano de Carvalho e Silva. O voluntário Clineu Braga de Magalhães, do Batalhão “14 de Julho”, descreve em seu Diário de Campanha, em 22 de julho de 1932, o que segue: ”Às 8 horas chegamos a Itapetininga, aí encontramos, na estação com numerosos Batalhões de voluntários recém-chegados de São Paulo, o Borba Gato, o Floriano Peixoto, uma bateria de artilharia de Jundiaí, onde estão vários alunos do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, colegas da Escola Politécnica, com 4 canhões 75 mm etc. Vamos ter descanso. Pudemos almoçar fora graças ao Ruy Fonseca, conseguimos tomar um magnífico banho de chuveiro. Passamos o dia à vontade, descansando, comendo, passeando nesta bela cidade, cuja população é amabilíssima. Recebi cartas e presentes de casa. Tivemos notícia do magnífico triunfo das forças do vale do Paraíba, no Túnel. Estamos bem dispostos e prontos para a luta. Quanto a nossa situação, encadeando informações, observações, boatos e hipóteses, cheguei ao seguinte: vamos ter um novo Marne. Temos forças em Ribeira e Ourinhos para fechar a retaguarda dos paranaenses; em Avaré, Apiaí, Capão Bonito, para atacar pelos flancos e em Itapetininga para a vanguarda. O General Klinger hoje aqui esteve observando as nossas posições. Há entusiasmo vibrante. Depois de um ótimo jantar, dormi bem tranquilo.” Dia 23 de julho em Santos, aviões governistas bombardeiam o forte de Itaipu, derrubando trecho do muro exterior. É assente que este bombardeio e os vários anteriores voos de inquietação tenham contribuído para levar Santos Dumont a procurar a morte, desgostoso com o uso destruidor dado ao seu invento. Nessa mesma data em São Paulo, os HL, “vermelhinhos”, atingem a cidade e lançam bombas sobre o Campo de Marte, centro operacional da aviação paulista, QG da aviação constitucionalista. Uma das bombas explode nas proximidades do Clube Espéria, repleto de mulheres e crianças. Consternação e medo entre a população civil. (A Revolução de 32, de Hernâni Donato Ed. dos 50 anos, 1982).
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O dia 23 de julho marca o falecimento do bravo coronel Júlio Marcondes Salgado, comandante da Força Pública de São Paulo. Durante um teste, na região de Santo Amaro, com um novo morteiro projetado pelos engenheiros da Escola Politécnica, aconteceu um acidente que matou o coronel Júlio Marcondes Salgado e também o major da corporação, José Marcelino da Fonseca. Foi então posteriormente substituído o comando pelo tenente coronel Herculano de Carvalho e Silva. Capitão de curso, estudioso e capaz, José Marcelino da Fonseca era professor do Centro de Instrução Militar, que é a escola de oficiais da Força Pública. Dedicado à sua profissão, estudava-a em todos os detalhes, especializando-se em conhecimentos sobre as armas de guerra. Iniciada a Revolução Constitucionalista, conhecedor da deficiência de material com que contávamos, projetou um novo tipo de morteiro, para lançamento de granadas de pequeno tamanho, mas de grande valor ofensivo. O novo canhãozinho, que recebeu o nome de Bombarda, foi construído logo. Fizeram-se as primeiras experiências com bons resultados. Os “sapinhos”, como mais tarde foi o invento batizado pelos combatentes por causa do ruído que fazia a granada quando projetada, foram preparados para a experiência oficial, marcada para o dia 23 de julho, sábado, pela manhã, em Santo Amaro. A ela compareceram o general Klinger, comandante em chefe das Forças Constitucionalistas, o coronel Júlio Marcondes Salgado, comandante geral da Força Pública, diversos oficiais do Exército e da Força e autoridades civis. Dados diversos disparos com êxito, tudo ia muito bem quando uma granada explodiu dentro do morteiro, rompendo-o e lançando seus estilhaços por todos os lados. O comandante Marcondes Salgado, ferido na carótida, morreu no mesmo instante. O general Klinger, atingido no braço, ficou levemente ferido. Outros oficiais receberam ferimentos superficiais. O capitão José Marcelino da Fonseca, inventor da Bombarda, recebeu ferimentos gravíssimos, atingido que foi em diversas partes do corpo pelos estilhaços. Hospitalizado e socorrido imediatamente, não resistiu, falecendo pouco depois, vítima de sua própria invenção. Mineiro de Santa Rita de Cássia, nasceu a 22 de dezembro de 1890, filho do Sr. Marcelino Pereira da Fonseca. Há muito ingressara na Força Pública, onde conquistara o posto à custa de esforço e dedicação. Casado, deixou muitos filhos, hoje órfãos de pai e mãe, pois que sua viúva faleceu três anos depois, em 1935. (Cruzes Paulistas, p.280/281). Em data de 24 de julho, o dr. Delegado Regional de Polícia de Itapetininga, recebeu o seguinte telegrama da capital: “Vitimas desastre, proximidades Santo Amaro faleceram ontem pela manhã, Coronel Júlio Marcondes Salgado e Capitão José Marcelino Fonseca. Notícia dolorosa para todos, provocou grandes manifestações pesar. Coronel Herculano Carvalho Silva assumirá hoje Comando Geral Força Pública Estadual. Voou sobre Capital esquadrilha ditadura preocupada atirar instalações Campo Marte. Não conseguindo objetivo regressou logo. Entusiasmo povo continua sem esmorecimento tanto Capital como Interior, sendo animadoras notícias diversos setores forças constitucionalistas que ontem não registraram combates. Rogo publicidade. Pela Comissão. (a) Fernando Costa”.
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Nas suas primeiras horas, a revolução perdeu um dos mais esperançosos militares, o coronel da F.P. Marcondes Salgado, vítima da explosão de tubolança granadas então sendo experimentado. Promovido post-mortem a general, foi objeto de homenagens de todos os paulistas. Botucatu emitiu o ato municipal número 405, de 29 de julho, mudando o nome da Rua 5 de Abril para Rua General Salgado. Aviso do Ilmo. Sr. Ramiro Musa Soares, DD. Comandante da Guarda Municipal de Itapetininga. Esta Delegacia Regional de Polícia, no intuito de dar um descanso aos dignos membros da Guarda Municipal local, como prêmio aos inestimáveis serviços que a mesma vêm prestando, solicitou e obteve de um dos batalhões em trânsito por esta cidade, uma diligência de algumas praças, para dar guarda à Cadeia Pública e outros serviços. Elogiando a disciplina e boa vontade de todos os Guardas Municipais, bem como a eficiência e ótima direção dada aos mesmos por V.S., faço sentir, entretanto, que o aludido descanso é em caráter provisório. O Delegado Regional. Raul Valentim de Queiroz. Notas da Tribuna Popular: - Estradas de Rodagem – Para melhor atender as necessidades do momento, a Diretoria das Estradas de Rodagem pôs em execução um plano de conservação e melhoramentos das estradas estaduais e municipais, principalmente nas zonas limítrofes do Estado. Nesta zona foi adotada a seguinte organização: Setor São Paulo -ItapetiningaPiraju: Engenheiro residente, Clodomiro Ferro Vale; encarregados de postos: Engenheiros N. G. Fabrício de Barros, Sorocaba; Vicente N. Barcellos Junior, Bom Sucesso; Jorge W. da Cunha Lima, Itaporanga; sr. Azarias Eugênio da Silva, Piraju; sr. Silvio Wernek, Avaré. Setor Itapetininga-Ribeira: Engenheiro residente, Péricles de Ávila Mendes; encarregado de postos: Engenheiros José Alves Feitosa, Faxina; sr. Raphael Gemignani, Itapetininga; sr. Antônio Dutra Filho, Apiahy. – Força Pública – Por Decreto de 23 o Tenente Coronel Herculano de Carvalho e Silva foi promovido ao posto de Coronel e nomeado Comandante da Força Pública do Estado. - Santos Dumont – No dia 23, em Guarujá, onde se achava enfermo, faleceu o grande brasileiro Alberto Santos Dumont. “São Paulo levantou-se. Agora a Ditadura jamais pode tolher seus passos de Gigante. / Tua causa é justa, é nobre, é santa, é pura. O berço dos heróis, Terra de Bandeirante”. Itapetininga, 24 de julho de 1932. Benjamin C. Neto (Do Batalhão Borba Gato). Do jornal Folha da Manhã de 24 de julho: Já está sendo desvendado convenientemente o caso de Itararé, onde as tropas constitucionalistas mais uma vez provaram o valor insuperável dos paulistas, rechaçando as hostes inimigas que debandaram depois de ter sofrido enormes perdas. As balelas transmitidas pelas estações de rádio a serviço da ditadura foram desfeitas sem tardança pelos próprios combatentes do setor Itararé que lá se encontram preparados e
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animadíssimos. Itararé não caiu em poder dos ditatoriais. O formidável baluarte paulista resistiu, graças ao valor dos soldados constitucionalistas. O que houve foi uma sórdida traição que, por um triz, deixou de surtir os efeitos desejados pelos que se venderam ao inimigo. E a traição de elementos outubristas receberá em breve o castigo merecido, para que a punição severa sirva de exemplo a todos os que, fingindo-se constitucionalistas, tramam na sombra. Já muitas pessoas foram presas e chegam a esta capital, devidamente escoltadas. O dr. Leite de Barros, do Gabinete de Investigações, por determinação do sr. Chefe de polícia, acha-se naquela zona, presidindo a uma severa sindicância que está apurando a responsabilidade dos traidores, cujos planos delituosos não surtiram efeito. A sindicância deverá ser concluída por estes dias”. Os “Bônus Pró Constituição”. Comunicado da Secretaria da fazenda publicado em 24 de julho: “Os bônus de emissão de emergência autorizada pelo Decreto nº 5.585, de 14 deste mês, exclusivamente para suprir as disponibilidades dos bancos junto ao Banco do Brasil, têm poder liberatório e são de curso forçado, dentro do território do Estado durante o prazo de 90 dias. Em caso de recusa de aceitação dos mesmos, deverá o fato ser trazido ao conhecimento do governo, por intermédio da Secretaria da Fazenda, para as providências adequadas”. Foi removido de Cananeia para Itaporanga o delegado de polícia dr. Mario Ribeiro da Silva. O dr. Emiliano Pompeu foi dispensado do cargo de delegado de polícia em comissão do município de Itaporanga. Delegados técnicos - Foram nomeados delegados técnicos para as seguintes prefeituras: Itapetininga, o engenheiro Major Sérvulo Pacheco Silva; Apiahy, o engenheiro Major Alberto Aguiar Moraes; Faxina, o engenheiro Major Zózimo Bittencourt de Abreu. Delegados Técnicos: Informa a Comissão Inspetora das Delegacias Técnicas Municipais, que foram nomeados delegados técnicos para as seguintes localidades os srs.: Itapetininga- Major Sérvulo Pacheco e Silva; auxiliares, Vicente de Almeida Sampaio Primo, Luiz Carlos Berrini e Octávio Lotufo. Faxina- Major Cincinato Sales de Abreu. Itararé- Major João França Pinto; auxiliares, Augusto F. Velloso e Paulo Campelo. Apiahy- Major Alberto de Aguiar Moraes; auxiliares, Francisco Granado Ortega, José Rodrigues de Lima e João Cardoso de Almeida. Voluntários Itapetininganos. Já montam a 80 mais ou menos os reservistas itapetininganos que se incorporaram às fileiras constitucionalistas. Ontem seguiram para São Paulo mais os seguintes: Castorino de Almeida, Adamastor Dias de Carvalho, Eurico Bertoni, Pedro Hygino, José Matarazzo e Salustiano Leite. Seguiram ontem, 23/7, para São Paulo, mais voluntários itapetininganos, chefiados pelos distintos moços Benjamim Reginato e Alberto Rovai, a fim
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de se apresentarem à comissão encarregada do respectivo alistamento, os seguintes reservistas: Auto de Lacerda, Alcides Rocha, Antônio Larizatti, Alberto Rovai, Benjamim Reginato, João Monteiro de Carvalho, João Manoel da Costa, Roque Aires de Oliveira, Olegário Terra. Aviso do jornal “Tribuna Popular” de Itapetininga: “O nosso stock de papel está a esgotar-se e devido às dificuldades consequentes dos últimos acontecimentos é impossível adquirir outro, por isso, e para que a cidade não fique dentro de poucos dias sem jornal, resolvemos dar a nossa folha apenas com duas páginas, até que as coisas se normalizem, o que esperamos, seja dentro de pouco tempo. Pela manhã de 25, os voluntários do Batalhão 14 de Julho, partem em caminhões que levam a 1ª e 2ª Cia. para Capão Bonito, visando as trincheiras, para as manobras ofensivas. Seguindo a 3ª Cia. por via férrea para Buri, para a manobra defensiva. Do QG de Itapetininga para Capão Bonito, estrada de terra, e de Itapetininga para Buri, por via férrea. “O 14 de Julho utilizava-se do suntuoso casarão localizado na Quintino Bocayuva, para suas reuniões e ali, traçavam-se os planos de combate”. Em 25 e 26 de julho o Batalhão 14 de Julho participa dos combates em Buri. Nessa data de 25 de julho durante à tarde, o TB1, o Trem Blindado nº 1, dos constitucionalistas, faz sua estreia em batismo de fogo no Combate de Buri, em direção a Estação de Rondinha. José Cândido de Oliveira, Sargento do 4º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública; chegado à linha de frente a 18 de julho, no dia 25 foi morto a tiros de fuzil, foi sepultado no Cemitério velho de Buri. Veterano da Campanha de 1924 com os revolucionários do general Isidoro Dias Lopes, foi nessa ocasião ferido no peito, no combate de Guaiauna. Excluído da Força em virtude desse ferimento e da sua atuação, foi reincluído em 1931. Tinha 35 anos de idade. Era paulistano, filho do Sr. José Cândido de Oliveira Netto e da Sra. Florisbella Borba de Oliveira e irmão de João Cândido de Oliveira. Casado com a Sra. Emília Souza Oliveira, deixou os filhos Odette, Noxley, José e Florisbella. (Cruzes Paulistas, p.261). Anspeçada* do 6º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, Levy da Silva partiu para o Setor Sul a 11 de julho com o seu batalhão. Durante as operações levadas a efeito em Buri tombou ele valentemente em combate. Seus restos, porém, não foram encontrados, presumindo-se terem sido sepultados pelas próprias forças adversárias. Levy era fluminense, nascido em Santa Anna dos Tocos, em 1906, filho do Sr. Fidelis da Silva e de
* ANSPEÇADA = Hierarquia militar. Antigo posto militar acima de soldado e sob as ordens do cabo. 90
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Dª Benedita Maria Conceição. Solteiro, dedicava-se à sua profissão de militar com devotamento, motivo por que a sua fé de ofício é das mais elogiosas. (Cruzes Paulistas, p.310).
25/7 Partem nesta data, no trem noturno, os voluntários rio-pardenses, seguindo para São Paulo, integrando-se aos Batalhões da Justiça, no III Batalhão do 5º R.I. e na 6ª Cia. de Granadeiros, que seguem para as trincheiras nas frentes de combates. À 26 de julho, em Buri, a defesa que o chefe constitucionalista Brasílio Taborda opunha ao avanço dos muitos mais numerosos federais do general Valdomiro Castilho de Lima atinge seu ponto crítico: frustrada a marcha de flanco pretendida para inviabilizar o avanço inimigo, os paulistas recuam para Victorino Carmilo. Nessa jornada o trem blindado fez a sua apresentação, apoiando a defesa e causando elevado número de baixas entre os inexpertos adversários. Em 26 nossas forças perdem Buri, enquanto fazem muitas vítimas entre os ditatoriais. (A Revolução de 32, de Hernâni Donato). Em 26 do mês de julho morre em Buri, o sargento Francisco Monteiro, da 2ª Companhia do Batalhão “Floriano Peixoto”, Voluntários; durante uma escaramuça em que se viu cercado pelas forças contrárias. Foi sepultado no próprio campo. Francisco, mineiro, filho de Ouro Preto, onde nasceu aos 26 de dezembro de 1891, era tintureiro de profissão e tinha tomado parte anteriormente, na Revolução de 1930. Filho de Salviano Monteiro e de Maria Monteiro, e casado com Francisca de Almeida Monteiro, deixou dois filhos: Sandoval e Gertrudes Monteiro. (Cruzes Paulistas, p.182). Joaquim Heléne, praça do 10º Regimento de Cavalaria Independente, com sede em Bela Vista, Mato Grosso, veio também defender a causa que São Paulo abraçara. Seguiu para o Setor Sul integrado na bateria de artilharia chefiada pelo capitão Mendonça, operando ativamente no setor de Buri. No dia 26 de julho, morreu no seu posto, atingido por tiro de fuzil. Foi sepultado no Cemitério de Buri. Nascido em São Manoel, em 15 de janeiro de 1907, filho do Sr. Carlos Heléne e da Sra. Amélia Pereira Heléne, era solteiro e deixou os irmãos Maria, Afonso, José, Manoel e Antônia Heléne. (Cruzes Paulistas, pp.236/237).
Waldemar Urbani foi outro soldado do fogo dos tempos da paz vítima da guerra de 32. Pertencia a 1ª Cia. do Corpo de Bombeiros e seguiu para o Setor Sul ao estalar da Revolução Constitucionalista. Morreu no dia 26 de julho, atingido no ventre por tiro de fuzil. Não se sabe ao certo onde foi sepultado. Nasceu na capital de São Paulo, no dia 8 de julho de 1909, filho do Sr. Ernesto Urbani e da Sra. Gilda Cesarini Urbani. Deixou os irmãos Yolanda, casada com o Sr. Pedro Sanches; Belmiro, Augusta, Lydia, Onice e Ernesto Urbani. (Cruzes Paulistas, p.438).
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Aluno do Curso de Oficiais da Força Pública, Ruytemberg Rocha, partiu para o Setor Sul, como capitão, logo no começo da campanha. Em Buri, dia 26 de julho, quando em combate, recebeu um tiro na cabeça, morrendo instantaneamente. Foi sepultado no Cemitério velho de Buri. Esse combate, um dos mais duros daquela frente, durara nada menos que dezesseis horas. Em 3 de abril de 2009, a Sociedade Veteranos de 32 – MMDC e a Academia Militar do Barro Branco fundaram o Núcleo MMDC Cadete Ruytemberg Rocha, instituiu condecorações intituladas em seu nome, segundo o Decreto Estadual nº 54.629, de 3 de agosto do mesmo ano. Já em 9 de julho de 2012, nos oitenta anos da Revolução Constitucionalista, a Academia de Polícia Militar do Barro Branco, a Sociedade Veteranos de 32 – MMDC e a Prefeitura Municipal de Buri o homenagearam com a inauguração do monumento que leva o seu nome. Ruytemberg Rocha é também patrono do Centro Acadêmico XV de Dezembro da Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Nasceu no dia 19 de janeiro de 1908 em São João da Bocaina, filho do Sr. Ozório Rocha e a Sra. Julieta Simões Rocha. Era solteiro e irmão de José Euriderval, Olinda, Ladidopeia e Sérvio. (Cruzes Paulistas, p.409). “Ruytemberg Simões da Rocha, em lances de entusiasmo e desmesurada bravura, defendendo ardorosamente a causa do seu Estado natal, no Setor Sul, dava aos seus companheiros os mais vivos exemplos de abnegação até seuss útimos momentos de vida”. Comunicado do Estado Maior das Forças Constitucionalistas. Dia 26 de julho, às 15 horas. Recebido às 17h30: Tropas constitucionalistas da cidade de Cunha avançam sem encontrar obstáculos para o alto da serra visando cidade Paraty. Na região do Túnel forças polícia mineira hasteando bandeira branca, passando-se nosso lado. Na frente Norte um contingente de transeuntes de soldados, tropas ditatoriais, que operavam no Estado de Minas Gerais sob o comando de um Capitão, aderiu nossa causa, declarando o comandante que o povo mineiro recusa terminantemente seu auxílio à ditadura, e, é francamente favorável causa constitucional. Nas outras frentes as operações prosseguem normalmente com vantagens para a causa constitucionalista. O ardoroso tribuno rio-grandense João Neves da Fontoura que se encontra em São Paulo comungando da causa constitucionalista falou novamente no microfone contra os desmandos da ditadura. O povo paulista está no entusiasmo vibrante trabalhando e crente vitória grande causa. (a) Fernando Costa. Sob o comando de Taborda, as tropas paulistas ainda no mês de julho conseguiram organizar às pressas a sua linha de resistência na cidade de Buri, contando ainda com a ajuda do Trem Blindado nº 1, comandado pelo 1º tenente Afonso Negrão, que contribuiu para conter o avanço das tropas federais, pois estas já adentravam pela cidade de Buri, entre 26 e 27 de julho. Como nas demais frentes, as tropas federais, em maior número e mais bem equipadas, ocupam paulatinamente as cidades de Buri e Guapiara, ameaçando sobre a capital paulista. Segundo o então capitão Joaquim Justino Alves Bastos, chefe do Estado Maior do coronel Taborda, as forças federais comandadas
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por Valdomiro de Lima totalizavam naquela frente cerca de 15 mil homens. Apesar das dificuldades iniciais com a falta de suprimentos e a coordenação das tropas, que culminou com a perda da posição da cidade de Itararé, e o recuo para Buri, os paulistas estabeleceram nessa cidade uma linha defensiva suficiente para fazer frente às tropas inimigas, tendo sido o TB-1 fundamental para tanto, pois conteve o avanço das tropas federais enquanto as tropas constitucionalistas articulavam sua linha defensiva. Sobre a atuação do trem blindado em 26 de julho na cidade de Buri, descreve-nos Fernando Penteado Médici, em seu livro Trem Blindado,1933: “Dois quilômetros e o inimigo à vista. Os homens avançavam, certos de que era um trem de mercadoria, ou de víveres, realmente como estava disfarçado, e, em posição de atirar, ajoelhavam pelos trilhos. As nossas metralhadoras picotaram os inconscientes. A primeira impressão foi dolorosa. Pungente mesmo. Presenciar umas cenas destas”. Sobre o tem blindado, lemos em Wikipédia: “O primeiro protótipo do trem blindado foi construído em Sorocaba, e consistia em uma locomotiva a vapor e um vagão, ambos blindados. No vagão, os soldados posicionavam-se em pequenas aberturas com metralhadoras Hotchkiss 7 mm modelo francês. No teto, havia duas grandes lanternas para iluminar as trincheiras inimigas à noite, utilizando a energia da própria locomotiva. Após sua primeira atuação, o TB-1 voltou para a oficina da Sorocabana para ser aprimorado e passou então a denominar-se TB-3. O sucesso da atuação do primeiro trem blindado estimulou a construção da segunda unidade, com a locomotiva nº 216, cuja denominação foi TB-2. O TB-2 e o TB-3 passaram a operar em toda a Frente Sul, principalmente na região de Buri, com patrulhas regulares pelas estações de Engenheiro Hermillo, Ligiana e Aracassú, na contenção da ofensiva das tropas federais. A partir do TB-2, os trens blindados foram padronizados para adotar um segundo vagão, em que um era à frente e outro atrás da locomotiva, equipados com metralhadoras leves Hotchkiss 7 mm, e com canhões Krupp ou Schneider de 75 mm nas duas extremidades. A blindagem era extremamente resistente, feita de peças de madeira de faveiro de alta resistência e revestidas por grossas chapas de aço. Não havia portas ou janelas, sendo a entrada por meio de um pequeno buraco no chão dos vagões e a entrada de ar e visualização externa feita por três pequenas aberturas. A comunicação entre os vagões e o maquinista era feita por meio do telefone. Havia também um calço para travar e sustentar os vagões no solo durante os tiros de canhões. A tripulação era formada por até 18 pessoas, com 15 soldados e 3 responsáveis pela operação do trem. Dado as poucas aberturas de ventilação, o calor no interior dos vagões era intenso, em que era comum os soldados atuarem somente de calças. As tropas federais quando em embate direto com esses blindados não causavam qualquer dano nos vagões, tampouco tinham como reagir seja para descarrilar o trem ou cercá-lo, pois dado a sua amplitude de fogo, o blindado conseguia varrer qualquer resistência à dezenas de metros, tanto à frente como nos flancos ou na retaguarda. Assim, jamais houve episódio de tropas federais cercarem ou mesmo descarrilarem o blindado, de modo a obrigarem a rendição da
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tripulação. Soma-se ainda o fato de as tropas federais não estarem preparadas para combater esse tipo de ataque, assim, o surgimento do blindado sempre causava pânico e debandada de soldados federais”. Foi de larga importância a utilização das oficinas da Sorocabana que disponibilizou homens e máquinas, dias e noites, para suprir os paulistas na revolução; bem como os estudos e trabalhos desenvolvidos pela Escola Politécnica de São Paulo, na criação e fabricação de vários artefatos bélicos; além da criação do SATO (Serviço de Abastecimento de Tropas em Operações). Como nas demais frentes, as tropas federais, em maior número e mais bem equipadas, ocuparam paulatinamente as cidades de Buri e Guapiara, ameaçando avanço sobre a capital paulista. Segundo o então capitão Joaquim J.A. Bastos, chefe do Estado Maior do Coronel Taborda, como já foi dito, as forças federais comandadas por Valdomiro de Lima totalizavam naquela frente cerca de 15 mil homens contra um efetivo de 5 mil soldados do Exército Constitucionalista que chegou a guarnecer mais de 600 km de extensão na fase final do conflito. Naquela região, ao longo do conflito, foram consolidados os seguintes subsetores de combate: os Destacamentos da região de Ourinhos, Presidente Prudente e Itaporanga comandados pelo coronel da Reserva da Força Pública Pedro Dias de Campos; os destacamentos da região de Buri, Campina do Monte Alegre e Capão Bonito, comandados pelo coronel da Reserva do Exército Christiano Klingelhoefer, o major da Força Pública José Anchieta Torres e o major da Força Pública Genésio de Castro e Silva; o Destacamento da região de Angatuba e Bom Sucesso (atual Paranapanema) pelo tenentecoronel de exército Milton de Freitas Almeida; e, na região mais ao sul, em Apiaí e Ribeirão Branco, com tropas comandadas pelo major da Força Pública Luís Tenório de Brito onde mais tarde, com o recuo da linha para Guapiara, foi guarnecida pelo destacamento comandado pelo tenente-coronel do Corpo de Bombeiros da Força Pública Álvaro Martins. O major Tenório de Brito posteriormente assumiu o comando de um Destacamento de ligação na região de Campina do Monte Alegre. Naquela frente de combate havia também unidades de apoio que reforçavam as defesas daqueles Destacamentos, como foi o caso da Brigada do Sul comandada pelo coronel Ataliba Leonel, que foi o único civil nomeado pelo interventor Pedro de Toledo para comandar a Brigada so Sul, que era composta de 6 mil voluntários, visitou todas as frentes de combate, animando amigos com sua atitude de homem que nunca soube o que se chamava medo. Além disso, havia tropas de cavalaria que exerciam apoio com uma atuação móvel, tendo sido a unidade mais notável o Regimento de Cavalaria do Rio
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Pardo comandado pelo capitão da Força Pública Alfredo Garcia Feijó.
(Foto do mapa, publicada na página do Exército Brasileiro)
Com a campanha iminente e os desígnios do movimento de 9 de julho irrompido, as operações militares das forças federais, foram destinadas ao Setor Sul de São Paulo, em 1932, contra as Forças Constitucionalistas, pelas tropas comandadas pelo general Valdomiro Castilho de Lima e mobilizou toda a extensa zona do Destacamento do Exército do Sul, constituído de diversos Destacamentos, tais como: Boanerges, Marcelino, Plaisant, Dorneles, Silva Junior, Saião, Melo, Teles Ferreira, Aimberé, João Francisco e outros. O episódio inicia-se com a formação de medidas militares desfechadas no estado vizinho do Paraná, imediatamente após o conhecimento da rebelião paulista e progredidas por via férrea e deslocando-se seguindo o eixo CastroJaguariaíva, e concentradas ao Sul da cidade paulista de Itararé. O avanço das tropas em direção de Itararé, tinha como objetivo estabilizar as tropas contrárias e o intuído de atingir Jaguariaíva entroncamento do ramal de Ourinhos. Iniciada com os combates de 17 e 18 de julho para a conquista de Itararé, localizada em zona estratégica e nas fronteiras dos estados, que através da pressão articulada, faz com que as forças paulistas abandonassem suas posições defensivas e rumassem para a cidade de Faxina (hoje Itapeva). Sucedem as ações de combate contra Buri, Ribeira, Ribeirão Branco, Aracassú, Pinhal, Capão Bonito, Salto Grande, Ribeirópolis (Taguaí), Cerrado, Taquaral Abaixo e outros de menor importância; com a retirada dos defensores de Apiaí por Iporanga e Xiririca (hoje Eldorado), além dos desfechos dos combates acontecidos nos outros setores do Estado, até chegar nas razões que levaram o governo de São Paulo a solicitar o armistício e o consequente término da sedição. O acontecimento importante fixa-se como um grande feito épico militar no contexto de nossa história pátria. Reportando-se ao livro “Vitória, ou Derrota?”, seu autor, o major Dilermando de Assis assim descreve: “...nada mais ambiciono do que contribuir com o meu pequeno coeficiente pessoal para que o historiador do futuro possa, com as tributações acumuladas, reconstituir toda essa pungente tragédia nacional em que, depois de tanto sangue, tanta lágrima e tanta miséria, não se ficou sabendo, afinal, de que banda estava a razão e para que combatentes sorriu a vitória. Parece-me que os fatos ulteriores
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estão demonstrando que o vencido, foi deveras, o vencedor, porque, se “a guerra é a luta entre duas vontades na qual triunfa a mais forte”, vencido deve ser o contendor que se submete à vontade do adversário” ... As notícias se alastravam: “Forças federais e estaduais de São Paulo e Mato Grosso sublevadas, ameaçam atacar a capital Federal, a fim de depor o chefe do governo provisório da República”. A ordem para Ponta Grossa era de marchar imediatamente na direção de Itararé pela via férrea, até aonde o permitir a situação afim de enviar informações sobre Jaguariaíva. A missão das forças paulistas enviadas ao Sul como não era uma missão totalmente ofensiva e sim defensiva, visando impedir a invasão de São Paulo, a detenção, ou o retardamento das tropas vindas do sul, devia fazer– se não somente em Itararé, como também em Jaguariaíva, pela importância estratégica do eixo e entroncamento ferroviário pelo ramal de Jacarezinho. Concentrou-se também na defesa deslocando as tropas para Ribeira, não procedendo igualmente com a defesa de Ourinhos, localizada em posição de grande importância estratégica. “A deslocação de grandes efetivos pela rodovia Curitiba-Ribeira teria, fatalmente, de ser morosa, pois o seu reaprovisionamento não seria fácil, mormente levando-se em conta a pobreza da região sul de Capão Bonito e as dificuldades da estrada paranaense. A posse do ramal férreo era muito mais importante, quer para cobrir a Sorocabana, quer para uma ação envolvente das forças atacantes de Itararé-Faxina-Itapetininga”. Dentro das estratégias o rumo Jaguariaíva, Itararé, Faxina (Itapeva), Rondinha, Buri, Aracassú, Ligiana; e Cerro Azul, Ribeira, Apiaí, Iporanga, Xiririca, ao norte Ribeirão Branco, Capão Bonito, convergindo para Gramadinho, Itapetininga, Sarapuí, e Taquaral Abaixo, São Miguel Arcanjo, Pilar do Sul. Um cerco de Salto Grande, Ourinhos, Ribeirão Claro, Carlópolis, Salto de Itararé, Itaporanga, Itararé, Ribeira, Apiaí, Iporanga e Xiririca. Pelo lado constitucionalista, as barreiras intransponíveis colocadas à frente e os fogos das armas automáticas impediam a sua progressão, com as tentativas ofensivas sempre repelidas prontamente. Em 26 de julho com a tomada de Buri pelos ditatoriais, conseguiram ocupar a estação seguinte de Vitorino Carmillo, 20 dias depois; só chegando ao Paranapanema que desta dista de Buri em menos de 20 quilômetros, somente a 7 de setembro.
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Comunicado dos jornais da Capital: Em 26 de julho em um dos setores da frente paranaense tivemos um vivo combate que terminou pela vitória completa das tropas constitucionalistas. Uma força vinda do Paraná atacou as nossas tropas. À princípio os nossos soldados tentaram atrair os adversários, convidando-os para aderirem à causa constitucionalista. Como o convite fosse respondido com fogo cerrado, as tropas constitucionalistas lançaramse imediatamente contra os atacantes. A impetuosidade das nossas forças e a segurança das suas manobras, fizeram com que os adversários se pusessem em fuga, internando-se no Estado do Paraná, até onde as nossas tropas os perseguiram. Os despojos materiais desse encontro foram os seguintes: 2 fuzis metralhadoras, 125 carregadores para fuzil Mauzer, 10 foices, 2 cunhotes de munição, 4 caminhões, 2 telefones, 5 caixas de gasolina, l clavinote, uma capa de comandante e um boi já churrasqueado, de que se serviram as nossas tropas. As tropas ditatoriais tiveram 12 mortos e vários feridos. Das tropas constitucionalistas só houve a perda de um homem que se extraviou. Verificaram-se naquela tropa deserções em massa, calculando o capitão Hermínio em mais de 300 o número de soldados que ali deixaram as fileiras ditatoriais. Além disso sofreram elas muitas baixas nos últimos combates. Entre os que morreram, acham-se um 2º tenente da Força do Paraná e um aspirante do Exército. Nesse Setor as tropas constitucionalistas só tiveram até agora um ferido e um extraviado. Em 27 de julho chega para reforço às trincheiras do sul, uma Cia. do 6º BCP, uma Cia. do Corpo de Bombeiros e uma Cia. do Batalhão “Legião Negra”, conhecida como Batalhão Arlindo, sob o comando do major Arlindo de Oliveira. Ribeira No relatório do tenente-coronel Azarias Silva, comandante das tropas paulistas nesse subsetor, ele faz os seguintes esclarecimentos, sobre os primeiros dias de combate: “Dia 19, cerca de 200 adversários inqueitaram nossas tropas com tiroteio ininterrupto de metralhadoras; dia 22 o adversário desencadeia formidável ataque às nossas posições utilizando canhão, inúmeras metralhadoras e fuzis metralhadoras. Foram repelidos; dia 23 novo ataque por duas vezes na tentativa de se apossar da ponte São Paulo – Paraná; dia 24, na madrugada atacam violentamente com fuzilaria e metralhadora em toda a nossa frente de combate. Não tivemos baixas e não cedemos um palmo de terreno. Ribeira continua intransponível; dia 25 o inimigo ataca fortemente as nossas posições. Mais uma vez falhou o golpe; dia 26, às 4 horas da madrugada o inimigo inicia cerrada fuzilaria às nossas posições, prolongando-se até 1 hora e cinquenta; às 2 horas reinicia o fogo que suspende 20 minutos depois. Não correspondemos a esse tiroteio com o fito de desmoralizá-los. Às 6
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horas e cinquenta minutos, uma centena de adversários descendo a encosta do monte “Corumbé”, atacou nossas fortificações próximas à ponte São Paulo – Paraná, sendo vigorosamente repelida, retirando-se em debandada apesar de apoiada por metralhadoras. Falhou mais essa tentativa para a posse da referida ponte e tomada de Ribeira, que só entregaremos quando for detonado o último cartucho, Ribeira, 27/7/1932”. Em 27 de julho a Força Pública Paranaense entra em Ribeira. Foi considerável o material apreendido. Ribeira caiu a 30 de julho, à tarde. Retiraram-se cerca de 120 praças e 3 oficiais. Esses homens, depois de seis dias de marcha, por sertões que caçadores evitavam, sofrendo as misérias de uma retirada forçada e a perseguição da cavalaria adversa, chegam a Apiaí. (Revolução Constitucionalista, p.158). Da Capital. De anteontem: Comunicado das 11 horas – As operações de guerra continuam em todas as frentes, sem alterações sensíveis. Apresentaram-se ao Quartel General da Região Militar, vindo do Rio de Janeiro, os majores Lysias Rodrigues e Ivo Borges e os capitães Joaquim Alves Bastos, Nestor Brasil, Djalma Dias Ribeiro e o tenente Luiz Castro e Silva. Comunicado das 18 horas – Até o momento em que costuma ser redigido este boletim, nenhuma notícia de relevo havia chegado ao conhecimento do comando superior das forças constitucionalistas nesta capital. De ontem: Comunicado das 11 horas – Com a brilhante vitória alcançada, ontem, na Frente Norte, no Setor de Piquete, cujos pormenores já foram divulgados pela imprensa, as posições das tropas constitucionalistas, naquela zona ficaram perfeitamente consolidadas. Na frente do Paraná as nossas forças mantêm-se em ótimas posições e revelam magnífica disposição de espírito. Nas outras frentes reina calma. Comunicado das 24 horas – Conquanto não houvesse encontro decisivo, a situação das nossas tropas na frente de Itararé melhorou sensivelmente durante o dia de hoje. Nas outras frentes de combate o dia correu sem novidades. O sr. General Bertoldo Klinger, chefe militar da Revolução, recebeu o seguinte telegrama do sr. Coronel Euclydes Figueiredo, comandante das forças constitucionais em operações na Frente Norte. “De Cachoeira, nº 47, data 27, hora 10h10 – General Klinger – São Paulo. Participo v. excia. Que Destacamento Abílio, operando Piquete, conseguiu brilhante vitória sobre as Forças Ditadura, fazendo-as recuar para Itajubá Velho. Apreendemos grande cópia de munição, cozinhas de campanha, material sapa, dois canhões 75, além respectiva munição. Quarenta mil tiros fuzis, armas automáticas ficaram nosso poder. Oitenta praças 10º R.I. vieram
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prestar seu concurso nossa causa, seguirão depois outras informações. Cel. E. Figueiredo.
As posições de combates em 27 de julho de 1.932 e início de agosto.
No Hospital da Cruz Vermelha faleceu neste 27de julho um moço de 22 a 25 anos de idade, cor branca, e cujo corpo foi dado à sepultura no Cemitério Municipal, sob número 2573. Esse moço, que pertencia ao Batalhão Universitário, mas cuja identidade ainda se pode estabelecer, faleceu em consequência de ferimentos num desastre de caminhão. Supõe-se pertencerlhe uma casquete encontrada junto ao seu corpo, com os dizeres “Mendonça – Faculdade de Direito”. (Tribuna Popular). Com o nº 54, Antônio D´Amin foi incorporado à 3ª Cia. do 7º Batalhão de Caçadores da Reserva, em Santos, a 26 de Julho. No dia seguinte, comandado pelo coronel Grimualdo Favilla, o batalhão seguiu para a frente de luta, tomando parte em diversas operações. Levemente ferido numa perna, obteve licença do comando para poucos dias de visita à família. Ao chegar, porém, a Itapetininga, o seu fuzil metralhador, carregado e destravado, disparou no momento em que ele descansava. Cinco tiros alcançaram-no quase no mesmo lugar, em baixo do queixo, provocando o dilaceramento da parte superior da cabeça, nos pontos de saída dos projeteis e causando-lhe morte instantânea. Os socorros prestados pelos seus companheiros tiveram que reduzir-se a encaminhar o corpo ao serviço médico para embalsamento e entrega à família, que procedeu ao seu enterramento em Santos, no Cemitério do Paquetá. O Batalhão de Reserva de Santos prestou ao morto grandes homenagens, oferecendo à família o féretro e a carreta que o conduzia à necrópole. Santista, Antônio D´Almin nasceu a 2 de janeiro de 1901, filho do Sr. João D´Almin e de Dª Maria de Jesus. Casado com Dª Thereza D´Almin, deixou um filho, Nelson, com 10 anos de idade. Estabelecido com uma casa de comércio em sua cidade natal, gozava de largo círculo de relações. Era
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irmão do Sr. Daniel Sampaio, de Dª Francisca Jesus da Costa, casada com o Sr. Manoel Seixas da Costa e de dª Esther de Jesus Rodrigues, casada com o Sr. Carlos Fish Rodrigues. (Cruzes Paulistas, p.82). À 27 de julho o Major Cordeiro de Farias ocupava Buri onde sua tropa permaneceu por vários dias. A 28 de julho Itararé já havia sido conquistada pela forças “legalistas” de Vargas, tanto que naquela data, Itapeva (então Faxina), teve seu campo de aviação bombardeado por um aeroplano “Potez 212” pilotado pelos constitucionalistas Majores Gomes Pinheiro e Mota Lima, numa tentativa de apoio a forças terrestres que pretenderam sem êxito reconquistar a cidade. (Dicionário das Batalhas Brasileiras, Hernâni Donato, edição IBRASA, p.321).
No dia 28 de julho ainda não se têm notícias dos párocos de Itaporanga, Buri e Faxina (Itapeva). O padre José Pedro Belloti é o Capelão do Setor Sul em Itararé. Em 29 de julho, os 6º, 7º BCR, Batalhão Arlindo e duas Cias. do 1º BCE, estavam já em movimento para Ligiana. O inimigo recua, uma seção de artilharia desfila a trote e vai tomar posição perto da estação de Vitorino Carmilo. Gravemente ferido em Buri, a 29 de julho, Antônio Fernandes de Oliveira, Sargento do 2º Grupo de Artilharia de Montanha, faleceu no mesmo dia. Seu corpo foi sepultado em Campinas. Nascido em Rio Claro, em 21 de janeiro de 1901, filho do Sr. Rafael Tobias de Oliveira Sobrinho e da Sra. Aurora de Oliveira e irmão de Juvenal e Moacyr Tobias de Oliveira. Casado com a Sra. Marianna Teixeira, deixou uma filhinha a que dera o nome de Zilda. Era farmacêutico. (Cruzes Paulistas, p.83). Amador de Barros Junior era um dos muitos mineiros que se sacrificaram pela causa de que São Paulo se fizera pioneiro. Lutou no Setor Sul até o dia 29 de julho quando foi gravemente ferido. Transportado para São Paulo faleceu no Instituto Paulista a 1º de agosto. Médico, clinicava na cidade de Batatais. Era natural de Jacutinga, Estado de Minas Gerais, onde nascera em 1902, filho do Sr. Amador de Barros e da Sra. Maria Esméria de Barros. Eram seus irmãos os Drs. Sylvio e Francisco de Barros. (Cruzes Paulistas, p.66). Telegrama do major Tenório de Brito enviado ao cel. Taborda, em 30 de julho: “Guapiara, 30. Levando em conta situação especialíssima em que se encontra a tropa da Ribeira, diante do sítio hoje iniciado, peço licença para sugerir a V. Ex. a conveniência de ser feita pequena pressão sobre Ribeirão Branco, devendo o grosso de meu Destacamento, inclusive artilharia, fazer forte pressão sobre forças que ora sitiam Ribeira. Essa manobra torna-se tanto mais necessária quanto é sabido que, em vista das más condições dos caminhos para Ribeirão Branco, é muito problemático o emprego da artilharia contra
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essa localidade, coronel Barbosa e Silva, vindo de Apiaí e aqui presente, é da mesma opinião. Peço-lhe resposta urgente, a fim de iniciar operações às primeiras horas da madrugada. Atenciosas saudações. (a) Major Tenório de Brito.” (Vitória, ou Derrota?, p.161). Itapetininga, 30 de julho, às 11 horas. Ordem ao major Tenório. A ação prevista por este comando sobre os elementos inimigos, de Ribeirão Branco será realizada desde o amanhecer de 31. O ataque será realizado por duas colunas partidas de Guapiara e Apiaí. A coluna de Guapiara será constituída pelo vosso destacamento, reforçado pela seção de dorso, que o cel. Morais Pinto colocará à vossa disposição para tal operação. Os detalhes de execução ficarão a vosso cargo, podendo o portador desta, tenente Eurico, vos dar completas informações sobre a operação por mim desejada. É indispensável energia e esforço no presente ataque que deve marcar o início da libertação do território paulista. (a) Cel. Taborda. (Vitória ou Derrota?, pp.161/162). “...Em Capela da Ribeira, 600 homens comandados pelo major Azarias, daquela milícia, entregaram-se sem resistência. Apiaí, Ribeirão Branco e Itaoca são invadidos pelas tropas ditatoriais. Todo o Batalhão do coronel Barbosa é levado de roldão, por Juquiá, até Santos, abandonando pelo caminho 300 caminhões, armas e munições. Um desastre completo, cuja notícia não foi possível evitar que chegasse até aos soldados, nas trincheiras”. Dia 30 de Julho a queda de Capela de Ribeira No artigo “Ribeira: Memórias e Revoluções”, de autoria do padre Calil Siqueira, lemos um trecho coligido pelo autor, do Livro de Tombo nº 2 da Paróquia de Apiaí, lavrado pelo padre Primo Maria Vieira, e que segue: “...No dia 30 de julho as tropas da Dictadura sob o comando do cel. Plaisant tomaram Ribeira e invadiram o Estado em demanda a Apiaí. No dia primeiro de agosto desde manhã cedo combatia-se com tenacidade em Taquarussú a três quilômetros de Apiaí. Comandava as tropas bandeirantes o cel. Barbosa e Silva, comandante das tropas constitucionalistas neste sector. O dia dois de agosto amanheceu ativamente e afim: o cel. Plaisant mandou aqui parlamentares e o comandante Barbosa e Silva, talvez, porque já tinha sua retaguarda cortada, optava pela capitulação, mas a maioria de seus oficiais optou pela fuga, que se concentra na parlamentação. As tropas paulistas abandonariam a cidade até às quatro horas da tarde. Às três horas o comandante Barbosa e Silva começa a evacuar a cidade, depois de distribuir para o povo as provisões de víveres, de haver inutilizado dois canhões 0,045 e muitos fuzis (...) etc abandonando caminhões e autos. Dizia-se que o montante das tropas do comandante Barbosa e Silva era de 1.900 homens. A trez quilômetros da cidade pela estrada de rodagem Paraná – São Paulo entram na tortuosa verêda que conduz a Iporanga
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a única via de escapamento que ainda lhes restava, mas que em dias de chuva como estes, é altamente fatigante. O cel. Barbosa e Silva ainda experimentou a fuga num bech auto que conseguiu empurrar até o alto do Passa-Vinte; e lá ficou, n´um desbarrancado o bonito automóvel e o comandante continuou a cavalo. Às 4 h da tarde, mais ou menos, as tropas do cel. Plaisant já à vista da cidade, deram uma descarga de fuzil, talvez para se certificar das combinações das parlamentações. Apiaí -No dia trez às nove horas da manhã, o cel. Plaisant entrou em Apiahy e tomou posse da praça; e tratando a todos bem disse que vinha restabelecer a ordem que todos deviam voltar às suas casas onde teriam todo o respeito, garantia e bom trato uma vez que o merecessem. Indagou das repartições públicas se havia falta de alguma coisa ou se havia algum desfalque dado pelas tropas do cel. Barbosa. Tudo em ordem! Disse-me que chamasse para suas casas só famílias e que lhes podia garantir o máximo respeito. Visitei todas as famílias com exceção apenas de umas trez, passavam as noites no mato; algumas, quando de dia, vinham à cidade e logo se retiravam. O cel. Plaisant, sabendo aliar a máxima bondade com máxima austeridade ganhou o coração de todos e manteve aqui um respeito e uma ordem admiráveis... Todos os dias o cel. Plaisant mandava distribuir pela pobresa viveres: bolacha, café, assucar, bacalhau, carne secca etc; escusado será dizer que todos eram pobres! O Cel. Plaisant sortia das necessárias mercadorias os negociantes da praça, mandando-as trazer de Curityba nos seus caminhões e depois cedendo-as a preço razoáveis aos negociantes. Não ficou devendo na praça um níquel, dizia ele que queria sair por onde entrava e que não queria saber. Por onde entrava e que não queria rabo atráz. E todo o povo de Apiahy fala com saudade do cel. Plaisant”. As anotações são escritas pelo vigário padre Primo Maria Vieira, que continua: “E agora temos a Revolução Constitucionalista pelo nosso Estado. A nossa zona está de novo em pé de guerra. Tudo paralisou; o medo tudo avassala porque a recordação da Revolução de 1930 ainda vive fresquinha na memória de todos. Tenho me esforçado por incutir ânimo e coragem no pessoal que aos poucos vai levantando o seu moral. Ribeira, ocupada pelos Bandeirantes tem sido teatro de algumas escavanças, (sic), (escaramuças?!) e também já de dois pequenos combates. No dia 17 havia um encontro no Paraná entre os destacamentos avançados de reconhecimento. Os paranaenses brilharam pela fuga, deixando aos bandeirantes, 15 cavallos de raça arreiados, 10 mosquetões e um prisioneiro. Consta que vive, com entusiasmo nas tropas bandeirantes, a idea de tentarem a descoberta de Curityba”. (Ortografia da época). Aracassú - Nesse 30 de julho os paulistas tomam Aracassú, localizada entre Buri e Campina do Monte Alegre, apoderando-se de sua estação ferroviária e da pequena Vila com poucas casas e a Capelinha de São José. Os federais foram varridos pelas metralhadoras e com debandada da patrulha da cavalaria contrária em direção à Victorino Carmilo. Aracassú contou
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também com o trem blindado T.B.3 e com artilharia do pesado Canhão 150mm procedente do Forte Itaipú, de Santos, trazido por via férrea.
Gen. Valdomiro Castilho de Lima, Cmt. do Dest. de Exército do Sul
Major de Cavalaria Dilermando de Assis, Engenheiro civil e militar
Cel. Brazilio Taborda, Cmt. do Setor Sul paulista
Gen. Bertoldo Klinger, Cmt. em Chefe das Fôrças Constitucionalistas
Fotos da obra “Vitória, ou Derrota?”, do Major Dilermando de Assis
“Os trens fazem frequentes paradas na Estação de Itapetininga, destino dos soldados e voluntários que chegavam de toda a região para a incorporação no Quartel da cidade. Caminhões da Força Pública trafegam morosos nas estradas empoeiradas, transportando voluntários paulistas rumo às trincheiras, para o posicionamento das defesas do Estado no Setor Sul. O pequenino “Curtiss” voa alto descrevendo no céu azul grande parabólica e seguindo na direção dos selvagens sertões da Paranapiacaba. Sete “Curtiss Vhigth” de reconhecimento armado chegaram do Chile, mais o “Waco” e os “New-Port-Delage” formavam toda a esquadrilha aérea constitucionalista, que pairavam hoje, nos campos do sul, amanhã na Mantiqueira e em outro
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dia em Eleutério. Um desses aviões foi destruído pelas bombas inimigas em Guaratinguetá, no chão do campo de pouso. Outro avião mergulhou no mar com seus dois heroicos tripulantes. Gomes Machado e Ribeiro Guimarães, ao explodir, antes do tempo, a bomba lançada contra o cruzador “Rio Grande do Sul”, junto à barra de Santos. Nas bandas de Apiaí o aviãozinho apareceu ainda mais alto, visto da coluna de caminhões, e lançar-se a “piquê” aflorando o campo adiante e, num “rederessé” perfeito, elevar-se para desaparecer ao norte, no rumo de Itapetininga”. A Campanha durante o mês de Agosto de 1932: No dia 1º de agosto, a seis quilômetros da cidade de Apiaí, a defesa paulista, chefiada no setor pelo capitão Heliodoro Tenório da Rocha Marques, enfrenta o ataque de 1.600 homens do coronel Ayrton Plaisant. O combate encontra os voluntários recebendo, quase, o batismo de fogo. O primeiro assalto é repelido deixando nas trincheiras três prisioneiros. Os flancos constitucionalistas (sessenta homens na Fazendinha e oitenta no Banhado Grande) são ultrapassados e envolvidos. O Destacamento Plaisant faz junção com o do coronel Boanerges, reunindo então 2.500 soldados (5º RAM, com duas baterias somando oito peças; 13º RI; um batalhão do 7º RI; um batalhão do 13º BC; três pelotões do 5º RCD; 2º BC; uma Cia. da Brigada Militar Gaúcha). Os paulistas dispõem de dois canhões de 75 milímetros. Superando a tentativa do capitão Heliodoro de reconquistar o Banhado Grande com uma coluna de 130 homens, o coronel Boanerges intima todo o dispositivo paulista à rendição. Recusando-a, seiscentos dentre os defensores, conduzidos pelo major Tenório de Brito, rompem a serra de Paranapiacaba e alcançam o litoral, sobem para São Paulo e, novamente, à frente de luta. Na região de Banhado Grande – Apiaí, o capitão Heliodoro Tenório R. Marques destaca 130 homens do seu reduzido efetivo para a reconquista do flanco da Fazendinha, ultrapassado, cercado e tomado pelos ditatoriais do coronel Boanerges. Os paulistas que sobem para seis caminhões a fim de cumprir tal missão recebem com ela o seu batismo de fogo. O comboio é emboscado, chegando a receber fogo direto da artilharia. Os voluntários resistem vinte minutos, debandando. Com isso, fica aberta para os 1.500 soldados de Boanerges a via para circundar Apiaí, chave do Setor Sul, que recebe intimação para render-se. (DONATO. A Revolução de 32).
A 1º de agosto os revolucionários tentam reconquistar Buri, perdida a 16 de julho, e os “legalistas” avançam para Capão Bonito, bloqueando a única rodovia de acesso a Apiaí e Ribeira, onde os constitucionalistas permaneceram encurralados, uma vez que a estrada Apiaí-Iporanga ainda não existia. Logo, depois, na narração do mesmo Hernâni Donato, confirmada, aliás, pelos mais
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antigos moradores de Apiaí, ocorreu o seguinte: “a 6 quilômetros da cidade de Apiaí, a defesa paulista, sob o comando do capitão Heliodoro Rocha Marques, enfrentou o ataque dos 1.600 homens da força governamental do coronel Airton Plaisant. O combate era o batismo de fogo de batalhões voluntários civis. O primeiro assalto foi repelido, ficando três atacantes prisioneiros. No segundo momento, as alas do dispositivo de defesa, em Fazendinha (60 homens) e Banhado Grande (80), foram envolvidas. Apiaí foi superada pela coluna do coronel Boanerges, a qual, somada ao Destacamento Plaisant elevou o efetivo de ataque para mais de 2.000 combatentes (5º RAM 2 baterias com 8 peças; 13º RI, um batalhão; 7º RI, um batalhão; 13º BC; 5º RCD, três pelotões; 2º BC; 1ª Companhia da Brigada Gaúcha. Um Destacamento de 160 homens, retirado das trincheiras para retomar o Banhado Grande, foi emboscado na estrada e recuou. O coronel Boanerges exigiu a rendição condicional, e 600 paulistas sitiados, ao mando do major Tenório de Brito, romperam pela Serra de Paranapiacaba, e embora perseguidos, ganharam o litoral, Santos, São Paulo e de novo às trincheiras da Frente Sul, no Rio das Almas, além de Capão Bonito”. Logo depois viria a rendição (ou traição) em Ribeira, e a consequente atabalhoada retirada dos revolucionários pelas trilhas e matas de Iporanga, em busca de Sete Barras e Iguape. Para eles não havia outra alternativa, pois os “legalistas” já haviam conquistado Itapeva e fechado o acesso a Apiaí em Guapiara. O Batalhão de Caçadores do Coronel Barbosa, sediado neste Setor Sul, composto de voluntários civis, enfrentou as maiores dificuldades. Relata o comandante, coronel Euclides de Oliveira Figueiredo, chefe constitucionalista, em sua obra História da Revolução Constitucionalista (Livraria Martins Editora, p.193 e 194):
Movimentação das Tropas Federais em marcha para Capão Bonito.
Retransmissão em 1º de agosto: “Urgentíssimo – Recomendado – General Valdomiro de Lima – Faxina. Capela da Ribeira, 1º/8. Transmito urgentemente conferência estou tendo comandante Plaisant que se acha Capela Ribeira. De Capela Ribeira. Interventor Federal – Curitiba. Estamos lutando desde 10 horas à 26 quilômetros daqui na estrada rodagem Capela - Apiaí. A
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luta tem sido forte. Temos mortos e feridos. Batalhão está todo empenhado. O que me traz da linha de frente até aqui é participar uma dificuldade surgida com a impossibilidade de remuniciar a tropa pois que não há gasolina para autos que estão parados na estrada. Apelei para Epitácio e lá só me mandaram o que restava 4 latas. Como vê é uma situação embaraçosa e só com providências urgentíssimas de Curitiba poderemos resolvê-la. Determinei coronel Scherer que empregasse todos os meios para evitar um retraimento qualquer. Estão empregando canhão cujos tiros são altos, mas sempre produzem efeito moral. Há necessidade de saber de Faxina onde se acham os Destacamentos jogados na direção de Apiaí. Se eles atacarem pelo Norte nossa ação seria amparada. É preciso não esquecer que nossas tropas estão dentro de um desfiladeiro e estão lutando sem parar desde 29 do corrente. Preciso gasolina com urgência. (a) Cel. Plaisant. (a) Manoel Ribas – Interventor Federal. Incorporado em Bauru, nos primeiros dias da revolução Onésio Garcia recebeu o número 278 do 9º Batalhão de Caçadores Paulista de emergência. Seguiu para a frente quase que imediatamente, tendo tomado parte em inúmeros combates, sempre de modo eficiente. Morreu no dia 2 de agosto, em consequência de ferimento no ventre, por tiro de fuzil no setor de Itaporanga no Setor Sul de operações. Foi sepultado em Itaporanga, onde se encontra. Sobre os antecedentes do bravo combatente, cuja atuação foi das mais destacadas, nada se sabe. Sua inscrição não deixou história. Inscrevese sem qualquer outra preocupação senão a de servir a São Paulo. Por isso mesmo sua glória é maior. (Cruzes Paulistas, p.368). O avanço das nossas tropas no norte do Paraná - Da coluna comandada pelo sr. Coronel Pedro Dias de Campos e que opera no norte do Paraná, foi recebido ontem no Quartel General o seguinte telegrama: ”Ourinhos, 2 – Nosso avanço continua a ser feito sem novidade. Hoje ocupamos Ribeirão Claro. Cambará recebeu nossas tropas triunfalmente. Passaram pelas ruas, debaixo dos aplausos da população. Em um comício realizado em um cinema de Cambará, a população compareceu em peso, aclamando a nossa causa. Hoje, em Ribeirão Claro, também se repetiram as manifestações de regozijo da população. Há vários prisioneiros de importância. Reina cada vez maior entusiasmo em nossas tropas. De Itaporanga a Porto Epitácio, do Salto de Itararé ao estuário do Paranapanema, as operações correram por conta do coronel Pedro Dias de Campos, diretamente ligado ao Q.G. do Exército e ao General Klinger. Como a região Norte do Paraná continuava desguarnecida, o comando constitucionalista fez ocupar Carlópolis, Ribeirão Claro, Jacarezinho, Cambará, Salto de Itararé, o que obrigou o inimigo a se movimentar. Incorporado em Mogi das Cruzes, José Benedicto pertenceu ao 2º Batalhão Auxiliar da Força Pública, que era comandado pelo coronel Barbosa e Silva. Demonstrou-se, desde logo, um soldado valente e disciplinado. Morreu no dia 2 de agosto, em Ribeirão Branco, em consequência de ferimento
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produzidos por estilhaços de granada, no peito. Teve morte instantânea. Nascido em Mogi das Cruzes, no dia 12 de julho de 1915, filho do Sr. João Antônio Benedicto e da Sra. Joaquina Maria do Espírito Santo. Deixou os irmãos Benedicto, Irmina, Anna e Luiz Benedicto. (Cruzes Paulistas, p.254). Como soldado da 3ª Cia. do 6º Batalhão de Caçadores Paulista, sob o comando do tenente coronel Índio do Brasil, Antônio Maria combateu pela causa paulista no Setor Sul. No Bairro do Capinzal, Distrito de Guapiara, (que em 32 era) município de Capão Bonito, onde a luta por vezes assumiu caráter extremamente violento, perdeu ele a vida em 3 de agosto. Filho do Sr. João Francisco e de da Sra. Benedita Maria de Jesus, nasceu em São Luiz do Paraitinga, no correr do ano de 1889. (Cruzes Paulistas, p.85). A Queda de Apiaí. Apiaí cai em 3 de agosto. Às 10 horas do dia 3 de agosto Apiaí caiu em poder do Destacamento Plaisant, onde foi apreendida grande cópia de armamento, inclusive dois canhões de montanha da Seção do tenente Quintães, da 3ª Bateria do 2º Gr. Meth. Enquanto o Destacamento Boanerges continha a impetuosidade da onda do Norte, a coluna Plaisant ocupava Apiaí, então abandonadas pelos fugitivos de Iporanga. A conquista de Apiaí, após a rendição da Capela da Ribeira, custou muito esforço aos “legalistas”, pois aqui valentes constitucionalistas resistiram bravamente, até quando seus recursos permitiram. Recuando palmo a palmo e perdendo preciosas vidas, travaram acirrados e sangrentos combates nas trincheiras abertas no Taquaruçu, bem próximo da cidade, na travessia do Rio Palmital, em Itaoca, e por último, num derradeiro esforço, bem próximo ao Alto da Tenda. No Taquaruçu ainda podem ser vistos vestígios de trincheiras daquela época, e ali, quando se cava a terra para o plantio, ainda podem ser encontrados pentes de bala de fuzil, cartuchos servidos e algum outro material de metal, testemunhas dos prolongados tiroteios, cujos ecos chegavam à cidade de Apiaí, então prestes a capitular. À queda de Apiaí que passou para o comando dos “legalistas”, seguiu-se à desordenada retirada das tropas revolucionárias pelas íngremes e tortuosas trilhas de Iporanga, rumo a Sete Barras e Iguape, e a parcial evacuação da cidade por parte dos que estavam mais estreitamente ligados ao Partido Republicano Paulista (PRP), que se opunha ao Partido Democrata, então unido à Aliança Liberal que levara Getúlio Vargas à presidência. Alguns líderes de Apiaí e Ribeira chegaram a ser presos. ...Na desabalada retirada para Iporanga, perseguidos pelos “legalistas”, os voluntários combatentes paulistas, desconhecendo o terreno, sem comando, se mostravam desarvorados; era o “cada um por si e Deus por todos”. Muitos se desviaram do rumo e se perderam pelas matas. Na fuga desordenada iam
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se desvencilhando dos armamentos e munições, que atiravam a esmo pelas margens do caminho. Muitos anos após aquela epopeia foram encontrados fuzis, capacetes, cantis, sabres, baionetas e pentes de bala corroídos pela ação do tempo, nas grotas e despenhadeiros do caminho dos tropeiros de Iporanga. Em Apiaí e Itaoca, combatentes que não lograram se antecipar à retirada para Iporanga, vagaram por sítios, fazendas e matas próximas, onde eram acolhidos por pessoas que compreendiam as suas dificuldades, lhes proporcionando alimentação, pousada e trajes civis, permitindo, assim que o combatente passasse desapercebido pelos seus perseguidores. ...a maioria do povo apiaíano não mediu sacrifícios para, de uma forma ou de outra, colaborar com aquela memorável cruzada cívica. E muitos deixaram suas casas para que estas se transformassem em “hospitais de sangue” para agasalhar feridos que provinham da frente de combate, como aconteceu, por exemplo, com o prédio onde hoje está instalado o Artesanato de Apiaí (Casa do Artesão). Ali morreram alguns valentes, cujos restos foram depositados no cemitério velho, de onde, mais tarde, foram transladados para o Mausoléu do Soldado Constitucionalista, no parque do Ibirapuera, em São Paulo. (Santo Antônio das Minas de Apiaí, do autor Rubens Calazans Luz).
Descreve-nos a respeito da Revolução de 1932, na obra “Apiaí: do sertão à civilização”, o autor Oswaldo Mancebo: “Por sua posição estratégica nesta região do estado, o município de Apiaí foi palco de batalhas decisivas. O inimigo, ou força legalista vinda do Sul, deveria penetrar em São Paulo atravessando a ponte São Paulo/Paraná em Capela da Ribeira, onde a oposição foi dominada e 600 homens se entregaram sem resistência. Restava agora à tropa sulista subir a serra com seu volumoso aparato militar composto de cavalaria, carros e canhões e alcançar Apiaí. Na chegada ao sítio que circunda pelo flanco norte o morro do Taquaruçu, à pequena distância da cidade, houve a resistência histórica que envolveu constitucionalistas de todas as idades, inclusive pessoal de Apiaí. No campo perto de um riacho sucedeu a batalha violenta que arrefeceu ambas as partes. Tanto o verde como a água mancharam-se de sangue diante da refrega entre fuzis, metralhadoras e canhões. A resistência heroica envolveu jovens que perderam a vida afoitamente, morrendo muitos destes sem mesmo saber o porquê da luta. As barricadas e trincheiras em defesa da cidade caíram após batalha intensa. A força do inimigo era maior, o choque deu àquele vale um aspecto de sombra e morte, as baixas foram grandes. Nos instantes do intenso tiroteio ouviamse muitos gritos, lamentos, gemidos dos feridos que se arrastavam junto aos mortos, estrebuchavam-se na mata, sob o sibilar mortífero das balas. Afinal, venceu o inimigo, ali tombaram dezenas ou centenas, brancos e negros, jovens e velhos que não puderam evitar o massacre e a derrota. Após o desfecho da batalha no Taquaruçu, houve outra resistência no Alto da Tenda, subúrbio da cidade, e nova debandada dos vencidos; muita gente temerosa buscou esconder-se em qualquer parte, as autoridades fugiram, e ninguém pôde evitar
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a algazarra que em seguida dominou as ruas da cidade. O vale verdejante foi ungido pelo sangue de irmãos; com certeza ali será fincado um dia o marco comemorativo ao heroísmo de um povo. É fato concreto que a cidade foi ocupada durante os quatro meses da revolução constitucionalista, que por trazer movimentação de tropas possibilitou apreensões à população civil, alterações na ordem e tranquilidade rotineira, além de abusos naturais em ocasiões assim. Os fatos ainda estão vivos para muitos, havendo consenso quando afirmam que “os rescaldos da revolução afetaram duramente a política do lugar”. A não ser alguns filhos e pais que desapareceram no conflito, a situação de desconforto estava mexendo mesmo é com o poder público. De fato, muito foi perdido no curto espaço de tempo em que a cidade esteve ocupada: avarias em locais públicos, incluindo o cemitério que teve túmulos destruídos; casas de pessoas que fugiram para o mato foram violadas e roubadas; o sino da capela desapareceu; imagens quebradas, buracos de bombas jogadas de avião; animais arreados desapareceram; a própria banda viu sumir seus instrumentos, levados pelos soldados. A esse respeito, entre as reminiscências ainda frescas na memória do povo, consta que alguns soldados invadiram a casa de ensaios, 12 a 15 músicos mais ou menos que pertenciam à Banda da Força Pública, apossandose dos instrumentos ali guardados, e após rápido ensaio desceram marchando em formação militar executando músicas, sendo acompanhados de muitos curiosos que assistiram à realização de uma bela retreta no coreto do jardim do Largo do Triângulo. No dia seguinte, após terem levado consigo alguns instrumentos, foram todos mortos em combate na emboscada que lhes preparara o inimigo nas proximidades de Banhado Grande, Fazendinha.”
(Ponte de Ribeira, SP, na fronteira de São Paulo com o Paraná. Fotos do acervo do Museu de Filmes e Fotografias de Ribeira, SP, gentileza da família Akim).
Apesar das escaramuças e forte resistência, em combates anteriores “na Ribeira, 600 soldados paulistas entregaram-se sem resistência, o que facilitou a invasão dos governistas em Apiaí e o avanço por Itaoca e Ribeirão Branco até próximo a Itapeva (na época, Faxina). No Vale do Ribeira, todo o batalhão paulista comandado pelo coronel Barbosa é levado de roldão por Juquiá e Peruíbe até Santos, deixando pelo caminho equipamentos, veículos, armas e munições; desastre completo, cuja notícia não foi possível evitar que
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chegasse às trincheiras de outras regiões.” (Guerra das Elites, de J. Brazílio, p.185). No início de agosto os federais estão mobilizados em toda Frente Sul mantendo suas posições: O Destacamento general João Francisco, na região de Cambará – Jacarezinho (Patriotas, 2º C. R. Força Pública do Paraná e o 10º C. A. na retaguarda do rio das Cinzas; mais ao sul na região de JaguariaívaPiraí, o 5º.G.A.Cav., 9º B.C., 3º G.A.P., os batalhões da Força Pública de Pernambuco, Santa Catarina, o 14º. R.C.I., o 24º. B.C. e o 12º R.C.I., e no extremo sul o Destacamento Marques da Cunha, na região de Cerro Azul; em Ribeira, o Destacamento Plaisant, o 1º Batalhão da Força Pública Paranaense, o 2º Batalhão da F.P. do Paraná, e ½ Esq, IV, do 5º R.C.D. Sua missão: progredir, manobrar, atacar. Em 3 de agosto os paulistas, com o acompanhamento do trem blindado, tomam a estação de Victorino Carmilo localizada a oito quilômetros de Buri. Com as metralhadoras paulistas acionadas, os inimigos desaparecem em direção de Buri. Uma sinopse: “Quando o Destacamento Tenório alcançou a vila de Guapiara, principiava a chover. Noite escura e fria. Porém, não faltavam capotes e mais capotes. No alvorecer seguinte, dia garoento de gelar os ossos, colocava água fria na quentura dos jovens, transferidos inopinadamente da Capital e que seguiam por caminhos estreitos com destino à pacata cidadezinha de Ribeirão Branco, nas primeiras elevações da Serra do Mar. Cai Ribeira no poder dos ditatoriais. Para lá havia estrada melhor para que as forças motorizadas e com apoio da cavalaria poderiam reconquistá-la. Do QG de Itapetininga, Taborda consentia. Para lá foram e em Apiaí, no dia 31 de julho onde chegam com o frio intenso. Os ditatoriais, a pé, cortavam o mato e avançavam até a estrada, no Banhado Grande. Retirada cortada. Em 1º de agosto, o capitão Tenório de Brito, comandante deste Batalhão de jovens inexperientes, chamado de “9 de julho”, recebe a deputação inimiga, de bandeira branca: - Rendam-se, Paulistas! Restava agora o caminho de Santos e São Paulo pelo Vale do Ribeira. O sobe e desce dos morros com muita chuva. Faz muito frio. Alguns alugam canoas e descem o rio encachoeirado e traiçoeiro, precipitando-se corredeira abaixo, e ali mesmo ficavam os veículos e até as armas. No dia 4 reúnem-se todos em Iporanga, e logo mais em Xiririca (hoje Eldorado). No Juquiá um trenzinho da Sorocabana acolhe novecentos retirantes estropiados. Em Santos.... O Paranapanema, derradeiro limite da resistência paulista. De Itararé até antes de Buri, em Ligiana, houve sempre retiradas. No Paranapanema a resistência, com somente cinco ou seis canhões e escassa munição. Inicia-se a guerra das trincheiras, numa frente de sessenta quilômetros. Em Itapetininga chegavam mais fardamento e o novo capacete de aço, e em Ligiana localizava-se o posto do telégrafo. Na Torre de Pedra um lugar seguro recebia as respectivas famílias dos retirantes. Nesse dia 1º ocorre a retirada de Apiaí para Iporanga, a pé ou de canoa. Em Juquiá tomam o trem para Santos ou São Paulo. Na Capital paulista
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a esperança de vencer a guerra. Esperavam que no Rio de Janeiro, os militares dariam o golpe e tudo seria como foi em 1930. A luta era ferrenha no Setor Sul e na Mantiqueira. O vigário de Tietê se encontrava preso em Itapeva. Os soldados da ditadura tomaram Itararé sem luta. Numa noite as forças paulistas largam Itapeva. Ficaram os padres sozinhos. Os nossos padres se juntam a toda parte. O padre Vitor que pregou missão em Angatuba no ano passado está em Itapetininga, usava um bruto revólver na cintura da batina. Um monge de São Bento, Dom Umberto, o Capelão, mas sem revólver segue a cavalo com um destacamento com moços de São Paulo. O padre Arruda Câmara, de Pernambuco, acompanhava o movimento em Rondinha. Lá em Campinas o padre Luís Fernandes anda vestido de farda, no meio da soldadesca e é muito corajoso. Dom Carlos Duarte da Costa, Bispo de Botucatu encheu um trem de co-voluntários e foi levá-los a São Paulo. Chega de Belo Horizonte Dom Lara, Bispo de Santos, mineiro, que via a contenda menos sob o prisma da glória militar do que da chacina de tantos irmãos. Com outros cidadãos mineiros de Santos, partir, desejando que Olegário Maciel fosse o intermediário da paz”. (Botucatuenses no Setor Sul, de Sebastião A. Pinto).
Dom Aguirre, em Sorocaba reza com seu povo preces pró-paz, benzendo as alianças de ouro. Em Guapiara dos dias 3 a 12 de agosto, ali se encontra o Batalhão 14 de Julho lutando bravamente. E nos combates o martírio continua... Mais mortes: Quando se iniciou o movimento Constitucionalista, o major reformado da Força Pública Manoel Marques de Oliveira era delegado de polícia do município de Guarulhos. Apresentou-se imediatamente ao general Marcondes Salgado, que o destacou para Botucatu. Ali, organizou e comandou o 2º Batalhão de Caçadores Voluntários da Brigada do Sul, mais tarde denominado como unidade independente, 7º Batalhão de Caçadores Voluntários. Comissionado no posto de Tenente Coronel, embarcou com sua tropa para Taquari (Taquarituba), tornada base de operações do 7º Batalhão de Caçadores Voluntários e de centro das operações de 4 de agosto contra as forças que ocupavam Itaberá. O tenente-coronel Manoel Marques de Oliveira mantevese no seu posto até o final da luta, sacrificando sua saúde. Em consequência, o mal de que sofreu agravou-se de maneira terrível, já pelos combates da companha, já pelo abandono total do regime médico alimentar a que estava submetido. Assim, quando regressou ao seu lar, fê-lo doente ao extremo. E, apesar de carinhosamente tratado, piorou gradativamente, vindo a falecer no dia 26 de abril de 1933, quase um ano depois. Foi sepultado no Cemitério São Paulo. Nasceu em Viçosa, Estado de Alagoas, aos 5 de agosto de 1870, veio ainda moço para São Paulo, entrando para a Força Pública no ano de 1895, depois de haver servido o exército durante um lustro. Fez parte em todos os movimentos em que a Força esteve envolvida e mereceu as medalhas
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de ouro da Legalidade e de Mérito Militar. Casado com a Sra. Elisa Montes de Oliveira, deixou os filhos Mamede, Mathias, Moacyr, Mercedes, Milton e Marinho. (Cruzes Paulistas, p.325). Ângelo Stefanini deixou Casa Branca no dia 18 de julho e vindo a alistar-se foi incorporado ao 2º Batalhão “9 de Julho”, com ele partindo para o sul do Estado, sob o comando do capitão Tenório de Brito. Quando as nossas tropas se retiraram de Apiaí, tiveram que transpor o Rio Ribeira. Ângelo não venceu as forças das águas e pereceu afogado, na altura de Ivaporunduva (Xiririca, hoje Eldorado), porém, no município de Iporanga. Era 4 de agosto. Casa-branquense, nasceu em 1911, filho do Sr. Diomede Stefanini e da Sra. Angelina Sasso Stefanini, italianos de nascimento. Ângelo era solteiro e residia com seus pais. Exercia a profissão de alfaiate. (Cruzes Paulistas, p.72). José Pereira Reymão, pertencia ao 9º Batalhão de Caçadores Paulista, da Força Pública quando estalou a Revolução Constitucionalista, tendo seguido para o Setor Sul de operações na Companhia de Metralhadoras, sob o comando do Tenente Coronel Genésio de Castro e Silva. Em um dos deslocamentos de sua Cia., porém, ao atravessar o rio Silveiras, pereceu afogado, entre Itaporanga e Xiririca (Eldorado). Nascido em Jacutinga, Estado de Minas Gerais, em 1899, era filho de Francisco Pereira de Souza e de Dª Sebastiana Dininha de Jesus. Casado. (Cruzes Paulistas, p.289). (Nota do autor: deve ser Rio Ribeira, entre Iporanga e Xiririca.).
A Cia. de Metralhadoras do 9º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública deixou São Paulo a 16 de julho rumando para Ribeira, na fronteira do Paraná, ali tomando posição. Fazia parte dessa força o soldado Mario Rodrigues Fon, valente e ousado metralhador. Por circunstâncias diversas, que sacrificaram outras tropas constitucionalistas, o 9º Batalhão de Caçadores Paulista teve que se retirar, atravessando a nado o rio Ribeira. Nessa travessia, operada entre Itaporanga e Xiririca (Eldorado), Mario Rodrigues Fon morreu afogado. Contava com 28 anos. Era nascido em Serra Negra, filho do Sr. Sebastião Rodrigues e de Dª Maria Rodrigues. Casado. Tomara parte, anteriormente nas Revoluções de 1924 e 1930, em ambas tendo merecido francos elogios de seus superiores. Fez parte, também, da força paulista que, em 1926, excursionou por Goiás, em expedição de combate às forças remanescentes da revolução de 1924 (Cruzes Paulista, p.344). (Nota do autor: deve ser entre Iporanga e Xiririca (Eldorado).
4 de agosto – Entre Jacarezinho e Santo Antônio da Platina, durante uma patrulha com 10 homens nas proximidades da ponte do Rio Jacarezinho, as forças de Naul de Azevedo teve o primeiro contato com a tropa governista naquela região, dando combate por doze horas que resultou na fuga dos adversários. A tomada de Jacarezinho, Santo Antônio da Platina e Bandeirantes contou com o concurso do Batalhão de Presidente Prudente, comandado pelo tenente coronel Miguel Brisola de Oliveira, que assumiu a defesa daquelas
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três cidades. A defesa em Cambará foi entregue a uma Cia. de Granadeiros do Batalhão “Floriano Peixoto” e na cidade de Ribeirão Claro assumiu as tropas de Naul de Azevedo, com isso consolidaram a posição por alguns dias. Diante do recrudescimento dos combates e com a escassez de munição e recursos gerais para as tropas, além da perda da importância tática da posição, aquelas tropas receberam ordens do Chefe do Estado Maior da Força Pública para retornar para o território paulista. Após a travessia do rio Paranapanema dinamitaram as pontes fronteiriças e tomaram posições na margem paulista, aproveitando as defesas naturais e vantagem do terreno. (Wikipédia). No Setor Sul figura o 8º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, com o nº 168, da 2ª Cia. José Antônio da Silva que tomou parte em diversas operações. Nos primeiros dias de agosto, muito ferido, baixou ao Hospital de sangue de Capão Bonito, onde, no dia 5 desse mês faleceu, sendo sepultado no Cemitério local. Incorporado à força Pública desde 28 de novembro de 1924, José Antônio da Silva, nasceu em Pindamonhangaba, em 1900. Filho do Sr. Pedro Pinto da Silva e da Sra. Anna Pinto da Silva. Era casado com a Sra. Sebastiana da Silva. (Cruzes Paulistas, p.249). O sexagenário Rodolpho Pereira Lima, no dia 6 de agosto partiu em uma patrulha de reconhecimento, através de ínvios caminhos, em demanda das divisas com o Paraná, ponto estratégico onde as tropas paulistas deveriam firmar suas posições. Animador da tropa, respeitável pela idade e pelo denodo, tornara-se o alvo de todas as atenções. A jornada era das mais penosas. Mas o velho voluntário, a despeito de já ter caído duas vezes em virtude de cansaço físico, continuava com seu moral levantado. Avançava sempre. Entusiasmava os demais. A caminhada, no entanto, era demasiada pesada para as suas forças. Seu organismo havia de se ressentir. E foi o que se deu. Ao chegar ao banhado do Rio das Minas, Pereira Lima caiu exausto para não mais se levantar. (Cruzes Paulistas, p.401).
O Correio de Botucatu publicou hoje o seguinte comunicado do capitão Alcides do Vale, comandante do 15º B.C.P., de Avaré ao Cel. Sandoval de Figueiredo: “O Batalhão de Botucatu, constituído exclusivamente por voluntários e cuja organização se deve ao Coronel J. Sandoval de Figueiredo, chefe do Estado-Maior da Brigada do Sul – do comando do General Ataliba Leonel – acaba de conseguir uma estrondosa vitória sobre numerosas forças ditatoriais nos arredores de Itaberá. O fato ocorreu do seguinte modo: Quando este batalhão se dirigia para aquela localidade, foi atacado de surpresa pelo adversário, a 8 quilômetros aquém da mesma, iniciando-se então intensa fuzilaria de parte a parte. Diante de tenaz resistência dos nossos, o inimigo retirou-se em franca debandada, sendo perseguido até uma grande distância”. (Apud Achegas para a história de Botucatu, Donato).
Em 6, 7 e 8 de agosto os dados oficiais correspondentes ao Setor Sul,
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organizados no Q.G. de Itapetininga, pelo 2º tenente Saturnino Moreira Dias dos Santos apontavam: Composição das tropas paulistas: Infantaria: 6º B.C.R. Engenheiro Hermillo, 470 homens. 2º “9 de Julho”, 447 homens. 9º B.C.R., 341 homens. 1º B.C.R., 125 homens. 7º B.C.R. Ligiana, 400 homens. 4º B.C. Misto Itapetininga, 400 homens. 3º B.C.V. (Major Garrido), Itapetininga, 374 homens. 8º B.C.P. Capão Bonito, 681 homens. 9º B.C.P., Apiaí, 447 homens. 5ª Cia. “Felipe Camarão”, Itapetininga, 132 homens. Batalhão “14 de Julho”, Capão Bonito, 434 homens. 10º B.C.R. (Adauto), 700 homens. Batalhão Major Arlindo, Aracassú, 800 homens. Batalhão “Borba Gato”, P. Delfino, 498 homens. Batalhão Cel. Azarias, Ribeira, 450 homens. Batalhão Sandoval, Itaí, 450 homens. Batalhão Barbosa e Silva, Apiaí, 340 homens. Batalhão Paulista de Pirassununga, Itapetininga, 218 homens. Batalhão Marcílio Franco, Capão Bonito, 350 homens. Batalhão “Floriano Peixoto”, Itapetininga, 172 (400?) homens. 1ª Cia. Batalhão “Felipe Camarão”, Itapetininga, 118 homens. Cia. de Bombeiros, Guapiara, 71 homens. Batalhão Gondim, 250 homens. 7º B.C.P., 415 homens. Infantaria contando com 9.083 homens. Cavalaria: 1º Pelotão do IV/2º R.C.D., Porto Delfino, 32 homens. Esquadrão Amaral, Capão Bonito, 78 homens. Esq. Mena Barreto, Aracassú, 150 homens. Esq. Cap. Valença, Capão Bonito, 80 homens. R.C. Rio Pardo, Capão Bonito, 232 homens. Esq. Jardim, Ligiana, 98 homens. Cavalaria contando com 670 homens. Artilharia: Peça Laescio, Ligiana, 80 homens. Bateria Capitão Mendonça, Ligiana, 120 homens. Bateria Quintães, Ligiana, 81 homens. Artilharia Destacamento Morais Pinto, Capão Bonito, 76 homens. Artilharia contando com 357 homens. Engenharia: Sapadores, Ligiana, 240 homens. Um total de 10.250 homens. Já as tropas federais contavam com os seguintes efetivos: Infantaria: I/13º R.I., Faxina, 381 homens. Cia. Mtrs. P., Capinzal, 55 homens. II/13º R.I., Capinzal, 233 homens. I/7º R.I, e II/7º R.I, Capinzal, 692 homens. I/8º R.I, Buri, 321 homens. II/8º R.I., Buri, 319 homens. 2º B.C., Caputera, 242 homens. 8º B.C. Itaberá, 209 homens. 9º B.C., Ribeirão Vermelho, 252 homens. 13º B.C., Capinzal, 239 homens. 14º B.C., Itaberá, 209 homens. 15º B.C. (1 Cia.), Engenheiro Maia, 109 homens. 1º Batalhão Brigada M.R.G., Buri, 359 homens. Batalhão da Força Pública de Pernambuco, Buri, 555 homens. Batalhão da Força Pública de Santa Catarina, Faxina, 383 homens. Força Pública do Paraná, Capinzal, 700 homens. Infantaria contando
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com 5.258 homens. Cavalaria: Esq. Mtrs. 5º R.C.D., Faxina, 78 homens. IV/5º R.C.D., Capinzal, 72 homens. IV/5º R.C.D., Capinzal, 72 homens. 8º R.C.I., Ribeirão Vermelho, 294 homens. 2º R.C. Bda. M., Buri, 392 homens. 3º R.C. Bda. M., Ribeirão Vermelho, 391 homens. Cavalaria contando com 1.227 homens. Artilharia: I/5º R.A.M., Capinzal, 268 homens. Bateria/6º R.A.M., Itaberá, 167 homens. I/9º R.A.M., Buri, 339 homens. 5º Gr. A. Mth., Buri, 251 homens. 3º G.I.A.P., Itanguá, 225 homens. 3º G.A. Cav. Ribeirão Vermelho, 110 homens. 6º G.A.Cav., Ribeirão Vermelho, 161 homens. Artilharia contando com 1.521 homens. Engenharia: Cia. 5º B.E., Faxina, 142 homens. Cia. Btl. Ferroviário, Faxina, 120 homens. Um total de 8.268 homens. Curitiba e Ponta Grossa eram pontos de passagem de todos os recursos destinados ao Destacamento de Exército do Sul, com seu QG localizado em Ponta Grossa. Os prisioneiros do sul eram transportados para o presídio nessa localidade. De lá seguiam para a Ilha das Flores. Incorporado ao Batalhão 14 de Julho, José Dario de Arruda foi destacado para ser um dos motoristas civis dessa corporação. Não morreu nas trincheiras. Em seu posto, porém, muito trabalhou e esforçou-se tenazmente pelo Batalhão a que pertencia. Ser motorista é aceitar um lugar de sacrifício. É ter confiança em seus pulsos. É ter valor, serenidade. E foi, talvez, em consequência mesmo de seu trabalho exaustivo que, no dia 7 de agosto, em Fundão, no Setor Sul, José Dario de Arruda caiu morto em consequência de uma síncope cardíaca. Está sepultado no Cemitério de Capão Bonito. Nasceu em Guarulhos, no ano de 1906 e era filho do Sr. Benedicto de Arruda. Era casado. (Cruzes Paulistas, p.267). À 7 de agosto o padre Antônio Brunetti dá notícias, vindo de Guapiara onde estão os de São Paulo. Padre Artur Silveira e padre José Pedro Belotti ficaram em Faxina (Itapeva). Neste 7 de agosto, o jornalista Geraldo Ferraz, de Guapiara, escreve para o Diário da Noite, jornal de São Paulo: “À 20 quilômetros de Capinzal, a metralha e a artilharia do inimigo estremeceu a quietação acabrunhante da serra. (...) visitamos esses bravos rapazes do “14 de Julho”, de barbas fechadas nas fisionomias fortes e viris. O seu comandante atual – Cândido Bravo – é um militar que recebe a cada momento da boca de seus comandados o elogio da atuação destacada que tem desenvolvido nos momentos difíceis destes três dias de permanência na Serra de Paranapiacaba. Contam-nos até os cuidados mais pessoais e detalhes em que o Capitão Bravo se tem desvelado para com a tropa: antes do rancho, ele prova a comida, para
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ver o estado em que está, sendo mais exigente do que qualquer soldado. Nas noites de chuva e de frio, o capitão vai ver os seus soldados, trincheira por trincheira, até o momento em que se substituem as patrulhas, fiscalizando o serviço de seus comandados. (...) Veremos como os universitários mais uma vez vão sair da luta com a altivez com que se doiraram ao rubro da metralha e ao troar da artilharia inimiga...” (A Revolução de 32, Hernâni Donato, p.197). No dia 8 de agosto, no setor de Itaporanga, houve feroz e sangrento combate entre forças do 4º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública e tropas adversárias. Manoel Rodrigues da Rocha, que era cabo da 1ª Cia. da unidade paulista, desapareceu durante a luta. Nem seu corpo foi mais encontrado. Nascido em Jacareí no ano de 1907, era filho do Sr. José Rodrigues da Rocha e da Sra. Cesarina Maria de Jesus. Solteiro, entrara para a Força Pública há muitos anos, tornando-se militar de profissão. (Cruzes Paulistas, p.328). Durante um combate dos mais difíceis do Setor Sul, travado em Itaporanga a 8 de agosto, faleceu José dos Santos, cabo da 1ª Cia. do 4º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, combatente ousado e leal. Foi sepultado no campo de luta. Solteiro, filho do Sr. Januário dos Santos e da Sra. Maria Joaquina da Conceição, nascido em Brodowski, no ano de 1907. (Cruzes Paulistas, p.294).
No dia 8 de agosto foi ocupada a localidade de Itaporanga. Cai Itaporanga, depois de ferrenho combate. Prosseguem as mortes nos combates; mais heróis: João de Paula Franco incorporou-se em Pirassununga, seguiu para a frente de combate no dia 26 de julho, como componente da 2ª Cia. do Batalhão “Marcílio Franco” e sob o comando desse mesmo oficial, em um dos renhidos combates travados no Setor Sul, precisamente em Capinzal, foi atingido, no dia 8 de agosto, por um tiro de fuzil. Transportado para o Hospital de Sangue de Itapetininga, não pode resistir aos seus graves ferimentos, tendo falecido dois dias depois, isto é, no dia 10 de agosto. Foi sepultado nessa mesma cidade, sendo seus despojos mais tarde sido trasladados para Pirassununga. João de Paula nasceu em Araras, em 5 de julho de 1904, filho do Sr. Albano de Paula Zacharias e da Sra. Anna de Paula Franco, foi casado com a Sra. Anna de Paula Carvalho e deixou os irmãos Elina, Clarindo, Aparecida e Paulo Zacharias. (Cruzes Paulistas, p.231). Antônio Augusto, português de origem, era foguista na Estrada de Ferro Sorocabana quando arrebentou a Revolução Constitucionalista. Seus serviços foram requisitados. Ele, embora estrangeiro, pôs-se imediatamente à disposição para servir à causa que São Paulo defendia. E foi no seu posto de trabalho que no dia 8 de agosto, entre as estações Muniz de Souza e Engenheiro
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Maia, foi ferido na perna, por inúmeros tiros. Transportado para o hospital de Sorocaba ali morreu alguns dias depois. Foi sepultado em Itapetininga. Nasceu em Portugal, no dia 12 de abril de 1908, filho do Sr. José Varanda e da Sra. Maria Magdalena. Era casado com a Sra. Sylvina Amélia e deixou uma filha, Amélia Augusto. (Cruzes Paulistas, p.76). 8 de agosto – Quando a aviação constitucionalista operava na Frente Sul, ocorreu, finalmente o primeiro combate aéreo. Quando o Potez TOE federal A-117 sobrevoava a cidade de Buri, em missão de reconhecimento e bombardeio, foi atacado por uma esquadrilha constitucionalista, comandada pelo próprio Major Lysias, composta pelo Potez A-212 e pelos Waco C-2 e C-3. O Potez legalista tripulado pelo Capitão Arquimedes Cordeiro e pelo 2º Tenente Osvaldo Carneiro Lima recebeu uma rajada de metralhadora no radiador de arrefecimento do motor e foi obrigado a registrar uma aterragem forçada nas proximidades da estação de Rondinha, no interior das linhas federais. Apesar de os tripulantes terem sobrevividos, o Potez A-117 ficou completamente destruído. A ação foi registrada como o primeiro avião de guerra abatido em combate na América Latina. (DARÓZ. A Força Aérea Alvinegra: a aviação constitucionalista durante a revolução de 1932).
José Cerino de Carvalho pertencia ao 1º Batalhão de Caçadores Paulista, auxiliar da Força Pública, que era comandado pelo oficial Antônio Gonçalves Barbosa e Silva. Ocupava a graduação de sargento. Depois de se distinguir, em vários combates, foi atingido por tiro de fuzil nas axilas, acidentalmente, quando em trânsito, no dia 9 de agosto, em Sete Barras, setor de Apiaí, no Setor Sul. A despeito dos cuidados que lhe foram ministrados, José Cerino de Carvalho morreu no dia seguinte. Foi sepultado no Cemitério de Sete Barras. (Cruzes Paulistas, p.263). Apresentando-se, logo no início da Revolução Paulista, ao Batalhão da Milícia Santista, Firmino Barbosa, quase a seguir, foi incorporado à Força Pública. Seguiu para o Setor Sul do Litoral. Informam seus comandantes e companheiros que foi um soldado valente e destemido. Morreu no lugar denominado Votupoca, em Ribeira de Iguape, onde foi sepultado. Nasceu em Santos, a 16 de fevereiro de 1910, filho do Sr. Feliciano Barbosa e de Dª Anna Barbosa. Era solteiro e trabalhava no comércio de Santos, na firma J. Moreira. (Cruzes Paulistas, p.174).
Logo depois de deflagrada a Revolução Constitucionalista, Pedro Barbosa, cabo da 1ª Cia. do 9º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, embarcara para o Setor Sul com a sua unidade, tomando posição junto à fronteira do Paraná. Lutou sem temor, mas por poucos dias. Em 9 de agosto, um tiro de fuzil adversário alcançou-o ferindo-o gravemente na espinha. Transportado para o Hospital Militar de São Paulo no dia 19 de agosto, faleceu no dia 28 de setembro em virtude dos ferimentos. Filho do Sr. Francisco de Oliveira e da Sra. Antônia Cardoso de Oliveira. Nasceu em Paraibuna no ano
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de 1906 e era solteiro. Entrara para a Força Pública no ano de 1925, tendo sido sempre um bom e disciplinado soldado. (Cruzes Paulistas, p.386). O 8º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública teve atuação destacada nas operações levadas a efeito no Setor Sul do Estado. Fazia parte dessa valente unidade da Força, o sargento João Baptista de Godoy, tombado dia 10 de agosto quando, comandando um grupo de combate, tentava uma sortida sob intenso bombardeio adversário. Um estilhaço de granada na cabeça matou-o próximo a Guapiara. Foi sepultado em Capão Bonito. Estava destacado em Itaberá, onde se casara com a Sra. Aurora M. de Godoy, de cujo consórcio nasceram seus filhos João, Lourdes, Dulce e Clodoaldo. Veterano das lutas de 1924 e de 30, sua bravura era conhecida e exemplar. Nascido em Rio Claro, em 1894, era filho do Sr. Joaquim Antônio de Godoy e da Sra. Maria Rita de Godoy. (Cruzes Paulistas, p.221). Pouco além do Rio das Almas em 10 de agosto, Florêncio Ferreira, fazendo uma patrulha de reconhecimento, teve um choque com os adversários, durante o qual sucumbiu. Seu corpo foi sepultado em Capão Bonito. Nascido em Bom Jesus da Lapa, no Estado da Bahia, era filho do Sr. João Ferreira e da Sra. Ângela Maria de Jesus. Florêncio era solteiro, tinha nome bem visto na milícia estadual. (Cruzes Paulistas, p.175). A bravura é um grande predicado. Por ela voluntários, sem experiência, se fizeram heróis. Mas quando essa bravura se junta a competência, então seu valor torna-se muito maior. Foi o que se deu com Antônio Alves Junior. Era maquinista da Sorocabana e foi aproveitado, no Setor Sul, em seu próprio oficio. Trabalhou, então, eficazmente. Em um dos reconhecimentos que fez, porém, na direção de uma locomotiva, foi infeliz. Ferido gravemente, foi hospitalizado em Sorocaba, onde morreu no dia 10 de agosto. (Cruzes Paulistas, p.74).
Como soldado do Batalhão “Marcílio Franco”, cujo nome oficial era 2º Batalhão Auxiliar da Força Pública, o voluntário Luiz Coelho seguiu para o Setor Sul de operações. Sua atuação foi sempre destacada. Em todos os combates de que participou demonstrou-se sempre um bravo e digno combatente do Exército Constitucionalista, tanto assim que mereceu a honra de um elogio em boletim do Comando, pela dedicação com que se conduziu na frente de Buri. A 10 de agosto adoeceu, no entanto, gravemente, sendo obrigado, por isso, a abandonar a luta. Foi conduzido para Itapetininga e, a seguir, para São Paulo, onde, em consequência da moléstia que contraíra, faleceu dias depois. Luiz Coelho, cujos dados biográficos não se conseguiu colher, era sargento reformado do Corpo de Bombeiros. (Cruzes Paulistas, p.312). 10 de agosto de 1932, a Revolução faz mais uma vítima paulista, Domingos Giglio do Batalhão “Floriano Peixoto” (Voluntários) do Exército
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Constitucionalista do Setor Sul. “A 10 de agosto, no subsetor de Guapiara, município de Capão Bonito, morreu Domingos Giglio, atingido na cabeça por bala de fuzil. Sargento do Batalhão ”Floriano Peixoto”, incorporara-se nos primeiros dias da Revolução. Sepultado em Guapiara foi trasladado para o Cemitério de Mococa a 22 de abril de 1934. Domingos Giglio era motorista em Mococa, sua terra natal; nascera Domingos a 8 de janeiro de 1906, filho do Sr. Vicente Giglio e da Sra. Maria José Cabrioli. (Cruzes Paulistas, p.153). Soldado do Batalhão “Floriano Peixoto”, João Medeiros Simas incorporou-se ao Exército Constitucionalista, seguindo com seus companheiros, para o Setor Sul, onde combateu bravamente. Em uma das lutas em que tomou parte, recebeu ferimento de que não se pode salvar, sendo sepultado em local que não foi possível descobrir. (Cruzes Paulistas, p.230). Fazendo parte da 2ª Cia. do Batalhão Marcílio Franco, Hygino Messa estava nas operações de guerra do Setor Sul. Em Guapiara sofreu um desastre de automóvel, em virtude do qual ficou com o tórax amassado. Vindo para São Paulo, para se tratar, não resistiu aos ferimentos. Sepultado em São Paulo, foi mais tarde transladado para Pirassununga. Residente em Pirassununga, ali nasceu Hygino, era filho do Sr. Custódio Messa e de Dª Vicenta Ramona e irmão de Ignez, Antônio e Manoel Messa. Era solteiro e contava 22 anos de idade (Cruzes Paulista, p.206). Itapetininga, estava sendo bombardeada por aviões do governo federal. Verificou-se, em virtude da intensidade desse bombardeio, quase que pânico entre a tropa. Metralhadoras antiaéreas começaram de revidar. Civis e militares, brava, mas desorganizadamente faziam fogo. Queriam atingir aviões. E foi em meio desse tiroteio, que Aristóteles de Abreu Patrony foi inopinadamente atingido no ventre por um tiro de fuzil. Transportado para o Hospital de Sangue em estado grave, o bravo voluntário não resistiu senão uma semana aos seus ferimentos, tendo falecido no dia 11 de agosto. Aristóteles ocupava o posto de 2º Tenente do 3º Batalhão de Caçadores Voluntários, Cia. de Sapadores, e seguira para a frente, sob o comando do Major Garrido, no dia 3 de agosto. Nasceu em São Simão, em 1887, filho do Sr. Miguel Patrony e da Sra. Thereza de Abreu Patrony. Deixou os irmãos Miguel Patrony Filho; João, Elias, Eurides Patrony e Dª Maria de Loudes Oliveira, casada com o Sr. Mario de Oliveira. Foi casado com Dª Maria Patrony e deixou uma filha menor de nome Wanda. Era químico. Seu sepultamento se deu em Itapetininga. (Cruzes Paulistas, p. 93).
Da Cia. de Metralhadoras do 8º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública fazia parte o Cabo José Guedes, combatente desde os primeiros dias no Setor Sul de operações. Atravessando incólume os riscos da guerra, veio a perecer num desastre de caminhão na estrada de Guapiara a Capão Bonito, em cujo Cemitério foi sepultado dia 11 de agosto. Praça da Força
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Pública desde janeiro de 1925, José Guedes nasceu aos 8 de março de 1906 em Mogi Mirim, filho do Sr. Antônio Guedes Sobrinho e da Sra. Guilhermina Maria de Jesus, e irmão de João de Campos Guedes. (Cruzes Paulistas, p.274). Incorporado em São Paulo, na aurora da Revolução, Rubens Fraga de Toledo Arruda, seguiu para o Setor Sul, no dia 14 de julho, como soldado da 2ª Cia. do 2º Pelotão do Batalhão que tomou o nome daquela data, a que tanto brilho deu. Morreu no Fundão, no dia 12 de agosto, em meio de sangrento combate que se verificou naquele setor, ferido, no crânio, por estilhaço de granada. Foi sepultado em Capão Bonito, de onde, mais tarde, seus despojos foram trasladados para Bauru. Nasceu em Bauru, no dia 3 de novembro de 1915, filho do Sr. José de Toledo Arruda e da Sra. Sylvia Fraga de Toledo Arruda. Era neto do acatado jurista Dr. Affonso Fraga. Deixou os irmãos Fernando e Rogério Arruda, estudantes de direito e de engenharia, respectivamente, e soldados do mesmo Batalhão; Helena e Lysia de Toledo Arruda. (Cruzes Paulistas, p.406). Escolhendo o 2º Regimento de Cavalaria Divisionária, por ser reservista do mesmo, Ruy Barbosa Lima partiu para o Setor Sul de operações, na graduação de sargento, sob o comando do capitão Octávio Garcia Feijó. Foi um colaborador dos mais eficientes, daqueles que uniram sempre a bravura à inteligência, ao denodo o ideal de uma causa. Morreu no dia 12 de agosto, no mais aceso do combate de Apiaí-Mirim, onde se portava com sua costumeira coragem, quase que ao lado do seu comandante. Nasceu em Agudos, no dia 13 de agosto de 1910, filho do Sr. José Barbosa Lima, falecido e da Sra. Regina Orlandim Barbosa Lima. Foi casado com Dª Alfrida Barbosa Lima e deixou uma filha de nome Euza, e os irmãos Octávio Barbosa Lima, Maria Lima Redó, Amália Lima Laurent, Iracema Lima de Abreu, Alécia Lima da Silva e Tabajara Barbosa Lima. Escrevente do Cartório de Pongai, onde, também, colaborava, com muito brilho, na imprensa local. (Cruzes Paulistas, p.407). Com relação ao rio Apiaí-Mirim, este nasce no município de Apiaí, nas proximidades da rodovia SP-250, bairro Banhado Grande, nos sopés da serra da Samambaia, com o denominação de Rio São José de Guapiara, cruza a SP-250, junto ao bairro da Fazendinha, tornando cruzar a mesma rodovia, já no perímetro urbano de Guapiara, após receber as águas do ribeirão Invernada, com nascentes na serra do Cantagalo, limite dos municípios de Itapeva e Guapiara, recebe o nome de Apiaí-Mirim e desagua no rio Apiaí-Guaçu no município de Buri a montante, seis quilômetros da cidade, no local conhecido como Bairro da Barra. A 12 de agosto as tropas federais foram fortemente bombardeadas pela aviação paulista em Guapiara, onde se achavam em reconstituição e cobertas nas direções de Norte e Nordeste. Através dos Combates de Pinhal o Destacamento Boanerges avançava
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de 12 de agosto, numa marcha até 2 de setembro para a tomada de Capão Bonito que dispunha de efetivos consideráveis. As tropas do exército constitucionalista de São Paulo eram comandadas nesse setor pelo Coronel Christiano Klingelhoefer, Capitão Joaquim Alves Bastos e Coronel Tenório de Brito. Em 13 de agosto os constitucionalistas tentam reconquistar a praça de Buri que foi perdida em 26 de julho. O plano previa ataque pelo flanco sul do Batalhão Major Arlindo e da Cavalaria Capitão Feijó, combinado com pressão, a partir de Vitorino Carmilo, do Destacamento Klingelhoefer. Haveria ainda ataque diversionista ao norte e apoio da artilharia, Seção Mascarenhas. Mas a ação resumiu-se a razoável êxito do movimento ao norte e do combate lateral da cavalaria, à esquerda. Buri permanece em poder dos ditatoriais. (A Revolução de 32, de Hernâni Donato)
“Em 13 de agosto, em Capão Bonito, o Pelotão do Batalhão Universitário “Fernão Sales” recebeu ordem de partida. Para executar certas medidas de segurança. Havia notícias de que patrulhas das tropas federais tinham se aproximado de São Miguel Arcanjo, vanguardeando uma coluna inimiga, que havia se infiltrado até aquelas paragens. Dizia-se que alguns soldados da cavalaria rio-grandense, tinham sido aprisionados na casa de força da usina elétrica de São Miguel. Boatos, deveriam ser esses rumores. Mas, por via das dúvidas, era melhor investigar. E, pela madrugada, num caminhão, lá fomos nós para a primeira missão guerreira. Os soldados levavam uns velhos fuzis Mauser e um Fuzil Metralhadora. Acompanhei o pelotão, que, além dos reconhecimentos, levava a missão de dinamitar pontes e guarnecer algumas passagens, para maior segurança das tropas em operações na zona. Andamos o dia todo. Nada de suspeito averiguamos. A “bóia” do pessoal consistiu em bolachas, salsichas e água. À noite, atingimos um lugar chamado Serraria. Então tomamos uma refeição quente, gostosa (arroz, café e pão). Os poucos moradores, pobres trabalhadores, foram gentis e camaradas. Estávamos com fome, cansados e tiritando de frio. Chovera o dia todo. Uma chuvinha peneirada, contínua, irritante. À meia noite, mais ou menos, o pelotão retomou o caminhão e tocou para a frente. O velho Ford sacolejava nos caminhos esburacados. Ninguém dormia. Nem cochilava. Num lugarejo chamado Capela dos Ferreiros (sic) (Capela dos Ferreiras) – uma dúzia de casas – foi destacado um grupo de combate para guarnece-lo. Fiquei com o grupo. O resto do pessoal retornou a Capão Bonito. Na Capela dos Ferreiros (sic) (Capela dos Ferreiras) permanecemos três dias. Inativos. Numa pasmaceira enervante. Vigiando os caminhos e observando a gente que passava. Nada de anormal. À noite, nos casebres abandonados, (os moradores) tinham pirado à nossa aproximação), curtimos frio, enrolados nos cobertores ralos, enquanto as sentinelas perscrutavam os horizontes. Nada de anormal, felizmente. Durante dois dias, ao longe, muito ao longe, percebia-se um ronco. Um barulho contínuo. Era como que uma grande trovoada. Soubemos depois, que eram
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os combates de Buri, Ligiana e Victorino Carmilo, onde os paulistas lutavam desesperadamente contra a avalanche ditatorial, que contava com cem peças de artilharia”. (Botucatuenses no Setor Sul, 1932 – 1957, Sebastião A. Pinto). Guapiara, 14 de agosto, o 3º B.C.V. da Brigada do Sul, bateu-se com extraordinário denodo, tendo aprisionado dois oficiais e quatro soldados. Estão em Taquary duas Companhias da Brigada sob o comando do Major Manoel Marques. Essas Cias. que são do 2º B.C.V. entrou em contato com o inimigo entre Taquary e Itaberá, derrotando-o, tendo o inimigo abandonado o campo da luta verdadeiramente apavorado. Forças que seguem para a Frente: Com a coluna Adaucto de Mello, que acaba de partir para a frente de combate, seguiram três Companhias da Brigada do Sul, sendo duas do 1º B.C.V. e outra do B.C.V. Esta última que forma uma Cia. de assalto, perfeitamente equipada e municiada, segue sob o comando do Capitão Olympio Mariz. (Tribuna Popular).
Em 15 e 16 de Agosto, os combates e as mortes em Buri: Em 15 de agosto, em Victorino Carmilo, também chamada “a Segunda Batalha de Buri”. Alves Bastos afirma que “correspondentes da imprensa acreditados junto ao EM do general Valdomiro chegaram a classifica-la como “a maior batalha da América do Sul”. Tomaram parte: 6.000 governistas (8º RI de Passo Fundo; 13º de Ponta Grossa; 16º BC de Santa Catarina; batalhões policiais sulistas e norte-americanos); 1.030 constitucionalistas, sob o comando do coronel Christiano Klingelhoefer (trezentos do 6º BC; 250 do 2º Batalhão do RI “9 de Julho”; duzentos do 9º BCR; cem do 1º BCR; cem do 7º BC; oitenta do Esquadrão de Cavalaria Jardim. Um canhão paulista, com apenas 54 tiros, e 32 peças governistas fartamente municiadas. Às 6,30 horas do dia 15, iniciada barragem de 1.200 tiros de artilharia sobre os defensores. Às 6,50 horas, avanço de infantaria em esforço de cerco, contando com apoio aéreo. Às 14 horas os atacantes haviam ocupado as primeiras posições adversárias, algumas das quais retomadas ao entardecer mediante furioso contra-ataque. Os contendores passaram a noite preparando a continuação da batalha. Em 16 acontece a segunda batalha de Victorino Carmilo. Na proporção de um para cinco, os constitucionalistas não dispuseram de tiros para o seu canhão único nem de apoio aéreo, coberturas que abundavam para os contrários. Às 14 horas, faltos de munição para fuzil e metralhadoras, os paulistas tiveram sua linha rompida pela carga de baionetas. Todo o dispositivo constitucionalista recuou para novas posições, entregando Victorino Carmilo ao ditatorial Exército do Sul. No dia 15 de agosto, em Buri, procurando abrir caminho no rumo de Capão Bonito, 6.000 soldados do governo provisório atacam a posição defendida principalmente pelo 6º BC da Reserva, sob a chefia geral do coronel Christiano Klingelhoefer. Depois da preparação realizada por
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1.200 tiros de artilharia, cumpridos por 32 peças, às 6h50 avançaram o 8º RI de Passo Fundo, o 13º BC de Ponta Grossa e o 16º BC de Santa Catarina, apoiados por atividade aérea de bombardeio e metralhamento. Uma carga à baioneta dos catarinenses rompeu a linha constitucionalista sobre o 6º BC e por ali entraram de roldão os atacantes, obrigando ao recuo todo o dispositivo de defesa. (A Revolução de 32, de Hernâni Donato). Nos dias 15 e 16 de agosto acontecem os combates em Buri.
No dia 15 de agosto feriu-se o combate de Buri, na Frente Sul, entre as tropas de voluntários paulistas entrincheirados nos arredores da cidade, que foram atacadas pelas forças regulares do exército, sob o comando do general Valdomiro Castilho de Lima. Após uma preparação de artilharia desde o amanhecer, disparando milhares de projéteis, as forças legalistas desfecham o assalto ao cair da tarde, obrigando os constitucionalistas a recuarem para outras posições. Entre os postos mais visados estavam as trincheiras defendidas pelo 6º B.C.R., cuja Cia., a 2ª, onde estavam em sua maioria voluntários tieteenses, é que sofreu a maior pressão. Nesse combate morreram Indalécio da Costa e Enoch Barreira de Macedo, no aceso da luta, enterrados na própria trincheira. Feridos, levemente, José Teixeira Pinto e, gravemente, Luiz Fernandes Diogo, que transportado para o hospital de sangue de Sorocaba, lá faleceu. Salvador Evangelista de Campos foi ferido no ato de ser aprisionado e levado para o hospital de sangue de Curitiba. Envolvidos pelos legalistas foram aprisionados e internados no presídio da Ilha das Flores: Deoclécio de Lara Campos, sargento comandante de um pelotão, Mário Mazucatto, José Orestes Corradi, Luiz da Costa Júnior, Aureliano Sottovia, Benedicto Silveira, vulgo Peixeiro, Salvador Pereira do Amaral e Brasilio Alves de Carvalho. Indalécio da Costa, Luiz Fernandes Diogo e Enoch Barreira de Macedo, foram posteriormente homenageados com a denominação de ruas na cidade de Tietê, através do Ato nº 37, de 22/4/1932, Decreto nº 33, de 15/09 e Ato nº 54, de 14/12/1933, respectivamente, decretados pela municipalidade. (Cronologia Tieteense, Benedicto Pires de Almeida). As tropas Paulistas, no Setor Sul, estavam sob o comando do Coronel Taborda.
Indalécio da Costa, incorporado em Quitauna ao Exército Constitucionalista, em 20 de julho; no dia 26, como soldado da 2ª Cia., sob número 1750, comandado pelo capitão Tenório de Castro, seguiu para a frente do Setor Sul. Entrou logo em ação. Em meio de um combate que se efetuou, renhidíssimo, morreu em Buri, dentro da trincheira, em 15 de agosto. Um tiro de fuzil, no pescoço matou-o instantaneamente. Foi enterrado na própria trincheira e mais tarde trasladado para Tietê, sua terra natal. Nascido em Tietê, aos 8 de janeiro de 1908, filho do Sr. Luiz da Costa e da Sra. Francisca da Costa, deixou os irmãos: Maria da Costa Bismara, Agostinho da Costa e Luiz
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da Costa Junior ex-combatente do 6º Batalhão de Caçadores da Reserva. Era bacharel em Ciências e Letras e exercia a profissão de corretor de café. (Cruzes Paulista, p.208). Dos voluntários de Tietê, pereceu no fatídico dia 15 de agosto, vítima dos ditatoriais, Indalécio da Costa. A sua morte só foi constatada depois do término das hostilidades, com a volta dos prisioneiros da Ilha das Flores, para onde também fora levado o seu irmão Luiz da Costa Junior. Cessadas as operações, sua família promoveu a vinda de seus despojos para Tietê e o corpo exumado da terra que banhara com o seu sangue generoso, foi transportado para a terra natal. Foi inumado no Cemitério local em 19 de novembro de 1932. (A Revolução de 32, Benedicto Pires de Almeida). Enoch Barreira de Macedo, do 6° Batalhão de Caçadores da Reserva (Voluntários) Exército Constitucionalista do Setor Sul nos campos de Buri, morreu a 15 de agosto, durante o combate nesse dia travado. Foi sepultado no próprio local onde tombou. Natural do Estado do Piauí, Enoch Barreira de Macedo residia há muitos anos em Tietê, onde exercia a profissão de pintor e era estimadíssimo. Grandes homenagens lhe prestou a população local. Entre elas a de dar a uma das ruas da cidade o seu nome. (Cruzes Paulistas, pp. 163/164). Enoch tomou parte como soldado na legendária Coluna Prestes que percorreu vários Estados do Brasil, em um sem número de combates e tiroteios, e depois se internou na Bolívia, de onde veio para Tietê, onde trabalhava como pintor na Estação experimental de Policultura, abandonando o serviço no auge do entusiasmo, passando a integrar as fileiras do Batalhão Tietê. Para se avaliar quantos elementos do 6º BCR foram sacrificados naquele aziago dia 15 de agosto, é o bastante folhear as páginas do livro Cruzes Paulistas e lá se encontrará os nomes de jovens esperançosos, no desabrochar da vida, sonhadores de uma Pátria Maior, que tiveram suas vidas cortadas. Nas fileiras do Batalhão havia homens de Piracicaba, Laranjal Paulista, Conchas e de todos os rincões do Estado, mais numerosos os voluntários tieteenses, que contribuíram com quase a unanimidade para formar a 2ª Cia. (Revolução de 32, Benedicto Pires de Almeida). Nota do autor: - Sobre o livro Cruzes Paulistas, publicação organizada por Benedito Montenegro e Alberto Aguiar, com redação de A. Guanabara de Arruda Miranda e Horácio de Andrade. Edição de 1936; posteriormente foi republicado, em comemoração aos 85 anos da Revolução, numa Edição do Núcleo Paulistas de Itapetininga! Às armas! – Sociedade Veteranos de 32 – MMDC – Gráfica Regional 2017. As páginas do Livro, aqui referidas, são da 1ª edição de 1.936.
Incorporado em Tietê, Luiz Fernandes Diogo, foi destacado para a 2ª Cia. do 6º Batalhão de Caçadores da Reserva, seguindo para o Setor Sul de operações de guerra, sob o comando do capitão Honório de Castro, no dia 29 de julho. Não lhe foi dado combater muito tempo pela causa que abraçara com todo entusiasmo e civismo. Dezessete dias depois, ou mais propriamente a 15 de agosto, morreu em Sorocaba, em consequência de graves ferimentos que recebeu em combate. Seu corpo foi transportado para Tietê, onde foi sepultado com todas as honras devidas a um digno e valente filho dessa terra. Nasceu em Tietê, no dia 19 de setembro de 1910, filho do Sr. Antônio Fernandes Diogo e de Dª Otília Zaneto Diogo, já falecida. Era irmão de José Fernandes Diogo. Era solteiro e exercia a profissão de pedreiro. (Cruzes Paulistas, p.313). Luiz Fernandes
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Diogo, embora ferido, arrastou-se debaixo de chuva torrencial durante a noite de 15 para 16, atingindo um posto da Cruz Vermelha, entre Victorino Carmilo e Ligiana. Depois de medicado ligeiramente, foi encaminhado para Ligiana e Itapetininga, dando impressão que os seus ferimentos não eram graves. Todavia, foi transportado para Tatuí e Sorocaba, em cujo hospital de sangue veio a falecer. O seu corpo foi removido para Tietê e sepultado com grande acompanhamento no dia 15 de setembro de 1932, um mês depois de ferido. (A Revolução de 32, Benedicto Pires de Almeida).
Na batalha em Buri à 15 de agosto, Fernando Pinheiro, foi atingido no crânio por um tiro de canhão, morrendo instantaneamente. Seu corpo foi sepultado pelos seus próprios companheiros em local até hoje desconhecido. Fernando Pinheiro, era órfão de pai e mãe e nasceu no Rio de Janeiro, pertencia ao 6º Batalhão de Caçadores da Reserva (Voluntário). Foi incorporado em São Paulo e seguiu para o Setor Sul de Operações, servindo com grande denodo pela causa constitucionalista. (Cruzes Paulistas, p.170).
O cabo da esquadra da 1ª Companhia do 6º Batalhão de Caçadores Paulista, Francisco Gomes de Carvalho toma parte nas operações do Setor Sul, tendo sido gravemente ferido nos campos de Buri. Hospitalizado em Itapetininga, falece a 15 de agosto em consequência dos ferimentos, sendo sepultado no Cemitério local. Nascido em São Paulo no ano de 1909, Francisco era filho do Sr. Augusto Gomes de Carvalho e Dª Lucrécia Maria da Conceição e casado com Dª Geralda Aparecida. (Cruzes Paulista, p.180). Nesse fatídico 15 de agosto, Francisco Teixeira de Carvalho Filho e mais alguns companheiros sustentavam, em Buri, a retirada da Companhia que estava sendo envolvida pelas forças adversárias, quando foi atingido, no peito, por tiro de fuzil que lhe roubou a vida. Foi um dos heroicos soldados do 6º Batalhão de Caçadores da Reserva que atuou, com brilho, sob o comando do tenente coronel Tenório de Brito. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de Buri, pelas forças do general Valdomiro de Lima e, mais tarde, trasladado para Assis. Nasceu em Campos Novos de Paranapanema, em 20 de novembro de 1905, filho do Sr. Francisco Teixeira de Carvalho e Dª Clementina Teixeira de Carvalho. Diplomado em odontologia, exercia sua profissão em Assis, sendo muito estimado pela população local. (Cruzes Paulistas, p.188). Após a Revolução, o jornal itapetiningano Tribuna Popular publica: “só agora, por uma notícia de jornal, soubemos ter falecido em combate, nas cercanias de Bury, a 15 de agosto último, o sr. Francisco Teixeira de Carvalho, bravo soldado constitucionalista, residente em Assis. Chicão, como era conhecido, residiu alguns anos nesta cidade, tendo se diplomado pela nossa escola de Pharmácia. A notícia do seu falecimento causou mágoa aos muitos amigos e colegas que aqui deixou, pois o extinto, por suas boas qualidades, gozava de muita estima”. Na Cia. de Emergência do 8º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, Pedro Meira, cabo de esquadra, partiu para o Setor Sul no dia 15
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de julho. Um mês depois, por volta de 15 agosto, morria valentemente no Bairro do Capinzal, próximo a Guapiara, município de Capão Bonito, vítima de graves ferimentos. Foi sepultado no Cemitério de Guapiara. Filho do Sr. Salvador Joaquim Meira e de Dª Gertrudes Maria da Conceição, nascera em Angatuba, no ano de 1902. Era casado. (Cruzes Paulistas, p.388). Guapiara, na época era um pequeno distrito de Paz, entre Capão Bonito e Apiaí, onde chovia em abundância. A tropa paulista se alojou na igreja de São José onde o templo se transformou em quartel alojando a soldadesca em campanha. No povoado estava acampada uma guarnição do 2º Grupo de Artilharia de Jundiaí, que contava com apenas 4 peças de 75mm. Nesse dia teve lugar o Combate do Rio Capinzal, onde correu sangue e constituiu sério revés para os paulistas que tiveram muitas baixas, sendo obrigados a abandonar Guapiara, mais tarde retomada, por poucos dias, e finalmente abandonada, definitivamente.
A Igreja de São José de Guapiara, em foto de Miguel Ângelo França Mattos
José Augusto Escobar era oficial farmacêutico adido ao 6º Regimento de Infantaria e desde os primeiros dias esteve a postos no Setor Sul. Em 15 de agosto, em Buri, soube que seu amigo Silvio Cervelini estava ferido no campo onde se travara a luta e onde as forças ditatoriais já começavam a pôr os pés, era perigosa qualquer incursão naquele rumo. Porém fiel a sua amizade foi procurar o amigo ferido, possivelmente morto. Foi infeliz. Encontrou apenas um tiro de fuzil inimigo que o prostrou e que, finalmente, levou-o para o mesmo Hospital de Sangue da coluna adversária. No dia seguinte, 16, a morte juntou-os, levando-os ao mesmo tempo. Sepultado em Buri, a cidade de São Paulo reclamou os seus restos e hoje os tem no Cemitério local. José Augusto Escobar era filho do Sr. Mario Teixeira de Escobar e de Dª Auta Escobar e irmão de Irineu, Maria de Lourdes, Mario, Antônio e Edgar Escobar. José Augusto nasceu em São Pedro, neste Estado, em 26 de junho de 1909 e era formado pela Escola de Farmácia e Odontologia de São Paulo, em 1930 e
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exercia sua profissão de farmacêutico em Garça. (Cruzes Paulistas”, p.251). Osório Franco Vilhena era Sargento da Reserva do Exército e nesse posto foi incorporado ao 6º Batalhão de Caçadores da Reserva, com ele partindo para o Setor Sul nos primeiros dias de agosto. Em poucos dias demonstrou sua capacidade e seu valor, sendo promovido a 2º tenente, posto que honrou e em que morreu a 15 de agosto, em Victorino Carmilo, alcançado por estilhaços de granada no peito, durante um dos difíceis e pesados combates travados ali, no sul do estado. Foi sepultado no Cemitério Municipal de Itapetininga. Nasceu em Dois Córregos, aos 15 de agosto de 1904, filho do Sr. Christovam Vilhena e de Dª Ordália Franco Vilhena. Era comerciário, e solteiro. (Cruzes Paulistas, p.370). Os voluntários Luiz Dizep, Benedito Teixeira de Assumpção e José Tavares de Camargo estavam presentes no local e hora em que morreu o tenente Vilhena, que tinha ido entregar munições e viajava na cabina de um caminhão juntamente com o motorista. O Vilhena foi a única vítima da granada. O seu corpo foi colocado pelos tieteenses dentro do próprio caminhão que levou para a retaguarda os restos mortais do bravo soldado. (A Revolução de 32, Benedicto Pires de Almeida).
Arnaldo Vilhena, natural de Franca, foi incorporado ao 6º Batalhão de Caçadores da Reserva e serviu ao Exército Constitucionalista, desde os primeiros dias de luta, no Sul. Fazia o serviço de ligação na frente de Buri. Depois de tomar parte em vários combates, foi atingido por estilhaço de granada no setor de Ligiana, precisamente a 15 de agosto, dia de seu aniversário e, também, o dia em que as posições paulistas, naquele setor, foram atingidas por mais de mil tiros de canhão, além de intensa fuzilaria. (Cruzes Paulistas, p. 96). Em Buri – A composição dos Destacamentos das tropas federais, diante de Buri era a seguinte: Destacamento Saião: 14º B.C., com 229 homens. 2ª Cia./13º R.I., 120 homens. 1 Sec. Mtrs. L/13º R.I., 25 homens. 1/8º R.I., 336 homens. B.C. da F.P. Sta. Catarina, 398 homens. 3º C.A. Bda. M. (Provisório), 522 homens. 3º G.I.A.P., 230 homens. 5º Gr. A. Mth., 258 homens. 9º R.A.M. (um Grupo), 356 homens. Um total de 2.474 homens. Destacamento Dorneles: 1º Btl. Bda. M., 371 homens. Btl. F.P. Pernambuco, 736 homens. 2º R.C. Bda. M., 417 homens. Um total de 1.524 homens. Um total de 3.998 homens. As tropas paulistas contavam com: 6º B.C.P., com 800 homens. 6º B.C.R., 470 homens. 7º B.C.R., 460 homens. 9º
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B.C.R., 280 homens. 1º B.R.E., 320 homens. Btl. “Borba Gato” (1 Cia.), 479 homens. Esq. Ten. Jardim, 102 homens. Esq. Cap. Mena Barreto, 150 homens. Esq. “Rio Pardo”, 232 homens. Btl. “14 de Julho” (1 Cia.), 350 homens. 1 Cia. E. (2º B.E.), 150 homens. 1 Bia. A. (de Campo Grande), 120 homens. Btl. “9 de Julho” (a 16), 400 homens. Um total de 4.313 homens. Não computados as reservas e os elementos de A. e E. 15 e 16 de agosto. Os combates de Buri - “Foi sem dúvida, a operação culminante entre todas as que tiveram lugar no Setor Sul. Os meios postos em ação e o caráter acentuadamente clássico de que se revestiu, poderiam mesmo indicá-la como um caso concreto digno de estudo. Correspondentes da imprensa, acreditados junto ao Estado Maior do general Valdomiro, chegaram a classificá-la como “a maior batalha já havida na América do Sul”. “Major Van Erven – Curitiba. Favor retransmitir imediatamente seguinte rádio à Noite Rio: “Batalha Buri terminada pode ser considerada maior até hoje travada Brasil tendo participado nela todas armas. Durou dia e meio e iniciou-se preparação artilharia que durou hora e meia. Seguiu-se ataque geral frente doze quilômetros contra posições paulistas admiravelmente preparadas constituindo série trincheiras construídas disfarçadas encostas cristas bosques. Cerca onze horas apareceram aviões apoiando ataque bombardeando linhas retaguarda inimiga; seguida vieram aviões inimigos contra-atacaram visando principalmente Artilharia inimiga esteve começo ativa, mas foi esmorecendo porque como soube-se depois duas suas peças ficaram inutilizadas. Progressão Infantaria fez-se lenta, mas constantemente através todas dificuldades que inimigo criava desenvolvia defendendo encarniçadamente suas posições principalmente apoiando ninhos metralhadoras pesadas. Batalha terminou com ocupação Estação Victorino Carmilo fica 284 quilômetros São Paulo sobre linha Sorocabana. Progressão geral superior, certos pontos, mais quinze quilômetros, retirando-se adversário posições margem Paranapanema esquerda ataque. Assisti batalha excelente observatório admirando todas suas fases; fui único jornalista teve tais regalias podendo ontem mesmo visitar Victorino Carmilo cuja população abandonou totalmente povoado. Encontramos ainda comida quente tinha sido preparada, casas abertas, apreendidos Estação documentos importantes revelando últimas providências tomadas cel. Klingelhoefer que comandava este setor qual havia cerca três mil homens. Foi primeira batalha travada Brasil qual executou-se inteira perfeitamente plano previamente delineado segundo todas regras tática estratégia por Chefe Forças Legalistas gen. Valdomiro de Lima que pessoalmente dirigiu operações percorrendo correr delas todos setores incutindo confiança ardor decisão suas tropas. Destacaram-se no ataque por sua bravura e determinação as forças policiais catarinenses, comandadas pelo cel. Caminha, pernambucana comandada cel.
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Mamede, 1º Btl. Bda. Gaúcha, 9º R.A.M. comandado major Catulo Andrade, 3º Provisório comandado cel. Serafim Moura. Feitos 68 prisioneiros além feridos encontrados trincheiras, mortos que enterramos. Coluna Valdomiro teve oitenta feridos quinze mortos. Avanço continuado por flanco direito direção Capão Bonito. (a) Viana, Redator Noite.” O primeiro combate, segundo o coronel Klingelhoefer: “Ao amanhecer de 15, desencadeou-se a luta, iniciada por violentíssimo canhoneio. Já às 6h50 da manhã o inimigo abre o fogo com todas as suas baterias; identificada no mínimo oito. A princípio o tiro é por peça, naturalmente procurando a boa alça; em seguida, é por bateria, grandes de percussão é o Shrapenel”. Mal clareava o dia 15, já os ditatoriais iniciavam um canhoneio infernal, que só parou por volta das 15 horas. Os combatentes já estavam há alguns dias acampados em linha de fogo, as margens da estrada de Buri – Capão Bonito, proporcionando essa demorada permanência na crista de uma colina toda a facilidade para que o inimigo estudasse e fizesse seu plano de ataque. Pelo detonar dos canhões, podia-se verificar que os mesmos estavam dispostos numa extensão de 4 a 5 quilômetros na colina oposta e numa distância aproximada de 2.000 metros, quando muito, da nossa posição. O 6º BCR, sacrificando nesse dia, era comandado pelo Capitão Honório de Castro, da polícia catarinense. Tinha, à sua esquerda, uma companhia do Borba Gato, comandado pelo Tenente Ernani e, à sua direita, o 1º BRE, comandado pelo ousado capitão Pinto. Estava disposto em ângulo obtuso, cujo vértice assentava num terreno pantanoso. A 2ª Cia., comandada pelo tenente Silva, ocupava o lado esquerdo e fazia ligação com o Borba Gato. A 1ª e a 3ª Cias. e a secção de Metralhadoras leves ocupavam o lado direito e faziam ligação com o 1º BRE. Para ligação entre a 2ª Cia e o restante do batalhão, foi improvisada uma única passagem através do terreno pantanoso”. O combate de 16, o capitão Joaquim Alves Bastos, em seu livro “Palmo a Palmo” assim o descreve: “O 2º “9 de Julho” ocupa as posições que lhe são designadas, sob intenso bombardeio, cujos canhões, localizados no Cemitério de Buri, varrem incessantemente as onduladas campinas de Victorino Carmilo, onde se encontra a tropa. Após a fixação de cada elemento, percorri o sangrento teatro da luta sustentada durante vários dias pelos bravos do 6º BCR, ora sob a guarda do 2º “9 de Julho”. Desde a alvorada recomeça a dança: o inimigo atira de todos os cantos e faz pesar seu principal esforço sobre a brecha, procurando alarga-la e abrir, completamente à direção de Capão Bonito. Mais uma vez a manobra de contra-ataque não se realiza e os combatentes ficam isolados. Somos 850 homens e uma peça de artilharia contra 6.000 homens apoiados por 32 canhões. Ao cair da noite, o Destacamento todo, em perfeita ordem, quebra o contato com o inimigo e recua para Aracassú e Ligiana. O major Tenório, com sua gente, forma a retaguarda”. Assim findou a segunda batalha de Buri, onde os nossos voluntários fizeram prodígios, e, durante os dois longos dias de
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combate, deram provas de valentia, de espírito de sacrifício e de uma rigidez de velhas tropas. (A Revolução de 32, Benedicto Pires de Almeida). Os feridos eram levados pelos federais e atendidos primeiramente a um posto de Saúde das tropas e dali para Buri, que distanciava mais ou menos um quilômetro; caso necessário eram enviados num trem de carga com destino a Faxina, hoje Itapeva, onde poderiam ser operados e até mesmo para o Hospital Militar de Curitiba para receberem um tratamento mais adequado, sob vigilância policial. Os prisioneiros a princípio eram recolhidos a um açougue de Buri, improvisado de cadeia, onde permaneciam até o dia seguinte. Dali pela manhã seguinte eram transportados em gaiola de gado para Faxina, e presos na cadeia pública; dali seguiam pra Curitiba, onde ficavam até o fim das hostilidades. Outros eram levados para Paranaguá passando por Curitiba, onde desembarcavam para um lanche de meia hora e desta, eram levados de vapor para a Ilha das Flores, transformada em presídio militar, onde ficariam recolhidos até o fim da guerra paulista. Terminado assim o ataque de Buri, tendo os Destacamentos Dorneles e Saião ocupado as alturas a N.O.-N., e N.E. de Victorino Carmilo e a boca da picada do bosque em forma de coração. O adversário abalou para além das barrancas do Paranapanema, abandonando também Aracassú. “Após trinta e seis horas de fogo, terminara o combate de Buri. Entre outras, as tropas federais tiveram quarenta e três baixas no 3º C. A. (Corpo Auxiliar) da Brigada Gaúcha e cerca de doze da Polícia Catarinense. No dizer do general Valdomiro de Lima “a bússola da bravura de uma unidade de Infantaria é o número de mortos e feridos que ela apresenta ao fim do assalto”. Tivemos, relativamente à duração e impetuosidade da refrega, poucas baixas. O inimigo certamente, as teve em muito maior número”. (Carne para Canhão, p.114, Apud Vitória, ou Derrota?). O Destacamento de Exército Sul, aditava o Boletim comunicado de 22 de agosto de 1932: “Combate de Buri (15, 16 e 17 de agosto). Realizado pelos Destacamentos Cel. Saião e Ten. Cel. Dorneles, tendo por fim recalcar o inimigo segundo o eixo Buri – Victorino Carmilo, com objetivo de libertar a estrada Buri – Capão Bonito e nas seguintes condições: Preliminarmente: ataque à boca da picada (Buri – Capão Bonito), por um forte elemento do Destacamento Saião, apoiado por toda a massa de artilharia que neutralizou e cegou o inimigo nesse ponto. 1ª Fase: Ataque em toda a frente pelos dois Destacamentos justapostos, seguindo o eixo Buri – Victorino Carmilo. 2ª Fase: Ruptura do dispositivo de defesa do inimigo logo à esquerda da boca da picada e tamponamento da mesma. 3ª Fase: Recalque do inimigo na direção de Victorino Carmilo. Destacamento Coronel Saião. Missão: Cooperar com o Destacamento Cel. Dorneles, a fim de recalcar o inimigo na direção de Victorino Carmilo, com o objetivo de libertar a estrada Buri – Capão Bonito atacando inicialmente,
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com um forte elemento, a boca da picada (Buri – Capão Bonito). Destacamento Coronel Dorneles. Missão: Atacar e recalcar o inimigo na direção Buri – Victorino Carmilo agindo à esquerda do Destacamento Coronel Saião. Em Garça, onde residia, Sylvio Cervellini apresentou-se voluntariamente para combater ao lado de São Paulo pela Revolução Constitucionalista. Doze dias depois, estava ele incorporado ao 6º Batalhão de Caçadores da Reserva e ocupando posição no Setor Sul, na frente de Buri. Foi ali que, a 16 de agosto, Sylvio foi atingido por tiro no ventre, sendo recolhido ao Hospital de Sangue de Buri, onde morreu dois dias depois. Sepultado no Cemitério local, foi seu corpo trasladado para Piracicaba. Piracicabano, nasceu aos 16 de fevereiro de 1911, filho do Sr. Eugênio Cervellini e de Dª Augusta Cervellini. Solteiro, contador formado pela Escola de Comércio Christovam Colombo, de sua terra natal, ultimamente dedicava-se ao comércio de café na cidade de Garça. (Cruzes Paulistas, p.422). Soldado da Força Pública, Rodolpho Lago, veterano da Revolução de 1930 era o 176, da 2ª Cia. do 6º Batalhão de Caçadores Paulista. Partiu para a frente no início das operações de guerra. Lutou com valor, até que o destino cortou sua carreira no dia 16 ou 18 de agosto, em Buri, quando defendia, combatendo rudemente, as cores de São Paulo. Presume-se que o seu sepultamento se deu naquela cidade e foi feito pelas tropas adversárias. Nasceu na capital do Estado de São Paulo, no dia 18 de fevereiro de 1912, filho do Sr. José Lago e da Sra. Dolores Martins. Era solteiro. (Cruzes Paulistas, p.401).
Estação Ferroviária de Buri, em foto do autor
Luiz França, nº 23, da 4ª Cia. do Batalhão Marcílio Franco, auxiliar da Força Pública, incorporara-se a 12 de julho, partindo logo para o Setor Sul. Pouco depois dos primeiros choques nas trincheiras, foi acometido de grave moléstia, o que o obrigou a baixar ao Hospital de Sangue de Itapetininga, onde faleceu a 17 de agosto, sendo sepultado no Cemitério local. Paulistano, nascido a 13 de abril de 1901, era filho do Sr. Joaquim França e da Sra.
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A Revolução dos Paulistas em 1932 - A Luta no Setor Sul
Leonilda França. Solteiro, empregado no comércio, era irmão de Joaquim França Junior, Carlos França e de Dª Alzira Scalfaro França. (Cruzes Paulistas, p.313).
Sob o comando do capitão Joaquim Ferreira de Souza, o cabo Eduardo Antônio de Paula, da 1° Companhia do Corpo de Bombeiros, morreu em combate travado no Fundão, Setor Sul de operações, a 17 de agosto e foi sepultado no Cemitério de Capão Bonito. Mereceu os melhores elogios de seu comando pela atuação mantida em campanha. Eduardo Antônio de Paula era nascido em São Paulo no ano de 1910, filho do Sr. Antônio de Paula e de Dª Anna Maria de Paula. Solteiro. (Cruzes Paulistas, p.159). A Legião Negra de São Paulo, acudiu, com louvável entusiasmo, ao apelo para a Revolução Constitucionalista. Seus homens acorreram, às centenas, aos postos de alistamento de voluntários. Só eles formaram, em poucos dias, dois Batalhões. Ao 2º deles, foi incorporado Mechiades Neres de Campos, como praça da 1ª Cia. Esta unidade combateu no Setor Sul, tendo prestado serviços relevantes, atuando valorosamente em todos os setores que lhe foram confiados. A 17 de agosto, no Bairro dos Pinheiros, Guapiara, (à época Distrito do município de Capão Bonito), resistiu o 2º Batalhão da Legião Negra a um forte e decisivo ataque das forças adversárias. Foi durante esse combate que Melchiades morreu, na primeira linha, com o crânio atravessado por um tiro de fuzil. Solteiro, anônimo na guerra como o fora na vida, Melchiades Neres de Campos, foi sepultado no próprio campo da luta. Um dia, Garça, onde ele nascera no ano de 1913, por certo reclamará o seu corpo. (Cruzes Paulistas, p.347). Encontra-se na obra “Campina do Monte Alegre”, romance da lavra do escritor Aluísio de Almeida, o Monsenhor Castanho, em páginas 79 e seguintes, o que segue: “Na Frente Sul: Virgílio Júnior chegara num trem da Cruz Vermelha, naquele dia da assunção de Nossa Senhora, adiante do Destacamento Tenório, ao qual iria reunir-se 24 horas depois, em Buri. Talvez fosse a influência do dia santo, a correria, a visão da guerra face a face, o contraste daqueles campos pacíficos em que crescera, agora inundados de rumores bélicos, o caso é que, ainda na cama para onde se recolhera cedo, estendendo os membros nas velhas marcas do colchão, assaltaram-no, com a insônia, os tristes pensamentos da injustiça de todas as guerras em geral e desta em particular, que os políticos poderiam, ao seu ver, ter evitado sem desaire para nenhum dos lados, porém, contra o presidente que vira de perto, em Ligiana, em 1930, subindo para o poder. Um baixinho simpático e risonho, que, debaixo de luvas de pelica, escondia mãos de ferro. E aqueles gaúchos altos, de botas e esporas, que os assessoravam? Ser valente é bom e não é. Contra
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Miguel França de Mattos nós! Então se lembrava dos perrepês que voltaram à tona, que haviam mandado durante quarenta anos e traziam saudades... Dos decorativos que não aguentaram quarenta dias e agora se mostravam tão duros... As feras já andavam soltas e tinham sentido o gosto de sangue. Era tarde para derreter o carro. Diziam que ali mesmo, na Frente Sul, estava cheio de pobres – diabos, do norte que vinham lutar por Getúlio e por todas as esperanças que Getúlio representava para a alma simples do sertanejo. Tão corajosos, que se atiravam, de arma branca, contra as metralhadoras. Como foi possível? Tudo porque se esperava que só o grito de Constituição ou Morte pusesse por terra o sistema. Mas o sangue paulista, encerrado havia séculos numa redoma de paz, fervia de novo, como o de São Januário... Mistérios da Providência! Seria mesmo só política? Só pela política andariam àquela hora pousando ao relento os poucos filhos dos políticos e dos banqueiros e dos industriais? Cada dia tombavam dois ou três, das famílias mais antigas e ricas, em todas as frentes. Haja vista a morte do Dr. Prudente Meireles de Morais, neto do grande Prudente de Morais, em desastre, ao cumprir missão militar no vale do Paraíba. O vale do Paranapanema viu trucidados, dentro de suas trincheiras, os jovens – tanta esperança perdida! – Lauro de Barros Penteado, Clineu Braga de Magalhães, César Pena Ramos, Rubens Fraga de Toledo Arruda, o médico Amador de Barros Júnior, mineiro que clinicava em Batatais. E aqueles moços heroicos que iniciaram o movimento da liberdade nas ruas de São Paulo e que deram as iniciais do M.M.D.C., uns meninos! E o caboclo Paulo Virgínio, em Cunha! Teria o nosso personagem lido talvez a célebre carta de Artur Bernardes respondendo ao general Góis Monteiro? Nela existiam trechos muito elucidativos: “A guerra civil é profundamente lamentável, não há dúvida; mas não o é menos que em tão pouco tempo hajam transformado em alvo da indignação pública o mais popular movimento cívico deflagrado no país. O sentimento do povo mineiro e da nação se acha com os paulistas... O público deu testemunho de que a Ditadura levou São Paulo ao desespero”. Entretanto, já começara a batalha que foi a maior de toda a guerra. De onde se achava Virgílio Júnior, não dava para ouvir o matraquear das metralhadoras; mas, ainda com a luz do dia, enquanto subia a pé para o sítio, percebera o roncar da artilharia. De madrugada, o pai acercou-se da cama e disse: - Está ouvindo? É a alvorada da festa de São Roque. Era. Os estrondos faziam estremecer a casa. Pareciam uma trovoada próxima, incessante, seca. - Ouça, pai! O primeiro baque é quando a granada escapa do canhão, lá longe, mais amortecido. O segundo, quase junto, é quando ela arrebenta ali em nossas trincheiras, por isso se ouve mais forte. Calaram-se. Sentado ao pé da cama, o velho puxou o relógio e foi contando, foi contando, como quem toma o pulso ao enfermo que arde em febre. - Pobre do nosso Brasil, meu filho! Quantos tiros por minuto! O Brasil está muito doente.
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A Revolução dos Paulistas em 1932 - A Luta no Setor Sul - Pobre de São Paulo, meu pai! Os tiros vêm de lá. Sabe quantos canhões nós temos? Três ou quatro... E eles tem tudo: tem a fábrica do dinheiro. Tem o coração duro! (Ia falando, animando-se e se levantando, vestindo-se). – Imagine o Sr., cada estilhaço de granada numa trincheira matando um homem, arrancando uma perna, um braço! - É muito triste, meu filho. E você vai partir! Quando você estiver lá embaixo, cada estrondo que eu ouvir, virá direto ao meu coração. É duro, é muito duro... O velho falava comovido, aos arrancos. E continuou: - Mesmo que São Paulo não tivesse razão (e tem!), dizem que o Getúlio é tão bonzinho... - É tão jeitoso... - Podia evitar o pior. - Por exemplo, marcando o dia imediatamente para as eleições, nem que não fosse possível, ou entregando o governo a outro... - Ah, isso ele não faria! Os tenentes não deixavam. - Neste país é melhor ser tenente... - É, meu pai, a nossa conversa de ontem foi de bons pensamentos que o senhor e eu pensamos alto. Hoje sinto o sangue dos velhos Morais gritando como no dia em que eu parti. - Somos raça de Borba Gato, meu filho. Eu sei. Nunca intimei essas coisas, porque somos caipiras desta Campina, ninguém acreditava. E tinha um perigo. Em casa só você e o Neco, de homem. Se você não seguisse o exemplo dos antigos, me desmentiria. - E agora? ... - Eu me orgulho do meu filho mais velho! O Neco também parece ser da mesma massa. Não soube do que aconteceu a ele? - Quisera saber, meu pai! - Coisa de criança. Dois dias antes de eu levar a família para a Torre de Pedra, ele fugiu daqui, de trama com o Ferrabrás, atravessaram o ´Panema´ velho sobre os dormentes e, caminha que caminha, chegaram até perto das trincheiras, na Rondinha. Foi uma patrulha de cavalaria que encontrou os dois, bem tarde da noite, perdidos pelo campo. Tinham feito um foguinho e estavam assando um tatu-etê que não sei como caçaram. O Neco nos deu muito cuidado. Ele veio dizendo que atirou umas boas pelotadas nuns soldados do lado de lá que bebiam água num correguinho. Eu creio. Ora, veja, o Neco! Foram para o café e o almoço, falando pouco: a hora ia chegando. Depois da refeição, a sobremesa de leite com farinha: - Tem leite fresco ali, filho! Deixei a Fusquinha apartada do terneiro, logo que você veio. Agora já conversamos tudo o que diz respeito à nossa guerra, vou contar-lhe como foi a mudança de vossa mãe e de vossas irmãs. - Eu estava ansiado, mas um soldado precisa conter-se. - Pois é. A coisa não foi fácil. “Vossa” mãe concordou em irse embora só por causa da Mariazinha e das crianças, se eu fosse junto e ficasse. Tive de mentir que eu ficava. Mas como é que um homem forte como eu havia de largar desamparado o sítio, a criação, tudo? Aí tem homens que deviam vestir saia. Que abandonaram tudo e, até
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Miguel França de Mattos hoje, dormem no mato. O filho de meu pai ainda tem sangue nas veias, tem tutano! E fé em Deus. Não cai um cabelo de nossa cabeça sem Deus querer... Ouça! Recomeçou a coisa! Parece festa do Divino, fim de procissão. Deus tenha dó dos que vão morrer! Como ia dizendo, arrumamos as trouxas de roupas e os sacos de mantimentos. A gente tem vergonha de chegar à casa dos outros com as mãos abanando. Atopetamos o carrinho. Não ficou nenhum animal no pasto, até a Veluda, sabe, deu cria nesses dias, uma potranquinha fermosa (bonita), e assim ninguém seguiu a pé, e a gente não se arriscou a perder algum animal. - E o gadinho? - Ah! O seu Tonico comprou a boiadinha, pagou bem. As vaquinhas eu não vendi. De repente chegam nossos soldados. Têm fome, têm sede. São Paulo merece muito mais. Como ia dizendo, saímos bem cedinho com a boa matalotagem. Não entramos em Angatuba, atalhamos pela Corrução e pelo Rumo, fomos pousar em casa do José de Meira, lembra dele? - Muito. Um católico e tanto. - Do Ribeirão Grande, pra não entrar em Guareí, saímos na Capela Velha, Cerrado, Areia Branca e, de noitezinha, apeamos na porta de tio nhô Rolando. Nunca andou por lá? Aquilo é um bom esconderijo, uma buraqueira, cheio de morros por todos os lados. Automóvel não chega lá. Fica mais perto de Porangaba. Vosso tio está bem situado, dum lado avista-se o povoado da Torre de Pedra, é um de paz, do outro a própria torre, não digo que seja bonita, mas feia também não é. Imagine uma pedra escura e lisa, de uns trinta metros em redor e uns sessenta ou cem de altura. Quase ninguém sobe lá. - Meu tio largou a religião, no meio daqueles vizinhos, pai? - Não, com a graça de Deus. É amigo de todos. Até dos Reverendos, tem três reverendos lá. Não discutem. Mas eu rezo pra acabar logo esta guerra e trazer a minha gente. Fui à vila num domingo. Achei muito tristes aquelas cantorias, as nossas são mais barulhentas. Ah, meu filho! Não vá ainda. Fique mais um pouco. Vosso pai estava tão alegre ontem, e hoje... Deus seja bendito! Me conte... eu já posso falar nessas coisas com um soldado, pouco importa seja meu filho... Virgílio Sênior, escravo de não sei que preconceitos, enfim, desabafou: - Viu a vossa noiva? - Vi, meu pai. Ou melhor, ela me viu. - Em São Paulo? - Não, em Santos. Telegrafei. A Maria Antônia esteve o dia inteiro em Santos, antes de anteontem, era quatorze, não é? Mandou lembranças para todos. Está bem entusiasmada, diz que na casa dela tem uma seção de costuras para a Casa do Soldado, me levou agasalhos. Não quis passar por lá antes de fazer o pedido. Não dava mesmo tempo. - Aquela moça é um anjo! - É, meu pai! ... Agora eu vou. A bênção! No vão da porta, apoiado a um batente, Virgílio Sênior olhou o filho descer pelo pasto, sumir na baixada, reaparecer mais além, voltar-se e acenar-lhe com o lenço. E entrou murmurando uma Ave-
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A Revolução dos Paulistas em 1932 - A Luta no Setor Sul Maria a Nossa Senhora Aparecida: tomasse conta do seu menino, tão moço e em tanto perigo. Seu coração sentia uma angústia indizível. ------- Recado do Capitão Tenório, Virgílio! Disse-lhe o telegrafista com ar de importância. – É para você seguir com a primeira condução. O batalhão passou agora há pouco. Tem notícias de Mariazinha? - Vai bem! Muito obrigado, respondeu Virgílio secamente. – Não vieram mais notícias de Torre de Pedra, mas se houvesse qualquer novidade, a gente sabia. - Está ouvindo? É o canhoneio. Recomeçou. Parece que é ali mesmo na ponte. Às vezes tenho de tapar os ouvidos. - Tem medo? - Não. Como diz o coronel: tenho medo de ter medo, você entende? - Não muito. - Nem eu também. Dizem que não existe o medo, e sim o medo do medo. - Ainda tem tempo de ler, Calabar? - Não, nenhum. Essa não é dos livros. É conversa de entendidos. Nossa Mãe do Céu! Essa maldita artilharia do Getúlio! Agora já perdi o medo do medo. - Me conte como foi isso. - Deixe telegrafar para o Q.G. “Aqui, Calabar da Silva, Artilharia inimiga continua martelando nossas posições; chegou mensageiro esperado: Ruivo Júnior”. - O que! Estão-me esperando? - Primeiro a história. Foi ontem à tarde, logo que você chegou e partiu para o sítio. Lembra que principiou logo o bombardeio? ... Pois é! Aquilo me pôs louco. O medo é uma coisa horrível. Vem vindo, vem vindo e toma conta da gente. Homem, pra encurtar a história... está-se interessando? Larguei tudo isso aqui ao meu ajudante cabo Ribeirinho... - E fugiu? - Arre lá, que pressa, futuro cunhado! Espere. Resolvi avançar: botei o pé na estrada, saltei de dormente em dormente a ponte do ´Panema´, olhando sempre pra frente; anda que anda dizendo comigo mesmo que não tinha medo, as granadas arrebentando cada vez mais perto, fui, fui e, de repente, aquele assobio! O baque amaldiçoado e a porqueira arrebentou o barranco, pertinho. Dizem que é o sexto sentido (isso eu li há tempos), o certo é que eu estava de bruços, senti a poeira nos ouvidos. Passou um tempão. Levantei-me devagarinho, me apalpei, nada de nada. Aqui está um caco maior da desgraçada. É pra lembrança. Já leu alguma coisa de Malba Tahan? Não leu, eu sei. Um arábe (acentuou erradamente). Ele escreve a palavra Mactub: está escrito! Tudo o que acontece é porque estava escrito. Voltei e aqui estou. Cabo Ribeirinho – exclamou de repente o telegrafista, saltando sobre uma mesa: - Olha o mondongo, outra vez, precisa matar esse bandidinho! ... - Bem, agora que passou o susto por causa do ratinho, me explique por que estão me esperando. - Ah, meu caro! Nem o Dr. Pedro de Toledo me faria dizer,
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Miguel França de Mattos são segredos de Estado. O coronel Taborda, o capitão e este seu criado são os que estão ao par do negócio. - Bancando o importante é, “seu...” O Ruivo Júnior estava tinindo de raiva. - Quer seguir no blindado? Está chegando. De fato, Ruivo Júnior se encontrou logo no P.C. de Tenório, acompanhado pelos ribombos do canhoneio, que só acabaram já noite feita e ficou maravilhado com o que viu, ou não viu dentro das trincheiras. Pensava deparar corpos ensanguentados, soldados agonizantes, braços e pernas em pedaços, médicos e padres acorrendo aqui e ali. Nada disso. As granadas passavam bem alto, explodiam no campo deserto, espantando as reses que tinham ficado. Meia dúzia de mortos e outro tanto de feridos, em extensão tão grande, era uma gota d’água, no oceano. A mortandade maior, explicaram, estava no uso das metralhadoras e no ataque a baioneta. Como veio, a saber, no fim da guerra, os paulistas mortos foram pouco mais de seiscentos. Fosse só um! No dia 17, amainando um pouco a tormenta (será que os getulistas tinham mudado os canhões?), o nosso Virgílio Júnior saltou da trincheira e seu vulto em pouco sumiu na planura sem fim, em direção de Itapeva. “Quantum mutatus ab illo!” (Na tradução: “Quanto se mudou do que era”. Enéias pronuncia estas palavras ao ver, em sonho, Heitor coberto de feridas (Eneida, II, 274, na Guerra de Tróia), como escreveu um dia o seu grande xará Virgílio). Via-se, em vez de um guapo oficial que parecia ter nascido na caserna, um moço de brim riscado, calças sem passar e arregaçadas a altura diferente, calçando grosseiros sapatos, um dos quais furado no lugar do dedão, por amor de um calo imaginário, chapéu de palha desabado (a barba começava a crescer bravia e espinhenta), camisa desabotoada de zefir, que havia tido qualquer cor, lenção vermelho ao pescoço, uma espécie de bocó de couro de onça com a binga, isto é: canivete, pedra e fuzil (pederneira), alguma roupa, um fuminho bom, e pouco mais. A carta ia cozida num bolso interno e oculto do paletó. Dizia mais ou menos assim, segundo depois o portador referiu a memória: Exmo. Sr. General Valdomiro Castilho de Lima. Onde estiver. O portador desta é de minha absoluta confiança. É meu enviado. Não seguem de bandeira branca parlamentares que V. Excia. receberia com as tradições cavalheirescas do Exército Brasileiro, porque não sou de acordo com militares. No momento não consegui a unanimidade, mas a maioria foi sondada e aceita estudar uma proposta de paz. Peço-lhe, pelo amor que tem ao Brasil e pelos vínculos de família que o prendem ao Chefe do Governo, pela fraternidade cristã e pelo horror do sangue derramado, entenda-se imediatamente com o Exmo. General Góis Monteiro pelo telégrafo, ou diretamente com o Dr. Getúlio. As condições que, estou certo serão aceitas, vão redigidas num rascunho, para servirem de base: Art. 1º Anistia completa para todos os militares e civis envolvidos nos acontecimentos.
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A Revolução dos Paulistas em 1932 - A Luta no Setor Sul Art. 2º As eleições para a Constituinte realizar-se-ão a 15 de novembro próximo futuro em todo o país e a instalação desta será impreterivelmente a 24 de fevereiro de 1933. Art. 3º O atual Governo do Estado de São Paulo entregará imediatamente o poder a uma Junta composta de um civil paulista de sua escolha, um militar escolhido pelo Governo Provisório, mas que seja paulista de nascimento, com exceção de Miguel Costa, e o Presidente do Supremo Tribunal Estadual. De V. Excia., patrício admirador, J. F. C. O general soltou uma gargalhada homérica e ordenou a devolução do caipira às suas linhas, com um bilhetinho mui fora de vila e termo, em que rabiscou: Não se fazem imposições com armas nas mãos. Agora, elas têm de falar até o fim. a) Valdomiro de Lima, Q.G. das Forças do Sul, no Grupo Escolar de Itapeva,18 de agosto de 1932. Virgílio Júnior, como percebeu que o leitor, conseguira, enfrentando perigos mortais, fazer-se prender como espião e ser levado à presença do general, talvez por curiosidade deste. - Olhai-me lá o caipira, como vai lesto e desempenado! Riam os gaúchos ao vê-lo desaparecer rumo da Constituição”.
Sobre o civil e pacato roceiro, pai de família, o herói e mártir Paulo Virgínio, o livro Cruzes Paulistas aqui citado por diversas vezes nas referências às biografias dos combatentes paulistas falecidos, traz a informação nas pág. 382/386, que Paulo Gonçalves dos Santos, era o seu nome verdadeiro, sendo Paulo Vírgínio apenas um apelido, e que sua morte teria ocorrido em 28 de julho, no bairro do Taboão, no município de Cunha, no Setor Norte, quando preso pelos ditatoriais, não entregando os paulistas, foi obrigado por seus algozes a cavar a sua própria sepultura, e que além das torturas sofridas, foi vítima de uma rajada de metralhadora que o postrou por terra... E prosseguem as mortes nos combates no Sul: 18 de agosto – A luta desenvolvida no Setor Sul foi, como nos demais setores, difícil e custosa em vidas. Rijos combates se travaram nas regiões do Rio da Almas e de Capão Bonito. Num deles, no dia 18 de agosto perdeu a vida Franklin Cornélio Lamosa, soldado do 8º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, vitimado por estilhaços de granada. Foi sepultado em Capão Bonito. Natural de Ubatuba, nascido em 1883, filho do Sr. Victorino C. Lamosa e casado com a Sra. Maria Rosalina Lamosa, deixou três filhos: Durvalina, Benedicto e Mercedes, em Tatuí, residentes com a sua mãe. (Cruzes Paulistas”, p.190).
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Fazendo parte do 2º Batalhão Auxiliar da Força Pública, denominado “Marcílio Franco”, o nome do seu comandante, Jorge Hansen combateu no Setor Sul, sendo elogiado em Boletim pela maneira destacada com que se portou na defesa das posições de Buri. Defendendo a trincheira do Morro dos Cândidos, no município de Capão Bonito, em 18 de agosto, Jorge Hansen foi alcançado na cabeça por um tiro de fuzil, morrendo instantaneamente. O capitão Manoel Mendes Filho, em homenagem a bravura que ele havia demonstrado em todas as lutas, retirou o seu corpo do local onde caíra, para trazê-lo a Capão Bonito, onde lhe foi dada a sepultura. Jorge Hansen era filho do Sr. Emilio Hansen, natural de São Paulo e contava com 26 anos de idade. (Cruzes Paulistas, pp.241/242).
Em 19 de agosto o Jornal “Correio de Botucatu” abria sua edição proclamando: “Uma brilhante vitória da Brigada do Sul”. Uma Cia. da Brigada do Sul, composta com voluntários botucatuenses, com o número de 100 homens, comandada pelo capitão Antônio Ferreira da Silva, da qual faz parte o sr. José Pinheiro Ribeiro, comissionado no posto de 2º tenente, com munições exclusivamente angariadas nesta cidade, após renhido combate dispersou as forças ditatoriais em Porto Taboado, no Rio Paraná, comandadas pelo cel. Manoel Rabello”. (Apud Achegas para a história de Botucatu, Donato).
Sábado, 20 de agosto. Na zona Sul a luta prossegue com vigor, portando-se as tropas constitucionalistas com extraordinária bravura. Dos combates que se travaram durante a noite nenhum resultado desvantajoso houve para as tropas constitucionalistas. Em toda a parte, elas continuam a bater-se com denodo, inutilizando os esforços das tropas ditatoriais para lhes quebrar a resistência. Depois dos insucessos das suas últimas arremetidas, arrefeceu consideravelmente o ímpeto das tropas ditatoriais, tendo as forças constitucionalistas consolidadas folgadamente, as frentes de combate. Relata o voluntário botucatuense Sebastião A. Pinto, que em 20 de agosto as tropas paulistas se retraiam numa retirada geral, para evitar o inútil sacrifício das tropas, inferiores em número e sem apoio de aviação e artilharia, lutando ainda com a falta de munições. Somente nos dias seguintes os batalhões e companhias isoladas, ocupam novas linhas de defesa, organizadas após o retraimento. Dois aviões paulistas (pequeninos), sobrevoam Capão Bonito em reconhecimento. 21 de agosto. Fugitivos Presos. Na madrugada de ontem o sr. Luiz Válio, delegado de polícia de São Miguel Arcanjo, SP, auxiliado por civis, capturou os seguintes oficiais, que fugiram desta capital, onde se
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achavam presos, sob palavras de honra, pretendendo alcançar a fronteira do Paraná: Capitães Souza Carvalho, Waldemar Levy Cardoso, ex-diretor do Departamento de Administração Municipal e Aristides Correa Leal e 1ºs Tenentes Octávio Confúcio, Victor Niemayer de Souza Carneiro e Aguinaldo de Oliveira Almeida. Também foram detidos os civis João Baptista e Elpídio Marcellis, que serviam de guia aos fugitivos. Avisado da importante diligência, o delegado de polícia, dr. Leite de Barros, representante do sr. Chefe de Polícia, junto ao Comando do Setor Sul, seguiu, incontinente, para São Miguel Arcanjo, de onde transportou para Itapetininga, os prisioneiros, apresentando-os ao Coronel Taborda. (Tribuna Popular, notícia do Estado). Humberto Gomes Maia havia pouco chegado de seu Estado natal para dedicar-se aos estudos em São Paulo. Logo aos primeiros dias do movimento, Humberto não resistiu ao entusiasmo coletivo, alistando-se no 1º Batalhão de Caçadores Voluntários e com ele partindo para os campos do Sul. Em Buri, a 21 de agosto, recebeu ferimentos que, dois dias depois, no Hospital de Sangue de Itapetininga, o haviam de matar. Está sepultado no Cemitério da Consolação em São Paulo, no jazigo da Família Figueirôa. Humberto, natural do Recife, Estado de Pernambuco, era filho do Dr. José J. Gomes Luz e de Dª Maria do Carmo Maia Luz, nascido aos 19 de julho de 1913. Residia em São Paulo em casa do Sr. Genésio Figueirôa, que lhe servia de pai e contra a vontade de quem alistara-se e partira. Deixou Humberto os seguintes irmãos: José Aluísio e Evangelina Gomes Maia. (Cruzes Paulistas, p.205/206).
21/08 – Morre nesta data em combate em Silveiras, no Setor Norte, o 1º tenente Sylvio Fleming do 4º Regimento de Artilharia de Montanha (4º R.A.M), aquartelado em Itu. Coligimos da biografia publicada no livro Cruzes Paulistas, em págs. 423 e 424, o que segue: “Estamos diante de um autêntico militar que se identificou, desde o primeiro instante com a Revolução em prol da re-constitucionalização do país. O 1º tenente Sylvio Fleming do 4º Regimento de Artilharia de Montanha (4º R.A.M.), aquartelado em Itu, partiu para o Setor Norte, comandando um grupo de artilharia, nos primeiros dias do movimento. Seu concurso foi dos mais preciosos. Em toda a parte, onde atuou revelou-se um lídimo expoente do Exército Brasileiro, honrando, sobremodo, as nobres tradições do seu nome. Morreu no dia 21 de agosto, na frente de Silveiras. A Ordem do Dia do Quartel-General do Destacamento do Coronel Andrade disse o seguinte: “Falecimento de Oficial – Em consequência dos ferimentos recebidos, na linha de frente, no exercício de seus posto, faleceu ontem, às 16h50, o Sr. 1º Tenente Sylvio Fleming do 4º R.A.M. Grande esperança do nosso 140
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Exército, o novel e já notável artilheiro foi vitimado em consequência de ferimentos recebidos em um reconhecimento avançado. A perda do distinto camarada abre claro nas nossas fileiras onde ele era considerado um destacado elemento de valor. E enche de luto os seus camaradas que viam nele o símbolo da hora, do valor profissional, da dignidade militar, aliado ao seu espírito de justiça e bondade. Porém, o sangue do nosso companheiro servirá para nós de estímulo e de exemplo para a continuação porfiada da luta, cujo ideal ele encarnou com tão decidido e denodado civismo”. (Boletim do Destacamento de 22/8/1932). (a) José Joaquim de Andrade, Coronel Comandante. Sylvio Fleming foi sempre destaque por sua inteligência e suas atitudes. Aluno exemplar da Escola Militar, foi classificado no 4º R.A.M. Exímio esportista participante da Hípica Paulista, representando o Regimento. Nasceu em 1905, na Capital da República (Rio de Janeiro). Filho do Almirante Thiers Flemingh. Era casado e pai de dois filhos.” Na Praça localizada em frente ao Quartel do Regimento Deodoro, na cidade de Itu, SP, uma placa chantada na pedra homenageia o herói Sylvio Fleming, com os dizeres: “Os constitucionalistas de Itu perpetuam a memória do herói Tenente Sylvio Fleming morto pelo Brazil na Epopéa Paulista de 1932”. Em 22 de agosto o Batalhão “14 de Julho” participa do combate do Morro do Alemão. Enquanto isso nesta data de 22, na Frente Norte, no município de Cruzeiro, Vale do Paraíba, aviões brigam nos céus, são dois aparelhos paulistas, um Waco e um Potez-Toc e dois das forças federais, um Waco-cso e um Newport-Delage, fazem peripécias no ar em arrojado combate que ficou conhecido como o primeiro combate aéreo do Brasil. 23 de agosto. As Forças Constitucionalistas entram vitoriosos em Xiririca (hoje Eldorado). Os inimigos tiveram duas baixas, quatro feridos, cinco presos, tendo sido apreendidos cavalos, fuzis e grande cópia de munições. O Serviço de Publicidade distribuiu ontem o seguinte comunicado: “Ao dr. Pedro de Toledo, governador do Estado de São Paulo, foi dirigido o seguinte telegrama procedente de Xiririca: “Tenho a honra de participar ao amigo que ontem, após combate, nossa Companhia de Guerra de Santo Amaro, sob o comando do Tenente Moupys, derrotou a tropa da ditadura. Foram secundados pelos soldados do Tenente Feliciano, da Força Pública. Entramos vitoriosos em Xiririca, às 10 horas da manhã do mesmo dia. Os adversários tiveram duas baixas, quatro feridos e grande cópia de munições. Os nossos soldados se portaram com brilho inexcedível”. (a) João Benado Stevenson.
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Incorporado ao 7º Batalhão de Caçadores da Reserva, em Santos, a 15 de julho, Alfredo Shammas seguiu para o Setor Sul, no dia 20 do mesmo mês, sob o comando do coronel Grimualdo Favilla. Pouco tempo pode combater. Seu natural entusiasmo o atraía sempre para os lugares onde a luta era mais cerrada e mais terrível. Destacado para servir no Posto de Comando do seu Batalhão, pediu e obteve dispensa dessa vantagem que talvez lhe poupasse a vida. No Setor de Itararé foi alcançado, no dia 23 de agosto, por um tiro de fuzil que lhe atingiu o ventre. Morreu quatro horas depois. Sepultado em Avaré, foi seu corpo mais tarde, em 1934, trasladado para Santos onde repousa. Santista, filho de Assad Shammas e de Dª Marianna Shammas. Deixou os irmãos Soraia, Haife, Jorge e Saulo Shamas, além de Dª Rosa de La Laurice Coney, Alexandre e Asson Shammas, todos casados. Era solteiro, comerciário e contava com 25 anos de idade, nascera em 5 de março de 1907. (Cruzes Paulistas, p.58).
Com idade bastante para desejar prestar os seus serviços em trabalhos menos pesados da retaguarda, Alonso Ferreira de Camargo preferiu, no entanto, as agruras da trincheira. Alistou-se no Batalhão “14 de Julho”, em cujo encalço embarcou para Itararé. Com ele, tomou parte em vários e renhidos combates, até 23 de agosto, quando, colhido por estilhaços de granada, em Buri, ficou gravemente ferido. Trazido para a Capital e internado no Instituto Paulista, ali faleceu em 30 do mesmo mês. Seu corpo foi trasladado para Amparo, onde nascera. Filho do Sr. João Bellarmino Ferreira e de Dª Francisca Viegas Ferreira de Camargo, nasceu em Amparo, em 27 de setembro de 1887. Contava com 45 anos ao incorporar-se. Casado com a Sra. Maria Fausta Nogueira de Camargo; deixou duas filhas: Celina e Inah. Era irmão dos Srs. Dr. Laudo Ferreira de Camargo, desembargador da Corte Suprema e ex-interventor federal em São Paulo, casado com Dª Noêmia de Almeida Camargo; Sr. Clóvis Ferreira de Camargo, e sras. Dª Lectícia, casada com o Sr. Benedicto Lino de Campos e Ottília, casada com o Sr. Paulo Nogueira. Alonso ocupava cargo de relevo na Secretaria da Agricultura, tendo sido escolhido por diversas vezes, para importantes comissões. Viajado, conhecia a Inglaterra, França, Suíça e Alemanha, falando correntemente, além do português, o francês e o alemão. (Cruzes Paulistas, p.62). (Vide também em p.148).
Nesta data de 23 de agosto, na Frente Norte, uma esquadrilha de aviões governistas ataca empregando bombas e metralhamento, a base aérea paulista de Guaratinguetá, o que causou a destruição de um avião constitucionalista, Toe A-116. No Sul, em dois setores, a aviação do exército constitucionalista
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executou, com felicidade, várias operações, bombardeando as tropas adversárias, as quais, em vários pontos, tomados de pânico, debandaram. Além disso, os nossos aviões causaram grandes estragos materiais aos adversários. Nessas operações tomou parte o Newport Delage, o magnífico avião trazido do Rio de Janeiro pelo bravo piloto Adherbal da Costa Oliveira. Em 24 de agosto, o comando das tropas federais recebe comunicação informando que as tropas paulistas atacam Xiririca (hoje Eldorado) aprisionando sete homens da Força Pública do Paraná e ameaçam a região de Apiaí e Ribeira. O cel. Plaisant comunica que não podendo manter elementos da Força Pública do Paraná atacados em Xiririca e que nessa zona se acham em situação difícil e impossibilitados de receber reforços determinou o recolhimento de todos eles. Fica então aquela Zona, inclusive Ribeira e Apiaí desguarnecidas completamente. 24 de agosto – Incorporado em fins de julho ao Batalhão “Fernão Salles”, Francisco Prado Junior partia a 2 de agosto para as trincheiras do Sul. Vinte e dois dias depois, no bairro do Pinhalzinho, distrito de Guapiara, do município de Capão Bonito, (à época) tomba para sempre, com um tiro de fuzil no coração. Nascido em Campinas, a 30 de dezembro de 1897, era filho do Sr. Francisco Prado e da Sra. Maria Júlia da Rocha Prado. Bacharel em ciências e letras pelo Ginásio de Campinas, Prado Junior foi por algum tempo chefe de carteira de cobrança do Banco Comercial, dedicando-se, ultimamente, as atividades de corretor em sua cidade natal. Era solteiro. (Cruzes Paulistas, p.187). O Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente trouxe Manoel Gonçalves para o Setor Sul de combate, no Setor de Ourinhos. Fisicamente pouco forte, as agruras das trincheiras abateram-no antes dos tiros adversários. Vítima de uma pneumonia, foi hospitalizado em Ourinhos, onde faleceu a 24 de agosto, tendo sido sepultado no Cemitério local. Manoel Gonçalves tinha 26 anos de idade. (Cruzes Paulistas, p.322). Em nota publicada na quinta-feira, dia 25 de agosto, informa-se que na zona Sul travou-se vivo combate, cujo desenvolvimento foi favorável às tropas constitucionalistas. Incorporado em Cajurú, logo no início das operações bélicas José Silvano Filho, partindo para a frente, como soldado do 2º Regimento de Cavalaria Divisionária e como tal lutando, corajosamente, pela grandeza e vitória do ideal que o acalentava. No dia 25 de agosto, porém, foi ferido. Embora medicado com carinho não resistiu aos ferimentos, falecendo no dia
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seguinte. Foi sepultado em Fartura e, depois, trasladado para Cajurú. Nascido em Santa Rita do Passa Quatro, no dia 4 de maio de 1909, filho do Sr. José Silvano e da Sra. Antônia Silvano. Era solteiro e exercia a profissão de pintor. Viveu grande parte de sua existência em casa do venerando casal Severino Eulálio Villela, que o criou e deu-lhe a educação e os princípios morais que o distinguiam. Em 1926, passou a residir em Cajurú, onde era estimadíssimo, tanto que foi às expensas de seus moradores, que o seu corpo foi para lá trasladado, com grandes e merecidas homenagens. (Cruzes Paulistas, p.295). Na data de 26 de agosto a Intendência do “Fernão Salles” estava localizada entre Capão Bonito e Guapiara, num pequeno sítio abandonado. Não tão longe dali se localizava a Intendência do Batalhão “Ituano”. Combateu no Batalhão “Ituano“, Nhá Chica Messias, mulher de idade, que, fardada e armada de revólver acompanhava os seus “meninos”. Mulher valente. Foi até o fim da campanha. (Botucatuenses no Setor Sul – 1932 – 1957, Sebastião A. Pinto). Em 26 de agosto, em Apiaí Mirim, falece o voluntário Octávio Seppi, combatente do “14 de Julho”. Incorporado em São Paulo, ao estalar da Revolução, isto é, a 10 de julho, Octávio Seppi foi designado para o 1º pelotão, da 1ª Cia. do Batalhão 14 de Julho e seguiu para a zona Sul de operações, no dia 14, sob o comando do capitão Cândido Bravo. Sobre sua morte, verificada no Apiaí Mirim, em Capão Bonito, o major Arlindo de Oliveira, descreveu-a com as seguintes palavras: O sargento Octávio Seppi conduzia um caminhão que transportava munição de boca e fogo para as trincheiras avançadas, ao meio a paragens repletas de inimigos. Acompanhava-o o major Arlindo. Em determinado lugar, deixaramno só, com ordem de vigiar a retaguarda do referido oficial que se internara nas posições paulistas que periclitavam em virtude de um projetado envolvimento do inimigo. Em dado momento Octávio notou que o inimigo rompia fogo contra seus companheiros envolvendo-os. Fazendo uso de um fuzil que estava em seu poder, atirou contra os agressores, matando um sargento e sendo logo em seguida atingido por uma rajada de metralhadora. Foi sepultado no mesmo local em que tombou, tendo seus despojos, posteriormente sido trasladados para São Paulo, onde foram inumados no Cemitério do Carmo. Nasceu em São Paulo em 12 de dezembro de 1912, filho do Sr. Cesar Seppi e Dª Maria Seppi. Era irmão do Sr. José Seppi e de Hilda Seppi da Silva, casada com o Sr. Oswaldo Marra da Silva. Era estudante de medicina. (Cruzes Paulistas, p.366). Anos depois, a 8 de julho de 2015, o monumento que leva o seu nome existente na Floresta Nacional de Capão Bonito foi restaurado e reinaugurado pela Sociedade Veteranos de 32 – MMDC que também lhe concedeu post mortem a Medalha Constitucionalista pelos atos de bravura que culminaram com o sacrifício da própria vida.
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Capão Bonito literalmente cercada, é palco de muitos combates em várias regiões do seu território como no Apiaí Mirim, rio Paranapitanga, região de Mato Pavão, Cerrado e Taquaral Abaixo. O Rio Paranapitanga tem suas nascentes em Ribeirão Branco e Guapiara, banha Ribeirão Grande, Capão Bonito, desaguando no Paranapanema em Aracassú no município de Buri. Soldado da 2ª Cia., nº 27, do Corpo de Bombeiros, Ulysses França partiu para a guerra sob o comando do capitão Joaquim Ferreira de Souza. Acostumado aos perigos do fogo nos tempos de paz, demonstrou-se nos campos de batalha, um verdadeiro combatente idealista, como era a maioria dos que se batiam pela causa de São Paulo. Atingido, no entanto, por tiro de fuzil, no Setor Sul, na cidade de Buri, teve morte instantânea no dia 26 de agosto, sendo sepultado em Capão Bonito. Nasceu em Sorocaba, no dia 12 de março de 1912, filho do Sr. Elpídio França e da Sra. Benedicta França. Era solteiro e deixou os irmãos Benedicto, Armando, Eugênio, Nair e Julieta França. (Cruzes Paulistas, p.429). José Maria de Azevedo, oficial voluntário do Batalhão “14 de Julho” em operações no Setor Sul, obtivera, com o seu pelotão, uma licença para descanso. Vinha das trincheiras, a 26 de agosto, rumo ao Posto de Comando, gozar a merecida trégua. Em meio do caminho deram-lhe a notícia de que um dos flancos da linha do Fundão estava em perigo de ceder por falta de recursos. À sua voz de comando, o pelotão mudou o rumo e tomou parte na defesa da posição ameaçada, que foi então mantida. Mas José Maria de Azevedo ficara no campo da luta: uma rajada de metralhadora o alcançaria no ventre, cujo ferimento mortal o matou. Filho do Sr. Francisco Justino de Azevedo e da Sra. Albertina A. Silva Azevedo, nascera em São Paulo, a 1º de julho de 1904. Formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, dedicava-se a sua profissão na Capital, onde contava com muitas relações nos meios jurídicos e sociais. Quando estudante, foi fundador do Club Atlético Bandeirante e seu primeiro presidente. Era noivo da Srta. Maria de Lourdes Ferraz. (Cruzes Paulistas, p.282). (Vide p.148) Apresentando-se voluntariamente para a guerra da constitucionalização do país, Misael Cayret foi mandado para o Setor sul, combatendo durante algum tempo, com grande coragem. Um dia, porém, estilhaços de granada alcançaramno dentro da trincheira, ferindo-o. A perda de sangue, os sofrimentos da luta pioraram-lhe a saúde, atacando-lhe os pulmões. Recolhido a São Paulo, foi hospitalizado no Hospital do Jaçanã, onde esteve em tratamento demorado e onde veio a falecer no dia 31 de agosto de 1933, um ano depois da Revolução. Está sepultado no Cemitério São Paulo. Operário, solteiro, Misael vivia em São Paulo, onde nasceu a 24 de julho de 1911, filho do Sr. Cláudio Cayret e de Dª Elvira Cayret. (Cruzes Paulistas, p.351).
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Tito Guimarães Junqueira, foi um dos valentes soldados do Regimento de Cavalaria do Rio Pardo, a cujo primeiro esquadrão pertencia. Incorporouse em São Paulo no dia 20 de julho e seguiu para a frente sob o comando do capitão Alfredo Feijó. Desde então tomou parte em todas as operações do seu esquadrão, praticando as perigosas incursões de que foi fértil a guerra de 32. Morreu no dia 16 de dezembro de 1933, em consequência de moléstia contraída em campanha, às margens do Paranapanema, segundo foi atestado. Nasceu em Jardinópolis, a 19 de julho de 1909, filho do Sr. Braulino Junqueira e de Dª Otília Guimarães. Era solteiro e deixou os seguintes irmãos: Rogério, João, e Lucilla Guimarães Junqueira. Era funcionário do Banco Comercial do Estado de São Paulo e contador formado pelo Mackenzie College, de São Paulo. (Cruzes Paulistas, p. 428). Incorporado no 3º Grupo do 3º Pelotão da 6ª Cia. do Batalhão da Reserva de Santos, Sebastião Chagas esteve em campanha desde os primeiros dias da Revolução Constitucionalista. Tomou parte em diversos assédios e muitas defesas tiveram o seu concurso, principalmento no Monte Cabrão, de onde foi, depois, destacado para Itatinga. Ali, o disparo acidental do fuzil de um de seus companheiros, prostrou-o sem vida. Seu corpo foi removido para Santos, onde foi sepultado no Cemitério do Saboó. (Cruzes Paulistas, p. 411). Na coligação das forças que defenderam o ideal paulista de reconstitucionalização do Brasil, é justo dar um lugar de destaque aos matogrossenses, cuja colaboração foi valiosa e eficaz. Dentre as unidades que, fiéis ao compromisso de 9 de julho, se integraram completamente na luta magnífica, releva notar o Regimento Misto de Artilharia, com sede em Campo Grande. A ele pertencia o sargento Matheus Barbosa de Rezende, chefe de peças da 1ª Bateria, que atuou detemerosamente no Setor Sul do nosso Estado. De tal forma se expunha o sargento Rezende que, a 26 de agosto, era ferido gravemente com tiro de fuzil Mauzer. Baixado ao Hospital Militar Divisionário, em São Paulo, dali pouco depois foi transferido para o Hospital de Sangue do Mackenzie College. Não resistiu ao ferimento e veio a falecer no dia 22 de setembro, quase um mês depois. Mato-grossense de Campo Grande, nasceu em 18 de agosto de 1905, filho do Sr. Manoel Cândido de Rezende e de Dª Davina Barbosa de Rezende, era irmão de Antonio, Maria, Cândida, Odette e Ziza Barbosa de Rezende. Dedicava-se à profissão das armas, a que era inteiramente afeiçoado, o que o tornava um soldado disciplinado e bom, com ótima fé de oífico, era solteiro. (Cruzes Paulistas, p.345). 27 de agosto. Deram-se ontem violentos combates na região Sul, nos setores de Fundão, Guapiara e Capão Bonito. O tiroteio durou das 7 às 16 horas. As tropas ditatoriais foram rechaçadas em todos os pontos. Na região Sul, as tropas constitucionalistas sustentaram com brilhantismos os assaltos dos adversários, rechaçando-os.
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Sob o nº 90, da 1ª Cia. do 8º Batalhão de Caçadores Paulista, da Força Pública, que era comandado pelo tenente coronel Pedro de Moraes Pinto, o soldado Sérgio Antunes de Andrade seguiu para uma das frentes de combate ao iniciar a Revolução Constitucionalista. Foi para o Setor Sul, para o setor que fez heróis, entre os perigos constantes e ininterruptos combates que lá se registraram. E foi na colina à margem do Rio das Almas, ferido de tiro, no dia 28 de agosto, que Sérgio viu sua carreira cortada e sua vida extinta. Sepultaram-no no Cemitério de Capão Bonito. Nascido em Santos, no ano de 1911, era filho do Sr. Antônio Fernandes e da Sra. Gertrudes Fernandes. Solteiro. (Cruzes Paulistas, p.418). Em Itapetininga o antigo prédio da Gal. Carneiro que serviu de unidade do 5º Batalhão da Força Pública de São Paulo, foi utilizado na revolução paulista como sede do 8º Batalhão de Caçadores Paulista, da Força Pública, e a partir de 1935 sediou então o Quartel do 5º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro, quando após sua transferência para Campinas, abrigou o quartel da 2ª Cia. de Transmissões do Exército e em seguida em novo prédio é até agora utilizado para as repartições do DER.2, pertencente à Secretaria de Transportes do Estado.
O prédio do 5o B.C. que serviu em 1932, para o 8° BCR. (Foto cedida do Acervo do Centro Cultural e Histórico de Itapetininga)
Nas proximidades de Faxina (atual Itapeva) Manoel dos Santos morre no dia 29 de agosto, de armas na mão, lutando valentemente, em prol da causa pela qual se incorporou. Foi sepultado no Cemitério local, na sepultura 341. (Cruzes Paulistas, p.329).
O voluntário David Silva, integrante das forças paulistas é mais uma vítima no Setor Sul: Incendido da flama que palpitou no coração de todo o povo paulista, David Silva incorporou-se a um dos batalhões que se formaram, seguindo, imediatamente, para o Setor Sul. Sabe-se que foi um bravo. Lutou com denodo, morrendo, em meio de renhido combate que se travou nas proximidades de Itapeva, no dia 29 de agosto. Foi sepultado no Cemitério de
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Itapeva, na sepultura n° 340. (Cruzes Paulistas, p.148). Em 30 de agosto, no Fundão, no quadro do seu avanço para o centro do Estado de São Paulo, o general Valdomiro Castilho de Lima manda ao ataque todo o seu dispositivo. Rompendo o flanco defensivo paulista na Ponte da Manteiga, impõe a retirada dos cem homens do Batalhão Pirassununga. Em prosseguimento, envolvendo o flanco esquerdo repele contra-ataque paulista e leva toda a frente revolucionária a refluir para Capão Bonito. Na jornada, os três aviões paulistas proporcionam às forças de terra o maior apoio que lhes foi possível conceder durante a campanha. (A Revolução de 32, Hernâni Donato). Heróis de todos os dias, no combate ao fogo, os soldados do Corpo de Bombeiros enfrentaram com a serenidade dos fortes a luta pela causa de São Paulo. Dentre eles, Agenor Rocha, 3º Sargento radiotelegrafista, não foi nessa qualidade que ele lutou. Foi para a trincheira e em combate morreu. Viajando a serviço em uma locomotiva, junto com outros companheiros de luta, foi esta visada por forte tiroteio inimigo nas proximidades de Muniz de Souza, Setor Sul. Saltaram todos para revidar, abrigando-se ao longo da linha. Em dado momento, a locomotiva se pôs em movimento, colhendo Agenor que, à sua frente, deitado, respondia ao ataque. Esmagou lhe totalmente o tórax. Com a homenagem e o carinho da sua corporação e do povo de Faxina (atual Itapeva), foi seu corpo trasladado para aquela cidade, onde repousa. Agenor nasceu em Piracicaba, no ano de 1899, filho do Sr. Antônio Bento da Rocha. Era casado com Dª Maria da Rocha. (Cruzes Paulistas, p.43). Com Nicanor Nogueira deu-se um fato curioso. Era soldado da ditadura. Combatia-nos no Setor Norte, quando foi feito prisioneiro das tropas paulistas juntamente com outros companheiros do 3º Regimento de Infantaria. Conhecedor, aqui, do verdadeiro motivo da revolução de São Paulo, pediu com insistência que o incorporassem ao Exército Constitucionalista, pois que se convencera da nobreza da causa por que se combatia deste lado. Os chefes consideraram. Vendo tal ardor e tanta seriedade de sua parte, inscreveram-no no 10º Batalhão de Caçadores da Reserva, que seguira para o Setor Sul. Num combate, porém registrado em Aracassú no dia 30 de agosto, tombou, sendo sepultado em Itapetininga. (Cruzes Paulistas, p.360). O combatente Alonso Ferreira de Camargo, do Batalhão “14 de Julho”, morreu em 30 de agosto, após ter sido ferido por estilhaços de granada nos combates de 23 de agosto em Buri, SP. (Wikipédia – Revolução Paulista). (Vide p.142). A Tribuna Popular de Itapetininga, publicava a seguinte nota: “Missa – No dia 2 de Setembro próximo, sexta feira, às 9 horas, na igreja do Rosário, será rezada a missa de 7º dia por intenção da alma do bravo tenente, Dr. José Maria de Azevedo, comandante do 1º pelotão da 3ª Cia. do Batalhão “14 de Julho”, morto heroicamente em combate no dia 26 do corrente. São
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convidados para assistir ao ato todos os colegas do Batalhão e mais pessoas religiosas. Itapetininga, 30 de agosto de 1932”. (vide p.145). Em 31 de agosto, ferido por estilhaços de granada de avião, em Ligiana, morreu Gustavo Borges Junior no Hospital de Sangue de Itapetininga a 2 de setembro. Sobre sua morte o coronel Brasílio Taborda, comandante do Exército Constitucionalista do Setor Sul, disse em ordem do dia de 3 de setembro: “Morreu ontem na Santa Casa desta cidade um grande herói! O seu nome: Gustavo Borges, soldado da 1ª Cia. do 9º Batalhão de Caçadores da Reserva; deve ser cultuado com veneração e orgulho, por todos os brasileiros que amam a sua pátria e que a querem ver grandiosa e soberana num regime de ordem e liberdade. Gustavo Borges, mortalmente ferido em combate por estilhaços de granada, morreu dando vivas a São Paulo e a Constituição! Momentos antes de expirar chamou o médico e pediu-lhe que o fizesse enterrar o mais para a frente possível porque nem depois de morto desejaria voltar a São Paulo, para onde só era digno de retornar depois de alcançada a vitória. Em seu capacete de campanha, que guardarei comigo para só o entregar à sua família, Gustavo Borges escrevera em português e inglês: - Vencer ou morrer! A morte mais sublime é a morte do herói! Tombar com honra na primeira linha! Soldados da Constituição! Honrai a memória deste bravo tombado no campo da batalha!” Está sepultado no Cemitério de Itapetininga, em sepultura perpétua oferecida pela Prefeitura, que, também, deu o seu nome a uma das ruas da cidade. Foram-lhe prestadas na ocasião do enterro, todas as honras militares. Seus restos mortais foram posteriormente transladados para o Monumento Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932. Filho do Sr. Gustavo Borges e da Sra. Emma Borges, Gustavo era nascido em Berlim, Alemanha, por ocasião de uma vilegiatura feita por seus pais. Era, porém bem paulista pelos seus sentimentos e pelo coração. Já seu avô morrera em combate, defendendo Itararé em 1891. Solteiro, mecânico, era irmão de Dª Elisa, casada com o Sr. Hans Selgson e de Jacintho. (Cruzes Paulistas, p.197/198). Albano José Pires é mais uma prova de quanto a terra paulista, prende e se faz amar pelo alienígena. Entrando para a Força Pública, ali fez os estágios necessários e estava, ultimamente, a serviço da Repartição do Material Bélico, de onde saiu para a trincheira, sob o comando do tenente coronel Salvador Moya. Combateu no Setor Sul, valentemente. No combate do Fundão, recebeu grave ferimento na cabeça, sendo imediatamente hospitalizado em Capão Bonito, onde faleceu quase ao chegar, dia 31 de agosto. Sepultado naquela cidade, foi posteriormente seu corpo trazido para o Cemitério da Quarta Parada, na Capital. Nascido em Portugal, aos 24 de junho de 1874, Albano viera há muito para o Brasil. Era filho do Sr. Francisco Pires e da Sra. Leopoldina Augusto Pires. Naturalizou-se brasileiro e constituiu família. Era casado com Dª Maria dos Reis Pires. Veterano, Albano fizera a campanha de 1924, contra os revoltosos, tendo mesmo tomado parte na coluna que os
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perseguiu pelo norte do país. Em 1930, serviria no corpo de Aviação da Força Pública. Com excelente fé de ofício. (Cruzes Paulistas, p.47). No Combate do Fundão, o general Valdomiro de Lima no comando de 7.000 homens das três armas: artilharia, infantaria e cavalaria, obriga toda a frente sul dos constitucionalistas a refluir para a linha de Capão Bonito. (DE PAULA, p.182).
Joaquim Rodrigues de Moura, sargento do 8º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, na Cia. de Metralhadoras, seguiu para a frente sob o comando do tenente coronel Pedro de Moraes Pinto. No dia 31 de agosto, no Setor Sul, foi ferido gravemente. Hospitalizado em Capão Bonito, faleceu no dia seguinte, 1º de setembro. Nasceu em Campinas, em 1897, filho do Sr. Calixto Rodrigues de Moura e da Sra. Luiza Pinheiro do Amaral e era casado. (Cruzes Paulista, pp.239/240).
Sob o comando do tenente coronel Milton de Freitas Almeida e incorporado voluntariamente sob o número 2411, na 3ª Cia. do 6º Batalhão de Caçadores da Reserva, Affonso de Simone Netto foi um valente soldado no Setor Sul. Desde 21 de julho, data em que se apresentou ao Quartel de Quitauna, esteve em todos os combates travados pelo seu Batalhão. Findou sua carreira um estilhaço de granada que o atingiu no tórax em 31 de agosto, nas trincheiras de Buri. Affonso foi sepultado no Cemitério de Conchas, onde desde então a sua memória tem sido largamente homenageada. Natural de Conchas, neste Estado, filho do Sr. Geraldo de Simone e da Sra. Conchetta Manzo de Simone, contava 24 anos de idade, exatamente: nascera em 29 de agosto de 1908. Solteiro, residia em Sorocaba, onde era substituto efetivo do Grupo Escolar. Era irmão de João e Tuírio de Simone. (Cruzes Paulistas, p.40). Em 31 de agosto a situação em Capão Bonito tornava-se cada vez mais péssima e no retraimento os combatentes rumam para o Gramadinho chegando à meia noite Noticiava-se que na serraria do Candoca, no Fundão, combates terríveis tinham sido travados e os paulistas, sem armas e nem munições, aos poucos, se obrigavam a recuar. O conhecido Coronel Candoca, Cândido Severino Maia, era proprietário da Fazenda Candoca, um latifúndio no município de Capão Bonito, onde explorava a agricultura e pecuária e que mantinha um prédio conhecido como Palacete do Cél. Candoca, no centro de Itapetininga. A Fazenda do Candoca foi palco de episódios das revoluções de 30 e 32. Apontamento do voluntário Almeida Pinto, atuando em posto médico do Setor Sul, coligido da pág. 205 da obra A Revolução de 32, de Hernani Donato, e já citada: “31 de agosto: à noite, a situação no Setor de Capão Bonito tornou-se péssima. Foi decidida a evacuação da praça. Em caminhões, procedeu-se à retirada dos doentes e feridos. Viagem acidentada. Rumamos
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para Gramadinho, onde chegamos à meia-noite. A turma se arrumou como pode. A confusão era geral”. De 31 de agosto a 1º de setembro de 1932, o calendário histórico marca o importante Combate do Fundão, próximo às divisas de Capão Bonito – Buri, onde se localiza as terras do Instituto Nacional do Pinho, (Flona - Floresta Nacional de Capão Bonito). “No Fundão as granadas explodem no campo inimigo e incendeiam a macega. A fumaça cobre o sol e os inimigos ficam atônitos em meio à fumarada. São ceifados pelas metralhadoras do “14 de Julho”, numa triste guerra fratricida. Acenando lenços brancos se entregam aos constitucionalistas, depois de pisarem o solo paulista defendido palmo a palmo”. (A Fronteira, Bariani Ortencio).
A Campanha durante o mês de Setembro de 1932: Em 1º de setembro, o Batalhão “14 de Julho” participa do combate no Fundão, localizado entre os municípios de Buri - Capão Bonito.
Sargento do 2º Batalhão “9 de Julho”, Rosalino Silva tomou parte viva nos combates do Setor Sul, desde seu começo. Foi um valente que defendeu com orgulho a causa pela qual se entregara inteiramente. A 1º de setembro, no lugar denominado Saltinho, à margem do Rio Paranapanema, estilhaços de granada alcançaram-no no pulmão ferindo-o de morte. Recolhido à fazenda Santa Albertina, nas proximidades de Engenheiro Hermillo, apesar de carinhosamente tratado, faleceu no mesmo dia, sendo sepultado em Angatuba. Filho do Sr. Fermino Pedroso e da Sra. Antônia das Dores e Silva, nascido em Itapira, era casado com Dª Maria Correia Silva, deixou dois filhos: Sebastião e Wilson, com 10 e 9 anos de idade, respectivamente. (Cruzes Paulistas, p.406). Benedicto Antônio Pedroso, do 18° Batalhão de Cavalaria (Voluntários), do Exército Constitucionalista do Setor Sul, através da biografia dos queridos mortos da Revolução Constitucionalista vai ressaltando aqui e ali o que foi o empolgante movimento. Verifica-se, evidente, quão unificado esteve o povo de São Paulo, não se podendo definir nem classes, nem idades e nem profissões. Benedicto Antônio era garimpeiro. Contava 40 anos de idade. Incorporou-se ao 18° Batalhão de Cavalaria de Campo Grande e lutou bravamente em prol do ideal comum que vibrava no coração do povo de São Paulo e de Mato Grosso. Em um dos combates travados nas barrancas do Paranapanema, foi ferido gravemente, tendo morrido em Mairinque quando em trânsito para São Paulo. (Cruzes Paulistas, p.109). No dia 1º em Gramadinho, pequeno Distrito de Paz, no município
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de Itapetininga, e próximo de São Miguel Arcanjo, agora os chefes militares ali reunidos, reorganizavam a defesa, com os batalhões recompostos e os destacamentos entregues a novos comandantes. E os soldados rumam às trincheiras localizadas no Rio das Almas. O Rio das Almas, tem sua nascente no município de Ribeirão Grande e durante o século XVII foi local de extração de ouro. Naquela época faziam-se desvios no leito do rio com a finalidade de facilitar a garimpagem. Os desvios em forma de muros de pedras, nas proximidades da nascente foram chamados de “encanados”. Seus afluentes principais são: na margem direita, o Rio das Conchas, Ribeirão Frei Bento, Ribeirão do Chapéu e Ribeirão Palácio, e na margem esquerda: Ribeirão Grande, Ribeirão Velho, Ribeirão das Areias e Ribeirão do Poço. Com 88 quilômetros o rio faz divisa entre Ribeirão Grande – Capão Bonito. O Rio das Almas foi teatro de operações da guerra constitucionalista onde ocorreram grandes combates. Importante rio que na sua extensão banha o município de Capão Bonito, desaguando no Paranapanema. Já recebia esse nome muito antes da Revolução de 32.
O Capitão Affonso Negrão e integrantes da guarnição do Auto Blindado 14 de Julho ao serem entrevistados em Gramadinho pelo redator da “A Gazeta”, Armando Brussolo, autor dos livros Tudo pelo Brasil e Basta de Mentiras. (Foto publicada na págona “Guardiões de 32”).
A ocupação da cidade de Capão Bonito: A 1º de Setembro os elementos de Cavalaria do 9º R.C.I avançando rapidamente atingem Capão Bonito, fazendo a ligação com o IV/5º R.C.D. do Destacamento Boanerges, que progredia pela estrada Guapiara – Capão Bonito, entrando ambos ao mesmo tempo nesta cidade. Nesse meio tempo as Brigadas Moreira Lima e Paim agiam na região de Salto Grande – Ourinhos – Chavantes e o Destacamento Fidêncio de Melo, na região de Carlópolis – Fartura, que deveria transpor o Rio Itararé no Passo dos Leites, a Leste de Carlópolis, e atacar Fartura na direção L. – O. Todas estas operações, deveriam ser realizadas conjuntamente com as
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progressões dos Destacamentos Teles e Aimbiré, que deveriam ser iniciadas a 2 de Setembro. “Com a ocupação de Capão Bonito deslocou o centro de gravidade das forças do Destacamento do Exército do Sul para longe do eixo ferroviário, por onde operara até então. Distante de Buri, estação de estrada de ferro, cerca de 40 quilômetros, Capão Bonito a ela se achava ligado por uma estrada em más condições. Um trânsito intenso de comboios e veículos isolados para atender as necessidades das tropas em operações desse lado, deveria ser realizado por essa única rodovia. Urgia, por conseguinte, melhorá-la. Foi o que se fez empregando aí os sapadores do 5º B.E. e as Cias. de pioneiros organizadas. Em poucos dias a estrada permitia tráfego normal para viaturas automóveis, passando os trabalhos a ser apenas de conservação, com efetivos mínimos. Já outras necessidades surgiram na frente, com o avanço das tropas. O mau tempo tornara impraticáveis os caminhos que de Capão Bonito levavam até às margens do Rio das Almas. O 3º Corpo Provisório estava próximo da ponte dos Brizolas, sobre o Rio das Almas, onde os paulistas se achavam fortemente entrincheirados. (Vitória, ou Derrota?).
O Capitão Dilermando de Assis e o Major Dagoberto, comandante das vanguardas governistas em operações nas proximidades de Capão Bonito.
O General Valdomiro de Lima observando o teatro de operações, nas margens do Rio das Almas. Com o Capitão Alcindo (do E.M. do Gen.) e Cap. Marcelino (Cmt. do 14° B. C.)
(Foto Jornal “A Noite”, de 6-9-32).
“Ata da ocupação da cidade de Capão Bonito. Aos dois dias do mês de setembro de 1932, foi pelos Destacamentos Dorneles e Boanerges, das forças em operações no sul de São Paulo, sob o Comando do Sr. General Valdomiro de Lima, ocupada esta cidade. Visto os rebeldes terem se retirado em direção a Itapetininga. Não foi encontrada autoridade alguma na cidade porque, ou aderiram aos revolucionários, como o Juiz de direito: José de Castro Rosa; Juiz de Paz: Dr. Silvio de Almeida; Delegado de Polícia: Dr. Paulo Cardoso de Almeida; Delegado Técnico: Dr. Ciro Silveira da Rocha; Escrivão de Polícia: João Rodolfo; ou fugiram se refugiando nas matas, como o prefeito Emílio Marigione, que havia sido deposto pelos rebeldes. Foram encontrados somente os seguintes funcionários da Prefeitura: Olegário Antônio de Almeida e Abílio Pinheiro de Almeida que exerciam as funções
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de 1º e 2º fiscais da referida repartição. Em companhia dos comandantes dos aludidos Destacamentos, Ten. Cel. Argemiro Dorneles, Ten. Cel. Boanerges Lopes de Souza, do Major Carlos Soares do Lago, Chefe de Polícia das F. O. do Setor Sul, do Sr. Epaminondas Hozmann, representante da “Gazeta do Povo” de Curitiba, e do 2º Ten. Com. Armando Fritzel; os citados funcionários percorreram toda a cidade, verificando que os rebeldes paulistas não só depredaram e saquearam as repartições públicas federais e estaduais, como, também, os diversos armazéns e casas particulares. Disso que consta, lavrou-se a presente Ata que vai assinado pelos Comandantes do Setor, funcionários da Prefeitura, chefe de polícia das F.O., representante da “Gazeta do Povo” de Curitiba, e por mim 2º Tenente Comandante Armando Fritzel, que a escrevi.”
A cidade de Capão Bonito, SP. (Foto do autor).
Ficção ou Realidade: “Castigo ? Milagre ? ... não sei! Não creio nem descreio; faço como o Padre Antônio Vieira. O que posso asseverar é que o episódio é verdadeiro. Em Capão Bonito, logo que as tropas adversárias invadiram a cidade, um soldado paraibano, penetrando na Igreja, retirou a túnica e a coroa de espinhos da cabeça da imagem de Cristo, Senhor dos Passos e surgiu na praça da Matriz, de túnica e coroa de espinhos na cabeça, trazendo nas mãos três foguetões de bomba real que encontrara na sacristia. Por entre a multidão de soldados gritava: -Óia, só o Cristo sortando fuguette!!! – e soltou os dois primeiros foguetes, mas ao soltar o terceiro, explodiu-lhe a bomba no rosto. Depois de três dias de agonia, falecia o soldado, tendo os oficiais feito um rateio entre si para a compra de nova túnica e nova coroa, dinheiro que foi entregue ao vigário da freguesia.” (Chorando e Rindo...”, Cornélio Pires). Incorporado ao 2º Batalhão “9 de Julho”, Alberto Julian seguiu para o Setor Sul de operações, respondendo ao apelo que seus sentimentos cívicos dirigiam ao seu espírito. Lutou com dedicação e coragem, só se retirando do seu posto quando, doente, após a retirada de Apiaí-Xiririca (hoje Eldorado) que tanto sacrifício custou, foi intimado pelos médicos a ir para a Capital do
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Estado. Aí, no entanto, nada conseguiu para a sua saúde, falecendo no dia 2 de setembro. Nasceu em São Paulo, no dia 27 de março de 1906, filho do Sr. Miguel Julian e da Sra. Ângela Maria de Mônaco Julian. Deixou os irmãos Josepha, Antônio e Miquelina Julian. Alberto Julian era professor de grande cultura. Lecionou no Liceu Franco-Brasileiro, em São Paulo; na Escola Normal de Tietê e, posteriormente, havia sido nomeado lente catedrático do Ginásio do Estado, em Tatuí, na cadeira de Latim. (Cruzes Paulistas, p.48). Nessa data, Dom Aguirre em Sorocaba, recebe a visita do vigário de Capão Bonito que noticia: “A cidade caiu. Ficou sem viva alma”. Em 3 de Setembro devido a situação da ala esquerda do setor, toda a linha foi obrigada a retrair-se para as margens do Paranapanema e Rio das Almas, ocupando a margem direita. Com os aviões paulistas rondando, espreitando todos os movimentos e bombardeando as tropas federais que progrediam organizadas nas alturas da fazenda do Cerrado localizada na margem direita do Rio das Almas, enquanto os constitucionalistas se apoiavam nas reservas do Cerrado e os federais reincitavam a ofensiva rumo a Itapetininga, o coração do Setor Sul. “O General Valdomiro de Lima, com mais de 17.000 homens, investe pelo flanco sul: Taquaral Abaixo, São Miguel Arcanjo..., com dez baterias, tendo até canhões 105 mm, enfrentando o heróico “14 de julho”, um punhado de rapazes de elite que se tornou célebre, justamente com o 9 de Julho”. (ORTENCIO. A Fronteira). A luta dos ditatoriais comandados pelo general Valdomiro de Lima, enfrentava os paulistas que aparelhados de artilharia e aviação, mantinham a finalidade de dificultar a marcha das tropas legais na direção de Itapetininga, transformada em quartel, e que era importante base ferroviária que abria a comunicação com a capital do Estado. Nessa cidade, importante entroncamento ferroviário foi sediado o Quartel General do Exército Constitucionalista do Setor Sul, responsável para defesa de São Paulo, nas frentes de Itararé, Buri, Itapeva, Apiaí, Guapiara, Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Campina do Monte Alegre, Angatuba, Guareí, Itaberá e Bom Sucesso. A artilharia leve constitucionalista cruza o rio Paranapanema em balsas improvisadas, rumo da Frente Sul. Canhões e obuses são transportados para o outro lado do rio. Nas barrancas do Paranapanema os paulistas concentravam sua formidável resistência. As trincheiras localizadas nas proximidades do Rio das Almas e Paranapanema, em Capão Bonito e de Rondinha, e em Ligiana, próxima ao Rio Paranapanema, em Campina do Monte Alegre, em heroica resistência reagiam e defendiam o Estado durante a epopeia. As de Fundão e Taquaral Abaixo eram as últimas e as mais distantes, e estavam em iminente perigo de serem envolvidas no conflito armado. “Devido à situação da ala esquerda do setor, toda a linha é obrigada a retrair-se para as margens do Paranapanema e Rio das Almas. Temos que abandonar nossas esplendidas posições de Aracassú. Vamos para Ligiana. O destacamento Klingelhoefer, tendo a seu cargo a defesa da região de Tapéra, Ribeirão da Pescaria, Ligiana, até Aterradinho, compreendia seis batalhões:
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6º, 7º, 9º e 10º B.C.R., 2º B.R. “9 de Julho” e 1º B.R.E.; 1 esquadrão de cavalaria, uma seção de artilharia, a peça 150 e o trem blindado”. (SYLOS: 1933. Itararé! Itararé! Notas de Campanha).
A estratégia do movimento dos Federais: O Destacamento dos federais sob o comando direto do general Valdomiro de Lima, avançava pelo centro, sobre a linha de São Paulo – Rio Grande, atravessando Itararé. À esquerda, sobre Jacarezinho e na direção de Ourinhos, segue a coluna João Francisco; à direita, transpondo a Capela da Ribeira, a Coluna Plaisant, cuja conjunção com o destacamento do centro se verifica em frente à Capão Bonito. Territórios de combates na Frente Sul
Foto publicada na página 162 do livro “Vitória, ou Derrota?”
Posição do Destacamento Sayão
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Mapas das frentes de combates, publicados na obra Vitória, ou Derrota?
Thomaz Justino Rodrigues, 3º sargento do 7º Batalhão de Caçadores Paulista, seguiu para uma das frentes de combate, sob o comando do tenente coronel João Dias de Campos. Serviu dura e eficientemente ao Exército Constitucionalista, merecendo sempre de seus comandantes, palavras de elogios. Em consequência de ferimentos por tiro que recebeu em Capão Bonito, faleceu em Itapetininga no dia 4 de setembro, onde foi sepultado no Cemitério local. Thomaz era natural de Thomaz de Aquino, no Estado de
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Minas Gerais. Nasceu no ano de 1896, filho do Sr. Justino Rodrigues da Rocha e da Sra. Guilhermina da Conceição. Foi casado com a Sra. Severiana Rosa Rodrigues e deixou quatro filhos: Justina, Sebastiana, Thomazinho e Maria Aparecida. (Cruzes Paulistas, p.427). Joaquim Francisco Silva incorporado segundo se apurou a um dos Batalhões da Força Pública, tomou parte em muitos e renhidos combates do Setor Sul. Foi ferido na Fazenda Juca de Almeida. Transportado, imediatamente, para Itaí, no Setor Sul, foi operado sem nenhum resultado. Morreu, no dia seguinte, isto é, entre 5 e 9 de setembro. Foi sepultado, segundo uns, em Itaí e, segundo outros, em Avaré. (Cruzes Paulistas, p.236). No setor de São José do Rio Pardo, o tenente Gumercindo Figueira, comandante do 2º Batalhão de Engenharia, depois de fortemente atacado, na região de Sant´Anna, próximo de São José, conseguiu bater as tropas ditatoriais num belo movimento envolvente, pondo-as em fuga desordenada. Os fugitivos abandonaram uma metralhadora pesada, um Colt, carregadores, 10 cofres cheios de munições, munições para fuzis, cinco prisioneiros, um ferido e alguns mortos. Dos paulistas não houve baixas. Distinguiu-se muito nesse combate o Batalhão de Ribeirão Preto, composto da fina flor da sociedade daquela cidade. Esse batalhão tomou posição nas trincheiras logo que chegou ao local, entrando imediatamente em contato com os adversários. O plano de ataque, que tanto êxito alcançou, foi traçado pelo Major Romão Gomes, que é comandante no setor. José Feliciano da Silva acudiu ao apelo da Revolução Constitucionalista no início das operações. Tomou parte saliente em vários combates, sendo morto, em plena luta, no dia 7 de setembro, dentro da cidade de Piraju. Foi sepultado nessa cidade. Contava com 25 anos de idade, era casado e filho do Sr. Henrique Dias da Silva. (Cruzes Paulistas, p.270). Piraju, no seu campo santo teve sepultados Benedito dos Santos, da Força Pública, morto na estrada ItaíPiraju; César Stricht, voluntário que foi atingido em Ribeirópolis (Taguaí), com 17 anos de idade, e Dimas Maria, voluntário, morto quando tentava atravessar o rio Paranapanema carregando uma metralhadora, por ocasião da retirada de Piraju, em setembro. Da região de Piraju, também morreu Paulo de Sá, filho de Jacinto Ferreira de Sá, de Ourinhos, em Buri, aos 22 anos, no fim do conflito. (CÁCERES. Ataliba Leonel-Panorama de uma época). No posto de anspeçada do 9º Batalhão de Caçadores Paulista, da Força Pública, que era comandado pelo tenente coronel Genésio de Castro e Silva, foi que Torquato Gonçalves de Andrade serviu à Revolução Constitucionalista. Trabalhou com a maior eficiência. Em todos os postos para onde foi destacado, sua bravura foi sempre elogiada e sua competência comprovada. Morreu no dia 7 de setembro, em Taquary (atual Taquarituba), no Setor Sul de Operações, sendo sepultado nessa mesma localidade. Nasceu em Minas Gerais, no ano de 1885, filho do Sr. Hypólito Gonçalves e da Sra. Marcolina Maria da Conceição.
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Era solteiro. (Cruzes Paulistas, p.428). Dia 7 – Uma esquadrilha de aviões “Savóia Marchetti” bombardeou hoje o forte de Itaipu, atirando contra ele muitas bombas. Felizmente os resultados do bombardeio foram nulos. A guarnição do forte recebeu os ataques com bravura e, assestando* os canhões contra os aviões, os fez desaparecer. De 8. Num contra-ataque levado a efeito pela 2ª Cia. do 10º B.C.R., do comando do 1º tenente Adacto de Mello, na região de Aracassú, nossas forças desbarataram totalmente a tropa atacante, ocasionando-lhe vinte baixas entre mortos e feridos, e fazendo a seguinte presa: 12 fuzis, uma F.M. Colt, 10 carregadores, 1 máquina de carregar, 4 cunhetes** e 4 fardos de uniformes. De nossa parte só tivemos quatro feridos. Soldado da 6ª Cia. de Granadeiros do Batalhão Marechal Floriano, Ferrucio Tolesi partiu para o Setor Sul a 5 de agosto. Poucos dias depois numa escaramuça, foi feito prisioneiro, sendo remetido para a Ilha Grande. Lá, a 8 de setembro, foi fulminado ao encostar-se na cerca de arame eletrificado de que a ilha era cercada. Sepultado na própria ilha, posteriormente foram seus despojos trasladados para São José do Rio Pardo, que cultua a sua memória. Natural e residente em São José do Rio Pardo, nascido a 20 de setembro de 1912, Ferrucio Tolesi era muito considerado em sua terra, onde exercia a profissão de farmacêutico. Solteiro ainda, ajudava muito a seus pais Sr. Albirio Tolesi e Dª Theresinha Tolesi. Deixou os irmãos: Elvira, Ottorino, Romeu, Ernani e Renato Tolesi. No Cerrado. - O rumo do Batalhão “14 de Julho” - Manhã, Capela dos Ferreiras, um pequeno arraial, meia dúzia de casebres, capela. Depois do café, viagem novamente. Agora a tropa sabe que vai para a região denominada Cerrado. “Havia para o extremo sul da nossa frente, nas lindes já do sertão que precede os alcantis agressivos da Paranapiacaba, uma larga extensão de terreno confuso onde, ao lado de banhados intransponíveis, desenvolviam-se os capoeirões traiçoeiros, em toda a largura compreendida entre o curso do rio das Almas e do alto Paranapanema. Era o Cerrado” (Palmo a Palmo, Alves Bastos, p.132). Terreno levemente ondulado em alguns pontos; em outros, pequenos morros cobertos de mata. Campos, samambaial, pinheiros, alagadiços, capões. Vegetação complexa, complicada. Uma série interminável de atalhos, um labirinto. Estrada para Capão Bonito, que é a cidade mais próxima, talvez uns oito quilômetros. E antes de Capão, em poder do inimigo, o rio das Almas. No meio do sertão paulista, levanta-se majestosa a Serraria do Americano, a única coisa a lembrar no Cerrado a civilização distante. (...) Chove fino, muito forte e frio. O Destacamento comandado pelo oficial da Força Pública, Capitão
* ASSESTANDO = Apontando ou dirigindo a arma de fogo para disparar. ** CUNHETE = Caixote de madeira, que serve principalmente para guardar ou transportar munição de guerra. 159
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Sebastião Amaral, comissionado no posto de Tenente-Coronel, compõe-se do “14 de Julho”, uma Companhia do 7º B.C.P., uma Companhia da Legião Negra (bombardas) e Esquadrão Amaral. Quanto poderá somar tudo, desfalcados como estão os efetivos? Mais de 400 homens? O Chefe é um soldado valoroso, bela figura de militar, comum hábito inveterado que sustentaria durante toda a campanha, ser o último nas retiradas. O seu P.C. está instalado nas imediações da Serraria, uma simples barraca de soldado. O “14 de Julho” viu-o pela primeira vez em Faxina. No Fundão, ele examinou as trincheiras com grande interesse, corrigindo-lhes os defeitos, isto nos primeiros dias de agosto. Como no Sul todos os soldados se conhecem, o Batalhão está à vontade sob o comando Amaral. E, mais que tudo, confia nele. (...) o rio das Almas oferece apreciável linha de resistência. As pontes que poderiam facilitar incursões inimigas estão destruídas. É preciso, pois, que o rio fique neutro, cada tropa combatente em uma das margens. Acontece que o inimigo conseguiu colocar elementos na margem direita do rio, a margem paulista, desde 9 de setembro. “E desde então, sem o podermos recalcar, sentimos à ilharga de nosso dispositivo a ameaça pungente desse aguilhão”. (A Epopeia, Áureo de Almeida Camargo, apud Palmo a Palmo, Alves Bastos). Itapetininga. - A Brigada do Sul, sob o comando do general Ataliba Leonel, que tem movimentado suas tropas em vários setores da luta, como até mesmo em Mato Grosso, está com dois de seus Batalhões no Setor Capão Bonito-Bury. São eles o 2º B.C.V. sob o comando do tenente coronel Sylvio Sampaio e o 4º B.C.V. sob o comando do tenente-coronel dr. Eduardo Vergueiro de Lorena. Do 4º B.C.V. estão na linha de frente 2 Companhias e 1 bateria de bombardas, sendo as 2 Companhias comandadas pelos capitães Olympio e Benedito Alves Pinto de Vasconcelos, e a bateria de bombardas pelo capitão De Marco, ex-combatente da grande guerra. As Cias. acima referidas bem como a de bombardas são a 1ª. 2ª e 3ª. No quartel do 8º batalhão da Força Pública achase alojada a 4ª Cia. sob o comando do capitão Saturnino Silveira, e no outro edifício que fica trás da Matriz, acha-se aquartelada a 5ª Cia. O Tenente Coronel dr. Eduardo Vergueiro de Lorena acha-se com o seu estado maior, nesta cidade, à Avenida Peixoto Gomide, nº 8, e por estes dias se transportará com o restante das tropas para a frente das operações. A 1ª Cia. sob o comando do capitão Olympio tem desenvolvido com brilho, bravura e eficiência a sua ação no setor em que se acha a coluna Adaucto de Mello, e a 2ª sob o comando do cap. Alves Pinto de Vasconcelos, no subsetor Castro e Silva. Ontem esteve na cidade o cap. Alves Pinto de Vasconcelos, que há dias desenvolveu um belo plano de combate no que redundou terem os inimigos se atacado e brigado entre si durante muitas horas. Disse o cap. Alves Pinto de Vasconcelos que o inimigo anda retraído nestes últimos dias, diante do que tem atravessado diariamente o rio Paranapanema com sua tropa, indo provocá-lo a cinco quilômetros de distâncias na margem oposta. Anteontem levou a efeito outra provocação fazendo uma descarga de fuzilaria contra o inimigo durante hora e meia, deixando nas proximidades das trincheiras do mesmo o seu cartão de visita, feita de uma larga taboa de
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pinho convidando-o a retribuir a visita, retribuição esta que ainda não foi feita, o que espera com satisfação, porque para essa, está preparado, pois que tem muitos cartuchos de balas gostosas para presentear o inimigo. Disse ainda o cap. Vasconcelos que o ânimo de sua tropa é ótimo, pois toda ela tem-se batido com galhardia, cumprindo notar que seus auxiliares tenentes Arruda e Gervásio, têm agido com muita eficiência e bravura. Em 9 de setembro, comissionado como Capitão, e destacado como comandante do Batalhão do Braz, para o sub-setor de Amparo, no Setor Leste, com a missão de organizar a linha de resistência da cidade e proteção na retirada das tropas paulistas para Campinas, Alceu Vieira, morreu em combate, nos arredores de Amparo, atuando na defesa da cidade, onde tombou mortalmente, crivado de balas. Era filho de Leopoldo Vieira e de Dª Aurora Pires Vieira, residentes em Pilar do Sul, SP. Nasceu em Tietê, a 12/2/1906, com 26 anos portanto; tinha trabalhado como guarda-livro na Sorocabana em Mairinque, e estava noivo em Sorocaba. Foi sepultado com todas as honras de um herói. (VALIO. Nascente das Águas, pp.138 e 161,
10 de setembro – Originariamente incorporado à Legião Negra, Francisco Vieira foi, mais tarde, agregado ao Batalhão Marcílio Franco, que, sob o comando de seu titular, brilhou no Setor Sul de operações de guerra. Tomou parte em todos os combates que se travaram na frente de Capão Bonito, tendo sido ferido gravemente, a tiros de fuzil, quando atravessava, em canoa, o Rio das Almas, com o intuito de tomar uma trincheira adversária que se achava no lado oposto. Transportado para o Hospital de Sangue de Gramadinho, não resistiu aos ferimentos que recebera, morrendo horas depois. (Cruzes Paulistas”, pp.188/189). Soldado compenetrado do seu dever, a 10 de julho partia Agenor de Góes, com o seu Batalhão para a frente de luta, ao Sul. Pertencia ao 8º Batalhão de Caçadores Paulista, comandado pelo coronel Pedro de Morais Pinto, estando incorporado à 1ª Cia. sob nº 158. Tomou parte na defesa das diversas posições daquele Setor confiadas ao seu Batalhão, até 10 de setembro. Nesse dia foi alcançado e morto pelos tiros inimigos. Seu corpo ficou depois reduzido a cinzas quando o incêndio ateado pelo inimigo à macega apanhou seus despojos, às margens do Rio das Almas. Agenor de Góes era filho de Guareí, onde nascera aos 29 de outubro de 1905. Eram seus pais o Sr. João de Góes e Dª Antônia de Góes. Casado com Dª Maria Augusta de Pontes, deixou dois filhos menores, Darcy e Agenor. Tinha três irmãs, Júlia, Benedicta e Georgina de Góes. Durante muitos anos foi destacado em Guareí, onde deixou muitas e firmes amizades e onde residem sua viúva e filhos. Foi de Guareí que ele partiu para reunir-se ao seu Batalhão, logo na manhã seguinte a do dia em que estalou a revolução. (Cruzes Paulistas, p.42). Incorporado em São Paulo no dia 14 de julho, Mario Hilário Dallari, dois dias depois, como soldado do Batalhão “Marcílio Franco”, seguiu para
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o Setor Sul de operações. Seu gênio guerreiro (outro sulco imortal de seu patriotismo) se revelou nas trincheiras. Pela sua inteligência e coragem alcançou em curto espaço de tempo as graduações de cabo e sargento vindo a ser promovido ao posto de 2º Tenente por bravura. Morreu em Capela dos Ferreiras, Capão Bonito, atingido por disparo de fuzil, no dia 10 de setembro. Teve morte instantânea. Sepultado em Itapetininga, seus restos foram trasladados para Serra Negra, sua terra natal. Nasceu no dia 13 de janeiro de 1912, filho do Sr. Alfredo Dallari e da Sra. Maria Dallari, residentes em Serra Negra. Era solteiro e exercia a profissão de farmacêutico. (Cruzes Paulistas, p.336). O jornal Tribuna de Itapetininga, sobre a morte de Mario, publicou: “O bravo voluntário constitucionalista, Mario Hilário Dallari, tenente do Batalhão “Marcílio Franco”, tombou na luta por São Paulo, no combate da Capela dos Ferreiras no dia 10 de setembro último. Seu corpo, que estava sepultado no cemitério desta cidade, foi exumado no dia 23 do corrente, e levado para Serra Negra, sua cidade natal. A família do distinto soldado, por intermédio do sr. Waldemar Lucchesi, entregou-nos a quantia de 10$000, donativo à Santa Casa local, como homenagem àquele morto. A referida quantia está à disposição daquela casa de caridade, no escritório desta folha”. “Agradecimento – A Família Dallari, residente em Serra Negra, e representada pelo abaixo assinado, profundamente sensibilizada, vem por meio deste agradecer sinceramente a todos aqueles que manifestaram o seu pesar pela morte do bravo Tenente Mario Hilário Dallari. Era voluntário do Batalhão “Marcílio Franco”, e tombou no campo da luta, em combate travado na Capela dos Ferreiras, próximo à cidade de Capão Bonito, em 10/9/1932, tendo sido sepultado no Cemitério Municipal desta cidade, com todas as honras militares. Os seus restos mortais foram transferidos, em 23 do corrente, para a sua terra natal, que é a cidade de Serra Negra. Cumpre-me agradecer sinceramente aos Srs. Antônio Fogaça de Almeida, Dr. Raul Valentim de Queiroz, e Salustiano Leite, respectivamente, Prefeito Municipal, Delegado de Polícia e Inspetor Policial, desta cidade, pelo valioso auxílio que prestaram, concorrendo, com os seus esforços, para a realização do desejo da família por mim representada. Ao Dr. Annibal Teixeira de Carvalho, ilustre médico legista local, sem ferir a sua comprovada modéstia, não posso deixar de patentear aqui os meus agradecimentos, pela presteza com que se houve em atender, com a máxima solicitude, ao meu chamado, acompanhando e prestando os seus serviços profissionais à exumação do cadáver do valoroso soldado da Constituição. E ao Sr. Antenor de Freitas, que com sua abnegada dedicação e sentimentos de religião e de humanidade, que o caracterizam, por tudo quanto fez, prestando uma última homenagem à memória do Tenente Mario, o eterno reconhecimento da Família Dallari. Itapetininga, 24.10.1932. a) Waldemar Lucchesi. Em operações no setor do Rio das Almas, o 8º Batalhão de Caçadores
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Paulista da Força Pública perdeu vários de seus valentes soldados. Defendeu ele posições difíceis e não poucas vezes sustentou combates tremendos. A 10 de setembro, parte de suas forças recebeu ordem de contra-atacar o adversário com o objetivo imediato de retomar trincheiras perdidas no dia anterior. Dessa tropa de ataque fazia parte o sargento Josino Vieira de Góes que chegou, com outros rapazes, a tomar posse da cobiçada trincheira. Já dentro dela, recebeu um tiro de fuzil no ventre, sendo imediatamente removido para o Hospital de Sangue de Itapetininga, onde faleceu no dia imediato. Nesse choque o Batalhão perdeu cinco homens. Praça da Força Pública desde setembro de 1923, tomara Josino parte nas lutas anteriores de 24 e 30, portando-se sempre com valor. Nascido no Distrito de Araçariguama, à época, município de São Roque, a 19 de novembro de 1901, era filho do Sr. João Vieira e da Sra. Maria Thereza de Jesus. Era casado com Dª Laura da Silva Góes e tinha uma enteada Horaide. Deixou também os irmãos João, José e Gabriel Vieira de Góes. (Cruzes Paulistas, p.299).
A falta de munições nos momentos mais críticos da guerra de São Paulo foi a causa de sacrifícios sem conta e de profundas dores morais para os soldados paulistas. A 10 de setembro à margem do Rio das Almas, a rapaziada do 3º Batalhão de Caçadores Voluntários, corpo auxiliar da Força Pública, dominava uma posição magnífica, sustentada galhardamente mau grado as investidas furiosas dos ditatoriais, pródigos de vidas e de munições. Mas as munições começaram a escassear para os bravos combatentes. Chegou a ordem de retirada. Um grupo de dez homens sob o comando do tenente Darcy Bertoni foi encarregado da linha de resistência que a garantiria. João Pereira dos Santos foi um dos escolhidos para esta missão sobremaneira honrosa e cheia de perigos. A uma ordem, quando a retirada já estava feita, os componentes do grupo deveriam por sua vez retrair-se, um a um. João Pereira dos Santos, nº 39, da 1ª Cia. do 3º Batalhão de Caçadores Voluntários, foi o oitavo. Cinquenta metros rastejados fora da trincheira foram vencidos quando um projétil o alcançou, dando-lhe morte instantânea. José Duarte Bertoni, que o seguia, arrastou-o, para dar-lhe sepultura amiga entre os paulistas. A 11 de setembro, Indaiatuba, sua terra adotiva, recebia o seu corpo e lhe prestava as mais solenes homenagens. Mineiro, era natural de Beltrão, nascido aos 3 de maio de 1911, João Pereira dos Santos viera há muito para Indaiatuba onde, pelo seu gênio alegre e comunicativo, fez sólidas amizades. Era solteiro e filho de Dª Jovina Pereira dos Santos. (Cruzes Paulistas, pp.231/232). Descontraindo: “Para anunciar a aproximação de aviões inimigos, em Capão Bonito, determinaram que dobrassem os sinos da igreja. Essa notícia chegara em Aracassú, onde todos acharam uma medida prudente. No dia 11 de setembro tivemos uma visita indesejável da esquadrilha inimiga. A polícia de Santa Catarina fora grandemente sacrificada. Correu, logo à tarde, a notícia de que os aviões inimigos voltariam altas horas da noite. Lembramo-
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nos do sino, mas todos foram dormir. Às 5 horas da madrugada de 12 a vila despertou-se com grande susto. Os sinos continuavam tocando e os aviões não apareciam. Aquilo era pilhéria de algum gaiato. O Coronel Sayão determinou uma sindicância. E na igreja foi encontrado um soldado baiano, do 13º R.I. a badalar o bronze. Censurado acremente, o soldado desculpou-se: - Apóis, “seu” tenente. Estou cumprindo uma “premessa”. Ontem, no apuro, eu prometi acender duas velas a Meu Senhor do Bonfim e dobrar o Santíssimo. Ali estão as velas, deixe agora que eu termine o toque santo... Ao passar daquela manhã o voluntário baiano passou a ser chamado “Premessa”. “Sustos e mais Sustos. Seria inaugurado, naquele dia o trem misto de Aracassú a Faxina. A máquina já engatara na composição. Os passageiros, alguns feridos, estavam já acomodados. O pessoal do trem a postos. O Samuel Alback, funcionário da S.P. - R.G., chefe da estação, disse ao seu telegrafista Soberay: - Vamos comemorar com solenidade esse acontecimento. Quando faltarem cinco minutos para a partida do trem não esqueça do sinal com o sino. Estava tudo combinado. Às 16h55 min., o Soberay, todo posudo, tomou o cordel e: blen, blen, blen, blen... Maquinista, foguista, chefe de trem, passageiros, feridos, todos que se achavam na estação, enfim, “fincaram o pé” em direção dos abrigos. Aquilo era sinal de avião... O próprio Samuel Alback voou. O Soberay, vendo todos correrem, se esqueceu de que estava dando sinal para o comboio partir e, largando o “pode” meteu a cabeça no primeiro abrigo. Que boas gargalhadas quando o caso ficou explicado...” (Chorando e Rindo..., Cornélio Pires).
Com as tropas que partiram de São Paulo a 21 de julho, Marcellino José de Freitas, soldado da 2ª Cia. do 6º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, seguiu também, rumo à Frente Sul, tomando parte nos diversos combates travados à margem do Rio Paranapanema. Estava, a 12 de setembro, no Fundão, lá para os lados de Capão Bonito, ponto visadíssimo, então. Nesse dia, ferido de morte, tombou, sendo sepultado no próprio campo de luta. Mineiro, natural de Tremedal, nascera no ano de 1.896, filho do Sr. Bernardino José de Freitas e da Sra. Joanna Maria de Jesus. Solteiro ainda, dedicava a sua vida à profissão que abraçara: militar da Força Pública. (Cruzes Paulistas, p.332). Em combate no Setor Norte, em Cunha, foi ferido nesta data de 12 de setembro, por uma rajada de metralhadoras, o sorocabano Menaldo C. da Silva Rodrigues, que fazia parte em uma patrulha de reconhecimento. Foi internado no Hospital de Sangue daquela cidade, porém não resistindo faleceu no dia seguinte, tendo sido sepultado em São Paulo. Descontraindo: “O caboclo estava parado, vendo o desfilar dos garbosos rapazes do “Batalhão Jauense de Voluntários”, fuzil ao ombro, capacetes de aço, equipamento todo novo, marchando alegres para a frente de combate. Soldados de um grupo de metralhadoras em frente à casa do
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caipira e o sargento adiantou-se: - Faz favor de um pouco de água? – Fia! Traga o corote* pro sordado. A caipirinha que de dentro espiava tímida, trouxe o ancorote*. Zé Antônio, o bom roceiro, aproveitou o ensejo para dar dois dedos de prosa: - Moço?! Essas espingarda de meceis dá tiro? – Dão; como não? Esta, que está aqui, dá 5 tiros de uma vez só. – Cinco?! Desperpósito! E essa outra? – e apontou para um FM. – Este? É um fuzil metralhadora; dá 15 tiros de enfiada e até cem num minuto. – Cruis! Desperpósito!... – Esta é uma metralhadora pesada; ainda é melhor: dá trinta tiros de enfiada e até 600 tiros num minuto. – Seiscentos?!!! Barbaridade!!! – Óia, moço! Isso que meceis diz é verdade? – Perfeitamente. – Antãoce, moço, tem um lugarzinho pra mim no bataião? – Como não!? Você não é paulista? – Sô, nhor, sim e quero i mostra pra franciscada cum quantos pau se fais uma canoa. Deu um adeus à sua picapau e seguiu para as margens do Paranapanema, onde foi sapador magnífico e hábil ajudante de cozinha”. (Chorando e Rindo..., Cornélio Pires). “São Paulo treinou um grande exército. A memorável campanha é pontilhada de incidentes pitorescos. Conta-se, por exemplo, do meu amigo, o advogado Oscar Stevenson, que, indo espionar a zona de São Miguel Arcanjo e Iporanga, disfarçado de caipira, esqueceu, no dedo, o seu vistoso anel de bacharel, com chuveiro de brilhante...” (Honório de Sylos). Um pequeno hospital de emergência instalado no Turvo dos Colaços recebia feridos para os devidos tratamentos. Toda retirada exige sacrifício de vida, coragem e disciplina para que se faça em ordem, metodicamente. Todas as retiradas feitas pelas tropas constitucionalistas foram garantidas por grupos de oficiais e soldados que se ofereciam para as linhas de resistências necessárias. Em Porto Barbosa, no Setor Sul de operações, a retirada de 12 de setembro foi garantida apenas por dois homens. Augusto de Moraes, Cabo e Joaquim Nunes Cabral, Tenente. Sozinhos, eles garantiram a evacuação das posições pelo resto da tropa. Foi um sacrifício majestoso. Ambos tombaram no posto. E tão unidos que, quando exumados na beira da estrada Itaí-Itaporanga não houve como diferenciá-los. No Cemitério de Itaí foram sepultados juntos e juntos foram dali levados para o de Araraquara. Augusto de Moraes, pertencia ao 4º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública. (Cruzes Paulistas, p.103, vide p. 239). Araraquara participou ativamente no engajamento de tropas enviando 541 homens para a linha de combate, destes, seis não retornaram, todos mortos em combate: O tenente Joaquim Nunes Cabral, Bento de Barros, Diógenes Muniz Barreto, Joaquim Alves, José Cesarini e Waldomiro Machado. (Vide p.181.). 14 de setembro, um dia de calmaria no Setor Sul, chega o pagador
* COROTE = Barrilete para transportar água ou vinho. Barrilete = Pequeno barril. ANCOROTE = ANCORETA = Pequeno barril chato para transporte de vinho ou aguardente. 165
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do Batalhão e a soldadesca recebe o dinheiro na forma de “Bônus Paulistas”. 15 de setembro, depois do dia de calma, começa cedo a fuzilaria e o fogo toma conta nas trincheiras. O Batalhão “Fernão Sales” com ordens para avançar, auxiliado pelas tropas na vanguarda, atacam. As metralhadoras cuspiam fogo o tempo todo e as rajadas de F.M. se faziam ouvir ao longe. Somente no final da tarde vem a calmaria. No dia seguinte repete a fuzilaria. As mortes ocorridas em 15, 16 e 17 de Setembro: Com a trincheira envolvida por numerosas forças adversárias, já ferido pelo rude embate travado, Henrique Junqueira Franco, sargento do Regimento de Cavalaria do Rio Pardo em operações no Rio das Almas, Setor Sul, negou-se à rendição imposta e disparou os últimos tiros de sua arma. Uma carga cerrada de tiros de fuzil alcançou-o, matando-o. Era dia 15 de setembro. Henrique se incorporara a 18 de julho e iniciara a luta a 25 do mesmo mês. Seu nome é lembrado pelos companheiros como o de um cavalheiro e o de um valente. Foi sepultado pelo adversário na própria trincheira em que morrera. Um ano e pouco depois, a 7 de outubro de 1933, seu corpo foi trazido para São Paulo e sepultado no Cemitério da Consolação. Comerciante forte de café, Henrique Junqueira Franco, nasceu em São Carlos, em 28 de julho de 1898, filho do Sr. Álvaro Ferreira Franco e da Sra. Maria Amélia Junqueira Franco. Seus três irmãos: Samuel, José e Renato foram também combatentes como voluntários do Batalhão Piratininga. Casado com Dª Marina Freire Junqueira, deixou um filho de nome Sérgio. Grande apreciador da equitação, era sócio da Sociedade Hípica Paulista, que lhe prestou várias homenagens, entre as quais a de colocar o seu retrato no salão nobre da sede. (Cruzes Paulistas, p.199). José Francisco da Silva era o primeiro do seu nome nos assentamentos da Força Pública, a cujo 8º Batalhão de Caçadores Paulista, 2ª Cia., pertencia e com o qual partiu para Itararé a 15 de julho. Combatendo no Setor Sul, a 15 de setembro caiu à margem do Rio das Almas e foi sepultado em Capão Bonito. Era filho do Sr. Sylvino José da Silva e da Sra. Maria Rosa de Jesus. Nasceu em Bom Jesus de Meira, Estado da Bahia, no ano de 1897. (Cruzes Paulistas, p.272). Antônio Ribeiro Junior saiu de São Paulo, incorporado ao Batalhão “Borba Gato”, comandando a sua 2ª Cia. Recém-egresso do Batalhão “Escola”, recebeu, para partir, os galões de 2º tenente. Em Itapetininga, acumulando o comando também da 3ª Cia. foi o responsável pelo policiamento da cidade e do campo de aviação, diariamente bombardeado pelos aviões da ditadura e onde a sua energia se mostrou forte na ação e na iniciativa. Promovido a 1º tenente, em meados de agosto, foi mandado para a frente de luta, comandando as mesmas subunidades e lá assumindo o comando de todo o Batalhão. Portouse dignamente e com tal bravura que logo lhe foram conferidos os galões de Capitão. Nesse posto foi ferido em combate. Trazido para Itapetininga, faleceu
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no Hospital de Sangue em 15 de setembro. Antônio Ribeiro Junior nasceu na Capital, aos 16 de dezembro de 1908, filho do Sr. Antônio Ribeiro e da Sra. Adelaide Figueiredo Ribeiro. Deixou os irmãos José, Manoel e Adelaide Ribeiro. Era solteiro e foi sepultado em Itapetininga. (Cruzes Paulistas, p.88). A Tribuna Popular publica: - “Vitimado por ferimentos recebidos em combate, faleceu, no dia 15, no Hospital de Sangue, desta cidade, o capitão Antônio Ribeiro Junior, que era um dos mais brilhantes elementos da Força Pública do Estado, comandante no Setor Sul. O corpo do denodado oficial foi levado para a Capital, onde foi sepultado. Era necessária uma ofensiva geral dos combatentes paulistas e nessa data de 15 de setembro de 1932, cada batalhão desenvolveria uma ação particular, procurando assim desnortear o inimigo que, também, procurava atacar a zona de São Miguel Arcanjo, completamente desguarnecida de nossas forças. A ofensiva dos paulistas não vingou. E a 16 de setembro o inimigo inicia um avanço geral, que culminou na região do Cerrado em 18 de setembro. Morrem a 16 de setembro, o Capitão Antônio Ribeiro Filho, do Batalhão “Borba Gato”, e os voluntários Lauro Barros Penteado e José de Vasconcelos, do Batalhão 14 de Julho. (Trem Blindado, Fernando Penteado Médici). Inútil será exaltar em mais adjetivos o Regimento de Cavalaria do Rio Pardo, que foi um ninho de heróis. Mario Furtado foi incorporado em Ribeirão Preto, no dia 16 de julho, seguiu para o Setor Sul sob o comando do Capitão Feijó, a 28 do mesmo mês. Morreu na Fazenda Santa Ignez, no dia 15 de setembro, quando, em companhia do bravo soldado Ayrton Roxo, fazia uma patrulha de reconhecimento. Foi sepultado no mesmo local onde tombou, de onde, mais tarde, seus restos mortais foram trasladados para Orlândia, sua terra natal. Nasceu no dia 26 de março de 1905 e era filho do Sr. Custódio Severino Furtado e da Sra. Rita Maria de Jesus. Deixou vários irmãos e havia se casado, pouco antes do movimento constitucionalista, com Dª Helena Novelli Furtado. Era lavrador. (Cruzes Paulistas, p.334). (a seguir Ayrton Roxo). Um mês depois de começada a revolução Ayrton Roxo apresentou-se ao centro de alistamento da Cavalaria do Rio Pardo, ao lado de outros valentes rapazes de Ribeirão Preto, de onde ele também procedia. Combateu nas linhas do Sul do Estado. Gravemente ferido, na Fazenda Santa Ignez, Ayrton arrasta-se até a beira do Rio Paranapanema. A trincheira ia ser abandonada e ele não queria ser feito prisioneiro. Atirou-se às águas turvas, buscando a margem esquerda, onde estaria entre os nossos. Suas forças não bastaram para o esforço. E o rio o arrastou. Um sitiante apanhando seu corpo, deu-lhe sepultura cristã, na Fazenda Washington Luís, uma légua rio abaixo. Dia 16 de setembro marcou a sua morte. (Cruzes Paulistas, p.107). José Barbosa da Silva, Manobrador de Metralhadoras Pesadas, como praça da Cia. de Metralhadoras do 8º Batalhão de Caçadores Paulista da Força
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Pública, foi vítima da mesma arma, tombando no dia 16 de setembro, à margem do Rio das Almas, com o peito completamente perfurado. Foi sepultado no Cemitério Municipal de Itapetininga, era filho do Sr. José Barbosa da Silva e da Sra. Joaquina Maria da Silva, e irmão de Egydio, Juvêncio, Francisco, Carolina, Felisbina e Alceu Barbosa da Silva. Nascido em Guareí, neste Estado, em 1895, ingressara na Força Pública em 1930. (Cruzes Paulistas, p.253). Áureo Paes veio de longe. Incorporou-se em Campo Grande, no Estado de Mato Grosso e pertenceu ao 1º Pelotão, da 1ª Cia. do Batalhão “Visconde de Taunay”. Destacado para o Setor Sul, foi um dos bravos defensores da causa constitucionalista. No embate travado na Capela dos Ferreiras, daquele setor, foi atingido por tiro de fuzil. Transportado para a Santa Casa de Itapetininga, não resistiu a seus ferimentos, vindo a falecer no dia 16 de setembro. Nasceu em Campo Grande e tinha 27 anos de idade. Era filho de Miguel Paes. Solteiro. (Cruzes Paulista, p.105).
No 8º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, Álvaro dos Santos Mattos era sargento, posto que honrou na campanha travada desde Itararé até o Rio das Almas, em cujas margens, em 16 de setembro, caiu mortalmente ferido. Morreu como morreram muitos outros, no calor da refrega, sem que se pudesse dizer em que circunstâncias precisas. Morreu porque lutou e lutou porque era um bravo. Foi sepultado no Cemitério do Gramadinho, município de Itapetininga. Paulistano, era filho do Sr. Manoel de Mattos e da Sra. Maria Conceição dos Santos e tinha 23 anos. (Cruzes Paulistas, p.65). Morre em 16 de setembro, na frente de Ligiana, o bravo José Alves Pimenta, voluntário do 6º B.C.R. Incorporado em Xiririca (Eldorado), em agosto, João Baptista de Oliveira Faria pertenceu ao 4º Batalhão de Caçadores Paulista provisório da Força Pública de São Paulo. De espírito combativo, enérgico, foi um bravo combatente. Em consequência de ferimentos recebidos por tiro de fuzil no ventre, morreu no dia 17 de setembro, em Barra do Batatal, município de Xiririca, (hoje Eldorado), no Setor Sul, Litoral. Foi sepultado no lugar em que tombou. Nascido em Xiririca (hoje Eldorado) em 1 de setembro de 1906, filho de Joaquim Clementino de Faria e de Dª Amância de Oliveira Faria; deixou uma irmã Isabel, residente em Santos. Era solteiro e exercia a profissão de dentista. (Cruzes Paulistas, p.222). Mais vítima: Eloy Fernandes, integrante de Unidade de Voluntários do Exército Constitucionalista do Setor Sul, incorporou-se em Santos no Exército Constitucionalista, sendo destacado para servir junto a um dos batalhões da Força Pública que seguiram para o Setor Litoral-Sul. Pelo seu esforço e denodo, ocupava a graduação de cabo. No combate travado em Barra do Batatal, setor de Xiririca (Eldorado), Eloy Fernandes foi atingido na
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cabeça por bala de fuzil, a 17 de setembro, tendo morte quase instantânea. A seu lado tombou combatendo João Faria. Foi sepultado no mesmo local em que morreu, onde ainda se encontra. (Cruzes Paulistas, p.161). De 15 a 19 de setembro o glorioso Batalhão “14 de Julho” participa dos combates do Cerrado. Localizada a menos de 10 quilômetros da cidade de Capão Bonito, na antiga estrada do caminho velho a São Miguel Arcanjo, a Fazenda do Cerrado, nas margens do Rio das Almas foi um dos palcos principais dos combates na Frente Sul. No mesmo sentido de direção, o bairro do Taquaral Abaixo, nas divisas dos municípios de Capão Bonito – São Miguel Arcanjo, pouco tempo depois, torna-se a última trincheira das escaramuças, da guerra dos paulistas. O General Valdormiro de Lima, um dos mais bravos e competentes do Exército comanda os sulistas que adentram o território paulista. O “14 de Julho” acode em todas as posições na zona Sul onde os inimigos estão vencendo, proporcionando baixas, entrando, incendiando arraiais como Taquaral e Faxina. E ao meio do fumaceiro há tremendas confusões, misturando-se inimigos, ninguém sabendo quem é quem”. O glorioso Batalhão “14 de Julho” fraquejado pela fome, se vê cansado, mas não se entrega. (ORTENCIO, a Fronteira. pp.274 e 283). O Batalhão “14 de Julho”, no Taquaral Abaixo. Segundo Camargo, em A Epopeia: “O Batalhão “14 de Julho” embora desfalcado se faz presente no Taquaral Abaixo, (município de Capão Bonito, próximo à divisas com São Miguel Arcanjo): “Às 12 horas, 2ª classe. São 193 soldados, bem reduzido está o “14”. Uma parte fica em São Paulo para seguir no dia seguinte, com as bombardas. Itapetininga, às 6h30, café à espera na estação. Uma hora depois, embarque em caminhões. Destino: Taquaral Abaixo. Só uma parte, porém, recebe fuzis, que não os há para todos. Armas escandalosamente descalibradas, com falta de peças, na maioria sem sabres. A 3ª Cia. e alguns soldados menos afortunados das outras duas bem arcam para fazer a guerra. Sem armas. E são somente 193 soldados. Ligeira parada em São Miguel Arcanjo, que é pouco mais do que uma vila e, no momento semi despovoada. Uma estrada regular com destino a Taquaral Abaixo. Atravessa uma região belíssima (é o adjetivo mais extenso e verdadeiro...) já com as primeiras ondulações da Serra do Mar, cujas montanhas e florestas se percebem no último plano do horizonte, na direção sul. Volta e meia os caminhões afundam por vales de riachos escondidos no meio de árvores, transpõem pontilhões e sobem novamente, em ladeiras íngremes e pequenas. Bons ares. Muito pobre a zona. Onde a casa de caboclo, que seria a única habitação do lugar? A esse Batalhão que percorrera todos os pontos do imenso campo de batalha em que se transformara a zona sul de São Paulo, faltava ainda conhecer esse canto longínquo onde se queimariam os últimos cartuchos”.
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Descontraindo: “Bonde Errado... O Batalhão Universitário “Fernão Salles”, equipado pelo Club Comercial, era, como todos sabem, composto pela fina flor da mocidade paulista, fazendo parte do mesmo, estudantes de direito, de medicina, de comércio, etc. Achava-se o batalhão entrincheirado no Rio das Almas, setor de Capão Bonito quando, numa manhã, o seu comandante ordenou a saída de uma patrulha para reconhecimentos. Fazia parte da patrulha o Alísio, o Arnaldo e o Petit, comandados pelo tenente Monteiro. A folhas tantas, o Petit distanciando-se de seus companheiros chegou à trincheira, que julgava ser nossa, e deu de cara com um soldado esfarrapado e mal-encarado. Pergunta o Petit: Como vão as coisas por aqui? - Muito mal. Vai depressa buscar a xepa que está na hora, responde o outro. Petit, ouvindo isto e estranhando a voz do camarada, viu logo em que esparrela tinha caído, porém, sem perder as estribeiras e com a maior naturalidade possível, disse-lhe: - Onde está o Fernão Salles? – Quem é esse bicho que eu não conheço? – responde o outro. – É aquele de bigodinho preto e eu vou procura-lo já. Disfarçando o mais que pôde, saiu o Petit numa carreira desabalada, chegando à sua trincheira mais vermelho que um camarão.” (Chorando e Rindo... Cornélio Pires). Lauro de Barros Penteado se apresentou a 10 de julho, em São Paulo, ao Batalhão Universitário Paulista que se tornaria quatro dias mais tarde o lendário Batalhão “14 de Julho”. Incorporado na graduação de soldado, seguiu para o Setor Sul, combatendo sem descanso durante dois meses consecutivos. Na jornada de 17 de setembro, estava em uma trincheira no Combate do Cerrado, trincheira essa castigadíssima pela artilharia e aviação adversária a ponto de seus ocupantes serem obrigados a evacuá-la. Os últimos a sair foram Lauro e o tenente Tácito. Quando o faziam, uma granada de 105mm explodiu sobre eles. Um estilhaço alcançou Lauro, que estava abaixado, na altura dos rins. Levado para a retaguarda sobre os ombros do tenente Tácito, sentiu Lauro que a morte rapidamente se aproximava em virtude da intensa hemorragia. Pediu que não o levassem para diante, em busca de socorro, que já sentia ser inútil. Queria morrer sobre a terra de São Paulo. Deitado no chão, sobre a maca, pediu a Epaminondas Valle que tomasse nota das seguintes palavras: sei que vou morrer por São Paulo. Quero ser sepultado com esta mesma farda com que vou morrer... Viva São Paulo! E expirou. Levado seu corpo para Itapetininga, ali recomposto, foi trasladado para a capital e sepultado no Cemitério São Paulo, onde se vê uma sepultura simples e comovente, com o vulto de Fernão Dias apontando uma placa em que se lê: Este Paulista, morreu defendendo a nossa Terra. Engenheiro pelo Mackenzie College (Universidade Mackenzie), nasceu em Piracicaba, em 20 de fevereiro de 1904, filho do engenheiro Dr. Antônio Augusto de Barros Penteado e de Dª Celisa de Barros Penteado e neto do Sr. Manoel de Toledo Barros e de Dª Maria Augusta de Barros Penteado; do Sr. Coronel Flamínio de Camargo e de Dª Cândida de Barros Camargo. Solteiro, residia, com os pais na Capital. Em 1930, reservista do Exército Brasileiro, tomou parte na luta contra os revolucionários de então, tendo feito parte da
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guarnição do Forte de Itaipu, em São Vicente. (Cruzes Paulistas, pp.307/308). Integrado como voluntário em 12 de julho ao BUP - Batalhão Universitário Paulista, depois Batalhão “14 de Julho”, Clineu Braga de Magalhães, durante os combates, morre aos 17 de setembro, com 21 anos, lutando em defesa dos ideais paulistas nas trincheiras do Cerrado, na região de Capão Bonito, sendo seu corpo sepultado na trincheira em que tombou lutando bravamente; ao depois seu corpo foi transladado para o Cemitério São Paulo, na capital paulista. Era natural de Taquaritinga, cursava em 1932 o 3º ano de Engenharia Civil da Faculdade Politécnica da Universidade de São Paulo. Natural de Taquaritinga e nascido aos 22 de agosto de 1911. Era filho do Sr. Renato Álvares de Magalhães e de Dª Anália Braga de Magalhães. Durante estes combates no Cerrado o “14 de Julho” perde muitos de seus integrantes mortos na defesa de São Paulo, além do Cabo Clineu Braga de Magalhães, os soldados Argemiro Alves Silvestre, Lauro de Barros Penteado, Cesar Penna Ramos. (Cruzes Paulistas, p.143). Componente do Batalhão “14 de Julho”, portador de tantas glórias nos combates do Setor Sul, José Jeronymo de Vasconcellos tombou a 17 de setembro nas trincheiras do Cerrado, próximo a Capão Bonito. Hospitalizado em Itapetininga, faleceu no mesmo dia, tendo sido sepultado no Cemitério local. Nasceu em Passos, Minas Gerais, veio muito moço para Casa Branca, onde contraiu núpcias com Dª Isolina Nogueira de Vasconcellos, de cujo consórcio deixou duas filhinhas: Therezinha e Maria do Carmo. José Jeronymo era filho do Sr. Antônio Alves e da Sra. Bonifácia Alves. (Cruzes Paulistas, p.277). Atuando no Setor Sul de operações, Pedro Pereira, foi ferido mortalmente. Transportado para o Hospital de Itapetininga, ali faleceu no dia 17 de setembro, sendo sepultado nessa mesma cidade. Pedro Pereira nasceu em Pereiras, no ano de 1908 e era filho do Sr. João de Almeida. (Cruzes Paulistas, p.389). Incorporado em Ourinhos, a 20 de agosto, Luiz Rodrigues de Souza foi o soldado nº 100, da 2ª Cia. do Batalhão “Theopompo de Vasconcellos”, que era comandado pelo major Manuel Ribeiro da Luz. Seguiu incontinente para o Setor Sul, onde, a esse tempo travavam-se terríveis combates. Morreu no dia 17 de setembro, nas barrancas do Rio Paranapanema, próximo a Ourinhos, atingido na cabeça por tiro de fuzil. Está sepultado no Cemitério dessa cidade. Solteiro, exercia a profissão de lavrador. (Cruzes Paulistas, p.316). Ao eclodir a Revolução Paulista de 9 de julho o Padre Alberto Bacilli alistou-se como voluntário para prestar serviços de caráter religioso e espiritual no front de guerra dada sua condição de sacerdote. Foi então encaminhado ao Setor Sul e esteve na cidade de Faxina, hoje, Itapeva, onde já tinha sido seu vigário, e junto com as forças constitucionalistas paulistas que ao se retiraram daquela praça, deixaram ali o Padre Bacilli. Foi então o padre considerado
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prisioneiro dos ditatoriais quando estes tomaram de surpresa a cidade. Retirouse o Padre Bacilli de Faxina, hoje Itapeva, quase no término das hostilidades retornando à sua cidade natal Tietê em 17 de setembro de 1932. Em 17 de setembro o cônego Alberto Bacilli retorna à cidade de Tietê. O padre Bacilli alistou-se como voluntário em Tietê, para prestar serviços de caráter espiritual, dada sua condição de sacerdote. Encaminhado como capelão ao Setor Sul, engajado no “Batalhão Tietê’, esteve na cidade de Faxina, hoje Itapeva, junto com as forças constitucionalistas. Ao se retirarem da praça, lá deixaram o padre Bacilli. Foi considerado prisioneiro dos ditatoriais, quando, de surpresa, se apoderaram daquela cidade. Retirou-se de Faxina quase no término das hostilidades, retornando a Tietê, nessa data. (A Revolução de 32, Benedicto Pires de Almeida).
Em 18 de setembro acontece na cidade de Campinas, o primeiro bombardeio aéreo deliberadamente conduzido contra uma cidade. O episódio causou mais horror e repulsa do que danos, embora houvesse produzido um morto, três feridos e estragos em uma residência. Na manhã domingueira, esquadrilha de “vermelhinhos” deixa cair bombas de 45 quilos visando o pátio de manobras da ferrovia Mogiana. Uma das bombas alcança o objetivo, outra atinge a praça vizinha, junto de um bonde, ferindo gravemente um operário italiano, Vicente Nome, um comerciante sírio e um ferroviário que ia ao trabalho. Morreu diante de sua casa, o menino de dez anos, Aldo Chiorato. A terceira bomba danificou uma residência da rua Campos Sales. (...) Em várias outras ocasiões o ataque repetiu-se, ativado à medida em que o governo preparava ofensiva final e buscava, transtornando o sistema ferroviário centralizado em Campinas, dificultar o deslocamento de forças constitucionalistas. Alvos principais dos bombardeios foram o Hipódromo Campineiro, os pátios ferroviários, o campo de pouso onde operavam os últimos aviões paulistas. (A Revolução de 32, Hernâni Donato). No Rio das Almas, nas proximidades de Capão Bonito, as tropas constitucionalistas iniciaram um movimento ofensivo, que se desenvolveu com felicidade, tendo o 8º B.C.P., avançado seis quilômetros. O Batalhão 14 de Julho entrou em contacto, durante o dia, com o adversário, com o qual travou renhido combate. As posições das nossas tropas foram mantidas, não obstante o bombardeio intenso dos adversários. Na região Sul as nossas forças sofreram um ataque violento por parte das tropas ditatoriais, mas ofereceram brilhante resistência, mantendo integralmente as posições assaltadas. Nas vizinhanças do Rio das Almas, um avião constitucionalista dirigido pelo Major Lysias Rodrigues, teve o ensejo de lutar com uma esquadrilha de três aviões ditatoriais. Com tanta perícia e felicidade o aparelho foi manobrado, que fez aterrar um dos aviões ditatoriais e pôs em fuga os outros dois.
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A força aérea a serviço dos paulistas era quase insignificante. No início do conflito São Paulo contava com apenas quatro aviões, dois do tipo “Waco”, de 180 cv, antes utilizados pelo correio militar, e dois “Potez”, dotados de uma metralhadora manual, mas veteranos de 1914. Mais tarde, foram comprados no exterior mais três aparelhos de 450 cv, cuja velocidade chegava a 270 km/h. No curso dos combates essa mirrada esquadrilha foi acrescida de mais dois aviões, trazidos do Rio de Janeiro por pilotos desertores. De todo modo, os paulistas orgulhavam-se de seus aeroplanos, a que chamavam “Gaviões-de-penacho”. Sua maior façanha aconteceu em 21 de setembro, quando destruíram cinco dos sete aparelhos legalistas estacionados em Mogi-Mirim. Os aviões do Governo, bem mais velozes e numerosos que os dos paulistas, eram os “vermelhinhos”, aparelhos dos tipos “Corsário”, “Savóia 55” ou “Fleet”. Eles atuaram não apenas nas linhas de combate, mas também bombardeando várias cidades, entre as quais Campinas, onde os prejuízos foram de grande porte. (revista “Nosso Século”, nº16). No início da conflagração a cavalaria da FPSP ocupa o Campo de Marte. a ocupação foi executada por elementos do 5º B.C.P. armados com um F.M. A mobilização da aviação civil paulista esteve a cargo do Capitão Ismael Torres Guilherme Cristiano. O Major Ivo Borges comandou as Unidades Aéreas Constitucionalistas (UAC) e o Capitão Lysias Rodrigues, já promovido ao posto de Major, liderou o 1º Grupo de Aviação Constitucionalista, denominados “Gaviões de Penacho”, que contou também com o aguerrido Capitão Aderbal da Costa Oliveira, um dos mais competentes aviadores do exército, com curso de arma de artilharia, excelente observador e instrutor de pilotagem, que utilizava o aparelho de caça da aviação militar, um NewportDelage, NID-72, que foi batizado de “Negrinho”, da mesma forma os Falcons que também receberam os apelidos de “Kyri-Kyri”, “Kavuré-y” e Taguató”; o Tenente José Ângelo Gomes Ribeiro, o Tenente Arthur da Motta Lima; além é claro do bravo Sylvio Hoeltz, valente piloto da Força Pública. Junto a primeira leva de voluntários que seguiram de São Paulo, no dia 14 de julho, em demanda ao Setor Sul de operações, partiu Paulo Bifano Alves, como soldado do Batalhão que tomou aquela data para o seu nome que brilhou desde o início até o final da Revolução Constitucionalista. Lutou com a bravura que dele se esperava pela sua coragem e civismo, até que ferido por uma rajada de metralhadora, no Rio das Almas, no dia 18 de setembro, no Combate do Cerrado, perdeu a vida para, só assim, abandonar a luta. Foi sepultado na própria trincheira, de onde, posteriormente, seus despojos foram trasladados para o jazigo de sua família, no Cemitério da Consolação. Nasceu em São Paulo, no dia 7 de julho de 1908, filho do Sr. Antônio Jacintho Alves e da Sra. Maria Francisca Bifano Alves. Deixou os irmãos Antônio Sylvio, Mari, Maria do Carmo, Dulce e Leonor Bifano Alves. Solteiro. Era funcionário da Atlantic Refining of Brazil. (Cruzes Paulistas, p.378). Sobre a morte, o jornal Tribuna Popular, de Itapetininga, publicava: “Acham-se em exposição na Capela de
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Santo Antônio os corpos dos desventurados moços Argemiro Alves Silvestre, Ari Carneiro Fernandes e Paulo Bifano Alves, mortos nas trincheiras do rio das Almas em defesa do ideal paulista. Eram universitários, voluntários do Batalhão “14 de Julho”, e nos diferentes combates em que entraram em ação nesse setor, revelaram-se sempre de extraordinária bravura. Uma Comissão, constituída de voluntários daquela valorosa unidade, distribuiu pela cidade, ontem, um Boletim em que convida o povo desta cidade a acompanhar hoje até a estação, de onde seguirão para a Capital do Estado, os corpos dos malogrados defensores do ideal constitucionalista. Dos bancos da Faculdade de Direito, quase desertos naqueles dias inesquecíveis de 32, partiram muitos moços para as trincheiras constitucionalistas. Dentre eles, Argemiro Alves Sylvestre figurava na dianteira. A mesma data marca a sua incorporação e deu nome ao Batalhão que o levaria para a glória e para a morte: “14 de Julho”. Pertenceu ao 2º Pelotão da 3ª Cia., lutou bravamente no Setor Sul e morreu com o olho esquerdo vazado por um tiro de fuzil, no momento em que se encontrava de pé para lançar uma granada do parapeito de uma trincheira que ocupava no combate do Cerrado. Sepultado ali mesmo no dia 18 de setembro, teve mais tarde seu corpo levado para Amparo onde nasceu. Quartanista da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, professor do Liceu Coração de Jesus, do qual foi também aluno, sua memória recebeu deste estabelecimento de ensino várias homenagens, dentre as quais um cartão com os seguintes dizeres: “Professor Argemiro Alves Sylvestre. Filho do Sr. José Sylvestre Martins e de Dª Maria Rita da Conceição Sylvestre. Nasceu em Amparo em 28 de junho de 1904. Modelar ex-aluno do Liceu, quartanista de Direito, integrou o Batalhão “14 de Julho” dando a São Paulo o máximo do seu contingente: a vida que perdeu heroicamente no Combate do Cerrado a 18 de setembro de 1932. Mestre incansável e dedicadíssimo do nosso Externato, a sua morte prematura, se bem que heroica deixa um vácuo profundo em todos os seus colegas e discípulos. A ele conceda Nosso Senhor o descanso eterno”. Solteiro, deixou além de seu pai os seguintes irmãos: Martinho Alves Sylvestre, Eugênia Alves Sylvestre de Souza, Júlia Sylvestre Dias, Brasiliano e Marcellino Alves Sylvestre, Leontina Sylvestre Loureiro, Ramira e Benedito Alves Sylvestre. (Cruzes Paulistas, p.91). A12 de julho, três dias depois, portanto, de iniciada a Revolução, Ary Carneiro Fernandes, incorporava-se ao Batalhão “14 de Julho”, sob o comando do Capitão Aristeu Leite Penteado. A data que deu nome ao seu Batalhão, marcou também o dia da sua partida para a frente. Dois meses depois, a 18 de setembro, morreu no combate do Cerrado, no Setor Sul. Era filho do Sr. José Ignácio Fernandes e da Sra. Dalila Carneiro Fernandes e irmão das senhoras: Dª Julieta Rocha, Nazareth D. Faro, Ophélia Leite, Yolanda Barbosa, Inah Amsalak, Lilah Rodrigues, Gustava e Dulce Carneiro Fernandes e dos Srs. Romeu, José Ignácio, Oscar, Olavo, Luiz e René Carneiro Fernandes, este
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também gloriosamente tombado em outro setor da luta. Formado pelo Ginásio do Estado, Ary Carneiro Fernandes prosseguia seus estudos na Faculdade de Direito, onde saiu para se incorporar ao Exército da Lei. (Cruzes Paulistas, p.99). Comandava uma trincheira no Rio das Almas, no Setor Sul, o 1º Tenente José Elias Junqueira, oficial da guarnição de Mato Grosso, quando foi atingido em cheio pelos estilhaços de uma granada de avião caída muito próximo a ele. Classificado no 18º Batalhão de Cavalaria, estava em armas desde o início da campanha. Está sepultado na própria trincheira em que morreu. Nascido em Muqui, Estado do Espírito Santo, a 15 de março de 1901, era filho do Sr. Antônio Elias Junqueira e de Dª Maria da Silva Junqueira e irmão de Luiz Elias Junqueira, combatente do mesmo batalhão. (Cruzes Paulistas, p.269). Boletim das Forças Federais - B.P. nº 27, de 18/9/32: O Combate da Fazenda do Cerrado, também chamado de Combate do Rio das Almas, foi detalhado por este Boletim das Forças Ditatoriais: “B.P. nº 27, de 18-IX-32. Após o memorável combate de Buri e depois de rápida passagem pela zona de Capão Bonito, nossas tropas, levando pela frente o inimigo, detiveram-se ante o Rio das Almas, afluente do Paranapanema, afim de se reorganizarem e ao mesmo tempo estabelecerem um novo plano de ataque que o terreno e o inimigo, fortemente organizado, impunham. O adversário se estabelecera numa linha de elevações, na ala direita, tendo aproveitado ao máximo o terreno que particularmente lhe era favorável e possuindo ótimo comandamento sobre nossas tropas. As posições inimigas, preparadas com grande antecedência, estendiam-se por quase todo o curso do Rio das Almas, batendo em precisão, as suas armas automáticas, todos os acessos à margem direita daquele rio. Após cuidadoso estudo das posições inimigas, foi estabelecido o plano de ação e dada às tropas a ordem do ataque. O movimento que devia processar-se de modo violento e decisivo, iniciou-se por uma infiltração de nossas tropas no terreno inimigo, embora tendo que transpor sucessivos obstáculos, como a passagem do rio e, na margem direita deste, os pântanos e matagais incendiados, onde o cáqui se destacava à distância, oferecendo excelente alvo. O moral das nossas tropas, apesar de tudo isso, era elevado. Dominava-se a vontade de vencer e avançavam resolutas, apesar do inimigo tudo ter feito para nos impedir a passagem do rio, tendo danificado pontes e desbastado o mato nos lugares dos vaus, a fim de ter melhor campo de tiro. Os rebeldes, depois de destruírem a machado as pontes, ainda tentaram incendiá-las na fuga, não o conseguindo completamente e deixando em nosso poder algum material que aproveitamos na reparação das mesmas. Nossa Engenharia, nessa ocasião, teve uma ação destacada, reconstruindo e lançando diversas pontes debaixo de rajadas sucessivas de metralhadoras. Atravessado o rio, nossas tropas encontraram fortíssima resistência na outra margem, tendo o inimigo estabelecido cerrado fogo de barragem sob o qual a progressão era
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quase impossível. O terreno alagadiço e cortado por diversos afluentes do Rio das Almas, dificultava a nossa marcha e ao mesmo tempo auxiliava o inimigo com a nossa fixação em diversos pontos. Nossa tropa não esmorecia. A resistência inimiga tornava-se cada vez mais violenta e nos deteve sob um fogo contínuo durante um dia e meio, desde 16 até às 10 horas da manhã de 18. Nossa oficialidade e soldadesca só tinha um anseio. Era tomar de assalto a colina alongada em frente, onde o inimigo, fortemente entrincheirado, nos hostilizava vivamente. Nossa Artilharia, coadjuvando a ação, iniciou violento bombardeio às posições rebeldes, sendo contrabatida pela Artilharia inimiga e também atacada por fogos de metralhadoras pesadas. A Infantaria lutava com mil obstáculos, mas progredia sempre. Corria o dia 17. Ao entardecer, nossas tropas foram detidas à base da colina e à margem de um longo riacho. Durante a noite a progressão foi impossível, tendo, porém, nossas tropas se aferrado no terreno conquistado. O inimigo, aproveitando-se das trevas, desceu de suas trincheiras e tentou um golpe sobre as nossas linhas, no que foi frustrado, pois os bravos paranaenses, em cujo setor se deu o assalto, repeliram-no para os seus entrincheiramentos. Clareou o dia 18, finalmente, tendo nossas tropas se aproveitado da manhã para se sitiarem em uma melhor base de partida para um arranco definitivo. Foi preciso recorrer à Artilharia, tal a violência dos fogos inimigos. Nossa Artilharia daria 25 tiros, após os quais toda a Infantaria lançar-se-ia ao ataque. O bombardeio de nossa Aviação fez-se sentir com uma intensidade tremenda e mesmo assim o inimigo resistia. Vinte e cinco tiros de canhão troaram no espaço e nossas tropas, numa arrancada gigantesca, disposta a dominar o adversário que a castigava tão duramente, assomou dos matagais à borda dos campos e terrenos queimados que cobriam a encosta da elevação em poder dos rebeldes. Nada a deteve, nem a fuzilaria infernal do inimigo, nem mesmo a prudência. De todos os lados, soldados de nossas tropas subiam a encosta e o inimigo não abandonava os seus entrincheiramentos. Houve mesmo momentos críticos para nós, porém os rebeldes tiveram que ceder pois foram atacados ao mesmo tempo pela frente, pelo flanco e pela retaguarda por uma hábil manobra de nossa Cavalaria que se portou heroicamente. À frente da Infantaria tombou ferido o bravo capitão Antônio Gomes dos Santos que, apesar de pertencer à Artilharia, não conteve o seu entusiasmo e lançou-se de fuzil em punho sobre as trincheiras inimigas. A fuzilaria recrudesceu, tendo o inimigo se refugiado nos bosques. Nossas tropas, perseguindo-o, internaramse dentro deles. Passou-se então a fase mais dramática da jornada, tendo ambas as partes se empenhado, dentro dos bosques, em uma terrível luta à baioneta. As detonações de fuzil, favorecidas pelo local, soavam com enorme estrondo, multiplicando-se. Nossa Aviação tomou parte saliente no combate, no dia 17, hostilizando horas a fio o inimigo e hoje bombardeando e pondo em fuga a Aviação rebelde. Ao cair da noite, nossas armas contavam mais uma estrondosa vitória, tendo desbaratado francamente o adversário. Fizemos 64 prisioneiros, muitos dos quais se encontravam no cimo das árvores, tiroteando cobardemente nossos soldados. Um deles, depois de preso, disse ao soldado
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que o aprisionara que, no lugar em que apontava havia muita gente. Enquanto nosso soldado se virou para ver tal local, o prisioneiro, sacando de um revólver que trazia escondido, desfechou-lhe dois tiros à queima-roupa, sendo, por sua vez imediatamente abatido pelos nossos. Esse procedimento miserável temse repetido. Ainda ontem nossos soldados iam caindo numa armadilha. Um pau enterrado, com uma parte à mostra, tinha a outra ligada a uma carga de dinamite que explodiria ao removerem aquele. Felizmente, nossos homens, já prevenidos desses ardis, evitaram mais esse. Nossa brava tropa, não contente com a sua atuação brilhante, ainda se lançou em perseguição aos rebeldes, tendo penetrado 6 quilômetros pelo terreno inimigo. Ficou assim reduzida a apregoada resistência das posições do Rio das Almas, continuando nossas tropas, em progressão rápida, a recalcar o inimigo. Ele deixou ainda em nossas mãos muita munição, armas automáticas, caminhões, etc. Tivemos quinze baixas entre mortos e feridos. O inimigo deixou no campo da luta inúmeros mortos e alguns feridos que foram recolhidos aos nossos hospitais. Ao entrar a noite de 18, estava ganho o combate da Fazenda do Cerrado, onde as nossas denodadas forças se cobriram de louros, atravessando a metralha do inimigo e indo impor ao adversário o respeito à sua vontade de ferro. Pelas cartas tomadas aos prisioneiros, vê-se como o povo paulista está sendo iludido nesta campanha. “O Rio Grande está de pé, tendo havido ali inúmeros combates entre as forças da Ditadura e as forças constitucionalistas, com vantagem para estas!” Pobre povo Paulista! Esta revolução é o maior escárnio lançado às tuas faces. Nunca os teus sentimentos foram tão explorados como na presente campanha, em que vertes o teu sangue generoso em defesa de ideais falsos, levantados por aqueles que, não tendo a coragem de te acompanhar nas trincheiras, quedam-se à tua retaguarda incólumes, tripudiando sobre a tua honra e esperando o momento de se salvarem por um acordo quando notarem que o teu sangue já lhes é inútil para a sua defesa, e para a satisfação de suas ambições pessoais. (a) Adalardo Fialho. 1º Ten. Ch. do S. de Publicidade.” Iniciado o movimento revolucionário de São Paulo, João Alves Pimenta deixou o seu posto de telegrafista da São Paulo Railway e incorporou-se ao Exército Constitucionalista, sendo designado para a 3ª Cia. do 6º Batalhão de Caçadores da Reserva, partiu com seus companheiros para o Setor Sul e foi promovido a cabo. No combate travado em 18 de setembro em Porto Serraria, Ligiana, João Alves foi atingido na cabeça por tiro de fuzil, morrendo instantaneamente. Seu corpo foi transportado para São Paulo e sepultado no Cemitério da 4ª Parada. Nasceu em São Paulo, aos 22 de fevereiro de 1914, filho do Sr. Leonardo Alves Pimenta e da Sra. Ângela Pimenta, e irmão de Dª Clara Pimenta de Oliveira, casada com o Sr. Pedro de Oliveira. Era solteiro e telegrafista da São Paulo Railway. (Cruzes Paulistas, p.216). “Diante das posições paulistas no Rio das Almas, as tropas do general Valdomiro de Lima encontraram a resistência mais tenaz. O contínuo martelar
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da artilharia, durante dois dias, nada obteve de positivo. A infantaria legalista debalde procurou assaltar as posições adversárias, de onde voavam chuvas de granadas. À 18 de setembro, mais tropas vieram reforçar a de ataque. A superioridade numérica acabou por prevalecer, depois de sangrento choque a arma branca, como em Itararé, conquistando os legais, a ferro e a fogo, o sólido entrincheiramento inimigo. Só houve 35 combatentes paulistas que não se renderam; permaneceram no posto de sacrifício, apoiando a retirada do grosso da força constitucionalista, sendo os poucos que restaram vivos aprisionados à unha em plena luta”. (História das revoluções brasileiras, Glauco Carneiro, Apud A Revolução de 32, Hernâni Donato).
“Aqui – faça-se justiça – os soldados paulistas resistindo à metralha e às bombas dos aviões; resistindo à artilharia que martelou, durante dois dias, com cinco baterias; resistindo até o fim, sendo presos de armas na mão, os soldados paulistas do rio das Almas, criaram jus indefectível a elogios dos próprios atacantes (...). Honra aos 35 prisioneiros do rio das Almas.” (...) “São bem brasileiros como nós. A maioria cursa as academias paulistas. Gente de sociedade. Mostram-nos o morto que transportam com cuidado e veneração. Dizem-nos que era da família Penteado. Morrera heroicamente. De pé na trincheira, quando todos viam nossos soldados a dois passos, o soldado Penteado ainda lançava granadas sobre os atacantes. Uma bala, atravessandolhe um dos olhos, prostrara-o sobre a trincheira, o braço estendido para a frente, como se mesmo depois de morto quisesse continuar a espalhar a destruição por meio de granadas...” (Carne para Canhão, Clóvis Gonçalves. Apud A Revolução de 32, Hernâni Donato).
Em 19 de setembro o Q.G. em Capão Bonito, do Destacamento Ex. Sul – E.M. 3ª Seção, comunicava através da Ordem de Operações nº 8, expedida pelo General Valdomiro de Lima, que os constitucionalistas mantinham Santa Cruz dos Ferreiras, Ponte dos Brizolas e dos Ferreiras. Ordenava que o 12º R.C.I deverá prosseguir na direção de Ponte dos Souzas, que deverá transpor na direção de São Miguel Arcanjo; e o IV/5º R.C.D. seguirá em descoberta na direção de São Miguel Arcanjo, reconhecendo também os caminhos de acesso à esta localidade que manterá até a chegada da Infantaria, dentre outras Ordens. O Destacamento Boanerges tivera ordem de abrir uma passagem à Cavalaria na margem direita do Paranapanema, cuja natureza de terreno era imprópria a esta arma. Tinha em vista, o Comando em Chefe, lançar o 9º R.C.I. na direção de São Miguel Arcanjo, a fim de preparar a entrada em ação de uns sete Regimentos rumo a Cotia (ou Sorocaba). No dia seguinte, 21, a cobertura estava feita junto à margem do Paranapanema pelo 17º C.A., que ocupou os Passos Ana Romana (Salto) e viúva Pinto (os Pintos). O 12º R.C.I., entre ambos, devia procurar uma passagem no Paranapanema, estando o seu
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grosso junto ao Destacamento Marcelino, ao N. da Serraria dos americanos, pois a Força Pública de Santa Catarina o substituíra, depois da tomada do contato com o adversário na Ponte dos Buenos. Entre a Ponte dos Buenos e o Passo Ana Romana existiam diversos vaus: do Tenente, do Jango Moura, da Viúva Brasília Pinto (os Pintos), do Benedito Iria (Ramos) e do Miguel (canoa). ... Esses Passos, ora eram guarnecidos, ora desguarnecidos pelos paulistas, que, rumo a Taquaral Abaixo, perlongavam a margem direita do Paranapanema procedentes de Santa Cruz dos Ferreiras e, mesmo, da Ponte dos Buenos. Pouco ao norte desta haviam recentemente construído um pontilhão e uma picada, permitindo aquela deslocação. Até mesmo da frente do Rio deslocaram tropas afim de parar o golpe iminente no sul, como se verifica do Boletim de Informações nº 61, de 24 de setembro: “O 4º R.I. que foi retirado da frente leste, está sendo transportado em caminhões de Itapetininga, para o flanco esquerdo do dispositivo rebelde. Elementos de Cavalaria também estão marchando de Itapetininga para o mesmo flanco.” Os adversários dos soldados constitucionalistas muitas vezes fizeram justiça. Um desses casos transparece nítido na morte de Mario Leme Walter, componente da 1ª Cia., do 2º Pelotão do Batalhão “Fernão Salles”. Incorporado em São Paulo, partiu para o Setor Sul sob o comando do capitão Honório de Castro, dando desde logo sobejas provas de ousadia e de bravura. Sobre sua morte vamos dar a palavra a uma autorizada notícia cuja veracidade conseguimos constatar. É a seguinte: “Perigava o Batalhão “Fernão Salles”, ameaçado de um envolvimento, na frente de Capão Bonito. O capitão Honório de Castro, reconhecendo a situação procurou no Corpo de Saúde e Intendência todos os soldados válidos, reuniu-os com uma patrulha que voltava de um reconhecimento e foi com eles reforçar um punhado de bravos que lhe defendia o flanco direito, em substituição ao batalhão que houvera recuado. Eram estes 23 homens apenas, escorando uma pressão de mais de 150 homens. Graças a esses esforços inauditos, o Batalhão “Fernão Salles” conseguiu uma retirada em ordem, sem perder um soldado sequer. Por fim, na trincheira mais avançada, no ponto mais hostilizado restavam oito homens. Um deles era Mario Leme Walter. O inimigo avançava. A munição diminuía. Esgotaram-se os pentes dos dois Fuzis Metralhadoras, que eram as suas únicas armas automáticas. Para não as entregar ao inimigo, foi destacado o soldado Luiz Viegas, apelidado de Mato Grosso, o qual rastejou mais de 500 metros, sob uma terrível fuzilaria, até alcançar a crista topográfica do terreno, para leva-las ao batalhão que passava para a margem direita do rio. Ficaram 7 soldados com fuzis comuns. Num dado momento o inimigo aproximouse, cerrando fuzilaria sobre a única trincheira que ainda impedia seu avanço. Foi quando recebeu um tiro de fuzil na cabeça o bravo soldado Mario, que se tornara comandante natural dos companheiros. Já não era possível, nem aconselhável mais resistência. A guarnição rendeu-se. Seis soldados foram levados presos para Capão Bonito, onde se achava o Quartel General inimigo.
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Os adversários enterraram na própria trincheira o seu valente defensor, e dois dias depois colocaram uma cruz com os seguintes dizeres: “Aqui jaz um heroico sargento paulista, morto em defesa desta trincheira, quando lutava pela causa que abraçou. 21 de setembro de 1932. Homenagem do pessoal da 1ª Seção, da 2ª Cia., do 6º Regimento de Artilharia Montada. Rio Grande do Sul, Santa Maria. Esta cruz foi mandada confeccionar e colocar aqui pelo tenente comandante da seção acima referida. Nasceu em Leme, no dia 11 de fevereiro de 1902, filho do Sr. Arthur Walter e de Dª Maria Leme Walter. Era irmão de José Leme Walter, casado com Dª Carolina Figueiredo Walter; Amélia, casada com o Sr. Joaquim Fabrício dos Santos; Alzira, casada com o Sr. João Klemper; Benedito Leme Walter, casado com Dª Izabel Cabral Walter; Sebastiana, casada com o Sr. Lázaro Crofi; Etelvina, Eliza, Djanira, Cândida e Arthur, solteiros. (Cruzes Paulistas, p.336). Incluído ao 10º Batalhão de Caçadores da Reserva a 16 de agosto, Pedro Viviani seguiu logo para o Setor Sul, tomando posição no Setor do Taquaral, próximo a Capão Bonito. Ali combateu valentemente até dia 21 de setembro, data em que, alcançado por uma rajada de metralhadora, teve morte rápida, que interrompeu a ligação por ele realizada, de uma trincheira a outra, em frente batida e visada pelo adversário. Foi sepultado no Cemitério de Taquaral Abaixo. Pedro Viviani era paulistano, nascido a 30 de julho de 1909, filho do Sr. Sabbatino Viviani e da Sra. Elvira Viviani, e irmão de Luiz, Antônio, Carmo, José e Magdalena Viviani. Durante a campanha portouse como um bravo, tendo sido um dos mais eficientes soldados no ataque à Fazendinha, no Setor Sul, a 5 de setembro. (Cruzes Paulistas, p.391). Não houve fronteira de São Paulo em que se não tivessem travado combates em defesa do seu território e do ideal elevado que movia a sua gente. No litoral, forças de voluntários e de tropa regular operaram com o mesmo valor e a mesma bravura demonstrados em outros setores. José de Moraes Filho, cabo da 4ª Cia. do 6º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública combateu no Setor litorâneo e morreu na fazenda Juca de Almeida a 21 de setembro. Natural do Estado da Paraíba, nasceu na cidade de Souza, em 1905. José era filho do Sr. José de Moraes. (Cruzes Paulistas, p.285). Da Fazenda do Cerrado, em 21 de setembro de 1932, às 13,20 h, o Capitão Dilermando de Assis, comunicava: “O informante Timóteo, declara haver nesta frente um efetivo de 400 homens, sendo 250 contados quando em trânsito por Taquaral, provindos de Mato Grosso. Estas tropas foram transportadas até Capela de Taquaral em auto caminhões. Daí para cá (Passo) a estrada não dá trânsito a autos. Do Passo a Capela Taquaral a distância regula 12 quilômetros. Taquaral é ponto de passagem para São Miguel Arcanjo. O Paranapanema, a montante do Passo, regula 15 metros de largura e dá água abaixo do joelho. (a) Cap. Dilermando.” (PP. 410 e 411, de Assis).
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Quando estourou a Revolução Constitucionalista Joaquim Nunes Cabral era sargento do 4º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, na 3ª Cia. Foi comissionado no posto de 2º Tenente, posto em que deu o melhor de suas forças e, depois a própria vida. Sob o comando do Capitão Genésio de Castro e Silva, partiu para o Setor Sul em 10 de julho, tomando parte, portanto, nas operações iniciais. Sua morte deu-se a 21 de setembro. Foi nas imediações do Rio Paranapanema, na fazenda Juca de Almeida. Vendo que não era possível sustentar a posição e que sua tropa estava ameaçada de ser presa, determinou que todos se retirassem, ficando apenas ele e o Cabo Moraes, que não o quis obedecer, para sustentar a retirada. Ambos morreram como morrem os grandes heróis. Foi sepultado no lugar em que morreu, e, mais tarde, trasladado para Araraquara, onde seus despojos dormem o sono eterno no Mausoléu que aquela cidade ergue para seus filhos. Nasceu Joaquim Nunes Cabral, em Conceição do Rio Verde, no Estado de Minas Gerais, em 1893, filho do Sr. Paulino Nunes da Costa e da Sra. Anna Barbosa de Jesus Cabral. Era casado com Dª Antônia Barbosa dos Santos Cabral e deixou quatro filhos: Anna, Rosa, Maura e Moyzes. (Cruzes Paulistas, p.239). (Vide p.165). Muitas vezes faltaram aos nossos soldados elementos eficientes de ataque e de defesa. Escasso, escassíssimo era o número de armas automáticas. Daí a necessidade de fingir que as possuíamos. Metralhadoras leves ou pesadas, montada sobre caminhões, passavam de trincheira a trincheira, de posição a posição, dando aqui uma rajada, duas mais adiante, para voltar logo mais, em vai e vem vertiginosos nos momentos mais árduos da peleja. Era assim a luta em São Paulo! Antônio Alves de Araújo conduzia um desses caminhões à pequena distância das trincheiras de Ribeirópolis (hoje Taguaí). Numa das voltas que fazia dezenas de vezes por dia, um tiro de fuzil apanhou-o na nuca, dando-lhe morte instantânea. Era dia 21 de setembro. Antônio viera de Ribeirão Claro, Estado do Paraná, incorporando-se ao Exército Constitucionalista em 1º de agosto. Seu corpo, dado à sepultura à beira da estrada Ribeirópolis-Fartura, no local onde morrera, foi transportado mais tarde para Ribeirão Claro. Sua incorporação fora feita no Batalhão “Chavantes”. Natural de Santos, nasceu aos 3 de outubro de 1914, contava com menos de 18 anos. Eram seus pais o Sr. João Alves de Araújo e Dª Aurora Alves de Araújo. Criado em sua terra natal, era ali muito conhecido, especialmente nas rodas esportivas. Trabalhava no comércio e era solteiro. (Cruzes Paulistas, p.73). No início da contenda, “o Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente seguiu diretamente para Ourinhos, importante entroncamento ferroviário, baldeação para o Norte do Estado do Paraná onde pouco depois, em missão arrojada por Jacarezinho, recebia o batismo de fogo em avanço em direção a Jaguariaíva, para cortar a retaguarda dos ditatoriais que haviam infiltrado no Estado de São Paulo, pela região de Itararé. Salto Grande era constantemente atacada pelos ditatoriais que queriam apoderar-se da cidade a
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todo custo. Sabiam que a conquista dessa cidade ribeirinha representava o corte das comunicações, do Comando Pedro Dias de Campos com a Alta Sorocabana, além de um possível envolvimento dos constitucionalistas em Ourinhos e Bernardino de Campos. Para alcançar rapidamente esse objetivo, romperam fogos consecutivos desde Ribeirópolis a Salto Grande, especialmente na fronteira margeando o rio Paranapanema e Itararé. Infiltraram por Timburí e Fartura, onde encontraram forte resistência das forças do Coronel Pedro Dias de Campos, comandadas por Miguel Brisola de Oliveira e o Coronel Antônio Nogueira, de Paraguaçu Paulista. Os combates tornaram-se mais violentos na região de Serrinha, próxima de Piraju. Em Ribeirópolis (Taguaí), a 21 de setembro, depois de ferido pela manhã e haver combatido violentamente o dia todo, caia mortalmente o bravo Tenente Nicolau Maffei, enquanto o mesmo acontecia em Fartura, com o bravo Tenente Cassimiro Dias, depois de vários dias de lutas. Ribeirópolis e Fartura foram conquistadas a peso de violento combate, com mortos e feridos de ambos os lados, o que propiciou aos adversários a conquista de Piraju, nessa ocasião desocupada pelos constitucionalistas. (...) A retirada de Piraju e de Timburí deu aos ditatoriais acesso do ramal Piraju-Mandurí, que foram rapidamente conquistadas apesar da resistência brava dos elementos de Avaré, comandados pelo Capitão Alcides do Vale e Silva, desmembrando o contingente do Major Genésio de Castro e Silva, da Força Pública Paulista, do comando central estabelecido em Bernardino de Campos”. (Constantino Ferreira de Mello, Apud 1932: Presidente Prudente na Revolução, Maria de Lourdes Ferreira Lins). Nas palavras do ex-combatente Gentil Giannetti Godoy: “A euforia e o entusiasmo do povo de Presidente Prudente e da região era tão grande que em poucos dias, formou-se o 1º contingente do Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente, composto de 1285 homens que seguiram para a cidade de Ourinhos. Lá recebemos ordens para ocupar o Norte do Paraná, e imediatamente cercaram as cidades de Cambará, Rio Claro e Jacarezinho, nesta última localidade, foi onde ocorreram os combates mais renhidos contra as tropas chefiadas pelo General gaúcho, João Francisco, “O Degolador”. Seu comando foi forçado a fazer uma retirada, onde prepararam para voltar à carga. De Ourinhos, o Batalhão foi para a cidade de Bernardino de Campos, zona em que se travaram sangrentos combates na Serra da Fartura, onde tombou o Tenente Cassimiro Dias, e o Tenente Nicolau Maffei, este, na cidade de Ribeirópolis (hoje Taguaí), com apenas 27 anos. (1932: Presidente Prudente na Revolução, Maria de Lourdes Ferreira Lins).
Nicolau Maffei alistou-se voluntário ao Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente e seguiu para a frente de operações sob o comando do coronel Miguel de Oliveira Brisolla. Morreu no combate de Ribeirópolis (Taguaí), no setor Itaporanga – Tibiriçá, no dia 22 de setembro, atingido na cabeça por tiro de fuzil. Foi sepultado em Ribeirópolis pelo inimigo, ao qual lhe prestou as honras militares a que fazia jus, quer por ser oficial quer pela bravura que revelou, o que foi reconhecido pelo próprio adversário. Seu
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último combate é episódico: Cercado e intimado a render-se, disse alto e em bom som: Um paulista não se entrega, caindo segundo depois varado pelos tiros adversários. Era, nesse dia, o terceiro ferimento que recebeu, pois que às 8 horas fora atingido na mão e às 10 horas no peito. Continuou a combater, indiferente aos rogos de seus camaradas não quis abandonar sua trincheira até que à tarde, cercado e já sem munição, preferiu morrer a se entregar. Nasceu em Amparo, no dia 26 de fevereiro de 1905, filho do Sr. André Maffei e da Sra. Francisca Maffei. Era casado com a Sra. Matinilde Alves Maffei, tendo deixado um filhinho de nome Nelson Tabajara Maffei. Era funcionário da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente. À uma das ruas dessa cidade, em sua homenagem, foi dado o seu nome. (Cruzes Paulistas, p.361). No dia 22 de setembro a vanguarda gaúcha atravessa o Rio Paranapanema e os paulistas recuam em direção do rumo para Itapetininga. Após a feroz resistência no Rio das Almas, os constitucionalistas não conseguem mais manter posição fixa. Recuam 30 quilômetros numa linha que vai de Angatuba ao Gramadinho, passando pela Vila da Conceição. Desde o dia 18 até esta data de 22 de setembro em Ribeirópolis (hoje Taguaí), na divisa do estado acontecem violentos combates, na Fazenda Rochinha, localizada a poucos quilômetros daquela sede, entre as tropas ditatoriais do General João Francisco Pereira de Souza e as tropas paulistas do destacamento do Coronel Pedro Dias de Campos, com dezenas de baixas de ambos os lados durante os combates travados. Quanto ao Coronel Pedro Dias de Campos, em sua biografia lemos: “Coronel Pedro Dias de Campos, nascido aos 29 de junho de 1873, em Araçoiaba da Serra, São Paulo, Brasil, filho de Nicolau Dias de Campos e Dª Jesuína Maria Moura. Como era neto de índio, apresentava acentuados traços morfológicos dos autóctones. Jovem transferiu-se para Sorocaba, onde iniciou seus estudos e trabalhou nas indústrias Francisco Matarazzo. Com excelente currículo na carreira militar; comandou vários Batalhões, inclusive esteve no comando da Força Pública de São Paulo; participou de várias Revoluções recebendo grandes honrarias. Casou-se com Ercília de Campos. Faleceu aos 5/8/1953, com 80 anos em São Paulo. Na cidade de Capela do Alto, vizinha de sua cidade natal, no ano de 1957 inaugurou-se o Grupo Escolar “Cel. Pedro Dias de Campos”, atualmente Escola Estadual, em homenagem ao excomandante da Força Pública de São Paulo. Matracas – O uso da Matraca foi mais uma improvisação paulista, que considerável pânico trouxe as hostes governistas. Nada mais era do que um aparelho dispondo de uma roda dentada, na qual tocava uma lâmina de aço, girando aquela em alta velocidade, provocando, assim, um ruído aterrador de fogo de metralhadora... Seu inventor foi o professor e engenheiro Otávio Teixeira Mendes, do Batalhão Piracicabano. Onde não houve metralhadora
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suficiente ou bastante munição para as poucas existentes, o “fogo” da matraca ajudou nas horas e dias a sustentar posições de vanguarda. Empregada, preferentemente, à noite, secundava os tiros de metralhadoras e de fuzis, transmitindo a impressão de um bem maior montante de fogo. Foi empregada em todas as áreas de combates, deste o Túnel da Mantiqueira, até as serras da Paranapiacaba, como no bairro do Areado, nas grutas de pedras que serviam de entrincheiramento dos paulistas nas proximidades de Capela de Ribeira. Incorporado no Exército Constitucionalista, em um dos Batalhões de Voluntários, José Custódio dos Santos seguiu para uma das frentes de combate, onde, desde logo, revelou-se um combatente digno do ideal de reconstitucionalização do país, por que São Paulo se batia com alma. Ferido a tiro de fuzil na perna, em um combate que se verificou em Ribeirópolis (hoje Taguaí), morreu este bravo soldado no dia 22 de setembro. Nasceu em Passa Quatro, no Estado de Minas, no dia 21 de janeiro de 1908, filho do Sr. Custódio Fernandes dos Santos. Deixou os irmãos Joaquim, Benedicto, Manuel, Laudelino, Alberto, Florassú e Arthur. (Cruzes Paulistas, p.266). Nesse 22 de setembro, incorporado como voluntário em Quitaúna, na 14ª Bateria de Morteiros, o jovem César Stricht, quando chegava em Ribeirópolis (Taguaí), foi atingido no abdomem, por um tiro de fuzil. Foi socorrido e hospitalizado em Piraju, porém, veio a falecer nos últimos dias de setembro. Era nascido em São Paulo e contava com apenas 17 anos. Foi sepultado naquela cidade. Nesse mesmo dia 22, o Q.G. de Capão Bonito, do Destacamento do Ex. Sul. E.M. 3º Seção distribuía a seguinte Ordem de Operações nº 9: “...Nossas forças se acham sobre o Paranapanema, sendo o Destacamento Dorneles ao Norte da ponte dos Brizolas, o Destacamento Marcelino e o 12º R.C.I. na região da ponte dos Souzas (ou Buenos), o Destacamento Boanerges com o IV/5º R.C.D. no eixo da estrada de São Miguel Arcanjo. Os demais elementos, sem alteração... ...O Destacamento de Ex. Sul continuará sua progressão na direção geral N.E. ... e em consequência o Destacamento Dorneles (I/8º R.I., 7º R.I., 3ª C.A.B.M., Força Paraibana, Gr/5º R.A.M. e Esq./14º R.C.I.) prosseguirá no eixo da estrada geral; O Destacamento Marcelino (II/8º R.I., 8º Btl. Bda. 14º B.C., Força Pública de Santa Catarina) prosseguirá na direção de Gramadinho, passando o rio na região de ponte dos Souzas (ou Soutos); O Destacamento Boanerges (II/13º B.C., 17º C.A., Bia/5º G.A. Mth. e Esq. IV/5º R.C.D.) progredirá na direção geral de São Miguel Arcanjo. O 12º R.C.I. transpondo o rio na região de ponte dos Souzas (ou Soutos) avançará na direção de São Miguel Arcanjo. O 9º R.A.M. fará o apoio do Destacamento Marcelino. O Destacamento Plaisant permanecerá em reserva geral na região de ponte Damião. As demais tropas do Destacamento de Ex. Sul, sem alterações. A Engenharia lançará uma ponte nas proximidades
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da ponte dos Brizolas e pinguelas na região dos Soutos e no passo do caminho para São Miguel Arcanjo. Evacuações – Sem alteração. Transmissões – Sem alteração – pela rede telefônica já estabelecida e por estafetas. P.C. em Serraria (entre ponte Damião e ponte dos Soutos). (a) General Valdomiro Castilho de Lima. Comandante do Destacamento do Exército do Sul.”
Croquis da região de Capão Bonito – São Miguel Arcanjo
Escala 1100.000. Organizado pelo Cap. Dilermando de Assis. Operações do Dest. Ex. Sul. 1932 Situação em fim de jornada. 22-9-1932. (Vitória, ou Derrota?, de Assis).
Em 24 de setembro, no Setor Litoral, em Santos, sobre a barra, o avião paulista que atacava o cruzador Rio Grande do Sul, cai no mar. Segundo os governistas, abatido pela defesa do navio; conforme o comandante da esquadrilha constitucionalista, Lysias Rodrigues, a queda ocorreu por incêndio no motor. (A Revolução de 32, Hernâni Donato). Segundo o Cel. Carlos Roberto Carvalho Daróz, no artigo “Força Aérea Alvinegra: a aviação constitucionalista durante a revolução de 1932”, publicado no jornal Apiaí Tem, Ed. 550, Ano XV, de 11/7/2020: “Tarde de sábado, 24 de setembro de 1932 - Três aviões constitucionalistas voam escalonados, o Curtiss Falcon prateado, pilotado pelo Tenente Gomes Ribeiro, a uma altitude de 1.800 metros; duzentos metros abaixo, seguia outro Falcon, conduzido pelo Major Lysias Rodrigues, que comandava a patrulha aérea, e, mais abaixo, completando a formação, um Waco CSO, pilotado pelo Tenente Motta Lima. Sua missão: atacar os navios da Marinha que realizavam o bloqueio marítimo ao porto de Santos. Quando a pequena esquadrilha sobrevoava a baía de Santos, localizaram um navio de grandes dimensões diante do farol da Ilha da Moela: tratava-se do cruzador Rio Grande do Sul, belonave que lidera o bloqueio. Um alvo compensador como aquele era convidativo para um ataque e assim foi feito. O Falcon de Gomes Ribeiro, levando como observador o Tenente Mário Bittencourt, partiu para o ataque, mergulhando quase verticalmente em direção ao navio para lançar
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suas bombas com precisão, os dois outros aviões seguiram seu trajeto. Alertada pelo inconfundível ronco dos motores dos aviões, a tripulação do cruzador guarneceu seus postos e começou a disparar contra as aeronaves atacantes com suas metralhadoras antiaéreas. Pouco antes de atingir a altitude adequada para lançar suas bombas, o Falcon de Gomes Ribeiro foi atingido pelos projeteis e, completamente envolvo em uma bola de fogo, caiu no oceano bem próximo ao navio, levantando uma enorme coluna de água. Diante do ocorrido, os aviões remanescentes abortaram o ataque e rumaram para o continente”. Declarada a revolução constitucionalista a 9 de julho, a 10 estavam naturalmente interrompidas todas as comunicações com a Capital do país. Os últimos trens chegaram naquela manhã. O telégrafo e o telefone foram monopolizados para as transmissões oficiais. Mas havia muita gente no Distrito Federal que desejava vir a São Paulo, para tomar parte na guerra que se iniciava contra a ditadura. José Ângelo Gomes Ribeiro, 1º tenente aviador, instrutor de pilotagem da Escola de Aviação, oficial de largo tirocínio na sua arma, pensou naturalmente que o avião seria o melhor meio para reunir-se aos que se batiam pela Constituição. Suspeito, vigiado por todas as formas, o hangar e o próprio campo de decolagem lhe ficaram interditos. Animoso, crendo cumprir uma missão nobre, reuniu-se ao Coronel BrasílioTaborda, ao 1º tenente Orsini de Araujo Coriolano e ao Dr. Mario Machado Bittencourt, civil. E uma canoa frágil os trouxe, pelo mar, a São Paulo. José Ângelo recebeu um avião, que compartilhava com Mario Machado Bittencourt; ao coronel Brasílio Taborda foi entregue o Setor Sul difícil para comandar; ao tenente Orsini outra missão confiada. Arriscadas missões de reconhecimento, bombardeios e propaganda foram confiadas a José Ângelo e a Machado Bittencourt. Em todas elas a execução dada foi esplêndida. Em setembro, tiveram ordem de bombardear a esquadra ditatorial que bloqueava o porto de Santos. Foram. E com o heroísmo e o desprendimento que eram a marca preponderante dos seus feitos, levaram avante a missão. Em frente ao Guarujá, sobre o canal da Ilha da Moela – naquela manhã clara de 24 de setembro – o motor explodiu de repente, projetando-se numa vertigem para o mar. José Ângelo e Machado Bittencourt tiveram por túmulo o oceano profundo em cujas praias, há quatrocentos anos Anchieta plantava as primeiras semente da Terra de Piratininga. De família de militares, José Ângelo, nasceu a 5 de junho de 1901, no Rio de Janeiro, filho do general João Gomes Ribeiro Filho e de Dª Maria Eulália Gomes Ribeiro; casado com Dª Stella de Azevedo Gomes Ribeiro, deixou um filhinho com seis meses de idade, de nome Carlos Roberto. A 1º de julho de 2017, a sucursal da Sociedade Veteranos de 32 – M.M.D.C. em Itapetininga, em parceria com a Prefeitura desse município e a Polícia Militar do Estado de São Paulo, inauguraram o monumento Gaviões de Penacho em local que durante a revolução foi a pista de pouso e campo de manutenção da esquadrilha de aeronaves constitucionalistas da qual pertenceu o capitão José Ângelo Gomes Ribeiro, cujo nome figura ao lado dos nomes de seus companheiros aviadores na placa constante desse
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monumento. (Cruzes Paulistas, p.247 e pp.373/374 da nova Edição Comemorativa de 2017). A 24 de setembro, uma semana antes de terminar a luta, Mario Machado Bittencourt e José Ângelo Gomes Ribeiro foram mandados, pilotando o avião Kavaré-Y, fazer um reid sobre os navios de guerra ancorados na barra do porto de Santos, numa tentativa de romper o bloqueio. Não queriam voltar dizendo que a missão era difícil de cumprir. Arriscaram-se em voos baixo, sobre os navios de guerra. Obrigaram-nos a movimentos de defesa capazes de os deslocar do posto que ocupavam. Foram heróis. E como heróis morreram, com o avião em chamas, mergulhando no mar, à sombra da Ilha da Moela, para neles sepultarem a força, a coragem, o valor dos seus corações moços. Mario nascido no Rio de Janeiro, tinha apenas 23 anos. Filho do dr. Raul Machado Bittencourt e de Dª Cleonice de Mattos Bittencourt. Bacharel em Direito pela Universidade do Rio de Janeiro, em 1930. (Cruzes Paulistas, p.339). Sob o comando do capitão Constantino Pinto, o reservista do Exército, Mario Sardelli, incorporado, justamente, no 1º Batalhão de Reservistas do Exército partiu para a frente em defesa da causa de São Paulo, no dia 26 de julho. Foi para o Setor Sul de operações. Lá tomou parte em sangrentos combates, até que, no dia 24 de setembro, em Ligiana, às margens do Rio Paranapanema teve sua carreira e sua vida cortadas. Morreu instantaneamente em consequência de ferimentos produzidos por estilhaços de granada em diversas partes do corpo. Foi sepultado em Itapetininga e tinha 25 anos de idade. (Cruzes Paulistas, p.344). José Antônio do Nascimento foi incorporado à 2ª Cia. do Batalhão “Theopompo de Vasconcelos”, e deu-se nas trincheiras. Seu comandante foi o Major Manoel Ribeiro da Cruz. Combateu com denodo até quase os últimos dias da Revolução Constitucionalista, tendo morrido no dia 24 de setembro, vítima de um tiro de fuzil que o atingiu no peito na ponte da Estrada de Ferro Sorocabana, em Ourinhos. Foi sepultado no Cemitério de Salto Grande. José Antônio do Nascimento nasceu em Riacho do Navio, Pernambuco, era casado com Dª Antônia Maria de Souza e deixou os filhos: Lucila, Francisco, Geraldina e Francisco de Assis. (Cruzes Paulistas, p.248). O Batalhão Coronel “Theopompo de Vasconcelos” foi organizado em Ourinhos e iniciado, com 130 homens, sob o comando do então delegado de polícia, dr. Manoel Ribeiro da Cruz, tendo como instrutor o sargento reservista Eduardo Sândano. Contava o Batalhão com um canhão, de porte pequeno, mas que muito auxiliou nas trincheiras do Paranapanema. Foi construído nas oficinas Magliari, que na época já se apresentava com capacidade de confecção de boas obras, de qualquer porte. A ponte de madeira sobre o Paranapanema fora destruída durante as revoluções de 1924 e 1932. Com a reconstrução da ponte que foi denominada Mello Peixoto, essa nova, de concreto, foi inaugurada em 1937. (RIOS. Ourinhos memórias de uma cidade paulista, pp. 141 e 153).
Em 24 de setembro, no finalzinho da tarde, o agora capitão Afonso
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Negrão, que comandava os trens blindados no início das operações no Setor Sul; comandando o auto blindado, levando-o até as linhas inimigas, foi ferido gravemente por duas balas, dentro do auto blindado. Resgatado, foi levado para Itapetininga, para os primeiros socorros e logo após foi transferido para a Capital e internado no Hospital Santa Catarina onde permaneceu por um bom período para a sua completa recuperação. O auto blindado seguia como sempre, com uma escolta, acompanhado numa distância de cem a duzentos metros. Durante a campanha no Setor Sul, com o 6º Batalhão de Caçadores da Reserva, a que pertencia, José Queiroz dos Santos sofreu a manifestação de moléstia intestinal que exigia pressurosa e imediata intervenção cirúrgica. Não pode ser socorrido a tempo e piorou internado no Hospital Santa Catarina, da Capital, faleceu, em consequência, a 30 de outubro. Apesar de doente, deu todo o seu esforço pela causa. Nasceu em São Paulo, a 14 de outubro de 1914, filho do dr. Antonio Queiroz dos Santos e de Dª Sebastiana Martins Queiroz dos Santos. Irmão de Cecília, Marina e Lourdes casada com o sr. Darcy Stockler. Solteiro, fazia o curso de humanidades no Ginásio Normal. (Cruzes Paulista, p.292). Segue na linha ofensiva a 24 de setembro; depois de penosa travessia de matas e banhados, transportando canoas num percurso de 12 quilômetros de picadas abertas, conseguiu o coronel Moreira Lima atravessar, sem ser pressentido, o Rio Paranapanema e, depois de ríspido combate, apoderar-se de Salto Grande. Pertencente ao 3º Batalhão de Caçadores Voluntários, Alfredo Lopes da Silva, partiu para o Setor Sul de operações, sob o comando do major Garrido. As notícias colhidas sobre esse combatente da Revolução Constitucionalista são deficientes. Sabe-se, contudo, através de referências de seus companheiros, que se portou bravamente, tendo morrido no dia 25 de setembro, no setor de Itapetininga, em consequência de ter sido atingido, no peito, por um tiro de fuzil. Contava, presumivelmente, trinta anos de idade. Foi sepultado no Cemitério dessa cidade. (Cruzes Paulistas, p.55). Nesta data de 25 de setembro no Setor Leste morreu lutando, o piedadense Altino Silva, nascido em 18/8/1913. Era filho do Sr. Antonio Augusto da Silva e Dª Laudelina Maria Leite; foi atingido na cabeça, durante combate ocorrido na Colônia do Piagui. Com o aumento constante dos efetivos, o vulto dos transportes crescia dia a dia, impondo uma séria disciplina de circulação. Para isso foram baixadas prescrições gerais e instruídos os motoristas e chefes de comboios, sendo a fiscalização afeta a um oficial. As regras aqui juntas por transcrição, mostram o cuidado dispensado a este serviço: Destacamento de Exército Sul. 4º SEC. E.M. S.AU. Regras gerais para o tráfego. Um motorista cônscio das suas
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obrigações tem por dever observar: 1º) – Rodar sempre pelo lado direito da estrada, quando a largura desta o permita. 2º) – Tomar a margem direita da estrada sempre que tenha de parar. 3º) – Diminuir a velocidade nos pontos em que a estrada se estreite e nos trechos em curva. 4º) - Não parar na saída das curvas, nem no alto das rampas. 5º) - Observar a mão e contramão, ao entrar nas cidades bem como respeitar os sinais de trânsito. 6º) – Tomar o lado direito da estrada sempre que tenha de dar passagem a carros com maior velocidade. 7º) – Não mudar de direção, nem parar sem dar antes um aviso prévio. 8º) – Não deixar de buzinar nas curvas, nem nos locais de grande movimento. 9º) – Verificar sempre, quando tenha que dar marcha a ré, se a retaguarda do carro está livre. 10º) – Não parar nas pontes, nem no cruzamento das estradas. 11º) – Diminuir a luz dos faróis ou interrompê-la com a aproximação de outro carro. 12º) – Dar precedência, nos cruzamentos, aos carros de transporte de feridos e ao do Sr. General Comandante do Estado de Exército, que tem como distintivo, uma bandeira verde e branca no para-brisa. Os comboios têm precedência sobre os carros de passageiros e estes sobre os caminhões. Deveres de um bom motorista 1º) – Observar sempre, antes de dar partida ao carro: a) Se o óleo está no nível e se os pneus estão suficientemente cheios. b) Se o radiador tem água e se a mesma circula regularmente. c) Se as portas do carro estão fechadas e se a alavanca está no ponto morto. d) Se o tanque tem gasolina suficiente para a viagem a iniciar. e) Se a iluminação está perfeita e se a ferramenta está no carro. 2º) – Impedir, salvo em casos excepcionais, que os passageiros viagem em pé. 3º) – Não permitir que carreguem o carro além da sua tara de transporte. 4º) – Depois de partir com o carro já lotado, impedir que o sobrecarreguem. 5º) – Desconfiar sempre da perícia dos outros motoristas. Quartel-General de Capão Bonito, 25 de setembro de 1932. (Vitória, ou Derrota?). A 26 de setembro aviões governistas, bombardeiam a cidade de Aparecida do Norte, visando a estação ferroviária e o Quartel General da Divisão de Infantaria DIO paulista. A Revolução de 32 foi portadora de tristezas. O cerco de São Paulo foise apertando de tal forma, que de seus limites somente permaneceram intactos o noroeste e o nordeste, rio Paraná e Atlântico. Os Fuzileiros Navais alcançaram a região de Cunha, vindo de Parati. O exército de Góis Monteiro chegado por Rezende, do Rio e do Túnel, por Minas, avançava até perto de Guaratinguetá,
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enquanto na zona da Mogiana acampava até junto de Campinas. Romão Gomes galvanizou de novo a resistência retomando as cidades perdidas. Eleutério foi o seu teatro de glória. Glória efêmera, pois estava enfermo dos pulmões, segundo se propalou, e não viveu muito. Chorara ao saber do armistício de seu chefe, o Coronel Herculano. Lágrimas de um sofrimento atroz foram as de todos os paulistas, mesmo dos que não sabiam nem podiam puxar o gatilho. Um curso especial de enfermagem com seus certificados, permitiam que voluntários seguissem imediatamente para a Mogiana. O ronco iniludível e o avião “vermelhinho” da Ditadura, atravessa o céu buscando os trens, ao que parece, e soltando as suas bombas assassinas. Em Capão Bonito o hospital de sangue foi instalado no grupo escolar da cidade, de onde transferia feridos para Gramadinho e que de lá seguiam para a Santa Casa de Itapetininga. Enfermeiras distribuíam cachenês e aspirinas aos voluntários resfriados. Cantigas saudosas embalavam o sono de recrutas tresnoitados. Em Ligiana, as trincheiras, margeando o Paranapanema pela direita. Num pequeno posto de socorro mais perto do campo de batalha recebiam feridos. Os feridos leves, logo que reconfortados, iam sendo conduzidos para Angatuba e, daí, para Itapetininga. Os mais graves, quando o médico não surgia com os seus aparelhos de urgência, nem pernoitavam. Descobriu-se um itinerário para uma estação atrás de Ligiana, fora do alcance das balas perdidas. A Escola Mista de Campina do Monte Alegre transformouse em Posto de Socorro na Frente Sul, onde nas manhãs hasteavam e, à tarde, arriavam à porta a bandeira das treze listas.
Prédios de Itapetininga que serviram para socorro e atendimento médico aos combatentes (Fotos cedidas do Acervo do Centro Cultural e Histórico de Itapetininga).
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1-A Santa Casa de Misericórdia, ponto principal de referência na cidade, aos combatentes feridos na revolução. 2-O Clube Recreativo “Venâncio Ayres”, aproveitado como complemento da Santa Casa e conhecido na época como Unidade Cirúrgica “Itália”, e ou Hospital de Sangue “Itália”, onde abrigou centenas de feridos, atendidos por moças dedicadas e enfermeiras da cidade sob a direção do médico cirurgião dr. Benedito Montenegro, que também atendia ao Posto Médico avançado em Capão Bonito, na zona de conflito, denominado Unidade Médica Italiana, ofertada pela Colônia Italiana, constituída de 6 caminhões-ambulâncias. 3-Colégio Imaculada Conceição, que também serviu como Hospital de Sangue e atendimento aos soldados. O distrito de Gramadinho, ponto estratégico na importante ligação rodoviária: Itapetininga – Capão Bonito, próximo às pontes do Rio Paranapanema e Rio das Almas e também localizado a 20 quilômetros de São Miguel Arcanjo, servia de socorro e primeiro atendimento de feridos que estavam sendo transportados das trincheiras, para o hospital de Itapetininga. Assim como o povoado da Conceição, logo em frente; serviam também nesse trecho, de parada para descanso nas viagens. Em Campina do Monte Alegre, a ponte sobre o Rio Paranapanema de Ligiana e a sua Estação Ferroviária, como nas proximidades da Estação de Engenheiro Hermillo, além da Estação de Aracassú, são pontos estratégicos durante a guerra, que foram utilizadas como aquartelamento, ativação de telégrafo e enfermaria, pelo exército constitucionalista, para defesa e contenção das tropas federais. Essa ponte de Ligiana foi dinamitada no mês de setembro na tentativa de obstruir o caminho e o avanço dos federais, porém trouxe impedimentos para as manobras do trem blindado. Campina do Monte Alegre é banhada por dois rios, o Rio Itapetininga e o Rio Paranapanema. Nesse ponto o Itapetininga deságua no Paranapanema ao pé de um monte.
Trincheira paulista localizada à margem do Rio das Almas
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A Revolução dos Paulistas em 1932 - A Luta no Setor Sul
Trincheira dos combatentes paulistas, em Ligiana, nas proximidades do rio Paranapanema, em Campina do Monte Alegre.
Avanço da Infantaria dos paulistas no Setor Sul Imagem famosa em foto publicada no livro: “Tudo pelo Brasil”, em 1932, de Armando Brussolo, repórter da Gazeta e atribuída ao fotógrafo Miguel Falletti, do mesmo jornal.
Trincheira paulista nas proximidades do Rio Paranapanema
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Prosseguem as mortes nas trincheiras do Sul: Os dados biográficos sobre Antônio Roser são deficientes. Presume-se, apenas, que deveria ter pertencido a um dos Batalhões de Emergência da Força Pública ou que se tivesse incorporado a um dos Batalhões dessa milícia que estavam atuando no Setor Sul. O certo, no entanto, é que Roser morreu, de armas na mão, combatendo pelo ideal que empolgava todo o povo de São Paulo, no dia 26 de setembro, no Hospital de Itapetininga, para onde fora transportado em consequência de grave ferimento por tiro de fuzil que recebera. Foi sepultado nessa cidade, sendo anos mais tarde seus restos mortais transferidos para o Mausoléu de 32 na Capital. Antônio Roser era brasileiro e contava com 28 anos de idade, presumíveis. (Cruzes Paulista”, p.89). A 26, o Boletim Informativo do Exército do Sul, dava as informações colhidas pela Aviação: “- Entrincheiramentos assinalados em duas linhas em cremalheira ao Sul da estrada São Miguel Arcanjo, logo depois da ponte do Rio Turvo. – Assinalada uma grande linha reta, parecendo tratarse de entrincheiramento, à margem esquerda do Turvo, lado Sul da estrada, paralelamente a este rio, como se fosse para evitar o desbordamento das posições do item anterior. – Grande atividade de construção de entrincheiramento junto à Vila de São Miguel Arcanjo.” As trincheiras geralmente tinham em média 1,80m de profundidade, com uma pequena plataforma para o apoio dos fuzis. As tropas às chamavam de Trincheiras tipo Verdun. Relato do voluntário Antônio dos Santos Amorim e autor do livro “Santistas nas barrancas do rio Paranapanema”: “A 1ª Cia. do 7º Batalhão de Caçadores da Reserva de Santos, foi sem dúvida entre as tropas constitucionalistas a que mais se movimentou no longo e tormentoso período revolucionário. De 27 de julho a 4 de outubro ou sejam 73 dias, excluindo cerca de 40 que esteve nas trincheiras de fogo, atravessou toda essa temporada avançando muito pouco. Recuando bastante. Ladeando sempre. Da Fazenda Bom Retiro passam para Porto Delphino e às 6 da manhã de 27 de setembro, partem para Gramadinho, onde permanecem por apenas meia hora. Chega a notícia que seriam bombardeados por 4 aviões que foram notados ao longe. Seguimos então para São Miguel Arcanjo. Os aviões não apareceram. Fizemos essa viagem em caminhões. Para castigar o corpo. Em São Miguel Arcanjo, pequena cidade centenária, está quase deserta. As residências vazias. O comércio de portas fechadas. A quase totalidade da reduzida população é síria. (São Miguel Arcanjo era denominada na época a Beiruth brasileira). Gente que nos recebe generosamente, mas com minguados recursos, no momento, para nos servir. Eu, Othon Carneiro e Castro e Laurindo Raposo Medeiros temos sorte. Vamos à casa de uma família. Somos acolhidos fraternalmente. Tomamos café. Pão. Tiramos o ventre da miséria. Depois corre a notícia de que Athié está na terra. Os sírios o procuram. Querem conhece-lo. Abraçá-lo. Eu
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grudo-me a Athié. Passamos maravilhosamente bem. Almoçamos. Jantamos. Ceiamos. Quanto vale, por esse interior paulista à fora, ter a popularidade benquista de Athié Jorge Coury. Eu que o diga. Ficamos acantonados num amplo salão. De dois andares. Deveriamos ir, na madrugada de 28, para as trincheiras. Essa era a ordem do tenente-coronel Castro e Silva, subcomandante da praça de guerra. Era demais. Deliberamos, então, pedir descanso. Ou exigi-lo. Nem que fosse presa toda a 1ª Cia.” ..... (grifo nosso). “A 27. Pelas 18 h, o 9º R.C.I. teve sua progressão retardada devido às péssimas condições do terreno pantanoso em que teve de atravessar o Rio Cristais. Tem dois Esquadrões já ameaçando o flanco direito paulista e outro à retaguarda, cortando a retirada para Taquaral, onde constam existir 2 peças de artilharia.” O capitão Alves Bastos, Ch. E.M., de Itapetininga, em 27 de setembro comunicava que: “o inimigo parece pretender atacar-nos agora em toda a frente ao Sul na direção de São Miguel Arcanjo e para o Norte tentando passar simultaneamente em vários pontos do Paranapanema mediante ponte de canoas e canoas isoladas”. Egresso da Escola Militar do Exército Brasileiro, Hermes Ribeiro de Freitas, foi declarado aspirante a oficial de infantaria em 1932 e classificado no 4º Regimento de Infantaria. Nessas condições é que serviu ao Exército Constitucionalista, tendo emprestado o melhor do seu esforço em prol da reconstitucionalização do país. Morreu no dia 27 de setembro de 1932, no Gramadinho, no Setor Sul, vítima de um tiro assassino de um seu companheiro, com quem desaviera-se. Foi sepultado no Cemitério do Araçá, na Capital do Estado. Nasceu Hermes, na cidade de São Luiz do Maranhão, no dia 15 de outubro de 1910, filho do Dr. Manuel Lustosa de Freitas Paranaguá, Juiz Federal no Estado do Maranhão e de Dª Izabel Ribeiro de Freitas. Solteiro. (Cruzes Paulistas, p.202). Pertencendo a 2ª Cia. do Batalhão do Braz, Alfredo Lucio combateu nas posições do Setor Sul de operações, demonstrando-se, sempre, um soldado capaz e valente. Em meio a campanha, vindo ao Gramadinho, entre Itapetininga a Capão Bonito, morreu instantaneamente, atingido por um tiro de fuzil, acidentalmente disparado por um companheiro. A sua sepultura, ainda não foi localizada contando mais ou menos 28 anos, Alfredo Lucio é, hoje, apenas um nome incluído na lista imensa dos heróis de 32, porque nada mais pudemos saber a seu respeito. (Cruzes Paulistas, p.56). José Tobias das Neves incorporou-se ao Batalhão de Paraibuna no dia 14 de julho. Atuando no Setor Sul foi ferido em combate em Taquari (Taquarituba) e feito prisioneiro. A despeito dos esforços empregados pelos médicos do Exército adversário, José das Neves não suportou a gangrena que
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sobreveio à amputação de uma das pernas, falecendo no dia 27 de setembro. Foi sepultado em Itaberá, onde morreu, na sepultura 82, chapa 3. José Tobias nasceu em 1910, na cidade de Paraibuna e era filho do Sr. Benedicto Tobias das Neves e da Sra. Carmelina Tobias das Neves. (Cruzes Paulistas, p.298). Incorporado ao 6º Batalhão de Caçadores da Reserva, Paulo Ferreira de Sá, passou-se posteriormente para o 10º Batalhão de Caçadores da Reserva, onde se encontravam seu irmão Octávio Ferreira da Rosa e seu cunhado Rubens Moraes e seu amigo Dr. Zarobabel F. de Sá, que era médico do Batalhão. Morreu em Taquaral, nas margens do Rio Paranapanema (sic) no Setor Sul de operações, em consequência de ferimento produzido por tiro de fuzil, no dia 27 de setembro. Foi sepultado no Cemitério São Paulo, na quadra 39, sepultura 401. Nasceu em São Paulo e era filho do Sr. Jacintho Ferreira de Sá, falecido e que fora prefeito e fundador da cidade de Ourinhos e de Dª Josephina da Silva de Sá. Deixou os filhos Silas, Olavo, Aracy e Jacintho Ferreira de Sá Filho. Solteiro. (Cruzes Paulistas, p.378). No dia 28 de setembro, no setor Itapeva (Faxina), pilotando o avião Potez-212, o major Gomes Pinheiro e o observador-metralhador Mota Lima atacam a pista de pouso então operada pelos governistas. Anunciam a destruição de ninhos de metralhadoras que protegiam o campo e a inutilização do único aparelho pousado, o Potez-Toe-E A-117. (A Revolução de 32, Hernâni Donato). Incorporado ao se iniciar a Revolução Constitucionalista, no Batalhão “Ibrahim Nobre”, José Preiz seguiu logo para o Setor Sul de combate, integrando-se num destacamento do Coronel Pedro Dias de Campos. Foi um bravo, ... tal como os seus colegas da Faculdade de Direito de São Paulo. Sua morte foi trágica e sublime. Morreu combatendo corpo a corpo com um oficial gaúcho, que também foi ferido. O trágico acontecimento deu-se entre Salto Grande e Ourinhos, à margem do Rio Pardo, presumivelmente a 27 ou 28 de setembro. Os dados biográficos sobre José Preiz são muito deficientes... e nada se pode saber senão que era bem jovem e que cursava a Faculdade de Direito de São Paulo. (Cruzes Paulistas, p.290). Antônio Gomes, foi um bravo quase anônimo, que sofreu a tortura de passar, ferido gravemente, três dias abandonado na terra-de-ninguém onde o combate fora travado. Levado ainda com vida para o Hospital de Itararé, ali faleceu no dia 28 de setembro, sendo sepultado no Cemitério local. As informações a seu respeito, são escassas. Soube-se, apenas, que nascera em Santos em 1902 e que foi ferido, por tiro, durante um combate. (Cruzes Paulistas, p.84).
Muitos foram os estrangeiros que, não podendo conter a onda de entusiasmo que ia por todo o Estado de São Paulo, se integraram ao movimento e lhe deram pleno apoio e solidariedade. Willy Scheerschmidt, incorporado ao Batalhão “Bandeirantes”, que ficou adido ao 10º Batalhão de Caçadores da
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Reserva, sob o comando do Capitão Alexandre Poludarow, partiu para o Setor Sul. Lutou com o denodo dos legítimos soldados constitucionalistas, tendo, no entanto, morte instantânea, varado por uma rajada de metralhadora, juntamente com alguns de seus companheiros, inclusive seu valente comandante, no dia 28 de setembro, em Taquaral, no referido setor. Foi transportado para a capital do Estado e sepultado no Cemitério São Paulo, na sepultura 404, na quadra 39. Nasceu em Erfurt na Alemanha, no dia 26 de maio de 1912, filho do Sr. Wilhelm Scheerschmidt e de Dª Wilhelmine Scheerschmidt. Era irmão de Henrique, Eduardo, Eich, Helena e Hildegar Scheerschmidt. Era solteiro e exercia a profissão de mecânico. (Cruzes Paulistas, p.439). (Vide p.198 e 212). Na Frente Norte, os ditatoriais nada conseguiram, na fronteira de Minas, durante o dia de hoje. No setor de Amparo, notadamente nos caminhos que levam a Campinas, as forças da ditadura tiveram de recuar sob a pressão de nossas tropas. Prossegue aí com segurança e êxito, o curso de nossas operações de guerra. O adversário não alcançou os objetivos que tinha em vista, desiludindo-se diante de nossa resistência e nossos ataques. Campinas, importante tronco ferroviário permanece, em toda a extensão de seu município, na posse do exército constitucionalista. É auspiciosa essa notícia em vista dos enormes esforços desenvolvidos pelo ditatoriais desde princípios deste mês no sentido de tomar a grande cidade paulista. São também animadas as notícias chegadas da Frente Sul. O dia transcorreu calmo no centro e na ala esquerda. Na ala direita ataques dos adversários foram rechaçados. De uma carta do sr. Honório de Sylos, voluntário do 2º batalhão “9 de Julho”, escrita para a Gazeta, no dia 20, e republicada na Tribuna Popular, tirase o trecho abaixo, referente aos serviços prestados às forças constitucionalistas no Setor de Bury, pelo nosso prestimoso conterrâneo, sr. Antônio Vieira Sobrinho, fazendeiro em Ligiana: “Um homem vem nos assombrando com sua prodigiosa atividade e extraordinário civismo, atraindo para seu nome, neste Setor de Bury, toda a admiração da tropa constitucionalista: o cel. Antônio Vieira Sobrinho, dono de 20 mil alqueires de terra, senhor de grandes cabedais. Antônio Vieira Sobrinho está se desdobrando no empenho de tudo fazer pelos soldados de São Paulo. Ele manda, ao nosso exército, diariamente, gêneros, carne, leite, frutas. Cede-lhe cavalos. Franqueia suas casas. Arranjalhe guias. E vai daqui pr´colá. Tanto está em Ligiana, Aracassú, Angatuba como em Hermillo, Angatuba em toda parte. Tudo providencia. Consegue caminhões. Investiga. Organiza patrulhas. Anda pelas trincheiras. Um homem extraordinário! Antônio Vieira Sobrinho está revivendo nestes campos de Bury, a glória do bandeirismo. Seu nome anda em todas as bocas, impresso em todos corações. Ele tem, em cada soldado, um amigo e admirador. Tantos e tão relevantes têm sido os serviços prestados ao Batalhão Tenório, por esse ilustre paulista, que o nosso comandante resolveu fazê-lo nosso oficial, com
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o posto de capitão. A nossa unidade tem no coronel Toniquinho (como ele é aqui conhecido) o seu paraninfo, o seu padrinho. A nossa passagem por esta zona fica, assim, ligada à ação benemérita desse paulista. Guardem bem esse nome – Antônio Vieira Sobrinho. Ofício Circular da 2ª Região Militar. Objeto: Cessação da guerra. “Quartel General em São Paulo, 28 de setembro de 1932. O Gen. Bertoldo Klinger, comandante das Forças Constitucionalistas ao Sr. ... Senhor Comandante: 1- Vou expedir hoje, às 22 horas, o seguinte rádio: “Senhores Generais comandantes das Forças do Governo Federal. Assim que se faça luz, e há de ser sem tardar, a força do nosso ideal constitucionalista há de dominar. Mas no momento a força das nossas armas está dominada. De acordo com o governo paulista, vos proponho imediata as medidas de cessação da luta armada. Será vossa culpa todo dano que ainda venha a ocorrer a partir deste momento em que tendes ciência desta proposta dum armistício geral e em particular será vossa culpa todo o mal que fatalmente há de resultar se prosseguir a invasão de São Paulo, mesmo após a pacificação. (a) General Klinger.” 2- Por vossa parte devereis emitir o mesmo despacho à mesma hora, por todos os meios ao vosso alcance e critério, inclusive parlamentação nos diversos destacamentos para fazê-lo chegar às forças que defrontais. 3Recomendo-vos todas as providências para que até ulterior determinação seja mantida toda a atividade, como se não existisse semelhante proposta, mesmo porque não é impossível que não seja aceita. 4- Mesmo no caso de aceitação da proposta nenhuma alteração deve ser executada nas posições e disposições do vosso setor sem prévia ordem vossas. Em caso de dúvida me consultareis. De qualquer modo dareis conta dos acontecimentos consequentes, à proporção que forem conhecidos. 5- Este Ofício, para facilitar a distribuição (nº 2), vos é remetido em ..... exemplares. (a) Gen. Klinger. Cmt.” Nesse interim os paulistas reforçam suas organizações defensivas, quer no Rio das Almas e Paranapanema, quer no Guapiara, no Cristais, no Taquaral Abaixo e no Turvo, aumentando-lhes também as guarnições com unidades retiradas de outros pontos. O Rio Guapiara nasce nas divisas dos municípios de São Miguel Arcanjo e Sete Barras, a cerca de cinco quilômetros da Rodovia Estadual SP139, hoje Estrada-Parque. Da nascente na Paranapiacaba segue em direção noroeste do estado de São Paulo, e depois segue sempre mais ou menos paralelo à essa Rodovia SP-139 em direção ao noroeste até as proximidades da localidade chamada Formiga, onde se junta com o Rio Paranapanema, sendo provavelmente seu primeiro afluente. Na localidade de Formiga, torna-se afluente do Rio Paranapanema, dez quilômetros antes do Rio Paranapanema passar pela Rodovia Estadual SP-250, na localidade de Ferreira das Almas, no município de Capão Bonito. Nos seus 39 quilômetros de percurso banha os municípios de São Miguel Arcanjo e Capão Bonito. Tem como seu afluente o Rio Taquaral que passa pelo bairro do Taquaral Acima (ou Abaitinga),
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no município de São Miguel Arcanjo e pelo bairro do Taquaral Abaixo, no município de Capão Bonito.
A antiga Capela de Santa Cruz, do Bairro Ferreira das Almas, no município de Capão Bonito, SP. Fundada em 1874, em foto do autor.
No dia 29 de setembro as forças do cel. Fidêncio de Melo e a Brigada Quim Cesar entraram em Piraju. Incorporado em São Paulo no dia 16 de julho, Plínio Zacchi, seguiu para o Setor Sul de operações junto ao 10º Batalhão de Caçadores da Reserva, Coluna Adauto de Mello, no dia 18 de agosto. Ferido gravemente em campanha foi transportado para o Hospital Imaculada Conceição, em Itapetininga, onde faleceu no dia 29 de setembro. Foi sepultado em São Paulo, no Cemitério do Araçá. O féretro saiu da residência de sua noiva, a Srta. Maria de Lourdes L. Marques. Nascido em Casa Branca, no dia 26 de setembro de 1909, filho do Sr. João Zacchi e de Dª Adelina M. Zacchi, ambos falecidos. Era irmão de Elysio Zacchi. Empregado no comércio. (Cruzes Paulistas, p.393). O movimento constitucionalista acionado por São Paulo teve vários aspectos edificantes. Um deles foi a adesão incondicional de todo o povo. Não houve partícula do Estado que se não se manifestasse solidária. Todos quantos filhos de São Paulo ou brasileiros aqui residentes, sentiram o ideal que havia na guerra e se apresentaram, pressurosos, para defender, por todas as formas, os princípios que o moveram. Outro aspecto comovente foi a adesão de estrangeiros, filhos adotivos de São Paulo e que tinham o Brasil por sua segunda pátria. Desses estrangeiros, muitos foram sacrificados. E em plano de destaque está Alexandre Poludarow, homem de recursos e de situação definida, russo de nascimento. Incorporou-se ao Exército Constitucionalista na Capital de São Paulo, seguindo para o Setor Sul, como Capitão Comandante do 1º Batalhão “Bandeirantes”, no dia 18 de setembro. Experimentado e culto, oficial da Rússia, do Regimento de Cossacos do Tzar, veterano da Grande Guerra, Poludarow estava fadado a prestar relevantes serviços. Não quis a sorte que isso acontecesse. No dia 29 de setembro, em consequência de ferimento no estômago, produzido por tiro de fuzil, sucumbia ele nas margens do Rio Guapiara, no citado setor. Seu corpo foi transportado para a Capital do Estado, onde lhe foi dada sepultura, com todas as honras militares, no Cemitério São Paulo. Nasceu em Rostoff, na Rússia, no
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dia 30 de agosto de 1893. Era filho do Sr. Theodoro Poludarow e de Dª Anna Poludarow. Deixou viúva Dª Olga Poludarow e uma filha de nome Margarida. (Cruzes Paulistas, p.53). (Vide pp.196 e 212).
Rio Guapiara, na Região do Taquaral Abaixo, em foto do autor.
Nos combates do Cerrado, na região entre o Rio das Almas e o Rio Paranapanema morreram Clineu Braga de Magalhães, Paulo Bifano Alves, Ari Carneiro Fernandes, Argemiro Alves Silvestre e Cesar Pena Ramos. Datado de Capão Bonito, em 30/9 do Destacamento Ex. Sul. Estado Maior. 2ª Seção, o Boletim nº 39 comunicava através do Serviço de Publicidade da Imprensa Nacional o que segue: “O Chefe do Governo Provisório recebeu o seguinte telegrama do Gen. Bertoldo Klinger, propondo a suspensão das hostilidades: “São Paulo, 29/9/1932. Dr. Getúlio Vargas. Com o fito de não causar a nação mais sacrifícios de vida, nem mais danos materiais, o comando das forças constitucionalistas propõe a imediata suspensão das hostilidades em todas as frentes afim de serem assentadas as medidas para cessação da luta armada. (a) Gen. Bertoldo Klinger.” (ASSIS, p.429). Resposta do telegrama enviado pelo general Klinger, a Getúlio Vargas: “Rio, 29/9/1932, 7h43. General Klinger. Acusando recebimento vosso telegrama, respondo que para o fim nele proposto deveis enviar emissário ao General Góis, para combinar com este, que juntamente general Valdomiro representa o comando das forças nacionais, as medidas necessárias à cessação das hostilidades. a) Getúlio Vargas.” Vide esta correspondência datada de 29-9-1932, 12,15 horas: “Ao major Arnaldo de Melo. Amigo major Arnaldo de Mello. Recebi sua carta e as informações que me deu reputo como verdadeiras. Todavia, o ideal que abraçamos nos levará até a morte, embora todo o Brasil se volte contra nós, apesar de que é por esse Brasil imenso que derramaremos o nosso sangue. Defendemos a causa do Brasil e não a causa dos “Tenentes”. Queremos a Constituição, isto é, a entrada do Brasil no regime da Lei e da Ordem. É preciso que compreendais, que não são as forças armadas de São Paulo que aqui estão
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e sim o povo “in totum” de São Paulo tendo como retaguarda nossas mães, irmãs e esposas que nos animam a combater até a vitória. Se vencerdes, não sereis recebidos em São Paulo com o mesmo entusiasmo como foram em 1930. É preferível a derrota a ser odiado por 7 milhões de habitantes. Viva o Brasil! Viva a Constituição! Viva o ideal que abraçamos. Saúde e fraternidade. (a) Sidrack de Freitas, 2º Ten.” (Vitória, ou Derrota? pp.404 e 405). A 29 de setembro o PC. em Serraria, do Dest. Ex. Sul emitia a Ordem Geral de Operações nº 10. O Destacamento Boanerges atingiu o Ribeirão dos Cristais, cerca de 8 quilômetros além do Paranapanema, na direção de São Miguel Arcanjo e Gramadinho. O Destacamento Marcelino transpôs o Rio Paranapanema na região de ponte dos Souzas e progride pela margem direita na direção de Gramadinho. Em cumprimento à Ordem Geral de Operações nº 10, o Destacamento Saião, após os devidos e prévios reconhecimentos, construiu e lançou duas balsas sobre o Paranapanema, e, outra, para o 1º Btl. da Força Pública Pernambucana, em Pocinho. (Bairro do Pocinho, no município de São Miguel Arcanjo. Nota do autor).
Continua o relato de Santos Amorim: ... “Na madrugada de 28 chegada do coronel Favilla”. ...“Na manhã de 29, segue a 1ª Cia. para o Turvinho. (bairro rural no município de São Miguel Arcanjo). Lá chegamos. A “varejeira”* persegue-nos impiedosamente. Obrigando-nos a ficar longas horas no recesso da mata sombria. Ao anoitecer. A tropa é distribuída por diversas casinholas de pau-a-pique. Que estão abandonadas. E vazias. Eu, Heródoto e Horácio Santos Silva, Antônio Rocha, Alcides Pupo de Godoy. Ficamos na capelinha de Santa Luzia. Conosco, muitos outros rapazes. Dormiremos ali. No pequeno templo. Que a fé religiosa da gente simples de Turvinho erguera. Em louvor de Santa Luzia. Milagrosa protetora dos cegos. No modestíssimo altar existem velas. Levadas por mãos piedosas. De crentes. Nós as acendemos. E rezamos. Suplicando ao Altíssimo pela boa sorte de todos os brasileiros que se combatiam. Nos acomodamos. No chão escuro da capelinha. Guardamos silêncio profundo. Todos nós acreditamos em Deus. Felizes dos que creem. Dos que nunca perderam a fé na misericórdia e na justiça do Supremo Criador. Desde São Miguel Arcanjo, a 1ª Cia. tem novo comandante. É ele o capitão Samuel Junqueira Franco. Moço ainda. Físico vigoroso. Semblante fechado. Sua figura, no todo, atrai simpatia e respeito. Em Turvinho. Passavamos regularmente. Sacrificando “penosas”. Chupando favos de mel. Tomando banho no Monjolo. Água à fartura. Muito límpida. Muito fria. Deixaremos o Turvinho a 30 do mês. Para nova viagem para a Fazenda Forquilha”. (grifo nosso).
A 30 de setembro o Sub Destacamento Vieira da Costa ocupa Bom Sucesso, sendo que as forças paulistas destroem a ponte sobre o Paranapanema
*VAREJEIRA= aeroplano; varejar = atacar com descarga de artilharia ou fuzilaria 200
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nessa localidade. Muitos oficiais, comissionados pelos diversos comandos por força da necessidade, deram provas exuberantes de capacidade cívica e militar. Muitos moços, arrancados do terra-a-terra de sua vida civil ao chamamento de São Paulo, mostraram-se capazes de desenvolver a mesma energia produtiva no campo de batalha. O major Ascânio Baptista Martins Soares não era militar, não obstante, soube comandar e agir como militar. Os seus soldados do Batalhão “Jauense” estimavam-no. E aqueles que o acompanharam nas duras batalhas às margens do Rio Paranapanema, o respeitavam e queriam bem. Morreu vítima de um acidente; um dos rapazes sob o seu comando, em Bernardino de Campos, a 30 de setembro, disparou ocasionalmente o fuzil que levava. E o projetil perdido atingiu na cabeça o Major Ascânio, matando-o. Desesperado, o causador do desastre tentou suicidar-se. Impediram-no. O corpo do valente Major foi transportado para Jaú e lá sepultado. Fora ali que ele se incorporara ao Exército Constitucionalista. Nasceu Ascânio, em Vila Nova, Estado de Sergipe, aos 18 de fevereiro de 1899, filho do Sr. Francisco Martins Soares e da Sra. Maria Francellina Martins Soares. Casado com Dª Leonor Martins Soares, deixou duas filhinhas Maria Nazareth e Maria Thereza. Deixou também os irmãos, José, Geraldo, Francisco José, Thereza, Anna Maria e Lord Brasil Martins Soares. (Cruzes Paulistas, p.100).
Ponte sobre o Rio Paranapanema na região do Cerrado, e em Campina do Monte Alegre, em fotos do autor.
No dia 1º de outubro, após violento combate à margem do Paranapanema, o Destacamento Silva Junior e a artilharia dos federais, terminado o bombardeio da Aviação, transpõem o Rio, tendo-se os constitucionalistas se retirado em caminhões. Por outro lado, junto ao rio Paranapanema; talvez aqui, hajam sido disparados os últimos tiros da Revolução em território paulista. O lugar fazia parte do Setor Campininha ou Ponte da Campininha, confiado ao Batalhão Tenório de Brito, ali representado pelas trincheiras dos tenentes Franciscato (EN), Feijó (EN) e Martin, voluntário. Superadas as duas primeiras, a terceira
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combateu até o fim do dia, quando já não havia mais revolução. Outro voluntário Salvador Assumpção, arrastou por oitocentos metros o tenente Martin, que continuava a gritar ordens à sua tropa inexistente. À tarde o Destacamento ocupa Avaré. Ficam, dessa forma, mais ou menos encerradas as operações nessa região, porque a 3 estavam suspensas as hostilidades. No Salto, no rio Paranapanema em 1º de outubro acontece o último combate da campanha: às 8,40 horas, a artilharia ditatorial cobriu com setenta tiros as trincheiras paulistas, que se mantiveram caladas devida à notícia chegada durante a madrugada de que na Frente Leste concluíra-se armistício. Porém, silenciada a artilharia, infantes da força do coronel Jurandir Mamede cruzaram o rio em formação de ataque e fazendo fogo. Os paulistas decidiram-se a recebe-los com uma cortina de armas leves e, mais tarde, com um contraataque conduzido por voluntários civis. Às 14h30, nova barragem de artilharia dava cobertura ao retorno dos atacantes às posições de partida, na margem sul do rio. No final da jornada, os revolucionários refluíram para Angatuba, onde receberam a confirmação de que a guerra terminara. No local PerigoCampininha, isolado, lutou-se até o entardecer. Inúteis, na verdade, os tiros e as baixas sofridas naquele dia. (A Revolução de 32, Hernâni Donato). Odilon de Oliveira, Sargento do 2º Batalhão de Caçadores Paulista da Força Pública, não serviu na sua unidade. Foi mandado exercer posto de comando no 2º Batalhão “9 de Julho”, com o qual seguiu para o Setor Sul. Lutou até o fim da revolução. Quando ela já estava virtualmente terminada com as negociações para o Armistício, ainda um tiro de fuzil adversário alcançou-o, no setor de Rechã, matando-o instantaneamente. Era dia 1º de outubro. Cearense, com 37 anos de idade, solteiro, estava na Força Pública desde 1913. Foi sempre um soldado valente, tendo tomado parte nas campanhas de 1924 e 1930. Era filho do Sr. Francisco Tertuliano de Oliveira e da Sra. Georgina Maximina de Mello. (Cruzes Paulistas, p.367). As tropas federais progridem sensivelmente tendo já transposto o Arroio Guapiara, cerca de 8 quilômetros, além do Paranapanema, na direção de São Miguel Arcanjo, ultrapassando também a Ponte dos Souzas, onde fazem 6 prisioneiros pertencentes ao 4º R.I. Os paulistas entrincheiram-se na Região de São Miguel Arcanjo e na de Taquaral Abaixo. Não se descuidam da Ponte do Damião Ferreira, sobre o Rio das Almas (caminho para São Miguel Arcanjo, por Taquaral Abaixo). A Cavalaria progride na direção de São Miguel Arcanjo e progridem na direção de Gramadinho, cobrindo o flanco do Destacamento Marcelino, e transposto o Rio Paranapanema, através do 14º R.C.I., abaixo da confluência com o Rio das Almas, progredirá na direção de Varginha do Capivari cobrindo o flanco esquerdo do Destacamento Dorneles. A Aviação dos federais, tem por missão: a) cooperar no ataque, bombardeando as posições inimigas das regiões de Ligiana, Fazenda Bom Retiro, organizações da região de Ponte dos Souzas e entre o Rio das Almas e Paranapanema (saco formado pelos dois rios); b)
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metralhar as tropas inimigas que se desloquem para retirar ou reforçar seus elementos; c) informar a Infantaria das ameaças ou da retirada do inimigo por mensagens lastradas. As tropas, comandadas pelo general Valdomiro de Lima deverão atacar as posições paulistas, que as defrontam, progredindo a fundo na direção geral de Itapetininga. O Destacamento Saião tem por missão transpor o Rio Paranapanema e progredir na direção de Ligiana – Rechã. Não havia estrada de rodagem do Cerrado para São Miguel Arcanjo. Do Cerrado até ao Taquaral Abaixo, passando pela Fazenda Caputera e Passo Ana Romana, só se vai por uma péssima trilha de cargueiro e, em certos trechos, como nas proximidades de Taquaral, apenas de pedestre, transpondo cursos d´água em primitivas pinguelas feitas de um ou dois paus rústicos, onde várias acrobacias puseram à prova a agilidade de alguns camaradas da Cavalaria das tropas federais.
Região mesopotâmica do Cerrado, entre os Rios das Almas e Paranapanema (foto do autor).
Travessia de canhões no Rio das Almas, no Cerrado (Foto publicada na obra “Vitória, ou Derrota?”)
Depois de um tenaz esforço de resistência no Rio das Almas, os paulistas não conseguem mais manter uma posição fixa. De 22 até o dia 31 de setembro, estiveram recuando por mais ou menos 30 quilômetros numa linha que vai de Angatuba ao Gramadinho e à Vila da Conceição, onde ali recebem notícias das negociações para o término da guerra. Conceição foi o último acampamento do Batalhão “Rio Pardo”. Durante a noite recebem aviso provindo de Itapetininga que a luta estava terminada. De 30 de setembro a 4 de outubro, enfrentando o inimigo, porém, retrocedendo, o Batalhão “14 de Julho” combate na última trincheira do Taquaral Abaixo, embora com o Armistício já firmado em 2 de outubro, em Cruzeiro, cidade localizada no vale do Paraíba, talvez até mesmo por falta de comunicação.
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A Revolução continuava a fazer mais vítima, no Setor Sul-Litoral, Delmiro Sampaio, Voluntário do Batalhão “Santo Amaro” do Exército Constitucionalista do Setor Sul, morre “em combate travado pela Companhia Isolada do “Batalhão Santo Amaro”, em Lageado, distante sete quilômetros de Xiririca (Eldorado), frente Sul-litoral, morreu a 2 de outubro, alcançado em cheio por uma rajada de metralhadora. Ele se afastara dos companheiros na direção do adversário a ponto de desarticular-se. Pressentido, foi visado e morto. Sepultado no próprio local de sua morte, seus despojos foram posteriormente trazidos para Santo Amaro. Delmiro Sampaio era natural de Pernambuco e contava, aproximadamente, 22 anos de idade. Era um rapaz alegre e folgazão, muito conhecido pelo apelido de ―Pernambuco”. (Cruzes Paulistas, p.148).
Não obstante, em 1º de outubro o Destacamento.do Exército Sul ocupa Taquaral Abaixo e se cobriu na direção de São Miguel Arcanjo, organizando uma cabeça de ponte* sobre o Rio Taquaral. Não logrando êxito em primeira tentativa, pois os paulistas contra-atacaram vantajosamente devido à sua posição, foi realizada nova manobra, dando resultado e abandono das posições e a queda de Taquaral Abaixo, prosseguindo o Destacamento rumo a São Miguel Arcanjo.
A Capela de Nossa Senhora da Guia, do Bairro do Taquaral Abaixo, em fotos do autor.
* CABEÇA DE PONTE = Posição avançada ocupada por uma força militar em território inimigo, do outro lado de um rio ou de outro obstáculo natural, para assegurar acesso, avanço ou desembarque. Terminologia militar que designa uma posição provisória ocupada por uma força militar em território inimigo, do outro lado de um rio ou mar, normalmente com o objetivo de possibilitar um posterior avanço ou desembarque. 204
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Bairro do Taquaral Abaixo, ´A Última Trincheira do Setor Sul´. ´Os Heróis Não Se Rendem´.
A linha defensiva estabelecida principalmente pelo Batalhão “14 de Julho”, na região do Taquaral Abaixo, apesar dos recuos efetuados não se rendeu e somente abandonou aquelas posições em 2 de outubro, após o armistício assinado. “Os últimos tiros, 2 de outubro... As trincheiras ocupadas são as melhores das, até então, conhecidas do “14 de Julho”. Feitas por um corpo de sapadores, dispõe, quase todas, de um luxo ignorado pelo Batalhão: abrigo contra bombardeio, uma verdadeira sala subterrânea. É com pesar, portanto que são recebidas as ordens de retraimento para Pilar. Pequena parada em São Miguel Arcanjo, são 23 horas. Pilar, com os últimos caminhões de tropa chegando às 2h30 do dia 3.
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Enquanto isso a 2 de outubro, o Destacamento do Exército do Sul ocupava Ourinhos sem maiores dificuldades, pois as tropas paulistas iniciavam então a sua grande e definitiva retirada. A 2 de Outubro a notícia do término da luta ainda não chegara na ponta norte da linha de defesa que combatia na serra de Angatuba, no Saltinho de Paranapanema e na ponte da Campininha. Nesses locais, já com a rendição assinada, aconteceram violentos combates que se prolongaram até a noite. Pela madrugada, contudo, cientes do término, essas tropas convergem para a estação ferroviária de Angatuba, distante 6 quilômetros da cidade, onde composições as aguardam para o retorno à capital. Soldados retardatários ou dispersos ao longo da ferrovia param os trens para embarcar. Na manhã desse dia, as tropas governistas ocupam as principais cidades e vilas da região. Paranapanema, Avaré, Guareí, Angatuba, etc. (Guerra das Elites, J. Brazílio). Nessa data gente de Itapetininga ainda se refugia em Sorocaba. Restabelecido o contato pelo 9º R.C.I. nas alturas do Ribeirão Taquaral, tomado, depois pelo II/13º R.I., os paulistas retiraram-se a noite, não ocupando as posições organizadas no Turvo, ao certo por ter tido conhecimento da rendição. A jornada de 2, foi consagrada aos reconhecimentos das posições adversas, situadas cerca de 2 quilômetros além do arroio Taquaral, onde estava em contato com o 9º R.C.I. e o Destacamento Boanerges e preparação da passagem do Guapiara pela Artilharia. Foram lançados dois pelotões a cavalo que fizeram tenaz perseguição, indo ocupar em seguida o Ribeirão Taquaral, de onde o adversário retirou, ao anoitecer de 2, ao certo por ter tido conhecimento da rendição. Na manhã de 3, havia já redigido a ordem de ataque e preparava o Destacamento para levá-lo a efeito, quando as 9,30 chegou a informação de ter o adversário deposto as armas incondicionalmente. “Pinhal, Aracassú, Buri (em agosto), e Taquaral (Cristais) merecem as honras de um registro especial na história da Revolução”. “Tanto o general Klinger como o coronel Taborda (o primeiro no comando da Região e o segundo na chefia da Polícia), desmentiram todas as verossimilhantes versões propaladas no intuito de os desacreditar e desmoralizar perante a história e seus companheiros de aventura.”
No mapa a posição do Dest. Ex. Sul, em 2-10-1932
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A retirada do Batalhão “14 de Julho”: “3 de outubro, mau dia para o 14 de Julho, más notícias: os paulistas seriam obrigados a entregar-se às tropas ditatoriais, para fazer ato de submissão: o 14 não partiu direto para São Paulo, e sim para Itapetininga; as tropas inimigas já haviam chegado a São Miguel Arcanjo e corriam em perseguição... Sentinelas nas elevações mais próximas de Pilar. Isto significa que o comando não permite a aproximação dos contrários. Antes assim. Dia mau, más notícias, o Coronel Milton fora ferido gravemente dias antes. Indisciplina de fim de guerra. (...) A última retirada. Embarque em caminhões às 19 horas. Chove forte. Sorocaba, às 2 da madrugada, depois de acidentada viagem pela estrada enlameada. Caminhões que tombam, outros que atolam. Os soldados se transformam em tratores: “Nada para o inimigo”. Um caminhão da intendência capota, saindo ilesos os seus três passageiros. A viagem continua. Os caminhões, barro por todos os cantos, estão chegando a São Paulo espaçadamente, das 6 até às 12 horas do dia 4. Cada veículo carrega um pedaço da grande campanha. É o que sobrou do Sul de São Paulo, do pobre São Paulo...” (A Epopeia, CAMARGO). Em 3 de outubro após a dissolução do Destacamento do Exército do Sul, deslocou-se o Regimento para São Miguel Arcanjo, que foi atingida na mesma data. Nesse dia 3 de outubro as tropas federais atingem São Miguel Arcanjo enquanto a guerra dos paulistas está terminada. De Capela de Ribeira, Itaóca, Apiaí e Guapiara, num primeiro rumo; nota-se no avanço dos federais os combates e o rumo tomado: Itararé, Itapeva, Buri, Morro do Alemão, Fundão, Capão Bonito, Apiaí Mirim, Cerrado e Taquaral Abaixo, prosseguindo para São Miguel Arcanjo. A estratégia dos federais era seguir em frente, rumo a Piedade, Cotia até atingir a Capital Paulista. ...ooo000ooo...
Mapa do Setor Sul, centralizando Itapetininga com o Quartel General que era o centro das movimentações revolucionárias.
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CAPÍTULO V
O Fim Além do Setor Sul, região da fronteira com o estado do Paraná, em que fixamos como ponto central das pesquisas para o presente registro; o Setor Norte concentrado no Vale do Paraíba e fronteiras dos estados de Minas e Rio de Janeiro; o Setor Leste, nas divisas de Minas, a nordeste, norte e noroeste de São Paulo; o Setor Litoral ou Costeira, centralizado em Santos, região do Litoral sul paulista e Vale do Ribeira, o Setor de Mato Grosso (hoje Mato Grosso do Sul), centralizado em Campo Grande, e o Setor Rio Grande do Sul com um grupo liderado por Borges de Medeiros, a luta se alastrara em defesa da ordem constitucional, durante esses meses e causando muitas mortes. Em Cruzeiro: Dois dias após o início da revolução, mais de cem soldados já estavam no Grande Túnel da Mantiqueira, dando início aos primeiros conflitos. No Setor Sul: As tropas constitucionalistas são enviadas para Itararé e Ribeira, nesta, ocupam as margens do rio Ribeira, e naquela ocupam as margens do rio Itararé, objetivando o guarnecimento da zona sul paulista fronteiriça com o estado do Paraná. Os dias se passavam tenebrosos e a luta prosseguia no túnel da Mantiqueira, com combates sangrentos e fazia muitas vítimas fatais. A participação do Trem Blindado utilizado pelos constitucionalistas de São Paulo era relevante para a vitória paulista, que não veio. Com o avanço dos federais, as forças paulistas tiveram que recuar. Com as pressões da superioridade das tropas federais, a força paulista, mais fragilizada e que resistiu bravamente por quase três meses de combates, com resistências e retraimentos, acaba sucumbindo e aceitando o Armistício. Segundo o coronel Herculano de Carvalho, São Paulo só teve em armas ao mesmo tempo, um máximo de 30.000 homens, pois esse era o número de armas existentes, fuzis do Exército e da Força Pública e Winchesters compradas em Minas Gerais. O modelo mais recente de fuzil era de 1908. Comunicado ao Povo: – Tendo o comandante do exército constitucionalista, general Bertoldo Klinger, “com o fito de não causar à Nação mais sacrifícios de vidas, nem mais danos materiais”, proposto à Ditadura a imediata suspensão das hostilidades, afim de serem assentadas as medidas para a cessação da luta armada – dirigimos a toda a população paulista um apelo, no sentido de confiar na atuação das autoridades civis e militares. Conservar-se-á o Governo do Estado no seu posto até que, assinado o armistício, sejam feitas e encerradas as negociações para o restabelecimento da paz. São Paulo, 29 de setembro de 1932. (a.a) Pedro de Toledo, governador do Estado; Waldemar Ferreira, secretário da Justiça; Rodrigues Alves Sobrinho, secretário da
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Educação; F.E. da Fonseca Teles, secretário da Viação; Francisco da Cunha Junqueira, secretário da Agricultura; Paulo de Moraes Barros, secretário da Fazenda; Goffredo da Silva Telles, prefeito da Capital; Joaquim Sampaio Vidal, diretor do Departamento de Administração Municipal; Coronel Brasílio Taborda, chefe de polícia. Com as negociações de Paz iniciadas, em 29 de setembro, o Coronel da Reserva Christiano Klingelhoefer envia Memorandum ao Tenente-Coronel Tenório, do P.C. de Engenheiro Hermillo, Estação próxima de Campina do Monte Alegre, posto de comando do Coronel Klingelhoefer, com o seguinte teor: “De ordem do Estado Maior do Exército, ordem transmitida pelo QG do Setor Sul, toda manifestação ofensiva deve ser suspensa imediatamente, as tropas devem se limitar à defesa e vigilância do Setor. Saudações. (a) Coronel Klingelhoefer”. O Coronel Christiano Klingelhoefer era brasileiro de nascimento e competente oficial do exército francês, que se cobriu de glórias na campanha da França, na guerra europeia de 1914 a 1918, foi designado comandante do Setor, sob a direção geral do coronel Brasílio Taborda.
O Coronel Christiano Klingelhoefer, nas trincheiras do Sul. (Fotos publicadas em “Guardiões de 32”)
Em 1º de outubro as tropas paulistas vão se retirando das zonas de combates. Passam pelas estradas dezenas e mais dezenas de caminhões repletos de soldados constitucionalistas que se retiram, indicando o recuo de suas posições, tendo em consequência a ocupação inimiga. (Guerra das Elites, J. Brazílio).
Também nessa data chega a vez do 7º Batalhão se retirar. No livro “Santistas nas barrancas do Paranapanema”, o voluntário e autor Santos Amorim, do qual já fizemos referência anteriormente, continua seu relato: “Depois do almoço, o capitão Samuel Franco ordena que levantemos acampamento. Não dispomos de caminhões, no momento. Apenas um, que transportará a cozinha. Nosso rumo é São Miguel Arcanjo. Os soldados
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que não quiserem esperar transporte poderão seguir a pé. A maior parte se locomove. Três léguas a palmilhar. Acidentadas, subidas enormes, descidas perigosas. Iniciamos a marcha. A marcha da derrota. Ninguém fala. Ninguém ri. Eu, José Ferreira Coelho, Clóvis e Romualdo Costa e Silva, caminhamos unidos. Depois, Renato Pimenta, Athiê Jorge Cury, Jorge Anun, José Antônio de Oliveira e outros, muitos outros, uma procissão, silenciosa, olhos para o chão. Como somos infelizes. São Miguel ainda está bem longe. Fazemos ligeiro descanso. Para continuar a jornada aspérrima. E vamos. Vamos até chegar lá. A tarde agonizava. Agonizavam, também, as nossas esperanças de voluntários paulistas. De soldados de Santos. Que tinham se batido por um São Paulo livre dentro de um Brasil unidos. Que não mereciam ser vendidos. Atraiçoados. Que preferiam ter ficado sem vida nos campos de batalha. A continuar vivendo como escravos. Chegamos a São Miguel. Onde passamos uma noite. Fico ciente da marcha dos acontecimentos. Por intermédio do virtuoso padre Olegário (Olegário da Silva Barata). Vigário das Perdizes, em São Paulo. Que ali se encontra há dias (agora pároco de São Miguel Arcanjo). No exercício do seu sacerdócio. Esse digno Ministro de Deus conta-me tudo. Com os olhos marejados de lágrimas. Escuto-o, sem ânimo para dizer-lhe uma só palavra. Profundamente emocionado. Na tarde de 2 de outubro, saímos de São Miguel Arcanjo. Rumo direto a Pilar. São 55 quilômetros de percurso. Vamos no carro de Socorro. É o último. É o único. Vai conosco o Tenente Roberto Ralston. Chegamos de madrugada. (3/10). Ficando acantonados em casas particulares. Percorremos a velha cidade. É movimentada. Tem vida própria. Ruas bem tratadas. Prédios elegantes. Povo acolhedor. Vamos a Igreja. Buscar consolo e fé. Prosternar-nos aos pés de Deus. E rogar-lhe, mãos postas, pela felicidade da nossa estremecida Pátria. Assim, indiferentes a tudo que pudesse acontecer, foi que embarcamos para Sorocaba. (...) Partimos às 19 horas, de 3 de outubro. Uma viagem tormentosa. A noite inteira. Numa estrada quase intransitável. Saltando dos caminhões. A todos os instantes. Impulsionando aqueles pesados veículos. Caindo de momento a momento. Parando por falta de gasolina. Depois da derrota, não havia castigo mais humilhante. Somente a têmpera de um paulista resistiria galhardamente a tantos martírios. Nós resistimos. Entramos em Sorocaba. Dia 4. Às 8 horas. Chovia. Almoçamos na Casa do Soldado. E fomos, depois para o Quartel. Onde ficamos até à tarde. Aguardando embarque para São Paulo. De regresso, enfim, para Santos. Expressivas demonstrações de generoso apreço recebemos, nós, os santistas, na grande e bela cidade industrial. Que é legítimo orgulho dos paulistas. Pela sua importância. E pelos sentimentos hospitaleiros do seu nobre povo. Aqui lhe deixamos a nossa gratidão.” (grifos nossos). No dia seguinte à saída dos voluntários santistas, de São Miguel Arcanjo, ou seja dia 3, acompanhemos a marcha dos federais, seguindo o que nos narra o capitão Dilermando de Assis, à página 446, de sua obra Vitória, ou Derrota?: “Raia a manhã de 3 de outubro, data já histórica para o Brasil, quando os primeiros elementos do 9º R.C.I. se põem em marcha, rumo a
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São Miguel Arcanjo, para trás, a cerca de 8 km, mal se divisa, lá em baixo, as casinholas de Taquaral Abaixo, que, seja dito de passagem, não parece pertencer a São Paulo, tal a sua miséria, a sua primitividade, e o Taquaral permanecia em intenso tiroteio. A ordem do General Valdomiro de Lima, para as tropas federais, recebida em 2 de outubro, era para as tropas seguirem imediatamente para São Miguel Arcanjo e ocupar a localidade. Atingimos São Miguel Arcanjo, sem encontrar nenhum combatente paulista. Já tinham todos por ali se escoado, em direção a Itapetininga. Nenhuma autoridade civil havia no lugar, e, a população, quase toda ausente. Segundo declarações de alguns dos presentes, inclusive do Padre Olegário da Silva Barata, o vigário: “foi morto no combate do rio Cristais, o Capitão “alemão” Alexandre de tal, que comandava ex-combatentes da grande guerra, em número de aproximadamente, 150 homens. Seu corpo foi transportado para Itapetininga.” (Sobre o comentário do Padre Olegário da Silva Barata, vide p.196 e 198).
As unidades presentes nesse setor eram o 4º R.I., 7º e 10º B.C.R., Batalhão “14 de Julho”, Batalhão “Alemão”, Batalhão Paulista “Pirassununga” e o Esquadrão do 11º R.C.I. O efetivo total era estimado em cerca de 2.000 homens”. A última trincheira constitucionalista (2 de outubro de 1932) - Os estudantes universitários do Batalhão “14 de Julho” deram os últimos tiros da campanha nas trincheiras em Taquaral-Abaixo. A linha defensiva estabelecida na Frente Sul, apesar de vários recuos, não se rendeu e somente abandonou suas posições após o Armistício. (PAULA. 1932 Imagens construindo a história, Editora da Unimep, 1998).
O Rio Taquaral que nasce na Serra da Paranapiacaba, emprestou seu nome ao bairro do Taquaral Abaixo. (Foto do autor).
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A estratégia dos ditatoriais já determinada era seguir de São Miguel Arcanjo, rumo a Piedade, Cotia e atingir a Capital Paulista. As negociações para o Armistício – O General Bertholdo Klinger, comandante das forças constitucionalistas, depois de examinar a situação das tropas combatentes, após cerca de três meses de luta incessante, deliberou solicitar do governo ditatorial um armistício para discussão das condições em que se poderia obter a pacificação do país. O telegrama nesse sentido foi expedido a 1 hora de ontem e a resposta recebida algumas horas depois. O sr. General Klinger foi pessoalmente aos Campos Elísios dar conhecimento ao sr. Pedro de Toledo, governador do Estado, dos termos dessa resposta, a qual declarava ao chefe das tropas constitucionalistas que deveria entender-se com o das tropas ditatoriais na Frente Norte e na do Sul. Em consequência dessa deliberação do sr. General Klinger cessou, ontem, o fogo em todas as linhas de combate. Durante o dia, chegou às mãos daquele general o seguinte telegrama assinado pelo General Menna Barreto: “Acabo de ser informado pelo Dr. Mello Franco, Ministro da Justiça, de que o governo está disposto a aprovar o Armistício combinado entre os chefes militares e a adoção imediata da Constituição.” A Escola Estadual Dr. Arnolfo Azevedo foi o palco da reunião. Essa Escola localiza-se na Av. Major Novaes, nº 210, hoje na denominada Praça Nove de Julho (em homenagem à Revolução), no centro da cidade de Cruzeiro. A Escola é de propriedade do Governo do Estado de São Paulo. O acesso ao atrativo é o mesmo feito à região central do município, pelas rodovias SP-58 e SP-52, ambas pavimentadas e sinalizadas. O prédio foi construído em 1913, para atender as necessidades educacionais da época, já que a população se tornava numerosa e não havia uma escola que comportasse todas as pessoas em idade escolar. Em 07 de setembro do mesmo ano, deu-se a inauguração oficial do 1º. Grupo Escolar de Cruzeiro. O prédio, de estilo neoclássico, foi construído em dois blocos, sendo o da direita para os meninos e o da esquerda para as meninas, como se acha inscrito em sua fachada. Em 1932, durante três meses da Revolução Constitucionalista, o prédio foi transformado em Quartel General das Tropas Federais em Cruzeiro. No dia 02 de outubro daquele ano, foi assinado, no Grupo Escolar, o Armistício, dando fim à Revolução. Por localizar-se na região central do município, o local histórico conta atualmente com toda a infraestrutura turística da cidade, composta por hotéis, pousadas, restaurantes, lanchonetes, bosque, praças, quiosques, entre outros (Dados da Wikipédia). O fim da luta, acontece então, formal e oficialmente nessa cidade do Vale do Paraíba. O Armistício, termo de cessação do conflito, foi finalmente assinado nessa Convenção Militar do dia 2 de outubro de 1932, nesse local.
A Revolução durou 82 dias. Terminou justamente quando 213
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São Paulo já tinha quase prontas as metralhadoras pesadas e foguetes transportadores de explosivos a grande distâncias e artifícios iluminadores. A produção bélica sofisticava-se, progredia, mas a cúpula assinara o armistício sob os protestos de bravos comandantes, como Cel. Euclydes Figueiredo. Dos 7 milhões de paulistas, 35.000 foram à luta, 630 morreram, 1.037 ficaram feridos e foram 170.000 as mulheres voluntárias, que atuaram como efermeiras, cozinheiras, municiadoras, mensageiras, costureiras, atendentes e confortadoras das famílias enlutadas. (ORTENCIO. A Fronteira, p.312). Foi depois de muitas discussões, que o Armistício, termo de cessação do conflito foi finalmente assinado. Esboço do Protocolo de Cruzeiro: “Protocolo de Cruzeiro. Entre o tenente-coronel Oswaldo Vila Bela e Silva, chefe do Estado-Maior e representante do general Bertoldo Klinger, comandante-em-chefe das forças organizadas nos Estados de São Paulo e Mato Grosso, em operações contra as forças do governo da União, e denominadas “forças constitucionalistas”, munido de plenos poderes para tratar de uma suspensão de hostilidades, e resolver em nome do mesmo general e ditas Forças Constitucionalistas (daqui por diante denominadas pela abreviatura FC) até que o governo da União possa decidir sobre a pacificação geral de São Paulo e Mato Grosso, pondo termo à luta civil, de uma parte; doutra parte, o coronel Pantaleão Pessoa, chefe do Estado-Maior do Destacamento do Exército Brasileiro de Leste de São Paulo (por abreviatura: Dest. Ex. L.), com plenos poderes e em nome do comandante do referido Dest. Ex. L., general P. Góis Monteiro, que, por sua vez, está autorizado a resolver sobre a proposição de suspensão de hostilidades pelo general Valdomiro de Lima, comandante do Destacamento do Exército Brasileiro do Sul (por abreviatura: Dest. Ex. S.). Foi discutida, ajustada, assentada e resolvida, com a assistência do comandante Américo Reis, representante do Ministério da Marinha, a presente Convenção Militar, sob as cláusulas que se seguem, que as duas partes se comprometem a executar integralmente. I – Ficam suspensas as hostilidades em todo o território paulista, a partir de 0 (zero) hora do dia ... e no território mato-grossense a partir de ... durante o prazo de 8 (oito) dias, prazo esse que poderá ser prorrogado, mediante nova convenção, se ao findar-se ele o governo da União ainda não haja decidido sobre as condições da cessação da luta. No caso de o mesmo governo decidir em contrário, ao expirar o primeiro prazo, as hostilidades serão reabertas sem prévia denúncia em todos os setores que estiverem em poder das forças do Dest. Ex. L., e do Dest. Ex. S. II – As FC se obrigam, dentro do prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
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a contar do momento em que forem suspensas as hostilidades, a executar as seguintes operações: a) Evacuação por jornadas de etapas, transportes ferroviários e de automóveis, zona compreendida pela linha (inclusive): São Roque-Sorocaba-Santo Antônio (Iperó)-Itu-Jundiaí-Santa IsabelGuararema-Franca-Paraibuna; b) Evacuação de todo o litoral paulista, conservando fechados os portos até deliberação do governo; c) Evacuação da zona ao sul da linha (inclusive); Assis-BotucatuAgudos-Bauru e a zona ao norte da linha Campinas-PiracicabaAgudos; d) Evacuação de todo o território mato-grossense situado na faixa de terreno até 100 (cem) quilômetros ao sul do traçado da via férrea Noroeste e evacuação dos portos sobre os rios Paraná e Paraguai. As forças dos Destacamentos L. e S. (eventualmente da Armada) ficam com a faculdade de ocupar imediatamente dentro das zonas referidas, que foram evacuadas pelas FC, os pontos que julgarem convenientes. As FC se obrigam a não praticar nenhuma destruição das zonas por elas evacuadas, nem obrigar as populações a acompanhá-las nas retiradas. III – As FC se obrigam, dentro do mesmo prazo e à medida que se for efetivando progressivamente a evacuação do território: a) À restituição de todo o armamento (canhões, armas automáticas, fuzis e petrechos pertencentes à União, e bem assim de todas as armas automáticas pertencentes à Força Pública; b) À entrega de 70% (setenta por cento) do material rodante das outras estradas de ferro não exploradas pelo governo da União; c) À entrega de 20% (vinte por cento) dos automóveis e veículos requisitados por elas e pelos agentes do governo de São Paulo; d) À restituição do material apreendido na fábrica de Piquete e noutros estabelecimentos federais situados nas zonas evacuadas; e) À entrega das estações de rádio emissores, dos telefones clandestinos ou qualquer outro meio de comunicação irregular; f) À entrega das embarcações a vapor ou gasolina que se acharem nos portos, bem como liberdade imediata para saída dos navios
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nacionais que se acham no porto de Santos. Comissões mistas serão imediatamente designadas pelo EM das FC e dos Dests. Ex. L. e S., afim de procederem ao arrolamento do material estipulado, regular o transporte e encaminhamento dele para os locais determinados pelos comandantes de postos avançados das tropas mais próximas, de ambos os Dests. Ex. L., e S. IV – As FC se obrigam, dentro do prazo máximo de 24 (vinte quatro) horas a contar do momento em que forem suspensas as hostilidades: a) Entregar nos postos avançados mais próximos de suas linhas os prisioneiros feitos durante a campanha e os oficiais e praças detidos e presos por motivo de não terem querido participar do movimento de 9 de julho; b) A restituir a liberdade a todos os funcionários públicos federais, estaduais e municipais, presos ou detidos por idêntico motivo; c) A licenciar as praças das antigas unidades da II Região Militar que o quiserem e apresentá-las aos postos avançados dos dois destacamentos do exército mais próximos de suas linhas; d) A apresentar nas mesmas condições, os oficiais que tenham participado do movimento – e assim o queiram -, os quais ficarão presos, sob palavra, nos locais que o governo da União designar. V – Reconhecendo a extraordinária persistência e bravura com que se bateram as tropas paulistas, de um modo geral; prestando uma homenagem aos nobres sentimentos daqueles que daqui por diante quiserem contribuir para a união dos brasileiros e trabalhar para que se extingam, o mais cedo possível, os efeitos da luta armada, como as dissenções e ressentimentos políticos; considerando a necessidade de restabelecer a coesão e a disciplina das Forças Armadas, a bem dos interesses superiores da nação, uma vez terminada a luta pelas armas e reconhecida a autoridade do governo da União, com a submissão completa das FC, os comandantes dos dois Dests. Ex. se empenharão junto ao governo provisório; a) Para limitar a proporções as mais reduzidas a apuração das responsabilidades pelos acontecimentos transcorridos em São Paulo e noutros pontos do país, de modo a que incida apenas sobre as garantias de ordem político-militar e jurídico-criminal necessárias para evitar a reprodução de acontecimentos idênticos, obtenha-se rapidamente a restauração do organismo nacional e a satisfação das aspirações de todo o povo brasileiro, ao qual pertence, como um dos mais fecundos e gloriosos, o povo paulista;
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b) Para entrega dos oficiais e praças das tropas irregulares paulistas que se acham prisioneiros. VI – Os Dests. Ex. L. e S. facilitarão todos os transportes e meios para que as populações de São Paulo e Mato Grosso não sofram privações, obtendo a entrada de recursos, sob controle e fiscalização dos EstadosMaiores dos Destacamentos do Exército. VII – Os Quartéis-Generais das FC e dos Dests. L. e S. fornecerão reciprocamente dados, informações e pedidos necessários para levar a bom termo a execução das cláusulas anteriores, desde que não importem em matéria cujo segredo deva ser guardado. Nos casos de dúvida ou omissão, as duas partes se conformarão com a interpretação e solução dadas pelo comandante do Destacamento do Exército de Leste, salvo quando afetar igualmente ao Destacamento do Exército do Sul. Então pertencerá ao comandante desse Destacamento de Exército regular a questão. De todas as novas convenções que resultarem em consequência da presente se farão novos protocolos, com apêndices elucidativos se for o caso. VIII – O rompimento antecipado da suspensão das hostilidades só poderá ser feito com a notificação prévia de 48 (quarenta e oito) horas aos quartéis-generais interessados, com recibo dos dois comandantes de Dests. do Exército ou do comandante das FC passado na intimação notificada. IX – A entrada em vigor da presente convenção independe de ratificação. Ela será transcrita em 4 (quatro) vias autenticadas pelos signatários, ficando uma em poder do comandante das FC, outra em poder do comandante do Dest. de Ex. S., outra em poder do comando do Dest. Ex. L., e a última remetida ao governo da União. X – A presente Convenção não implica em compromisso algum de caráter político, qualquer responsabilidade do governo federal pelos prejuízos materiais decorrentes do movimento revolucionário de 9 de julho (pois ela é estritamente militar) para qualquer das partes, que se obrigam a aplicar sanção a seus comandados que, voluntária ou involuntariamente, atentarem contra o estipulado na presente Convenção, enquanto ela vigorar.” (Correio da Manhã, RJ, 3/10/1932). O coronel Taborda, ao assumir o comando do Setor Sul de combate, adotou uma estratégia eminentemente defensiva baseada na doutrina militar alemã, buscando ali tão somente a contenção das tropas federais de modo a poupar recursos e também garantir que as tropas paulistas das demais frentes tivessem a possibilidade de assumir a ofensiva rumo a capital federal do país para, enfim, cumprir o
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objetivo do levante, que consistia na deposição do governo provisório e convocação de uma Assembleia Constituinte. Até o fim do conflito, em 2 de outubro de 1932, Taborda obteve relativo sucesso nesse objetivo, uma vez que as tropas comandadas por Valdomiro de Lima da última semana de julho até a data da rendição oficial dos paulistas (num total de 70 dias) conseguiram avançar apenas 20 km além da cidade de Buri e, na ocasião das negociações do armistício entre as tropas adversárias, no início do mês de outubro, ainda continuavam contidas na altura do Rio Paranapanema, com as trincheiras paulistas posicionadas na margem leste. (Wikipédia. A Revolução Paulista). Para o General Cordeiro de Farias, que escreveu em suas Memórias: “Dois erros táticos levaram a Revolução de 32 ao fracasso: O primeiro ocorreu quando os paulistas avançaram até determinado ponto na direção do Rio de Janeiro e pararam. Se tivessem alcançado o Rio logo nos primeiros dias, teriam vencido, pois a tropa do Distrito Federal estava minada. O segundo erro foi a repetição do primeiro, mas na Frente Sul. Se tivessem penetrado no Paraná, que também estava bastante minado no primeiro momento, os paulistas nos teriam causado sérios problemas. Se São Paulo tivesse adotado a guerra de movimento e reforçado imediatamente as frentes do Rio e do Sul, teria colocado o Governo na defensiva e permitido a eclosão de levantes militares solidários no Rio e no Paraná. Mas quando os paulistas reforçaram a Frente Sul já era tarde. Nossa frente Leste já começava a agir, e eles precisaram se defender em dois pontos completamente diferentes – a frente voltada para o Rio Grande e a frente voltada para Minas. Com a lentidão dos paulistas na frente do Rio, o Governo teve tempo para se fortalecer. Benjamim Vargas mobilizou um corpo de provisórios, e Flores da Cunha, decidindo-se finalmente contra São Paulo, enviou-nos reforços”. (Meio Século de Combate: Diálogo com Cordeiro
de Farias”, pp.217-218; Apud 1932: Presidente Prudente na Revolução, Maria de Lourdes Ferreira Lins).
Foram 87 dias de combates, de 9 de julho a 4 de outubro de 1932 sendo os últimos dois dias depois da capitulação paulista, com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que numerosas cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates. Apesar da derrota militar do movimento, algumas de suas principais reivindicações foram obtidas posteriormente, por exemplo, com a nomeação de um interventor civil e paulista, Dr. Armando de Sales Oliveira, a convocação de uma Assembleia Constituinte e a promulgação de uma nova Constituição em 1934. A Revolução Constitucionalista que foi chamada de: o maior confronto militar ocorrido no século XX teve seus ideais de constitucionalização prevalecidos com o agendamento das eleições para a Assembleia Constituinte
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que foram realizadas em 3 de maio de 1933, com reuniões nos últimos meses de 1933, e com a elaboração da Constituição Brasileira, que foi promulgada pelo Presidente Getúlio Dorneles Vargas em 1934. Assim, a Revolução Paulista de 1932 saiu-se vitoriosa. Viva São Paulo! Foram estimados em mais de mil mortes de revolucionários durante o conflito. Na capital de São Paulo, no Obelisco do Ibirapuera, em seu Mausoléu, foram depositadas as cinzas de 713 ex-combatentes, além dos cinco jovens que foram mortos no episódio de 23 de maio na Praça da República, e que foi o estopim do conflito armado. Do lado dos combatentes das tropas federais o número de mortos não foi publicado. No mês de julho de 1957, no Parque do Ibirapuera, na Capital paulista, ocorreram grandes festas na passagem dos 25 anos da Revolução. Inaugurouse o monumento panteão dos heróis paulistas em homenagens aos soldados constitucionalistas. “O povo reunido contemplava os fogos na noite, agora de artifício...”
Composição das Tropas Revolucionárias Paulistas 1) Setor do Paraná (do Litoral a Itararé) .......................3.417 homens. 2) Setor do Paraná (Alta Sorocabana), de Ourinhos a Presidente Epitácio ..................................................................2.200 homens. 3) Setor de Minas Gerais (de Joanópolis a Porto Isaac, incluindo-se a segunda linha, isto é, Ribeirão Preto, Barretos, Olímpia, etc.)... ................................................................................9.875 homens. 4) Setor de Mato Grosso (fronteiras com São Paulo) de Porto Taboado a Presidente Epitácio ...........................................920 homens. 5) Vias férreas em direção a Mato Grosso (Noroeste e Sorocabana). ...................................................................................450 homens. 6) Setor de Mato Grosso (interior daquele Estado) .......1.420 homens. 7) Setor Norte (fronteiras com o Rio de Janeiro), de Areias, Cruzeiro, etc., até Lorena........................................8.320 homens. 8) Setor Norte (fronteiras com Minas Gerais) de Túnel a Campos do Jordão, São Bento de Sapucaí, etc. ...........................5.160 homens. 9) Setor Norte (litoral) de Cunha, Santos, até Cananéia....3.050 homens.
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Total das tropas.....................................................36.207 homens. Voluntários: 1º) Batalhão Acadêmico “14 de Julho” (Itararé)..............................800 homens. 2º) Batalhão “Floriano Peixoto” (Itararé) .......................................200 homens. 3º) Batalhão “Marcílio Franco” (Itararé) .......................................200 homens. 4º) Batalhão do R.G. “9 de Julho” (Ribeira) ...................................400 homens. 5º) Batalhão Voluntário de Avaré (Itaporanga) ..............................200 homens. 6º) 2ª Companhia da Brigada do Sul (Itaporanga) ........................150 homens. 7º) 4º Batalhão de Caçadores Voluntários (Itaporanga) .................250 homens. 8º) 3º Batalhão Caçadores Voluntários (Brigada do Sul) (Apiaí-Guapiara) .......................................................................................................150 homens. 9º) 4º Batalhão Caçadores Voluntários (Brigada do Sul) (Apiaí-Guapiara) .......................................................................................................150 homens. 10º) Batalhão Legionários Paulistas (Apiaí-Guapiara) (Capão Bonito) .......................................................................................................250 homens. 11º) Reservas do 2º Regimento Cavalaria Divisionário (Faxina-BuriItapetininga) ..................................................................................150 homens. 12º) Batalhão “Borba Gato” (Faxina-Buri-Itapetininga)...............250 homens. 13º) Batalhão “Pirassununga” (Faxina-Buri-Itapetininga).............200 homens. 14º) 2º Batalhão “Brigada do Sul” (Faxina-Buri-Itapetininga).......400 homens. 15º) 2º Batalhão do Regimento “9 de Julho” (Faxina-Buri-Itapetininga .......................................................................................................400 homens. 16º) Companhia do Regimento de Cavalaria do Rio Pardo (Faxina-BuriItapetininga) ..................................................................................120 homens. 17º) Brigada do Sul (1º, 3º e 5º Batalhões) (Ourinhos-Salto Grande-Presidente Epitácio) .....................................................................................1.200 homens. 18º) Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente (Idem)....250 homens. 19º) Batalhão Barbosa e Silva (Idem)............................................250 homens.
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20º) 1º e 2º Batalhões de São Manoel (Idem) ...............................500 homens. 21º) Batalhão “Raposo Tavares” (Joanópolis) ..............................150 homens. 22º) Batalhão “Paes Leme” (parte) Bandeirantes, fronteira a Bragança .......................................................................................................200 homens. 23º) Batalhão Voluntário “23 de Maio” (Socorro-Amparo-Serra Negra) .......................................................................................................200 homens. 24º) 3º Batalhão Caçadores Voluntários (Idem) ...........................250 homens. 25º) Batalhão Caçadores (Reservas) (Lindóia) ..............................250 homens. 26º) Batalhão “Justiça” (Eleutério) ..............................................200 homens. 27º) ........... 28º) Batalhão “Paes Leme” (parte) (Eleutério) .............................200 homens. 29º) 1º Batalhão “Esportivo” (parte) (Eleutério) ...........................100 homens. 30º) Batalhão “Antônio Prado” (Mogi-Mirim) ...............................200 homens. 31º) 1º Batalhão “Esportivo” (parte) (Espírito Santo do Pinhal).........100 homens. 32º) Companhia Regional “9 de Julho” (Idem)...............................130 homens. 33º) 1º Batalhão Voluntários do MMDC (parte) (São João da Boa Vista) .......................................................................................................250 homens. 34º) Batalhão “Rio Grande do Norte” (Idem)...............................130 homens. 35º) 1º Batalhão MMDC (parte) (Prata e Cascata) ..........................250 homens. 36º) Batalhão Caçadores Voluntários (Caconde) ...........................150 homens. 37º) Três Batalhões do “Regimento 9 de Julho” (parte) (J. Tavares fronteira Guaxupé) .......................................................................................400 homens. 38º) Batalhão “Anhanguera” (Mococa)..........................................250 homens. 39º) Batalhão “Francisco Glicério” (parte) (Mococa) ...................150 homens. 40º) Batalhão do MMDC (Mococa) ...............................................250 homens. 41º) Companhia do Regimento “Marcondes Salgado” (Porto Cemitério) .......................................................................................................100 homens.
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42º) Companhia do Regimento “Marcondes Salgado” (Guaraci).....150 homens. 43º) Companhia do Regimento “Marcondes Salgado” (Porto Sapé)............... .......................................................................................................150 homens. 44º) Companhia do Regimento “Marcondes Salgado” (Porto Isaac)...120 homens. 45º) Companhia do Regimento “Marcondes Salgado” (Idem). ......100 homens. 46º) Batalhão “Francisco Glicério” (parte) . .................................125 homens. 47º) Regimento de Cavalaria Rio Pardo (parte) (Ribeirão Preto)....250 homens. 48º) Quatro Batalhões de Voluntários (Ribeirão Preto). .................800 homens. 49º) Grosso do Regimento “Marcondes Salgado” (Barretos) . .......700 homens. 50º) 1º Batalhão Catanduva, Novo Horizonte, etc. (Olímpia). .......450 homens. 51º) 2º Batalhão Catanduva (Nova Granada)................................250 homens. 52º) Batalhão “Anhanguera” (parte). ............................................100 homens. 53º) Batalhão “Brigada do Sul” (Porto Taboado). ..........................200 homens. 54°) Companhia do Regimento “Marcondes Salgado” (Idem). .....150 homens. 55º) Batalhão Voluntários Rio Preto, Catanduva, etc. (Idem). ........120 homens. 56º) Companhia Batalhão Voluntários “Rio Preto” (Itapura). ..........80 homens. 57º) Companhia “Brigada do Sul” (Marrecas)..............................120 homens. 58º) Batalhão “Brigada do Sul” (Presidente Epitácio). ...................250 homens. 59º) Batalhão Voluntários Noroeste (parte) (Estrada Ferro Noroeste) .......................................................................................................200 homens. 60º) Batalhão “Brigada do Sul” (Estrada de Ferro Sorocabana). ....250 homens. 61º) Batalhão Voluntários Noroeste de São Paulo (Campo Grande) ....250 homens. 62º) Batalhão Naval de Santos (Túnel).........................................100 homens. 63º) Batalhão “Piracicabano” . ......................................................700 homens.
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64º) Batalhão “Esportivo” (Piquete) ..............................................120 homens. 65º) Batalhão “Major Santino” (Piquete) ......................................250 homens. 66º) 1ª Companhia do MMDC (Lobos Cinzentos) (Piquete)...........120 homens. 67º) 1º Batalhão Voluntários do “Major Agnelo” (Campos do Jordão-São Bento do Sapucaí, etc.).......................................................................400 homens. 68º) Batalhão “7 de Setembro” do Dr. Mucio Costa (Idem) ............250 homens. 69º) 1º Batalhão de Engenharia Voluntários ...................................400 homens. 70º) 6º Batalhão de Caçadores Voluntários .....................................400 homens. 71º) Batalhão Voluntários (Santos e Litoral) ..................................750 homens. 72º) Tiro Naval de Santos (parte) (São José dos Barreiros) .............360 homens. 73º) 5º Batalhão de Caçadores Res. (Queluz) ................................420 homens. 74º) 2º Batalhão de Caçadores Res. (Queluz)..................................420 homens. 75º) 1º Batalhão de Caçadores Res. (Queluz)..................................420 homens. 76º) 4º Batalhão de Caçadores Res. (Cruzeiro-Queluz-Pinheiros).....420 homens. 77º) Batalhão “Paes Leme” (parte) (Idem) .....................................400 homens. 78º) Batalhão “Bahia” (Idem) .......................................................250 homens. 79º) 2ª Companhia do MMDC de Santos (Idem) ...........................120 homens. 80º) Batalhão Voluntários de Itapetininga (Idem) ...........................400 homens. 81º) 9º Batalhão Caçadores Res. ....................................................450 homens. 82º) 8º Batalhão de Caçadores Res. ...............................................400 homens. Um total de 22.395 homens. Retrospecto: Voluntários: 22.395 – Força Pública: 10.200 – Exército que pegou em armas: 3.612. Totalizando: 36.207 combatentes. (PP.467 a 470. ASSIS).
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Chefes e Oficiais comandantes do Exército Constitucionalista no Setor Sul: Cel. Brasílio Taborda, Chefe da Frente Sul, Itapetininga, e Setor Buri. 1º Ten. Ex. Afonso Negrão, comandante do Trem Blindado, Setor Buri, Vitorino Carmillo, Aracassú, Ligiana, Engº Hermillo, Rondinha, na Frente Sul e após, no comando do Auto Blindado. Foi promovido no posto de Capitão, por ato de bravura em combate. Cap. F.P. Alexandre Poludarow, do 1º Batalhão “Bandeirante” (Morto em combate), no Setor Taquaral, Frente Sul. Cap. F.P. Alfredo Feijó, do 1º Esq. de Cavalaria do Rio Pardo, Setor Paranapanema, Frente Sul. Cel. F.P. Antônio Barbosa e Silva, Batalhão Auxiliar, Setor Ribeirão Branco, Frente Sul. Cap. F.P. Antônio Ribeiro Junior, 1ª Cia. do Batalhão “Borba Gato”, Setor Buri, Frente Sul. Cap. Ex. Aristides Leite Penteado, do Batalhão “14 de Julho”, Setor Cerrado, Frente Sul. Major F.P. Arlindo de Oliveira, Setor Ligiana, Frente Sul. Cel. F.P. Azarias Silva, Setor Itararé, Frente Sul. Cap. F.P. Cândido Bravo, da 1ª Cia. do Batalhão “14 de Julho”, no Setor Apiaí Mirim, Frente Sul. Cel. Ex. Christiano Klingelhoefer, Comandante e Chefe, Setor Buri, Frente Sul. Cap. Ex. Constantino Pinto, do 1º B.R.C., Setor Ligiana, Frente Sul. Ten. F.P. Darcy Bertoni, 3º B.C.V., Setor Rio das Almas, Frente Sul. Cap. F.P. Ernani de Oliveira, do Batalhão “Borba Gato”, Setor Faxina – Buri, Frente Sul. Major F.P. Garrido, 3º B.C.V. Força Pública, Frente Sul. Ten. Cel. F.P. Genésio de Castro e Silva, do 9º B.C.P. F.P., Setores Xiririca e Itaporanga. Cel. Ex. Grimualdo Favilla, do 7º B.C.P., Setor Itararé, Frente Sul. Cap. F.P. Heliodoro Tenório da Rocha Marques, Comandante da Ofensiva, F.P, Setor Ribeira, Frente Sul. Ten. Cel. F.P. Higino Borges, Setor Avaré, Frente Sul.
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Cap. F.P. Honório de Castro, do 6º B.C.R. Setor Ligiana, Frente Sul. Ten. Cel. F.P. Índio do Brasil, do 6º B.C.P. F.P., nos Setores Itararé e Buri. Cap. F.P. João Bio, Esq. de Cavalaria da Força Pública, Setor Itararé, Frente Sul. Cap. Ex. Joaquim Justino Alves Bastos, Chefe do Estado Maior do Setor Sul. Cap. F.P. Joaquim Ferreira de Souza, da 2ª Cia. do Corpo de Bombeiros, Setor Buri, Frente Sul. Cap. F.P. José Camilo Valença, 3º Esquadrão de Cavalaria, Setor Itararé, Frente Sul. Cap. F.P. José de Oliveira França, Esq. de Cavalaria Desmontado da Força Pública, Setor de Capela da Ribeira, Frente Sul. Ten. Ex. José Elias Junqueira, 18º B.C. – MT, (Morto em combate), Setor Rio das Almas, Frente Sul. Cap. F.P. José Ferreira Lameirão, 8º B.C.P., no Setor Itapetininga, Frente Sul. Major F.P. José Garcia, Setor Itararé, Frente Sul. Cap. F.P. José Guedes da Cunha, do 2º B.C.P., Setor Itapetininga, Frente Sul. Ten. Cel. F.P. Júlio César Alfieri, Chefe do Estado Maior da Força Pública, Setor Itapetininga. Frente Sul. Ten. Cel. F.P. Luiz Tenório de Brito, do 6º B.C.R. F.P., e 2º Batalhão “9 de Julho”, Setor de Guapiara, Frente Sul. Major Ex. Lysias Rodrigues, do 1º Grupo de Aviação de São Paulo, Setor Itapetininga, Frente Sul. Como Aviador dos “Gaviões de Penacho” combateu também em outros Setores. Cap. F.P. Manoel da Rocha Marques, do Esq. de Cavalaria da Força Pública, Setor de Itararé, Frente Sul. Major F.P. Manoel Marques de Oliveira, do 2º B.C.V., da Brigada do Sul, Setor Itaberá, Frente Sul. Cap. F.P. Manoel Mendes Filho, do 2º Batalhão Auxiliar da Força Pública, Setor Capão Bonito, Frente Sul. Major F.P. Manoel Ribeiro da Luz, Batalhão “Theopompo de Vasconcelos”, Setor de Ourinhos, Frente Sul. Cel. Ex. Marcílio Franco, no Setor Capinzal, Frente Sul. Cap. Ex. Mendonça, 10º R.C.D. Bela Vista, MT, Setor Buri, Frente Sul.
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A Revolução dos Paulistas em 1932 - A Luta no Setor Sul Cel. F.P. Miguel Brisola de Oliveira, Comandante da Frente Sul, no Setor Itaporanga, atuou também no norte do Paraná. Comandante do Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente. Cel. Ex. Milton de Freitas Almeida, Setor Buri, Frente Sul. Cap. Ex. Octávio Garcia Feijó, do 2º R.C.D. Setor Apiaí Mirim, Frente Sul. 2º Ten. Ex. Osório Franco Vilhena, do 6º B.C.R. (Morto em combate), Setor Vitorino Carmillo, Frente Sul. 2º Ten. Com. Oswaldo José Barbosa, Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente, (Morto em combate), Setor Taquari, Frente sul. Cel. F.P. Pedro Dias de Campos, Setor Salto Grande e Ourinhos, Frente Sul. Cel. F.P. Pedro de Moraes Pinto, do 8º B.C.R. F.P., Setor Rio das Almas, Frente Sul. Cap. F.P. Perroni, 6º B.C.E. Força Pública, Setor Ligiana, Frente Sul. Cap. F.P. Pinto, do 1º B.C.E. Força Pública, Setor Ligiana, Frente Sul. Aspirante F.P. Romão Leite de Campos, 1º Trem Blindado Força Pública, Setor Buri, Frente Sul. Aluno Oficial F.P. Ruthemberg Rocha, Com. do 3º Pelotão da 2ª Cia. do Batalhão “14 de Julho” (Morto em combate), Setor Buri, Frente Sul. Major F.P. Sebastião do Amaral, do 2º Esq. de Cavalaria da Força Pública, no Setor Paranapanema, Frente Sul. Cel. F.P. Silva Junior, Flanco direito da Força Pública, no Setor Itararé, Frente Sul. Ten. F.P. Silvino Mendes Oliveira, Batalhão “Henrique Dias”, “Legião Negra’, Frente Sul. Cel. F.P. Sylvio Sampaio, do 3º B.C.V., Setor Rio das Almas, Frente Sul. Cap. Ex. Tenório de Castro, 2ª Cia., 4º R.I., Setor Buri, Frente Sul. (CAMPOS. História da Revolução Constitucionalista)
A pretensão deste livro é relembrar os fatos ocorridos especialmente no Setor Sul, não desconsiderando outras regiões do Estado de São Paulo que foram frentes importantes de combates, para honra e glória dos paulistas e que reverenciamos, e para que se registre na idade dos tempos, uma recordação perene para todos nós!
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A efeméride de 9 de Julho
A efeméride de 9 de Julho, considerada uma das datas mais importantes do Estado de São Paulo é comemorada todos os anos como feriado estadual instituído pela Lei Estadual nº 9.497, promulgada em 5 de março de 1.997, pelo então governador Mário Covas. A Revolução Constitucionalista de 1932, ou simplesmente chamada de Revolução de 32 é um dos marcos da história republicana. Movimento armado ocorrido entre julho e outubro desse ano que visou a derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas para a instituição de um regime constitucional, após a anulação da Constituição de 1891 pela Revolução de 1930. O levante paulista levou as Tropas Federais se moverem, para conter a rebelião. As forças paulistas lutam contra as forças federais durante os três meses que se seguiram; na Frente Norte, na divisa com Minas Gerais, Frente Sul ou do Paraná, Frente do Litoral, Frente Leste do Estado, na divisa com o Rio de Janeiro e Frente Oeste, na divisa com Mato Grosso. O levante teve duração de oitenta e cinco dias (de 9 de julho a 2 de outubro de 1932) e, em muitas ocasiões, assumiu o aspecto de uma luta selvagem. O número de mortos em combate, somente do lado paulista, chegou a cerca de 830 combatentes, quase o dobro dos “pracinhas” da Força Expedicionária Brasileira que perderam a vida nos campos da Itália durante a Segunda Guerra Mundial, porém, estima-se que outras centenas de pessoas que morreram na revolta não constem nos dados oficiais. O levante dos paulistas, em luta pela constituição e pela causa de São Paulo, teve como teatro de operações de guerra, a região do litoral paulista, Alta Sorocabana, de Ourinhos a Presidente Epitácio; região sudoeste, com grandes frentes de combatentes nas cidades de Ribeira, Apiaí; Iporanga, Xiririca (Eldorado); Fartura, Ribeirópolis (Taguaí), Itaporanga, Taquari (Taquarituba) e Itaí; Itararé, Bonsucesso de Itararé, Itapeva; Buri, Guapiara, Capão Bonito; Angatuba, Campina do Monte Alegre, São Miguel Arcanjo, Itapetininga e outras. Nos limites mais distantes desses municípios e principalmente nas barrancas do Rio Paranapanema e do Rio das Almas travaram-se violentos combates. Para os paulistas, a Revolução de 1932 transformou-se em símbolo máximo do Estado. Lembrada no feriado, a revolução é mais fortemente comemorada na cidade de São Paulo do que no interior bandeirante, onde a destruição e mortes provocadas pela guerra são ainda recordadas. A luta não foi em vão, pois logo após, os brasileiros puderam ver estabelecida a nova Constituição. (jornal “A Hora de São Miguel Arcanjo”, sábado,5/7/2008, Ed. Ano XXI, nº 1085, pelo autor).
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Apêndice O Coronel Miguel Brisola de Oliveira O Coronel Miguel Brisola de Oliveira, era natural de São Miguel Arcanjo, SP, onde nasceu no dia 15 de dezembro de 1893. Pioneiro, o Coronel Brisola chegou em Presidente Prudente nos seus primórdios. Nomeado Delegado Militar da cidade após a Revolução de 1924, reorganizou o Batalhão “Ataliba Leonel”, em 1930, e foi comandante do Batalhão Constitucionalista de 32. Vereador à Câmara Municipal (1926). Prefeito (1936-1938), nomeado Prefeito de Atibaia, SP, pelo Governador Adhemar de Barros e mais tarde, Vice-Prefeito e Prefeito de Presidente Venceslau. Privou do convívio político e social de Washington Luís, Júlio Prestes, Ataliba Leonel, Adhemar de Barros, políticos do Estado. De raízes perrepistas, militou na política durante toda a sua vida. O Coronel Brisola, casou-se com Lídia Aparecida Verdesani de Oliveira; foi também genro do Coronel José Marcondes Soares, considerado fundador de Presidente Prudente, pois fora casado com a filha do Coronel, senhora Amália Marcondes de Oliveira, da qual teve o filho Lauro Flávio Marcondes de Oliveira. Na Revolução de 32, quando Presidente Prudente formou o seu Batalhão, O Comando Geral das Forças Revolucionárias da Alta Sorocabana coube ao Coronel Pedro Dias de Campos, ex-comandante da Força Pública de São Paulo e o “Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente” ficou sob a chefia do Coronel Miguel Brisola de Oliveira, paulista de São Miguel Arcanjo, com experiência revolucionária, participante que foi das Revoluções de 24 e 30. Convidado por representantes da “Frente Única” local, Dr. Cerávolo e Dr. Tito Lívio Brasil, o Coronel Brisola, que nesta época residia em Anhumas, veio para Presidente Prudente e assumiu o comando do Batalhão, acompanhando-o às cidades de Ourinhos e de Bernardino de Campos, locais de instalação do Quartel-General e de onde partiam os contingentes para as frentes de luta, ao norte do Paraná e em outros pontos do Setor Sul. Foi praticamente o Coronel Brisola o responsável pela organização do Batalhão “General Ataliba Leonel”, em Presidente Prudente, em 1924, cujas forças atuaram em Botucatu, não obstante a ideia tenha partido do Coronel Cabral, diretor da Cia. Marcondes na época. Daí a sua primeira experiência. Em 1930, o Governador de São Paulo, Júlio Prestes, chama o Coronel Brisola e propõe a reorganização do Batalhão “Ataliba Leonel” e eis a sua segunda experiência. A terceira, em 32. O Estado-Maior do Batalhão ficou constituído dos seguintes elementos: Coronel Pedro Dias de Campos, Comandante Geral das Forças Revolucionárias da Alta Sorocabana; Coronel Miguel Brisola de Oliveira, Comandante do Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente; Major Felício Tarabay, Fiscal ou Ajudante de Ordens, e o Capitão Dr. Joaquim Ferreira de Oliveira, Ajudante de Ordem. Cada Batalhão era formado por três Companhias de mais de 100 soldados e cada Companhia era comandada por um Capitão. A terceira companhia, do Sr. Francisco de Vivo e que atuou em Jacarezinho,
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Serrinha e Ribeirópolis estava assim constituída: Capitão Francisco de Vivo, Comandante; 1º Tenente João Giannetti, Auxiliar de Comando; 2º Tenente Elizeu Prestes César, Auxiliar de Comando; 2º Tenente Aristides Pinto Soares, Auxiliar de Comando. (“1932: Presidente Prudente na Revolução”, LINS, Maria de Lourdes Ferreira).
Em 1930 os prudentinos comandados pelo General Ataliba Leonel e o Tenente-Coronel Miguel Brisola de Oliveira, formaram aguerrido contingente que combateram valentemente na região de Itararé e de Quatingá, fronteiriço do Estado de São Paulo e Paraná. (Constantino Ferreira de Mello, Ob.Cit. acima). Homenagens ao Coronel: - O Parque de Uso Múltiplo da cidade de Presidente Prudente recebeu o nome de Parque de Uso Múltiplo “Coronel Miguel Brisola de Oliveira”, em justa homenagem. - Uma avenida no bairro de Alvinópolis, na cidade de Atibaia, SP, foi denominada Av. Coronel Miguel Brisola de Oliveira. - Uma importante rua no bairro Jardim Anhanguera, na cidade de Ribeirão Preto, SP, leva o nome do Coronel Miguel Brisola de Oliveira. - Em Presidente Venceslau, em solenidade realizada na manhã do sábado, 13 de julho de 2013, no Paço Municipal ocorreu a implantação e descerramento do Busto do “Prefeito Cel. Miguel Brisolla de Oliveira”, nome dado ao Paço Municipal da cidade de Presidente Venceslau. A solenidade contou com a presença do prefeito Jorge Duran, vereadores, secretários de governo e autoridades militares, uma vez que o evento também marcou a solenidade do dia 9 de julho, “dia do Soldado Constitucionalista” comemorativo da Revolução Paulista de 1932. O descerramento da flâmula e inauguração oficial do monumento em homenagem ao ex prefeito foi feito pelo prefeito Jorge Duran Gonçalez, o presidente da Câmara, vereador Nilson Branquinho Scalon e a Senhora Lídia Aparecida Verdesani de Oliveira, viúva do Coronel Brisola, e pelo filho do Coronel, Lauro Flávio Marcondes de Oliveira. A homenagem foi proposta pelo vereador Raphael Balhestero Junior. A cerimônia contou com a participação da Banda Municipal Juquinha Rodrigues, regida pelo Maestro Ney. (Postado por DEBATE NOTÍCIAS, Presidente Epitácio, SP, Bataguassu, MS e Região). Em 5 de julho de 2019 o 42º Batalhão de Polícia Militar do Interior, em parceria com a Prefeitura e a Câmara Municipal de Presidente Venceslau realizou, na manhã dessa sexta-feira, uma solenidade comemorativa ao 87º Aniversário da Revolução Constitucionalista de 1932. O evento ocorreu na Câmara Municipal e contou com a participação de familiares do Coronel Miguel Brisola de Oliveira e familiares do Tenente Osvaldo Barbosa. A solenidade contou com a presença de autoridades civis, militares e no boletim especial alusivo a data, foi ressaltada a atuação de alguns combatentes que residiram
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em Presidente Venceslau e região. Homens como o saudoso Dr. José Mendes Ribeiro, Major Felício Tarabai, Tenente Nicolau Mafei, Tenente Cassimiro Dias, João Marques de Oliveira, Tenente Oswaldo José Barbosa e o próprio Coronel Miguel Brisola de Oliveira.
O Coronel Miguel Brisola de Oliveira nascido em São Miguel Arcanjo-SP, em 15 de dezembro de 1893, desde sua juventude demonstrou ser um homem de excelente caráter pessoal. Ingressou na vida pública com as mesmas qualidades. Foi Prefeito de Presidente Prudente, de 1936 a 1938 e designado prefeito de Atibaia de 1949 a 1950. Participou das revoluções de 1924 e 1930. Quando eclodiu o movimento constitucionalista de 1932 (MMDC), com o Estado de São Paulo se rebelando contra a União por infringir a Constituição Brasileira, o Cel. Brisola foi um dos primeiros a empunhar a bandeira da legalidade federativa. Foi ao campo de batalha onde, no posto de Coronel, comandou os paulistas na luta em defesa da Constituição. Em todo “9 de julho” o nome do Cel. Miguel Brisola de Oliveira é lembrado como um patriota que colocou em risco a própria vida para defender a democracia, a liberdade e os direitos individuais. Foi um grande paulista e um grande brasileiro. Graças a sua intensa atuação no movimento revolucionário e a sua atuação na vida pública, se tornou um grande amigo do Governador Adhemar de Barros; à época, um dos grandes políticos paulistas. Quando Adhemar de Barros governou o Estado de São Paulo, o Coronel Brisola foi nomeado subchefe da Casa Civil, cargo de primeiro escalão do Governo Estadual. Em 1964, o Coronel Brisola foi eleito Prefeito Municipal de Presidente Venceslau, já com idade bastante avançada, mas uma grandiosa pessoa humana que expressava em suas ações um grande amor pelo próximo e denodo à causa pública. Foi Prefeito de Presidente Venceslau até 1968. O Cel. Brisola foi um dos fundadores da Loja Maçônica Clodoaldo de Oliveira. Faleceu o Coronel Miguel Brisola de Oliveira no dia 23 de janeiro de 1982. (Postado por DEBATE NOTÍCIAS, Presidente Epitácio, SP, Bataguassu, MS e Região).
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Notas do Autor:- O Coronel Miguel Brisola de Oliveira, nascido aos 15 de dezembro de 1893, em São Miguel Arcanjo, SP, filho de Manuel Antônio de Oliveira e de Dª Anna Perpétua, foi batizado com 5 meses de idade, na Igreja Matriz da Paróquia de São Miguel Arcanjo, aos 29 de abril de 1894, pelo vigário padre Tertuliano Villela de Castro. Foram seus padrinhos Salvador Leme de Moraes Brizolla e Francisca Maria Brizolla. Registro de Batismo nº 41, em fls. 126vº, do ano de 1894.
Registro de batismo do Cel. Brisola, extraído do 1º Livro de batismos da Paróquia de São Miguel Arcanjo, SP
Um ofício do autor deste livro foi encaminhado ao vereador da Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo, SP, Sr. João Gilberto Sales Albach, presidente do Núcleo MMDC do município, e prefaciador deste livro, solicitando para que se preste uma homenagem, ainda que tardia, para denominação de um logradouro na cidade e Comarca de São Miguel Arcanjo, ao Coronel Miguel Brisola de Oliveira, ilustre filho da terra.
Foto do Batalhão Constitucionalista de Presidente Prudente, comandado pelo Coronel Miguel Brisola de Oliveira. (Foto publicada na capa do livro “1932: Presidente Prudente na Revolução”. (Cadernos do Museu 4) de autoria de Maria de Lourdes Ferreira Lins).
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O autor: MIGUEL FRANÇA DE MATTOS nasceu em São Miguel Arcanjo, SP, aos 18 de agosto de 1950, é filho de Olímpio França de Mattos e de Dª Maria Gertrudes de Almeida (Dª Quena), estudou na Escola “José Gomide de Castro”, e no Colégio Estadual “Nestor Fogaça”, em São Miguel Arcanjo, onde fez seus primeiros estudos. Ingressou na Faculdade de Direito de Sorocaba, estudando o Curso de Direito, formando-se Bacharel e Advogado, em 9 de março de 1990. Foi funcionário público estadual trabalhando como escriturário da Casa da Lavoura de São Miguel Arcanjo, SP. Ingressou no Banco do Brasil S/A, onde trabalhou por mais de 18 anos, tomando posse em São Bernardo do Campo (SP), transferindo-se após para a cidade de Sorocaba (SP). É aposentado e milita como Advogado nas cidades de São Miguel Arcanjo e Sorocaba. Fotógrafo amador por hobby teve muitas fotos premiadas em diversos concursos e exposições. Mantém um acervo fotográfico intitulado “Igrejas do Brasil”, com mais de um milheiro de fotos, todas de sua autoria. Em 2003, publicou o livro “Cinema Paraíso – O Cine-Teatro São Miguel”, contando a história do antigo cinema e teatro de sua terra, com lançamento em 20 dezembro de 2003, no Clube Recreativo “Bernardes Júnior”, em São Miguel Arcanjo, SP. Em 2006, publicou seu segundo livro: “A Lagoa do Cedro e o Turvo da Lagoa – História e Genealogia da Família França de São Miguel Arcanjo”, com lançamento na “Casa da Praça”, na noite de 16 de dezembro de 2006, em São Miguel Arcanjo, SP. Em 2016, publicou seu terceiro livro: “Histórias da Paróquia de São Miguel Arcanjo – Cronologia 1886 – 2016 – 130 Anos”, lançado em 15 de outubro de 2016, em espaço da “Arte Festa”.
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No ano de 2019 publica seu quarto livro: “Eldorado, SP. A antiga Xiririca”, com lançamento em 21 de dezembro de 2019, em espaço da “Flor I Cultura”. Foi colaborador do Jornal “A Hora de São Miguel Arcanjo”, onde escrevia Editoriais e registrava Manchetes, desde o ano de 1992. Em 24 de julho de 2007, tomou posse como membro do IHGGI – Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga, tendo como patrono o escritor Júlio Ribeiro. É presidente de honra do Portal Paulistas de Itapetininga desde 3 de julho de 2019, data em que foi agraciado com o Diploma de Honra ao Mérito do Portal dos Ex-Combatentes de Itapetininga pelos relevantes serviços prestados no resgate, preservação e divulgação da memória e dos feitos dos são miguelenses combatentes de 1932 e da Segunda Guerra Mundial. Em 5 de Agosto de 2019 em Sessão Ordinária, recebeu Moção de Aplausos e Congratulações de nº 45, de 5/8/2019 da Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo, SP.
Atualmente reside com a família na cidade de Sorocaba-SP. (Fone: (015) – 99637-6603, para contatos). E-mail: [email protected]
Todos os direitos são reservados ao autor. Qualquer reprodução, ou citação, mesmo parcial desta obra deverá citar o nome e o autor deste trabalho. Esta Edição foi patrocinada exclusivamente pelo autor, em produção independente. 233
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BIBLIOGRAFIA: ALMEIDA, Benedito Pires. A Revolução de 32. Tietê: s.c.p., 1970. AMORIM, Antônio Santos. Santistas nas barrancas do Paranapanema. Santos: Imp. Santista, 1952. Acesso em: . ANDRADE, Horácio de. Tudo por São Paulo. ASSIS, Dilermando de. Vitória ou Derrota?: memórias da campanha contra São Paulo, no setor Sul, em 1932. Rio de Janeiro: Editor Calvino Filho, 1936. BASTOS, Joaquim Justino A. Palmo a Palmo: A luta no Setor Sul. Ed. 1933. BIAJONE, Jefferson; MELLO, Afrânio Franco de Oliveira; NOGUEIRA, Edmundo José Vasques; CAMPOS, Dirceu. Itapetininga: Heróis Feitos e Instituições. Itapetininga: Gráfica Regional, 2012. BRAZÍLIO, J. Guerra das Elites: FS Editora, Itapeva, SP. CÁCERES, Miguel. Ataliba Leonel. Panorama de uma época. Editora Gril. 2008. CAMARGO, Áureo de A. A Epopeia. 1933. Acesso em: . CAMPOS, Nelson de Paula. História da Revolução Constitucionalista. 1987. CARNEIRO, Glauco. Histórias das Revoluções Brasileiras. DONATO, Hernâni. A Revolução de 32. SP: Círculo do Livro, 1982. ------------------------- Dicionário das Batalhas Brasileiras. Edição Ibrasa. ------------------------- História da Revolução de 32. Ibrasa: 2002. DUPRÉ, Maria José. Éramos Seis, São Paulo. São Paulo: Saraiva, 1960. FIDÊNCIO, Carlos. Revolução de 1932: Além das imposturas. Regional, 2017. GOMES, José. Y Una Noiva Azul História do Município de Ibiúna. ISAAC, Alberto. Vivas Memórias. Impressão Atlântica. Vol. 1. 2009. Vol. 2. 2016. Editora Correio de Itapetininga. Impressão Gráfica do Carmo. KARAM, Elias. Um paranaense nas trincheiras da Lei. A Cruzada. 1933. Acesso em: . LEITE, Aureliano. Martírio e Glória de São Paulo.
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LINS, Maria de Lourdes Ferreira. na Revolução. (Cadernos do Museu 4).
1932:
Presidente
Prudente
MAGALHÃES, Clineu Braga de. Diário de Campanha. 2019. Edição digital da obra em: . MARQUES, José Sérgio Turriané. Ocorrências da Constitucionalista de 1932 no Setor Sul. Botucatu: Edição 2008.
Revolução
MATTOS, Miguel França de. Histórias da Paróquia de São Miguel Arcanjo: Itapetininga: Gráfica Regional, Edição 2016. ---------------------------------------- Eldorado, a antiga Xiririca, Itapetininga: Gráfica Regional. Edição 2019. MÉDICE, Fernando Penteado. Trem blindado. São Paulo: Acadêmica, 1933. Edição digital da obra em: . MONTENEGRO, Benedito (org.). Cruzes Paulistas: os que tombaram em 32 pela glória de servir São Paulo. Edição Digital Memorativa dos 90 anos da Revolução Constitucionalista de 1932 em: . NETTO, Antônio Leite. História de Piedade II. NOGUEIRA Fº, PAULO. A Guerra Cívica 1932. Apud Resumo da obra por Pedro Ferraz do Amaral. 1982) ORTÊNCIO, Waldomiro Bariani. A Fronteira. Revolução Constitucional-ista de S.Paulo – 1932 Minha Vida de Menino 2005: Goiânia, GO. PAULA, D. Ernesto. Reminiscências 80 anos de vida de D. Ernesto de Paula. PAULA, Jeziel de. 1932 Imagens construindo a história: Unimep, 1999. PIMENTA, João Augusto de Mattos. A Epopeia Paulista, RJ, 1933. PINTO, Sebastião A. Botucatuenses no Setor Sul: 1932-1957, s.c.p., s.d. PIRES, Cornélio. Chorando e rindo; episódios e anedotas da guerra paulista, Itu: Ottoni Editora, 2007. SILVA, Herculano C. A. Revolução Constitucionalista. Civ. Bras. 1932. SYLOS, Honório de. Itararé! Itararé. Acesso em: . VÁLIO, Jairo. Nascente das Águas, Editora Ottoni, Itú, SP. 2005.
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Trabalho de Capa elaborado por Paulo José França de Mattos Fotos da Capa e Contracapa, cedidas gentilmente pelo Museu da Revolução Paulista de 1932, de Itapetininga, SP: Fotos da Capa 1 e 2. Fotos da Contra Capa 3 e 4. Contra Capa: Parte do Mapa do Estado de S.Paulo, da Revolução Paulista, elaborada por José Wasth Rodrigues, criador de brasões. Fotos e Mapas do Livro “Vitória, ou Derrota? Campanha no Setor Sul de São Paulo em 1932”, do autor Major Dilermando de Assis, Edição Calvino Filho. RJ. Demais fotos, do autor. Pesquisas: Jornal Cruzeiro do Sul, Sorocaba, SP. Jornal Tribuna Popular, Itapetininga, SP. Jornal Correio Paulistano, SP. Jornal Correio da Manhã, RJ. Jornal O Imparcial, Presidente Prudente, SP. Jornal O Expresso, Capão Bonito, SP. Jornal A Hora de São Miguel Arcanjo, SP. Jornal Tribuna de Iguape, SP. Livro de Tombo da Paróquia de São Miguel Arcanjo, SP. https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolução Constitucionalista de 1932
Sociedade Veteranos de 32 - MMDC. Entidade Guardiões de 32. Portal Paulistas de Itapetininga. Portal Trincheiras de Jaguariúna. Portal dos Ex-Combatentes de Itapetininga.
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Agradecimentos Especiais: Ao Gabinete de Leitura Sorocabano “Luís Matheus Maylaski”. À Secretaria da Educação e Cultura de Itapetininga, SP. Ao Museu da Revolução Constitucionalista de Itapetininga, SP. Ao Museu da Imagem e do Som de Itapetininga - MIS , SP. Ao Museu de Fotografias e Filmes do Município de Ribeira, SP. À Biblioteca Infantil Municipal “Renato Sêneca de Sá Fleury”, de Sorocaba, SP. À Biblioteca Municipal “Profº Mario Gemignani”, de Capão Bonito, SP. À Biblioteca Municipal “Profª Yolanda Bonow Leme”, de Apiaí, SP. À Casa do Artesão de Apiaí, SP. Ao 22º Batalhão de Polícia Militar do Interior, Itapetininga, SP. Ao Tiro de Guerra TG 02-076 de Itapetininga, SP. À Sociedade Veteranos de 32-MMDC, São Paulo, Capital. Ao Portal Paulistas de Itapetininga, Itapetininga, SP. Ao Portal dos Ex-Combatentes de Itapetininga, Itapetininga, SP. Ao amigo João Gilberto Sales Albach, São Miguel Arcanjo, SP. Ao amigo José Rubens Incao, Sorocaba, SP. Ao amigo Gilberto Fernando Tenor, Sorocaba, SP. À amiga Flávia Sheila Tamborra, da Biblioteca Infantil de Sorocaba, SP. À amiga Marceli Proença, da Secr. Educação e Cultura, de Itapetininga, SP. Ao amigo José Armando Moreira, Ribeira, SP. Ao amigo José Aparecido Machado Lima, Apiaí, SP. Ao filho Miguel Ângelo França de Mattos, Sorocaba, SP. Ao amigo Dr. André Murad, São Miguel Arcanjo, SP.
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Agradecimentos Especiais: Ao genro Júlio Gomes de Oliveira Júnior, Pilar do Sul, SP. Ao amigo Afrânio Franco de Oliveira Mello (in memoriam) Ao amigo Danilo José da Costa, Sorocaba, SP. Ao amigo Roberto Fortes, Iguape, SP. Ao compadre Ari Leme Pinheiro, Sorocaba, SP. Ao amigo Ezequiel Adriano, São Miguel Arcanjo, SP. Ao amigo Coronel PM Mário Fonseca Ventura, São Paulo, Capital. Ao amigo Coronel PM Josué Álvares Pintor, Itapetininga, SP. Ao amigo Dr. Carlos Alberto Maciel Romagnoli, São Paulo, Capital. Ao amigo Rodrigo Gutenberg, São Paulo, Capital. Ao amigo Giovani Pietro Ferrari, do IHGGI, de Itapetininga, SP. À amiga Margaret Grazioli Lopes Peretti, do IHGGI, de Itapetininga, SP. Ao amigo Ezequiel Adriano, São Miguel Arcanjo, SP. e ao amigo Prof. Dr. Jefferson Biajone, Itapetininga, SP.
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Desenho elaborado por Ezequiel Adriano, pintor são-miguelense, retratando cenas da Revolução.
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“Pro Brasilia fiant eximia” Tudo por São Paulo! “Non Ducor Duco”
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