Atlas de História Moderna

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EORNN OT: Moderna

Colin McEvedy

Colin McEvedy

Atlas da História Moderna

(até 1815)

Mapas projetados pelo autor e legendas por Ivan Atanasoff

Índice 5 Prefácio à edição Brasileira ............... 6 INtrOdUÇÃOS. sronio orers io fera fo fondo o ezaita lo io povo faS a rasa fe Atlas... .ccrecreerenserrerrerceneenemo 11-94

Indice ideográfico ............ccccrcerses

95

EDITORA VERBO EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

O Copyright by Colin McEvedy Título original The Penguin Atlas of Modern History Tradução de Antônio Gonçalves Mattoso Edição Brasileira Revista por Aldo Janotti Impresso pela Companhia Melhoramentos de São Paulo Indústrias de Papel — Rua Tito, 479 — São com filmes fornecidos pelo editor

Paulo

CIP-Brasil. Catalogação-na-Fonte Câmara

M1i25a

Brasileira do Livro,

SP

McEvedy, Colin. Atlas da história moderna: até 1815 / Colin MacEvedy; tradução de Antônio Gonçalves Mattoso; mapas projetados pelo autor e legendas por Ivan Atanasoff. — Ed. brasileira / rev. e prefaciada por Aldo Janotti. — São Paulo: Verbo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1979.

1. Geografia histórica - Mapas 2. História moderna I. Janotti, Aldo, 1926 II. Título.

CDD-911.0903 -909.09

79-1293 Índices para catálogo sistemático: 1. História moderna, 1450/1500 - 909.08 2. História moderna: Atlas 911.0903

PREFÁCIO A EDIÇÃO BRASILEIRA No Atlas da História Moderna de Colin McEvedy devem ser ressaltados dois característicos: despretensão e utilidade. Não pretende ser obra erudita, pois trata-se de uma compilação quase que exclusivamente baseada em fontes secundárias. Mas que não deixa de representar um trabalho sério, difícil e elaborado por quem mais está em condições de compilar e divulgar conhecimentos, ou seja, o autor reconhecidamente competente. E sua utilidade - para estudantes, professores, demais interessados - advém precisamente do fato de estar revestido dos exigidos critérios didáticos: é suficientemente informativo, preocupando-se apenas com os aspectos essenciais das questões abordadas; é claro o bastante, quer na parte cartográfica quer na parte textual, para que essas questões sejam facilmente compreendidas. Através de mapas e de textos complementares McEvedy nos apresenta um sumário geográfico-histórico da Idade Moderna (da epopéia dos Descobrimentos à epopéia de Napoleão). Analisando os principais eventos de ordem política, econômica, social, bem como da vida religiosa e cultural dos povos - sobretudo os da Europa - procura o autor

mostrar não só o processo do estabelecimento da hegemonia européia no Mundo como também as causas subjacentes

que o motivaram. Mais do que isso: ao ressaltar os vínculos entre tais eventos, possibilita-nos adquirir a necessária

perspectiva histórica para a compreensão

de muitos dos acontecimentos contemporâneos.

Aldo Janotti

(Professor da Universidade de São Paulo)

INTRODUÇÃO A História Moderna começa com os descobri-

mentos marítimos. Este atlas não os seus companheiros da História de Média, limitar-se a um único tal, exige, também, um mapa do

pode, pois, como Antiga e da ldamapa fundamenMundo. Mas, na

realidade, mais do que os seus predecessores,

tem

ainda por fundo a Europa, porque é a Europa que está agora no centro, e não a Europa e o Próximo Oriente. O resto do Mundo é considerado puramente como um palco em que atua o homem europeu. Não precisamos de justificar o papel da Europa. O período caracteriza-se pelo domínio dos europeus — primeiro o domínio do mar alto, depois o de uma grande parte dos continentes. Subjugam dois povos primitivos — os siberianos e os amerindios — e apoderam-se das suas terras. Conquistam a Índia e a Indonésia. Só mantêm a integridade política os africanos, protegidos pela sua pobreza e miséria, e os povos do Extremo Oriente, nesta altura ainda suficientemente fortes para resistirem aos estrangeiros. Mesmo assim, o enorme alastramento da escravatura praticada pelos europeus altera a estrutura da África, e a importação da prata e das armas de fogo revoluciona as sociedades chinesa e japonesa. A característica mais frisante do período é, sem dúvida, o crescimento do poderio europeu. É fácil contar a história da Europa e da sua expansão para além dos mares. Apresentar um sumário desta história é o principal objetivo que temos em vista. Mas torna-se também necessário descobrir as causas subjacentes da supremacia dos europeus. Esta supremacia baseia-se, a meu ver, em três motivos, inteiramente relacionados entre si: os europeus eram mais ricos do que os seus contem 90râneos; eram mais esclarecidos; eram mais fle «íveis. Podem parecer incrivelmente pobres, ignoran-

tes e rígidos, mas, em comparação com as sociedades contemporâneas extra-européias, creio que as razões apontadas são válidas. O fato de serem mais ricos é a primeira razão a considerar. Como nesta altura a terra era a princi-

6

pal atividade humana e a lavoura a fonte principal da riqueza, podemos ver no solo a razão da prosperidade da Europa. A «arma secreta» do camponês europeu era a charrua pesada, concordam hoje geralmente os investigadores. Este instrumento havia

sido aperfeiçoado, a pouco e pouco, durante o baixo império romano e começo da Idade Média, até ficar em condições de resolver e rasgar eficazmente os solos da zona bastante úmida da Europa do Norte. Uma série de pequenas inovações nos pormenores e no equipamento auxiliar, bem como o aumento sucessivo do emprego de outros maquinismos (os moinhos de água e os moinhos de vento, especialmente) levaram ao aumento da produção. Produção modesta, no entanto, mas que, devido ao flagelo da peste negra, foi suficiente para manter a população crescente. Cada século medieval vê a Europa um pouco mais rica e um pouco mais capaz de empregar a sua riqueza. À riqueza econômica corresponde a cultura. No começo do século XV, os europeus eram certamente tão cultos como quaisquer outros, se não mais. Em meados deste século, a invenção da imprensa de caracteres móveis, por Guttenberg, de Mogúncia, põe os europeus à cabeça de todos os outros povos. À produção livreira desperta na imprensa uma ânsia de informação em vasta escala, que é posteriormente satisfeita. Desde então, até ao século XIX, o fosso do conhecimento entre o Ocidente e o resto do Mundo veio sempre a aumentar em ritmo acelerado. A flexibilidade decorre dos dois primeiros fatores. No fundo, é um produto do conhecimento de que existem várias soluções, umas melhores do que outras, e de que a melhor não foi ainda descoberta. Esta atitude não é a de sociedades ignorantes, de sociedades que atribuam as suas técnicas a presentes dos deuses, recebidos no começo dos tempos. No século XV, os europeus, favorecidos pela sua riqueza, a sua cultura e a sua flexibilidade intelectual, concebem uma tecnologia mais avançada, uma tecnologia que se desenvolverá mais rapidamente do que qualquer outra. Os seus êxitos durante o período dos Descobrimentos, e mesmo depois, são muitas vezes atribuídos unicamente a es-

tes progressos técnicos. Se -Cortez e Pizarro conquistaram impérios com um punhado de homens, foi porque tinham espingardas, não é o que se diz? Mas, na realidade, as espingardas eram de eficácia duvidosa. Levavam tanto tempo a carregar de novo que, na maior parte dos casos, antes de ser disparado o segundo tiro, já os combatentes estavam en-

volvidos

numa

luta

corpo-a-corpo.

Nem

Cortez

nem Pizarro tinham mais de uma dúzia de arcabuzeiros. De que serviria um máximo de doze tiros numa

batalha em

que participavam

milhares de

homens? De mais eficácia seria a cavalaria, visto os cavalos serem desconhecidos, aterrarem os indige-

nas e serem usados em mais vasta escala; maior ainda seria a das espadas espanholas de aço, muito mais mortiferas do que as maças de pedra e de madeira dos índios. Cortez dispunha, por outro lado, de uma vantagem de grande importância, muitas vezes desprezada neste gênero de comparações. E que os ameríndios lutavam, sobretudo, para conquistar cativos destinados aos sacrifícios; adquiria fama pessoal o que se precipitasse sobre as linhas adversárias e voltasse com um prisioneiro. Os espanhóis combatiam para destruir a força coesa do exército inimigo. Era um conceito superior. Não existia, pois, um fosso tecnológico entre ameríndios e espanhóis, mas sim um fosso tático. A superioridade de armamento dos conquistadores facilitava as suas empresas guerreiras; a habilidade posta no aproveitamento destas vantagens foi o fator que fez surgir o império espanhol do Novo Mundo. À importância da tática, bem como das tecnologias na história dos triunfos dos europeus, pode

ver-se mais claramente na conquista britânica da

India. No embate decisivo, a batalha de Plassey, a

disparidade de número era tão grande que a vitória dos britânicos só pode ser atribuída ao seu equipa-

mento superior. Como poderiam, se não fosse assim, 800 britânicos, auxiliados por 2000 indianos, vencer o exército de Bengala, composto por mais de 50000 homens? Na realidade, quanto ao poder de fogo, a vantagem pertencia aos bengaleses; tinham 53 peças de campanha, ao passo que os britânicos dispunham de 12 e contavam com numerosos técni-

cos franceses, que lhes permitiam razoável, se não

perfeito, uso destas peças. Plassey não foi, sequer, a vitória de uma quinta coluna. Clive lançou-se na batalha desigual explorando habilmente a guerra de intrigas que acompanhou a campanha militar. O rajá desconfiava dos seus generais e estes dele. Mas não se registram deserções até Clive haver mostrado que podia esmagar os seus inimigos no campo de batalha. Triunfou, em Plassey, sobre Bengala, devido ao inteligente aproveitamento dos

seus limitadíssimos recursos. Ponderava escrupulosamente qualquer decisão a tomar, não só porque

os recursos de que dispunha lhe não permitiam erros, mas porque no século XVIII era no processo de

tomada de decisões que residia toda a superioridade dos europeus.

A nossa compreensão de um assunto só pode considerar-se segura quando nos é possível quantificar os dados. Dos três fatores a que nos referimos,

o único que, em teoria, pode, sem grande dificuldade, exprimir-se numericamente é a riqueza. Quanto ao produto nacional bruto, elucidam-nos hoje as estatísticas da maior parte das nações. Embora estas tenham as suas limitações (especialmente no caso isolado de certas economias, como a da Rússia), dão-nos uma razoável indicação dos níveis de vida e dos recursos nacionais. Deveríamos

considerar-nos felizes .se possuíssemos estes elementos em relação ao primeiro período da História

Moderna. Infelizmente, não existem estatísticas se-

guras, e as tentativas para as organizar não têm passado de conjecturas quantificadas. Possuímos, no entanto, estatísticas do rendimento, e estas merecem certo crédito. Fornecem um índice do poderio nacional, que é válido (com reservas) para uma época especial, e, em menor extensão, para comparações através de todo o período. Permitem-nos observar a posição das nações européias e as alterações dessa posição. Inclui estas estatísticas nos pequenos ensaios anexos aos mapas econômicos e mencionei algumas reservas a considerar. Estas reservas são suficientemente importantes para que tenhamos de as repetir aqui. 1. Na época mais antiga do nosso período, a maioria dos estados europeus encontrava-se ainda

na fase de transição da ordem feudal para a econo-

mia monetária. A parte do poder do Estado que

podia manifestar-se através do costume não exerce influência nas estatísticas do rendimento. Vemos bem que a ordem feudal estava em franco declínio e que os estados (como a Polônia) que não conseguiram realizar a transição chegaram à impotência. Mas, durante a primeira parte do período, estes estados podiam manter verdadeiros exércitos e mostrar-se vigorosos na sua política externa. 2. As estatísticas utilizáveis do rendimento raras vezes satisfazem o contabilista moderno. Faltam por completo em relação a muitos países, e temos de nos contentar com os cálculos contemporáneos, de valor duvidoso. Quando existem, é muitas

vezes difícil saber se exprimem unidades reais ou imaginárias da prática contabilística do tempo, se representam o rendimento esperado de certo perio-

do ou se incluem as despesas, não raro astronômi-

cas, da cobrança. Muitas vezes a moeda é desvalorizada tão rapidamente, ou receitas do governo são tão largamente variáveis, que a estatística que as representa é mais uma questão de escolha do que de cálculo. 3. Apesar das quebras ocasionais serem fáceis de conceder, algumas inflações não o são. A infla-

ção mais importante foi, no século XVI, a subida dos preços causada pela importação da prata das Américas. Não só os preços subiram, de maneira que tornam traiçoeira a comparação entre o começo e o fim do século, como atingiram taxas variáveis. Na Espanha, a inilação foi rápida, na Inglaterra mais lenta, pelo que, enquanto não se registrou uma distribuição uniforme da prata, uma unidade monetária espanhola — equivalente, em prata em barra, à unidade inglesa

— valia menos.

As

estatísticas do fim do século XVI exageram o valor dos recursos espanhóis. 4. Em estados agregados, como os impérios es-

panhol e austríaco, temos, teoricamente, de escolher entre a soma dos rendimentos totais dos estados constituintes ou as importâncias por eles remetidas ao tesouro central. Quando falamos nos rendimentos dos Estados Unidos, entendemos os ren-

dimentos do governo federal, não os deste acresci-

dos dos dos

governos dos estados. Federal deveria

ser o verdadeiro sentido de rendimento do «Gover-

no espanhol». Mas o Governo espanhol podia empregar as tropas e navios de guerra mantidos pelo vice-rei da Sicília, pelo que beneficiava dos rendimentos

locais da Sicília. Pelo contrário,

a maior

parte do tesouro central (castelhano) era gasto, sobretudo, localmente pelo Governo de Castela. Muito simplesmente, as contas não eram concebidas em moldes «federais». Calculei os rendimentos governamentais durante o período de 1483 a 1648 em ducados venezianos

de ouro.

O

ducado

era,

nessa

altura,

a unidade

fundamental das trocas internacionais. Continha 3,5 g de ouro puro e nunca era desvalorizado. O

florim de Florença, o escudo (coroa) da França e o

cruzado de Portugal tinham valor equivalente; os florins da Borgonha e da Alemanha eram do mesmo peso, mas só continham 80% de ouro fino e preporcionalmente descontado! . Para o período de 1648 a 1815 empreguei como unidade a libra esterlina. Nesta altura, a proporção ouro-prata havia estabilizado: a libra não foi desvalorizada em termos de qualquer destes dois metais, e ainda que o esterlino se refira à prata a GrãBretanha conservava o padrão ouro. A escolha da libra é devida ao fato desta se haver tornado a moeda dominante da época; seria pedantismo indicar as transações econômicas do Mundo na moeda de um estado insignificante. A equivalência era de 2,1 ducados para uma libra. Antes

de deixarmos

este assunto,

torna-se ne-

cessário notar que as estatísticas do rendimento

dão uma idéia do poder do Estado, mas não da ri-

queza per capita. Os países do Norte da Europa apresentavam decerto rendimentos per capita relativamente elevados no começo do período, embora

1 Todas estas moedas podiam ser usadas como unidades de conta, isto é representarem um número fixo de moedas de prata. Algumas vezes, as moedas, teoricamente equivalentes, de prata eram cunhadas com os mesmos nomes. Como a circulação da prata era periodicamente desvalorizada e a proporção ouro-prata se alterava em favor do ouro, temos de ter presente que os valores expressos em ducados se referem a moedas de ouro. Por exemplo, cerca do fim do período, o ducado veneziano de prata tinha apenas metade do valor , do ducado de ouro.

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nas suas estatísticas os rendimentos desta natureza fossem muito mais baixos do que os dos países mediterrânicos, dotados de sistemas de cobrança ora mais abertos, ora mais duros. Ao quantificar-se a instrução, o que conta é a percentagem da população que sabe ler e escrever. Se tivéssemos estatísticas referentes aos anos de 1500 a 1815, veríamos provavelmente uma subida de cerca de 5% para cerca de 50%, em relação aos adultos do sexo masculino, na Europa do Norte. Quantificação alternativa, e possivelmente mais segura, é a do aumento do comércio livreiro. O número de obras publicadas anualmente, que no fim do século XV era de cerca de 1000, excedia as 2000

no fim do século XVI. Em 1815 é dez vezes maior:

cerca de 20000 títulos anuais. Esta evolução mostra-nos melhor a diferença entre a sociedade moderna e a sociedade medieval do que as estatísticas referentes ao alfabetismo. Vejamos, por exemplo, os dados estatísticos referentes a um estado não progressivo como a Turquia. Constantinopla monta a sua primeira imprensa em 1726. Até 1815 o número de obras publicadas na primeira cidade do islão é de 63, o que equivale a menos de uma por ano. O fosso de alfabetismo entre a Europa e a Turquia (50% e 5%) equivale ao coeficiente 10, a proporção das publicações ao coeficiente 10000. Um fosso destas dimensões representa, na realidade, uma diferença absoluta; e em termos de cresci-

mento social era o que existia”.

Ao considerarmos o último dos três fatores — flexibilidade intelectual — encontramo-nos ante uma nova dificuldade. Até aqui, faltavam-nos da-

dos. Entramos agora num setor em que nos falta

uma notação. Em confronto com a realidade atual não há escala alguma que nos permita medir e graduar as atividades intelectuais do passado. Ninguém pode duvidar de que, se a concessão dos prêmios Nobel por descobertas científicas tivesse começado em 1500, de então até ao começo do século XX mais de 90% dos prêmios teriam sido ganhos por europeus ou indivíduos de cultura européia. Mas estes prêmios não começaram a ser distribuídos em 1500, e por agora nada mais podemos dizer a este respeito, exceto que, se fosse possível conhe-

ê

cer as atividades intelectuais do passado. ficariamos surpreendidos que as estatísticas não revelassem um fosso de dimensões indiscutíveis entre a

Europa e a Ásia durante este período”.

O que parece depreender-se do que acabamos

de apontar em relação ao desenvolvimento da Europa durante os primeiros tempos da idade moderna é que este desenvolvimento foi contínuo. Cada século teve, certamente, os seus atrasos e fraquezas, e, algumas vezes, certas áreas especiais (são exemplos a Itália e a Espanha) podiam retrogradar durante longos tempos. Mas não há dúvida de que, quer tomando a Europa como um todo, quer a Europa do Norte em particular, a prosperidade, a cultura e a ciência aumentaram de século para século ao longo do período. Este progresso parece-nos ser o fator mais importante da história da Europa, mesmo da história do Mundo. neste período. É por isso curioso verificar que, embora alguns aspectos desta evolução, especialmente a Revolução Industrial de 1780-1815, hajam sido perfeitamente estudados pelos historiadores, a evolução em si continua a ser ignorada. Deve ainda notar-se que, devido ao processo estrutural hoje adotado pelos historiadores, é natural que continue ignorada durante os tempos mais

próximos visto os historiadores se limitarem nor-

malmente a um único século e, muitas vezes, a uma única geração. Desta maneira, a escala, a longo prazo, da evolução dos acontecimentos é, na reali-

dade, invisivel. A oscilação entre momentos altos e

baixos (numa visão de conjunto efêmera e corriqueira), aparece ao historiador dos pequenos movimentos com a verdadeira amplitude que revestiu para os contemporâneos. Uma modificação na linha de base de uma percentagem mínima de pontos passa desapercebida. Uma das grandes preocupações dos historiadores é não saírem dos limites da sociedade particular

que estudam. Nada é mais fácil ou mais perigoso

do que a ênfase tardia dos elementos de uma sociedade que só posteriormente adquirem importância. Mas evitar os conceitos teleológicos e desprezar as correntes a longo prazo são duas coisas diferentes. Dentro do curto período de tempo estudado pelos

historiadores pode haver lugar reduzido para pectivas extensas; mas estas são também, mesmas, objetos válidos de estudo. Vejamos um exemplo tirado da biologia. tomólogo estuda os insetos como animais de

persem si O enpleno

direito, não como seres intermédios entre os vírus e

o homem. Mas será raro o entomólogo que não aceita que o seu estudo dos insetos foi grandemente

enriquecido pela teoria da evolução. Vê o caso especial e a teoria geral. Em

contrapartida, o histo-

riador procede como Lineu: cada espécie de sociedade é para ele uma criação especial, um fóssil único encerrado no âmbar do tempo. À atitude é incompreensível, visto não existir teoria geral histórica alguma. De fato, as tentativas feitas pelos historiadores para nos darem uma perspectiva compreensível da civilização parece terem sido sempre antievolucionistas: as sociedades são consideradas como indivíduos que nascem, florescem um dia e morrem para serem substituídas por outras, de indivíduos quase idênticos. Este antropomorfismo simplista é diferente do que geralmente

se passa — a contínua substituição de uma espécie de sociedade por outra mais forte, do ponto de vista numérico, militar ou econômico, do que a precedente. Talvez a visão cíclica resulte da educação exclusi-

vamente artística do historiador. Os histaoriadores chineses, cuja educação se baseava inteiramente num estrito repertório de «clássicos», criaram uma história do seu país de tal modo dominada pela teoria dos ciclos que eliminou quase todos os vestígios das grandes diferenças existentes entre os sucessi-

vos impérios chineses. Uma educação clássica pode

2. O fato da única imprensa de Constantinopla haver fechado de 1730 a 1780 e, de novo, em 1800 mostra que a diferença nada tinhaa

ver com a tecnologia da imprensa mas com a necessidade do produto

por parte da população. A invenção não só nasceu na Europa to que podia suceder por acaso). como foi ai que vingou.

3. Os prêmios Nobel foram concedidos pela primeira vez em

1901. O primeiro prêmio de ciências ganho por um não europeu foi, em 1930, o prêmio da física. concedido ao matemático indiano €.V.

Raman. Desde então, dois chineses e dois japoneses conquistaram prêmios de física.

predispor para esta maneira de ver: cada coisa é medida por uma única série de padrões; as socieda-

des elevam-se até estes padrões, decaem e lutam depois para voltar a conquistá-los, numa monotonia de Sísito. É provavelmente demasiado cedo para se reali-

zar algo de útil no sentido de uma teoria geral. Não é possível ainda classificar devidamente as sociedades, e muito menos com a necessária confiança para que a discussão sobre a hipótese evolutiva tenha algum significado. Mas a falta de um sistema destinado a fixar a marcha das tendências é dominante

nos atuais trabalhos históricos e introduz um elemento de distorção. Pois que quando estas tendências se tornam discerníveis no intervalo de tempo de que se ocupam os historiadores, o seu significado é acentuado exageradamente. Assim temos, uma «revolução científica» do século XVII e uma «revolução industrial» do século XVIII. Trata-se de fenômenos autênticos: mas o emprego do termo «revolução» implica hipóteses francamente incorretas acerca do crescimento da ciência e da indústria. Uma revolução tem um começo e um fim; uma re-. volução científica ou industrial deve ser completada em certo tempo. No entanto, ninguém pode acreditar que a marcha tanto da revolução cientifica como da industrial, haja enfraquecido desde os séculos XVII ou XVIIT. Todos os dados de que dis-

pomos nos revelam que o grau de mudança continua a aumentar. O que sucedeu nos séculos XVII e XVIII foi o grau de mudança ter atingido um nível que se tornou visível durante uma única geração, ou pôde ser verificado pelos historiadores de uma única geração. A serie de «revoluções» de que tratam os historiadores deste período veio juntar-se recentemente mais

uma



a «revolução

militar»

de

1550-1650.

Abrange vários fenômenos que surgem lado a lado: uma revolução no equipamento (o aparecimento do

arcabuz): uma revolução no recrutamento (a nova

tática exigia um grande treino e perícia profissional); e uma revolução no número. A revolução no equipamento é de natureza «industrial» (processo quase tão antigo como a humanidade e ainda dos nossos dias). As revoluções na tática e no recruta-

mento são temporárias, fenômenos de segunda ordem. A revolução no número é diferente, como va-

mos ver pormenorizadamente. No começo do século XVI, os reinos da cristandade contavam, para a sua defesa, com todos os

adultos masculinos capazes, obrigados a pegar em armas para repelir o invasor. O número dos soldados profissionais durante a paz era da ordem das centenas. Estas poucas centenas guardavam a pessoa do rei e guarneciam duas ou três das fortalezas reais mais importantes. Com o aparecimento das armas e da tática, que exigiam certo nível profissional de destreza, o recrutamento feudal deixou de ser uma parte efetiva do maquinismo do Estado. No entanto, como o Estado não tinha com que pa-

gar um exército permanente, o resultado foi ficar quase sem defesa durante o tempo de paz e recrutar apenas um pequeno número de homens (entre 15000 e 30000) em tempo de guerra. Isto estava tanto abaixo da capacidade bélica dos estados que cada um procurou recompor a situação. Note-se que isto se passou durante o século XVII. O Estado descobriu novas maneiras de entrar nos bolsos dos súditos, e o exército permanente começou a crescer em proporções extraordinárias. Na França, por exemplo, o aumento foi de poucas centenas no século XVI, para 150 000 no século XVII. Trata-se de uma verdadeira revolução; num período preciso de tempo, a sociedade mudou de engrenagem, e, tendo mudado de engrenagem, a modificação foi com-

pleta. Atendendo ao aumento da população, o exército permanente da França era, sensivelmente,

|

igual ao de hoje. Simultaneamente é uma modificação sem significado profundo. Administrativamente, era um fato compatível com a capacidade de estados tão pouco progressivos como o otomano. Representava

apenas, por este motivo, uma recuperação do nível

de competência administrativa do império romano. Fossem quais fossem os fatos que contribuíram para o progresso-da sociedade européia, a habilidade em manter um grande exército permanente não foi um deles.

À revolução do exército correspondeu a da ma-

rinha. Durante o século XVII, as armadas britâni-

cas e outras, reduzidas até então a algumas unidades que serviam como um núcleo à volta do qual se juntavam os galeões mercantes, passaram a constituir frotas permanentes, formadas por grupos de 12 barcos, conforme as especialidades. Neste caso, o longo progresso subjacente à revolução é clara-

mente visível. A tonelagem dos navios europeus subira firmemente e, de século para século, subira também o estado, escala e importância econômica da marinha mercante. A organização da frota profissional foi um acontecimento, o aumento do comércio marítimo um processo contínuo. Pode al-

guém pôr em dúvida qual seria o mais importante? Tudo isto pode parecer demasiado longo. O que se me afigura é que a frase «revolução industrial»

conquistou posição tão importante na nossa maneira de pensar acerca do processo de industrialização que exige uma abordagem em grande escala. Não contribuiu para a formação de uma teoria histórica e originou uma série de males práticos. Visto que originou a teoria econômica do «arranque» — a idéia de que uma sociedade estagnante pode ser transtormada numa sociedade progressiva por um pequeno período de intensivo investimento de capitais. Terminada esta fase de «revolução industrial» forçada, supôs-se que a economia desencadeava um crescimento em que se sustentava a si própria. Esta idéia baseava-se na hipótese de que o periodo da Revolução Industrial era a fase crítica da transformação da Grã-Bretanha numa sociedade progressiva e na observação de que, durante esse 4 Repare-se nos números seguintes: População (em milhões)

Exércio permanente (em milhares)

Soldados (por cada 1000 habitantes)

Império romano começo do século IV

c. 50

350

7

180

7

150 350 415

8 10 3

Império otomano

fim do século AVII

CIR

Frunça

fim do século 1832 1962

XVII

19 32,5 46,5

período, o país investira uma grande parte do seu produto nacional bruto. À observação era perfeitamente correta; de fato, a generalização de que uma industrialização rápida e um alto nível de investimentos marcham a par é uma verdade evidente. Mas o avanço da Grã-Bretanha para uma sociedade progressiva começou muito antes da Revolução Industrial, que apenas representou uma fase na maturidade desta sociedade. Equiparar a industrialização ao progresso é tão ingênuo como equiparar a vida à respiração; é ignorar o período de desenvolvimento inicial, durante o qual se forma o mecanismo

da

respiração.

Quando

chega

o mo-

mento da criança respirar e da sociedade se industrializar, o verdadeiro trabalho de desenvolvimento está feito. A evolução da sociedade progressiva na Europa (a Grã-Bretanha era apenas a primeira num grupo de países que seguiam esta via) é a autêntica matéria da História. Mas não é, certamente, o verdadei-

ro processo de estudo dos atuais países subdesenvolvidos. Os seus pormenores são discutíveis, quando não são totalmente obscuros, e o desenvolvimento geral levou séculos. Em relação ao país subdesenvolvido, exige-se um modelo mais claro e resultados mais rápidos. Isto nota-se no Japão, que, num certo período (entre os anos de 1868 e 1889,. mais ou menos), se transformou de sociedade estagnante em sociedade progressiva. Ninguém pode negar o sentido revolucionário destas duas décadas, pois o Japão tornou-se, desde então, numa sociedade industrial progressiva. E ninguém pode deixar de ver que a revolução era social, e que implicava a troca de idéias e conceitos antigos por idéias e conceitos novos, de inspiração européia. Só depois disto é que o país começou a industrializarse. A hipótese do arranque dominou a teoria do desenvolvimento nos anos posteriores à II Guerra Mundial. Encorajou as nações pobres a reunir, pedir emprestado ou obter secretamente o máximo de dinheiro. Os resultados foram lamentáveis. Muitas nações subdesenvolvidas acham-se agora sobrecarregadas com uma dívida externa tão grande que as suas esperanças de melhorar diminuíram em vez de

aumentarem. A experiência serviu apenas para mostrar que o que as nações subdesenvolvidas devem importar são novas atitudes. Abandonar esperanças lisonjeiras é mais difícil do que pedir dinheiro emprestado. No entanto, estes países devem, pelo menos, considerar-se felizes, porque, ao contrário de uma espécie animal em vias de desaparecimento, podem conquistar novos sucessos adotando os modelos dos seus rivais mais progressivos.

Na preparação dos dois primeiros volumes desta série tive a sorte de poder discutir o assunto frequentemente com Peter Fison. Pouco depois de ter começado a trabalhar no presente volume, contraiu uma leucemia e morreu em 1969, contando apenas 40 anos. Muitas pessoas me ajudaram desde então, mas nenhuma pôde tomar o seu lugar. Este livro é dedicado à memória deste homem, tão inteligente, loquaz e vivo.

é qe

am

-

10

centrada na China mas incluindo o Japão (com cerca de 15 milhões de habitantes), a Coréia (3 mi-

O Mundo em 1483 1. População Espécie alguma se pode considerar distribuída

uniformemente através do seu meio; mas a huma-

nidade é a única dotada de uma história de 10000 anos de desigual distribuição crescente. Nos últimos 150 anos, a força impulsionadora deste evento foi, sem dúvida, a industrialização, e a sua forma de expressão a concentração urbana. Nos séculos anteriores ao XIX, indústria e cidades tinham apenas significado demográfico marginal. As variações de densidade populacional dependiam da produtividade agrícola. O clima e os necessários conhecimentos técnicos são os fatores que comandam a produtividade agrícola; das técnicas de irrigação depende, num país quente, o máximo da produtividade. Assim, no século XV, as densidades populacionais mais altas registravam-se em países como o Egito, onde a densidade por quilômetro quadrado era, havia muito, de centenas. À agricultura dos paises temperados sustentava uma densidade de dezenas; e o pastoreio (vida característica da estepe asiática), densidades de apenas um algarismo. Quanto aos povos coletores, a densidade média seria de 1 para cada 10 milhas quadradas. No Velho Mundo havia três principais áreas agrícolas: a Europa, com 70 a 75 milhões de habitantes: a Índia, com

100 a 120 milhões (densidade

muito elevada no vale do Ganges), e a China, com 110 a 130 milhões (densidades muito elevadas nos vales dos Huão-ho e do lansequião). Entre a Europa e a Índia ficavam os países do Próximo Oriente, com retalhos densamente povoados por camponeses, distribuídos através de uma região árida, percorrida por pastores nômades. Esta zona contava 20 a 30 milhões de habitantes, dos quais 2 a 3 mi-

lhões eram nômades. As principais zonas agrícolas

podiam

desta maneira ser consideradas como:

(1)

uma faixa que cobria a Europa continental (e a cos-

ta sul do Mediterrâneo), o Próximo Oriente (mais inferior, numericamente, e sem continuidade) e a Índia: (2) uma área isolada do Extremo Oriente,

12

lhões) e o Vietnã (3 milhões). Havia agricultores no

resto do Sudeste Asiático, nas Filipinas e na Indonésia, mas mesmo dada a tecnologia da época tratava-se de uma zona de população diminuta. A outra única área agrícola de interesse era a Africa a Sul do Saara. Aqui o número de habitantes é bastante teórico, mas 25 a 35 milhões parece um cálculo razoável, dado que o Sudão tinha uma densidade duas vezes maior do que a parte restante. Os nômades puros dominavam nas pastagens da Ásia. Estendiam-se das estepes do Sul da Rússia, através do Turquestão, até à Mongólia e Manchúria. Do Tibete para o Sul, cerca de 5 milhões de nômades viviam neste vasto espaço, enquanto os agricultores ocupavam os setores que se prestavam | à lavoura. Os habitantes pré-colombianos do Novo Mundo

não tinham animais domésticos de importância!,

pelo que o pastoreio não existia na América. No México, um sistema de irrigação aperfeiçoado sustentava uma população elevada. O resto da América era também bastante povoado, tal como a espinha dorsal dos Andes, na América do Sul. Aqui e além espalhavam-se tribos de agricultores ou semiagricultores primitivos, com características de coletores na América ocidental e no Canadá, a Norte, e no Chile e na Argentina, a Sul. A América Central contava talvez 5 milhões de habitantes, e todo o

continente americano uns 11 milhões».

Calculados com largueza, os coletores poderiam ser 1 milhão para cada uma das regiões do Novo Mundo, Ásia e Indonésia — Austrália — isto é, menos de 1% da população do Mundo, que andaria à volta de 400 milhões, total dos números indicados.

1 Os habitantes do peru haviam domesticado o lhama: empregavam-no como animal de carpa (bastante inferior) e tosquiavam a lã da alpaca,

2 Recentemente, propuseram-se números mais altos. Embora pense que a população do Mexico não poderia ter atingido nunca os 15-20 milhões, como alguns propõem, é de supor que a da América Central sofresse grandes oscilações. Um ciclo tão irregular deixara a zona meridional (maias) pelo século X numa baixa constante. Na zona central do México. quando chegaram os espanhóis. talvez se tenha registrado igualmente uma baixa. Neste contexto, os sangrentos ritos religiosos dos astecas (eram sacrificadas 20000 pessoas por ano) podiam representar a solução de um problema de superpovoamento.

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O Mundo em 1483 2. Às civilizações escritas e os seus conhecimentos geográficos.

Até o fim do século XV, o alfabetismo confinava-se ao Velho Mundo e, neste, às principais sociedades agricolas. A China dominava a área da Ásia oriental, visto que todos os asiáticos orientais empregavam uma escrita silábica derivada da da China e adotavam os modelos culturais deste país. Com efeito, entre os vizinhos da China só Os japoneses sentiam que possuíam identidade própria; os restantes viam nela o centro do Mundo, a única fonte legítima da autoridade política. Muito diferente era a situação na Europa, no Próximo Oriente e na Índia. A forma alongada desta zona e o fato do peso da população se situar nas extremidades e não no meio levaram à heterogeneidade cultural e política. Os únicos fatores comuns eram a escrita alfabética e o fanatismo religioso. Consequentemente, como a China era normalmente um império unido, estado algum se pôde estender da Europa à Índia. O império romano, o califado árabe e vários impérios indianos foram as expressões políticas de uma estrutura básica tripartida. A cristandade, o islão e o induísmo exprime a mesma divisão em termos culturais. O período medieval correspondeu ao apogeu dos nômades turco-mongóis na estepe asiática. Apesar de tão poderosa, a China não pôde resistir aos seus ataques sangrentos; nem o Himalaia protege a Índia da invasão do turco Tamerlão. A ocidente, a Horda de Ouro reduz a Rússia à escravidão. Mas os assaltos mais contínuos e devastadores dos nômades são os que atingem o Próximo Oriente. No séuclo XIII o poder político dos árabes é derrubado para sempre e as dinastias turcas passam a ocupar o seu lugar. O ataque dos turcos tem resultados positivos e negativos: na Anatólia, uma imigração maciça cria uma nação nova que se desenvolve à sombra do império otomano; são, por toda a parte. os turcos quem dinamiza a segunda fase da expansão islâmica. Os árabes haviam já tomado aos cristãos as costas sul e leste do Mediterrâneo, e

14

aos indianos o vale inferior do Indo. Os turcos conquistam a Rússia do Sul e os Balcãs, e quase levam a cabo a conquista da Índia. Foi uma empresa notável que susteve o declínio da população. Nem o Velho Mundo nem o Novo conheceram a existência um do outro durante o período précolombiano; mas as sociedades instruídas do Velho Mundo estavam ligadas por vias comerciais e conheciam-se mutuamente bastante bem. Uma das vias de comunicação entre o Oriente e o Ocidente era a Estrada da Seda, através da Ásia central (a seda da China, a melhor do Mundo, era muito apreciada

no

Ocidente).

O

seu

movimento

(pelo

menos no século XV) variou conforme a índole dos nômades. Mais importante e seguro era o tráfico marítimo ao longo das costas do Oriente e do Sul da Ásia, onde uma numerosa

série de barcos ára-

bes, indianos, chineses e japoneses ligavam o Cairo a Nagasáqui, via Aden, Calecut, Malaca e Cantão.

Vias acessórias uniam as Filipinas e o arquipélago da Indonésia ao sistema!. Graças a esta rede comercial, os geógrafos do Velho Mundo aperfeiçoaram razoavelmente a ima-

gem

do seu hemisfério.

O Nordeste

te durante cerca de 800 anos; as minorias cristãs

tornaram-se ali fracas de mais para poderem pensar numa desforra, e, do ponto de vista militar, nenhum estado cristão podia competir com os otomanos. Estendendo-se de Marrocos a Kazan, uma

sólida muralha de países islâmicos separava a cristandade do resto do Mundo conhecido. Certos enclaves cristãos, como a Geórgia e a Abissínia, de-

caíam, enquanto a expansão islâmica prosseguía com segurança a caminho do Oriente e do Sul. Os negros do Níger e da costa oriental da África, os habitantes dos oásis da Estrada da Seda, no Tur-

questão, tal como os das ilhas da Indonésia ao lon-

go da rota das especiarias, todos seguiam o islamismo em número cada vez maior. O único trunfo em poder da Europa era a sua instrução crescente. À combinação da escrita alfabética com a imprensa de caracteres móveis (inventados na Alemanha, no século XV) abriu novos horizontes a uma sociedade

mais culta e eficiente. Durante o século XV, a tecnologia européia começa a superar a dos asiáticos.

da Sibéria, a

Africa central e meridional continuavam desconhecidos. Durante séculos, as caravanas que atravessavam o deserto saariano traziam, do Sudão para o Mediterrâneo, ouro em pó, marfim e escravos; dispunha-se, assim, de alguma informação sobre a bacia do Níger. Na costa oriental encontravam-se postos, na direção do Sul, até ao trópico de Capricórnio, estabelecidos pelos comerciantes árabes que procuravam as mesmas mercadorias. A costa ocidental foi, pela primeira vez, explorada pelos portugueses no século XV. Chegaram ao golfo da Guiné em 1471 e em breve iniciaram um comércio semelhante ao dos árabes na costa oriental, mas isto não os satisfez; desejavam prosseguir e passar da África para a Índia. Porém a exploração da Guiné foi uma desilusão. A linha da costa seguia para o Sul e continuava, aparentemente, sem fim. Nesta altura, um observador imparcial teria

certamente investido o seu dinheiro no islão, e não na cristandade, O islão dominou o Próximo Orien-

| A via marítima entre o Extremo e o Próximo Oriente é conheci-

da por «rota das especiarias-. Muitas das especiarias vinham da In-

donésia — especialmente o cravo e a noz-moscada, das Molucas. a maça e a cânfora de outras ilhas do arquipélago. A pimenta vinha

principalmente da Índia; o cinamomo, de Ceilão; o gengibre, da China,

A importância das especiarias neste periodo parece ridicula se

não nos lembrarmos de que a alimentação do tempo era extrema-

mente condimentada e que as especiarias eram uma mercadoria

ideal, do ponto de vista dos comerciantes: volume reduzido, mas

preço elevado e grande margem de lucro.

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sultanato de Deli, originariamente turco, caíra em poder de uma dinastia afegã, que perdera o domí-

O Mundo em 1483 3. Unidades políticas

No século XV, o império chinês não tinha igual em superfície e majestade. Com cerca de 100 milhões de pacíficos habitantes e uma história que remontava

a 3000 anos, era um fato. Também

era

uma atitude; os imperadores Ming só conheciam os outros estados como

membros

tributários (ou re-

beldes) de um domínio mundial que lhes fora conferido pelo Céu. Esta atitude era explicável em relação ao Oriente asiático: tanto a Coréia como o Vietnã haviam sido províncias chinesas, e os seus governantes pagavam tributo à China em troca do reconhecimento da sua liberdade. Esta crença tornou-se insustentável quando o conhecimento do

mundo exterior fez perder ao país a dignidade que supunha possuir. Já antes que tal acontecesse, a prejudicara, atuando como um soporífico intelectual que tornara os chineses vaidosos e descuidados e reduzira a vitalidade da sua cultura.

No Sudeste asiático os habitantes primitivos haviam sido os malaios, ou povos seus aparentados,

como os mons e os khmers, mas raças mais parecidas com os chineses ocuparam a região, enquanto os próprios chineses chegavam ao Iunão. Estes recém-chegados (birmanes, na Birmânia central e superior; tais, na Birmânia oriental e Tailândia; laos, no Laos) oprimiram tão duramente os aborigenes que, nesta altura, só os tais se podiam consi-

derar politicamente unificados. O estado tai ocupava a zona encravada entre o reino dos mons do Pe-

gu,

na

Birmânia

inferior,

e o decadente

reino

khmer do Camboja. Na costa oriental os chams malaios de Champa haviam sido desmantelados politicamente pelos viets do Norte, de cultura chinesa. A situação política da cristandade e da parte ocidental do islão, nesta altura, é tratada pormenorizadamente adiante (p. 26). No islão oriental, os

descendentes do grande conquistador turco Tamerlão eram senhores da Transoxiana e do Afeganistão. A Pérsia passara do domínio islâmico para as mãos dos turcos do Carneiro Branco. Na Índia, o

16

nio de tudo o que possuía fora do vale do Ganges — e também de Bengala (área do Ganges Inferior). As velhas províncias haviam-se tornado reinos independentes, enquanto os renascentes hindus conservavam Rajastan e, no extremo sul, o reino livre de Bisnaga.

Na década de 1480 a situação era, de certa maneira, estranha; pela primeira vez, em séculos, não existia nenhum povo nômade poderoso. Na extre-

midade ocidental da estepe, os tártaros da Horda

de Ouro haviam-se dividido em quatro grupos hostis uns aos outros, o que facilitava a vida dos russos. Na extremidade oriental, os chineses mantinham uma política de suborno, destinada a manter em luta as tribos mongóis. Entre todas estas tribos, distinguiam-se os cazaques e os oirates, envolvidos em luta, sem qualquer benefício ou subsídio.

timos e pouco atraentes membros de uma série de tribos dominadoras do México. Não havia estados negros de dimensões comparáveis: a única grande unidade política africana a Sul do Saara era o im-

pério de Tombuctu, no Níger Médio, criação de um clã berbere — os songas. À região do Níger Médio

era, de fato, um satélite cultural da Africa do Norte

e a sua cultura resultara da conversão ao islamismo após uma prévia conquista berbere no século XI. As técnicas do trabalho do ferro chegaram à Africa negra pelo mesmo caminho, no século I a.C. A sociedade ameríndia estava muito longe de haver recebido esta caixa de Pandora, mas os mexicanos conquistaram um nível protocultural devido aos seus próprios esforços. À instrução é a melhor prova do progresso da sociedade, e as realizações políticas do México harmonizam-se melhor com este pano de fundo do que com uma escala puramente

metalúrgica.

O nível cultural pode ser calculado de várias maneiras. O arqueólogo prefere as hierarquias tecnológicas, porque o material obtido nas escavações

imediatamente situa a cultura: as Idades da Pedra,

do Bronze e do Ferro oferecem uma seqiiência evolutiva simples e, para o Velho Mundo, válida. Nesta perspectiva, no século XV os negros do Sul da África saariana excedem em muito os ameríndios seus contemporâneos, visto já serem, havia muito, um povo da Idade do Ferro, enquanto os ameríndios continuavam a desconhecer o emprego de. qualquer metal. Esta classificação engana, visto os ameríndios terem atingido um nível social pelo menos equivalente ao dos negros. Nas áreas onde eram mais numerosos (México e Peru) haviam for-

mado unidades políticas consideráveis: a costa ocidental da América do Sul e a região do interior dos Andes eram dominadas pelos incas de Cuzco, enquanto o México central pagava tributo aos astecas de Tenochtitlán (Cidade do México). A fundação destes dois impérios data de cerca de 1440, mas enquanto os incas (até onde sabemos) foram sem precedentes na América do Sul, os astecas eram os úl-

1 A maior parte das «inscrições» maias são uma espécie de história em quadrinhos com identificação heráldica de personagens € lugares e com um complicado sistema de datas. Algumas aproximam» se da verdadeira escrita, mas estas mal se compreendem ainda. Os astecas não estavam tão adiantados como os mais; os peruanos eram completamente iletrados.

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Os descobrimentos

(1487-1500)

Com um islão hostil cortando as vias conhecidas para o Oriente e a tentavia de circum-navegação da Africa pelos portugueses anulada pela longa

extensão da costa ocidental, parecia que poucas esperanças restavam aos europeus de alcançarem diretamente os mercados orientais. No entanto, quem se lembrasse de que o Mundo é redondo (como pensavam já muitos homens), seria possível chegar ao Oriente navegando por Ocidente. À

maior parte dos cálculos indicava distâncias formi-

dáveis, mas tendo em conta a estimativa corrente da extensão continental euro-asiática e o cálculo habitual, mais comedido, das dimensões do Globo,

o genovês Cristóvão Colombo convenceu-se de que o Japão ficaria apenas a 3000 milhas além do Atlâniico. Obteve o apoio de Fernando e Isabel de Espanha, e, em 1492, pôs os seus cálculos à prova. Se era um geógrafo de segunda categoria, era um

marinheiro de primeira. Partindo com três barcos de Palos, tocou nas Canárias para arribar à ilhota de S.

Salvador, nas Baamas, após 33 dias de mar largo. Continuou atravês destas ilhas, aportou a Cuba, navegou seguidamente para ocidente, ao longo da costa setentrional, e chegou a Hispaniola. Depois de haver estabelecido relações amistosas com os indígenas,

que não hesitaram em trocar o seu ouro por contas de vidro, fundou um posto destinado a recordar o

descobrimento e regressou à Europal!. De novo na Espanha, Colombo anunciou que

descobrira algumas ilhas do arquipélago japonês,

até então desconhecidas; o próprio Japão não poderia estar longe. Urgia, no entretanto, colonizar as novas terras descobertas. No ano seguinte partiu

com uma frota de 17 navios, atulhados de voluntários entusiastas, para Hispaniola. Seguiu o rumo perfeito, chegou às Pequenas Antilhas após uma viagem de 21 dias e verificou que a sua colônia havia sido destruída pelos indígenas. Uma segunda exploração um pouco melhor do que a anterior levou-o unicamente ao conhecimento da Jamaica, da inóspita costa meridional de Cuba e de mais indígenas, tão pobre que quase nem valia a pena roubá-los. Desvanecia-se o sonho. Na terceira viagem (1498) Colombo levou mais colonos, mas, des-

ta vez, eram o rebotalho das prisões espanholas.

18

Seguiu um percurso mais meridional, via ilhas de

prolongamento

da antiga e ainda percorrida rota

a mais meridional das Pequenas Antilhas. Após a rápida exploração da terra firme adjacente (que

Cerca do ano 1000, estes navegadores haviam chegado à Groenlândia e América do Norte. Não conse-

Cabo Verde, e pôs pé em terra na ilha da Trindade,

dos normandos para a Islândia e a Groenlândia.

julgou continental, devido ao grande caudal dos

guiram, porém, estabelecer aqui um posto perma-

seu irmão Bartolomeu, aportou a um lufavorável ao largo da costa meridional Domingos). Nenhum dos três irmãos de foi grande administrador. As perturba-

autênticas, desempenharam papel menos importante do que o raciocínio geográfico no pensamento

rios), seguiu para a colônia de Hispaniola, mas, le-

vado por gar mais (hoje S. Colombo

ções na colônia eram constantes, e em 1500 um funcionário real, nomeado para julgar as queixas, ficou tão indignado que os mandou a todos três presos, para Espanha. O monarca espanhol perdoou a Colombo e confiou-lhe nova missão mas apenas como explorador. A sua quarta e última viagem (1502-1504) ao longo da costa da América

Central mostrou que o mar das Caraíbas era fecha-

do a ocidente. O seu relatório «provava» que esta faixa de terra era a península malaia. Morreu em 1506, ferido por numerosas injustiças e agarrado a algumas idéias excêntricas, dominantes no período precedente. | A exploração portuguesa da costa ocidental da Africa alcançou finalmente inteiro sucesso em 1487, quando Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperança. Apesar dos seus homens se terem recusado a seguir mais avante, voltou com a convicção de que estava aberto o caminho para a Índia. A ligação completa foi feita por Vasco da Gama, dez anos mais tarde. Desejando aproveitar o regime dos ventos alísios do Atlântico Sul, viajou ao largo da costa ocidental da Africa, voltando para ocidente só quando verificou que estava à latitude do cabo. Fundeou, verificou, com o astrolábio, que se encontrava a poucas léguas do grande promontório, retomou a viagem e chegou ao Sul da Índia dez meses após a partida de Lisboa. Apesar da hostilidade dos traficantes mouros locais, conseguiu voltar com uma carga de pimenta e cinamomo. Seis meses depois do seu regresso, partiu a frota de Cabral, para repetir a viagem. Esta segunda expedição fez uma volta ainda mais larga através do Atlântico, tocou no Brasil (imediatamente considerado português) e dobrou facilmente o cabo. Havia um terceiro caminho teórico para oriente, paralelo ao de Colombo, mas pelo norte — o

nente, e a saga das suas explorações tornou-se apenas uma das muitas histórias das ilhas fabulosas do Atlântico distante. As lendas inventadas, ou talvez

do veneziano

João

Caboto,

que persuadiu

o rei

Henrique VII a financiar uma exploração dos mares para além da Groenlândia. As suas viagens são mal documentadas, mas é provável que tenha chegado à Terra Nova em 1497 e em 1498 à Nova Inglaterra. Declara, convicto, ter chegado ao territó-

rio do grão-cã?, mas o que parece depreender-se é que a terra a que aportara não era a China. Só explorações pesqueiras, nas devidas estações se seguiram a estas viagens. As vantagens potenciais dos descobrimentos portugueses eram evidentes. Nesta perspectiva, as dos espanhóis falharam claramente. Longe de ter aberto um caminho para a China, Colombo descobrira apenas certas ilhas de importância duvidosae alguns indígenas cuja provisão de ouro se esgotou

em poucos anos. Mas estas ilhas eram apenas uma pequena parte do que todos, mesmo Colombo, logo reconheceram como um Novo Mundo. Iria chegar a altura em que se falaria de um país onde o ouro era realmente abundante. Os crédulos, os ambiciosos e os aventureiros lançaram-se na procura do Eldorado.

1 No regresso rumou um pouco mais pelo norte, via Açores. Tan-

to na ida como na volta. aproveitou os ventos alísios do Atlântico

Norte, o que nos leva a concluir que ou sabia o que fazia ou tinha muita sorte. À sua partida das Canárias, e não dos Açores, pode ter sido devida ao fato daquelas ilhas serem espanholas (os Açores e todas as ilhas do Atlântico eram portagesas). Parece mais fácil e mais simpático pensar que estudara profundamente o regime dos ventos.

é Na Europa pensava-se que o cã da Mongólia ainda governava & Ina.

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Nem os franceses nem os ingleses tentaram impedir estes comboios; as suas atividades limitavam-se ao

O Mundo em 1600 1. Unidades políticas

Durante a década de 1520, os espanhóis acabam praticamente de impor o seu domínio às

Grandes Antilhas. A exploração do continente mal começara, porém. A fixação principiara no istmo de Panamá em 1510, mas o verdadeiro avançao só foi iniciado em 1519, quando uma expedição, comandada por Hernán Cortez, entra em contato com o império dos astecas de Montezuma. Cortez marcha sobre a Cidade do México e prende Montezuma, apoderando-se temporariamente do império. Expulso, volta a abrir o caminho para a capital, no ano seguinte, e ajudado apenas por algumas centenas de homens, consegue tornar-se senhor de vários milhões. Dezesseis anos depois, Pizarro repete a proeza no Peru, onde deita a mão ao imperador inca Atahualpa. A entrada no continente americano segue esta ordem: Panamá (de Hispaniola); México (de Cuba); Peru (do Panamá). Também surgem estabelecimentos no rio da Prata, que os espanhóis calculavam, corretamente, estar fora da fronteira com

o Brasil ajustada entre Portugal e a Espanha. Em 1550 as brechas encontram-se colmatadas e o império espanhol continua a expandir-se até ao Iim do século. Juntando-lhe as Filipinas (ver a página seguinte sobre a história da sua aquisição), temos

o primeiro império onde o Sol nunca se punhal.

Apesar do ouro do Eldorado nunca se haver

materializado,

foram

descobertas

ricas minas

de

prata no México e no Peru logo após a conquista. O Novo Mundo deu imediatamente origem a um comério em grande escala: a prata vinha para a Europa e os produtos manufaturados europeus, bem como os escravos africanos, seguiam para a América. Outros europeus logo procuraram deitar-lhe a mão, e alguns corsários ingleses e franceses conseguiram por vezes, espantosos sucessos; foi assim que parte do tesouro dos astecas caiu em poder de um francês, quando seguia para Espanha, e o mesmo sucedeu a uma parte do saque do Peru, quinze

anos depois. Logo que a produção da prata se tornou importante, os espanhóis organizaram um comboio anual (1543) destinado ao seu transporte.

20

assalto dos navios mercantes não escoltados e ao ataque isolado dos estabelecimentos comerciais As aquisições territoriais da era dos conquista-

dores espanhóis refletem a inferioridade da tecnologia do Novo Mundo. No Velho Mundo a tecnologia só era marginalmente superior à da Asia. Vasco da Gama, na sua segunda viagem à India, mostrou perfeitamente como esta margem podia ser explorada, quando destruiu a frota nativa ao longo de Malabar; manteve-se afastado e a artilharia indígena foi incapaz de competir com as suas armas. O domínio da costa era a única coisa que pretendia conseguir; no interior sabia que seria em breve vencido. D. Francisco de Almeida, primeiro vice-rei da Índia, adotou esta política e evitou as incursões em

terra. Os portugueses tiveram de defrontar não só o poder marítimo de Guzerate (centro da rede comercial nativa), mas uma

frota despachada pelos

mamelucos, em reposta ao apelo de Guzerate para uma guerra santa muçulmana. A vitória de D. Francisco de Almeida sobre os aliados (Diu, 1509) foi tão completa que o seu sucessor, Afonso de Alburquerque, pôde lançar as bases de uma política mais ambiciosa. Almejando dominar totalmente o

tão brilhantemente concebida e executada, parece

ter sido um império demasiado grande para que Portugal o pudesse suportar sem esforço. A par da conquista do Novo Mundo e da inva-

são dos mares orientais por Portugal, o século XVI

viu o começo de outra arremetida européia. Na orla do estado russo viviam os cossacos, comunidades livres que reconheciam a suserania do czar e defen-

diam a sua fronteira sem despesas para o tesouro.

O arcabuz permitiu-lhes lançarem-se na ofensiva: cerca de 1590, atravessaram os Urais e presentea-

ram o czar com a primeira fatia da Sibéria. Na Pérsia os turcos do Carneiro Branco são dominados pelos Safávidas, dinastia nativa. Na transoxiana o regime timúrida é aniquilado por uma

nova onda

de turcos (usbeques) vindos da estepe.

Não foi o fim dos timúridas. Um dos clãs conseguiu reinstalar-se no Afeganistão e depois de tomar o sultanato de Deli; os seus coponentes, com o nome de Mogóis (Mougóis), deram nova vida ao sultana-

to e estenderam as sua fronteiras. Na Africa uma expedição marroquina tomou Tombuctu.

comércio do oceano Indico, organizou uma espécie

de cadeia de fortes tendo por eixos Goa (a capital

do vice-reino), Ormuz (para vigiar a boca do golfo Pérsico) e Malaca (chave dos estreitos malaicos).

Entre estes pontos os navios só podiam navegar com licença dos portugueses, ou correndo os respectivos riscos”. A exploração estendeu-se, ao mesmo tempo, para oriente e chegou às ilhas das Espe-

ciarias

(1512),

à China

(1513),

ao Japão

(1543).

Aqui já não havia possibilidade de fiscalização das rotas, mas proveito considerável proveniente do comércio geral. pa Dos elementos que sustentavam o império maritimo português, dois eram monopólios — o fornecimento de escravos ao Novo Mundo e o transporte marítimo dos produtos do Oriente para a Europa. Rendiam certamente muito, tal como os transportes comerciais para o Ocidente e o Oriente de Malaca. Mas os lucros de todas estas operações eram

largamente consumidos no policiamento do oceano Indico. O resultado da estratégia de Albuquerque,

1 Poder-se-ia acrescentar-lhe muito mais porque Filipe II da Espanha conquistou a coroa portuguesa em 1580. Os impérios ultramarinos de Portugal e da Espanha mantiveram-se, porém. legal € efetivamente separados durante o período da união.

2 Até 1559, a França e a Espanha sustentaram uma guerra continua na Europa. Durante este período, os corsários são quase exclusivamente franceses. Os ingleses tentaram negociar contos coloniais, e a proibição deste tráfico pela Espanha transforma os comerciantes “em piratas. Durante o último quartel do século, os ataques mais ims holanportantes são todos montados pelos ingleses. seguidos pelo deses. 3 Albuquerque pensou, de começo, em dominar também a entra-

da do mar Vermelho, mas foi mal sucedido no ataque a Aden, €

mostrou-se impraticável manter uma guarnição nas águas de Socoto-

rá. Finalmente, abandonaram-se as operações quando se verificou que não era grande o comércio que empregava o caminho do mar

Vermelho. O único resultado da intervenção dos portugueses nesta

área foi permitir a sobrevivência da Abissínia como enclave numa parte do Mundo islamizado.

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O Mundo em 1600 2. A exploração do Pacífico (1521-1600)

O mapa anterior e o respectivo texto referem-se

ao que sucedeu no século XVI — fundação do im-

pério espanhol da América e hegemonia portugue-

sa no Atlântico Sul e no Índico. A força que impul-

sionou todas as viagens e explorações foi o desejo do contato direto com a China e as ilhas das Especiarias. Eram estas as fontes de onde jorraria a riqueza, pensava-se. O interesse dos espanhóis pelo Oriente sobreviveu ao descobrimento da América e, em menor grau, quebrou a simples divisão do Mundo em dois hemisférios, português e espanhol. Os portugueses, como vimos, chegaram as ilhas das Especiarias e à China em 1513. Neste mesmo ano o conquistador Balboa atravessa o istmo do Panamá, descobre o Pacífico e põe a Espanha a cami| nho do Extremo Oriente. O Pacífico foi o fator que deu sentido aos novos

descobrimentos. Tudo o que Colombo dissera antes das suas viagens parecia agora verdadeiro, só que as distâncias tinham de ser multiplicadas por dois. Ou mais? Em 1520 Fernão de Magalhães, português viajando ao serviço de Espanha, descobriu uma passagem entre a extremidade da América do Sule a Terra do Fogo. Entrou no Pacífico com inteira confiança e iniciou a travessia em direção às Molucas. Durante o primeiro mês manteve-se confiante, apesar de não avistar terra alguma e os ventos o arrastarem para o norte e o ocidente. Chegado o fim do terceiro mês, a tripulação viu-se obrigada a comer couro e a tentar caçar os ratos do porão. Por fim, após 98 dias de mar, chegaram às Marianas, arribando depois às Filipinas (onde Magalhães foi morto numa luta com os indígenas e a expedição esteve prestes a desmantelar-se) e, seguidamente, às ilhas das Especiarias. Sebastião Elcano,

sucessor de Magalhães no comando, construiu e guarneceu um forte, apesar da dura oposição dos portugueses, carregou e regressou a Espanha pelo

cabo da Boa Esperança. A expedição durou três anos, perdeu quatro dos seus cinco navios e voltou

22

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Filipinas pelos espanhóis — não revela grandemnte os fatos geográficos do período abrangido por este atlas. Não necessitamos dele de novo.

que ocupam uma geração mais tarde (1565). Nesta

altura dispunham de um dado de valor — a prata do México — e os portugueses deixavam-nos entregues ao seu sistema comercial. Conquanto o comér-

cio atraves do Pacífico não fosse grande, era segu-

ro, e a viagem anual dos galeões de Manila (de Manila, nas Filipinas, para Acapulco, no México, e retorno) manteve o seu pacato ritmo durante dois séculos. Foi a prata do México que assegurou a existência de Macau, depois de desaparecidas as resdestas portuguesas tantes dependências parangens”, Os espanhóis fizeram novas explorações através do Pacífico. Estimulados pela lenda incaica de ricas ilhas a ocidente, organizaram uma expedição, comandada por Álvaro de Mendana, que partiu do Peru em 1567. Navegaram para ocidente, descobriram as ilhas de Salomão e acharam que podiam ser colonizadas. Empreendida nova expedição em 1595, não conseguiram reencontrá-las (a segunda pessoa que as avistou foi o inglês Carteret, em 1767). A sua tentativa de colonização de Santa Cruz falhou, tal como a dos seus auxiliares para colonizarem

Espírito Santo,

dez anos mais tarde. A

saga da empresa espanhola terminou com este toque de derrota. Ão escolher-se uma projeção para um mapa histórico deve-se ter em vista a história desse periíodo. Por motivos óbvios, o principal mapa-mundi desta série tem por centro a Europa. A projeção utilizada para recordar a viagem de Magalhães e a sua única conseqiiência política — a ocupação das

1 Nos primeiros anos da sua carreira Magalhães percorrerao caminho português para oriente e chegara pelo menos a Malaca. Um nativo das ilhas das Especiarias, por ele comprado como escravo pessoal naquala altura, foi, provavelmente, o primeiro homem à dar a volta ao Globo, apesar de ser possível que alguns europeus da trrpulação já tivessem estado nas ilhas das Especiarias. 2 Logo após a primeira viagem de Colombo, os espanhois conseguiram que o papa fizesse uma divisão do Mundo descoberto e a descobrir entre eles e os portugueses. Esta divisão não agradou a Portu-

gal, que, nalmente do o qual tugueses)

após demoradas negociações a assinar com eles o Tratado a linha divisória. separando do Ocidente (reservados aos

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com os seus vizinhos, veio fide Tordesilhas (1494), segunpor” aos do o Oriente (reserva espanhóis) era traçada 370 Je-

guas (1100 milhas náuticas) a ocidente das ilhas de Cabo verde, €

não a 100 léguas das ilhas dos Açores, como fixava à partilha papal. Este tratado deu a Portugal o vasto território do Brasil. o que tem

feito supor que os marinheiros portugueses já houvessem visitado secretamente a costa brasileira antes do seu descobrimento oficial, em 1500. Quanto às ilhas das Especiarias. Portugal declarava que eram suas, visto haver sido o primeiro a descobri-las, e oriente. Os espanhóis diziam que a linha divisonia (45º longitui Ri al complementada por 135º E) as deixava do seu lado. Dea vam realmente na parte portuguesa, mas não havia maneira

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dir a longitude, a não ser pelo processo grosseiro dos tempos an o res, o que dava aos espanhóis a possibilidade de à contestarem. fundo, valia mais a opinião da maior parte dos geógrafos

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râneos (mesmo exagerando a superficie da Asa e diminuindo Per

Pacífico). segundo os quais o meridiano de 135º passava SS Malásia.

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O Mundo em 1600 3. A exploração do Atlântico Novo Mundo até 1600

as buscas. Os escandinavos já antes haviam feito Norte e do

Até o fim do século XVI as rotas descobertas por Vasco da Gama e ram efetivamente monopolizadas ibéricos; aos ingleses e holandeses

para o Oriente Magalhães fopelos governos parecia que a

única esperança que tinham de alcançar os mercados orientais seria o descobrimento de novas rotas através do hemisfério norte. A primeira tentativa partiu dos ingleses — a idéia da navegação ao longo da costa setentrional da Ásia. À parte inicial desta «passagem do Nordeste» — a via de Londres a Arcângel — foi reconhecida com bom êxito por Richard Chancellor em 1553. Por alturas de 1580, os ingleses e holandeses chegam à Nova Zembla e à foz do rio Obi, mas esbarram, seguidamente, com o banco de gelo, que impede todas as tentativas destinadas ao seu avanço. Durante a década de 1620, tornou-se evidente para todos que não havia qualquer passagem pelo Nordeste. A passagem do Noroeste teve uma história mais exclusivamente inglesa, tendo começado com as viagens de Frobischer às bocas dos estreitos de Da-

vis e Hudson, em 1576-1578. Em 1587 Davis atravessa o primeiro destes estreitos (situado entre a Groenlândia e a Terra de Baffin) até ao banco de

gelo. Depois, o interesse passa a incidir no outro lado da Terra de Baffin, e, em 1610, Hudson inicia a exploração minuciosa da baía a que ficou ligado o seu nome. O inverno que aí passa mina o moral dos expedicionários, que se revoltam, e Hudson, vogando à deriva, nunca mais é visto. Os relatos confusos dos sobreviventes davam, porém, a entender que a baía podia muito bem ser a tão almejada abertura para o Pacífico, o que origina uma nova série de expedições. A mais competente foi a comandada por William Baffin, o qual, após a exploração cuidadosa do estreito de Davis e da baía de

Hudson (1615-1616), chega à conclusão de que «não havia passagem, nem esperança de passagem». , Estas viagens falharam em todos os sentidos; não se encontraram passagens utilizáveis e poucos conhecimentos geográficos se adquiriram durante

24

várias tentativas, e o que se veio a saber na Europa ocidental já era conhecido havia muito dos islandeses e dos russos. Os únicos descobrimentos verda-

deiros foram os da baía de Hudson e do Spitzberg, este por acaso, durante uma fantasiosa tentativa holandesa que pretendia chegar à China pelo pólo. O único resultado prático de todo este movimento foi a expansão da pesca da baleia para as águas polares. Todas as viagens dos espanhóis através do Pacífico

(excluída a do sucessor imediato de Magalhães) fo-

ram organizadas a partir do México ou do Peru. Isto estava logicamente certo, mas significava que o conhecimento da extremidade meridional da América não aumentara. Para todos, o estreito de Magalhães era a única ligação do Atlântico com o Pacífico, e a Terra do Fogo podia estender-se até ao Pólo Sul. De fato, é assim representada em muitos mapas do século XVI; acreditava-se firmemente na existência de um continente australiano, que deveria estender-se da autêntica Austrália à Terra do Fogo. Esta crença, aparentemente inspirada pelo desejo de equilibrar a área do mundo terrestre com a área do oceano conhecido, ainda sobreviveu ao descobrimento do cabo Horn pelos holandeses Schouten e Le Maire, em 1616. Como tinham vistado as pequenas ilhas dos Estados, à esquerda, pensaram haver descoberto um segundo estreito. Foi preciso decorrer mais uma geração para se aceitar finalmente que ao sul do cabo Horn só havia água. O avanço dos conquistadores atraves do conti-

nente americano já foi descrito. A primeira fase, durante a qual foram dominadas as comunidades mais vastas, levou à formação de um império que se estendia do México ao Chile. A ligação com as colônias do rio da Prata foi feita em 1548. Antes disso, já o continente meridional fora atravessado na sua zona mais larga. Francisco Pizarro, o conquistador do Peru, confiou a seu meio-irmão Gonzalo o comando de uma expedição através dos Andes. À coluna partiu de Quito em 1541, cruzou os Andes na altura do equador e desceu dos páramos nevados para a selva amazônica. A vastidão da flo-

resta (mais de 500 km) desesperou os espanhóis.

Encontraram, porém, um rio navegável (o Napo), e Gonzalo mandou seguir, de barco, o 2º comandan-

te, Orellana, a fim de verificar se não haveria qual-

quer ponto a explorar de futuro. Supunha-se que

regressasse, mas ele continuou. Quando o Napo de-

sembocou num grande rio, alguns expedicionários

desobedeceram às suas ordens e foram postos em terra. Gonzalo, que continuara atraves da selva,

encontrou casualmente estes homens e, conhecedor

da deserção do seu auxiliar, regressou com o resto da expedição. Enquanto

Gonzalo regressava a ca-

minho dos Andes. Orellana seguia para leste pelo Amazonas. Ambos triunfaram de maneira incrível — Orellana após uma viagem de 18 meses, durante a qual percorreu mais de 3000 km. Com esta epopéia rivaliza a de Aguirre (1560-1561), que sobe o Amazonas até ao rio Negro, seu afluente, e desce depois o Orenoco. Ás principais características geográficas da América do Sul estavam delineadas. Na América do Norte foi diferente. Aqui os

maiores rios corriam em direções desfavoráveis; não havia aglomerados de ameríndios que valesse a pena conquistar pelo que não havia bases firmes para uma futura exploração. No entanto, a lenda de cidades pavimentadas de ouro deu origem a duas expedições promovidas pela segunda geração dos conquistadores. De Soto parte da Flórida, atravessa a zona meridional dos Estados Unitods até às Carolinas, segue para ocidente até ao Arkansas € Luisiana (1539-1542). Poucos índios encontra, e nenhum ouro. Coronado sai do México, percorre O

Arizona, o Novo México, e partes do Texas e do

Kansas (1540-1542). Descobre as únicas grandes aldeias da América do Norte, as comunidades dos

pueblos do alto rio Grande. Eram tão pobres que os espanhóis não se deram ao trabalho de as ocupar senão em 1560, quando aqui surgiu a província do Novo México. Na costa oriental da América do Norte não houve penetração alguma além da do francês Cartier, que subiu o S. Lourenço até Montreal (1536). As raras tentativas de colonização dos ingleses e franceses redundaram em fracasso.

5

EXPLORAÇÃO DO ATLÂNTICO NORTE

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1. População e religião

(Cada símbolo representa 1 milhão de habitantes, católicos, ortodoxos ou islamitas.)

A primitiva hierarquia cristã era idêntica à burocracia imperial; daqui o fato do fracionamento do império romano, no século IV a.C., ter como consequência a divisão da cristandade. O Império do ' Ocidente desintegrou-se no espaço de um século, deixando atrás uma Igreja ocidental (latina, católica), que se transformara, bom ou mau grado, nu-

ma organização autônoma e internacional. Esta teve os seus momentos difíceis, mas, de um modo geral, desenvolveu-se e aumentou de influência. O Império do Oriente venceu a crise que desintegrava o do Ocidente e sobreviveu por tão largo tempo que a Igreja oriental (grega, ortodoxa) se identificou, politicamente, com ele. Esta situação criou dificuldades aos missionários ortodoxos, em confronto com os católicos; os únicos convertidos ortodoxos de importância foram os russos (e estes organizaram uma igreja sua), enquanto os católicos convertiam os escandinavos, alemães, polacos e húngaTOS. No entanto, foi o islão, e não o catolicismo, o

causador do eclipse final da ortodoxia. A Igreja católica resistiu ao ataque do islão quase sem cicatrizes: a Espanha e a Sicília, que haviam sido perdidas, foram reconquistadas; só a província da África do Norte se perdeu para sempre. Contrastando com isto, os progressos do Islão no Oriente foram seguros, mesmo definitivos: toda a área do império oriental fora islamizada antes da segunda medade do século XV. A Igreja grega era já, no começo da era moderna, a confissão de uma minoria

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do Ocidente haviam, pelo menos, duplicado, o que desequilibrava a equação. O coração da Europa (a zona bem povoada dos dois lados de uma linha ligando Londres a Roma) não fora ainda ameaçada pelo avanço islâmico. Os muçulmanos teriam de atravessar a península dos Balcãs antes de atingirem as suas defesas exterio-

res. Mas o islão mostrara (na Índia, por exemplo) a

sua habilidade para atrair as populações. A distância entre o alto e o baixo Danúbio deu tempo à Europa, não segurança absoluta. Que os quantitativos populacionais eram irrelevantes foi demonstrado pelo domínio dos nômades na Rússia. Durante

séculos, os tártaros da Horda

de Ouro, peritos na guerra a cavalo, aterrorizaram um número de camponeses dez vezes maior do que o seu. Foi uma proeza notável devida a uma simples habilidade. Com o aparecimento das armas de fogo, a superioridade dos arqueiros montados em relação à peonagem desapareceu, e a situação militar inverteu-se. De todos os canados em que se dividia a Horda de Ouro, o da Criméia, a sudoeste, tornou-se protetorado otomano, e o de Kazan, a nordeste, vassalo de Moscou. Durante tanto tempo fonte de violentos e irresistíveis exércitos, a estepe convertera-se, repentinamente, em zona vazia. O principado de Moscou, humilde tributário do poder asiático durante tanto tempo, tornava-se

agora membro ativo no tabuleiro bélico da Europa.

oprimida!.

A luta era agora entre o islão e o catolicismo,

entre um Oriente novo, mais vasto do que o antigo, e um Ocidente diferente, por ser puramente europeu. A diferença era crucial porque, enquanto as populações das províncias islâmicas eram em número igual ao das da Antiguidade, as populações

26

1 A Igreja Ortodoxa russa não estava em situação muito melhor,

porque metade dos seus fiéis haviam sido incorporados na católica

Polônia, quando este estado se estendeu para oriente, à custa da

Horda de Ouro.

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A Europa em 2. Cidades,

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comércio

e rendimento

Em fins do século XV, só 2,5% dos europeus do Ocidente viviam em cidades!. Esta baixa proporção é um reflexo da preponderante natureza rural da sociedade pré-industrial. Porém, sendo uma média, este número não revela o fato de se encontrarem duas áreas — Países-Baixos e Itália do Norte — cujo índice de população urbana atingira os 10% e tinha uma vida urbana de considerável vigor. Esta proporção excepcional de citadinos deve-se ao seu domínio do comércio e da indústria contemporâneos. Os holandeses forneciam os produtos importados e dirigiam as exportações dos principais produtores da Europa do Norte desde o Báltico até à Espanha; os italianos do Norte faziam o mesmo em relação às áreas agrícolas do Mediterrãneo (Espanha, Itália do Sul, países islâmicos), além de transportarem as especiarias e sedas do Oriente, na última etapa da sua viagem para a Europa. Uma rede de caminhos que atravessavam a França e a Alemanha ligava os dois centros, e os navios venezianos navegavam anualmente para An-

tuérpia, a Veneza do Norte?.

Em contraste com capitais administrativas como Paris, Cairo e Constantinopla, as cidades do Norte da Itália e dos Países Baixos eram centros produtores de riqueza. Eram por isso verdadeiros trunfos para os respectivos estados; muito especial-

mente eram a fonte de receita ideal de todo e qual-

quer chanceler. Depois da idade das trevas a Europa ocidental regressara a uma economia monetária em que a moeda escasseava. Graças ao seu vigor financeiro, as maiores cidades da Itália do Norte podiam manter-se como estados independentes. Organizavam os seus orçamentos de uma maneira moderna e lançavam impostos que rendiam anualmente cerca de um duca-

do por cabeça. Nenhum estado agrícola podia igualar esta capitação; só o Egito, com os seus camponeses concentrados ao longo de uma ampla via na-

tural, se lhe aproximava. Os sultões mamelucos co-

bravam, talvez, cerca de dois terços de um ducado

por cabeça; o mais que os igualmente despóticos otomanos poderiam obter seria o terço de um ducado.

28

Na Europa ocidental o despotismo, embora aspiração da maior parte dos reis, estava fora do seu alcançe. Os súditos haviam-se amoldado, durante

séculos, a uma sociedade feudal, com os seus diízi-

mos e as suas obrigações cumpridas através de serviços fixados pela tradição. Os pagamentos em dinheiro eram raros e cobrados unicamente no caso de uma rememoração de agravos formulada pelas deputações, parlamentos e estados. Em França e Castela, os reis haviam-se sobreposto a estes corpos representativos, devido, em parte, às longas guerras de libertação contra os ingleses e os mouros, que lhes davam o pretexto impecável para o lançamento

de impostos,

tanto

mais

que os nobres

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única fonte perigosa de oposição) estavam isentos das taxas que votavam. Em Castela obtiveram mesmo uma parte dos rendimentos. Na Inglaterra, pelo contrário, só foi aceita a nova dinastia Tudor, em 1486, com a condição do rei «viver do que era seu», isto é, governar o país com o rendimento dos seus domínios pessoais, acrescido do produto dos impostos alfandegários. A média dos rendimentos da Europa ocidental andava por um quarto de ducado por cabeça; os novos rendimentos do rei inglês equivaliam a menos de um décimo de ducado de cada um dos seus súditos. Quanto aos rendimentos totais do otomanos e

mínio da contabilidade completamente desconhecido fora da Itália. Os orçamentos eram mais manifestações de esperança do que realidade, e daqui o fato do déficit ser crônico e o governo contrair em-

préstimos a juros exorbitantes (10% a 30%) quase continuamente. Quando as coisas chegavam a um

ponto crítico, os reis costumavam optar pelo recur-

so às multas sobre os que lhes haviam emprestado

dinheiro (se eram italianos), pelo massacre (se eram judeus), pela desvalorização da moeda ou, se a situação era desesperada, vendiam alguns dos seus direitos legais ou domínios pessoais. Quando o direito se impôs à Europa, tornou-se impossível aplicar os expedientes mais violentos, mas, se as falências reais eram menos sangrentas, nem por isso eram menos frequentes. Na maior parte dos grandes estados davam-se falências em todas as gerações. Entre os pequenos principados alemães, as coisas eram ainda piores: as enormes somas destinadas a pagamentos excepcionais (o dote de uma princesa podia bem exceder os rendimentos anuais do Estado) contribuíram para a atitude de fraqueza que era casualmente adotada pela aristocracia educada. Muitos príncipes arruinados recebiam festivamente beleguins nos seus palácios, enquanto esperavam que as coisas mudassem”.

mamelucos, os seus tesouros públicos cobravam so-

mas muito mais avultadas do que qualquer estado do Ocidente — 4 milhões de ducados anuais rendia o imposto de capitação a cada um deles. No fim do século era esta a ordem dos rendimentos nacionais (em milhões de ducados, por ano): França 2,75, Castela 1,3, Veneza 0,9, Milão e Nápoles 0,3 cada,

Aragão e Borgonha 0,5 cada, o Papado, Portugal e Inglaterra 0,3 cada, os restantes 0,2, ou menos. O

trono alemão não tinha quaisquer rendimentos. Os estados afastados do Mediterrâneo — região da Europa Ocidental (Hungria, Lituânia, Polônia, Es-

candinávia, Rússia) — estavam numa fase inicial da economia monetária, e o seu funcionamento dependia da obrigação do servo para com o senhor e do senhor para com o rei; possuíam uma estrutura ainda feudal , Os números citados omitem violentas flutua-

çoes anuais, o que obriga a analisá-los com cuida-

do. São também enganosos por implicarem um do-

| Consideramos cidades as povoações de população superior a 30000 habitantes. 2 A Inglaterra foi um mero produtor primário até meados do século XIV; só nesta altura começou a empregar uma porção-crescente de sua lã em tecidos. No fim do século XV os lanifícios ingleses ainda seguiam para os Países Baixos para acabamento e distribuição, de

maneira que podemos considerar a Inglaterra deste período numa

fase de transição da produção primária para o estado comercial. 3 Os indivíduos habilidosos podiam fazer dinheiro mesmo nas situações mais difíceis. Um exemplo: em 1514 um esperto agente de negócios comprou o arcebispado de Mogúncia (que era um dos sete

eleitorados do imperador alemão). embora o seu rendimento fosse

completamente absorvido pelos juros da divida pública que contraira. Pagou ao papa, pelo arcebispado e pelo direito de venda de in-

dulgências, a soma de 40000 ducados. Recuperou quase integral-

mente esta importância com a venda das indulgências e, na eleição

imperial seguinte (a de Carlos V, quatro anos mais tarde). vendeu o

seu voto por 90000 ducados.

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O Mundo em 1815 1. Unidades políticas Numa

análise

retrospectiva,

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leônica na França parece surpreendentemente desprovida de quaisquer efeitos políticos permanentes; o mapa da Europa não é muito diferente, depois de haver terminado, do que era antes. Não se pode negar, no entanto, a importância das guerras de Napoleão no resto do mundo. À preocupação total da França com a Europa — que o bloqueio inglês veio reforçar — provocou não só a derrocada das suas dependências coloniais como a dos impérios ultramarinos dos seus satélites. A parte francesa de S. Domingos sucumbiu a uma revolta dos escravos, e transformou-se no estado negro do Haiti; as outras ilhas francesas e holandesas das Caraíbas foram tomadas pelos ingleses, bem como as suas posições nas Guianas. O império Espanhol da América foi afetado ainda mais drasticamente; em favor dos ingleses perdeu apenas Trindade, mas quando Napoleão depôs o rei espanhol e o substitui pelo set irmão José Bonaparte, as províncias espanholas, até então obedientes, começam a organizar governos próprios. A primeira a fazê-lo foi o vice-reino do rio da Prata, que deu origem aos estados independen-

tes da Argentina, do Paraguai e do Uruguai (18101815). Para o Norte, no Peru, em Nova Granada, e

na Venezuela, a onda de revoltas foi vencida pelas tropas leais, o que provocou o exílio na Jamaica do

chefe rebelde Simão Bolivar (1815). Dois anos de-

pois, porém, este regressou ao continente e iniciou a libertação final de toda a área. Quando, em 1822, ele e San Martin (o argentino que libertara o Chile) se encontraram no Peru, escreviam-se as últimas páginas da história de um império que de histórico apenas tivera o seu princípio e o seu fim. O México e a Guatemala (isto é, a América Central) proclamaram a independência na mesma década. A incorporação no sistema napoleônico foi tão desastrosa para os holandeses como para os espanhóis: além das suas possessões das Caraíbas, perderam o Cabo, Ceilão e a Indonésia. Os ingleses conservaram o Cabo e metade da Guiana (pagando 6 milhões de libras de compensação) e, embora res-

tituíssem a Indonésia, o limite entre as duas esferas de influência, fixado à entrada do estreito de Mala-

86

1822, já a Malásia se tornara um protetorado britâ-

nico.

A Grã-Bretanha foi, do ponto de vista marítimo, a beneficiária da falta de interesse de Napoleão pelas possessões ultramarinas dos seus aliados. Mais ainda beneficiou os Estados Unidos. Napoleão obrigou a Espanha a restituir a Luisiana à França (em 1800, sem qualquer compensação), e vendeu-a, depois, aos Estados Unidos (1803) por 6 milhões de Libras (27 milhões de dólares) que, des-

ta maneira, adquiriram um território vastíssimo e uma fronteira ocidental indefinida. O presidente Jefferson aproveitou imediatamente a oportunidade para reclamar um litoral no Pacífico; preparou para

o efeito a bem organizada expedição de Lewis e Clarck, que descobriram uma passagem através das montanhas Rochosas, em 1805, e estabeleceram a presença americana na região. Não foram, porém, os primeiros a atravessar a barreira montanhosa; mais ao sul, os espanhóis tinham aberto o caminho de Santa Fé, para as suas missões na Califórnia, desde 1774. Para o norte, o escocês Mackenzie atravessara as montanhas Rochosas do Canadá à latitude

de Vancouver, em 1793!. Como os Russos começa-

vam a avançar para o Sul, a partir das zonas de caça à foca do Alasca, era chegada a ocasião dos americanos fazerem valer os seus direitos. De maior importânçia imediata para os americanos do que a abertura do Oeste foi o surto de prosperidade que o bloqueio britânico do império napoleônico provocou na nova república. Economicamente, a independência não constituíra um grande êxito para os americanos, que se viram excluídos da rede mercantil mais importante do mundo. À neutralidade permite-lhes, agora, monopolizar quase todo o comércio com a Europa bloqueada, à qual fornecem não só os produtos americanos como os de todo o mundo. As exportações aumentam,

as reexportações aumentam

logro completo das invasões do Canadá e da Flórida. Contra o que se esperava, a paz que se seguiu revelou-se duradoura, e o Canadá pôde tornar-se uma nação independente, apesar de todas as predições em contrário. A exploração do Noroeste americano deixa apenas no mapa um espaço em branco: a Africa. Mesmo aí começam a investigar as primeiras expedições européias, apesar das doenças mortais, da pobreza dos habitantes e da consequente falta de incentivos econômicos. Em 1798, o ousado português Dr. Lacerda e Almeida, que sonhava com um império de costa a costa no Sul, tenta a travessia da Afri-

ca, primeiro de Ocidente para Leste (1787) e depois

de Oriente para Ocidente (1792), mas morre durante a viagem, depois de, partido de Tete, haver chegado às proximidades do lago Moero. Fim idêntico teve o escocês Mungo Park, o primeiro europeu a navegar no Níger. A guerra na Europa não impede que os europeus continuem a sua penetração na Asia. Os ingleses ampliaram constantemente o seu poderio na India, onde o seu domínio se estende até ao Indo e ao Himalaia. Os russos anexaram as zonas mais próximas do Cazaquistão e ampliaram o seu território transcaucasiano, graças à anexação dos principados da Geórgia, à repressão dos pontentados muçulmanos locais e a algumas vitórias fáceis sobre a Pérsia (1804-1813).

ainda mais rapi-

damente e a marinha mercante americana conheceu um enorme desenvolvimento. Surgem, inevitavelmente, desinteligências com os ingleses, até mesmo guerra (1812-1814), mas os ingleses não combatem com gosto e o partido americano da guerra vê-se em breve desacreditado, devido ao ma-

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O Mundo em 1815 2. População

Entre 1648 e tou de cerca de — um aumento vezes a taxa de

1815, a população mundial aumen525 milhões para uns 900 milhões de 75%. O que correspondia a três crescimento do período precedente

(1483-1648). A Humanidade encaminhava-se a passos largos para a explosão demográfica do século XX. A colonização das novas terras foi um dos fato-

res deste rápido aumento, fato especialmente verificado na América do Norte, país que apresentava a taxa de cresciemnto mais elevada. Aqui, a imigração de hábeis agricultores e a sua livre multiplicação natural faziam com que a população duplicasse em cada quarto de século. De 250 000 almas em 1700 a população branca da América do Norte sobe para 4 milhões em 1800, e atinge os 7 milhões em 1815. A população negra escravizada aumenta

também de 20000 em 1700 para 500 000 em 1775 e para 1500000 em 1815. Juntando a estes números cerca de um milhão de ameríndios fora da área colonizada e um terço de milhão de canadenses, a população total da América do Norte ultrapassa os 10 milhões em 1815 — dez vezes mais do que em 1648). As estatísticas relativas ao resto das Américas não são tão impressionantes. Tanto a imigração como as inovações foram bem menos impetuosas, e embora a população houvesse triplicado, um quarto desse aumento representava apenas a recuperação do nível pré-colombiano e outro quarto era devido à importação de escravos negros. Outra área do mundo onde se encontravam terras livres disponíveis era o arquipélago da Indonésia; aqui, a população aumentou, pelo menos, 100%. Na maior parte do resto do mundo não se encontravam terras livres que pudessem permitir uma taxa de crescimento análoga; tornava-se também necessário um aproveitamento mais intensivo pu eficiente das velhas terras. Na China, por exemplo, a população aumentara 100%, mas a área das terras

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agricolas, mas o grosso do aumento da produção, capaz de sustentar uma superior densidade populacional, proveio de uma utilização mais intensiva da

mão-de-obra. O tipo de modificações da agricultu-

ra que explica o crescimento da população européia (também de 100%) será discutido na próxima rubrica. No resto do mundo, o aumento da população foi contrariado pela escassez de terras (os japoneses não foram além de um aumento de 50%) ou por uma tecnologia estagnante (a Índia, também na casa dos 50% e o Próximo Oriente, habitualmente no fundo da tabela, com 33%). Em relação à África

inclino-me para um crescimento de 33%. Esta porcentagem — que é uma mera conjectura — significa um acréscimo de cerca de 14 milhões. O número de indivíduos transportados para fora do continente pelos traficantes de escravos terá sido quase idêntico — podemos avaliá-lo em cerca de 10 milhões. Embora possa à primeira vista surpreender, pensa-se atualmente que a escravatura pouco afetou o crescimento da população africana, que era limitado por outros fatores, além da fertilidade”. Deverá observar-se ainda que, em termos abso-

lutos, o grosso do aumento se registrou nas áreas

onde a população já era mais densa. A China, o Japão, a India e a Europa foram conjuntamente responsáveis por mais de 80% do crescimento desde 1648 e continuaram a albergar 80% da população mundial em 1815).

1 Os americanos tinham grande orgulho na sua demografia explosiva. Na época da revolução, um patriota calculou que a popula-

ção das colônias excederia a da mãe-pátria dentro de 20 anose a du-

plicaria dentro de 50. Os historiadores sabem que a população da América ultrapassou a da Grã-Bretanha já há algum tempo, pelo

que mencionam sempre com agrado aquela predição. Na realidade,

não obstante haver visto bem a tendência — e quem se teria engana-

do? —, a profecia falhou. 50 anos depois, era o Reino Unido que tinha uma população duas vezes superior à dos Estados Unidos, e só a Inglaterra possuía mais habitantes (12 milhões) do que a América e

o Canadá juntos (11 milhões).

2 Entre 1648

1815 cerca de um milhão de negros foram embar-

costa ocidental cas, no fim do 1500000 no Sul lhões no Brasil;

para as Américas. A população escrava das Amériperíodo, andava à volta de 5 milhões, dos quais dos Estados Unidos, 1 Milhão nas Caraíbas e 2 minão contando com os 350000 antigos escravos que

cados da costa oriental da Africa para o mundo árabe e 9 milhões da

formavam a população do Haiti.

O tráfico negreiro foi formalmente abolido pelos ingleses e pelos americanos em 1807-1808. Certas nações, porém, mostraram-se mais reticentes, de maneira que a abolição só se tornou realmente efetiva na década de 40, quando o Brasil, um dos países que mais es-

cravos importava, se decidiu a abolir o tráfico. | 3 A colonização da Austrália teve início pouco antes do fim do pe-

riodo, quando os ingleses, havendo perdido o seu escoadouro da América, resolveram fundar uma colônia penal em Botany Bay Qunto de Sydney, na Nova Gales do Sul), em 1788. Os primeiros colonos livres chegaram em 1793, e a população era de 30000 almas. em 1820. A Austrália havia sido descoberta, por acaso, pelos hola ndeses, no começo do século XVII. Descobriram que omelhor caminho para a Indonésia consistia em navegar para oriente do cabo da Boa Espe-

rança e só voltar para o norte no último momento.

isto levava-os a

passar a maior parte do tempo na «região temp estuosa-», latitude em que os

ventos são fortes e sopram de ocidente. o que encu rtava a duração da viagem (de Amesterdão a Batávia) de 18 para 6 meses (ver

Sução do cronometro marítimo, no fim do século XVIII, era bastane aproxi

mativa. Por essa razão, os navios holand eses ultrapassavam às vezes o alvo, indo dar à de so lada costa ocidental da Austrá lia. E Ão descobrimento seguiu-se uma outra exp loração deliberada.

as quando se verificou que tanto a costa do norte como a do sul eram À ariár das, de

dessv va:aneceu-se oO int ir eresse dos di retores da Companhia ua Ouentais: O seu último esforço digno de nota foi a são de 1arman em 1642. Este seguiu um rumo ligeiramente abaixo da

«região tempestuosa» e passou a sul da maior parte da Austrália. Nesse ponto. descobriu a ilh a da Tasmânia, e. a cerca de 120 0

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mente igual, explorando a mesma área, produzia um aumento constante de víveres. O que provocou o aparecimento, na primeira parte do século, de

A Europa em 1815 2. População e religião (Cadu simbolo representa 1 milhão de habitantes, católicos, protestuntes, ortodoxos ou islamitas.)

O crescimento da população da Europa, em progresso contínuo desde o fim da Peste Negra, acelerou-se durante o século XVIII. Entre 1600 e 1715 o acréscimo foi de quase um terço; entre 1715

e 1815 foi superior a três quartos. No fim do perío-

do o total elevava-se a cerca de 200 milhões. Antes da época da importação de produtos alimentícios do Novo Mundo (que só começou a tomar importância no século XIX), um aumento da população exigia um aumento da produção agricola. Este podia conseguir-se de três maneiras: aumento das áreas de cultivo; aumento da força de trabalho, e aperfeiçoamento da tecnologia agrícola. Designemos estas soluções por «extensiva», «intensiva» e «técnica». No século XVIII, um exemplo perfeito de solução extensiva é o deslocamento dos camponeses para a estepe russa. A taxa de crescimento da Rússia do Sul durante o período foi de 400%. (O aumento absoluto foi de 5 para 20 milhões; como no resto da

Rússia o crescimento era mais lento, a percenta-

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100%.) A Hungria, por sua vez, recomposta da in-

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crescimerito de 300%. Estes números são impressionantes, mas embora o crescimento extensivo au-

mentasse os recursos do estado (ou seja, em termos modernos, o produto nacional bruto) poucos efei-

tos teve sobre o rendimento per capita A Irlanda é o exemplo característico da solução intensiva. A subdivisão das terras em pequenas propriedades, com produções correspondentemente aumentadas graças à batata, permitiu um crescimento de 150% da população rural. Também neste caso o rendimento per capita se manteve constante,

caso não tenha efetivamente diminuído”.

A Inglaterra é o protótipo da solução técnica. Entre 1715 e 1815, uma força de trabalho sensivel-

90

um considerável excedente para exportação; na se-

gunda metade, o crescimento da população total absorveu os excedentes. O fato é que um aumento

de 100% da produtividade da mão-de-obra melhorara bastante o rendimento per capita do setor agrícola. Tudo isso resultava dos esforços de uma sociedade que conscientemente procurou aperfeiçoar a sua lavoura, melhorando o gado, as alfaias e a terra, e que estava disposta a empregar para O efeito todos os seus recursos. A caracterização convencional do século XVII como «século das luzes» supõe uma vitória muito mais completa da razão sobre o fanatismo do que aquilo que efetivamente aconteceu. Em primeiro lugar, a área abrangida pelo movimento era restri-

sos sociais que haviam sido realizados. A propaganda da Revolução, porém, revelou-se mais eficaz do que aquela. As idéias que os exercitos franceses semearam gravaram-se na mente dos homens, €e o exemplo da Inglaterra mostrava que a democracia

parcial não conduzia necessariamente à anarquia

ou à tirania.

ta. Havia um largo fosso entre as duas porções da Europa, o Norte e o Mediterrâneo, e, nesta última, o Iluminismo passou quase desapercebido. A Igreja católica perdeu pouco da sua autoridade, e o seu declínio foi, em grande parte, um reflexo da relati-

va pobreza demográfica dos países católicos (aumento médio de 50%) em relação aos protestantes

(aumento médio de 75%). Mesmo no Norte, cada vez mais consciente do progresso do conhecimento e das artes, e de que este progresso podia e devia ser estimulado, via-se mais a luz na extremidade do túnel do que a plena claridade do sol. A única sociedade que rompeu definitivamente com o passa-

do foi a do Novo Mundo. As idéias da vanguarda intelectual da Europa foram formuladas pela Constituição de 1877. As idéias de responsabilidade democrática, de separação da Igreja e do Estado e da liberdade dentro da lei tornaram-se o fundamento da nova república e um direito inerente aos seus cidadãos. O Velho Mundo tinha uma tarefa bem mais difícil à sua frente — a de modificar uma sociedade já existente. A Revolução Francesa, importante no que toca à secularização, mostrou-se fraca quanto à liberdade e à democracia; a sua evolução para uma ditadura militar e a derrocada final desta concorreram para que se perdessem os poucos progres-

2 Cerca de 1 em cada 8 ingleses

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século XVIII. Por volta de 1815, eram tantas as ci-

dades pertencentes à mais baixa das cinco categorias indicadas no mapa que, não havendo espaço para inscrever Os seus nomes, tive que as numerar. Na outra extremidade

da escala, Londres,

a pri--

meira cidade a atingir este número, ultrapassa o milhão de habitantes. Em termos de porcentagens, o progresso da urbanização é um pouco menos impressionante, mercê do aumento da população total. Na Europa Ocidental atinge um total de 10%, o que significa que a Itália se tornou um país apenas razoavelmente urbanizado. Os Países Baixos continuam à frente, mas a sua proporção de 15% é idêntica à do século anterior. A França e a Espanha são os mais vagarosos (5 a 6%), a Inglaterra e a Escócia vêm em primeiro lugar com 20%. A rápida urbanização da Inglaterra e da Escócia é um reflexo do seu desenvolvimento industrial. Foi na segunda metade do século XVIII que este processo passou a ocupar o centro da economia da ilha; na primeira metade, a Grã-Bretanha era ainda uma sociedade agrícola e comercial. Isto não

quer dizer que a procura houvesse estagnado no período anterior; entre 1715 e 1760 o consumo anual de ferro (destinado principalmente à agricultura)

subiu de 30000 toneladas para 60000; a produção anual do carvão (a maior parte destinada a usos domésticos) de 3 milhões de toneladas para 6 milhões. Em 1760 a Grã-Bretanha passa à frente da república da Holanda como o país de mais alto rendimen-

to per capita da Europa. Nesta altura O país não ex-

portava um volume significativo de artigos manutfaturados.

As importações

(da Suécia e da Rússia,

ferro; do Báltico, madeira destinada a construções navais) eram pagas com o produto da venda de lã e do trigo inglês, e com as reexportações de produtos do Oriente e das Américas (algodões, da India, chá, da China, América).

açúcar,

das Caraíbas,

tabaco, da

Nesta confiante sociedade em expansão havia homens com capital para investir e homens com

92

1 Aberdeen 2 Dundee

3 Paisley 4 Belfast 5 6 7 8

imenso as vendas). Mas foram a cidade de Londres

e as classes médias que, em grande parte, financiaram a série de canais construídos posteriormente. Provavelmente mais de 1600 km de vias desta natureza, construídas na segunda metade do século, nunca chegaram a pagar o seu custo. O que esta mania provava era a grande facilidade em obter recursos destinados à realização de empreendimentos úteis. A indústria do ferro era um dos investimentos mais rendosos. Com a produção nacional paralisada devido à escassez de carvão vegetal, a GrãBretanha era obrigada a importar mais de metade. do ferro que utilizava. Abraão Darby mostrara que era possível a fusão do minério de ferro por meio do coque, mas faltava uma série complementar de inovações para que a indústria fosse economicamente rendosa; o produto acabado tinha que competir com o ferro sueco, em qualidade, e com o ferro russo, quanto ao preço. Os últimos elos da cadeia completaram-se durante a década de 80. Em con-

sequência

disso a produção

de ferro passou

de

30 000 toneladas em 1760 para 125 000 em 1800, enquanto a importação, anteriormente equivalente a toda a produção nacional, baixava para zero. Os maiores progressos verificaram-se, porém, na primeira década do século seguinte. Em 1815, a capa-

cidade de produção do ferro britânico sobe para um milhão de toneladas por ano — mais do que produzia todo o resto da Europa. Quanto ao car-

vão, a produção britânica eleva-se a 15 milhões de

toneladas por ano — cinco vezes mais do que o resto da Europa.

A expansão da indústria exportadora tradicio-

nal da Grã-Bretanha — os têxteis — foi igualmente notável. A produção de lã atingira quase o seu plafond econômico, não sendo assim possível um au-

mento espetacular da produção; o algodão foi a fi-

bra responsável pelo novo surto de produtividade.

Newcastle Oldham Hull Stoke

9 Wolverhampton

10 Nottingham

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

Norwich Bath Portsmouth Amiens Caen Reims Metz Nancy Orléans Angers Nímes Montpellier Toulon Valladolid Ecija Córdova Jaén Múrcia Cartagena

44 Nuremberg 45 Estugarda

46 Augsburgo 47 Bérgamo

48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62

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63 Pressburgo 64 Debrecen

65 Szeged 66 Belgrado

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68 Adrianopla

70 Konya 71 Kayseri

Palma

31 Mequinez 32 Leyden 33 Haia 34

Utrecht

36 37 38 39 40

Tournai Aix-la-Chapelle Colônia Bremen Brunswick

35 Bruges

41 Magdeburgo 42 Leipzig 43 Frankfurt

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As cidades cresceram rapidamente

idéias sobre investimentos. Compreensivelmente foi um mineiro quem forneceu as 250 000 libras para a construção de um canal destinado a ligar as suas minas de carvão com as cidades progressivas de Manchester e Liverpool (reduzindo a metade o custo do carvão no local de entrega e aumentando

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A Europa em 1815 3. Cidades, comércio e recursos

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Em 1800 o valor da exportação de artigos de algodão iguala o dos lanifícios. Em 1815 é três vezes maior. Tecnicamente, o progresso deu-se na fiação; sem uma fiação barata do algodão dificilmente se poderia materializar a sua vantagem potencial de preço sobre a lã animal. Com a introdução da máquina de 8 fusos de Hargreaves, em 1767, a produção do fiandeiro individual aumentou oito vezes.

Por volta de 1790, já trabalham 80 máquinas de fiar; a qualidade do fio mecânico melhorara para além de todas as expectativas e o seu custo baixara para um décimo do do fio manual. O «moinho», que se tornara o símbolo da «revolução industrial», era uma fábrica equipada com teares hidráulicos). O desenvolvimento da agricultura e da indús-

tria britânica e a extensão do seu avanço em relação às continentais reflete-se nos números relativos às receitas do Estado, em 1815. A Grã-Bretanha vem em primeiro lugar com 70 milhões de libras; segue-se a França com menos de 32 milhões. Muito atrás vêm a Rússia e a Áustria, com 10 milhões cada, a Prússia com 7, os Países Baixos com 6, e a Espanha e Nápoles com 3 milhões. Na Baviera, Sa-

sobre carris. Em 1815, já há no país mais de 1600 quilômetros de linhas férreas desta natureza. A máquina a vapor e a linha férrea são complementares — Ricardo Trevithick, que construíra o primei-

ro carro a vapor em 1801, constrói, também, um comboio a vapor, que põe em movimento em

1804. Dez anos depois, Jorge Stephenson vê a sua locomotiva deslizar sobre carris. Mas a era do caminho de ferro, que, para o vulgo, assinala o começo da sociedade industrial, só principiara com a abertura da linha de Stockton e de Darlington, em Durham, dez anos depois do fim do nosso período”. Em 1815 a Inglaterra ainda tinha muito mais campos verdes do que fábricas; a Armada Real sulca os oceanos em barcos de madeira, não muito diferentes dos de 100 anos atrás; só os mais clarividentes compreendiam que o carvão, o ferro e o vapor estavam a criar uma nação e um mundo novos.

bóia, Saxônia, Suécia, Dinamarca, Estados Pontifícios, Turquia,

Vurtemberga

e Portugal essas re-

ceitas variam entre 1 e 2 milhões de libras!.

Entre 1780 e 1815, as modificações são tão rápidas e os progressos realizados na Grã-Bretanha tão importantes para o período seguinte que somos tentados a exagerar o grau de industrialização existente em 1815. Mas, apesar dos ingleses possuírem então um setor industrial e comercial muito mais vasto do que o de qualquer outra nação, 40% da população ainda continuava a trabalhar na terra. Embora menor do que a porcentagem de 80%, normal na Europa, ainda é bastante alta. Ainda mais aliciante é a atração exercida pelas máquinas. Watt não só aperfeiçoara a velha máquina a vapor de Newcomen, havia muito tempo usada para esgotar a água das minas e fundições, como a tornara rotativa (1785).

Vendeu

este últimó modelo

a al-

guns dos proprietários de fábricas mais empreendedores. Ao mesmo tempo, os proprietários de minas começam a substituir o transporte manual pelo transporte em carros puxados a muares, deslizando

94

1 Existia o tear mecânico, mas só como raridade. A tecelagem

foi, em grande parte, uma indústria caseira até ao fim das guerras

napoleônicas. A indústria algodoeira inglesa obteve inicialmente a sua matéria-prima nas Índias Ocidentais, mas quando esta e outras fontes (como o Brasil e a India) se mostraram incapazes de satisfazer a

procura crecente, os comerciantes britânicos recorreram ao Sul dos Estados Unidos. Os plantadores desta região substituíram a cultura

do tabaco pela do algodão, e entre 1795 e 1815 a sua produção pas-

sou de um milhão de libras (4% das importações britânicas) para 55 milhões (55%). 2 O governo dos Estados Unidos tinha um rendimento de 4 mi-

lhões de libras (15'milhões de dólares).

3 O vapor começou a empregar-se para arrastar os barcos em

1801, quando Guilherme Symmington lançou um rebocador a vapor ao canal do Forth e Clyde.

Abissínia, 14, 16n.

Aspern, US, 81, 82n. Assembléia Francesa, 74 Astecas, 16, 16n., 20, 50 Astracã, H5, 36 Atahualpa, 20 Atlântico, oceano, Dé, 18, 24, 52, 78 Auerstadt (15 milhas a N. de Iena), 78, 80

Acádia, 52

Augusto I da Saxônia (II da Polônia), 58

ÍNDICE ades, (As coordenadas depois dos nomes das cid ro) etc., remetem para os mapas do fim do liv

Augereau, marechal, 80n., 82n.

Abukir, baía de (Batalha do Nilo) Y 10, 76

Austerlitz (A no mapa 79), 78

Acapulco (mapa 19), 22

Austrália, 24, 88n. Austria, 30, 32, 54, 66n. 72n.; invasões turcas, 36, 56; Guerra dos Trinta Anos, 40-44; Sucessão espanhola; 56-58; Sucessão austríaca, 66-

Açores, E6, 18n., 22n. Acre, Z9, 76

Açúcar, 42, 50, 52, 62, 64, 68, 92

Aden, H7, 14, 20m., 36 Adriático, mar, U7, 32

Ageganistão, 16, 20

Africa, 14, 50n., 52, 64, 68, 86; população,

88 Agricultura, 12, 90 Aguirre, Lope de, 24

12,

Alba, duque de, 38

css

Albânia, 84

Bajazeto II, 33

Amazonas, rio, B7, 24 América Central, 12, 18, 68, 86 América

Setentrional,

64n., 86, 86n.

exploração

18,

24,

Ameríndios, 16, 16n., 24, 70 Amesterdão. Rá, 42, 54, 60, 62 Amur, rio, H2, 52, 64 Anabatistas, 40 Anatolia, Y7, 14

Andes, cordilheira, A7, 24

Ansbach (A no mapa 75), 76n. Índias Antilhas, 42, 50, 64 (ver também Ocidentais); Grandes, B9, 18, 20 (ver também Cota, Hispaniola e Jamaica); Pequenas, D9, 192

Antilhas, Pequenas, ver Antilhas

Aragão, 30, 32, 32n., 34, 47; rendimentos, 28, 42

Baleia, 24 Báltico, U2, 32, 54; Guerra dos Trinta Anos, 44; de madeira, 92

Américas (população das), 12, 50, 88

Antuérpia, R9, 28, 42

Baleares, ilhas, R7, 30

Grande Guerra do Norte, 56-58; exportações

da,

Barba Ruiva, 34n. Barcelona, Q7, 47 Bascos, 30

3Ján., 58n.

Argélia, 36, 58n. Argentina, 12, 86

Arranque, teoria do, 10

Artois (C no mapa 31), 30, 34

Buda, US, 56 Bulgária, 84

Batava, república, 74, 76n., 80

Batávia, ver Jacarta

Batata, 60, 90n. inta Anos, 44Baviera, 32, 72n.; Guerra dos Tr -

58; Guer 48; Guerra da Sucessão da Espanha, erra napoGu 64; a, tri Aus da ão ss ce Su da ra

94 leônicas, 78, 80, 81; rendimento,

. Bayreuth (B no mapa 75), 76n Belgas, 33

nr

nstituição e definiBélgica, 42, 54, 56, 74, 84; co da, 33; rendimentos, 62

33, 56 Belgrado (mapa 89 nº 66),

Arcansas, 24 R8,

Breitenfeld (B no mapa 41), primeira batalha de, 46; segunda batalha de, 48

Bucovina, W5, 72n.

Batalha do Nilo, ver Abukin, baia

pda

Argel,

Boyle, Robert, 60 Brandeburgo, 30, 46-48, 54 Brasil, 18, 20, 22n., 42, 50, 52, 80, 88n., 94n. Breda, Rá, 46n., 48 Breisgau, verBaden, Alto

Bruxelas, R10, 47, 48, 82

Batalha das Nações, ver Leipzig

beres, 16

ém estados da, 58n.; ver tamb

Otoma-

indivinos na África do Norte e cada estado dualmente

Jerônimo, 80 José, 80, 81, 82n., 86 Luís, 80, 81 Napoleão, ver Napoleão do fim da Idade Média, 30; rendi28

Britânico, império, ver Inglaterra

Basiléia, S5, 76n.

Arcabuz, 6, 9, 20

Ártico, oceano, 24, 86n.

Bonaparte, Elisa, 80

Bremen, S3, 48, 58 Brest, P5, 68 Britânicas, ilhas, ver Inglaterra

Barbados, D1O0, 52

Bengala, 6, 7, 16, 64

Arcângel, G4, 24

Bolívar, Simão, 86 Bombaim, JS, 54n.

Bourbons, reis de França, 40, 82

Balcãs, W7, 14, 26, 56, 60

Amarelo, rio, ver Huão-ho

Boa Esperança, cabo da, G10, 18, 22, 64, 86

Bornholm, U3, 48 Borodino, X2, 82 Boston, D4, 70 Botany Bay, 88n.

Balboa, Vasco Nuífiez de, 22

55, 47, 48, 74; Alta (Sundgau), 32, 44,

Guerra dos Sete Anos, 72

Borgonha, ducado da (A no mapa 27), 30

Alexandre 1, czar, 81

pd

Bliicher, marechal, 80, 82: Boêmia, 32, 36; Guerra dos Trinta Anos, 44-48;

Borgonha, condado da (B no mapa 27), 30, 34, 54

Baikal, lago, H3, 52, 64

Almeida, Francisco de, 20 Alpaca, 12n.

Blenheim, TS, 58

Baffin, terra de, E3, 24

Albuquerque, Afonso de, 20 Algodão, 92, 94, 94n.

Bisnaga, 16

Baamas, BS, 18

nicas, 78-84; rendimentos, 42, 62, 94 Azov, ZA, 56, 58, 66

Baffin, William, 24 Baía, CB, 52

Alcácer Quibir, N9, 38n.

Birmânia, 16

Bonaparte, Bonaparte, Bonaparte, Bonaparte, Borgonha, mentos,

Baden, S5; Alto (Breisgau), 32, 47

Alasca, 68, 86

E

68; partilha da Polônia, 72, 76; guerras da Revolução Francesa, 74-76; Guerras napoleô-

Bernadotte, marechal de França, futuro Carlos XIV da Suécia, 80n., 82n. Bessarábia, W5, 84 Bessiêres, marechal, 80n., 82n.

o

Beresina, rio, 68 Bering, estreito de, F2, 52, Bering, Vitus, 68 Berlim, T4, 72

Cabo Verde, ilhas, D7, 18 Caboto, João, 18 Cabral, Pedro Alvares, 18

Cádis, N8, 78 Cairo, Y10, 14, 28 Calais, N9, 36n. Calcutá, 64

Calecut, K6, 14 Califado árabe, 14 Califórnia, 86

Calmuços, 64

Calvino, João, 40

Camboja, 16

Caminhos de ferro, 94

Canadá, 12, 50, 68, 70n., 86, 88 Canais, 62, 92 Canal do Meio-Dia (mapa 59), 62 Canárias, ilhas, E6, 18, 42

Câniora, 14n.

Cano, Sebastião del, 22

Cantão, K4, 14

Capricórnio, trópico de, 14

Caraíbas, 50 Caraíbas, mar das, CIO, 18, 62, 64, 68, 70, 78.

86, 88n., 92; ver também

Ocidentais

Carlos Carlos Carlos 34; com 36

Antilhas,

Índias

I de Inglaterra, 48 III de Espanha (futuro), 64 V, imperador, herança, 34; eleição, 28n., e os protestantes alemães, 36n.; guerras a França, 34, 36; guerras com os turcos,

Carlos VIII de França, 34

Carlos XII da Suécia, 56, 58 Carnática, 68

Carnot, 74

Carolinas, 24

Carteret, Philip, 22

Cartier, Jacques, 24

Carvão, 42, 62, 92

Carvão de lenha, 62, 92

Castela, 28, 30, 42, 47

Cateau-Cambrésis, QIO; Tratado de, 36n, 38 Cáucaso, Z5, 72 Cavaleiros da Livônia, 32, 36, 40

Cavaleiros de S. João, 36

Cavaleiros Teutônicos, 32, 36, 40

Cazaques,

16

Cazaquistão, 86

Ceilão, 14, 52, 86

Chá, 70, 92

Chams, Champas, 16 Chancellor, Richard, 24

Charleroi, R10, 54

Chernigov, X3, 34, 54 Chile, 12, 86

China, 14, 16, 20, 22, 64, 68, 92; população, 12, 88

Chipre, Y9, 36, 38n.

Cidades, 28, 42, 62, 92

Cinamomo, 14n., 18 Cisalpina, República, 76n.

Coque, 62, 92

Cristandade, 14, 16, 26, 34, 36 Clark, William, 86

Cleves (C no mapa 41), 46n. Clive, Robert, 7, 64 Cobre, 44

Coen, Jan, 52

Colbert, Jean, 54, 62 Colombo, Cristóvão,

18, 20, 42

Colônia (mapa 89, nº 42), 28 Companhia das Índias Orientais (Inglesa), 70 Companhia Holandesa das Índias Orientais, ver W.1.C.

Companhia Holandesa das Índias Orientais, ver

V.o.C.

Condé, ver Enghien

Confederação do Reno, 80

Conquistadores, 6, 20, 24, 50 Constantinopla (Istambul), X7, 8n., 28, 81

Escandinávia, conversão da, 26;reforma na, 40; rendimentos, 28 Escócia, 38n., 40, 48, 58n., 60, 68, 92 Escravos, comércio de, 20, 50n., 52, 62, 64, 88n. Escritas alfabéticas, 12, 14 Escudo (moeda francesa), 7 Eslavos, 30

Contrabando, 64 Contra-Reforma, 40

Córdova, Gonçalo de, 34

Coréia, 12, 16

Coroa (moeda francesa, éas), 7 Coronado, Francisco de, 24 Corsários, pirataria, 20, 52, 64

Espanha, união política, 30; guerras na Itália, 34-36; Império Mediterrâneo, 34, 36, 38n.;

Córsega, S7, 72n.

Guerra dos Trinta Anos, 46-48, 50; Sucessão

Cortez, Hernan, 6, 20 Cossacos, 20, 52, 54, 56, 64, 66

espanhola, 56, 62; Guerra dos Sete Anos, 68; Independência da América, 70; Guerras napoleônicas, 78-84; população, 60; economia e indústria, 42, 64; urbanização, 92; rendimen-

Couro, 42

Cracóvia, Vá, 54 Cravo, 14n. Creta, W9, 54 Criméia, Y5, 26, 72 Criméia, Guerra da, 80 Cromwell, Oliver, 48, 54 Cruzadas, 32, 33, 34, 56 Cruzado, 7 Cuba, B9, 18, 20

tos, 7, 42, 62, 94; Império no Novo Mundo, 6, 20, 22, 38, 50, 52, 56, 64, 70, 86

Especiarias, ilhas das, ver Molucas

Davis, Johan, 24 DAvis, estreito de, E3, 24 Davout, marechal, 78, 80, 80n., 81, 82n. Deli, 15, 16, 20, 68 Descartes, René, 60

Europa, população, 12, 26, 40, 88, 90 Explorações holandesas, 24

Deshneyv, cabo, F2, 52 De Soto, Hernando, 24 Desvalorização da moeda, 28 Dias, Bartolomeu, 18 Dinamarca, 36, 54, 81; Guerra dos Trinta Anos

44, 48; Grande Guerra do Norte, 56, 58; ren-

dimento, 94 Diretório, 74, 76 Direitos alfandegários, 28, 64

12

Ducado (moeda veneziana), 7, 7n., 62n. Duína, rio, W2, 56, 58, 72 Dunquerque, P9, 38, 54n.

Eyla (E no mapa 75), 80 Feodor, 44

Fernando de Aragão, 18, 30, 33, 34 Fernando I de Austria, 34, 36

Filipe de Borgonha, 34

Filipe II de Espanha, 20n., 38

Filipinas, 16, 48; população, 12

Finlândia, 58, 66, 81, 84

Finlândia, golfo de, VI, 44 Flandres (D no mapa 27), 30

Florença, T7, 32, 36n., 66, 66n., 84 Flórida, 24, 68, 70, 86

Durham, 94

Egito, 12, 28, 33, 76, 84 Elba, T7, 82 Elba, rio, T3, 80 Eldorado, 18, 20 Enghien, duque (futuro 48, 54 Escalda, rio, R9, 54

Explorações inglesas, 24 Extremo Oriente, 12, 14

Fernando II de Austria, 44, 46, 47 Fernando III de Austria, 47, 48 Ferro, trabalho do ferro, 16, 42, 62, 62n., 92

Diu, 20

Dniepre, rio, X4, 54, 66, 72 Domesticação dos animais (Novo Mundo), Dresden, T4, 82

rendi-

Eugênio, príncipe, 56, 58, 66

Deshnev, 52

Florim, 7

Fontainebleau, R5, 34

Formosa (Taiwan), L3, 64

príncipe de Condé),

Forth and Clyde, canal, Q2, 94n.

França, 30, 54, 70, 72n.; guerras na Itália, 34-36, 36n.:

Reforma,

Hinduísmo, Hindus, 14, 16

Hispaníola, C9, 18, 20, 52, 64; ver também S. Hohenlinden, T5, 76

Holanda, 33, 38, 42; ver também Países Baixos Holstein, T3, 30 Honduras, B5, 68 Horn, cabo (mapa 19), 24 Hooke, Robert, 60 Horda de Ouro, ver Tártaros Huão-ho (rio Amarelo), 12

Fronda, 54

Fynen, T2, 54

Galícia, V5, 72, 81 Galileu, 60 Gama, Vasco da, 18, 20, 22

Ganges, rio, KS, 16

Hudson, Henry, 24

Genebra, R6, 40 Gengibre, 14n.

Gênova, S6, 32, 72n., 74, 76n., 84

Gibraltar, N8, 68 Goa, K6, 20

Hudson, baia e estreito, D3, 24 Huguenotes, 38, 40

Hungria, 26, 32, 33, 54; conquista turca, 36; conquista austríaca, 56; população, 90; rendimentos, 28 Huygens, Christiaan, 60

Gotlândia, T2, 48

Estradas, 62

Desflorestamento, 62

Henrique VIII de Inglaterra, 38, 40 Hiderabade, 68 Himalaia, J4, 14, 16 Domingos, Haiti

Friedland (F no mapa 75), 80 Frobisher, Martin, 24

Godunoy, Boris, 44

pulação, 88, 88n.; constituição, 90; mentos, 94n. Estepe, 14; densidade populacional, 12 Estônia, VI, 32, 38, 56

Darby, Abraham, 62, 92

Frederico II da Prússia, 66, 72

Espírito Santo (mapa 19), 22 Essequibo, C6, 52 Estados, ilha dos (mapa 19), 24

mento, economia, 86, 94n.; crescimento, po-

Danzig (ver mapa 79), 76, 80

" rendimentos, 28, 42, 62, 94; urbanização, 92 Francisco I, 34-36, 38

Geórgia (Transcaucásia), 14, 86

Estados Gerais (franceses), 74 Estados Unidos da América, criação, 70; cresci-

Dalmácia, U7, 56, 80 Danúbio, rio, W6, 26, 36, 56, 78, 81, 84

74-76; Napoleão, 76-84; Condé, 50, 68, 70;

Especiarias, rota das, 14n., 28, 42 Espingardas, 6, 9, 46n., 56, 64; ver também Arcabuz

Curaçau, C10, 52

58; Guerra dos Sete Anos, 68, 72; Revolução,

40; Guerra dos Trinta Anos,

46, 48; Guerra da Sucessão de Espanha, 56,

Grã-Bretanha, ver Inglaterra

Iansequião, 12

Granada, P8, 30, 33 Grande Aliança (contra Luís XIV), 56-58; (con-

lena (J no mapa 75), 78-80

Grane Armée,

Igreja Ortodoxa, 26, 60

tra Napoleão), 84

78, 80, 80n., 82, 82n.

Grande Guerra do Norte, 56-58, 66n. Grandes Antilhas, ver Antilhas

Grandes Lagos da América, 64n.

Igreja Católica, 26, 40, 74, 78, 90

Iliria, U6, 81

Império

Germânico

(Sacro Império

36, 38, 54, 56; estrutura,

40; reorganização por Napoleão, 76, 78, 80;

Grisões (G no mapa 27), 32

Groenlândia, E4, 18, 24

Guadalupe, D9, 52

Congresso de Viena, 84 Império romano, 14, 26

Guerra Civil inglesa, 48

Impressão, 6, 14, 60

Guatemala, 86

Impostos, 28; ver também rendimentos

Guerra dos Sete Anos, 68, 70

Guerra da Sucessão espanhola, 56, 58, 66, 66n. Guerra dos Trinta Anos, 44-48, 54 Guiana, C7, 52, 84, 86 Guilherme I de Orange, 38 Guiné, FB, 14, 52

Guzerate, 20

Hispaniola S.

Hanôver, 56n., 58, 58n., 84n., 66, 72, 78

Henrique IV de França, 38, 44

Henrique VII de Inglaterra, 18, 38

Índias Ocidentais, 78, 94n.; ver também Antilhas Índias Orientais, ver Indonésia

Indonésia, 14, 1d4n., 52, 64, 86, 88n.: população,

Habsburgos, ver Maximiliano, Carlos V e Áustria

Hein, Piet, 52 Heligoland, S3, 84

na, 6, 64, 68, 70, 86; franceses na, 68: algodão

Índico, oceano, K7, 20 Indo, rio, J5, 14, 86

. Gutenberg, Johann, 6, 60

Hawke, almirante, 68

India, 14, 18, 52; população, 12, 88; britânicos

Índias Orientais Holandesas, ver Indonésia

Gustavo Adolfo, 44-46

Harvey, William, 60 Havana, B5, 68

Incas do Peru, 16, 20, 22 da, 92, 94n.

Guilherme III de Orange, 54, 56, S56n., 58

Hargreaves, James, 94

30; eleições impe-

riais, 28n., 30; rendimentos, 28, 30; Reforma,

Grécia, 33, 84

Haiti, 64, 86, 88n.; ver também Domingos Halberstadt, T4, 48

Romano),

12, 88

Indulgências, 28n., 40 Inflação, 7, 42

Inglaterra, história política: no tempo dos Tudors, 38; Reforma na, 40; Guerra Civil e Com-

monwealth, 48; guerras comos holandeses, 62, 64; guerras com Luís XIV, 56, 58; união com

a escócia,

58n.; ligação hanoveriana,

58n.,

84n.; Guerra da Sucessão da Áustria, 66; guer-

ras da Revolução Francesa, 74, 76; Guerras a

78-84; ver também

Parlamento

ês Inglaterra, história econômica, economia medie-

val, 28n.; população, 88n., 90; rendimen tos,

28, 42, 62, 94: urbanização ce industrialização, Inglaterra, império

na

Índia,

6, 64,

68, 70,

86;

império na América do Norte, 50, 64, 64n., 68,

70, 70n., 86; supremacia naval, 64, 68, 70,

76, 78, 86, 94 Wi,



Instrução, 6, 8, 14, 16, 60, 60n. Invencível Armada, 38 Irã, ver Pérsia

Irlanda, 38n., 48; população, .60, 90; Grande Fome, 60, 90n.

Isabel de castela, 18, 30, 33 Isabel de Inglaterra, 38, 38n. Islândia, islandeses, 18, 24

Islão, 14, 16, 26,60

.

Istambul, ver Constantinopla Itália, no Império Germânico, 30; conflito franco-espanhol na, 34, 36; Guerra da Sucessão espanhola, 56, 58; Guerra da Sucessão polaca, 66; Guerra da Sucessão austríaca, 72; guerras

da Revolução Francesa, 74, 76; reino napoleônico, 78, 80; unificação, 84; urbanização

na, 28, 92; declínio econômico na, 42, 62n.

lunão, K4, 16

Ivã, o Terrível, 36, 38, 44 Jacarta (Batávia), M5, 52

Jaime II de Inglaterra, S6n. Jamaica, B9, 18, 64, 86

Janizaros, 34n.

Japão, 10, 18, 20, 52; população, 12, 88 Java, 52

Jefferson, presidente, 86 Joana, a Louca, 34 Joliet, Louis, 64n.

Jônicas, ilhas, V8, 76, 76n., 80, 82n., 84 Kara Mustafá, 56

Kazan (mapa 89, nº 65), 14, 26, 36 Khmers, 16

Kiev (mapa 89, nº 66), 54 Koprulu, 54, 56

Kunnersdorf, U4, 72

Lã, 28n., 92 Lacerda e Almeida, 86 Lança,

lanceiros, 9, 34n.

Lannes, marechal, 80, 80n., 81, 82n.

Leczynski, Estanislau, 58, 66n.

Lecuwenhoek, Anthony van, 60

Leipzig (mapa 89, nº 46), 82, 82n.

Le

Maire,

Marianas (mapa 19), 22

Libra esterlina, 7

62, 92, 94.

Íngria,

Lião, R6, 44

Jacques, 24

Lena, rio, G2, 52, 52n Lens, P10, 48

Lepanto, V8, 38n.

Leuten, U4, 72, 72n.

Levante, Y9, 32, 81 Lewis, Meriwether, 86 Lhama, 10n.

Marignan (10 milhas a SE de Milão), 34

Ligny, R10, 82

Marinha, desenvolvimento da, 9, 62

Ligúria, república da, 76n. Lisboa, N7, 18

Lituanos, 32; ver também Polônia Liverpool, Q3, 92

Livônia, V2, 32, 36, 38, 44

Livros, produção de, 6, 8; ver também Impressão

Lombardia, TS, 66, 76 Londres, Q4, 24, 26, 48, 60, 62, 92

Luís Luis Luís Luís Luís

XI, 30, 32n., 34 XII, 34 XIII, 44 XIV, 54-58, 62 XVIII, 82, 82n.

80

Trinta Anos, 44-48

30, 32; Guerra

27),

Lutero, Martinho, 40

Lutter, T4, 44

Lutzen (L no mapa 41), 46

dos

Midlands, Q3, 62 "Milão, S6, 32, 34, 36, 36n., 47, 56, 58, 64, 66n., 74, 76n., 84: rendimentos, 28, 42, 62. Militar, revolução, 9 Mina, S. Jorge da, F8, 52 Minden, S4, 48 Ming, dinastia da China, 16, 52, 64

Magalhães, estreito de (mapa 19), 22, 24 Magalhães, Fernão de, 22, 24

Magdeburgo (mapa 89, nº 41), 47, 48 Maias, 12n., 16n. Maomé II, sultão, 33 Malabar, 20

Mogúncia, S4, 6; arcebispo de, 28n., 30, 40 V6;

batalha, 56

primeira

Malásia, 16, 18, 20, 22n., 86 Malpighi, Marcello, 60

Mons,

24, 32, 37, 80

Manchúria,

Manchus,

Q3,

32,

52, 64

Manila, L4,

Mântua, Tó, 74, 84 Máquina a vapor, 62, 94 Maratas, 68 Marca

(M no mapa

Marengo, Só, 76, 78

cade bp

Maria: I de gi Ira, “EAR

Maria Teresa, 66, 66n., 72

"

Nova França, D4, 52, 64n.

Nova Nova Nova Nova

Gales do Sul, 88n. Granada, B6, 86 Guiné, 88n. Holanda (Novos Países Baixos), 50, 52, 64

14n.

Obi, rio, 63, 24 Oesel, V1, 48 Oirats, 16

Okhotsk, mar de, H2, 52, 52n. Oran, P9, 58n. Orçamento, 28; ver também Rendimentos Orellana, Francisco de, 24 Orenoco, rio, B6, 24

Pacífico, oceano, 22, 24, 84

rendimentos, 28, 42, 62, 94

Joachim,

marechal

de

França,

Países

rei de

Nagasáqui, K3, 14 Napo, rio, B6, 24

pagto,

Noruega, 48, 58, 84 Noruegueses, 18, 24

Moscou, Y2, 26, 34, 36, 44, 52, 58, 82

Nápoles, 80n., 81, 82n.

41), 46n.

Berberia

Moreau, general, 74, 76, 76n.

Murat,

22, 68

Nordlingen, T5, 46, 46n., 47 Norte de África, 26, 33, 34, 34n., 36; ver também

Oudenarde, QIO, 58 Oudh, 68

Mosela, rio, S4, 36n., 48 Mosquitos, Costa dos, AS, 68, 70

52

Nobreza, 28, 74 Nômades, 12, 14, 40

Montezuma, 20

16

Moscovitin, 52n.

92

Nobel, prêmios, 8

Ormuz, J5, 20 Otomano, império, 14, 26, 33, 34n., 36, 42, 54, 56, 58, 66, 72, 72n., 76, 76n., 81, 82n., &4;

Montreal, C4, 24 Morávia (M no mapa 27), 32, 36

Mancha, canal da, Q4, 42, 82 Manchester,

14n., 20,

Mongólia Exterior, J3, 64

Malta, T9, 36, 76, 84 Mamelucos,

segunda

36;

Mollwitz, U4, 66 Molucas (Ilhas das Especiarias), M3, 22, 52; ver também Indonésia

Mongóis, 16, 18n.

Málaga, N8, 30

batalha,

Moldávia, 72n., 84

Malaca, LS, 14, 20, 22n., 52, 86

Nelson, almirante, 76-78 Newcomen, Thomas, 62, 94 Newton, Isaac, 60 Ney, marechal, 80n., 82, 82n. Nice, S6, 76n. Níger, rio, F7, 14, 16, 86

Noz moscada,

Mogóis, imperadores da Índia, 20, 68

Mohacs,

ver também

Novgorod, W1, 44

Moeda e cunhagem, 7

Madrid, P7, 46

88;

Nova Zelândia, 88n. Nova Zembla, G3, 24 Novo México, 24

Moamede Ali, 84 Modena, Tó, 72n., 76n.

86n.

SOn.,

Nova Inglaterra, C4, 52, 70

Mississipi, rio, C4, 64n., 68

Alexander, 86, 86n. D2,

México, 16, 20, 22, 24, 42, 86; população, 12, 50

Misore, 68

Maastricht, S4, 46n Macau (mapa 19), 52 Mackenzie, ro,

Mendana, Alvaro de, 22 Mesopotâmia, H6, 33 Metz, S5, 36n.

Michigan, lago, C4, 64n.

(L no mapa

Mackenzie,

Maurício de Orange, 38

México, Cidade do, (Tenochtitlán), B4, 16, 20 Mezalquibir, P9, 58n.

Luisiana, C4, 24, 64n., 86 Lusácia

Tráfico de escravos

Meclemburgo, T3, 44 Mediterrâneo, T9; comércio no, 32, 42, 62

Lourenço, o Magnífico, 32

T6,

Negro, rio, B6, 24 Negros, 14, 16, 50,

Maximiliano, 30, 34 Mazarino, cardeal, 54

Lorena, Rá, 30, 54, 66, 66n. Luanda, G8, 52 Lubeque, T3, 80 Lucca,

Marlborough, duque de, 56, 58, 68 Marmont, marechal, 80n., 82n. Marrocos, 14, 20, 38n. Martinica, D9, 52 Mascate, Jó, 64

Narva, Wl, 56 Navarra, 30, 34 Navios de Guerra, desenvolvimento, 62 Negro, mar, Y6, 56, 76n.

Napoleão Bonaparte, 72n., 74-86

Nápoles (cidade), T7

Nápoles,

reino de,

34, 36, 58,

rendimentos, 28, 42, 62, 94

64, 80, 82n.;

Baixos,

definição,

33; borguir 'iões, 30;

espanhóis, 34; revolta dos, 38; Reforma, 40;

Guerra dos Trinta Anos, 46, 46n., Sucessão es-

panhola, 56-58; guerras com a Inglaterra, 64; Sucessão austríaca, 66; Guerra dos Anos, 7/2; guerras da Revolução Francesa, guerras napoleônicas, 80-84 (ver também pública Batava); indústria e urbanização,

62, Sete 74; Re28,

28n., 42, 92; rendimentos, 42, 62, 94; marinha

mercante, 42, 62; império ultramarino, 50, 52, 86; ver também V. O.€.

Paraguai, 86

espanhol, 81

48, 54,

56n.,

90n.;

Parma, cidade-estado (P no mapa 31), 36n., 66,

66n., 84

Pérsia (Irã), 16, 20, 33, 86 Pérsico, polfo, H6, 20, 36

Peterwardein, V6, 66 Picardia (C no mapa 27), 30, 34 Piemonte, 33

Podólia, W4, 54, 56 Polônia, 7, 26, 32, 34, 36, 38, 44, 46, 54, 56, 58, 66n., 84; partilhas da, 72, 76; rendimentos, 28, 42 Polônia, Guerra da Sucessão da, 66, 66n.

Pólos geográficos, 24 Poltava (mapa 55), 58

Robespierre, 74

Rochefort, Q5, 78 Rochosas, Montanhas, C3, 86 Rocroi, R10, 48, 54

Rodes, X9, 76 Roma, 26

População na Europa, 26, 40, 60, 90 76-77;

rendimentos,

28, 42,

62, 94; império ultramarino, 20, 22, 36, 52, 64;

explorações de, 14, 18, 42 Poyarkov, 52

do Novo

Romanovs, 44 Romênia, 84 Rossbach, U4, 72, 72n. Rússia, 14, 20, 26, 32, 36, 44, 52, 54, 56, 58, 64, 66; Guerra dos Sete Anos, 72; partilhas da Polônia, 72, 76; guerras da Revolução Francesa, 76; guerras napoleônicas,

Mundo,

7, 20,

Protestantes, 36, 40, 90; ver também Huguenotes Protestantes, Liga dos Príncipes, 36 Provença, Ró, 32n. Províncias Unidas, ver Países Baixos

Próximo Oriente, densidades populacionais, 12; estagnação, 88

Prússia, V3, 32, 44-46, 54; Reino da, 56n., 58,

76n.; Sucessão da Austria, 64; Guerra dos Sete

Anos, 72; partilhas da Polônia, 72, 76; guerras

78-84; indústria do

ferro, 62, 92; população, 60, 90; rendimentos,

28, 62, 94; ver também

Moscou, Sibéria

Sabóia, 32, 36, 44, 56, 66, 66n., 74, 76n., 80, 84: definição, 33; rendimento, 42, 94

Sacro Império Romano, ver Império Germânico Safávidas, 20 Saintes, Batalha de, D9, 70 Salomão, ilhas (mapa 19), 22

Saluzzo, S6, 36n., Salzburgo, TS, 32, San Martin, 86 Santa Cruz (mapa Santa Fé, caminho

44 76

19), 22 de, 86

rendimentos, 94 Schouten, William, 24

Sebastião, rei de Portugal, 38n. Seda, Estrada da, 14, 28 Selim, o Cruel, 33

Sérvios, Sérvia, 84

Sião, ver Tailândia

Sibéria, H3, 14, 20, 52, 64 Sicília, T8, 26, 30, 58, 66, 80; rendimento, 7, 42 Siena, T7, 36n.

Silésia (S no mapa 27), 30, 32, 36, 44, 66, 72

Síria, 76 Smolensk, X2, 34, 44, 46n., 82

Socotorá, H6, 20n. Solimão, o Magnífico, 33, 36, 56 Songas, 16 Soult, marechal, 78, 80n., 82n. Spitzbergen, F3, 24 St. Kitts, D9, 52 St. Quentin, Rá, 36n.

Stephenson, George, 94

Romanov, Miguel, czar, 44

Pomerânia, U3, 30, 46-48, 54, 58, 72, 84 População (densidades), 12 População mundial, 12, 50, 88

Sete Anos, 72; guerras napoleônicas, 78-82;

Sífilis, 50n.

Rochosas, Montanhas, C3, 86

Plassey, K5, 6, 7, 64

22, 42, 46n., 52

Raman, €C.V., 8n.

Rochefort, Q5, .78

Pizarro, Gonzalo, 24

Prata, carregamentos

Sardenha, S8, 30, 58, 66, 80 Save, rio, U6, 66 Saxe, marechal, 66 Saxônia, 28, 36n., 40; Guerra dos Trinta Anos, 44-48; Sucessão da Polônia, 66n.; Guerra dos

Robespierre, 74

Pizarro, Francisco, 6, 20, 24

Praga, U4, 72, 72n.

Rajastan, 16

Rio da Prata, vice-reino do, 86

Pireneus, 32n., 34, 74

W1, 58, 82

Saara, deserto do, F7, 14, 16

Richelieu, cardeal, 44-48, 54 Rio Grande, Bá4, 24 Rio da Prata, B8, 20, 24

Pimenta, 14n., 18 Pirataria, 64; ver também Corsários

ver

São Salvador (Baamas), 18

Reno, província (do R. da Prússia), 84 Revolução científica, 9, 60 Revolução industrial, 8-10, 92-94

Peru, peruanos, 12, 16, 20, 24, 86

Haiti, Hispaniola

86;

Quito, 24

Recife, D8, 52 Recrutamento, 9, 46n. Reforma, 36, 40, 60 Reino Unido, ver Inglaterra, Escócia, Irlanda Rendimentos, gerais, 7, 28; específicos, 27, 42, 62, 94 Reno, rio, 32, 46, 48, 54, 56, 66, 72, 74, 76, 78

Pequim, 52

43,

São Petersburgo,

Ravensburgo, (R no mapa 41), 46n.

Peloponeso, V8, 56, 58

26,

Quiberon, P5, 68

também

64,

São Luís (Africa Ocidental), E7, 70

Ramillies, S10, 58 Ratisbona, T5, 81

Parma, duque de, 38 Passagem do Nordeste, 24 Passagem do Noroeste, 24 Pavia, S6, 36 Pedro, o Grande, 56, 58, 62 Pegu, 16

Portugal,

São Lourenço, D4, 24, 68

Quebeque, D4, 68

Paris, R5, 28, 38, 54, 60, 74, 82

Park, Mungo, 86 Parlamentos, 28; inglês,

Quatre Bras, R10, 82

São Domingos, C9, 18, 84 São Domingos (parte francesa),

Tarifas, 62

Stralsund, T3, 44

Stuarts, reis de Inglaterra, 38n., 56n. Sudão,

12, 14

Sudeste asiático, 16, 52

Suécia, 36, 38, 54, 66, 72, 82n., 84; Guerra dos Trinta Anos, 44-48; Grande Guerra do Norte,

56-58; rendimentos, 44, 94; exportação de metais, 44, 62n., 92

Suíça, Confederação, 76n.

30, 32, 34, 34n., 40, 76,

Sully, duque de, 44 Sundgau, ver Alsácia Superior Suvarov, Alexandre, 76

Sydney, 88n. Symmington, William, 94n. Tabaco, 52, 92, 94n.

Tais, Tailândia (Sião), 16

Taiwan, ver Formosa Tamerlão, ver Timur Tânger, N8, 54n.

Tannenberg, V3, 32

Tártaros da Horda de Ouro, 16, 26, 32, 34 Tasmânia, 88n.

Taxas de juro, 28 Teares, 94 Tenochtitlan, ver Cidade do México Terra do Fogo (mapa 19), 22, 24

Tetzel, Johann, 40

Thorn, U3, 76

Tibete, 12, 68 Tidore, M4, 52 Tilly, conde, 44

Tilsit, V2; Tratado de, 80, 81

Timor, M4, 52 Timur (Tamerlão), 14, 16 Timúrida, dinastia, 20; ver também Mongóis Tirol, T6, 56, 80

Tobago, D10, 70

Tombuctu, F7, 16, 20 Tortuga, C9, 52, 64 Toul, S5, 36n.

Toulon (mapa 89, Nº 23), 78 Trafalgar, cabo, N8, 78

Transcaucásia, Z6, 86 Transilvânia, 33, 36, 54, 56 Transoxiana, H5, 16, 20 Transportes, 62, 92, 94

Tréveros, S4, 30

Trevithick, Richard, 94

Trigo, preço do, 42

Trindade, D10, 18, 84

Tripla

Aliança

Suécia), 54

(Países

Baixos,

Inglaterra,

Trípolis, TIO, 58n. Tromp,

almirante, 46n.

Tudors, reis da Inglaterra, 28; ver também Henrique VII, Henrique VIII, Maria, Isabel I

Tunes, S9, 38n., 58n.

Turcos,

ver

Cazaques,

Otomanos,

Tártaros,

Usbeques, Turcos do Carneiro Branco Turcos do Carneiro Branco, 16, 20 Turquestão Chinês, J4, 68 Tyne, rio, Q2, 62

Ucrânia, X4, 58 a (U no mapa 75), 78 nião da Espanha e Portugal, União da Inglaterra com sa União dos reinos espanhóis, 30 Unidades de conta, 7n. Urais, montes, 20 Urbanização, 28, 42, 60, 62, 92 Uruguai, 86 Usbeques, turcos, 20 Ushant, P4, 70



28, 94 Pappenheim, 46

Santa Helena, E9, 82 São Bartolomeu , matança, 36

E se

Sa

Utrecht (mapa 89, nº 34), Tratado de, 58, 64

Valáquia, 66, 84

Valmy, R5, 74

Valois, reis de França, 38, 40

e

56, 76, 76n.; indulgências, 28; rendimentos,

da Revolução Francesa, 74; guerras napoleônicas, 78-84; rendimentos, 62, 94 Psok, Wl1, 34 Pueblo, índios, 24

CA

Palatinado, 28, 44-48, 72n. Panamá, BS, 20, 22, 64 Papado, Estados Papais, 22n., 32, 34, 36n., 40,

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Valteline, SS, 76n.

Vancouver, D2, 86 iola, 50

E

V4, 54, 58, 80; Ducado de, 80-81

Venécia, 80

Venezuela, 86

Veneza, T6, 28, 32, 34, 56, 58, 84; possessões no Levante, 33, 36; declínio, 42, 62n.; rendimen-

tos, 28, 42, 62; partilha, 74, 76n.

Verden, S3, 48, 58 Verdun, 36n.

Vermelho, mar, H6, 20n. Versalhes, R5, 54, 58

Vestfália, Paz de, 48; reino de, 80

Viena, US, 36, 56, 58, 74, 76, 78, 81; Congresso de, 84 Vietnã, 12, 16

Virgínia, 52, 70

Vístula, rio, 80

V.O.C.

(Companhia

Orientais), 52, 88n.

Holandesa

das

Índias

Vurtemberga, 94

Wagram, US, 81 Wallenstein, Albrecht von, 44, 46 Waterloo, R10, 82 Watt, James, 94

Wellington, Arthur Wellesley, duque de, 81-82 W.1.C. (Companhia Holandesa das Indias Ocidentais), 52

Wismar, T3, 48, 58 Yakutsk, G2, 52 Yorktown, C4, 70

Zelândia, 33, 38, 46n. Zondort, U3, 72

C

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Com este Atlas da História Moderna, Colin McEvedy organizou uma excelente obra de

consulta referente aos passos mais importantes do periodo que se

estende de 1483 a 18165. Cerca de 40 mapas

“acompanhados de pormenorizados comentários ilustram

as

viagens de Colombo, Fernão de Magalhães e Cook, a transição do poder do Mediterrâneo para as costas do

Atlântico e o demorado

esforco da Europa para controlar uma nova economia monetária. O presente volume enquadra-se numa série de três títulos, juntamente com Atlas

da História Antiga Atlas da História Medieval.

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A capa reproduz um pormenor de um plano da Batalha de Copenhague e, nas costas, um pormenor de um plano da Batalha do Nilo. Um e outro foram. recolhidos na obra de Sir Nicholas Harris Dispatches and Letters of Lord Nelson (National Maritime Museum, Greenwich).

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