As leis de Eshnunna (1824-1787 a.C.)

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ESHNUNNA FI]

L

l

|

E 1825 -17 7a. C.)

|

AS

LEIS

DE

ESHNUNNA

CENTRO

DE

Textos

INVESTIGAÇÃO E DIVULGAÇÃO Publicações CID

clássicos

do

pensamento

humano/5

Coordenadores

Arcângelo R. Buzzi Leonardo

FICHA Sindicato

CIP-Brasil, Nacional

Boff

CATALOGRAFICA Cotalogação-na-fonte

dos

Editores

de

Livros,

RJ.

SS

L546

As Leis de Eshnunna / introdução, texto cuneiforme transcrição, tradução e comentários [de] Emanuel Bouzon. — Petrópolis: Vozes, 1981. eo clássicos do pensamento humano; 5). p. Bibliografia,

I. 81-0188



1.

Eshnunna

Bouzon,



Emanuel

História

II.

2.

Série.

Leis

CDU —

de

Eshnunna

340,134(354 095.4 (oba)

EMANUEL

AS LEIS DE

BOUZON

ESHNUNNA

Introdução Texto cuneiforme em transcrição Tradução do original cuneiforme

e Comentários

Petrópolis 1981

(O) 1981, Editora

Vozes Ltda.

Rua Frei Luís, 100 25600 Petrópolis, RJ Brasil

Diagramação Valdecir Mello

A MEMÓRIA

DE

MEUS

PAIS

Sumário

Apresentação,

9

Lista de abreviaturas,

11

I. Introdução: As Leis de Eshnunna em seu l. As tábuas cuneiformes IM 51.059 e 2. O reino de Eshnunna nos séc. XX a 3. O «código» de leis de Eshnunna, 26 4. A sociedade de Eshnunna durante o IH. As Leis,

HI. O

Texto

contexto histórico e social, IM 52.614, 13 XVIII a.C., 15

período

babilônico

52

Cuneiforme

IV. Bibliografia,

em

Transcrição,

155

169

V. Fotografias das tábuas IM 51.059 e IM 52.614,

173

antigo,

13

33

Apresentação

O trabalho aqui apresentado sobre as leis da cidade-reino Eshnunna está baseado nas duas tábuas cuneiformes IM 51.059 e IM 52.614, descobertas nas escavações de Tell Harmal e que, hoje, se encontram no Iraq-Museum. O assiriólogo Albrecht Goetze as editou, pela primeira vez, em 1948 na revista Sumer. Em 1956 ele publicou, então, uma edição completa das leis de Eshnunna com transcrição do texto, tradução e comentários no «Annual of the American Schools of Oriental Research». Esta obra tornou-se a edição «standard» das leis de Eshnunna. Desde então apareceram outros trabalhos como os de E. Szlechter e Y. Reuven,

bem

como

inúmeros

artigos sobre

problemas

textuais,

filológicos e legais relativos ao texto das duas tábuas cuneiformes. Em língua portuguesa até agora não havia nenhum estudo sobre as leis de Eshnunna. A intenção do nosso trabalho é preencher esta lacuna. Nesta Edição brasileira foi seguida, com algumas variações, a mesma divisão em sessenta parágrafos adotada por A. Goetze. Na tradução vernácula procurou-se, quanto possível, uma grande fidelidade ao texto original, respeitando-se as locuções idiomáticas e o sabor típico da língua acádica. Mas, às vezes, a . inteligibilidade do texto exigiu uma tradução portuguesa mais livre. Nestes casos foram colocadas, ao pé da página, notas com o texto acádico e sua tradução literal. As palavras entre parênteses foram introduzidas para facilitar a compreensão do texto; as entre colchetes indicam uma conjectura ou reconstrução do texto original. Os comentários aos diversos parágrafos legais trataram, principalmente, de problemas textuais, filológicos ou gramaticais. Procurou-se, outrossim, comparar, sempre que possível, as leis de Eshnunna com leis paralelas de outras legislações do Oriente Antigo, que pudessem contribuir para uma

9

melhor compreensão da em seu contexto vital.

A cronologia

lei em

babilônica

questão,

bem

como

ainda

hoje,

um

é,

para

situá -la

problema

não

totalmente resolvido da assiriologia. Existem praticamente três sistemas de datação: a cronologia longa, a média e a curta. Pode-se notar, claramente, a diferença existente entre eles, comparando-se as diversas datas atribuídas ao reinado de Ham-

murabi. Assim a cronologia longa data o reinado de Hammurabi entre os anos 1848-1806 a.C.; a cronologia média entre 1792 e 1750 a.C. e a curta entre 1728 e 1686 a.C. Adotei neste trabalho a cronologia média, hoje a mais aceita graças aos argumentos e explicações de seus defensores, embora no «Código de Hammurabi» ainda tenha trabalhado com a cronologia curta (Cf. para uma visão panorâmica do problema: P. Garelli, Le ProcheOrient Asiatique p. 227-239). A todos que me incentivaram e ajudaram neste trabalho vai aqui o meu sincero agradecimento. Um agradecimento todo especial cabe, sem dúvida, ao colega e amigo Prof. Dr. Jean Bottéro, Paris, pelos proveitosos diálogos em Gif-sur-Yvette e pela bondade de colocar sua ótima biblioteca particular à minha disposição. «Last but not least», menciono agradecido a bolsa de pesquisador concedida pelo «Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico» (CNPq), que tornou possível uma dedicação mais intensa a este trabalho.

Rio, 22 de julho de 1980.

E.

10

Bouzon

LISTA

DE ABREVIATURAS

MSL: B. Landsberger, Materialien zum sumerischen Lexikon, Rom,

AASOR: Annual of the American Schools of Oriental Research.

1937s.

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MVAG: Mitteilungen der VorderGesellasiatisch-Aegyptischen schaft, Berlin/Leipzig, 18961944,

OIC — Oriental Institute Communications — The University of Chicago.

Ar.Or.: Archiv Orientalni, Journal of the Czechoslovak Oriental

Institute, Praga. ARM: Archives Royales Paris,

CAD:

1950s.

The

Assyrian

OIP: Oriental Institute Publicaof University The tions — Chicago.

de Mari,

OLZ: tung.

Dictionary

of the University of Chicago, Chicago-Gliickstadt, 1956s.

Or.: Orientalia Series).

CT: Cuneiform texts from Babylonian tablets in the British Museum, London, 1896s.

RA: Revue d'Archéologie

GAG: W. von Soden, Grundriss der Akkadischen Grammatik, Analecta Orientalia 33, Roma, 1952

JAOS: Journal of Oriental Society.

the

Orientalische

SD:

Studia

Orientis

Leiden,

SL:

American

(NS

=

Antiqui

ad

et iura

pertinentia,

1936s.

Rom,

Nova

d'Assyriologie Orientale.

et Documenta

A. Deimel,

kon,

Literaturzei-

Sumerisches

1925-1950.

Vorderasiatische

Lexi-

JCS: Journal of Cuneiform Studies. JEOL: Jaarbericht van het Vooraziatisch-Egyptisch Genootschap Ex Oriente Lux. JNES: Journal of Near Eastern

VAB:

KAR: Keilschrifttexte aus Assur religiôsen Inhalts, Leipzig, 1919.

ZDMG: Zeitschrift der Deutschen Morgenlândischen Gesellschaft.

YOS: Yale Oriental lonian Texts. ZA:

und

gie.

Studies.

11

Zeitschrift

fiir

Bibliothek.

Series, Baby-

vorderasiatische

Assyriologie Archãolo-

As

leis de Eshnunna

em

seu contexto

e social

histórico

51.059

IM

CUNEIFORMES

TÁBUAS

|. As

E IM

52.614

ns

a

ii

Oo

MM

O Tom

I. Introdução

Em Harmal,

torate

1945, durante as escavações conduzidas em Tell Abu uma pequena localidade ao sul de Bagdad, pelo «Direc-

General

of Antiquities»

Taha Baqgir*, veio à 10,5 cm x 20 cm. Ela

luz foi

do

Iraque,

sob

a direção

Sayid

uma tábua cuneiforme, que media registrada no Iraq-Museum com o

número IM 51.059. Os cantos superiores da tábua estão quebra-

dos e na parte de baixo faltam algumas linhas. Seu tipo de escrita muito amontoado e seu mau estado de conservação impediram que fosse imediatamente decifrada. Durante a terceira sessão de trabalhos arqueológicos em Harmal, no ano 1947, foi descoberta

uma

outra

tábua

cuneiforme

de

12cm

x

11,5 cm

em

sua parte mais larga, registrada com o número IM 52.614, que parecia constituir a parte inferior de uma tábua maior. O primeiro a reconhecer a natureza e o significado do texto que essas tábuas ofereciam foi o próprio Sayid Taha Baqgir.” Mas foi A. Goetze que decifrou o texto das duas tábuas e o publicou, por primeiro, com transcrição do texto cuneiforme e tradução inglesa em 1948.º Goetze denominou o texto IM 51.059 de tábua «A» e IM

52.614

As embora

de tábua

«B».

duas tábuas são duplicatas, contendo o mesmo texto, aqui e ali com algumas variações tanto do ponto de

1. Para um relato completo das escavações cf. a revista 2 (1946) 12s; 22-29 e 4 (1948) 1375. 2. Cf. Sumer 4 (1948) 525. 3. Cf. Sumer 4 (1948) 63-91. Fotografias das tábuas «A» em ibid. «Plates» I-IV e em JCS 2 (1948) «Plates» I-IV.

13

Sumer

e

«B»

vista ortográfico, como

textual. A tábua

«A»

é a mais

completa.

A «B» apresenta uma escrita mais clara e mais bonita, mas está em

As

estado duas

mais

lacunar

tábuas,

do

contudo,

que

de

a «A»,

faltando

alguma

maneira

várias

linhas,

se

completam.

diversos

parágrafos

Elas contêm um corpo de leis, que A. Goetze dividi u em sessenta

parágrafos."

A

introdução,

bem

como

os

legais, mencionam diversas vezes o reino de Eshnun na, o que levou Goetze a concluir tratar-se do corpo de leis do reino de Eshnunna.

Além

disso as duas

tábuas foram

lidade onde outrora estava situada a que pertencia ao reino de Eshnunna. A tábua

«A»

foi encontrada

descobertas

cidade

de

na loca-

Shaduppum,

na sala cinco do assim chamado

«serai»* sob o pavimento da camada arqueoló gica II." «B» jazia, igualmente, sob o pavimento da ca mada outras tábuas do tempo do rei Dadusha de Eshnunna .* A logia mostrou que, das quatro camadas encontradas nas

A tábua II entre arqueoescava-

ções de Tell Harmal, a primeira pertencia ao períod o acádico, a segunda e a terceira ao período babilônico antigo e a quarta ao período cassita.* Na camada II, destruída pelo fog o, foram encontradas tábuas cuneiformes datadas do tempo de Ibalpiel II e de seu pai Dadusha, reis de Eshnunna.” A própria evidência arqueológica

nos

obriga,

pois,

a

datar

as

duas

tábuas

em

um

período pré-hammurabiano. E esta datação é confirmada pela paleografia. Ambas as tábuas apresentam um tipo de escrita do período babilônico antigo mais arcaico do que o empregado pelos escribas de Hammurabi. A tábua «B» foi encontrada entre outros

objetos pertencentes

ao tempo

do reinado

de Dadusha.”

A tábua

4. Em «The Laws of Eshnunna Discovered at Tell Harmal>, em Sumer 4 (1948), p. 91, Goetze termina com a observação «S8 60 and 61 (A IV 33-37) mutilated and incomprehensible». Mas na edição standard, AASOR, 31, ele já dividiu em 60 parágrafos. 5. Cf. S. Taha Bagir em Sumer 5 (1949), p. 35s. 6. Cf. A. Goetze, Sumer 4 (1948), p. 65: «The exact enance of the piece is room 5, also located in the «serai» (it is the prov room between S and 17 that is unmarked on the plan in Sumer, vol. II n. 2)».

level

The

7. Cf. A. Goetze

ibid.:

«...

it was

found

Il». | 8. Cf. A. Goetze, ibid, p. 65, e The Laws 9. Cf. S. Taha Bagir em Sumer 2 (1946),

10. Cf. S. Taha Laws

Bagir, Sumer

of Eshnunna,

11, Cf. S. Greengus,

p. 4, Old

2 (1946),

Babylonian

below the pavement

of Eshnunna, p. 25..

o p. 3. mr

p. 25. Cf. tb. A.

Tablets

from

Ishchali

of

Sê)

Goetze,

and

Vici-

nity, p. 19. Na cronologia seguida por D. O, Edzard, .p. ex. o reinado de

14

«A» parece um pouco mais antiga do que a «B». Mas uma determinação mais exata da data de composição das duas tábuas não nos é possível. As tábuas IM 51.059 e IM 52.614 não são, contudo, o texto

original

das

leis

de

Não

Eshnunna.

se

até

sabe,

hoje,

se

O

texto original dessas leis foi esculpido em alguma estátua, como as leis de Hammurabi, ou em alguma pedra. As duas tábuas que possuímos são cópias de textos anteriores. Provavelmente

não são, nem mesmo, cópias oficiais.” Elas apresentam, aqui e ali, pequenos erros de cópia, corrupções do texto e diferenças textuais entre si, que dificilmente se encontrariam em um texto oficial e muito menos no texto original.” As duas tábuas, IM 51.059 e IM 52.614, são, certamente, o produto de uma escola de escribas, onde o texto das leis era recopiado, muitas vezes, para servir na formação literária e jurídica dos futuros escribas e funcionários públicos. 2. O

REINO

DE ESHNUNNA

Nos

SécuLOos

XX

A XVIII

A.C.”

No fim do século XXI a.C., durante o reinado de Ibbi-Sin *, a terceira dinastia de Ur começou a se desagregar. Era o fim da renascença suméria. Os exércitos elamitas e seus aliados destruíram completamente Ur, a capital do reino, e levaram o Narâmsin,

irmão

de

Dadusha,

acabou

pouco

antes

de

1800

a.C.

e por

essa época começou o reinado de Dadusha. Cf. Fischer Weltgeschichte, vol. 2, p. 184. 12. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 14: «lt also follows from these observations that neither «A» nor «B» were official copies of

the laws.

Official copies would

not be faulty to the extent

that «A»,

at

apparently is. The copies, then, were private copies». 13. Cf. a lista de diferenças ortográficas entre «A» e «B» e de erros e omissões existentes nas duas tábuas, apresentada por A. Goetze em The Laws of Eshnunna, p. 5-14. 14. Para um panorama histórico desta época, cf. A. Scharfi-A. Moortgat, Aegypten und Vorderasien im Altertum, p. 217-317; H. Schmôkel, Geschichte des Alten Vorderasien em Handbuch der Orientalistik, vol. 2, parte III, p. 73-118; J. Bottéro, «Das Erste Semitische Grossreich», em Fischer Weltgeschichte, vol. 2: Die altorientalischen Reiche 1, p. 91-128; D. O. Edzard, ibid., «Das Reich der Ill. Dynastie von Ur und seine. Nachfolgestaaten», p. 129-164 e «Die Altbabylonische Zeit>, p. 165209; H. W. F. Saggs, Mesopotamien, p. 96-130. P. Garelli, Le ProcheOrient Asiatique, p. 97-137. 15. O rei Ibbi-Sin reinou de 2027-2003 a.C. least,

15

rei Ibbi-Sin, prisioneiro, para o Elam.“ Com a queda de Ur desaparecia o centro de unidade da Mesopotâmia. Durante os séculos XX, XIX e começos do século XVIII, o quadro político da Babilônia é marcado pelo aparecimento de uma série de dinastias locais, dominadas por semitas, entre as quais se destacavam Isin, Larsa, Babel e na região do rio Diyala, um

afluente do Tigre, o reino de Eshnunna.

A presença de povos semitas no cenário político da Mesopotâmia data, contudo, de época bem mais antiga. Já no período

conhecido entre os assiriólogos encontram-se indícios claros da

como «friihndynastische Zeit» " presença semita no norte da

Babilônia e na região do Diyala. Os testemunhos mais antigos, que com certeza nos mostram a existência de semitas na Mesopotâmia, são os nomes próprios encontrados nos textos arcaicos

de Ur e as palavras de origem semita mais antigas que entraram na língua suméria. As descobertas arqueológicas demonstram, também, para essa época, uma diferença profunda entre o norte e o sul da Babilônia. Na região do Diyala os arqueólogos encontraram um grande número de estatuetas votivas, chamadas entre os assiriólogos de «orantes», que apresentam formas completamente diferentes dos modelos da plástica suméria.” O tipo de construção de templos é, nessa região, diferente do tipo clássico de templo sumério. A cerâmica pintada de escarlate — a Chamada

da região

«scarlet-ware»

do

Diyala

em



é um

relação

outro

aos

sinal

modelos

da independência

sumérios.”

Esses

16. Cf. D. O. Edzard, op. cit., p. 149-152. A queda de Ur foi considerada como o fim de uma época de esplendor e de glória, como aparece na célebre lamentação suméria, que S. N. Kramer traduziu com o título «Lamentation over the Destruction of Ur» em ANET? p. 455-463. Cf. tb. a

tradução

alemã

de

A.

Falkenstein

em

«Sumerische

und

Akkadische

Hymnen und Gebete», p. 192-213. Sobre o reino de Elam ct. W. Hinz, Das Reich Elam. 17. Sobre o periodo «friindynastische Zeit» D. O. Edzard em Fischer Weltgeschichte, vol. 2, p. 57 observa: «Mit dem Terminus “riihdynastisch'

ist

die

Periode

vom

Ende

der

Friihgeschichte

Mesopotamiens

bis

zur

Griindung des Reiches von Akkade gemeint». Portanto abrange mais ou menos desde o ano 2800 até 2340 aC. Em português poderíamos chamar de período proto-dinástico.

18. Cf. A. Parrot,

Archéologie

Mésopotamienne,

vol. P. 369-302; H. Frankfort, Sculpture of the Third Millenium I: BCLesfromÉtapes, Tell Asmar and Khafajah, Chicago, sen, The Gimilsin Temple and Chicago, 1940.

1939; H. Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobthe Palace of the Rulers at Tell Asmar,

19. Cf. A. Parrot, ibid. p. 385.

16

semitas estavam, provavelmente, relacionados com os grupos acadianos, que pelo norte, mais especificamente pela Síria, entraram na Mesopotâmia, estabelecendo-se na região do Diyala e penetrando, aos poucos, no norte da Babilônia, onde formaram em Kish um grande centro semita. No período «friihdynatisch ll», pelo ano 2700 a.C., esses grupos nômades já se tinham tornado completamente sedentários e podiam assim influenciar de maneira decisiva na arte e na cultura da região norte da Babilônia. A influência semita vai crescendo tanto na Babilônia, que pelo ano 2340 a.C. Sargão (acad. Sarru kên = «rei verdadeiro») consegue estabelecer a primeira dinastia semita na história da Babilônia.” Sargão construiu para sua capital a cidade de Acade, cuja exata localização nos é até hoje desconhecida. Provavelmente, ela foi construída às margens do Eufrates, perto das antigas cidades de Sippar e Kish. O caráter neutro da nova capital facilitava, sem dúvida, a tarefa de união do norte da Babilônia com as tradições sumérias do sul. Sargão e seus descendentes conseguiram manter unida a Babilônia sob o seu cetro durante cerca de cento e quarenta e dois anos. Depois do desaparecimento trágico do último descendente de Sargão, Sharkalisharri, em 2198 a.C., o reino

entrou

em

desagregação

e a região

foi

dominada

por

um

grupo de bárbaros chamados «guti».” Pelo ano 2120 a.C. o sumério Utu-hegal, rei de Uruk, conseguiu libertar a Babilônia da dominação guta” e em 2111 a.C. o ENSÍ de Ur, Urnammu,

fundou uma nova dinastia, a terceira de Ur, começando uma verdadeira renascença suméria na Babilônia.* Urnammu assumiu em suas inscrições o título «Rei da Suméria e de Acade».

Na região do rio Diyala, um centro antigo de tradições semitas foi, sem dúvida, a cidade de Eshnunna. Estava situada na margem direita do Diyala, na localidade hoje conhecida como Tell

Asmar,

20. Cf. J. Weltgeschichte relli,

Le

cerca

de

35

km

a nordeste

de

Bagdad.”

Bottéro, «Das Erste Semitische Grossreich» em vol. 2: Die altorientalischen Reiche I, p. 91-128;

Proche-Orient

Asiatique,

p.

82-96.

O

nome

Fischer P. Ga-

21. Cf. C. J. Gadd, «The Dynasty of Agade and the Gutian Invasion» em Cambridge Ancient History, vol. I, cap. XIX. 22. Cf. P. Garelli;, Le Proche-Orient Asiatique, p. 93-96; H. Schmôkel, Geschichte des Alten Vorderasien, p. 52s. 23. Cf. P. Garell;, Le Proche-Orient Asiatique, p. 97-115; D. O. Edzard, «Das Reich der III. Dynastie von Ur und seine Nachfolgestaaten» em Fischer Weltgeschichte vol. 2, p. 129s. 24, Cf. H. Frankfort, Th. Jacobsen, C. Preusser, Tell Asmar and Khafaje, Oriental Institute Communications n. 13, p. 1.

17

primitivo da cidade era, como aparece nos textos da época sargônica, iS-nunti.* Este nome não se pode explicar etimologicamente nem pela língua acádica, nem pela suméria. Aliás, a antiga toponomástica da região do Diyala, com nomes como ISnun,

Tutub,

que não

são nem

semitas

nem

sumérios,

mostra

influên-

cia estrangeira, eventualmente do Elam. É provável que a popu-

lação dessa região se tenha formado, já no período «proto-dinástico», da mistura de camadas semitas com outros grupos não semitas provenientes da região elamita. Foi somente durante a terceira dinastia de Ur que o nome ISnun gia suméria popular e se transformou em

recebeu uma etimoloESnunna, nome inter-

pretado em sumério como «Templo do príncipe».* A partir de Ur Il as notícias sobre Eshnunna são mais frequentes nos textos babilônicos. Durante a dominação dos reis

de Ur, Eshnunna tornou-se um estado vassalo da potência centralizadora de Ur. Pelo menos a partir do trigésimo ano do reinado de Shulgi, Eshnunna estava totalmente nas mãos do rei

de Ur.” Foi Shulgi quem reconstruiu o templo «E-SIKIL» do deus TiSpak, divindade principal de Eshnunna.* Os textos do tempo de Shulgi mencionam, pelo menos, três governadores (ENSÍ) de Eshnunna nesta época: Urgedinna, Bamu e Kallamu.? Este último foi transferido por Shulgi de ENSI de Kazallu para ENSÍ de Eshnunna. Ele deve ter governado Eshnunna, provavelmente, até o nono ano de Amar-Suen, sucessor de Shulgi.” Um outro ENSÍ de Eshnunna, Ituria, que é mencionado nos textos de Ur a partir do nono ano do rei 25. 1. J. Gelb, Sargonic Texts from the Diyala region, Chicago” 1961, n. 235 (Kh 193440 = A 22.029): 3; 275 (A 7.772): 3; 318 (A 7.861): 12. 26. Cf. D. O. Edzard, Fischer Weltgeschichte, vol. 2, p. 70. | 21. Cf. P. Garelli;, Le Proche-Orient Asiatique, p. 99s. Cf. tb. A. Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple and the Palace of the Rulers at Tell Asmar, p. 196. 28. Cf. H. Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple Pp. 196. Cf. tb. H. Frankfort, Th. Jacobsen, C. Preusser, Tell Asmar and Khafaje — OIC 13 — p. 51-59. | : 29. Urgedinna aparece como ENSÍ de Eshnunna no ano 31º “de

Shulgi, ié: pelo ano 2062 a.C. Bamu é mencionado no ano' 46 de Shulgi, é:

pelo ano

2047

a.C.

cf. The

Gimilsin

Temple,

30. Os textos aludem a Kallamu como ENSÍ

p.

196.

de Eshnunna

copo

no ano 47

de Shulgi, i1.é: pelo ano 2046, no nono ano de Amar-Suen, que reinou de 2045-2037, e pelo ano 2036 aC. CE C. E. Keiser, Selected Temple

Documents of the Ur Dynasty (YOSB IV) mn. 61:5, 18

-

'

o

E E

e

SS

A E

Shu-Sin ”, construiu na cidade de Eshnunna um templo para cultuar a «divindade» de seu soberano Shu-Sin. Durante:.o reinado de Ibbi-Sin, uma coalizão entre o grupo de semitas ocidentais — Amurrum, chamados nas fontes sumé-

rias MAR.TU* — e elamitas prepara o fim do império sumério. O material arqueológico proveniente de Tell Asmar nos mostra Eshnunna aliada a essas duas forças da época. Provavelmente Eshnunna readquiriu

sua independência

política pouco

depois

do

segundo ano do reinado de Ibbi-Sin.* O ENSÍ Iushuilia, filho de Ituria, já não se chama mais em suas inscrições «servo do rei de Ur», como o fazia seu pai, mas assume o título de «poderoso rei do país de Warum».* Em uma inscrição do ENSÍ Nur-ahum, contemporâneo do início da dinastia de Isin, lê-se: «Nur-ahum,

que

bem-amado

de TiSpak,

ensíi de Eshnunna».*º

Depois da queda de Ur, Ishbi-Erra, um general de Ibbi-Sin, fundara

pelo

ano

vão continuar a herança

2017

a.C.

a dinastia

de

Isin,

política de Ur. Os grupos

tentou

nômades

em

de

semitas ocidentais (MAR.TU), que contribuíram de maneira decisiva para a queda do império, não se submeteram a Ishbi-Erra. Sua consciência tribal profunda os fazia fiéis a seus príncipes que 31. Shu-Sin — seu nome era lido antigamente milsin — reinou em Ur nos anos 2036-2028 a.C.

32. Trata-se ção arqueológica direção de Seton

pelos

sumerólogos

Gi-

do célebre templo de Gimilsin descoberto pela expedido Instituto Oriental da Universidade de Chicago sob a Lloyd nas escavações de Tell Asmar. Para um relatório

arqueológico completo sobre esse templo cf. H. Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple and the Palace of the Rulers at Tell Asmar, Chicago, 1940. Os soberanos da 3º dinastia de Ur, a partir de Shulgi, fe divinizados em vida, como mostra o costume de preceder os seus nomes com o sinal DINGIR determinativo dos deuses. Este costume parece ter sido iniciado pelo rei Naram-Sin de Acade e assumido pelos monarcas de Ur Ill. Cf. sobre este assunto H. Frankfort, Kingship and the. Gods, p. 224s. Ja. Cl D; O; Edzard, Die «Zweite Zwischenzeit» Babyloniens,p. 30s. Esses semitas são também denominados na literatura especializada de «amoritas». —. Cf. sobre o problema I. J. Gelb, «The Early History of the West Semitic Peoples» em JCS 15 (1961), p. 27s; H. Klengel, «Zu einigen Problemén des Altvorderasiatischen Nomadentums», Ar.Or. 30

(1963), p. 585S.

34. Cf. .H.. Frankfórt,

159.

Ss. Lloyd, Th.

Jacobsen, The

Gimilsin

Temple,

35. Cf. idem, The Gimilsin Temple, p. 196. Mais tarde assumiu tb. o título «Rei das. quatro regiões». 36. Cf. E. Sollberger-). E Kupper, Inscriptions Royales Sumériennes et Akkadiennes, p. 235.

19

eram, ao mesmo tempo, os antigos xeques das respectivas tribos. Destarte a Babilônia se dividiu em numerosas cidades-reinos rivais entre si.“ A unidade política da Babilônia só foi restabelecida, novamente, por Hammurabi, muitos anos depois. Foi justamente no período entre a queda da dinastia de Ur

(+ 2003 a.C.) e o começo do reinado de Hamm urabi a.C.) que Eshnunna conheceu momentos de grande territorial, e conseguiu entrar de maneira determinante

(= 1792 expansão no cená-

rio político da Babilônia. Essa

nova

fase

de

Eshnunna

começou

sem

dúvida

com

o ENSI Kirikiri Seu nome não é nem de origem suméri a, nem semita. H. Frankfort levanta a possibilidade de que Kir ikiri tenha entrado na Mesopotâmia com os exércitos elamitas e tenha recebido Eshnunna como parte na divisão dos despoj os.* Mas nada sabemos, ao certo, sobre a origem de Kirikiri.” Conhecese uma inscrição de Kirikiri em um selo oferecido a seu filho Bil alama: «TiSpak, rei forte, rei do país de Warum: Kirikiri, o governador (ENSÍ) de Eshnunna, ofereceu (este selo) a Bilalama

seu filho».º Foi, provavelmente, durante o governo de Kirikiri que a cidade Tutub — hoje Khafaje, cerca de 15km a leste de Bagdad — foi anexada ao reino de Eshnunna. Seu filho e sucessor Bilalama é melhor atestado

nas fontes arqueológicas encontradas em Tell Asmar. Parece ter assumido o governo pelo ano 1970 a.C. Continuou o bom relacionamento com os elamitas; sua filha Mekubi foi dada em casamento a Tanruhuratir, rei do Elam.* Conseguiu manter sob controle as

hordas mínio

37.

dos Amurru,

sobre

outras

Cf. J. R.

servindo-se

cidades

Kupper,

Les

deles para

vizinhas.“

Nomades

en

Desta

expandir

maneira

Mésopotamie

au

o seu dodeve

ter

temps

des

rois de Mari, Paris, 1957. Cf. tb. B. Hrouda, Vorderasien 1, p. 154s. 38. Cf. H. Frankfort, Th. Jacobsen, C. Preusser, Tell Asmar and Khafaje, p. 27: «We may well argue, therefore, that the rise of Eshnunna as an independent power was due to its ruler's relations with the con-

querors who

defeated the 3d dynasty

of Ur. Most

likely Kirikiri entered

the country together with the Elamites and received Eshnunna as his share of the spoil». 39. Cf. D. O. Edzard, Die «Zweite Zwischenzeit» Babyloniens, p. 72. 40.

Cf. E. Sollberger-J.

R. Kupper,

et Akkadiennes, p. 235s. ais Crar: Thureau-Dangin,

Die

Inscriptions

Sumerischen

Royales

und

Sumériennes

Akkadischen

Kô-

nigsinschriften, p, 180, XIX, 3. — Cf. tb. W. Hinz, Das Reich Elam, p. 71. 42. Cf. Khafaje, p.

H. Frankfort, Th. Jacobsen, C. Preusser, Tell Asmar and 31 as seguintes «fórmulas de data» do reinado de Bilalama:

20

E

conseguido controlar as cidades Ká-!i-ba-um e Bad-bar“!, Bilalama é conhecido também como o reconstrutor do templo

E-SIKIL de Eshnunna, dedicado a TiSpak, o deus cidade. Em uma das fórmulas de datas do governo lê-se: «Ano em que Bilalama, ensí de Eshnunna,

principal da de Bilalama construiu o

E-SIKIL de TiSpak».“ Esse fato foi, também, registrado em uma pequena inscrição encontrada em alguns tijolos do palácio,

que estavam destinados originariamente, sem dúvida, à construção do templo: «Para TiSpak, seu senhor, Bilalama, seu amado e seu enviado, ensí de Eshnunna, construiu E-SIKIL, que ele ama».“ Bilalama reconstruiu, também, o palácio de Eshnunna e adaptou para uso profano o antigo templo dedicado ao rei de Ur, Shu-Sin.* A arqueologia mostrou que, durante o governo de Isharramashu, sucessor de Bilalama, o palácio de Eshnunna foi incen-

diado. * Esta catástrofe se deve, provavelmente, a uma invasão de Anumutabil, um aventureiro que, aproveitando um momento de fraqueza da dinastia de Isin, estabeleceu-se na cidade de «Year when Amurru destroyed Ka-ibaum» (Tell Asmar 248). «Year when Badbar and Ka-ibaum were built» (Tell Asmar 252). «Year when Amurru destroyed Ishur» (Tell Asmar 246). «Year when Amurru intrusted Bilalama with the rule of Ishur» (Tell Asmar 253). E Frankfort conclui: «The last formula, in its completeness, contains the key to the understanding of all of them, It appears that the Amorites ravaged and plundered cities in the neighborhood with the connivance of Bilalama, who annexed and rebuilt them after the nomads had taken the loot which constituted their exclusive interest in those towns». 43. Cf. H. Frankfort, Th. Jacobsen, C. Preusser, Tell Asmar and Khafaje, p. 45.

44, Cf. H. Frankfort, Th. Khafaje, p. 45: a-na “TiSpak

5.

45. and the 46.

Khafaje,

10. Cf. H. Palace Cf. H. p. 32s.

Jacobsen,

C.

Preusser,

Tell

Asmar

and

be-li-Su bi-la-la-ma na-ra-am-Su U na-ás-pár-Su ENSÍ áS-nunki é-sikil-am Sa i-ra-a-mu ib-ni Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple of the Rulers at Tell Asmar, p. 47. Frankiort, Th. Jacobsen, C. Preusser, Tell Asmar and

21

Der, na região oriental do rio Tigre.” Como sucessor de Isharramashu aparece um tal Usurawasu, provavelmente idêntico com o homônimo mencionado em duas tábuas cuneiformes de Tell Asmar como um habitante de Der e enviado de Anumutabil.º

Mas a independência de Der deve ter terminado nado de Iddin-Dagan (+ 1974-1954 aC.), lá

Ishme-Dagan, antes de assumir foi governador de Der.º As fontes

mencionam

dois

em

1953

durante o rei. que seu filho

a.C. o trono de Isin,

personagens

portadores

de nomes

sumérios como ENSÍ de Eshnunna depois de Usurawasu. O primeiro, Ur-Ninkimara, reconstruiu o palácio do governo.” Do

segundo, Urningishzida, não sabemos praticamente nada mais do que o nome. O nome sumério não significa nada em relação à origem etnológica dos dois personagens, já que era costume entre os semitas adotarem nomes sumérios. O governo de UrNinkimara parece coincidir cronologicamente com o reinado de Gungunum (+ 1932-1906 a.C.) de Larsa.”“ Este rei, aproveitando a fraqueza política de Lipit-Ishtar (1934-1924) aC.) e principalmente de Ur-Ninurta (1923-1896 a.C.), tentou superar a hegemonia de Isin e fazer de Larsa o centro político da época.*

Embora um selo acádico testemunhe que Urningishzida tinha um filho, Erra-bâni, o próximo ENSÍ de Eshnunna foi o filho de 47. Cf. H. Frankfort,

Pp. 197; P. 325; 48. Khafaje, nected

with

the

usual

find «Usurawasu, the man 49.

Th. Jacobsen,

The

Gimilsin

Temple,

H. Frankfort, Th. Jacobsen, C. Preusser, Tell Asmar and Khafaje, D. O. Edzard, Die «Zweite Zwischenzeit» Babyloniens, p. 725. Cf. H. Frankfort, Th. Jacobsen, C. Preusser, Tell Asmar and 32s.: «But the remaining ruler, Usurawasu, may well be conwith the catastrophe itself. Jar-sealings style him «ishakku of

Eshnunna»

rawasu,

S. Lloyd,

the ambassador

Cf. D.

O.

Edzard,

50. Cf. H. Frankfort,

epithets.

But

on

one

tablet

of Der», and on another

(kin-ge-a) Die

of Anumutabil,

«Zweite

Zwischenzeit»

S. Lloyd, Th. Jacobsen,

(T.

A.

245)

(T. A. 222)

king

of Der».

Babyloniens,

we

«Ugu-

p. 73s.

The

Gimilsin

Temple,

a meter

below

a tablet

p. 63. 91. Cf. ibid. p. 197, nota 95a: «Tablet As.30: T.600, found in the street at N 32:1, level 32-50, mentions a lú ku-un-ku-nu, «man of Kunkunu». This Kunkunu can hardly be other than the well known Gungunum

of Larsa.

The

find-spot of this tablet,

of Sharria in the same locus, suggests ximately the time of Urninmars».

almost

that

it should

be

dated

to

appro-

52. Cf, D. O. Edzard, Fischer-Weltgeschichte vol. 2, p. 1745; P. Garelli, Le Proche-Orient Asiatique, p. 112s; W. von Soden, Propylãen — Weltgeschichte 1, p. 574s.

22

Ur-Ninkimara, Ipiq-Adad 1.º Seu filho e sucessor Abdi-Arah, contemporâneo do babilônio Sumu-abum (1894-1881 a.C.), em uma guerra contra Yawium de Kish foi derrotado e feito prisioneiro. “* Nesta ocasião, Eshnunna perdeu todo o território situado à foz do Diyala.* Os sucessores Shiglanum e Sharria foram figuras apagadas.” Apenas Belakum, filho de Sharria, conseguiu restaurar o poder de Eshnunna, retomando Tutub e reorganizando o poder central. A Belakum parece ter seguido no governo de Eshnunna

continuou

Com

um

tal

a obra

Ibalpiel

Waradsa,

de restauração

I

começou

um

provavelmente

de seu

uma

usurpador,

antecessor.

dinastia

nova

que

que

levou

Eshnunna ao auge de seu desenvolvimento político e econômico. Foi principalmente o filho de Ibalpiel, Ipiq-Adad II, que a partir de 1850 a.C., aproveitando a rivalidade existente entre Isin e Larsa e, em consegiiência disso, o enfraquecimento político de Isin, conseguiu expandir o poder de Eshnunna. Entre suas conquistas conta-se também a cidade de Rapiku, situada às margens do Eufrates.“ Duas inscrições sobre tijolos encontradas nas escavações de Tell Asmar nos mostram uma evolução clara na ideologia real dessa região, que correspondia, sem dúvida, a sua expansão política. Na primeira inscrição lê-se: «Ipig-“Adad, amado de TiSpak, ENSÍ de Eshnunna».? Este texto corresponde exatamente ao modelo tradicional. Já na segunda inscrição é proclamado: «“Ipiq-iAdad, rei forte, rei que expandiu Eshnunna, pastor dos cabeças-pretas”, amado de TiSpak, filho de Ibalpiel».” O nome de Ipigq-Adad vem precedido do determinativo 53. Cf. E. Sollberger-J. R. Kupper, Inscriptions Royales Sumériennes et Akkadiennes, p. 237: «Ur-Nin-giz-zida, le gouverneur d'ESnunna, a offert (ce sceau) à Erra-bâni, son fils». Cf. tb. op. cit. p. 238 um outro selo acádico com a inscrição: «lpiq-Adad, bien aimé de Tispak, gouverneur d'ESnunna, fils d'Ur-Nin-Kimara». 54. Cf. H. Frankiort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple p.

123. 55. Cf. 56. Cf.

ibid. p. 123. S. Greengus, Old Babylonian Tablets from Ishchali and Vicinity, p. 20s. 57. Cf. H. Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple, D.. 120. 58. Cf. ibid. p. 1260s. 59. Cf. E. Sollberger-J. R. Kupper, Inscriptions Royales Sumériennes et Akkadiennes, p. 239, IV E 16a. 60. O título «pastor dos cabeças-pretas» é um antigo epíteto dos soberanos

sumérios.

A

locução

«cabeça-preta»

comum entre os sumérios para designar 61. Cf. ibid. p. 239, IV E 16b.

23

é

o «homem».

uma

forma

poética

divino «DINGIR>», o que significa que esse soberano, seguindo o exemplo dos reis da terceira dinastia de Ur, se fez divinizar em vida, provavelmente após suas conquistas militares, quando assumiu também o título «LUGAL = rei». Seu filho Narâmsin

sucedeu-o

no trono

e estendeu

a influên-

cia de Eshnunna, no norte, até à região do rio Habur. Em uma inscrição descoberta nas escavações de Tell Asmar lê-se:

«'Narâam-“Sin, rei forte, rei de Eshnunna, amado de TiSpak, filho de “Ipig-“Adad».* Por esta inscrição pode-se con cluir que Naramsin também foi divinizado em vida, como se deduz pelo

uso do determinativo «DINGIR» antes de seu nome. Alé m disso encontra-se aqui, pela primeira vez, o título LUGAL e3-nun-na kt = «rei de Eshnunna». Pelo ano 1820 a.C. subiu tam bém ao trono de Assur, conseguindo assim, por algum tempo, unir sob seu governo Eshnunna e a Assíria. Morreu relativamente cedo,

sendo substituído no trono de Eshnunna pelo seu irmão Dadusha, no ano 1815 a.C. aproximadamente. Como seu pai e seu irmão, ele também foi divinizado em vida.º Continuou a política expansionista de seus antecessores, mas teve seu campo de ação limitado pela presença política e militar do novo rei da Assíria,

Shamshi-Adad 1.“ Pelo material arqueológico encontrado em Tell Asmar, sabe-se que deu sua filha em casamento ao gover-

nador de Rapiku.“ Provavelmente essa cidade, conquistada por Ipiq-Adad II, tornara-se novamente independente e Dadusha tentou um

bom

relacionamento

com

ela

através

de

um

casamento.

02. Cf. E. Sollberger-]. R. Kupper, Inscriptions Royales nes et Akkadiennes, p. 240, IV E 17a. O texto acádico é:

Sumérien-

dna-ra-am-dSin LUGAL da-an-nu-um LUGAL ês-nun-naki na-ra-am dtiSpak

DUMU

63.

Cf.

64.

Shamshi-Adad

a inscrição

IV

ai-bi-iq-tAdad E

182

em

E.

Sollberger-J.

R.

Kupper, «lInscriptions Royales Sumériennes et Akkadienes, p. maitre], àDadusa, le fils dalpig-dAdad, le roi 240: «[A dTiSpak, son d'Einunna, a voué (ce Poids) pour Inibsina, sa fille». Como' se vê nesta inscrição, o determinativo divino «DINGIR» precede o seu nome e ele conse rva, também, O título «rei de Eshnunnas. |

reinou

de

1814-1782

a.C.

Um

govern

ador de grande tino político e administrativo, colocou a Assíria nov amente entre as potências da época. Como nota D. O. Edzard em Fischer Weltgeschichte vol. 2, p. 185: «Die Persônlic hkeit Shamshiadads hãlt durchaus den Vergleich mit dem júngeren Ze itgenossen Hammurabi aus».

p 129 Cl H. Frankiort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple, 24

Seu filho Ibalpiel II sucedeu-o no trono pelo ano e reinou provavelmente até o ano 1770 a.C. O tempo governo coincide, pois, com o reinado de Hammurabi.* inscrições, Ibalpiel II assume o título de «rei forte», Eshnunna», mas seu nome não vem mais precedido do nativo divino «DINGIR».” Embora no início de seu

tenha

sido,

provavelmente,

vassalo

de

Shamshi-Adad,

de 1787 de seu Em suas «rei de determireinado

conseguiu

após a morte deste, em 1782 a.C., libertar-se do jugo da Assíria. Quando as fontes falam de uma vitória de Ibalpiel sobre «Hana

e Subartu», referem-se, certamente, a combates Lim de Mari e Ishme-Dagan da Assíria.º

contra

Zimri-

Com a morte de Ibalpiel II começa a decadência de Eshnunna. Seu sucessor Sill-Sin não assumiu mais o título «LUGAL = rei», mas em suas inscrições raparece o título «ENSÍ = governador».* No ano trigésimo sétimo de seu reinado (+ 1756

a.C.),

Hammurabi

parece

ter

obtido

uma

vitória

decisiva

sobre

Eshnunna. º Mas, como observa S. Greengus, Eshnunna continuou sendo administrada por governadores locais.” Uma última noticia sobre Eshnunna nos vem do ano 1726 a.C., vigésimo

terceiro

ele teve «rei

de

do

de

reinado

de

lutar contra

Eshnunna>. *

Samsu-iluna,

um

certo

sucessor

Anni,

que

de

Hammurabi:

assumira

o título

Deste esboço da história de Eshnunna percebe-se, claramente, que essa cidade-reino surgiu, desenvolveu-se e atingiu um certo «status» de potência na constelação política da Meso66. Cf. H. Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple, p. 124s. 67. Cf. p. ex.: a inscrição acádica em um selo encontrado nas escavações de Tell Harmal e publicada em E. Sollberger-). R. Kupper, Inscriptions Royales Sumériennes et Akkadiennes, p. 241: «lbal-pi-El, roi fort, bien-aimé de TiSpak, roi d'ESnunna, fils de Daduãa». Note-se que nesta inscrição nem o nome de Dadusha vem precedido do determinativo divino como era costume nas inscrições do tempo de Dadusha. 68. Cf. D. O. Edzard, Fischer Weltgeschichte, vol. 2, p. 184. IshmeDagan reinou em Assur nos anos 1781-1742 a.C. e Zimri-Lim foi rei de Mari nos anos 1782-1759 a.C. |

69. Cf. p. ex.: a inscrição IV E 20a em E. Sollberger-J. R. Kupper, Inscriptions Royales Sumériennes et Akkadiennes, p. 241. 70. Cf. a fórmula de data do ano 37 de Hammurabi em A. Ungnad,

art.

«Datenlisten»,

Reallexikon

der

Assyriologie,

vol.

2,

p.

180-181.

71. Cf. S. Greengus, Old Babylonian Tablets from Ishchali and Vicinity, p. 17. 72. Cf. H. Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple,

p. 200.

25

potâmia

justamente

em

um

período

de

transição.

A

queda

de

Ur e da terceira dinastia de Ur privara a região de uma força centralizadora. Uma unidade política verdadeiramente estável só reaparecerá na Mesopotâmia com o reinado de Hammurabi. Esse período de cerca de duzentos anos entre a queda de Ur e à ascensão política de Hammurabi é, em geral, denominado, pelos

assiriólogos,

o tempo

de

Isin-Larsa.“

É

um

tempo

em

que

se

multiplicaram as pequenas dinastias semitas na região. Os sumérios, antigos habitantes da região, foram, sob o ponto de vista político, completamente derrotados. Mas permaneceu a herança

cultural e religiosa dos sumérios, que marcou profundamente os estados semitas que surgiram naquela época. Os semitas não entraram na região com fúria iconoclasta, tentando destruir à força tudo que fosse costume ou tradição suméria. Pelo contráro, procuraram integrar a cultura e a religião suméria na própria cultura e religião. Eles prepararam, assim, o terreno para aquele tipo de cultura bilíngiie que se tornou uma constante da cultura babilônica. 3.

O

«CóDiGo»

DE LEIS

DE

ESHNUNNA

Uma simples leitura das tábuas IM 51.059 e IM 52.614 nos mostra claramente que o material legal aqui reunido não forma um código de leis no sentido moderno do termo. Muitos pontos da vida jurídica e social da cidade não são tratados nas leis de Eshnunna. Faltam, por exemplo, prescrições que regulem o direito de herança. Na parte do direito penal faltam as sanções aplicadas aos crimes de morte, de roubo etc... Mesmo o direito de propriedade é tratado muito brevemente. Tudo isto nos leva a concluir que os tribunais de Eshnunna certamente conheciam, no seu funcionamento cotidiano, outras leis e prescrições que não

foram fixadas nas tábuas encontradas em Tell Harmal.

Aliás, à

preocupação de reunir todas as leis vigentes em um código, que realmente mereça esse nome, é relativamente moderna. * Como O 73. Cf. p. ex.: H. Schmókel, Geschichte 73-84, O nome Isin-Larsa lhe vem das duas

época,

Isin

ist ein

moderner

e Larsa,

que

tentaram,

des Alten Vorderasien, maiores cidades-reinos

alternadamente,

exercer

uma

p. da

certa

hegemonia na região. 14. Ct. W. Preiser, «Zur rechtlichen Natur der altorient alischen Gesetze» em Festschrift fiir Karl Engish, p. 32: «Der Gedanke, dass es darauf ankomme, das geltende Recht in erschôpfender Weise darzustellen, nen, begegnen

Gedanke,

und

Kodifikationen,

erst in den letzten Zweihundert

26

die

diesen

Jahren»

.

Namen

verdie-

demonstrou

H. Brunner,

as legislações

antigas,

determinar

motivo

mesmo

na Idade

Média, limitavam-se, ao que parece, a fixar por escrito e a colecionar somente aquelas normas e leis, cuja transmissão era, por algum motivo, interessante.” E este princípio vale provavelmente também para as legislações do Oriente Antigo. Mais problemático

se

torna,

contudo,

o

que

levou

reis

e

legisladores a transmitir complexos legais como o «código» de Ur-Nammu, o «código» de Lipit-Ishtar, as leis de Eshnunna e o «código» de Hammurabi. Continua aberta entre os especialistas a questão sobre a natureza, a jurisdição e o conteúdo dos «códigos» de leis encontrados pela arqueologia no Oriente Antigo. ” Mas uma análise atenta do prólogo e epílogo dos «códigos» de Ur-Nammu ”, de Lipit-lshtar” e de Hammurabi parece permitir-nos a conclusão que o motivo principal que levou esses reis a proclamar e publicar seus códigos legais foi, sem dúvida, a intenção de empreender em seus reinos uma reforma social e jurídica. * O rei Ur-Nammu declara solenemente em seu prólogo que no seu tempo: «O órfão não foi entregue ao rico; a viúva não foi entregue ao poderoso; e o homem de um siclo não foi entregue ao homem de uma mina».” De maneira análoga, -Hammurabi declara no epílogo de sua estela: «Que o homem oprimido, que está implicado em um processo, venha

diante de minha estátua de rei da justiça e leia atentamente minha estela escrita e ouça minhas palavras preciosas. Que minha estela resolva a sua questão, ele veja o seu direito, o seu coração se dilate!» “* Na mesma linha, Lipit-Ishtar justifica a 75. Cf. H. Brunner, Deutsche Rechtsgeschichte, vol. I, p. 425. 76. Cf. W. Preiser, art. cit. p. 17. 77. Cf. S. N. Kramer, «Ur-Nammu Law Code» em Orientalia NS 23 (1954), p. 40s. Cf. tb. a tradução inglesa de J. J. Finkelstein em ANET?, p. 523-525. 78. Cf. A, Falkenstein — M. San Nicolô, «Das Gesetzbuch LipitIStar von Isin» em Orientalia NS 19 (1950), p. 103s; Cf. tb. a tradução inglesa de S. N. Kramer em ANET?, p. 159-161. 79. Cf. W. Eilers, Die Gesetzesstele Chammurabis — Der Alte Orient, vol. 31, fascículo 1, p. 8. Cf. tb. W. Preiser, art. cit, p. 17. Embora, como diz Preiser, loc. cit.: «Sind môglicherweise diese Sammlungen, die dem modernen Betrachter auf den ersten Blick als Gesetzeskorpora oder Ansátze zu solchen erscheinen, in Wirklichkeit lediglich als Erklãrungen gegeniiber der Gottheit oder dem Thronfolger gedacht?> 80. Cf. ANET?, p. 524. 81. Cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 110.

21

proclamação de sua legislação.“ Até o período babilônico antigo, pelo

menos,

de coleções

a finalidade

de

leis parece

da

fixação

ter sido,

belecer a justiça. Essa proclamação

uma estela colocada no templo

por

pois,

escrito

corrigir

e proclamação

abusos

e resta-

era feita, provavelmente,

do deus

principal

em

da cidade. Hoje

possuímos apenas a estela de diorito, conservada no museu do Louvre, com a legislação de Hammurabi. Mas sabe-se pelo epílogo das leis de Lipit-Ishtar que seu original foi igualmente escrito

em

uma

estela,

embora

hoje

conheçamos

somente

cópias

desse original, provenientes da cidade de Nippur*” É, portanto, provável que o original das leis de Eshnunna também tenha sido

escrito em uma estela. Contudo, atualmente, possuímos apenas as duas cópias em tábuas de argila. A estrutura literária dos complexos legais mais antigos da Babilônia apresentava normalmente uma divisão tripartid a em prólogo, corpo legal e epílogo, como se pode constatar nos «códigos» de Ur-Nammu, Lipit-Ishtar e Hammurabi. * Como não possuímos o texto original das leis de Eshnunna, não nos é possível saber se tinham originariamente a mesma estrutura dos «códigos» contemporâneos. As duas tábuas IM 51.059 e IM 92.614 mostram uma formulação diferente. As sete linhas em língua suméria que a tábua «A» (IM 51.059) coloca à guisa de introdução não apresentam as características de um prólogo. Essa parte deve ser considerada como uma fórmula de datação.* Após essa fórmula introdutória seguem as prescrições legais escritas em «B»

nos

lingua acádica.

transmitiram

um

epílogo.

Nem

a tábua

«A»

nem

a tábua

A divisão em sessenta parágrafos foi feita por A. Goetze*,

seguindo aspectos puramente da partícula acádica Summa

formais, como por exemplo o uso = «se». Por isso, depara-se com

62. Cf. ANET*, p. 159: «... when Anu (and) Enlil had Ishtar — Lipit-Ishtar, the wise shepherd whose name had beecalled Lipitn pronounced by

Nunamnir — to the princeship of the land in order to establish justice in the land, to banish complaints, to turn bac k enmity and rebellion by the force of arms, (and) to bring wellbeing to the Sumerians and Akkadi ans...» 83. Cf. J. Klima,

art. «Gesetze» em Reallexikon der Assyriologie , vol. 3, p. 248. Cf. tb. ANET*, p. 161: «Verily when I had established the wealth of Sumer and Akkad, I ere cted this stela». 84. Cf. J. Klima, art. cit. p. 243s. 85. Cf. B. Landsberger, em art. «Jun gfrâulichkeit», p. 65s. 86. Cf.

acima

p.

14,

28

a anomalia

de uma

divisão como $ 18 e & 18a. E, por outro

lado, encontram-se diversos parágrafos que, na realidade, formam uma única lei.” A formulação mais comum dos parágrafos é em estilo casuístico, introduzido pela partícula Summa = «se», que é seguida, em geral, pelo sujeito «awilum». Alguns parágrafos, contudo, apresentam uma formulação apodítica”, outros são tabelas de preços, tarifas e salários.* Embora a disposição geral das diversas determinações legais de Eshnunna, nas cópias que possuímos, apresente uma certa ordem lógica, as leis de Eshnunna são em sua formulação e em

sua

sistemática

geral,

sem

dúvida,

mais

primitivas

do

que

as do «Código» de Hammurabi.” H. Petschow, em seu estudo sobre a sistemática nas leis de Eshnunna*”, mostrou como a aparente desordem atribuída ao complexo de leis estudado reflete um outro tipo de sistemática, regido por uma outra maneira de pensar. ” 87. Compare 88 17 + 18; 8922 + 23424; 88 27 + 28: 88 34 + 35; 88 36 + 37; 88 4 + 45; 8847 + 48: 8853 + 54 + 55 e 89 56 + 57. 88. Cf. os 88 12, 13, 15, 16, 18a, 19, 34, 35, 51 e 52. Para o problema das leis apodíticas e casuísticas cf. o trabalho fundamental de A. Alt, «Die Urspriinge des israelitischen Rechts» em Kleine Schriften zur Geschichte des Volkes Israels, vol. I, p. 285-332. Cf. tb. H. ]. Boecker, Recht und Gesetz im Alten Testament und im Alten Orient, p. 1606-180; E. Gerstenberger, Wesen und Herkunft des «Apodiktischen Rechts». 89. Cf. os 88 1-4, 7-8, 10, 11 e 14. 90. Os autores acentuam, em geral, a falta de ordem existente nas

leis de

Eshnunna.

Assim,

p. ex.:

G.

R.

Driver

e J. C. Miles

em

«The

Babylonian Laws», vol. 1, p. 10, escrevem: «The order is wholly unscientific... This chaotic lack of order suggests that these laws are not an original text but a collection of laws put together for such scholastic purposes...» NV. KoroSec em «Orientalisches Recht>, Handbuch der Orientalistik 1, vol. complementar [I, p. 86, afirma: «Die Systematik ist ziemlich primitivo. J. Klima diferencia um pouco mais o seu julgamento

em Ar.Or. 20 (1952), p. 566, nota 93: «Unsystematik nur im Sinne der modernen Auffassung». Cf. tb. o art. «Gesetze» de J. Klima em Reallexikon der Assyriologie, vol. 3, p. 253. 91. Cf. o art. «Zur 'Systematik' in den Gesetzen von Eschnunna»,

em

Symbolae

Iuridicae

et

Historicae

Martino

David

dedicatae,

vol.

II,

p. 131-143. Cf. tb. o art. do mesmo autor sobre a sistemática no Código de Hammurabi. «Zur Systematik und Gesetzestechnik im Codex Hammurabi», em ZA 57 (1965), p. 146-169.

92. Por exemplo, o fenômeno de atração, tão fregiiente na formulação do complexo legal de Eshnunna, e que levou o legislador a colocar em um determinado contexto leis que apresentam uma certa semelhança

29

Uma

análise

crítica

salário

de

das

tábuas

«A»

e «B»

detecta

três

grandes divisões ou grupos temáticos no complexo de leis de Eshnunna.º O primeiro grande grupo abrange os SS 1a l4e trata de preços, tariias e aluguéis. Nos SS 1 e 2 o legi slador determina os preços máximos permitidos para gêneros de primeira necessidade como cevada, óleo, lã etc... Seguem nos 88 3 e 4 as tariias para aluguel de um carro de boi e de um barco eo respectivo

nos

S8

dois veículos

seus

condutores.

de pagamento

7 e 8 determinam

da

o salário

Os

época:

mínimo

preços

cevada

de

duas

são

calculados

e prata.

classes

Os

de

tra-

Já o S 11

fixa

inclusão

neste.

balhadores do campo: o ceifador e o joeireiro. O S$ 9 decide como proceder com um mercenário contratado pa ra trabalhar na colheita e que não cumpriu o seu contrato. O S 10 trata da tarifa de aluguel

de um

jumento

e seu condutor.

o salário mínimo mensal de um LÚ. HUN.GA, iié: de um mercenário. O $ 14 estipula para o alfaiate uma remunera ção pro-

porcional

ao

valor

da

roupa

confeccionada.

A

grupo dos 88 5 e 6, bem como dos 88 12-13, parece perturba r a ordem lógica natural dos assuntos tratados. Deve-se, contudo, explicar a presença desses parágrafos neste contexto certamente pelo fenômeno de atração. As palavras chaves «barqueiro» do $ 4 atraem para este contexto o S

«barco» € 5, que se

que

junto

refere à responsabilidade de um barqueiro, se por sua negligência o barco afunda, e o $ 6 que pune o uso indevido (furtum usus) de um barco. Pelo mesmo motivo pode-se também, explicar a introdução dos $$ 12 e 13 neste contexto O assunto «colheita» tratado nos 88 7 a 11 atrai a lei que pune o awilum feixes

for surpreendido de grão.

O

&

no campo

14 estende

casa do musSkênum. O segundo grande SS

15 a 41,

reúne

de

as

grupo,

um

a casuística

o mais

diversas

muskênum tratada

|

extenso,

leis referentes

ao

no8

dos

13 à

| abrangendos o que

hoje

cha-

maríamos de direito contratual. Começa com o 8 15 proibindo ao

tamkârum ou

mão

(comerciante) e à sabitum

«naturalia» de

um

a-di

escravo

ma-di-tim

ou

de

uma

(em

(taberneira)

pequena

escrava.

O

8

receber prata

quantidade?) 16,

por

sua

da

Vez,

temática ou de terminologia, nos leva a descobrir uma mentalidade regida pela ciência das listas, tão comum entre Os sumérios e babilônios. 93. Ci. H. Petschow, art. cit. p. 132s

- 30

proíbe o tipo de empréstimo «qiptum» ao mãr awilim la zizu, .é: o filho que ainda vive na comunidade da casa paterna, e

ao escravo. Os 88 15 e 16 proíbem dois tipos de contratos, mas não prescreveu as sanções a serem impostas nos casos de infra-

ção

da

lei.

Como

observa

em casos de violação contrato ea obrigação,

Com

a mesma

Petschow,

as

«mãr

awilim»

consegiiências

legais

da lei eram certamente a anulação do no 8 15, de restituir os bens recebidos.”

expressão

=

«filho

de

um

awilum», usada no $ 16, começa também o S 17, que provavelmente por atração é introduzido neste lugar. Ele determina como

proceder com a terhatum levada à casa do sogro nos casos de dissolução natural de um «inchoate marriage», ié: de um casamento não: consumado, pela morte de uma das partes. O & 18 continua a casuística: como proceder com os bens no caso de um. casamento consumado, mas prematuramente terminado pela morte de um dos cônjuges. Os SS 182 a 24 reúnem diversas prescrições relativas a empréstimos. O $ 18a determina as taxas de juros normais para empréstimos de prata e de cevada; o 8 19 o prazo de vencimento e os $8 20 e 21 a taxa de juros em casos especiais. Os S3 22 a 24 tratam de casos ilegais de penhora. O S 25, reassumindo o tema «terhatum», serve de passagem para o tema casamento e família ($$ 25 a 35). Esse tema é aborda. do pelo legislador em uma segiiência cronológica.* Começa no S& 25 determinando as consegiiências financeiras da dissolução

de

um

«inchoate

marriage»,

por

intervenção

do

pai

da noiva, que a entrega em casamento a um terceiro. Nestes casos o pai da noiva tem o direito de dissolver o casamento não consumado, mas deverá pagar um preço bem alto: o dobro da quantia paga como terhatum. O rapto e defloração da esposa de um «inchoate marriage» é punido com a pena de morte no

S 26. Os S$ 27 e 28 descrevem as condições exigidas para que

uma mulher se torne esposa. Os 88 29 e 30 tratam do caso de um novo matrimônio de uma mulher, cujo marido foi levado prisioneiro ou fugiu da cidade por motivos políticos. O 8 31 entrou aqui por atração por causa do termo nagabum = «deflo-

rar». Os SS 32 a 35 tratam da educação e adoção de crianças estranhas.

94. Cf. art. cit. p. 136. 95. Cf. H. Petschow,

art. cit. p. 137.

31

No fim do segundo grande grupo, e 37 prescrições sobre a responsabilidade de perda do bem depositado. O S 38 irmão sócio de comprar a parte do outro

encontram-se nos nos depósitos em trata do direito irmão pelo preço

oferecido por um estranho. O 8 39 dá a um

awilum

88 36 casos de um médio

| | | |

que, por |

necessidade, se viu obrigado a vender a sua casa, o direito de | preempção se essa casa for colocada novamente à venda. Con- | forme o $ 40, o comprador que não puder indicar o vendedor | de

uma

mercadoria

questionada

deve

ser

considerado

ladrão.

|

O 9 41 determina que a cerveja de três membros da classe privilegiada só poderá ser vendida por meio da taberneira. O terceiro grande grupo trata de diversos temas que, na | terminologia moderna, pertenceriam ao direito civil e penal. Os | SS 42-47 determinam as sanções contra diversas lesões corporais | e agressões pessoais. No 4 48 é abordada e decidida a questão de competência dos diversos tribunais. Note-se que nos 88 42-47 não é aplicada, como no «Código» de Hammurabi, a pena de talião, mas o legislador se limita a compensações financeiras. Os SS 49 e 50 punem delitos contra a propriedade privada. Os | S8 51 e 52, que tratam dos sinais que devem marcar um escravo, entram aqui por atração com o tema «escravo» tratado nos 88 49-50. Os 88 53 a 57 determinam a responsabilidade do proprietário de um boi escorneador ou um cão feroz no caso de agressão e morte de outro boi, de um homem livre ou de um escravo. No $ 58 o legislador pune com pena capital a negligência do proprietário de um muro que cai e mata um awilum, Os 88 59 e 60, que encerram a tábua «A», parecem um acréscimo posterior.” O & 59 parece punir o awilum que repudiar a esposa que lhe gerou filhos com a perda de sua casa. Mas a formulação é bastante obscura e sua interpretação muito

discutida.” Pelo tema tratado, o lugar esperado para o & 59 seria logo após o $ 30 e não em seu contexto atual.” O & 60, embora transmitido em estado bastante lacunar, parece impor ao vigia negligente a pena de morte, caso a casa por ele guardada fosse arrombada. Uma última questão a ser abordada neste contexto é O problema da época de com posição do texto original das leis de 96. Cf. 97. Cf.

98. Cf.

H. Petschow, art. cit. p. 141. acima o comentário ao 8 59,

H.

Petschow,

art. cit. pondo:

32

Eshnunna.

Hoje

está completamente

descartada

a hipótese

que

atribuía a publicação das leis de Eshnunna ao ensí Bilalama.” Mas ainda não é possível uma datação exata. As duas tábuas IM 51.059 e IM 52.614 datam, como foi visto acima”, certa-

mente do reinado de Dadusha. Elas são, contudo, apenas cópias e não o original. Um elemento precioso para a determinação do tempo de composição do texto original nos é fornecido pela parte introdutória da tábua IM 51.059. Na terceira linha lê-se a expressão nam-lugal es-nun-nasi = «realeza de Eshnunna». Infelizmente, no início da linha, onde devia estar o nome do rei, há uma lacuna. A frase toda pode ser traduzida: «Nin-azu chamou

[N.N.?]

para a realeza de Eshnunna».

Sabe-se pelas inscrições

encontradas pela arqueologia que o primeiro governador de Eshnunna a assumir o título LUGAL esS-nun-nak! = «rei de Eshnunna» foi Narâmsin. A promulgação do texto original das leis de Eshnunna deve ter ocorrido, portanto, ou durante o reinado de Narâmsin ou de seu irmão e sucessor Dadusha, entre os anos 1825 a.C. e 1787 a.C. aproximadamente. ” 4. A SOCIEDADE DE ESHNUNNA DURANTE PERÍODO BABILÔNICO ÂNTIGO

O

A estrutura da antiga sociedade suméria, baseada em um sistema de centralização tipo social-teocrático, sofreu durante o governo dos reis da terceira dinastia de Ur uma profunda transformação.” O templo do deus principal da cidade foi perdendo,

aos poucos, palácio

do

o seu lugar de centro administrativo

rei tornou-se,

então,

centro

da

administrativo

região.

O

e político

do país, o lugar das grandes decisões, a última instância de todos os casos pendentes. A Babilônia assistiu, portanto, nessa 99. Cf. A. Goetze, «The Laws of Eshnunna Discovered mal» em Sumer 4 (1948), p. 69. Mas o próprio Goetze sua

hipótese 100. Cf.

em The Laws acima p. 14.

of

Eshnunna,

p.

20.

at Tell rejeitou

Haressa

101. Cf. acima p. 24. 102. Cf. A. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 74s; H. W. F. Saggs, Mesopotamien, p. 235s; A. Falkenstein, «La Cité-Temple Sumérienne», em Cahiers d'Histoire mondiale 1 (1954), p. 784-814; F. R. Kraus, «Le Rôle des Temples depuis la Troisiéme Dynastie d'Ur jusqu'à la Premiêre Dynastie de Babylone», em Cahiers d'Histoire mondiale 1 (1954), p. 522-536.

dy

época, um processo que hoje chamaríamos de secula rização, Fo um processo paulatino, que começou muito antes de Ur III. Pro. vavelm ente já com a primeira dinastia semita, a dinastia acádica, Mas essa evolução atingiu o seu apogeu dura nte Ur HI, quando o rei tornou-se

o representante

um

monarca

do

deus

da

absoluto.

Ele já não

cidade,

mas

a

é mais

apenas

divindade

mesma

presente entre o povo, como se pode deduzir do costume dos reis de Ur III de colocar diante de seus nomes o determinativo DINGIR = «deus», sendo, assim, consider ados como deuses, 'º

As hordas semitas, que começaram O terceiro milênio,

contribuíram,

titulo

=

sem

a invadir a Babilônia dúvida,

de maneira

desde

decisiva para 0 aparecimento dessas novas idéias que conseguiram transformar a antiga sociedade suméria. Em Eshnunna, quando Ipiq-Adad II, após a queda de Ur HI, aproveitando as rivalidades entre Isin e Larsa, assumiu o

de

LUGAL

«rei»,

foi

instituído

determinativo

DINGIR

o

mesmo

modelo de monarquia absoluta, que encontramos na terceira dinastia de Ur. Em suas inscrições, Ipig-Adad II e seus filhos Narâmsin e Dadusha assu seus

mem Oo nomes.** Este

fato nos mostra

existia no reino de Eshnunna

das as leis de Eshnunna. A sociedade a mesma divisão

de em

lônica do «Código» os

direitos

de

«deus»

o tipo de ideologia

antes

de

real que

na época em que foram promulga-

Eshnunna se apresenta, em suas leis , com três SIupos sociais como a sociedade babi-

de H ammurabi. *“* O homem livre, com tod os cidadão, era chamado no período babilônico

antigo de awilum,** Constituía dade

=

de Eshnunna.

Nela

eram

à camada

recrutados

mais

ampla

da socie-

funcionários, escribas, sacerdotes, comerciantes, profissionai s liberais e grande parte dos soldados. ”

Naturalmente,

a classe

dos

awilum comportava uma gama imensa de diferenças soci ais, desde influentes governadores até pequenos camponeses, A nobreza hereditária como classe

103. Cf. H. Frankifort, Ki ngship and the Gods, p. 295s. 10 4. Cf. E. Sollberger-)]. : nennes et Akkadiennes, p. 239, R. Kupper, Inscription oyales SumêéE EG NGIaa ço - Bouzon, O Código de Ha bi, p. 106. Como se E Ac léxico (Cf. p. ex.: W. von Soden, A buch, p. 90a), o termo aw significa em si «homem». ilum 107. Cf. W. Rôllig, art. «Gesellschaft» vol. III, p. 235, em Lexikon der Assyriologie,

34

social parece não ter existido entre os sumérios e semitas, pelo menos até o período babilônico antigo. Povos estrangeiros como os cassitas, hurritas e outros tinham em sua sociedade uma camada social de nobres." Mais tarde, devido a influências estrangeiras, os altos funcionários reais desempenharam na Babilônia, e especialmente na Assíria, o papel de uma espécie de

nobreza. “

A camada mais ínfima da sociedade babilônica era formada, sem dúvida, pelos escravos. Mas foram sempre uma minoria.

No período pré-dinástico não eram nem mesmo um fator social significativo. Nesta época os escravos eram conseguidos nas campanhas militares com a captura de prisioneiros de guerra.

Uma outra maneira de conseguir escravos era também as «razias» feitas nas regiões montanhosas. Daí se compreende por que o sumerograma GEME = «escrava» seja um sinal composto dos elementos que significam «mulher» e «montanha».” A partir de documentos datados da terceira dinastia de Ur, sabe-se que, aos poucos, entrou na Babilônia o costume de homens livres (awilum) que se entregavam como escravos para pagar uma dívida ou, para isso, vendiam a esposa ou os filhos. Hammurabi no 8 117 de suas leis determina o tempo máximo desse tipo de escravidão: «Se uma dívida pesa sobre um awilum e ele vendeu sua esposa, seu filho ou sua filha, ou entregou-se em serviço pela dívida: trabalharão durante três anos na casa de seu comprador ou daquele que os tem em sujeição; no quarto ano será feita sua libertação».”” Embora a tradição legal da Babilônia se preocupasse com o direito dos escravos,. como o comprovam as leis de Hammurabi”, contudo eram considerados como um bem patrimonial de seus proprietários.* As leis de Eshnunna abordam o tema «escravo» em dife-

rentes parágrafos. O $ 40 considera o escravo como uma espécie

108. Cf. W. Rôllig, art. «Geselischaft» em Reallexikon der Assyriologie, vol. III, p. 235. 109. Cf. W. Róllig, ibid. 110. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, vol. 4, p. 1029, n. 558. De fato o sinal cuneiforme GEMÉ é um composto dos sinais MÍ = «mulher» e KUR = «montanha». Cf. tb. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 194; R. Labat, Manuel d'Epigraphie Akkadienne, Pp. 231, n. 558. 111. Para um comentário dessa lei cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi,

p. 57s.

112. Compare

os 88

146-147,

113. Cf. W. Rôllig, ibid.

175,

35

176 do

CH.

de mercadoria, que pode ser comprada

ao

comerciante

das mãos

de um

certamente

para

escravo fazer um lei mencione

venda

(tamkarum)

escravo

e

prata,

revender

ou

contrato

contratos

taberneira

cevada,

negociar.

lã ou

de empréstimo

expressamente

e de

à

e vendida.

apenas

de

a

empréstimo

No

O S 15 proibe

(sabitum)

receber

óleo de Sésamo,

8

tipo

16

é

vetado

ao

de

contratos

de

«giptum»,

proibição

«qiptum»,

não

Que a

significa,

certamente, que o escravo pudesse ser sujeito de outros tipos de contratos.”* Os filhos de uma escrava pertenciam ao senhor dessa

escrava. O S 33 prescreve, por isso, que se uma escrava entregar o seu filho a uma mulher livre, para que esta o crie, o dono da escrava

tem

o direito

de

retomar

a criança,

sem

pagar

compen-

sação alguma, se a encontrar ou reconhecer. Os $$ 34/35 parecem conceder um certo privilégio à escrava do palácio que entregasse seu filho «a-na tar-bi-tim»: «como filho de criação» a um muSkênum: o musSkênum podia ficar com a criança, se compensasse o palácio com uma outra criança escrava. Os 88 31, 49, 55 e 57 fixam as quantias que deviam ser pagas como indenização

ao proprietário

em

caso

de roubo,

violação

ou morte

de escravos ou escravas. Dentro da perspectiva de que o escravo era um patrimônio de seu proprietário, o 8 50 prescreve ao palácio tratar como ladrão um funcionário da classe «sakkanakkum», «Sapir nárim» ou «bel têrtim», que capturar um escravo, uma escrava, um boi ou um jumento e o retiver consigo mais de um mês.

Os 89 51

cados com pessoas.

e 52 parecem

determinados

indicar

que os escravos

sinais que os diferenciavam

Como no Código de Hammurabi, munna aparece, entre os awilum e

também nas os escravos,

eram

das leis um

mar-

outras

de Eshterceiro

grupo de pessoas, os «muskênum». O' sumerograma usado em Eshnunna para expressar o musSkênum é sempre LÚ.MAS .KAK. EN.” O significado do termo tem sido objeto de muita discussão entre os assiriólogos. E. A. Speiser justifica em seu arti go sobre o muSkênum a tradução de «dependente do palácio». Contra —

cio

14.

€ ao

08

175 do

escravo

do

Código

de

muskênum

a filha de um homem livre. N$Não Ivre. em

Eshnunna.

Hammurabi

realizar

se

s

cf.

abe se esta praxe

sumerograma W.

von

So

ao

escravo

do

palá-

EU cOmiTaio, ide: . casamento com

usual para indicar den, AHW, p. 684. 116. Cf. E. A. Spei Se r, «The muSkênum» 19-28. Cf. tb. G. R. Dr iver-]. C. Mile 115. O

EN.KAK,

permite

o

em

muskênum

Or.

também,

vigorava,

NS

é

|

LUÚ.MAS.

27 s, The Babylonian Laws (11, 95p.8), 905.P.

36

Speiser,

F. R. Kraus

defende que o muskênum

é o cidadão

nor-

mal, enquanto que o awilum representa uma classe mais elevada, uma espécie de nobreza.” Como mostrou W. von Soden, deve-se levantar várias objeções sérias contra a tese de Kraus.” A mais séria parece-nos o fato de Kraus postular em sua tese a existência de uma sociedade feudal com uma nobreza bem definida

para o período babilônico antigo. Este postulado não encontra nenhuma confirmação nos textos desta época. A palavra muSkênum é, sem dúvida, uma das mais antigas

da língua acádica. Já na época dos arquivos de Shurupak — também conhecida como período de Fara” — o termo entrou na língua suméria, como uma palavra semita importada, na forma maska'en.”? Até agora, para essa época, o termo é testemunhado unicamente em um texto proveniente de Kish.” Os textos dos séculos imediatamente seguintes silenciam completamente em relação ao masSka'en. As próximas menções ao maska'en são provenientes de Ur III?, mas são bastante raras e referem-se a pessoas com nome semita. Diante das escassas referências ao imuSkênum nos textos sumérios antigos, parece mais provável a conclusão de que a sociedade suméria não conhecia uma classe social dos musSkênum. Bem mais abundantes são as referências ao musSkênum no período babilônico antigo. Mas a maior parte dessas referências

encontra-se nas leis de Eshnunna e no Código 117.

Babylon, Laws of

Cf.

F.

R.

Kraus,

Ein

p. 144-155. Nesta linha Eshnunna, p. 83-93.

Edikt

de

des

Kônigs

interpretação

cf.

de Hammurabi. * Ammi-Saduga

tb.

R.

Yaron,

von

The

118. Cf. W. vom Soden, «muskênum und die Mawáli des friihen Islam» em ZA 56 (1964), p. 134. 119. Cf, D. O. Edzard em Fischer Weltgeschichte vol 2, I: «Die fridynastiche Zeit», p. 57-82; P. Garelli, Le Proche-Orient Asiatique, p. 65-79. D. O. Edzard escreve na p. 60: «Nach vorsichtiger Schatzung wird man die Archive von Suruppak an den Beginn oder in die Mitte des 26. Jahrhunderts einordnen». 120. Cf. A. Falkenstein em ZA 51 (1955), p. 262. 121. St. Langdon, Oxford editions of Cuneiform texts VII. The Harbert Weld Collection in the Ashmolean Museum. Pictographic inscriptions from Jemdet Nasr excavated by the Oxford and Field Museum expedi-

tion.

Oxford 1928 (Texto 12), IV, 4. 122. Cf. p. ex.: A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, Miinchen 1957, vol. III, p. 139. 123. Nas leis de Eshnunna cf. os 88 12, 13, 24, 34, 35 e 50 (na formulação da tábua «B»). No CH cf. os 55 8, 15, 16, 140, 175, 176, 198,

201,

204,

208,

211,

216,

219

e 222.

3517

E esses dois complexos legais babilônicos são originários do norte do país, onde a influência semita era marcante. Fora desses corpos legais, as menções ao muSkênum são raras e quase todas

provenientes do norte.*

No Código de Hammurabi o muskênum dúvida, uma classe social entre o awilum e o

representa, sem escravo. Note-se

aqui, por exemplo, a gradação de penas entre uma ofensa feita a um awilum, a um musSkênum ou a um escravo.* Nas leis de Eshnunna, os $$ 12 e 13 protegem o campo e a casa

de um

muSkênum

contra

a entrada

indevida

de um

awi-

lum. O $ 24 protege o muSkênum contra um pseudo-credor que penhore a sua mulher ou o seu filho: neste caso é aplicada a pena de morte. Os 88 34 e 35 tratam de um caso de adoção: se uma escrava do palácio entrega seu filho para ser criado por um muSkênum, o palácio pode retomar a criança. Mas o mugkênum pode, também, indenizar o palácio e ficar com a criança.* No 8 50, a formulação da tábua «B» determina que, se um fun-

cionário «Sakkanakkum», «Sapir naãrim» ou «bel têrtim» capturar um escravo, uma escrava, um boi ou jumento fugitivos do palácio

ou de um muSkênum

e o conduzir para Eshnunna,

em sua casa, deverá ser acusado de roubo. Fora do centro cultural babilônico, é em

Mari

mas

onde

o retiver se en-

contra o maior número de alusões ao muskênum. São principalmente as cartas do arquivo real de Mari que o mencionam diversas vezes.”' Como na Babilônia, também aqui o muSkênum

IZ4. Ci. p. ex.: G. Dossin, Lettres de la premiêre dyn astie babylonienne, Textes Cunéiformes XVII, Paris, 1933, text o 76, onde em uma carta o musSkênum é citado ao lado do redêm e do ba'irum, i.é: de duas classes de soldados. Nas cartas publicadas por H. F. Lutz em Early Babylonian letters from Larsa, Yale Oriental Seri es, vol. 2, New Haven 1917, 117, 25 e 71, 6 fala-se de um barco e de um boi pertencentes a um muskênum. Em um documento de pro cesso publicado por M. Schoor, em Urkunden des altbabylonischen Zivilund Pro 1913, Pp. 213, fala-se da cevada «ãa mu-uS-ke-zessrechts, VAB 5, Leipzig, ne-tim» que lhe é tirada de maneira violenta. Da região sul da Bab ilônia temos apenas três textos ominosos que mencionam o muskênum (cf. A. Goe , Old Babylonian Omen texts, YOS 10, New Haven 1947, 56, I, tze 19; 46, III 12. CÊ tb. Revue d'Assyriologie 44 [1950], p. 30, 52). 125. Compare p. ex.: os 88 200 e 201; 202, 203 e 204; 215, 216 e 217. 126. Compare com o 8 23

léf. Ck p.ex: ARM IL 55, 20: 1 , 61, 28: 1] 80 10: 1170 ) ra 9: o Vo 25, 7; V, 36, 15; V, 77, 10; V, 81,5; V, o doa 38

era sem

dúvida

um

especial do rei.“ A partir do ano

grupo

social”,

1000

que

a.C. parece

gozava

de uma

que o termo

começou a ser usado para indicar o «pobre» em que vivia em uma situação social de opressão.“* Os textos acima apresentados permitem-nos,

proteção

muskênum

geral,

alguém

pois,

concluir

que, pelo menos durante o período babilônico antigo, o muSkênum formava uma classe intermediária entre os awilum e os escravos, que, ao que parece, gozava de uma certa proteção especial do rei.” W. von Soden aventou uma hipótese sobre a origem da classe muSkênum*: eles eram, inicialmente, escravos libertos de tribos semitas nômades e seminômades. As poucos essas tribos foram tornando-se sedentárias e seus chefes passa-

ram de xeques a reis. Os libertos receberam dos novos reis partes

128. Cf. p. ex.: o significado coletivo do texto em ARM II, 80, 10: LÚ.MES mu-ús-ke-nim: «os muskênum» com o determinativo LU.MES

indicando uma classe de homens. Em ARM V, 25, 7 fala-se de mu-uS-kenu-um Sa a-la-ni: «muskênum das cidades». 129. Em ARM V, 86, 2 o funcionário real se preocupa que o desejo do palácio seja cumprido em relação a uma dádiva a um muskênum. mu-úSs-ke-nim Il, 61, 25 o texto refere-se a um ASA Em ARM A.SA é-kallim: «campo do muskênum, campo do palácio...» Infelizmente a lacuna do texto não nos permite entender o sentido da frase. 130. Cf. W. von Soden, «muskênum und die Mawali des friihen

Islam»

ZA

em

56

(1964),

p.

ex.

neste

aufstellen,

dass

Cf.

137.

p.

sentido

o

hino

a

Shamash publicado por W. G. Lambert, Babylonian Wisdom Literature, p. 134, linha 133: ú-la-lu en-Su hu-ub-lu-lu mus-ke-nu: «o humilde, o fraco, o endividado, o pobre...» Com este significado o termo passou para o aramaico e para o árabe, que influenciou as línguas romanas na formação do termo «mesquinho», «mesquin>, «meschino». 131. Cf. tb. a conclusão de G. R. Driver-J. C. Miles em The Babylonian Laws, vol. I, p. 93: «The facts here collected seem to show that the muskênum belonged to a class under the protection of the crown and was in some sense a dependent on, 1f not a servent of, the palace, he was, however, not a slave of the palace...» 132. Cf. W. von Soden, «muskênum und die Mawali des friihen Islam» em ZA 56 (1964), p. 133-141. Especialmente na p. 140 von Soden

escreve: altbab.

«lch

Zeit

múchte

âhnlich

nun

dem

die These

maulã

des

friihen

Islam

ein

der muSkênum

Freigelassener

der

des

Stammes bzw. seines Seb war. Die friihere Versklavung war gewiss meist die Folge einer Kriegsgefangenschaft, kann aber auch andere Griinde gehabt haben. Die Freilassung erfolgt nicht bedingungslos, sondern band an den inzwischen zum Kleinkônig oder Kônig den Freigelassenen aufgeriickten Stammeshãuptling, der ihm bestimmte Pilichten auferlegte, aber sich auch verpflichtete, ihm einen besonderen Schutz angedeihen zu lassen».

39

na divisão

de terras.“

O

benefício

concedido

ligava

de pessoas diretamente ao rei e acarretava para diversas obrigações. As legislações babilônicas

direitos com o rei em outros ção

ao

esse

grupo

o beneficiado trataram dos

e deveres da nova classe que surgia. A relação especial soberano significava, também, uma proteção especial do relação à classe dos muSkênum. Mas como também os cidadãos (awilum) tinham deveres e obrigações em relarei,

aos

poucos

as

diferenças

vão

maneira que é praticamente impossível, tentes, constatar-se a existência

distinta a partir do

fim

da

de

a partir dos textos exis-

do muSkênum

dinastia

desaparecendo,

de

como

Hammurabi.

classe social

A família era na sociedade de Eshnunna, como na sociedade suméria e na sociedade babilônica, o cerne de sua estrutura

social. O sistema familiar vigente era o patriarcal. Embora poligamia, como no resto da Babilônia, não fosse proibida,

a o

casamento era, em geral, monogâmico. E, mesmo nas famílias, onde havia diversas mulheres, uma só ocupava o lugar de esposa

principal e seus filhos eram os herdeiros legítimos. As outras mulheres eram esposas secundárias ou concubinas. * Nas leis de Eshnunna nove parágrafos regulamentam o direito matrimonial.” Se se leva em consideração o reduzido número de parágrafos do complexo legal de Eshnunna, trata-se até de uma regulamentação bastante detalhada, embora bem menos completa que a do Código de Hammurabi. * O processo matrimonial é começado na Babilônia pelo pagamento da terhatum, iié: o preço estipulado pelo pai da noiva. Ao receber a terhatum o pai da noiva se compromete com o noivo e a família deste. O $ 25 pune, por isso, com a obrigação de restituir em dobro a quantia de prata que recebeu . . como terhatum, o pai . que entregar a sua filha a um terceiro . asi Desta maneira é cortada pela raiz todo e qualquer tipo de com

especulação

133. Eram 134.

Cf.

E.

uma

a

Mas

terhatum.””

espécie de «glebae

Ebeling,

art.

«Familie»s

se

adscripti» em

o

desistisse

noivo

do

do direito romano.

Reallexikon

der

Assyriologle,

vol. II, p. 9-15; A. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 77-80. Cf. tb. E. Ebeling, art. «Ehe» em Reallexikon der Assyriologie, vol. II, p. 281-286. 135. Cf. os 88 17, 18, 25, 26, 21, 28, 29, 30, 59.

136. Cf. os 88 127-195

do

Código

de

Hammurabi.

137. Cf. tb. os 88 160 e 161 do Código de Hammu rabi. 138. No 8 161 Hammurabi corta mais uma possibilidade de especulação quando prescreve: «Se um awilum enviou o presente para a casa de seu sogro e pagou a terhatum e (então) seu amigo o difamou

40

casamento, perdia a quantia paga como terhatum, que ficava em posse do pai da noiva. Se antes da coabitação uma das partes morresse, conforme o 8 17, a prata paga como terhatum devia retornar a seu dono, i.é: ao noivo ou à família deste. No tempo de Hammurabi o preço estipulado como terhatum parece ter regulado em torno de uma mina, ié: 500g de prata”, uma quantia,

sem

dúvida,

bastante

elevada.

Ao sair da casa de seu pai, a esposa recebia deste um dote — chamado em acádico Seriktum — que permanecia propriedade da esposa durante todo o casamento e era, após a morte desta, dividido entre seus filhos. O $ 18 das leis de Eshnunna determina que se uma das partes morrer e o casamento não tiver filhos, o marido ou a família deste não poderá exigir do sogro a devo-

lução da terhatum, pois eles podem ficar com o dote trazido. Caso, porém, o valor da terhatum exceder o do dote, ou vice-versa, a família poderá exigir a restituição da quantia excedente. A sociedade de Eshnunna exigia, para que um casamento fosse válido e a mulher considerada «aSSatum» = «esposa», que fosse exarado um contrato (riksatum) e celebrado um banquete nupcial (kirrum); o elemento tempo de coabitação, por si só, não convalidava um casamento. * A lei protegia a esposa, que tivesse gerado filhos no casamento, da arbitrariedade de seu marido. Se este quisesse divorciar-se dela, perdia, como determina o $ 59, o direito a todos os seus bens.“º A lei protegia, também, como se vê no $S 29, a esposa que perdia seu marido, feito prisioneiro de guerra em uma campanha militar, permitindo-lhe um segundo casamento.“ e seu sogro disse ao esposo: «Não tomarás a minha filha como esposa»: ele restituirá o dobro de tudo que lhe foi trazido e seu amigo não poderá tomar sua mulher como esposa». Pode-se compreender a seriedade tum,

de

paga

com que a lei encarava o vinculo se se considera o 8 26 das leis

morte

uma

para

o rapto

terhatum.

139. Cf. 8

139

do

140. Compare a casos análogos. 141. Cf. 88 27 e 142. Em casos de mente, resolvido nos

e defloração

CH.

legislação

de

de

criado pelo pagamento da terhade Eshnunna, que prevê a pena

uma

Hammurabi

28 — Compare um matrimônio moldes dos 88 143. Compare com os 88 133-135 | tica bem mais complexa e detalhada

donzela, nos

88

pela

qual

163

e

164

já foi para

com os 88 128 e 129 do CH. sem filhos, o divórcio era, provavel138/139 do Código de Hammurabi. do CH, onde é prevista uma casuíspara resolver casos análogos.

41

Mas se o marido retornasse à sua pátria, tinha o direito de retomar a sua esposa. Somente o homem que abandonava o seu lar e fugia de sua terra por motivos políticos perdia, conforme o 8 30, o direito de reaver a sua esposa.

A sociedade de Eshnunna baseava sua economia mente na agricultura” Um sistema bastante eficaz de artificial, criado pelos sumérios já no terceiro milênio, terra fértil e possibilitou, assim, o desenvolvimento da ra.”

As

terras

eram,

senhores.

No

em

geral,

propriedade

do

principalirrigação tornou a agricultu-

palácio,

dos

templos ou de particulares, donos de grandes latifúndios.” Os pequenos proprietários eram poucos e estavam à mercê dos grandes

período

babilônico

buia partes de terra entre pessoas que serviço e criava, assim, uma espécie de beneficiário em relação ao palácio. Essa em acádico «ilkum».* Hammurabi proibe ou pomar de alguém ligado ao palácio

antigo

o palácio

distri-

lhe tivessem prestado «obrigação feudal» do obrigação era chamada a venda de um campo por um ilkum.'” Tal

campo, ou pomar, continuava propriedade do palácio e seu beneficiário usuíruía apenas de seus frutos mediante o pagamento de um tributo. Por isso, essa propriedade podia ser assumida somente pelo filho herdeiro, que tomava sobre si a obrigação

do ilkum.”? Os grandes proprietários costumavam alugar trabalhadores para cultivar seus campos.” Na Babilônia os trabalhos agrícolas estendiam-se por seis meses. Seu começo coincidia com o início do período de chuvas nos meses de novembro e dezembro. O campo era trabalhado com um arado de madeira puxado, em geral, por bois. A colheita era feita dos fins de abril aos fins de maio.” O costume 144. Compare

com

o 8

136

do

CH.

L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 83-95; H. SchmôA.hichte Cf. 145. kel, Kulturgesc des Alten Orient, p. 46-85; W. Schwenzner, Zum altbabylonischen

146. Cf.

H.

Wirtschaftsleben,

Helbaek,

em

«Ecological

MVAG

Effects

19/3

of

(1915).

Irrigation

Mesopotamia» em Iraq 22 (1960), p. 186-196; ]. Schawe, art. rung> em Reallexikon der Assyriologie, vol. II, p. 23. 147. Cf. P, Garelli, Le Proche-Orient Asiatique, p. 283s. 148. Cf. W. von Soden, AHW, p. 37la.

in

Ancient

«Bewásse-

149. Cf. CH $ 36 — Cf. tb. os 85 27-41 onde é regulado o direito de «propriedade» de um homem ligado por um ilkum. 150. Cf. CH $ 28 — Compare com o $ 38. C£ B. Kienast, art. em Reallexikon der Assyriologie,

151. Cf. CH 88 42-52, 50-65,

152. Cf. akkadischen

vol. V, p. 52-59.

A. Salonen, Agricultura Mesopotamica Quellen, ! Helsinki, 1968; B. Meissner,

Reallexikon der Assyriologie, vol. I, p. 16-21.

42

nach den sumerischart. «Ackerbau» em

era semear entre 40 e 80 litros para textos da época testemunham que a normais, oitenta vezes mais do que cereal mais cultivado na região era a

um hectare de terra. E os colheita era, em condições a quantidade plantada. O cevada, expressa, em geral,

pelo sumerograma Se — acádico Se'um significar o grão em geral. A cevada era em Eshnunna, sendo usada na fabricação Servia, ao mesmo tempo, como meio de

— que também podia a base da alimentação do pão e da cerveja. pagamento nas transa-

ções comerciais. Plantava-se, também, trigo de diferentes qualidades. Muito cultivado era, outrossim, o sésamo, donde se extraia o óleo empregado na cozinha, na higiene corporal, no culto etc... O óleo de oliva era raro e, em geral, importado da Síria. Na confecção de roupas, a lã era a matéria-prima principal, já que o linho desempenhava, apenas, um papel secundário e O algodão era completamente desconhecido na Babilônia, até O tempo de Sanherib, que tentou introduzilo na Assíria.* De grande importância para a economia do país era, também, a tamareira”* Bem cedo os sumérios descobriram a maneira de fecundá-la artificialmente. Era uma árvore maravilhosa, porque dela se aproveitava praticamente tudo. O fruto podia ser comido fresco ou seco, como uma espécie de pão de tâmara ou mel de tâmara. Seu suco fermentado servia para a preparação de uma forte bebida alcoólica. O gomo terminal do caule era, como o nosso palmito hoje, um legume muito apreciado. Os caroços secos dos frutos eram usados como material de combustão, principalmente em processos de fundição de metal. A sua madeira era utilizada como material de construção e como lenha para o fogo. Suas folhas serviam para cobrir as casas. Ao lado da agricultura, a criação de animais era outro elemento importante na economia da região. Os bovinos, embora presentes, eram em menor quantidade. O leite de vaca era muito precioso e procurado para a produção de queijos e manteiga” O boi era usado como animal de tração para carros e arados. O couro era aproveitado na confecção de correias, de sapatos e 153. Cf. P. Garelli, Le Proche-Orient Asiatique, p. 276; B. Meissner, Babylonien und Assyrien, vol. I, p. 209, 254; E. Ebeling, art. «Baumwollenbaum» em Reallexikon der Assyriologie, vol. I, p. 439. 154. Cf. E. Ebeling, art. «Dattelpalme» em Reallexikon der Assyriologie, vol. II, p. 196. Cf. tb. B.. Meissner, Babylonien und Assyrien, vol. I, p. 202s; G. Contenau, La Vie Quodidienne à Babylone et en Assyrie, p. 79s.

155. Cf. H. Schmôkel,

Kulturgeschichte des Alten

43

Orient, p. 625.

de outros instrumentos. O animal de montaria por excelência era, nesta época, o jumento.” Até a época em que os hitit as introduziram na Babilônia a arte de domesticar o cavalo no fim

do segundo milênio “*, ele era importado apenas para ser cruzado com o jumento e obter-se, assim, a procriação de mulos, muito procurados por serem mais fortes que o jumento e mais parcos em sua alimentação. Os grandes eram, contudo, como ainda hoje

fornecedores de carne e leite no Oriente Médio, as ovelhas

e as cabras. Os rebanhos de ovelhas tinham uma importância especial, pois além de alimento, forneciam também a lã, essencial na fabricação de roupas. Os textos nos falam da existência de rebanhos suínos. Aliás, a presença

de ossos

de porcos

consta-

tada pelas escavações arqueológicas mostra que a Babilônia não conhecia, como Israel, preconceitos contra o consumo da carne de porco. De grande importância para a alimentação dos habitantes da Babilônia era, também, a pesca.” Conforme os dados dos documentos da época, os rios, canais e lagunas da Babilônia possuíam uma grande quantidade e variedade de peixes. ” Os pescadores (sumério LÚ.SU.KU «, acádico ba'irum), divididos em pescadores de água doce e pescadores do mar, formavam, no período babilônico antigo, uma organização severamente controlada pelo palácio, que mantinha o monopólio da pesca.” As

embarcações usadas variavam

conforme o tipo de pesca:

podiam

ser barcos de junco, canoas de madeira e até barcos à vela. Os

instrumentos de trabalho eram anzóis de cobre, nassas e principalmente redes.”* O peixe podia ser consumido fresco ou era

156. Cf. A. Hilzheimer, art. «Esel» em Reallexikon der Assyriologie, vol. II, p. 476s. ST. Cf. A. Goetze, Kleinasien, p. 119 . 158. Cf. M. Lambert-E. Ebeling, art. «Fischerei» em Rea llexikon der Assyriologie, vol. III, p. 68s; B. Meissner, Babylo nien und Assy , vol. |, p. 2255; G. R. Driver-]. C. Miles, The Babylonian Laws, vol. rien I, p. 115s. 159. Cf. H. Schmôkel, Kulturgeschichte des Alten Orient, p. 66, onde cita um texto do tempo de Lugalanda, que fala da pesca de 9600 carpas e 3600 outros peixes. Cf. p. ex. o Codi o de H CL tb160. GR g ammurabi nos 88 26, 27-E29, 30, 30, 31. Driver-]. C. Miles, The Babylonian Laws, vol. I, p. 115s. 161. Cf, em H. Frankfort, S. Lloyd, Th. Jacobsen, The Gimilsin Temple — OIP 43 — Chicago, 1940 rafia

de um anzol de cobre

80,

encontrado H. Frankfort, Th. Jaco bsen, C. Pr

Nas que

escavações

serviam

para

de

Khafa:

afun

» P. 219, ilustração 106g a fotog

nas

a

a RUA e eusser, Tell Asmar and Khafaje,

“CE

pn.

to

025.

p. 9%

trabalhado em pequenas indústrias que salgavam ou secavam O peixe ou O transformavam em farinha de peixe. As cidades-reinos da Babilônia eram, porém, muito pobres em metais, pedras e madeiras. Fazia-se, pois, mister suprir as necessidades desses produtos, importando-os de outras regiões.

Surgiu,

assim,

desde

a idéia de comerciar

o tempo

dos

os excedentes

sumérios,

agrícolas,

no

terceiro

milênio,

a lã, e provavel-

mente peixe seco para obter recursos a fim de importar os produtos em falta no país“* No período babilônico antigo somava-se a essa gama de produtos naturais, outros provenientes da indústria babilônica como perfumes, cremes de beleza, bijuterias e outros trabalhos do artesanato babilônico. Os produtos mais importados eram madeiras, especialmente o cedro proveniente de Amanus e do Líbano, mas também ébano da Núbia e cipreste das montanhas da Armênia. A região do Taurus fornecia, provavelmente, a prata, muito importante como base de pagamento nas transações comerciais entre os diversos reinos. O ouro era, também, procurado e vinha de diversas regiões, principalmente

da Ásia Menor e da Índia (Meluhha). O cobre era importado da Ásia Menor e do Elam. O desenvolvimento da vida social dos

grandes centros urbanos criou a necessidade de importar produtos mais sofisticados. De regiões longínquas, como o Afeganistão e as imediações do lago Urmia, vinham as pedras semipreciosas como lápis-lazúli, cornalina, jaspe etc... que eram utilizadas na confecção de jóias. O Golfo Pérsico fornecia pérolas. Muito apreciados eram, também, os produtos de luxo como incenso, mirra, nardo e outras especiarias procedentes do sul da

Arábia.

O

marfim,

proveniente

provavelmente

da

índia,

era

empregado na fabricação de jóias e outros objetos, como também para incrustações em móveis. Além disso, as expedições comerciais traziam novos escravos para as cidades babilônicas. O intermediário desse comércio internacional era o tamkarum — expresso em geral nos textos pelo sumerograma DAM.

GAR —, originalmente um funcionário do templo ou do palá-

cio“,

que

controlava

todo

o comércio

externo.

Mas,

aos

poucos,

162. Cf. W. F. Leemans, art. «Handel» em Reallexikon der Assyriologie, vol. IV, p. 76-90. A. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 89s.

W. F. Leemans, The Old-Babylonian merchant, his business and his social position, SD 5, Leiden, 1950. ; 163. Cf. W. von Soden, AHW, p. 1314s. Cf. tb. G. R. Driver-]. C. Miles, The Babylonian Laws, vol. 1, p. 120s. M. R. Larsen, Old Assyrian caravan procedures, Istanbul, 1967.

45

esta atividade foi passando para a mão de particulares, embora continuasse supervisionada e regulamentada pelo palácio. No período babilônico antigo, como aparece claramente no Código de Hammurabi, o tamkãrum tornou-se uma espécie de banqueiro,

que financiava a expedição comercial e enviava um agente seu (Samallâm) com capital e mercadorias para as diversas transações comerciais.” A prata era, nesta época, o veículo comum de pagamento. O meio de transporte mais usado era a navega-

ção fluvial pelo Eufrates, Tigre e pelos muitos canais navegáveis que cortavam a Babilônia. Onde não era possível chegar por via marítima, organizavam-se caravanas. Mas a lentidão dos meios

de

transporte



carroças

puxadas

por

bois

ou

jumen-

tos — e o estado lastimável das estradas tornavam demoradas e difíceis as caravanas. O centro do comércio de uma cidade era o «karum».

O

termo

«kãrum»

lugar onde as embarcações

significa,

ancoravam.

em

No

si, «cais»;

«kãrum»

era

0

os tamka-

rum se reuniam, os preços eram notados, o comércio organizado.” O comércio varejista da cidade era, sem dúvida, explorado pela sabitum (taberneira), que vendia não só bebidas, mas pro-

vavelmente também todos os gêneros de primeira necessidade.” A cidade-reino de Eshnunna, por sua posição geográfica, podia controlar todo o comércio na região do Tigre. Durante o período de Larsa-lsin, os reis de Eshnunna estenderam o seu poder do Diyala até o Tigre e assim podiam dominar não só as rotas de caravanas que vinham do Elam, mas também as principais vias fluviais do norte para o sul. Eles tiveram sob seu controle as grandes cidades comerciais Diniktum e Mankisum. Eshnunna teve, além disso, relações comerciais intensas com as

cidades às margens do Eufrates, como o comprovam os inúmeros textos encontrados nas escavações de Tell Asmar e adjacências. Uma preocupação séria dos governantes de Eshnunna parece ter sido a regulamentação dos preços dos gêneros de primeira necessidade, na tentativa de estabilizar o custo de vida . As 164. Cf. CH 88 V-107. 165. Cf. W. von Soden, AHW, p. 451. 166. CE W. F. Leemans, art. «Handel»

logie, vol,

IV,

P.

Bis.

em

Reallexikon

der Assyrio-

167. Cf. p. ex.: o 8 15 das lei s de Eshnunna.

E

-

É

, Old Babylonian Tablets from Ishchali and Vicinity. “E sobre a evolução dos preços na Babilônia os trabalhos de um babylonischen Wirtschaftsleb en» em MVAG 19/3

46

leis de Eshnunna começam com uma lista que visa determinar o preço máximo permitido para alguns produtos vitais na vida cotidiana da Babilônia. ”” Para compreendermos bem a situação econômica de Eshnunna é necessário compará-la com a de outras cidades da região. O abundante material textual que a arqueo-

logia trouxe à luz permite uma tal comparação.

Como

ponto de

referência deve-se tomar o preço dos três produtos essenciais no dia-a-dia das populações babilônicas: a cevada, o óleo de

sésamo e a lã. Em Eshnunna a lei determinava que, com um siclo (8g) de prata, se podia comprar 1 GUR (3001) de cevada, 1! sute 2 qa (121) de óleo de sésamo e 6 minas (3k) de lã.” Esses preços regulam com os da terceira dinastia de Ur.” Apenas no reinado de Ibbi-Sin constata-se uma alta vertiginosa

do custo de vida.” Um aumento de custo de vida verifica-se, também, durante o reinado de Hammurabi e notadamente no de

seus sucessores. ”* Os baixos preços mencionados nas inscrições de Shamshi-Adad I (1815-1782) e de Sin-Kashid de Uruk (+ 1865-1833) são exagerados” e têm, sem dúvida, a finalidade propagandística de sublinhar a prosperidade de seus reinos.

(1915) e B. Meissner, Warenpreise in Babylonien. — Abhandlung der Preussischen Akademie der Wissenschaft, philosophisch-historische Klasse |, Berlin, 1936. 170. Cf. S 1 — Cf. tb. o estudo de K. Polanyi em Trade and Market in the Early Empires, Glencoe 1957, onde ele tenta mostrar a diferença entre a economia babilônica e a economia do mercado livre vigente nos países modernos. 171. Cf. S 1 — Cf. a tabela comparativa de preços vigentes desde a época pré-sargônica até o fim da dinastia de Hammurabi em P. Garelli, Le Proche-Orient Asiatique, p. 278s. 172. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 30, que, baseado nos contratos dessa época reunidos por W. Schwenzner, Zum altbabylonischen Wirtschaftsleben e B. Meissner, Warenpreise in Babylonien e no art. de Th. Jacobsen, «The reign of Ibbi-Suen» em JCS 7 (1953), p.

36s, apresenta a seguinte tabela para Ur Ill: 1 siclo de prata = 3001 de cevada, 10 minas (5kg) de lã e entre 9 e 151 de óleo de sésamo. 173. Cf. Th. Jacobsen, «The reign of Ibbi-Suen» em JCS 7 (1953), p. 42, n. 49. Durante o reinado de Ibbi-Sin os textos testemunham que com 1 siclo de prata comprava-se apenas 51 de cevada e 2/1 de óleo de sésamo. 174. Cf. P. Garelli, Le Proche-Orient Asiatique, p. 278s. 175. Cf. a inscrição de Shamshi-Adad I em L. Messerschmidt, Keilschrifttexte aus Assur historischen Inhalts I, 2 Il, 13s; 1 siclo de prata = 6001 de cevada, 201 de óleo e 15 minas (7,5 kg) de lã. A inscrição de Sin-Kashid em A. Falkenstein, Zu den Inschriftfunden der Grabung in Uruk-Warka, 1960-1901, Baghdader Mitt. 2 (1963), p- 33, n. 151: 1 siclo = 9001 de cevada, 301 de óleo, 12 minas (6kg) de lã.

47

Como os textos provenientes da região do Diyala mostram claramente, as terras nesta região estavam repartidas entre 0

rei, seus familiares, seus funcionários, o templo soas particulares. “* Torna-se, contudo, bastante

e algumas pesdifícil avaliar a

situação econômica dos pequenos proprietários, que viviam da renda de seus campos. Dependia tudo da extensão de suas propriedades

e da qualidade

do

solo.

Aqueles

awilum,

que

estavam

ligados ao palácio por um serviço do tipo «ilkum» “*, recebiam do rei um pequeno lote de terra e o pagamento de uma deter-

minada

quantia

ultrapassava,

em

produtos

normalmente,

a

naturais. "* O um

«iku»,

lote

ou

de

terra

seja,

cerca

não

de

3.600 m'. ” Se se leva em conta que a terra na Babilônia produzia, em geral, 30 GUR por cada BUR plantado ””, o que equivale

a cerca de 9.000 litros em cada 6 hectares, um terreno de 1 iku daria uma produção de 500 litros, e isto representa um rendi-

mento de aproximadamente 2 litros diários. A quantia paga pelo palácio em produtos naturais àqueles que estavam sujeitos a um «ilkum» era, pois, uma complementação essencial à subsistência desses pequenos proprietários. Não se conhece exatamente a quantia que eles recebiam mensalmente. ”* Parece que durante a dinastia de Acade e a de Ur III a situação se estabilizou em torno de um mínimo de 60 litros mensais. A

graças

situação às

tabelas

dos

de

assalariados salários

é

mais

conservadas

À lei estipulava, assim no & 11, como LU.HUN.GÁ

| «pan»

176. Cf.

=

(601)

mercenário

de

1. J. Gelb,

cevada «Old

History Museum», Feldiana, 177. CEI. p. 309s.

de

a título

Anthropology

nas

de

ser

leis

de

pagamento

o salário

Akkadian

fácil

avaliada,

Eshnunna.

mensal

de um

1 siclo de prata e mais

de

alimentação.

Inscriptions 44

(1955),

in

p.

O

salário

Chicago

Natural

181s.

178. Cf. G. R. Driver-]. C. Miles, The Babylonian Laws, vol. I, p. 112. 179, EL A, Falken stein,

«La

Cité-temple sumérienn d'Histoire mondiale 1/4 (1954), p. 802; W. Schwenzne e» em Cahiers r, «Zum Baylonischen Wirtschaftsleben» em MVAG 19/3 (1915), p. 47. O Cf Go-R; Driver-). C. Miles, The Babylonian Laws, vol. 1, nte Eos Landsberger, Materialien zum Sumerischen Lexikon Rn p

. 181. Cf. os diversos testemunhos textuais relli Le Proche-Orient Asiatique, p. 282. 182. Cf.

I. J. Gelb,

«The

Ancient

Meso

Ota

relaci Pagos OUAGOS :

OA di

P.

GaE

potamian Ration System» e JNES 24 (1965), p. 236, CE 4h. T. B. Jones-J. » W. W. Snyder, Economic T . ea onyder, Sumerian e the Third Ur Dynasty, Minneapolis, 1961, p. 253,

48

prescrito na legislação de Hammurabi para a mesma classe de pessoas é menor. Conforme o 8 272, ele receberá nos cinco primeiros meses do ano uma diária de 6 SE de prata, mas nos outros meses, sua diária será apenas de 5 SE de prata.” Por-

tanto

somente

dor

rural

restantes

ele

sete

nos

cinco

ganhará

meses

(cerca de 6,666 g)

creve litros

meses

um

seu

mais

siclo

salário

de prata. Além

o pagamento da alimentação, de cevada por dia. Nos 88

de

pesados

mensal

prata

será

para

um

5/6

de

trabalha-

mensalmente.

disso, Hammurabi

que em Eshnunna 7 e 8 as leis de

um

Nos

síclo

não pres-

é de dois Eshnunna

determinam, ainda, o salário de mais dois trabalhadores agrícolas. O ceifador recebe uma diária de 2 sat (201) de cevada, correspondendo, destarte, a um salário mensal de 600 litros de cevada ou, conforme a equivalência da tabela de preços do 8 1, dois siclos de prata. O joeireiro tem direito a uma diária de 1 sut (10 litros) de cevada, equivalente a um salário mensal de 300 litros de cevada, que, de acordo com o 8 1, valia um siclo de prata. No S$ 257 do Código de Hammurabi o salário anual de um «ENGAR = ikkarum = trabalhador rural?» é de 8 GUR (cerca de 2.4001), que corresponde a um salário mensal de 200 litros de cevada. Os elementos aqui examinados nos levam à conclusão de que a situação econômica de um trabalhador em Eshnunna era melhor do que na Babilônia durante o reinado da dinastia de Hammurabi. O preço de locação de animais e de instrumentos de trabalho era, também, inferior em Eshnunna. O aluguel diário de um carro de boi com condutor era, conforme o 83, 1 pan e 4 sat de cevada, i.é: cerca de 100 litros, ou, se computado em prata, 1/3 de siclo. * Para o mesmo instrumento de trabalho as leis de Hammurabi prescrevem uma diária de 3 parSiktum, ou seja, 180 litros.” Para alugar um jumento o habitante de Eshnunna pagava 10 litros de cevada por dia ao dono do animal e um salário diário de 10 litros de cevada ao condutor do animal. Hammurabi fala, apenas, de 10 litros de grão como aluguel do jumento.” No 8 183. Cf, E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 105. 184. Cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 101. A

185.

no 8 1.

em

conversão

prata

corresponde

aos

preços

estabelecidos

|

186. Cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 104, $ 271: «Se um awilum alugou animais, um carro e seu condutor: dará 3 parsiktum de

grão seu

por

dia».

187. Cf. ibid. 8 269: «Se aluguel será um sutum

Salário

do

condutor

do

animal,

á

alugou um jumento para trilhar (o grão), de grão» Hammurabi não fala sobre o

49

9a o legislador aluguel de uma ta. Um alfaiate do valor de seu O aluguel

tante,

sem

estipula a quantia de 15 litros de cevada como foice (URUD.KIN.A) durante o tem po da colheitinha direito a receber como remuneração 20% trabalho. de um

dúvida,

barco,

para

o meio

de transporte

a economia

da

mais

Mesopotâmia,

impor-

dependia

de sua tonelagem. O S 4 das leis de Eshnunna determina uma diária de 2 litros de cevada por cada 300 litros (GUR) de capacidade do barco. Portanto a diária de um barco de 60 GUR — 18.000 litros — era de 120 litros de cevada ou, na propor ção do S 1, 2/5 de um siclo (cerca de 3,2 g) de prata. No tempo

de Hammurabi o aluguel estipulado para o mesmo tipo de barco era menor: 1,33 g de prata,“ Não raras vezes o pequeno camponês, diante da nec essidade de comprar sementes, de renovar os instrumentos de trabalho

-e, até mesmo,

de alocar

mão-de-obra,

se via na

necessidade

de

fazer um empréstimo.” Conforme o S 18a, a taxa máxima de juros permitida era de 20% ao ano, se se tratasse de um emp réstimo em prata e de 33 1/3% se o empréstimo fosse em cevada , Como observa Leemans, a diferença entre as duas taxas era, na realidade, praticamente nula, já que o pagamento da cevada era feito durante o tempo da colheita “, quando baixava consideravelmente., “*

o custo

camponeses viam-se, muitas vezes,

a vender suas pro-

da cevada

O reino de Eshnunna, pouco antes de sua queda diante dos exércitos de Hammurabi, parece ter passado por uma grave crise econômica.” O nível de vida era bastante baixo. Os pequenos obrigados

priedades, ou mesmo os seus filhos, para pagar as suas dívidas.” Da análise do material encontrado nos arquivos do 188. Cf. 8 14. Pelo menos na interpretação de ta-se de um LÚ.TUG = «alfaiate». 189. Cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, um

awilum

siclo)

aluguel

de

alugou

prata

de outros

por

um

barco

dia».

tipos

de

de

Mas

60

nos

GUR,

barcos.

88

pagará

275-276

B. Landsberger

tra-

p. 106,

«Se

como

o

8 277:

aluguel

legislador

1/6

trata

(de

do

190. Cf. W. F. Leemans, «The Rate of Int erest in Old Babylonian Times» em Revue Internationale des Droits de PAntiquité 5 (1 950), Pp. 17-34. Cf. tb. E. dzlechter, Les Lois dESnunna, p. 70s. 191. Compare o S 19. ? 192, Cf. W.

F. Leemans,

t, cit. p. Ts. 193. Cf. R. Harris, «The arArchive s of the S; enialish em JCS 9 (1955), p. 435. Ives oi the Sin Temple in Khafaj ) 194, Cf. p. ex.: S 39 — Compare com o S 117 do CH. E

=”

a

eu” so

dl E

50

a ss

templo

naqueia

do

deus

época,

Sin

uma

em

Khafaje,

concentração

Harris de

conclui

riquezas

que

nas

se

mãos

deu,

de

poucas pessoas, principalmente funcionários do templo, que formavam a classe dirigente do país. Suas riquezas cresciam cada vez mais em detrimento dos pequenos camponeses e da população rural em geral.” Foi, provavelmente, diante deste quadro social que Hammurabi limitou para três anos o tempo de escravidão por dívida prescrevendo: «Se uma dívida pesa sobre um

awilum

e ele vendeu

sua esposa,

seu

filho ou sua filha ou

entre-

gou-se em serviço pela dívida: trabalharão durante três anos na

casa de seu comprador ou daquele que os tem quarto ano será feita sua libertação».*

195. Cf. R. Harris,

art. cit. p. 45.

Orient Asiatique, p. 286s. 196. Cf. E. Bouzon, O Código

Cf. tb. P. Garelli;,

de Hammurabi, 51

em

sujeição;

Le

p. 57, 8 117.

no

Proche-

II. As

Fórmula Decimo [do

ano,

segundo em

que,

de

mês,

por

leis

Data

(introdução)

vigésimo um

primeiro

irrevogável

dia

decreto]

de Enlil,

Nin-azu chamou [Dadusa] para a realeza de Egnunna, ele entrou na casa de seu pai e conquistou no espaço de um ano a cidade de Supur-Samas [como também Astabela], do outro lado do Tigre, com uma arma forte.

Esta parte introdutória foi conservada, apenas, pela tábua «A» (IM 51.059) I, 1-7 em estado bastante fragmentário. Seguimos na tradução as correções de texto e conjecturas apresentadas por B. Landsberger.”

NADAL NA

[itu SE.KIN-K]JUD UD 21 KAM [mu inim-zi-d]a “En-líl-la àNin-a-zu [Da-du-Sa] nam-lugal Es-nun-nak [ba-ni-in-s]a,-a é-ad-da-a-ni-&ê [ba-an-k]u,-ra-âm Sú-pu-ur-iSamagk! - [|U AS-ta-ba-la] KI bal-ri-a ÍD IDIGNA - [Sã] mu-li-kam giS-tukul-kala-ga ba-a n-dab

197. B. Landsberger, von EsSnunna, apêndice

Neue Lesungen

ao

artigo

Thema «Beilager und Eh ricae Martino David dedicateschliessung»

1968, p. 65.67.

und Deutungen

Jungfrâulichkeit: em

ae, Tomus Alter:

52

,

Symbolae

Ein

im Gesetzbuch Beitrag

zum

luridicae et Histoanti a S Leiden, à Antiqui, lura Oiientis

Como acertadamente observou Landsberger, não se trata aqui de um preâmbulo ao corpo legal, mas de uma simples fórmula de datação, que corresponde à data de promulgação da lei. Como era em geral costume na época, a fórmula de datação foi

escrita

em

O

língua

estado

suméria. *

fragmentário

da

fórmula

dificulta

uma

exata

atribuindo,

deste

datação. Na linha 3 lê-se com certeza nam-lugal ES-nun-nat «realeza de Eshnunna». Mas os sinais cuneiformes que começam a linha e que deviam conter o nome do rei são ilegíveis. Na editio princeps da tábua «A», A. Goetze pensou poder ler na

lacuna

modo, 1975

existente

o Código

a.C.)

e de

o

nome

Bi-la-ilas!--a-ma ”,

a Bilalama,

contemporâneo

Iddindagan

(1974-1954

de Su-ilisu

a.C.)

da

de Isin.” O Código de Eshnunna seria, pois, na Goetze, mais antigo do que o Código sumério de Mas o próprio Goetze abandonou mais tarde” a sua Código de Bilalama. Bilalama nos textos de sua época de

ENSÍ

e não

de

LUGAL

=

rei”,

e na

tábua

(1984-

cidade-reino

opinião de Lipit-Ishtar. tese de um é chamado

«A»,

1, 3 se

fala em nam-lugal eS-nun-naki = realeza de Eshnunna. Conforme esta fórmula de datação, o texto deve ser atribuído a um soberano que assumiu o título de LUGAL. E parece que o pri-

meiro soberano de Eshnunna que assumiu o título LUGAL Narâmsin que reinou até pouco depois de 1820 a.C.* O

tipo

de escrita cuneiforme

usado

nas

tábuas

«A»

foi

e «B»

é tipicamente babilônico antigo, de um período pouco anterior ao de Hammurabi. As duas tábuas foram, também, encontradas na camada arqueológica Harmal II, que pertence ao período babi-

lônico antigo, e a tábua «B» entre outros documentos do reinado de

um

Dadusa.

original,

"198.

logie, vol.

As

«A»

tábuas

que, contudo,

Cf. A. Ungnad, II, p. 131s.

e «B»

não

são,

deve ser muito

art. «Datenlisten»

em

Cf.

A.

Altertum, p. 285s.

Scharff-A.

Moortgat,



mais

Reallexikon

199. Cf. A. Goetze, Sumer 4 (1948), p. 635.

200.

dúvida,

sem

Aegypten

cópias

antigo

do

der Assyrio-

RO

und

de

Vorderasien

im

201. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, New Haven, 1956, Pp. 20. 202. Cf. E. Sollberger-]. R. Kupper, Inscriptions Royales Sumériennes

et Akkadiennes, p: 240, inscrição IV E 18a. 203. Cf. D. O. Edzard, Die Altbabylonische geschichte, vol. 2, p. 184.

5a

Zeit,

em

Fischer Welt-

que essas

cópias.

O

«Código

toda probabilidade, composto ou Dadusa,*

de

Eshnunna»

foi, portanto,

com

durante os reinados de Narâmsin

$1

1 GUR

de cevada por um siclo de prata.

3 qa de óleo de ungir por um

siclo de prata.

1 sut 2 ga de óleo de sesamo por um ciclo de prata. 1 sut 5 ga de gordura de porco por um siclo de prata. 4 sat de óleo do rio por um siclo de prata. 6 2 1 > 2

minas GUR GUR minas minas

de de de de de

lã por um siclo de prata. sal por um siclo de prata. potassa por um siclo de prata. cobre por um siclo de prata. cobre trabalhado por um siclo de prata.

O 8 1 das leis de Eshnunna

chegou

até nós por meio da

tábua «A» I, 8-17. Esse parágrafo é uma lista de preços e indica O máximo que um comerciante podia cobrar pelos artigos de

primeira necessidade, Dentro do espírito da legislação do Oriente Antigo, que é mais uma reforma do que uma codificação legal, pode-se dizer que a intenção do legislador aqui é corrigir abusos e evitar a exploração dos habitantes de Eshnunna, bem estabilizar os preços e corrigir tendências inflacionárias.

O primeiro produto é descrito pelo sumerograma

pode significar tanto o grão em geral, como tamb ém, cial, a cevada. A medida de capacidade GUR não

como

SE que

em espetinha um

valor fixo. Ela valia na Babilônia ant iga 300 qa (cerca de 300 litros), enquanto que no reino de Mari val ia apenas 120 qa. O siclo era a unidade de peso que corr espondia a um pouco mais de 8 Sramas. Portanto, cerca de 300 litros de cevada custavam no reino de Eshnunna 8 gramas de prata. 204. Cf.

D.

O,

Laws of Eshnunna,

Edzard, z]

o

Die

«Zweite E

3

Zwischenzeit»

Les Lois d'ESnunna,

4

Babyloniens,



p. 6s. A. Goetze, The

O segundo produto é expresso pelo sumerograma 1.SAG, que, como Landsberger mostrou, corresponde ao acádico &aman rustin.* A expressão I.SAG indica, sem dúvida, um óleo de primeira qualidade.” J. Bottéro interpretou, a partir de um texto de Mari, como «óleo de ungir».” A lei determina que 3 qa, i.é: cerca de 3 litros, de óleo de ungir custarão em Eshnunna um siclo de prata. A medida de capacidade sutum corresponde a 10 qa, ié: cerca de 10 litros. Doze litros de óleo de sésamo — aqui expresso pelo sumerograma I.GIS — usado para a cozinha custava 1 siclo, ou seja, 8 gramas, de prata. A gordura de porco — sumerograma i.SAH — custava 1 sut e 5 qa, iié: cerca de 15 litros, um

siclo de prata.

O sumerograma 1.iD significa literalmente «óleo do rio». E. Szlechter lê em vez de ÍD, o sinal ESIR, que corresponde ao acádico ittum = betume.” O I.ESIR = óleo de betume seria a naíta, que corresponde ao acádico naptum normalmente expresso pelo sumerograma I.KUR.RA = «óleo da montanha».*?” A região era bastante rica em terrenos betuminosos de onde se

podia extrair o óleo. À proporção era de 4 sat — 40 litros por um síclo de prata. A lã era vendida na proporção de 6 minas por um siclo de prata. A mina valia 60 ciclos, portanto cerca de 500 gramas. Seis minas de lã, i.é: 3k de lã, valiam em Eshnunna um siclo l.é: 8 gramas de prata. O sal — aqui expresso pelo sumerograma NUN — era vendido na proporção de 2 GUR = cerca de 600 litros para 1 siclo = 8 gramas de prata. Na linha 15 lê-se, sem dúvida, o sumerograma NAGA, que corresponde ao termo

acádico

uhulum

=

potassa.”

Trata-se,

provavelmente,

das cinzas de uma planta, que continha potassa e era empregada 205. Cf. B. Landsberger, op. cit. p. 68-70. Cf. tb. o texto 41-43. 206. Cf. W. von Soden, AHW sub voce rustu, p. 996. The

207. 208.

Laws

Cf. Cf.

of Eshnunna,

p. 27

explica:

(SL 579:427)

«The

«eine

alkalische

Pflanze;

55

graphic

difference

and id = «river»

is minute...» 209. Cf. W. von Soden, AHW, p. 742. 210. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, como

17,34,

J. Bottéro, Archives Royales de Mari, VII, p. 179-180. E. Szlechter, Les Lois d'ESnunna, p. 14. E A. Goetze

esir = ittum «bitumen»

o sinal

CT

Soda,

Il, N.

165a,

Kalilauge».

em

between

(SL 579:457) que

identifica

na fabricação de sabão.”” O preço de 1 GUR (cerca de 30 litros) dessa espécie de potassa é um siclo de prata (8 gramas)

A. Goetze acádico

leu o sinal em

questão

como



correspondente ag

qaqquium = «cardamun», que seria um tipo de especiaria empregada na fabricação do pão. ** Mas como nota Lands. berger a leitura do ideograma como NAGA = uhulum = AR == potassa é, sem dúvida, antiga e certa entre os assiriólogos, *º Nas linhas 16-17 é tratado o preço do cobre, aqui expresso pelo sumeregrama URUDU. Na linha 17 Landsberger constato u que a leitura ep-Sum é certa.”' O legislador estabelece, pois, para 3 minas (1.500g) de cobre o preço de 1 siclo (8 2) de prata. Se se tratasse, porém, do cobre já trabalhado, então o preço de 2 minas

(1.000 g)

seria de um

siclo de prata, *

8 2

I ga de óleo de sésamo «ga nishatim»: sua (equivalência em) cevada é 3 sat. I qa de gordura de porco «sa nishatim»: sua (equivalência em) cevada é 2 sat e 5 ga. 1 ga de «óleo do rio» «Sa nishatim»: sua (equivalência em) cevada é 8 qa. Este parágrafo foi conservado

A lei enumera Di

aqui três produtos

211. Cf. G. Contenau,

iZ:

apenas na tábua «A»

já tratados

La vie quotidienne

1, 18-20.

no & 1: 1.GIS =

à Babylone

et en Assyrie,

212. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 27: «The ideogran of 1.15 is probably naga (SL 165a) to be read tê in Sumerian an gaquilum in Akkadian, This is one of production of bread, probably «car the common spices needed for E damun». Uma outra interpretação dada por E. Szlechter, Les Lois dEsnunna, p. 14. 213. Cf. B. La

RA

7 (1910),

ndsberger, art. cit. p. 70 — Cf tb. F Thureau-Da nglt

p. 110 e H.

de Genouillac, Inventaire des tablettes d Tello conservées au Musée Impé rial Ottonam, V: Époque prés époque d'agade, époque d'U argonique; r, Paris, 1921, p. 20. " +» candsberger, op. cit | . p. 70. a E Er E Coca The Laws of Eshnunna, p. 28; e E. Sz le chter, a n a, à a ES . RR » Para a antiga leitura ma sum, ou masum,m

26

óleo de sésamo, rio

no

que

ISAH

significa,

parágrafo

KU.BABBAR

=

= gordura de porco e o i.íD

provavelmente,

anterior.

O

prata, mas

a

nafta,

correspondente,

SE

que exprime

como

aqui,

não

=

foi

o grão em

óleo do é

visto

mais

geral,

e mais especificamente a cevada. À grande dificuldade para a compreensão deste artigo legal é a expressão «Sa nishatim», cuja tradução é incerta. Trata-se, aqui, de óleo de sésamo, de gordura de porco e de «óleo do rio» Sa nishatim. Foram tentadas várias interpretações para a expressão Sa nishatim.” É muito comum

relacionar-se essa expressão com o termo nishatum dos textos do período assiríaco antigo, que indicava um imposto sobre mercadorias. ”” Paralelamente, a expressão Sa nishatim nas leis de Eshnunna indicaria também uma taxa incluída no preço.* Mas como notou von Soden, a conexão com o assiríaco antigo não pode ser feita, já que o termo não aparece nos inúmeros documentos babilônicos. Landsberger tenta uma nova explicação a partir de uma lista lexical da série IZI onde se lê: GA-AB-SA;,o-SA,o = naas-si-hu «varejista».”? Landsberger propõe para a expressão nishatum a tradução: «preço a varejo».” Neste caso o 8 1 trataria do preço por atacado de várias mercadorias e o $& 2 determinaria o preço a varejo de três gêneros de primeira necessidade. O preço por atacado é determinado em prata e o preço a varejo é estabelecido no correspondente em cevada.

216. Cf. R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 22. 217. Cf. W. von Soden, AHW, p. 794, s.v. «nishatum». Cf. tb. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 31-33. 218. Cf. a tradução de E. Szlechter, Les Lois d'Eshnunna, p. l4: «l qa d'huile végétable y compris la taxe d'entrée»... e na nota 16 acrescenta: «Peut-être: y compris la taxe de transport» ou «y compris les frais de livraison». 219. Cf. W. von Soden em Biblioteca Orientalis 13 (1956), p. 33. 220. Cf. Série IZI 5, 115. Cf. tb. o texto paralelo em Ur Excavations Texts, IV, 208,11, 221. Cf. Landsberger, op. cit. p. 71.

17

S 3 carro

Um

com

seus bois

I pan 4 sat de cevada

condutor:

e seu

o seu aluguel.

(é)

Se (o seu pagamento for) prata o seu aluguel (é) 1/3 de siclo. Ele deverá

conduzi-lo

o dia inteiro.

O 8 3 estabelece o preço legal do aluguel de um carro com

o boi e o seu condutor. O texto foi conservado apenas na tábua «A» 1, 21-23. E declarado o preço em cevada e em prata: 1 pan

4 sat, 1.6: 100 litros de cevada ou 1/3 de siclo, i.é: 2,066g de prata. No Código de Hammurabi o preço diário de aluguel do mesmo tipo de carro é de 3 parsiktum, i.é: 180 litros de cevada.“ A equivalência feita no 8 3 entre prata e cevada corres-

ponde

à tabela estabelecida

no $

1 do Código

GIS

O tipo de veículo expresso pelo sumerograma

de Eshnunna,*

MAR-GÍD.DA

— acádico eregqqum — indicaria um carro de carga puxado por uma parelha de bois.” A expressão ka-la u,-mi-im = lit.: «todo

o dia» estabelece aqui o tempo normal de trabalho correspondente ao aluguel exigido. O tempo útil de trabalho para o semita

antigo ia do nascer ao pôr do sol. O legislador estabelece, pois, no 8 3 o preço do aluguel do carro com os animais e o condutor

por

KAM

dia. O Código =

«em

um

de Hammurabi

dia»*

para

usa

a expressão

exprimir a mesma

ina

U4 |

e...

qa 0

coisa.

S 4

O aluguel de um barco (é) 2 ga por 1 GUR

salário

do barqueiro.

Ele

deve

conduzilo

o dia inteiro.

Este parágrafo legal foi conservado na tábua «A» Í, 23-24. O legislador determina, aqui, que o aluguel máximo permitido de

um

barco

222. Cf.

guesa

é 2 litros — Código

ct. E. Bouzon,

de O

se subentende

Hammurabi

Código

8 271.

Para

cevada uma



por

tradução de Hammura bi, Petrópolis,is, 1976.

223. Cf. 8 1: 1 GUR (= 300 litros) BOANCI A

Salone, sch

de

de cevada = 1

cada portitt-

siclo de prata.

: Mesopotamien n alte des e eug hrz dfa Lan o kadi h-ak risc sume ch na TsSch-akkadischen Quellen, Helsinki 19 | 28-3 28-32. 2 p. 1951, inki, 225. Cf. CH 8 271. 58

300 litros de capacidade do barco. A tonelagem corrente nos barcos de navegação fluvial da Babilônia parece ter sido de 60 GUR, i.é: 18.000 litros, que corresponde a uma capacidade de cerca de 18 toneladas.” Portanto o aluguel diário de um barco

de 60 GUR

era em Eshnunna

120 litros de cevada, ou seja na

proporção do $ 1 das leis de Eshnunna 2/5 de um siclo de prata (cerca de 3,2 g). No tempo de Hammurabi o aluguel estipulado era menor: o 8 277 determina como aluguel de um barco de 60 GUR 1/6 de siclo de prata (cerca de 1,33 g).” O salário do barqueiro não pode ser determinado com certeza devido a uma lacuna na tábua cuneiforme. B. Landsberger julga poder reconstruir a lacuna e ler: [ú 1/3] qa À MÁ. LAH=: «[e 1/3] de ga o salário do barqueiro».* Neste caso o barqueiro receberia uma diária de 1/3 de litro de cevada por cada GUR (300 litros) de capacidade do barco. Hammurabi prescreve no S 239 de seu Código que o salário de um barqueiro deve ser 6 GUR = 1.800 litros por ano, o que corresponde a uma diária de cerca de 5 litros para um barco normal, iié: de 60 GUR de capacidade.* A condição

de contrato

é, como

no 8 3, igualmente

ka-la us-mi

= «todo o dia», i.é: pelo preço estipulado o barqueiro deve dar um dia de trabalho. Na

Babilônia

o barco

era,

sem

dúvida,

comuni-

o meio

de

um

barco:

cação mais importante.” Praticamente quase todos os grandes centros comerciais podiam ser atingidos por meio da navegação

fluvial.



Se um barqueiro foi negligente e afundou deverá restituir tudo que afundou.

O 8 5 foi conservado, apenas, pela tábua «A» 1, 25-26. Nos parágrafos anteriores o tema central era determinar os aluguéis 226. Cf.

A.

Salonen,

Die

Wasserfahrzeuge

in

Babylonien

(Studia

Orientalia VIII/4), p. 158s. 227. Cf. a tradução do 8 277 em E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 106. 228. Cf. B. Landsberger, art. «Jungfrâulichkeit», p. 72. 220. Para a tradução e comentário do $ 239 do CH cf. E. Bouzon,

O Código de Hammurabi, p. 96. 230. Cf. H. Schmôkel, Kulturgeschichte

59

des Alten

Orient,

p. 82s.

e salários

no

reino

de

Eshnunna.”

Os

88

5 e 6 quebram a sequência do contexto. *” O tema inicial será reassumido n O 87. A intenção do legislador no $ 5 é bastante clara: definir à res-

ponsabilidade do barqueiro em caso de negligência do barqueiro. Este parágrafo

naufrágio causado supõe, naturalmente. q

costume babilônico, vigente na época, segundo

o qual o proprie-

tário de um barco cargas, combinava

o alugava a um barqueiro que as viagens e os preços.” Esse

barco e carregou-o

com

contratava as barqueiro era

responsável pelo barco diante de seu proprietário e pela carga diante do cliente. Em um parágrafo paralelo do Código de Hammurabi encontra-se uma formulação bem mais explícita e mais pormenorizada: «Se um awilum fretou um barqueiro e um grão, lã, óleo, tâmaras

ou qualquer outra

carga e esse barqueiro foi negligente e afundou o barco ou perdeu a sua carga: o barqueiro pagará o barco que afundou e tudo o que se perdeu de sua carga».”* Aliás a legislação de Hammurabi é, aqui, mais completa em sua casuística, tratando da responsabilidade e dos direitos de um barqueiro em cinco parágrafos.* No 8 238 Hammurabi aventa a possibilidade de o barqueiro poder erguer o barco afundado. Neste caso deverá pagar em prata a metade de seu preço.* A introdução do verbo acádico egã = «negligenciar» na casuística do $ 5 das leis de Eshnunna

a vários autores”,

veio refutar a tese comum

de que teria sido Hammurabi

quem

primeiro

231. Cf. 85 3,4, 7,8, 10.

232. Cf. H. Petschow, «Zur 'Systematik' in den Gezetzen von Eschnunna» em Symbolae luridicae et Historicae Martino David dedicatae...

Leiden, 1968, vol. II, p. 133: «Fiir den modernen Beurteiler juristisch stórend wirken in dieser Gruppe die 884 5 und 6 sowie 12 und 13. Beide Paragraphenpaare

haben hier — wie fiir 88 5 und 6 schon

lângst erkannt —

infolge Attraktion ihren Platz gefunden. Die Stichworte «Schiff» und «Schiffer» in den Miettarifen haben die beiden einzigen weiteren Bestimmungen iiber Schiffe in den GE attrahiert: Haftung des Schiffers fúr durch seine Nachlássigkeit verursachten Verlust von Schiff und Ladung

(S 5)

usus)

und

eines

Busse

fremden

233. Cf. A.

wohl

fiir widerrechtliche

Schiffess.

Goetze,

The

Laws

of Eshnunna,

Ingebrauchnahme p. 38.

234. Cf. O Código de Hammurabi, $ 237. Para a tradução tário cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 95. 235. Cf. os 88 236, 237, 238, 239, 240.

(furtum

e comen-

- 236. «Se um barqueiro afundou o barco de um awilum, mas conse guiu erguê-lo: pagará em prata a metade de seu preço». Para tradução e comentário cf. E. Bouzon, op. cit. p. 96. 237. Cf. p. ex.: M. San Nicoló. Beitrã e zur Bereich der keilschriftlichen Rechtsquellen, a 184s.

60

Rechtsgeschichte

É

im

introduziu este elemento na casuística legal em relação à responsabilidade dos barqueiros.” Mas nem as leis de Eshnunna nem o Código de Hammurabi de um barco sem comprovada

tratam do caso de afundamento negligência do barqueiro. Parece

que nestes casos valia o princípio:

«res perit domino».

S 6 Se um awilum tomou, de maneira fraudulenta (2), um barco (que) não (é) seu: pesará IO siclos de prata. O

texto do 8 6 nos foi transmitido

apenas

pela tábua

«A»

[, 27-28. A única dificuldade na compreensão deste parágrafo é

a tradução da expressão acádica i-na nu-la-a-ni. O 8 6 pune o awilum — i.é: o homem livre, o cidadão que goza de todos os direitos legais — que se apossa (is-sa-ba-at) de um barco que não é seu. As circunstâncias dessa posse ilegal são descritas pela locução circunstancial ina nulâni. O significado dessa expressão é incerto. A. Goetze interpreta a locução ina nullani como expressando uma emergência.” E. Szlechter prefere traduzir «de façon illégale».*º Outros autores preferem deixar a expressão sem

tradução, “” W. von Soden registra o termo nullânúi com o signi-

ficado de «infâmia», «fraude». ”” Daí parece justificar-se a tradução acima «de maneira fraudulenta». Certamente não se trata de um roubo. À pena imposta é suave demais. O Código de Hammurabi prevê para o caso de roubos uma pena de, pelo menos, dez vezes mais o valor do objeto roubado.”* A intenção 238. Cf. A. Goetze,

The Laws

of Eshnunna,

239. Cf. The Laws of Eshnunna, kind of an emergency». 240, 241.

Cf. Les Lois d'ESnunna, Assim p. ex.: R. Yaron,

p. 40:

p. 15. The Laws

p. 39.

«lt probably

of Eshnunna,

denotes

some

p. 23; J. Botté-

ro, Annuarie 1965/1966 — École Pratique des Hautes Etudes — IVº section, p. 91: «Si un homme, par suite (?) de nullanu, a détenu un bateau...» 242. Cf. W. von Soden, AHW, p. 803. Cf. tb. R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 182. 243. Cf. CH $ 8: «Se um awilum roubou um boi ou uma ovelha ou um asno, ou um porco ou uma barca: se é de um deus ou do palácio

61

do legislador de Eshnunna no S 6 é, certamente, punir oq Uso indevido e ilegal de um barco, sem o consentimento de seu pro. prietário. Seria, pois, um caso de «furtum usus» como o carae.

terza

M.

San

Nicolô.*

O

pagamento

de

dez

si clos

prata deverá ser feito, sem dúvida, ao proprietári

(80 g) O do barco,

de

S 7 2 sat de cevada (é) o salário de um Se (o pagamento

for em)

prata:

ceifador.

12 SE é O seu salário.

Este parágrafo legal, conservado apenas na tábua «A» 1, 28b-29a, determina a diária de um ceifador, aqu i expresso pelo sumerograma SE.KUD.KIN, em vez do sumerogram a mais usual LU.SE.KIN.KUD.** Mas a forma SE.KUD.XKIN é ta mbém en. contrada em textos de Susa.” O salário diário de um ceifador e, pois, 2 sat (20 litros), se o pagamento for feito em cevada, e 12 SE, se for feito em prata. A medida expressa pelo sumerograma SE corresponde ao acádico uttetum, em geral traduzido por «grão». Um siclo (89) tem 180 grãos; o grã o equivale, pois, a 1/180 do siclo. De mensal de um ceifador era

prata,

acordo com o S 7 o salário mínimo 600 litros de cevada ou 2 siclos de

8 8

1 sut de cevada (é) o salário de um joeireiro.

O $ 8, conservado na tábua «A» 1, 29b, determina a diária

mínima

devida

a um

trabalhador

rural

denominado

deverá pagar até trinta vezes mais; se é de um muskênum dez vezes mais. Se o ladrão não tem com que restituir

em

acádico

restituirá até será morto»

Compare com CH $& 6 e veja os comentários aos 84 6 e 8 em E. Bouzon, O Código 244.

de Hammurabi, p. 275. Cf. art. «Rechtsgeschichtliches

ESnunna, Orientalia 18 (1949), p. 258.

zum

Gesetz

245. Cf. W. von Soden, AHW, 246. Cf. Mémoires de la Délégatip.on 253a, en Perse, 18, 241. Compare com a tabela de preços do 8 1.

62

des

182.

Bilalama

vol

zartim. ao

B.

nosso

Landsberger

joeirar.”

O

mostrou

termo

que

zarâm

a raiz zarúm

usado

no

corresponde

texto

da

lei

é,

provavelmente, um particípio e indica aquele que joeira o grão

na eira. O legislador prescreve que um trabalhador zarúm deve receber por dia 1 sut de cevada, i.é: o equivalente a 10 litros. Isto corresponde

exatamente

à metade

do salário

de um

ceifador

(cf. 8 7). Não é mencionado o salário correspondente em prata.

Mas seguindo a proporção da cevada, deverá ser também a metade do do ceifador ou seja: 6 SE de prata. Nessa proporção, o salário mensal de um joeirador era 300 litros de cevada ou 1 siclo de prata.

S 9 Se um awilum deu à um mercenário um siclo de prata para trabalhar na colheita e se este não se colocou à disposição e não trabalhou (durante toda) a colheita: pesard 10 siclos de prata. O texto do $ 9 foi conservado apenas na tábua «A» I, 30-33a. Este parágrafo prevê um contrato de trabalho entre um awilum, como empregador, e um trabalhador apresentado, aqui, pelo

sumerograma

LÚ.HUN.GÁ,

que

corresponde

ao

termo

acá-

siclo

de prata.

Não

dico agrum e indica o que chamaríamos, hoje, de «mercenário», é: um homem que se alugava quer para servir na guerra quer para trabalhar no campo.” Neste parágrafo das leis de Eshnunna é apresentada uma casuística bem determinada *: o mercenário é contratado para trabalhar na colheita (a-na e-se-di) e recebe

adiantado

a quantia

de

um

(8g)

se trata de um salário para um tempo determinado mês) de trabalho, mas do pagamento de um trabalho 248. Cf. B. série ana ittisu textos de Tell zarúm (cf. The 249. Cf. W. 250. Cf. tb.

(dia ou determi-

Landsberger, ZDMG 69 (1915), p. 5206s. — Cf. tb. a em MSL I, p. 170, 172. A. Goetze menciona tb. diversos Harmal I, de caráter econômico, onde aparece o termo Laws of Eshnunna, p. 42). von Soden, AHW, p. 16b. R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 167s; E. Szlechter,

Les Lois d'ESnunna, p. 105-109;

A, Goetze,

63

The Laws

of Eshnunna,

p. 475.

nado (a colheita de um campo). O contrato Visa, pois, o resulta. do final: a colheita. n Comparando -se o S$9comos 7, pode-se deduzir que a quantia dada ao LU.H UN.GA correspondia ao salário de 15 dias de um ceifador.

Se, porém, esse mercenário faltar com o compromisso assu. mido pelo contrato, deverá pagar uma multa de 10 siclos de prata ou seja

: dez vezes mais do que recebeu.

A expressão acádica re-su la ú-ki-il-ma, cu jo sentido literal é, como registra von Soden, «não segurou a ca compreendida como uma expressão idiomática becoça» *, deve ser m a significação de «não se colocou à disposição. ..».= A repetição e-se-dam e-se-dam la [e]sisu — lit: «a colheita, a colheita não colheu» — é registrada pelo Chicago Assyrian Dictionary como uma simple s ditografia.=* Já E Szlechter interpreta a repetição como uma ma neira de expressar que o mercenário não trabalhou durante toda a colheita e, por

isso, não cumpriu uma das cláusulas do contra to em questão. * Do enunciado do parágrafo legal pode-se, pois, conc luir que o contrato previsto no 8 9 continha duas exigênci as: 1) Que o mercenário se colocasse à disposição do dono do camp o. 2) Que

realmente

trabalhasse

durante

toda

a

colheita.

A

quebra

dessas exigências (bastava a quebra de uma delas?) acarretava uma multa de dez siclos de prata contra o mercenário. 8 9a

I sut (e) 5 qa (é)

(2)

o aluguel de uma

retornará a seu dono.

foice, mas

a corda

O texto do 8 9a foi-nos transmitido apenas pela tábua «A» |, 33b-34. A exegese do texto legal deste parágrafo é bastante 251. Assim tb. R. Yaron, op. cit p. 168; E. Szlechter, op. cit. p. 1055 — À. Goetze, ao contrário, julga: «This amo unt must be intended for a month (as the 1

shekel paid the agrum under S 11) and it is certainly less than a harvester would expect under 8 7» (cf. op. cit, p. 47). 252. Cf. W. von Soden, AHW, p. 503a: «das Haupt halten». 293. Cf. W.

von Soden, AHW, 254. Cf. CAD «E», p. 3304.

p. 503a.

255. Cf. E. Szlechter, Les Lois d'Esnunna, p. 16, onde traduz:

ne moissonne pas la totalité de la récolte..>

04

«...

01

discutida em função da interpretação de dois cuneiformes e da lacuna existente no início

grupos de sinais da linha 34. A.

Goetze, tanto na «edítio princeps» ”, como mais tarde na edição «standard» *, interpreta os dois grupos de sinais cuneiformes como sendo os sumerogramas AB.TUK.A e BA.ZI.A$S. O primeiro grupo é relacionado com a raiz suméria TUK = «aceitar», «adquirir» e o segundo com ZI, que corresponde ao acádico nasahum = «arrancar», «extrair».” Para Goetze, os 88 9 e 9a formam um único parágrafo.” E. Szlechter segue a interpretação de Goetze.” Na interpretação de A. Goetze, a segunda parte do 8 9 visa determinar o salário do mercenário, citado na primeira parte, no caso em que ele tivesse trabalhado por algum

tempo, sem contudo, respeitar o contrato pleno de trabalho. Neste caso, ele receberia um salário diário de 15 litros de cevada, mas deveria descontar as rações de cevada e de óleo e as

roupas. 2

256. Cf. art. «The Laws of Eshnunna Discovered at Tell Harmal», Sumer 4 (1948), p. 72s. 257. Cf. The Laws of Eshnunna, p. 41. 258. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 44: «The second

em

group occurring in LE 8 9, ab-fuk-a is likewise a «subjunctive»; being closely tied by à to the ba-zi-as, which has just been discussed, it should, like the latter, be considered as governed by the postposition — s(e).

The «he

basic

ab-tuk

acquired,

must

be

accepted

(it)».

analyzed

as a=b=tuk

259. Cf. A. Goetze, op. cit. p. 43: «The itself well to an interpretation from Sumerian analyzed as ba=zi=a=5, i.e: as the verbal by

a

a-

and

vowel

followed

appears

as

by

the

-$...

nasâhum literally «uproot, lance of mathematics and but

postposition

The

verbal

-$e

stem

which

is for

i=b=tuk

complex ba-zi-as lends and must no doubt be form ba-zi nominalized

which

zi

in

the

position

corresponds

with

after

akk.

extract» which is not only used in the paraccountancy for «deduct, subtract, withdraw»

also juridically for «remove (from a group)». 260. Cf. a tradução de Goetze em op. cit. p.

41:

also revert 261. Cf. E.

16,

«Should

a

man

give 1 shekel of silver to a hired man for harvesting, if then he (ie: the hired man) does not hold himself in readiness and does not do for him (ie. him who does the hiring) the harvesting, wherever it may be, he shall pay 10 shekels of silver. In consideration of the fact that he (ie: the hired man) earned 1 seah (and) 5 qa in (daily) wages and was discharged (from the household), the rations of barley, oil (and) cloth

will

(to that household)». Szlechter, Les Lois d'Esnunna,

p.

onde

a

parte do 8 9 é traduzida: «... (cependant) 15 qa d'orge comme (pour chaque jour de travail) sera reçu et enlevé, mais la ration d'huile et de vêtement il rendras». 262. Cf. A. Goetze, op. cit. p.

48.

65

segunda

salaire d'orge,

sinais

Em

1964 B. Landsberger propôs para o primeiro grupo cuneiformes a leitura do sumerograma URUD.KIN,A 4

cujo correspondente de «foice».“

Esta

acádico é niggallum —

leitura

foi

confirmada

com

por

a significação

Landsberger

emb

1968 no seu artigo «Jungirâulichkeit»* e aceita por W. vor Soden*, A. Salonen *, J. Bottéro “ e outros.” De fato na Cópia da tábua «A» feita por A. Goetze o primeiro sinal parece mais

um URUDU do que um AB. Os sinais KIN e TUG são, também no período babilônico antigo muito parecidos. Assim a Ieitur; URUD.KIN.A se justifica textualmente e dá ao contexto um significado satisfatório.” O segundo grupo de sinais cuneiformes é lido por Landsberger ku-Si-rum, que para ele indica a «corda»

que prende a foice ao seu cabo.”

Embora

o primeiro sinal do grupo possa também o sinal KU, Finkelstein prefere conservar

na cópia de Goetz:

ser interpretado como a leitura BA, que ele

julga confirmada em suas colações de texto”, e lê BA-ZI-RUM, que relaciona com a expressão suméria BA.ZI.IR. Conforme Finkelstein a expressão BA.ZI.IR denota «o processo de derreter objetos de metal em preparação para fundir novos objetos». Para Finkelstein o termo acadizado ba-zi-rum indicaria os restos da foice, tornados «ferro velho».*

LI

263. Cf. Welt des Orients III (1964), p. 61, nota 52. 264. Cf. Symbolae lIuridicae et Historicae M. David dedicatae,

vol

DS ST2;

265. Cf. art. «Neubearbeitungen der babylonischen Gesetzessammlungen» em Orientalische Literaturzeitung 53 (1958), p. 519. 266. Cf. Agricultura Mesopotamica, p. 163s.

267. Cf. École Pratique des Hautes Études, Annuaire 1965/66, p. 91 268. Cf. p. ex.: J. J. Finkelstein,

Cuneiform

law»

em

JAOS

90

(1970),

art. «On

p. 2475.

Studies 1

Recent

Some

269. Cf. J. ]. Finkelstein, art. cit. p. 247, nota 19. 270. Cf. Welt des Orients III (1964), p. 61, confirmado

«Jungfráulichkeit»,

AHW,

p. 515b, com

p.

72.

W.

o significado

apresentada é o nosso texto, 271. Cf. J. J. Finkelstein,

;

von

art.

Soden

registra

«ein Band cit. p. 248,

o

termo

(?)», mas

nota

no

kugirum

a única

art em

citação

20.

o J. J. Finkelstein, art. cit. p. 248s, Cf. tb. H. Limet, Le travail u métalo e au paysy de Sumer au temps de la Illº o dynastieie d'Ur, d' P aris,

213. Cf. J. J. Finkelstein, art. cit. p. 248: «The most appropriate rending of ba-ziiir is therefore «scrap» ie: metal implements to bé scrapped or already turned into scrap. This meaning will fit all Sumerian oceurrences in which the object is metal or metal implements».

66

A lacuna

Soden:

do início da linha 34

[a-na

beJ]-li-Su-ma

é completada

i-ta-a-ar:

«ao

seu

por W.

von

proprietário

re-

tornará».” Esta interpretação é, hoje, comumente aceita. O S 9a parece, pois, tratar do contrato de aluguel de um

objeto chamado URUD.KIN.A, i.é: uma foice. O 8 9, ao contrário, tratava de um contrato de trabalho. Deve-se, pois, provavelmente considerar como dois parágrafos diferentes. No 8 9a o legislador determina o preço máximo do aluguel de uma foice: | sut e 5 qa, que corresponde a cerca de 15 litros. O cereal

em

questão

pagamento

é, sem

dúvida,

a cevada,

nas leis de Eshnunna.

que

serve

como

base

de

O preço estipulado vale, cer-

tamente, como aluguel da foice para todo o tempo da colheita.

Na segunda

frase do 8 9a o legislador determina

que

o

ku-si-rum (corda?) ou o ba-zi-rum («scraf-metal»?) deveria ser restituído a seu dono. A interpretação desta parte continua obscura e será necessário mais material textual para determinar o significado exato desta parte.

S 10 1 sut de cevada (é) o aluguel de um jumento e 1 sut de cevada (e) o salário de seu condutor. Ele deverá conduzi-lo o

preço

dia

inteiro.

O S8 10, conservado pela tábua «A» de aluguel

de um

animal,

expresso

I, 34b-35,

determina

aqui pelo sumerograma

o

ANSE, que corresponde ao termo acádico imêrum, indicando o burro ou o jumento.”º A lei prevê o pagamento diário de 1 sut

= 10 litros de cevada para alugar um jumento. No $ 269 do Código de Hammurabi lê-se uma prescrição paralela: «Se alugou um jumento para trilhar: seu aluguel será um sut de grão».”” Nas leis de Eshnunna não é declarado o tipo de tra274, Cf. W.

p. 519. 275. art. cit. 276. 277.

von

Soden,

art.

cit.

em

Orientalische | cit.

Cf. p. ex.: B. Landsberger, art. p. 2417. Cf. W. von Soden, AHW, p. 375. Cf. O Código de Hammurabi, ed. E.

67

p.

Literaturzeitung,

72.

J.

J.

Bouzon,

p.

104.

Finkelstein

balho a que é destinado o animal alugado. No seu atual contexto, depois dos 898 7-9, pode-se supor que o animal alugado era destinado aos trabalhos da colheita. A legislação de Eshnun na acrescenta uma segunda prescrição: o salário diário do condutor

do jumento é igualmente

1 sut, é:

10 litros de cevada. O pará.

grafo termina, com a cláusula: ka-la deverá conduzi-lo o dia inteiro». **

us-mi-im

i-re-de-&u:

«Ele

S 11 O salário de um de cevada mês.

a sua

mercenário

(é) um

alimentação.

Ele

siclo de prata; 1 pan

deverá

trabalhar”

um

A

tradução segue o texto da tábua «A» I, 36-37a. Como no $ 9, o personagem central deste parágrafo é o LO.HUN.GÁ,

que traduzimos por mercenário. O & 9 visava a quebra de um contrato especial de trabalho por parte de um mercenário. O S 11 determina como salário mensal do LU.HUN.GÁ = mercenário: um siclo (8g) de prata. Mas além do salário, o seu empregador devia dar-lhe 1 pan”, i.é: cerca de 60 litros de cevada a título de alimentação= por mês. Comparado com o 8 273 do

Código de Hammurabi, nota-se que o mercenário ganhava bem mais em Eshnunna do que na Babilônia. No 8 273 lê-se: «Se um awilum contratou um mercenário: pagará desde o começo do ano até o quinto mês

do ano pagará

6 SE

5 SE

de prata;

a partir do

de prata».

sexto

Hammurabi

mês

até o fim

distingue,

pois

entre o salário dos cinco primeiros meses e o dos restantes sete meses. Para os cinco primeiros meses do ano babilônico (do fim de março até o fim de agosto), o tempo mais pesado devido

aos trabalhos da colheita, Hammurabi estabelece uma diária de 6 SE, correspondente a 6/180 de um siclo, o que equivale a um salário mensal 278. 279. 280. 281. ukullum. 282.

de um siclo de prata. Mas

Cf. 88 3 e 4, Lit.: ITU 1.KAM ila-ak: «Ele irá um Cf. W. von Soden, AHW, p. 822b. Cf. a expressão sumér; Cf. W. von Soden, AHW, p. 1406a. Cf. E. Bouzon,

68

nos

mês».

sete meses

restan-

ié: 5/180 de um siclo, que de 5/6 de um síclo ou seja

tes a diária é apenas de 5 SE, corresponde a um salário mensal

6.666g de prata.

Eshnunna,

«io. Em

Hammurabi

portanto,

um siclo por todo o ano,

além de ganhar “E — durante

do mercená-

não fala do sustento

um

mês sem

«mercenário»,

=

LÚ.HUN.GÁ

— ou seja uma diária de 6 distinção de meses, recebia

— da va ce de ros lit 60 de a rc ce de al ns me a uma quot de dois

de sustento.

a título

dia —

por

litros

i.é: cerca

O e qu ma ir af do an qu o zã ra , da vi dú m se m, te r E. Szlechte s do to a do ca li ap ser o nd ve de l, ra ge r te rá ca 11 apresenta um o ári sal um to vis pre é não is qua os a par s

os trabalhadore especial.*

S 12

um, O awilum que for apanhado no campo de um muskên los sic dez ará pes o: grã de xes fei dos to jun ao meio-dia, de xes fei dos to jun te, noi de do, nha ápa for que O ta. de pra ele não viverá.

morrerá,

grão

Esta tradução segue o texto da tábua «A» I, 37-40. Na tábua «B» I, 1-3 foram conservados apenas os verbos i-sa-abba-tu = «for apanhado» do fim da segunda linha e ú-ul i-baal-lu-ut

viverá»

«não

=

O

parágrafo.

do

fim

do

8

12

leis

das

de Eshnunna trata da entrada ilegal de um awilum no campo de

um muskênum.

A interpretação da expressão acádica i-na ku-ru-

lim é necessária para a compreensão entrada

ilegal.

W.

von

de «feixe

significado

registra

Soden

de cereais».*

das circunstâncias dessa

o

Daí

termo

kurullum

a nossa

com

o

tradução

i-na

11

peut

gue tin dis lei A * o». grã de es feix os e) entr (ou nto «ju : lim rukuêtre

283. CE

considéré

E.

Szlechter,

comme

une

Les

Lois

disposition

d'ESnunna, d'ordre

p.

105:

général,

«L'art.

c'est-a-dire

com-

ire spécial portant le salaire applicable aux ouvriers pour lesquels un sala na pas été prévu». e(n)». 284. Cf. AHW, p. 5l3a: «Getreideschwade(n), Gerb traduz «inside the 50, p. na, nun Esh of s Law The ze, Goet A. 285. re

fence»(?).

J. Bottéro,

em

École

Pratique

des

Hautes

Études,

Annuai

Já E. Szlechter, » )... ée(? e-li gerb un avec «... uz: trad 91, p. 6, /196 1965 la haie de em Les Lois d'Eénunna, p. 17 propõe a tradução: «au dela de jonc>.

69

duas possibilidades: se foi i-na mu-us-la-lim = «ao meio- dia», certamente na hora da sesta”, pagará uma multa de dez siclos é: 80g mu-Si-im

de prata. Se, = «de noite»,

porém, a o awilum

entrada ilegal se será condenado à

deu ra morte. A

intenção do legislador neste parágrafo é, pois, defender o campo

de um muSkênum contra a entrada indevida de um awilum. Não se trata ainda de um roubo consumado. O awilum é surpreendido i-na ku-ru-lim, i.é: «junto (ou entre) os feixes de grão». Não se iala de alguma coisa roubada, mas a intenção do awilum entrando no campo alheio à hora da sesta ou durante a noite parece bem clara.

No

Código

Sumério

paralela

à do $

parece,

também,

12

de

de

Lipit-Ishtar

Eshnunna,

mas

encontra-se

Lipit-Ishtar

não

uma

lei

faz

dis-

livro

do

tinção alguma de tempo.” Para qualquer momento do dia ou da noite é imposta a multa de dez siclos de prata. As leis de Eshnunna atribuem à tentativa noturna de roubo uma gravidade maior, que é punida com a pena capital. A mesma concepção vigorar

na

Soden,

AHW,

legislação

bíblica

do

Exodo.” A legislação de Hammurabi é mais severa e prescreve simplesmente: «Se um awilum abriu uma brecha em uma casa: matá-lo-ão diante dessa brecha e o levantarão».* Mas mesmo uma multa de 10 siclos (80g) de prata deve ser considerada como uma pena bastante pesada para a época, principalmente se se compara com os salários, então vigentes, de diversos trabalhadores especializados. * O S 12 das leis de Eshnunna toca em uma questão muito discutida entre os assiriólogos sobre a natureza do muskênum.* 286. Cf. W. de

de

von

p. 679A.

281. Ci. Código de Lipit-lshtar $ 9: «Se um homem

um

outro

prata».

Ishtar

von

Cf.

homem

Isin»,

e

é



surpreendido

A. Falkenstein-M. em

Orientalia

NS

San 19

roubando:

Nicolô,

(1950),

p.

«Das

103s.

entra no jardim

pagará

dez

Gesetzbuch

siclos

Lipit-

288. Cf. Ex 22,2-3: «Se o ladrão surpreendido de noite em flagrante delito de

arrombamento, for

ferido

e morrer,

não

existe

crime

cidio. Mas, se já o sol tiver nascido, existe crime de homicídio.

de

homi-

O ladrão,

porém, será obrigado a restituir e, se não puder fazê-lo, será vendido pelo que roubou». 289. EL. 8 21 — Cf para comentários ao $ 21 E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 31. 290. Cf. p. -ex.: os 88 7, 8, 9 das leis de Eshnun Dea 4 na. 291. Cf. E. Szlechter, Les Lois d'ESnunna

J. C. Miles, The Babylonian Laws, vol, I, E musSkênum» em Orie' ntalia NS 27 (1958), E

-

» Pp.

90-9

Driv 40-43; G. R. The d; s E. à A. Ê Speis' er, «

kênum und die MawaliSa des friihen Islam» em19-28; W. von Soden, «musZA 56 (1964) p. 133-141. TO

Por

campo

que

uma

lei

que

se

muskênum?

de um

refere,

Por

exclusivamente,

à

defesa

do

por

especial

que esse cuidado

parte do legislador em relação ao musSkênum? ”* Quem era esse muskênum? Nas leis de Eshnunna, o muSkênum é expresso pelo MAS.KAK.EN

sumerograma

em

usual

da forma

lugar

MAS.EN.

KAK.”” Embora se tenha escrito muito sobre a origem e a natuda

reza

social

classe

muSkênum,

não

uma

ainda

encontrou

se

resposta completamente satisfatória. No Código de Hammurabi, e provavelmente também nas leis de Eshnunna, o musSkênum

formava uma classe social entre os cidadãos totalmente livres — os awilum — e os escravos. Do ponto de vista político e social eram, sem dúvida, inferiores ao awilum. Eram, porém, livres em relação aos awilum. Parece, contudo, que tinham uma certa dependência em relação ao palácio, que, em troca, os protegia continua, portanto, legalmente.” O problema do muskênum

aberto.

8 13 O awilum que for apanhado na casa de um muSkênum, ao meio-dia, com um pedaço de pau (2), pesará dez siclos de prata. O que for apanhado, de noite, com um pedaço de pau (2), morrerá, ele não vivera.

A tradução

texto da tábua

tante

lacunar.

O

acima

segue

$

encontra-se

«A»

292. Cf. tb. os 88

293.

von

W.

Cf.

I, 41-42

13

o texto

foi-nos

13 e 50 das AHW,

Soden,

na

da tábua

transmitido

leis de

Pp. 684a.

mesma

«B»

em

linha

I, 4-7.

estado

de

O

bas-

proteção

Eshnunna.

204. Cf. W. von Soden, art. «musSkênum und die Mawali des friihen Islam» em ZA 56 (1964), p. 140: «Ich môchte nun die These aufstellen, dass der muskênum der altbab. Zeit âhnlich dem maulã des friihen Islam ein Freigelassener des Stammes bzw. seines Seb war. Die friihere Versklavung war gewiss meist die Folge einer Kriegsgefangenschaft, kann

aber

auch

andere

bedingungslos,

Griinde

sondern

gehabt

band den

haben.

Die

Freigelassenen

Freilassung an

den

erfolgt

inzwischen

nicht zum

Kleinkônig oder Kônig aufgeriickten Stammeshãuptling, der ihm bestimmte Pilichten auferlegte, aber sich auch verpflichtete, ihm einen besonderen

>. Schutz angedeihen zu lassen

t1

à propriedade do muskênum como o $ 12.% A repetição da expressão i-na É... i-na E: «na casa... na casa» que se Ens contra na quarta linha dificulta a compreensão exata da intenção do legislador. Alguns assiriólogos julgam o segundo i-na É como ditografia e cortam a expressão do texto.” Mas não há base

para tal julgamento, já que a mesma formes

é testemunhada

nas

solução traduzindo o segundo mais

tudo,

específico difícil

que

de

o

duas

«cômodo»

legislador

É =

segiiência de sinais cunei.

tábuas.”

ou

use,

«casa»

Outros

com

«quarto».** no

mesmo

tentam

uma

Parece-nos,

con-

um

significado

texto,

a

mesma

palavra com dois significados diferentes. B. Landsberger propõe uma pequena correção no texto cuneiforme: Ele interpreta o segundo

grupo

de

sinais

cuneiformes

não

como

i-na

como i-na GIS e traduz «mit einem Scheit Holz» daço de madeira).”º Do

ponto

É,

mas

(com um pe-

de vista epigráfico,

o sinal cunei-

forme gravado na tábua é plausível de ser interpretado como «E» ou como «GIS», já que ambos os sinais eram no período babilônico antigo graficamente bastante semelhantes. Dificilmente uma acha de lenha pode ser considerada um objeto típico para ser roubado de uma casa. O sumerograma GIS expressa, aqui, sem dúvida, um instrumento de madeira, que o awilum usaria para arrombar as paredes da casa. Como no $& 12, a intenção do legislador é, aqui, proteger a casa de um muSkênum contra uma entrada ilegal — certamente com intenção de roubo — por parte de um awilum. Se esse awilum for surpreendido ao meio-dia, com um pedaço de pau na casa de um 295. Cf. acima p. 69s.

296. Cf. p. ex.:

(1956),

p. 442.

297. A observação

L. F. Hartman, de A.

Goetze

em em

i.é: na hora da sesta, muskênum, deverá pagar

Catholic The

Laws

Biblical

Quarterly

18

of

nunna, p. 12, nota 48: «The second i-na bitim of B |, 4 which has noEshcor respondence in A (1,41) may be an inad vertent repetiti on of the first i-na bitim in the sam e line», parece contradita pelo próprio autor na p. 52 — Cf. tb. R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 26. 298. Cf. H. Petschow, «Zur 'Systematik' in den Ges etzen von Eschnunna», tb.

W.

em von

Symbolae... Martino David Soden, AHW, p. 133a.

dedicatae,

vol.

II, p.

134



Cf.

Landsberger, Ci. B. dedicatae, 299. David Jungfrâulichkeit»it em Symbobolae. .. vol. art. «Jungfrâulicht Martino Il, 72. Landsberger traduz o 8 13 da seguinte maneira: «Einer, der im p. Hau se ein es Untertanen mit einem Scheit Holz bei hellem Tageslicht ertappt wird, zahlt 10 Schekel Silber Strafe: ; wer aber bei Nacht m it einem Scheit i W ird hingerichtet, darf nicht begnadigt werden». let Holz ertappt wird,

Te

de prata. Mas, como no $ 12,

ma multa de dez siclos (808)

o legislador estende a casuística do parágrafo com mais uma a cas na e, noit a e ant dur , ido end pre sur for lum awi O Se hipótese: do muskênum, então não haverá nem pena financeira nem perdão. Esse awilum deverá ser condenado à morte.

S 14 O salário de um alfaiate (2) é um siclo, se a roupa custar cinco siclos de prata. Se custar dez siclos de prata, (o seu salário é) dois siclos. O texto deste parágrafo foi transmitido, apenas, pela tábua «B» I, 8-9. A leitura do sumerograma que indica a profissão em questão neste parágrafo é incerta.” Deste modo a interpretação do parágrafo é prejudicada. A tradução apresentada acima segue

a leitura de B. Landsberger: Á LU.TUG 1 TOG 5 GÍN KU. BABBAR li-bil-ma 1 GÍN Á.BI 10 GÍN KU.BABBAR li-bi-il-ma 2 GÍN Á.BI.” Landsberger interpreta pois o segundo sumerograma da linha 8 como LÚ.TÚG e que seria indicativo de uma correspondente

profissão

«alfaiate».”* A

ao

nosso

=

«alfaiate»

forma

verbal

libilma — forma precativa de wabalum — tem no dialeto de Eshnunna uma função de condicional. * Se a interpretação textual de Landsberger for certa, o legislador determina no $ 14 como

salário

de um

confeccionada.

Les

300. Cf.

A.

LÚ.TÚG

Goetze,

The

dedicatae,

vol.

of

Laws

20%

Eshnunna,

do valor da roupa

p.

545;

E.

Szlechter,

Lois d'Esnunna, p. 18. R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 26. 301. Cf. art. «Jungfrâulichkeit» em Symbolae luridicae et Historicae

Martino

David

II, p. 73.

302. No art. cit. p. 73 ele traduz re 1965/1966, École Pratique des «tailleur».

303. Cf. W. von

Soden,

GAG,

«Apprêteurs». J. Bottéro Hautes Études, p. 91

$ 160c.

73.

em Annuaitraduz por

S 15 Da mão de um escravo ou de uma escrava, o comerciante ou a taberneira não deverá receber prata, cevada, lã, óleo de sésamo, O texto

|, 10-11.

mesmo

deste

em

pequena

parágrafo

A lei menciona

dois

quantidade,

encontra-se

personagens

apenas da

vida

na

tábua

comercial

«By»

da

Babilônia: o tamkârum — expresso aqui pelo sumerograma DAM-GÁR e a sábitum. O tamkãrum era mais do que um simples comerciante no sentido hodierno da palavra. Ele desempenhava, em geral, a função do banqueiro, que emprestava a juros e jogava com a especulação, como aparece claramente no Código de Hammurabi.* A sabitum *, normalmente traduzido por «taberneira»,

não

era,

exclusivamente,

a

vendedora

de

bebidas,

mas parece ter negociado com todos os gêneros de primeira necessidade, como se pode concluir deste 8 15. A interpretação exata desta lei é prejudicada pela dificuldade em traduzir a expressão final do parágrafo, cujos sinais cuneiformes tanto podem ser lidos a-di ma-di-im = «em grande quantidade» como a-di ma-ti-im, que W. von Soden traduz «bis zum Geringsten».” A tradução acima apresentada segue a leitura do texto cuneiforme a-di ma-tiim.” A. Goetze, partindo da leitura madum = «muito»,

chega

à seguinte

tradução

da

lei:

a slave or a slave girl the tamkárum and receive silver, barley, wool (or) oil for Goetze,

pois,

a

intenção

do

legislador

«From

the

hand



the sábitum will not speculation».”* Para

é proibir

ao

tamkárum

e à sábitum receber prata, cevada, lá ou óleo de sésamo da mão de um escravo para especular com o valor desses produ304. Cf. SSL,

M,

N, O, P, R, V,

101,

107 —

Para

comentários

a

Laws,

1,

esses 88 cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 49s. — Cf. tb. W. F. Leemans, The Old-Babylonian Merchant, his business and his social position, SD 3, Leiden, 1950,

p.

305.

Cf.

G.

R.

202-207. 306. Cf. W.

307. Cf. «même de'-peu

Driver-].

C.

Miles,

The

Babylonian

von Soden, AHW, p. 635b. tb. EF. Szlechte r, Les Lois d'Egnunna, de

308. Cf. The

valeur».

Laws of Eshnunna, p. 56.

74

p.

18

que

vol.

traduz

simplesmente traduz e -im ma-di a-di lê r berge Lands B. * :to or «et cetera».“” Se a nossa interpretação de a-di ma-ti-im = «em pequena quantidade» está certa, então o 8 15 proíbe ao e à

tamkárum

mão

da

receber

cevada,

prata,

escrava

uma

sabitum

óleo

lã ou

de

ou

escravo

um

mesmo

de sésamo,

de

em

a dess vo moti o E . ciar nego ou nder reve para de, tida quan ena pequ proibição parece óbvio: o escravo é propriedade do seu senhor,

os bens que possui pertencem

igualmente

ao seu senhor.

S 16 Ao filho de um awilum não separado deve ser feito empréstimo.

escravo não

ou a um

A tradução segue o texto da tábua «B» 1, 12, já que na tábua «A» II, 1 há uma lacuna neste lugar. Para se interpretar corretamente o sentido exato da prescrição do 8 16 é necessário compreender o significado da expressão DUMU.LU la zi-zu: «o filho de um awilum não separado». O verbo acádico zazum significa «dividir», «separar».” Quem é o filho «não separado»? Encontra-se a mesma classe de pessoas nas Leis Assírias B S 2

E. Szlechter julga que a expressão DUMU.LU la zi-zu e $3. se refere a filhos menores, que vivem ainda em comunidade de

bens com os outros irmãos após a morte do pai. * A. Goetze dá 309. Cf. A. Goetze,

adjective

of the

mabârum

madim

«much».

accept

as

«l take

op. cit. p. 57:

I therefore

(or

money

feel

its

mádim

justified

to be the genitive

to

equivalent)

understand the

at

adi

multiple

Of its value i.e. for speculating on a rise». 310. Cf. art. «Jungfrâulichkeit», p. 73 — Na mesma linha «The Assyrian Dictionary of the University of Chicago», vol. A/I, p. 122b que

traduz:

many

«...

others»).

311.

Cf.

barley,

silver,

CAD

«Z>,

wool,

oil

and

other

things»

p. T76s.

312. Cf. G. Cardascia, Les Lois Assyriennes, Paris 1969, Aqui encontra-se a expressão traduzida por Cardascia «Si parmi

des

fréres

indivis...»

313. Cf. E. Szlechter, már awilim la zizu semble

Les Lois d'Esnunna, p. 38: bien se reporter à un «fils

«inclusive

(Jit.:

p. 264-266. un homme

«L'expression (mineur)» de

citoyen qui aprês la mort de son pêre est resté en communauté avec

d'autres

frêres».

19

de biens

à expressão um significado mais amplo: «Thus mar awilim lã zizum can mean a free man to whom a specific share in his father's estate has not yet been assigned».* Nesta linha, julga mos preferível dar à expressão um sent ido mais amplo. O «filho de awil

um não separado»

é aquele que vive na comunidade

da casa paterna com seus irmãos, quer durante a vid a do pai quer após a morte deste antes da divisão da he rança paterna,** 0) significado do verbo acádico usado neste parágrafo ul Iggiap, da raiz qiapum*”* — traduzido aqui por «não deve ser feito

empréstimo» — foi amplamente disc utido por E. Szlechter, * Ele relaciona o uso do verbo qiapum neste parágrafo com o tipo de empréstimo qiptum.** O direito babilônico conhecia emprés-

timos a juros e empréstimos sem juros. A série ana ittiky “º denomina o empréstimo a juros de HAR-ra, com o equivalente acádico hubullum.” O mesmo texto lexico gráfico apresenta dois tipos de empréstimos sem juros: ES.DÉ.A, com o equivalente acádico hubuttatum e SU.LÁ com o equiva lente acádico giptum. =

E. Szlechter mostra a diferença existente entre o tipo de empréstimo hubuttatum e o tipo qiptum.* Parece não tratar-se apenas de uma diferença dialetal entre o norte e o sul da Babilônia.* O termo hubuttatum expressa uma re lação jurídica de empréstimo propriamente dito, mas trata-se de um empréstimo que não exige o pagamento de juros até a liquidaç ão da dívida e que para liquidar a dívida, basta restituir o capital em prestado. Mas não é impossível que os juros já tenham sido pagos por ocasião do empr

éstimo

314. Cf. A,

Goetze,

ou

The

incluídos

Laws

no

montante

do

capital. *

of Eshnunna,

315. Cf. nesta linha tb. R. Yaron, The Laws p.of 58.Eshnun na, p. 98s. 316. Cf. W. von Soden, AHW,

qiapum é confiar. 317. Cf. Les Lois

o

I, tábua

E

2

p.

d'ESnunna,

idem, ibidem —

DB. Landsberger,

918b.

O

significado

p. 70-73.

Cf. tb. W. von Soden, AHW, Materialien

zum

sumerischen

original

p. 922b.

Lexikon,

320. Cf. B. Landsberger, MSL 12, 1,57 — Cf. AHW p. 351b 921. Cf. idem, MSL, 1,2, . 1, 63 -6 4 — AHW » P. 352b e 9226. 322. Cf. Les Lois d'E sSnunna,

S2J

E

CE

ibidem,

p. 71-73.

Di. ql

de

vol.

,

té:

«Le terme désigne: «prêt sa (ou plus exactement: ns intérêt». «prét qui ne porte pas d'intérêt»). Cette expres indique enl premier sion leu un - ra JaPport juridiqu e fo q PrRcise

gal

en

outre

que

jusqu'á

Péchéance

de

de

prêt

proprement

indiquée

comme

dit

la dette, aucun intérêt, ou moi ventionnel, ne sera ex igé. Autrement dit, à Iéchéa débiteur n'est tenuy quau nce, le paiement de

,

la somme

76

ayant

No contrato qiptum, o depositário se torna proprietário dos objetos emprestados pelo simples reembolso de uma soma ou quantidade igual de mercadoria. e O 8 16 proíbe que a filhos, considerados menores por vive-

em

da casa

ainda na comunidade

feito um

de tipo qiptum.

empréstimo

paterna, Ao

que

seja

e a escravos

parece,

os emprés-

timos tipo giptum não gozavam da confiança dos legisladores babilônicos. Hammurabi determina no 8 111: «Se uma taberneira deu a crédito (a-na qi-ip-tim id-di-in) um jarro de cerveja: na (cerca

5 BÁN

colheita ela tomará

de grão».* O

de 501)

legis-

lador queria, sem dúvida, prevenir abusos e por isso prescreve uma quantidade determinada de cevada para reembolsar a taberneira em um caso de empréstimo tipo qiptum. Szlechter cita um exemplo mais radical ainda, contido no texto BM 78.259 da época cassita.* Uma das prescrições desse documento legal determina: sabitum &a Sikârum ú Se-am i-qí-pu mi-im-ma ga i-qi-pu ú-ul ú-Sa-ad-da-an: «A taberneira que deu a crédito cerveja ou cevada não poderá se lazer reembolsar daquilo que deu a crédito».* O legislador proíbe, neste texto, a taberneira de conceder empréstimos, tipo qíiptum, de cerveja ou de cevada. A proibição do 8 16 do Código de Eshnunna é mais geral. Se a relacionamos com o 8 15, pode-se interpretar o 8 16 como uma

proibição

para

burlar

tanto

feita

ao

comerciante

como

à taberneira

de

conceder empréstimos tipo giptum aos filhos dependentes da casa paterna e aos escravos. O emprego do empréstimo qiptum era, provavelmente, um modo usado pelos comerciantes e taberneiras fait Tobjet

du

vigente.º

o direito prêt...

Cependant,

été immédiatement payé au moment

rien

ne

garantit

que

Vintérêt

n'ait pas

du prêt, ou que la somme mentionnée

comme capital ne soit pas constituée en réalité par le capital plus les intérêts». 325. Cf. idem, p. 72: «Sous la dénomination de qíiptum il y a bien

d'entendre,

au sens

précis

du

le depositum

terme,

irregulare,

c'est-a-dire

le dépôt qui porte sur des objets in genere dont le dépositaire devient

propriétaire à charge

une somme

de rembourser

égale de merchandises».

326. Cf. a tradução portuguesa de E. Bouzon: O Código de Hammurabi, p. 55. - 327. O texto BM 78.259 foi publicado por S. Langdon em Proceedings

of the Society of Biblical Archeology, vol. XXXVI, 1914, p. 100s. 328. Idem, col. I. 14, 329. Cf. as considerações de E. Szlechter, Les Lois d'ESnunna, p. 73.

77

8 17 O filho de um awilum (que) levou a terhatum pa ra a casa de seu sogro: Se um dos dois morreu* » Q prata retornará a seu dono. À tradução acima segue a formulação da tábua «B» 1, 13-15. O 8 17 da tábua «B» determina a mane ira de proceder em relação à terhatum no caso da morte de um dos noivos antes da realização do casamento. O termo terhatum indicava uma quantidade determinada de prata, que, em geral, o pai do noivo

pagava ao pai da noiva.” Em caso de morte da noiva, O noivo podia exi

gir do sogro a quantia paga pela noiv a. Se o morto fosse o noivo, então a família deste podia exigir a devolução da terhatum. Este é, sem dúvida, o sign ificado da expressão KU.BABBAR a-na be-li-Su-ma i-ta-a-ar: «e a prata retornará ao seu dono». Na tábua «A», cujo S 17 está em estado bastante lacunar a apódose é diferente: ma-la ub-l u ú-ul ú-Se-es-sé Wa-tar-Su-ma i-le-gé: «o que ele tiver trazido nã o fará sair, ele tomará o seu excedente». A tábua «A» juntou em um parágrafo dois

tipos

de casuística

diferente:

o caso

da

morte

de

um

dos

noivos e o caso da morte de uma das partes de um casamento que não tem filhos. A tábua «B>» tratou os dois casos separadamente nos $$ 17 e 18. Na tábua «A» parece , pois, ter havido um erro de homoioteleuton por parte do escrib a, provocado, sem dúvida,

pela

repetição

= «morreu»

da

expressão

(lit.: foi para o destino).

a-na

Si-im-tim

it-ta-la-ak

8 18 Se ele Ou

zido

a tomou

O noivo

não

excedente.

ou

a

como

esposa

e ela entrou

em

sua casa e

noiva vier a morrer =: o que ele tiver trapoder à fazer sair. Ele tomará, apenas,

o seu

330. Lit.: a-na Si-im “tim it para o 391. ET E. E beling, art. -ta-la-ak: «foi «Eh e» em vol. II, p. 281-286, RealEllexikon 332. Lit.: a-na Si -im-tim it-ta-la-ak «oi para o

78

destino».

der

Assyriologie,

destino»,

O 8 18 foi transmitido

apenas

«B»

pela tábua

A

I, 16-18.

o noivo rótase do parágrafo caracteriza bem a sua casuística: Trata-se, casa. sua em u entro esta € a espos como noiva tomou a do a lacun na peque Uma o. umad cons o ment casa um pois, de

texto na segunda parte da prótase dificulta a sua compreensão. “ A edição standard de A. Goetze interpreta e transcreve O texto Si-ima-na a-tum kal-l (?) m ru-u -haa-ah (?) u ra: manei desta it-ta-la-ak,

tim

traduz:

ele

que

«...

soon

but

afterward

the

young woman deceases. . .».** Goetze lê, portanto, na lacuna do te vexto um advérbio ahharum, que ele interpreta como uma varian dialetal

de

Szlechter

E.

«depois».“

=

warkanum

lê:

Jlu-ú

a-ah-ha-ru-ú kal-la-tum a-na Si-im-tim it-ta-la-ak, que traduz: et si aprês que la jeune femme est décédée, il (le3 mãr awilim) est en retard (pour la restitution de la dot)...». Seguindo von Soden*”, E. Szlechter traduz o termo ahharu por «être en retard», que ele interpreta como um retardar por parte do noivo da entrega do dote.“ B. Landsberger propõe uma nova conjectura para a lacuna do texto e lê: lu-ú a-hi-za-nu lu-ti Kal-la-tum: «entweder der Brâutigam oder die Braut». º Embora do ponto de vista epigráfico tanto a leitura ahharu como a leitura ahizanum sejam possíveis, a conjectura de Landsberger parece mais enquadrada dentro do contexto. ” Nossa Es

we

tradução

«e

ou

o

noivo

ou

noiva

a

vier

a

morrer»

à

segue

conjectura de Landsberger. A casuística do parágrafo parece agora mais clara: um homem casou-se e consumou o casamento pela coabitação. Esse casamento é, porém, prematuramente des-

333. Cf. art. cit. em Symbolae... Martino David dedicatae, vol. II, p. 72. 334. Cf. The Laws of Eshnunna, p. 59-60. 335. Cf. ibid. p. 60. 336. Cf. Les Lois d'EsSnunna, p. 20. 337. Cf. AHW 1, p. 20a: ahharum: «im Riickstand befindlich...» 338. E. Szlechter, Les Lois d'Esnunna, p. 49s: «La loi envisage expressément le cas du décês de la jeune épouse (kallatum). Le mari devait rendre le sherigtum, et pouvait allors reprendre la terbatum. Cependant, s'il se trouvait en retard pour la restitution de la dot, il mavait droit qu'ã la part de la terbatum qui excêde da dot». 339.

Cf.

art.

cit.

em

Symbolae...

Martino

David

dedicatae

vol.

II,

Pp. 73. 340. Cf. a forma disjuntiva do $ 17. B. Landsberger argumenta, com razão: «Der Wechsel im Ausdruck (8 17: ina kilallen iSten) ist eine von manchen Stileigentimlichkeiten des LE, durch die er sich von KH

unterscheidet»

(cf. ibid. Pp. 73).

79

feito pela morte do noivo ou da noiva, subentendido, filhos. Como

proceder

nestes

casos

em

relação

sem

deixar

à terhatum?

A resposta a esta questão é dada na apódose em três Proposições curtas. À primeira frase ma-la ub-lu: «o que ele tiver trazido»

deve ser compreendida dentro do contexto geral dos SS 17-18, Essa proposição refere-se, sem dúvida, à terhat um introduzida na prótase do 8 17: DUMU LÚ a-na É e-mi-im ter-ha-tam li-bi-il-ma:

«o filho de um

awilum

(que)

levou

a terhatum

para

a casa de seu sogro». O problema das três frases da apódose está, sem dúvida, na determinação acádica dificulta enormemente

do sujeito. O laconismo da frase a sua clareza e compreensão.

A. Goetze*””, E. Szlechter*” e outros especi alistas** interpretam este parágrafo à luz do 8 164 do Código de Hammurabi, que prescreve: «Se o seu sogro não lhe de volveu a terhatum:

ele deduzirá do seu dote o correspondente à sua terhatum e restituirá o (resto de) seu dote à casa de seu pai».” Para Goetze, o $ 18 trata exclusivamente do caso da morte prematura

da esposa.“* O paga ao sogro, que o montante

viúvo

não

poderá

exigir

de

volta

a terhatum

mas terá o direito de ficar com o dote, mesmo deste seja mais elevado do que o da terhatum.”

E este o sentido da frase: «ele tomará O seu excedente ». Na interpretação de Goetze, 0 sujeito das três frases da apódose é, portanto, o noivo. Para E. Szlechter, o S 18 prevê apenas o caso de morte da esposa.” Como já foi mencionado acima, é introduzido aqui Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnun na, p. 63. Cf. E. Szlechte r, Les Lois d'ESnunn a, CL ) ) Finkelstein, art. Recent Studp.ies 48s. in (1970), p. 249s,

Hammur

80

a

de

345. Cf. ibid. p. 60, onde Goetze traduz abi, p. 74. o 8 18: «lf he takes her and she enters his house, but soon afterw ard the young woman deceases, he will get refunded nothing of that which he had brought (to his father-in-law), but will kee p (wha tis in) excess of it» . 346. CI. A. Goetze, The Laws of Es hnunna, p. 61: «The relative clause mala ublu «whatever he brou ght», then, stands for terbatam «th bride-money» and it is stated e that he (i.e. the bridegroom) will not get back» the terhatum he had brought (to his father-in-law). The 8 form Súsum means literally «cause to £o out», namely from the hous e of the father-in-law; I do not see any difficulty in such usage. Ins tead of getting back the bride-money Wa-tar-Su-ma i-le-(eq)-qé «he wil l take (or keep) its excess», namely the excess (in his hand) of the Seriktum («dowry») over the terhatum»., d47. Cf. Les Lois d'Esnunna 20: «Sil | : st entrée dans la maison, et sj a o ladljeu lne pe Bl édé ellee, do il * fesu mmntees estset déc

|

O Código

Law,

[a

344. Cf. E. Bouzon,

Cuneiform

dim

341. 342, 43. JAOS 90

um

elemento

novo:

o retardamento

em

devolver

o

dote.

Neste

caso o marido viúvo não podia exigir do sogro a devolução da terhatum. Ele tinha, apenas, o direito de cobrar de seu sogro a parte da terhatum que excedia o valor do dote. **

R. Yaron em seu comentário ao $ 18 apresenta uma solução que ele mesmo chama de eclética. O sujeito da expressão ma-la ub-lu: «o que ele trouxe» é o noivo. O sujeito dos outros verbos

da

apódose

ú-ul

ú-Se-es-sé:

«não

fará

sair»...

i-la-eq-gé

=

«tomará» é o sogro. “ B. Landsberger apresenta uma interpretação totalmente ferente.” O S 18 trata, segundo ele, da morte prematura

di-

de uma das partes. O sujeito dos três verbos da apódose é o marido viúvo ou os: descendentes deste. A lei prevê que, nestes casos, o pai da esposa não tem a obrigação de devolver a terhatum, mas deve restituir o que ganhou pelo investimento da quantia da terhatum na forma dos juros correntes. * Como já foi observado acima, o estilo telegráfico em que a apódose do S 18 foi formulada dificulta a sua interpretação. As três frases: ma-la ub-lu: «o que tiver trazido»; ú-ul ú-sees-sé: «não fará sair» e wa-tar-Su-ma ji-le-gé: «tomará o seu excedente» podem ter como sujeito tanto o marido viúvo como também o sogro, pai da esposa falecida. Deve-se, contudo,

examinar o & 18 das leis de Eshnunna dentro do contexto da tradição legal da Babilônia. E aqui, a tradição legal expressa nos 84 163 e 164 do «Código de Hammurabi» oferece, sem Je mãr awilim) est en retard (pour la restitution de la dot), il ne fera pas sortir autant qu'il apporta, il devra pendre seulement le reliquat». 348. Cf. E. Szlechter, op. cit. p. 48s. 349.

Goetze

Cf.

The

Laws

in assigning

mala

of

Eshnunna,

p.

120:

«...

ublu to the bridegroom;

it

follows

on the other

agree with San Nicolô that the «taking of the excess» can act of father-in-law (or a successor of his). These two lead almost necessarily to the third, the ul usesse has to

that

hand,

of

only be the assumptions be rendered

|, 19-20. A interpre na tábua «A» tação do parágrato é bastante discutida. A. Goetze na «editio princeps»* €

ting to

apresentada

em

the Old Testament»=

continuação

«Ancient

trata

do 8 18. Daí a numeração

Near

esta

18a.

Eastern

passagem Ela

Texts

como

rela-

uma

determinaria Os juros a serem pagos no caso em que a terhatum ou o dote 352. Cf. A. Goetze,

353. CE. Pp. 162.

Sumer

4

194

(1948), p. 63-,102, plates I-IV.

82

jza

tradução

2 td

na

devessem

ser

restituídos.

B.

Landsberger,

coerente

com

a inter-

pretação dada ao S 18, vê neste parágrafo a determinação dos iuros que devem ser pagos pelo lucro no investimento da prata

paga

como

conservando

terhatum.*”

a numeração

Na

«editio

S$ 18a,

standard»,

interpreta

Goetze,

este parágrafo

embora como

uma determinação da taxa de juros legais para empréstimos em geral.“ Também E. Szlechter interpreta o 8 182 em uma linha de taxa de juros moratórios em geral.“

No 8 18a a taxa de juros máxima

permitida para

1 siclo

de prata é, ao ano, 1/6 de siclo e 6 SE. O SE — em geral traduzido por «grão» — é a medida de peso que corresponde a 1/180 do siclo. A taxa de juros, calculada em SE, é, pois, de 36 SE para cada siclo, ou seja para 180 SE. Era, pois, permitido para a prata juros de 20% ao ano. Quando se tratava de cevada, os juros eram maiores. Para um GUR de cevada, que corresponde a 300 qa — cerca de 300 litros — era permitido como

juros 1 pan e 4 sat. A medida pân corresponde a 1/5 do GUR,

portanto 60 qa ou 60 litros. O sutum, também uma medida de capacidade babilônica, correspondia a 10 qa, ou seja, 10 litros. Os juros permitidos eram pois 100 qa — cerca de 100 litros — por cada 300 qa, o que corresponde a uma taxa de 33 1/3%. Para o caso da prata, sabe-se que 20% era a taxa normal cor-

rente na tradição legal da Babilônia.

determina:

«Se

um

mercador

O Código

emprestou

grão

de Hammurabi

com

juros:

ele

tomará por 1 GUR de grão... como juros. Se ele emprestou prata com juros: ele tomará por um siclo de prata como juros 1/6 de siclo e 6 grãos». =" Infelizmente o estado lacunar deste 394. Cf. art. cit. publicado em Symbolae... Martino David dedicatae vol. Il, p. 74: «b) $ 18 kann kein selbstândiger Gesetzesartikel sein; Ware er es, so miisste er anders lauten; ussa b hat kein Subjekt, dies kann nur dem $& 18 entnommen werden, obgleich Hãrte des SubjektWechsels zugegeben werden muss. 355. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna — The Annual of the American Schools of Oriental Research, vol. 31 (1951-1952), New Haven, 1956, p. 675. 356. Cf. E. Szlechter, Les Lois dEsSnunna, p. 80: «Comment justifier

Vinsertion dans Vart. 18(18a)

de dispositions relatives au taux d'intérêt?

Il nous parait peu probable qu'elles se rapportent uniquement à une dette resultant des dons matrimoniaux et fassent partie de art. 18. Nous “royons qu'il faut plutôt leur assigner une portée plus large, et considér er qu'elles concernent Pintérêt moratoire en général...»

357. Cf. E. Bouzon,

O Código

de Hammurabi,

83

8 L, p. 49.

texto

de

Hammurabi

não

nos

permite

conhecer

os

Juros

Permi-

Emo

no pe

a

nd

tidos para o grão; mas, no caso da prata, os ju mesmos: 1/6 de siclo + 6 SE, ou seja, 36 SE (grãos)

O awilum que dá (um empréstimo) a um na eira.

para a interpretação deste parágrafo é a compreensão da expressão acádica a-na me-eh-ri-Su. E. Szlechter interpreta a expressão ana mehri-Ku como um termo técnico para indicar um empréstimo onde era restituída «Le

citoyen

equivalente

qui

(sur la récolte)

«prête»

à quantidade

contre

(la

se fera rembourser

emprestada=

restitution)

(litt. donner)

de

a

e traduz:

Péquivalent

(le prêt)

sur

aire».* A. Goetze interpreta, também, a expressão ana mehri-

e

a quantidade

pa

O texto do parágrafo nos foi transmitido tanto pela tábua «A» LI, 8-9 como pela tábua «B» I, 21-22. A maior dificuldade

E

PR

ele: fará pagar

(awilum) igual a

li

na

e

se

S 19

Su como um termo técnico para indicar um tipo de empréstimo, mas a posição de Goetze apresenta algumas diferenças em relação à interpretação de Szlechter. Para ele a expressão ana melari-Su deve ser entendida como «em termos de seu equiva-

mas

Literalmente essa expressão significa «seu igual», «seu equivalente».” No $ 200 do Código de Hammurabi lê-se: «Se um awilum arrancou um dente de um awilum igual a ele (a-wi358. Cf. Les Lois d'Esnunna,

Vexpression «ana mehrishu» qui lent de ce qui a eté prêté». 359. Cf. ibid. p. 20.

p. 79:

suppose

«En

la

premier

lieu, IPemploi de

remboursement

de

Vequiva-

360. Cf. The Laws of Eshnunna, p. 66s. «The “ana mebri-iu” of ou 8 19 can be understood as meaning in (terms of) its equi valent,

recording

m

the

deed

nrt

the

amount

actually

lent,

but

1.º

the amount to be repaid» Em Ancient Near Eastern Texts relating ment, p. 162, Goetze treduz o 8 19: «The man who togivethe Old Testa s (aDO loanEra ) 19 (the debt terms of his retake shall make o pay on the threshing 361. Cf. W. von Soden, AHW. o

84

i

emprestado,

o oóíÕõÕÕÕêÊ Ot

lente», significando, de fato, não o montante a quantia que deve ser devolvida, ”

im me-eh-ri-Su): análoga

mehri-Su

posição

social.

mehri-ku

indica

No

de um empréstimo

mesma

condição

mente, a cevada.

indica,

um

linha

Nesta

do. *

arrancarão

sem

35

8

escravo

o seu

dúvida,

Como

nada

pessoa

Eshnunna do

ao escravo

igual

a interpretação

do

8

a expressão da

mesma

palácio

adota-

a

19.

expressão Trata-se

outro awilum

da

se fala dos juros, não se sabe

se

feito por um

O

Aqui

uma

de

Leis

das

colocamos

social.

dente».”

awilum

do

objeto

a um

empréstimo

é, provavel-

o 8 19 tem em vista um empréstimo gratuito, sem juros, ou se os juros já foram calculados no montante a ser restituído.” Um awilum que emprestou a um outro awilum nas circunstâncias

previstas no $ 19 pode exigir o pagamento da dívida em sua eira. Desta maneira o awilum que emprestou estará isento dos custos

de transporte e de armazenamento devida em sua própria eira.&

etc...

Ele receberá a quantia

Uma outra interpretação possível da expressão «na eira» é que o credor só poderá exigir o pagamento da dívida no tempo

da

colheita. *

O 10-13,

lacunas

S 20 nos foi transmitido apenas pela tábua «A» mas infelizmente em estado bastante fragmentário. existentes

no texto

dificultam

uma

perfeita

do parágrafo. A apódose é a parte de compreensão de uma

ela prevê o pagamento

363. Cf. 364. Cf.

E: Bouzon,

O

Código

compreensão

mais fácil:

dívida em cereais por ocasião da

Colheita. Os juros prescritos são os mesmos 362. Cf.

II, As

do $ 18a:

de Hammurabi,

acima a interpretação do 8 35. R. Yaron, The Laws of Eshnunna,

1 pan e

p. 87.

p. 155.

365. Cf. tb. B. Landsberger, art. cit. em Symbolae... Martino David ledicatae, vol. Il, p. 74. 366. Cf. J. Klima, art. «Gesetze» in Reallexikon de Assyriologie, rol. III, p. 255.

85

ci

Se um awilum deu... para... mas converteu a cevada em prata: na colheita ele tomará a cevada e os seus juros: por um GUR 1 (pan) e 4 saí.

e

e

et

S 20

4 sat, ié: 100 litros por cada GUR, ié: 300 litros. A ta Xa de juros de 33 1/3% é a mesma prevista no $ 18a. A prótase consta de duas proposições. A primeira, introd uzida pela partícula Summa = «se» está incompleta no texto transmitido. Falta o objeto do verbo iddin = «deu» (emprestou): o empréstimo foi em cevada ou em prata? A lacuna após a partícula empréstimo

prótase

«ana» = previsto

parece

«para», nos impede aqui no parágrafo.

introduzir

na casuística

de conhecer A segunda

do

parágrafo

o tipo de frase da

uma

cir-

cunstância nova, que o legislador deseja tratar. Mas foi conservado apenas: Se-a-am a-na KU.BABBAR i-te-x-x: «cevada em prata...» Justamente a forma verbal está mutilada:; foram conservados apenas dois sinais cuneiformes facilmente legíveis. Daí as conjecturas e tentativas de completar o texto serem inúmeras, A Goetze na edição standard sugere algumas emendas ao texto e lê: Sum-ma awilum ka[spam] a-na qa? -aq-qa? — di? — ma id-di-in-ma; que ele traduz: «If a man lends out money to the amount recorded...».“” Trata-se, pois, conforme Goetze, de um empréstimo de prata «ana qaqqadim», i.é: como capital. Na segunda proposição da apódose ele completa a lacuna correspondente ao verbo e lê i-te-[wi-Sum], que na edição «princeps» ele traduziu por «expresses to him» derivado do verbo awôm = falar É; mas já na edição standard de 1956 ele fez derivar a forma i-te-wi-Sum de um verbo ewim = «to equal».” Baseado nessa nova derivação, Goetze KU.BABBAR i-te-wi-Sum: «he

traduz a frase Se-a-am a-na has equated for him (self)

barley to silver».”” Para Goetze o credor especula com a possibilidade de uma alta de preço da cevada. "! E. Szlechter propõe para a primeira frase

seguinte

— de

8 20

leitura

as? — [Porge

367. 368. 369. 370. 371.

do

texto:

sum-ma

awilum

[Se-a-am]

prótase a-na

a mixed

deal.

The

capitalist

lends

money

«The remaining but has its value

expressed in barley: che has equated for him (self) barley to the silver». He apparentl also wish provides (8

y speculates on the rise to take advantage of the

in the price of the barley and may higher interest rate which the law

18) for barley loans>. 372. Cf. Les Lois dEsSnunna, p. 20.

86

a

na?

pa-ku-tim?-ma, que traduz: «Si un citoyen donne pour (payer) d'engrangement]...».” Na segunda

Cf. The Laws of Eshnunna, p. 65. Cf. Sumer 4 (1948), p. 63s. Cf. The Laws of Eshnunna, p. 67. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 67. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 67:

treats

da

fras -

conserva

Szlechter

edição «princeps»

Goetz e na

a

forma

e traduz:

i-te-wi-Sum

proposta

(la res-

et bien que

«...

por

Para Szlechter, itution de) Porge en argent soit stipulée. > o 8 20 tenta coibir um tipo especial de usura. O empréstimo de cevada era em geral feito antes da colheita, em um tempo onde

o preço dos cereais era mais alto. Era, pois, interesse do credor exigir no ato do empréstimo que o pagamento fosse feito em prata, sabendo que durante a colheita o preço da cevada, neces-

sariamente,

cairia. “

B. Landsberger apresenta uma outra leitura do texto da prótase com conjecturas textuais bastante diferentes: Sum-ma LÚ ge-a-am a-na GIS.APIN à GIS.TUN id-di-in-ma — «Se um awilum emprestou cevada para (o cultivo com) arado ou enxada» — ge-a-am a-na KU.BABBAR us-te-pi-[el] «e quer converter a Na cópia da tábua «A», feita por cevada em prata...» Goetze, a leitura GIS.APIN e GIS.TUN é possível. Neste caso o $ 20 trataria de um empréstimo de sementes para o plantio. Embora o tipo de empréstimo tratado neste parágraio, por causa do estado lacunar da tábua cuneiforme, não nos seja conhecido e todas as tentativas de correção e complementação do texto permaneçam no campo da conjectura, o sentido geral do

$ 20 parece claro. A sugestão de leitura Se-a-am = «cevada» na primeira frase da prótase

20 trataria, portanto,

do contrato

de um

de empréstimo

parece-nos

empréstimo

a mais provável.

de cevada.

o credor estipulou

que

Por

O $

ocasião

a dívida

de

cevada seria paga no correspondente em prata. O credor especulava, sem dúvida, com o fato de a cevada durante a colheita sofrer uma queda nos preços. Tendo emprestado a cevada du-

de alta e convertendo

rante o período

a quantia

da dívida

em

prata durante a baixa de preços, o credor teria, certamente, uma boa margem de lucro. À intenção do legislador é impedir esse tipo de usura. O devedor pode por lei, durante a colheita,

373. Cf. ibid. p. 20. + 374. Cf FE. Szlechter, Les Lois d'ESnunna, p. 78: «Le prêt d'orge était normalement contracté avant la récolte, à [époque de Pannée oi le prix de Vorge était le plus élevé. Le créancier avait donc tout intérêt à

évaluer

"orge

en

argent

en

cours

du

jour

du

contrat,

et

à

se

faire

rembourser la dette d'orge en argent. C'était probablement un procédé Courant ayant pour but d'enfreindre les dispositions relatives au taux

dintérêt légal». tae,

oder

375. Cf. Tomus

Hacke

cit. publicado em Symbolae... Martino David dedicaPflug alter, p. 74: «Wenn : jeman : d Gerste zum (Anbau mit) verlichen hat und will die Gerste in Geld umwandeln...» art.

87

pagar

a

sua

dívida

de

cevada, com

cevada,

ainda

que

nha consentido a conversão da dívida em prata. O 8 20 tevisa pois, proteger o devedor contra um tipo especial de usura, O pagamento em cevada está, naturalmente, ligado à taxa de juros de 33 1/3% prevista no S 18a. Uma determinação paralela à do S$ 20 encontra-se, provavelmente, no 8 M do Código de Hammurabi:

«Se

um

awilum,

que

tem

uma

dívida,

não

tem

prata para restituir, mas tem grão: o mercador tomará como juros o correspondente em grão de acordo com as prescrições do rei. Se o mercador exigiu como juros mais do que... por 1 GUR de grão ou 1/6 de siclo e 6 grãos [por um siclo de prata] perderá tudo o que emprestou». ” Aqui Hammurabi permite a um awilum devedor, que tomou prata emprestada a um merca-

dor, pagar a sua prata emprestada.

dívida

com

o correspondente

em

cereais

à

S 21 Se um awilum e seus juros: [6 grãos].

deu prata «ana panisu»: ele tomará a prata por um siclo de prata 1/6 (de siclo) e

O texto do $ 21

nos foi transmitido

apenas

na tábua

«A»

IH, 13-15. Ele está bem conservado. A única dificuldade para à interpretação do texto é a compreensão da expressão acádica ana panisu. A tradução literal de ana panisu é «diante dele», 1.é: «à sua disposição». ** Mas, aqui, sem dúvida, técnico e indica um tipo

A. Goetze

na edição

o oposto de ana mehriãu initial (amount) ». *”* 376. Cf. Orientalisches 377. Cf. 378. Cf. 379. Cf.

standard do

S

19

o sentido da expressão é, de empréstimo.

interpreta

e traduz:

ana panisu «in

terms

como

of its

R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 156s. V. Koroõec, Recht, p. 89s, E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 49. Cf. tb. S ol. W. von Soden, AHW, p. 8214. The Laws of Eshnunna, p. 65.

Ta

88:

E. Szlechter compara a prótase do 8 21 com a prótase do EL do Código de Hammurabi* e explica a expressão ana

pois,

Trata-se,

hubullim.*

ana

de

substituto

um

panisu como

lois les ns «Da lui: conc ter ech Szl s. juro a o tim rés emp de um du d'Eshnunna, la locution ana pani définit la nature juridique rapport

"art.

par

prévu

employant

En

prêt.

du

c'est-a-dire

21,

cette expression, le législateur entendait souligner, d'une part, qu'il y avait transtert de la possession de Pargent et, d'autre part, que ce transtert était temporaire, c'est-â-dire que le débi-

reur devait rembourser la somme reçue... De même, le caractêre onéreux du prêt ne découle que de Iadjonction de la clause relative aux intérêts».* Contudo não parece metodologicamente certa a equiparação de ana hubullim com ana panisu. Não há base suficiente no material jurídico encontrado para uma tal afirmação. B. Landsberger traduz a expressão ana paniSu por «como

como

para

adiantamento

colheita.

a futura

empréstimo

um

de

caso,

neste

Tratar-se-ia,

adiantamento».*

Como se vê, o significado da expressão ana paniSu não é claro. Partindo do significado literal de ana panisu = «à sua

disposição»,

apresenta

probabilidade

alguma

a explicação

de

k.

Yaron.“* Para ele, o 8 21 trataria de casos em que o dinheiro era colocado à disposição de alguém, mas esse alguém não

buscava

emprestado.

o dinheiro

Podia

que juros pagar em tais casos? Os juros previstos na apódose 1/6 de siclo = 30 &e (grãos) + ou seja: 20% de juros ao ano.

380.

mercador)

Hammurabi, 381. 382.

prata com

emprestou

p. 49.

então

a questão:

são os mesmos

do $ 18a:

6 Se

KU.BABBAR

(tamkãrum)

Sum-ma

surgir

juros...»

ana

Cf.

Cf. Les Lois d'Esnunna, p. 74. Cf. E. Szlechter, Les Lois d'ESnunna,

Symbolae

383. Cf.

juridicae

et historicae

bubullim

E. Bouzon, p.

75s.

Martino

(grãos)

36 Se

=

(grãos)

id-di-in

O

«Se

Código

David

(o

de

dedicatae,

II, p. 74: «Wenn (aber) jemand Geld als Vorschuss (auf die Ernte) gibt». 384. Cf. The Laws of Eshnunna, p. 163: «Quite . Além do 8 25, estes dois textos são os únicos conhecidos, onde a expressão ana bit x Sasâm aparece em contexto de di reito matrimonial. Trata-se, pois, de uma expressão idiomática, cu jos componentes não precisam ser traduzid os

literalmente.

401. Cf. Les Lois dESnunna,

A

tradução

proposta

p.

22. Na mesma linha Annuaire, École Pratique des Hautes Études IV section, traduz a expressão por «faire réclamation>. 402. Cf. W. che stellen».

E

para

explicar

Wegfiihrung

(1068) (1965),

Soden,

AHW,

»

; paráfrase der

von

von

p. 127-136,

ul

1196a,

Edikt

des

13:

(Lehns)mann

«Two

Finkelstein

1965,

p.

92,

Ansprii-

Ammi-saduga

von

apresenta a seguinte seiner Dienst- oder

durch

behôrdlich

R.

J. Bottéro, em

«Forderungen,

Kônigs

- Kraus em seu estudo a expressão: «... einen

Familienmitgliedern

ralos J. pad, p. 23-20 ,

Ein

P.

por

zur

die Repressalie

Pflichterfiillung

Sketches from the Life at Ur», Rejected Bridegroom, Orie n i A

7» «ana bit emim Sasú», RA

61

Irag ç

( 1967).

406. Cf. ibid. p. 127. Na p. 135 tenta uma «l requested that PN, dução mais aproximada: your son, be wedded fortra mally (to my daughter)» 407. Cf. R. Yaron, Th e L aws of Eshnunna, p. 126, f

z

À

%

e

pra

04

o

para

Yaron É «claimed consummation» parece a melhor tanto 8 25 como para os dois outros textos acima tratados.

O segundo verbo da prótase ik-Si-Su-ma” causa, também, algumas dificuldades. A. Goetze o deriva de uma raiz kaSasum,

e

«takes

por

traduz

a tradução

com

combina

bondage»*”,

in

him

por Goetze

dada

naturalmente

que,

à expressão

bit

ana

emim issima: «offers to serve in the house of (his) father-inlaw...» Provavelmente, contudo, deve-se derivar da raiz kaSúm I que von Soden registra com o significado de «ungerecht behan-

deln».“”” Daí, a nossa tradução «o tratou injustamente». A terceira dificuldade da prótase é a lacuna no texto da linha 27, que seguindo vários outros autores”, completamos com o termo Sanim lendo: a-na [Sa-ni-im ilt-ta-di-in: «e deu a um outro». Com estas explicações pode-se tentar reconstruir melhor a casuística do 8 25: Um awilum, que certamente já pagou a seu

futuro sogro a quantia estipulada como terhatum, exige que sua noiva lhe seja entregue. Mas o sogro recusa a exigência do awilum

e



a

sua

filha

em

casamento

imposta ao pai da jovem,

que quebrou

como

de Hammurabi

o pagamento

da

terhatum,

terhatum.

é restituir em

O Código

408. Cf. ibidem 409. A. Goetze

p. 33 e p. 126. interpreta os sinais

a

um

outro.

A

pena

a quantia

paga

o contrato iniciado com dobro

nos $$

cuneiformes

160 e 161% Laws

The

em

of

Eshnunna, p. 77 diferentemente e acha que a única leitura possível é Ik-Si-su.ma, Mas cf. von Soden, AHW, p. 463. 410. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 77. Cf. tb. W. von

Soden, AHW, p. 462a. Mas a segunda vogal no pretérito de kaSãSum é . un par t an nf !e de se mi re la et amat awilum 468.

Cf. A. Goetze,

The

109

levantado.

É discutido,

também,

se o verbo

legá

=

«tomar»

empregado na segunda parte da apódose, continua a idéia primeira parte: legã [ana tarbitim] = «tomar para criar»,

se indica um relacionamento mais criança. A. Goetze, basendo-se em um

julga

que

novo:

do

a segunda

a adoção,

palácio:

neste

parte

por

caso

da

parte

do

proiundo de texto da série

apódose

introduz

muskênum,

o muskênum

poderia

do

filho

da ou

adoção da ana ittiSuy '*

um

ficar

com

idéia

da

da

elemento

escrava

a criança

adotada se restituísse ao palácio uma criança equivalente aquela que adotou.“ Mas esta interpretação não é a única possível.” O

verbo

legâm

pode,

também,

continuar

a

prótase

subentender leqâm ana tarbitim, o que não seria uma adoção propriamente dita, mas como foi visto acima, um relacionamento de

filho

e

de criação.

8 36 Se um awilum deu em custódia a um «naptarum» (um seus bens e a casa não foi arrombada, a porta não derrubada, a janela não foi arrancada e (contudo) ele depositário) deixou desaparecer o bem em custódia, que foi dado: deverá restituir o seu bem (ao depositante).

de) foi (o lhe

O

texto do S 36 foi transmitido tanto pela tábua «A» III, 14-17 como pela tábua «B» II, 24-28 sem lacunas. O assunto tratado no parágrafo é determinado pela locução acádica ana 469. Cf. Série ana ittisu III, 3,53 e IV,3 em

lien zum Laws

of

sumerischen

Eshnunna,

p.

B. Landsberger,

Materia-

Lexikon, vol. I, p. 45, 47. Cf. tb. A. Goetze, The 93:

«The

meaning

of

the

verb

legúm

(8

35)

is

iluminated by ana ittiSu III, iii, 53 and IV, 3. In the first mentioned passage legúm

denotes

the second adopted

(a

(the

passage

child)»;

470. Cf. A.

child)

who

it was

the

Goetze,

reared

“taken”

offers the participle latter

The

above, it is easily understood tances described in 8 34 was

house

was

(8 35)».

meaning

Laws

of

by

leqâim

seems

a wet-nurse

in the sense

aplicable

Eshnunna,

p.

here».

95s:

«he who

«as

indicated

that a child given away under the circumseventually adopted by the person in whose

471. Cf. M. David, Die Adoption im altbabylonischen Cr. tb. R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 1075. Es

for suckling;

110

Recht,

p. 34.

n nadânum, que é uma expressão técnica para designar lôbabi ito dire o Para ” to. ósi dep em 4 entrega de algum objeto «Depomassarti

: ano rom ito dire pelo da usa o niçã defi ma mes à vale nico o ora Emb est» um dat ui alic situm est, quod custodiendum um o com l móve bem um o tant ar termo búsum possa signific um de l, gera em , a-se trat sito depó hem imóvel”, no caso de é ódia cust em egue entr é to obje O m hem móvel. A pessoa a que é muito o term e dess ado ific sign O um. tar nap definida pelo título uz por

trad r chte Szle E. 41, S O com ção rela discutido. Em um tar nap nte ame ari gin ori que a julg tze Goe «aubergiste».“* A. a indicar sou pas os, pouc aos só e, sito depó do indicaria o lugar io, onár dici seu em n, Sode von W. “s . onal o depositário profissi d, eun tfr Gas von Art e «ein ão duç tra à com registra o termo ndo qua er erg dsb Lan B. o razã tem e, Vertrauten».“* Provavelment ção social e uma posi de vo cati indi o com um tar nap o define Landsberger de o taçã rpre inte A . ne» imu é que traduz «alguém era, um tar nap O ” in. ste kel Fin J. J. por , bém é seguida, tam ade ied soc da nata à a enci pert que provavelmente, uma pessoa

e gozava,

de Eshnunna

por isso, de direitos especiais e mesmo

res ado str ini adm dos e s reai rios ioná func dos de imunidade diante sito pó de o ra pa do ua eq ad r ga lu um s, poi , era locais. Sua casa de bens e de objetos de valor. 472. Cf.

W.

von

Soden,

AHW,

p.

620.

A73. Cf. 'W. von Soden, AHW, p. 144a. 474. Cf. E. Szlechter, Les Lois d'ESnunna,

p. 25.

noun e «Th 98: p. na, nun Esh of s Law 475. Cf. A. Goetze, The where patarum, ace «pl loci en nom a — y all gin ori naptarum is — at least uld be drawn sho ion ent att n tio nec con this In e». mad i.é: redemption, is of «the

to the fact that CH

$ 125 also speaks not of the depository but

ted good)» (aSar osi dep e (th it e gav ) tor osi dep e (th he place to which d. On the ste exi not had ry» ita pos «de for d iddinu) as though a wor l have acquired a wel may n» tio emp red of ace «pl um other hand naptar goods om wh to ian tod cus nal sio fes pro the concrete meaning and denote are given to be redeemed in due time». 476. Cf. AHW, p. 742. elucida e qu m co os xt te os r e ge er sb nd La de ão aç 477. Cf. a argument olae Juridicae et mb Sy , it» hke lic rãu ngf «Ju em mo ter o significado do Antiqui, is ent Ori a lur er: alt s mu To , tae ica ded Historicae Martino David ch n. mit «ein na da en etz ers iib ir «W i: clu con ele e, p. 98s. Após a anális fen der rif Zug vor us Fla sen des er, ein le Fal n te re Immuner», d.h. im konk er zur Deponiedah ist, her sic ne ga or gs un er gi Re «Polizei» oder anderer ...»no et gn ei ge n e d n â t s n e g e g t rung von Wer Law», JAOS 90

A78. Cf. art. «On (1970), p. 2525.

some recent Studies

111

in Cuneiform

O S 36 não define regras

de depósito,

mas

trata de um

deixa desaparecer —

gerais válidas para

caso bem

todos os

determinado.

Casos

O naptarum

lendo a forma D ula-ta-al-liiig — o objeto

depositado, sem que possa comprovar que tenha sido roubado Não há sinais da presença de ladrão: a casa não foi arrombada — em acádico o verbo palâSum significa «perfurar» e é suben.

tendido o muro da casa —, a porta não foi derrubada, nem a janela arrancada. O termo acádico sippu indica propriamente os umbrais da porta.” Não havendo evidência de violência na casa, a lei supõe negligência ou má fé do depositário e por isso ele deve restituir ao depositante um bem equivalente ao bem desaparecido.

O Código de Hammurabi

trata a matéria de um modo bem

mais detalhado nos $$ 122-125º, determinando como condições essenciais para a garantia de um depósito a presença de testemunhas e a redação de um contrato antes da entrega do objeto.“ A lei bíblica determina no livro do Êxodo “: «Se um homem | deu a seu próximo prata ou objetos para guardar e (isto) foi roubado da casa (desse) homem: se o ladrão for encontrado, (este) pagará o dobro. Se o ladrão não for encontrado, o dono

da casa será levado à (presença de) Deus (para ver) se não meteu a sua mão nos bens do próximo». A legislação do livro

do Exodo parece, pois, determinar que, para os casos em que O ladrão não pudesse ser apontado, o assunto fosse resolvido diante da divindade em uma espécie de ordálio.

8 37 (Mas) se a casa do do depósito, que ele de bens do dono da Tispak, lhe declarará,

awilum foi roubada (e) com o bem (o depositante) lhe deu, houve perda casa: o dono da casa, no templo de. jurando por deus: «Com os teus bens,

desapareceram os meus bens, não cometi maldade ou fraude». Ele

nada

lhe declarará contra

ele.

(isto)

e este

(o

depositante)

não

479. Cf. W. von Soden, AHW, p. 1049a. 480. Cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 59s. 481. Cf. 8 122: «Se um awilum quer dar em custódia a um

awilum prata, ouro ou qualquer outro bem: mostrará o que

entregar,

redigirá

um

contrato

e (então)

112

dará

terd

(outro)

a testemunhas tudo, em

custódia».

o af gr rá pa do a tic uís cas a , da vi dú m se O 8 37 continua, a pel to tan , ado est mo óti em o, id it sm an tr foi recedente. O texto 1-6. A tábua «B»

ápua «A» II, 1 8-23 como apenas,

apresenta,

duas

pela tábua «B»

pequenas

III,

variações,

que

deixado

o bem

serão

examina-

em

custódia,

primeira na ue, seg a ad nt se re ap i aqu das abaixo. A tradução B. por ta fei to tex do o çã ta re rp te in frase do parágrafo, a Landsberger . im -t ar a-s ma ti itt -u qu g-u lu LÚ «A»: gum-ma É-Sa-arma e e-S bu ti it] ut ú[q g-u lu LU É. «B»: Sum-ma tim.

483

O

awilum,

é, certamente,

em

cuja

casa

foi

o mesmo

naptarum

Eshnunna.“É

Entre

do $ 36. À lei trata

aqui

de

o

da

e de d a d i l i b a s n o p s e o r d a a d r e m b é li um caso em que o naptaru o à t o i t e f l a s a s i a c e n d ê d i : v o e d á h a t se i s o restituir o objeto dep te, desapan a t i s e o d p a e d d o e d i r p o r e p t à m n o e c m casa e se, junta o d a x i e d i fo e u q m , e a s a c a o d n o d receu também alguma coisa do it-ti lê 18 I H » . A o e « t t x e n t a t O i s o p e d o d m a e i o b em custód lara à s c i e a ; c m » e r . a . p s . a o m t i s ó p : e m d i m o t o c r « a ma-sa: m m e i b m t O o c r « a a s e a e m S u i b -t leitura de «B» III 1: it inocênsua a var pro a par , que a in rm te de lei A .» .. to do depósi o deus , pak TiS de nte dia o nt me ra ju um a faç a cas da o cia, o don principal

de

o

texto

da

tábua

«A»

e

a i-n se lê20 II, «A» Em ão. iaç var a en qu pe a um tábua «B» há lê 3 III, «B» que to an qu en »; ak Sp Ti de plo É “TiSpak: «no tem «na porta de Tispak». A fórmula do juramento

i-na KÁ “Tispak:

>: Jlu-ú) hal(«B ia Subua e-k Sebui it-t lei: a pel é determinada apades s ben s teu os om «C u: u-S e-p qú i-wi-tam wú sã-ar-tam la 482. Cf. mais antiga

Ex 22,6s. (Cf. The

por R. Yaron,

M.

em The

ser a e dev o od Êx do lei à que sa pen tze Goe A. Laws of Eshnunna, p. 104), tese essa refutada

Laws

of Eshnunna,

483. Cf. art. «Jungfráulichkeit» em David dedicatae, Tomus Alter, p.

p. 167.

Symbolae Juridicae et Historicae 99. Landsberger traduz: «Wenn

Gut...» en ert oni dep dem mit d) (un t der lin gep aus es das Haus des Mann Laws The , tze Goe A. de a tur lei de as tur jec con as Cf. a interpretação e O r da en em o ári ess nec o, tud con , ece par nos Não of Eshnunna p. 97s. kelstein, «On some

J. J. Fin texto cuneiforme. Cf. tb. as ponderações de 254. W. von Soden p. , 70) (19 90 OS JA », Law m for recent studies in Cunei correção textual uma tb. faz, 34, PD. , 56) (19 13 s ali ent em Bibliotheca Ori sa lu im-qu-ut [lu] itti bu-se-e LU ma-Sa-ar-tim

e lê: Summa ÉLU id-di-nu-gum hu-lu-ug

be-el

É ha-liiq:

..» ou com os bens do depositante. 484. Cf. D. O. Edzard, Worterbuch

113

«Se

a casa

do

awilum

ou

caiu,

der Mythologie, vol. 1, p. 130.

receram («B»: realmente) fraude». O termo iwitum

os meus bens, não — traduzido aqui

deve ser relacionado com a raiz awim propõe a tradução «conspiração». “

A lei paralela

dúvida,

o S 125:

«Se

um

Código

no

ao S 37

deu

awilum

em

cometi maldade por «maldade»

e A.

Goetze

Hammurabi

é, sem

«falar»

=

de

ou —

qualquer

custódia

coisa

sua e lá onde depositou, desapareceu, quer por uma brecha quer por uma escalada do muro (?), qualquer coisa sua juntamente com qualquer coisa do dono da casa: o dono da casa, porque deverá

foi negligente,

substituir

que

tudo

lhe

foi

dado

em

custó-

dia e desapareceu e restituir ao dono dos bens; o dono da casa procurará sua propriedade perdida e a retomará do ladrão». Uma comparação entre as duas leis mostra que Hammurabi não isenta o depositário da responsabilidade do depósito perdido, mesmo que no roubo tenham sumido coisas de sua propriedade. Hammurabi introduz a noção egim = negligência. Porque o depositário Toi negligente, ele é responsável pelos bens depositados roubados de sua casa e, por isso, deverá sempre restituir o equivalente ao «o dono termina com a cláusula: depositante. Hammurabi da casa procurará sua propriedade perdida e a retomará do ladrão».“

8 38 Se [um dos irmãos] quiser vender a sua parte (e) seu irmão desejar comprar: ele deverá pagar a metade (2) do outro.

como

O S 38 foi transmitido pela «B»

tanto

III, 7-9. A única

pela tábua

«A»

diferença textual

III, 23-25

é a omissão

na tábua «A» das palavras a-na KU.BABBAR na expressão a-na KU.BABBAR nadanum = «vender». A prótase do parágraio é clara. Na expressão i-na at-hi-i iS-te-en: «um dos irmãos», O 485. Cf. The Laws of Eshnunna, p. 101: «Morphologically the noun seems to belong to awiim «speak, discourse (with somebody)», the meaning «conspiracy, conspiratory» seems most Ii ikely». Mas cf . tb.

W. von Soden, The

486. Cf.

Laws

AHW,

p. 408a.

E. Szlechter,

Les

Lois d'Fgn

of Eshnunna, p. 165s.

114

unna,

p.

p.

of à : E n, Yaro R. tb. Cf. 859s;

85s:

ser considerado

pode

co athâm

hum = «irmão». Mas, como nota diferença de significado entre os dois «irmão» no sentido geral da palavra.

um sinônimo

como

de

Szlechter, existe uma certa termos. O termo ahúm é O O athúm «se rapporte au

».” ... res frê tres d'au avec s bien de é aut mun com trêre qui est en [de uma família, que foram bens dos e, ent elm | vav o pr is Trata-se, po er a sua nd ve er is qu os mã ir s do um Se s. ro ei rd divididos entre Os he cia na

ên ed ec pr de o it re di o m tê os mã ir os tr ou OS parte na herança, salva, da vi dú m se ta, ten lei A s. ho an tr es a relação

compra em nham a ve es est e qu ar it ev e a li mí fa a um de ns guardar OS be ta re rp te in na e ad ld cu fi di de an gr A s. "air nas mãos de estranho a a ic íf gn si e Qu e. os ód ap na e -s ra nt co en o af gr rá pa cão deste edição na ze et Go A. a? -l ma úi i-n Sa t -i li b-a qá e: as fr obscura er id ts ou an t) ha (w of f hal y pa ll sha e «h ia uz «princeps» “* trad o eit dir o a nh ti só o nã o mã ir O to an rt Po ». y) (would have to pa a

pagar apenas a metade

interpretação,

embora

conservando

a tradução

Goetze *”, foi seguida

obrigado

estava

também,

mas,

compra,

na

de precedência

do valor oferecido por um terceiro. Esta

posteriormente

muitos

por

qablitum

=

pelo

abandonada

assiriólogos.” E. «metade»,

próprio

Szlechter,

tenta uma

nova

são

bem

da

frase

conhecidos. A forma verbal malã e significa literalmente

de venda

e compra

pode

qá-ab-li-it

Sa-ni-i

ú-ma-la

ú-ma-la é um presente D da raiz «encher», «preencher»; no contexto

«pagar».

significar também

O

a

tos componentes

ia

a pour) interpretação traduzindo: «... il paiera (lit. il indemniser elemenla moitié (c'est-à-dire la part) de Pautre (frêre)».“ Os

termo

tb. W. von Cf. 92. p. , nna snu d'E s Loi Les , ter ech Szl 487. Cf. E. Genossen, Gefâhrten>». r Plu «in m hô at duz tra e ond , 86b p. Soden, AHW, scovered at Tell

488. Cf. A. Goetze, «The Laws of Eshnunna Di Harmal», Sumer 4 (1948), p. 63-91. de 1956, «Standard» edição a tb. Ci. — 1632 p. ANET, 489. Cf. shall (also) he «... traduz: Goetze onde 105, p. The Laws of Eshnunna, associate». ie: the (third) 329; M. San Nicolô,

Gesetz des Bilalama von Esnunna,

Orientalisches

Recht,

p.

89.

26. Na p. 91, Szlechter comenta: rt «successopa sa re nd ve de se po ; «D'aprês Part. 38, le frêre qui se pro frêres par préiérence ses de Ilun à dre ven la À à Tale», peut être astreint valeur de sa part». p.

à un tiers contre une indemnite équivalente à la : «Mass, 492. Cf. 'W. von Soden, AHW, p. 598b

«voll

bezahlen>.

115

Betrag voll machen»,

à

Orientalistik, Ergânzungsband WI: nna, nu j Es d' is Lo s Le . Cf 1. 49

598b; J. Bottéro, Antiquités Assyro— École Pratique des Hautes Etudes «Keilschriftrecht», em Handbuch der

=

p. Babyloniennes, Annuaire 1965/1966. IVº section E p. 94;.V. Korosec,

18 (1949),

om

P. 261; W. von Soden, AHW,

Orientalia

Rechtsge-

maço

schichtliches zum

halí of the other, Ar.Or. 16 (1948),

tapesa

the price for the 490. Cf. ]J. Klima,

==

Pay

Sanú

=

terceiros

«outro»

nas

leis de Eshnunna

estranhos.“

significa literalmente rece claramente em Ha-naMPS ka-lu-Su:

A

forma

«meio»,

feminina

se refere,

em

geral, a

qgablitum,

de

qablum,

«metade».“* Este

um texto de Mari: «metade da região

significado

qa-ab-li-it e toda a

apa-

ma-a-tim 1 (tribo) dos

Haneus».“” Mas em um texto do museu de Londres, que apresenta um contexto semelhante ao do S 38, lê-se: eqlum e] a-hi-ia ka-bi-it qaá-ab-li-it Sa-ni-im lu-ma-al-li: «O campo pesa

sobre meu irmão, eu quero pagar o «qablitum» de um outro». “* Parece, pois, que a expressão qablit Sanim mullâm em contexto de venda e compra era uma forma idiomática própria cujo significado exato nos escapa.

R. Yaron reassumiu a interpretação de F, M. M. de Liagre-

Bôhl” e traduziu o termo qablitum pelo inglês «av erage». O irmão, que tinha o direito de precedência na compra da parte do outro irmão, devia pagar o preço médio que um estranho pagaria.

8 39 Se um awilum tornou-se pobre e vendeu a sua casa, no dia em que o comprador quiser vender, o dono da casa podera resgatar.

O texto do 8 39 foi transmitido, sem

tábua «A» III, 25-27 como exposta na prótase parece

pela «B» III, 10-11. A casuística bastante clara. A primeira forma

493. Cf. 88 26, 29, 30, 59. 494. Cf. W. von Soden, AHW,

495. Cf. ARM

variantes, tanto pela

I, 37, 345.

p. 887a.

496. Cf. CT XXIX, 95 — cf. tb Ebeling, RA 10 (1913), p. 27; Scholimeyer, RA 11 (1914), p. 79. 497. Cf. o art. «Het Akkadische wetboek van Bilalama, Koning van Esjnunna»

em Jaarbericht ex Oriente Lux 11 (1949-1950), p. 103. 498. Cf. Y. Reuven, The Laws of Eshnunna, p. 151: «lt is submit ted that the correct interpretation is that off ered alread

Liagre Bôhl: average».

he

tia

renders

gablitum

by

116

«het

y in 1949/50 by De gemiddelde» that is «the

da

verbal

prótase

«tornou-se

por

aqui

traduzida



i-ni-is

o ad ic if gn si jo cu m, Su eé en z rai da G o it pobre» — é um pretér ns gu al em e i, aqu s Ma . ” o» ac fr se rna or «t OU » er «s é básico

uma linha de em a tu si se o rb ve ão aç do ic if gn si a , s o t x e outros t . » r e c e r b o p * m o d e i « e t d n , e » e s í o o t a c n d a e r m f l a i «tornar-se SOCI

O ob] ieto vendido pelo bitum que tan to pode compreendido em um

familiar».

O

parágrafo

compelido

um

de

pois,

trata,



Se

financeiras,

razões

awilum é expresso pelo termo acádico significar a «casa» como também ser de a d e i r p o r p « o de l p m a s i o a d m i t n se a alienar

pro-

ou,

casa

sua

por

que,

cidadão

mi fa e ad ed ri op pr à e nt ce en rt pe m be o tr ou vavelmente, qualquer no o çã mp ee pr de o eit dir O um il aw e ess a liar. A lei do 8 39 dá ade comed ri op pr a er nd ve re r ja se de r do ra mp co o caso em que a nt va le o af gr rá pa do a ad lh ta de is ma e is ál an prada. Mas uma ele um é um il aw do ra ei nc na fi e ad ld cu fi di várias questões. A m ue (Q o? çã mp ee pr da o eit dir o ir ir qu ad ra pa l ia nc mento esse aiv et bj su são Ou s? vo ti je ob são es El s? io ér it cr determina os O ? sa ca sua a e nd ve que um il aw o pel os ad in mente determ da e at sg re O rá pa o mp te de ite lim a in rm te parágrafo não de queira r do ra mp co 0 e qu é a st po im ão iç nd co a ic ún A propriedade. Nem ço. pre do ma le ob pr no a toc o nã o af gr rá pa O . la ênd ve re mpção, ee pr de o eit dir O va er ns co um il aw o se , ém mb ta é dito, não

caso

passar

direito

às

de

tenha

mãos

resgate

meios

de

de

sua

de

comprar

terceiros.

a

Sua

É provável

propriedade,

e

esta

esta

seja

propriedade

que

sempre

ele

que

conserve

O

direito O . la áat sg re ra pa s io me Os posta à venda e ele possua eiros do rd he aos ém mb ta e, nt me el av ov pr e, nd te de resgate se es a, certavis que lei, da to íri esp O o id gu se é m si as awilum. S6 cidadãos. dos a ad iv pr e ad ed ri op pr a r va er es pr e, nt me

E

95.

dc

p.

=D

d'Egnunna,

117

seio

Lois

s Le r, te ch le Sz E. . tb . Cf — 2b 13 p. SOL. Cf W. von Soden, AHW,

ia, UR

La

th

217b. p. W, AH n, de So n vo W. . 499. Cf R 382, KA os xt te os tb. . Cf . 8a 21 p. W, AH en, d 500. Cf. W. von So o por W. G. ad ic bl pu o xt te do ém Al — . 97 . 94 . 87 Rs 55; CT 38, 13. rd 1960, p. 74, 71. , fo re Ox tu ra te Li om sd Wi an ni lo mbert, Baby

S 40 Se um awilum comprou um escravo, ou qualquer outra mercadoria, mas vendedor: ele é um ladrão.

uma não

escrava, um boi pode indicar o

O texto do S 40 foi transmitido integralmente pela tábua II, 28-29 e pela tábua «B» III, 12-13. À for mulação elíptica

«A» - da prótase, em um estilo bastante telegráfico, cau sa, sem dúvida, algumas dificuldades na interpretação deste parágr afo. Sente-se,

claramente, a falta de uma frase introdutória semelhante, por exemplo, à do S 9 do Código de Hammurabi. “* Um outro paralelo é bem comprou escrava, filho de nha

nem

ao mais ou boi um

nosso parágrafo, o 8 7 do Código de Hammurabi, detalhado em sua formulação: «Se um awilum recebeu em custódia prata ou ouro, escravo ou ou ovelha, asno ou qualquer outra coisa da mão do awilum ou do escravo de um awilum, sem testemu-

contrato:

esse

awilum

é um

ladrão,

ele

A.

Goetze

tem,

será

morto».

Na interpretação de Koschaker * o S 7 do CH declara que quem compra ou recebe em custódia um bem, sem a presença de testemunhas ou a confecção de um contrato, é um receptor de objetos roubados.* Mas a legislação de Eshniunna não menciona nem testemunhas nem a existência de um contrato escrito com o prova

do

razão

direito

quando

902. Cf.

E.

afirma

awilum, de quem nas mãos de um

trado

o

objeto

de

propriedade.

que

Bouzon,

O

o $ 40

Código

de

não

sem

formula

Hammurabi,

um

p.

28:

dúvida,

princípio «Se

um

se extraviou um objeto, encontrou seu objeto perdido (outro) awilum e o awilum em cujas mãos foi enc on-

perdido

declarou...»

503. Cf. E. Bouzon, op. cit. par 504. Cf. P. Koschaker, Rechtsvergleichende Studien zur Gesetzgebung Hammurapis, p. 73s. 505. Para Koschaker as expressões mãr awilim = «ein Freigeborener» e warad awilim = «escravo de um awilum » indicam os dois extremos soci ais

é necessário

Mas

G.

R.

da

sociedade

a presença

Driver-J.

babilônica.

de

Portanto,

testemunhas

C. Miles

em

The

ou

seja

qual

a confecção

Babylo

for

de

o

um

vendedor,

contrato.

nian Laws I, p. 81-86, apresentam uma outra interpretação. Traduz indo mãr awilim literalmente por «filho de um awilum». A cláusula ina gat mãr awilim u lu warad awilim seria uma limitação da lei. «The section treats as a thief one who purchases or otherwise receives g00ds from a minor or a slave, ie persons who normally

the transaction

would have no property of their own : unless is evidenced by a deed or witnesses» (cf, op. cit. p. 85).

118

uma

de

parte

abstrato, mas

awilum

Um

concreta.”

casuística

um r po do sa es oc pr vê se er qu al qu que comprou uma mercadoria € lhe a su é o tã es qu em ia or ad rc me a e qu a ar cl de e terceiro, qu de z pa ca ser ve de r do ra mp co o s oi roubada. Nestes caso o nome de Se ele não

do vendedor.

declarar o nome

puder

. ão dr la um mo co o ad at tr ele será

seu vendedor,

citar

l ma ar -H ll Te de es çõ va ca es s na Há documentos descobertos IM a bu tá a é s le de Um . lei a st que ilustram bem a aplicação de to al , in rs ma ann Na a da gi ri di a 51.105, que contém uma cart é a rt ca a st Ne *” ). al rm Ha e oj (h tuncionário de Shaduppum cidadãos os na un hn Es a e vi en e qu in edido a Nanna-mars que x, nSi de o lh fi r, ma ta sh Lu e , um il Warad-Sin, filho de Shaem es or ed nd ve mo co s do ta ci m ra fo e habitam em Shaduppum m € nu ku Du e m du di Ba e tr en s ai im an um litígio de posse de unna hn Es em es or ed nd ve is do s do ça en charrum-Adad.* A pres são o nã ad Ad mru ar Sh e m nu ku Du e qu é importante para provar ladrões. do 9 to ex nt co O ar str ilu ra pa te an ss re te in o xt Um outro te

mo co da ra st gi re , on ti ec ll Co an ni lo by Ba 40 é uma tábua da Nies mal. & , aki maIli de ho fil , am ib er nSi tal um que declara

Babilônia, ele não favor do acusado.

pagar

quantia

1/3

sócio

esse

como

fugiu,

nesse

interim,

94

siclos

de

para

a

em ha un em st te mo co o ad nt se re ap ser de po a am ib er nSi am en nd co zes juí os o iss Por

de mina

corresponde,

e 4 siclos,

i.e:

provavelmente,

valor

dos

Esta

objetos

ps

[

gia od

reclamados.

do

prata.

ga aa

mas,

. de bens roubados ”, pertencentes a [Su-nasir afirma que um sócio seu lhe vendeu os bens

dear

foi preso em posse O acusado, porém,

pi

O documento reclamados,

de Tell-Har

região

Mg

8237

NBC

na

também,

e encontrada,

506. Cf. The Laws of Eshnunna, pP. t ract seem as though it proclaims the abs

has to conform

to certain rules, and that he who

not be in keeping actual legal cases». 507.

113: «At first sight, it may principle that every purchase

Publicada

hief.

with Po r

Such

the A.

a

nature

interpretation

Goetze

of

these

em

«Fifty

14

(1960),

is

violates the rules can

laws,

not

likely;

which

it would

spring

Old-Babylonian

from

Letters

28. nm. to tex , 545 p. , 58) (19 14 r me por ado lic from Harmal», Su pub 28 to tex do E 1 4-2 has lin as 8) te (105 508. Cf. especialmen 545. , p. 14 r e m u S nian Tablets o l y b A. Goet a B d l O ly ar «E , s n o m m i r s. D. S l icada po ubbl 509.o PPu re» from Harmal and Elsewhe

em

Jcs

p. 28s,

n. 60.

tuma. ba is ir as -n Su Il “a m q r u S 510, C£ art. cit. lit: ina 119

|)

S 41 Se um «ubârum», um «naptarum» ou um vender a sua cerveja: a taberneira venderá cerveja pelo preço corrente.

«midã» para ele

quiser (?) a

O S 41 foi conservado, sem lacunas, tanto na tábua «As HI, 30-31 como na tábua «B» III, 14-16. Embora o parágrafo pareça bastante simples em sua formulação, sua interpretação apresenta algumas dificuldades. A primeira dificuldade é O significado dos três termos acádicos «ubãrum», «naptarum» e «múdi»

usados

na prótase.

Eles indicam,

sem

dúvida,

três tipos

de pessoas. O termo «ubãrum» — aqui expresso pelo sumerograma U.BAR — é registrado por W. von Soden em seu dicionário com o significado de «estrangeiro». Um provérbio bilíngiie, provavelmente da época cassita, nos apresenta o ubãrum = «estrangeiro» com uma situação social de alguma maneira privilegiada por estar livre de certas exigências da casa real.=” Parece que, aos poucos, o elemento «estrangeiro» vai caindo em esquecimento, sendo, então, mais acentuado o aspecto «privilégio». Esta evolução semântica aparece claramente não só nos nomes próprios da forma UBAR-ND, cujo significado é, sem dúvida, «Privilegiado do deus NN»>"* 2 mas também no uso do mesmo sumerograma U.BAR para expressar o acádico kidinnu [SA

=

«Privilégio»

indicar

no

Finkelstein,

8 41

e ubãrum.

uma

classe

o título ubârum

511. Cf. AHW,

p. 1399b:

O

termo

privilegiada

ubãrum

aproxima-se

«Ortsfremder»,

de

do

parece,

pessoas.

nosso

«Beisasse»,

Para

pois,

J. J.

«barão».

«Schutzbiirger».

512. Cf. W. G. Lambert, Babylonian Wisdom Literature, p. 259, 16s: u-bar-ru ina àli Sá-nim-ma re-e-Sú, que corresponde ao texto sumério: GIR; URU-KUR-RA-AM SAG-GA-AM e Lambert traduz: A resident alien in another city is a slave.

p.

e

Cf. J. J. Stamm,

Die Akkadische

Namengebung,

Darmstadt

1968

514. Cf.por W. von Soden, AHW, p. 472b onde o termo kidinnum traduzido «etwa besonderer Schutzberei A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II Teil, Ban d 2, n. 152, p. 377. 515. Cf. art. «On Some

Recent

Studies

in

Cu

iform (1970), p. 253: «The ubãru (or: ubaru> ubru in neUga rit), on the order

Law».

IAOS

é 90

PE of a «baron» or » apresenta, além disso, duas variantes textuais em relação à tábua «A». Em «B» IV, 8 é acrescentada a locução Sa E.GAL à MAS.KAK.EN: «do palácio ou de um muskênum» que parece delimitar o sentido da frase. Igualmente em «B» IV, 9-10 a expressão uy-mi e-li ITU 1 KAM ú-Se-teeq-ma: «dias acima de um mês deixou passar» introduz uma determinação temporal que não existe no texto da tábua «A». O parágrafo menciona três tipos de funcionários e trata de suas obrigações em relação a um escravo ou a um animal fugitivo. O Sakkanakkum — aqui expresso pelo sumerograma Gi.NITÁ — é o chefe da administração de uma cidade, portanto o representante mais categorizado do rei nessa cidade.” O vocábulo vernáculo mais próximo seria o termo «governador». A expressão «Sapir narim» — lit.: «aquele que administra o rio», da raiz Saparum = «enviar» e também «administrar», «governar» * — indica o funcionário encarregado da supervisão do sistema de irrigação, de capital importância para a economia da Babilônia.º O termo bêl têrtim é registrado por W. von Soden com o significado de «delegado», «comissário».“* No período babilônico antigo aparece o título em um texto dos arquivos de Mari: Sum-ma be-el te-er-tim U, 2 KAM U, 3 KAM la ú-we-er te-er-tum ú-ul i-ha-al-li-ig: «Se um bel têrtim não administra dois ou três dias não se perderá o posto»? O termo indica, 569. Lit.: u,-mi eli ITU 1 um mês deixou passar». 570. Lit.: Su-ur-gá-am it-ti-Su 571. Cf. W. von Soden, AHW, altbabylonische Gerichtswesen, p. em hReallexikon der Assyriologie, of Eshnunna, p. 127. 572.

Cf.

W.

von

Soden,

sehen, verwalten, regieren». 573. Cf. O. Kriickmann,

574. Cf. AHW,

p. 120b:

AHW,

KAM

ú-se-te-cq-ma:

«dias

acima

de

i-ta-wi: «falará com ele de roubo». p. 11404 — Cf. tb. A. Walther, Das 1275; O. Kriickmann, art. «Beamter» vol. I, p. 445; A, Goetze, The Laws p.

lIlTla,7:

art. cit. p. 445:

bel têrtim:

«mit

A. Walther

«Beauftragter,

Anweisungen

op.

cit. p.

ver-

1435.

Kommissãr».

575. Cf. ARM 1, 61,29-30 — Cf. tb. G. Dossin, Archives Royales Mari 1, Correspondance de Samsi-Addad, Paris 1950, p. 119s.

134

de

um

d l a r e t i l o ã ç u t

0

a

demonstra.

desconhece-se

Mas

suncionário. Na formulação visor

de

ou

rio

escrava fugitivo s

béêl



locução

«A»,

da tábua

bel

ou

que

têrtim,

um

têrtim:

a

capturar



ordem»

da

específica

desse

governador,

super-

função

qualquer

(boi,

animal

«senhor

tra-

a própria

como

importante,

funcionário

um

| mento) ju

ou

uma

sua casa, da tábua

sera «B»

escravo

tiver em re o s a , m a n n u n h s E ra pa r va le O o nã texto O . ão dr la um mo co o ci lá pa lo pe o iratad

desgarrado,

es qu as ri Vá s. da na io nc me a im ac es atroduz as duas especificaçõ duas as ou go ti an is ma o é » «B o xt te O . fes surgem aqui «um o sã es pr ex A s? re io er st po os im sc ré ac o sã especificações vo ou um ti gi fu boi um , va ti gi fu a av cr es a um ou vo ti gi escravo fu nse o ta mi lí » um ên sk mu um de ou o ci lá jumento fugitivo do pa is do os o nd ta ci ou, s co fi cí pe es s so ca is do ido da lei a esses de o tip er qu al qu er ng ra ab r que , um ên sk mu extremos palácioepri pro do o av cr es o até o áci pal do o av cr es o escravo, desde eesp a nd gu se A ? * um ên sk mu o co, fra s mai e nt me al tário soci acusado ser a par : al or mp te r ate car de é » «B a bu tá da cificação itivo fug al im an O ou o av cr es o a nh te re que io ár ss ce ne é rão lad de iié: mais de », mês um de ma aci as «di M: KA 1 ITU eli mi ugum

mês.

O 8 50 não especifica a pena a ser aplicada. O parágraio diz apenas que o funcionário infrator deverá ser tratado como ladrão. No $ 16 a legislação de Hammurabi determina: «Se um

awilum escondeu em sua casa um escravo ou uma escrava Tugitivos do palácio ou de um muSkênum e a convite do arauto não

fez sair: o dono razão, observa E. a expressão

Surgam

dessa casa será morto».” Mas como, com Szlechter, não se pode simplesmente igualar «falará

ittisSu itawi:

com

be-el

com

a formulação

The

Laws

of

Eshnunna,

judicial or a religious character». 577. Cf E. Bouzon, O Código

de

Hammurabi,

«acusará «o

dono

576. C£.

de

roubo»

dessa A.

casa

Goetze,

será

morto»

das

leis

p.

ele

É

de

de

Su-ú

1.é:

roubo»,

id-da-ak:

Hammurabi. º

127:

«The

p. 29s;

Cf.

term

bêl

general a as n take be ht mig — y» orit auth of r ste «ma y rall fêrtim — lite a oi er eith t, men ern gov of nch bra ial spec a to r refe ht term, or it mig Driver-]. C. Miles, The

Babylonian

Laws, vol. I, p. 106.

tb.

G.

R.

578. Cf. E. Bouzon, op. cit. p. 30. le Code de 570. Cf Les Lois d'EsSnunna, p. llós: «Notons que que le voleur est passible de la mentionne expressément Hammurabi k aprês avoir peine de mort. Il reprend dans tous les cas le terme idda emploi indiqué que le coupable est considéré comme voleur. Si le seul

135

e

Tanto o S 40 das leis de Eshnunna como o nosso 8 50 não indicam a sanção a ser aplicada ao ladrão. Dificilmente tratarse-á de uma pena de morte. Hammurabi menciona explicitamente

a aplicação

da

completamente

pena

o tipo

de morte. de pena

As

a ser

leis de

Eshnunna

aplicado.

Se,

silenciam

porém,

pararmos o nosso parágrafo com o $ 49 e com texto NBC

citado acima“, poderemos concluir que a pena no caso do S 40 como no S 50, estava em compensação tinanceira.

com-

8237

aplicada, tanto uma linha de

8 51 Um escravo ou uma escrava de Eshnunna que foi marcado com um «kannum», um «maskanum» ou um «abbuttum» não podera sair da porta de Eshnunna sem o seu dono. A tábua «A» IV, 7-9 e a tábua «B» IV, 11-13 transmitiram o texto do S 51 sem variantes nem lacunas. O sentido geral do parágrafo é bastante claro: um escravo ou uma escrava que tenham uma das três marcas” aqui descritas pelos termos acádicos kannum, masSkanum e abbuttum não podem sair da cidade de Eshnunna «ba-lum be-li-Su»: «sem o seu dono», i.é: sem a autorização de seu proprietário. Toda discussão gira, naturalmente, em torno do significado exato dos três termos acádicos. W. von Soden registra o vocábulo kannum com o significado de «Binde», «Band», i.é: «faixa»; o termo maskanum ele traduz por «Fessel», 1,é: «cadeia», «algema» “:; e abbuttum: de Vexpression

voleur besoin

sharrâq

(il est voleur)

avait suffi

était frappé de la peine de mort, d'ajouter chaque fois iddak».

le

pour

législateur

indiquer

n'aurait

que

pas

le

eu

580. Cf. acima p. 119. 581. W. von Soden art. «Kleine Beitrige zum Verstindnis der Gesetze Hammurabis und Bilalamas» em Ar.Or. 17/2 (1949), p. 3725 prefere entender que o escravo de Eshnunna tinha os três sinais: «Die Sklaven im Eshnunna hatten hiernach ausser ihrer Sklavenmarke noch eine Binde (kannum) und eine Fessel (maSkanum) zu tragen». 582. Cf. AHW, p. 438a. 583. Cf. AHW, p. 627a.

136

Haartracht»,

«eine

tipo de penteado».*” Os escravos de

i.é: «um

a ad in rm te de a um m co os ad rc ma | , da vi dú m se , Eshnunna eram um modo por ou ia de ca de o ad in rm te de o tip faixa ou com um nos CH do 6 22 S Õ * s. elo cab os r ea nt pe de ou próprio de cortar

para à interpretação do (a permissão do) dono

apresenta um bom termo de comparação termo abbuttum: «Se um barbeiro, sem

per lhe não que o av cr es um de um tt bu ab o ou sp do escravo ra * ». ro ei rb ba e ss de o mã a ão ar rt co eence: e nt me so 51 4 o r ica apl to ex nt co o m co do or ac de ce re pa Não

autor e ess ra Pa “ . ter ech Szl E. faz O mo co s aos escravos fugitivo ntinuação co a um mo co s do di en re mp co ser m ve de 52 os 84 51 €

zitra do an qu , vos iti fug os av cr es Os que am in rm te do $ 50 e de ais sin os m co os ad rc ma ser am vi de , na un hn Es a dos de volta de os nt me gu ar os s Ma . * m» tu ut bb «a e » um an Sk as «m «kannum», a extensão r ita lim ra pa es ent ici suf m ce re pa nos não Szlechter dos 88 51 e 52.

S 52 Um escravo ou uma escrava que, sob a custódia de um mensageiro, entrou na porta de Eshnunna: será marcado com o «kannum», o «maskanum» ou o «abbutium» e ficara a

custódia

Cf.

AHW,

sob

584.

der

(nach

Haartracht

eine

I

«Abbuttum

5b:

p.

dono.

seu

de

Urform von QAR in ATU 97,362 ein oben zusammengebundener Schopf?)». Cf. tb. F. R. Kraus, Orientalia 16 (1947), p. 189s; E. Szlechter, Ar.

Or.

(1949),

17/2

395;

p.

Laws, vol I, p. 306s.

Miles,

C.

Driver-].

R.

G.

The

585. Cf. tb. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 128s. 586. Cf. tb. CH $ 227: «Se um awilum coagiu (?) um

ele raspou

lhe pertence:

que não

de um escravo

o abbuttum

Babylonian barbeiro

matarão

e

jurar: esse awilum e O suspenderão em sua porta; o barbeiro deverá do plos exem dois s Este ». livre será e nte” dame bera deli ei rasp não Eu do termo o significado confirmar parecem de Hammurabi Código

como

abbuttum

um

sinal especial

na



B

ou

cabeleira,

um

tipo determinado

cidadãos. de corte de cabelo, que distinguia um escravo dos outros 587 Cf. E. Szlechter, Les Lois d'ESnunna, p. 40. Lorsque les esclaves fugitifs étaient 588 Cf. E. Szlechter, ibid.: »

«...

with

at a certain court,

His role corresponds

the

difference

attending

relations between his lord and that court, but that and forth, with power limited to specific affairs»>.

he

that

he

there to the

travelled

back

590. Cf. tb. R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 103. 591. Cf. R. Yaron, The Laws of Eshnunna, p. 192s; A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 137s; A. Van Selms, «The Goring Ox in Babylo-

nian

and

Biblical

Law»,

Ar.Or.

18/4

(1950),

138

p. 321s.

rário do $ 54, O legislador de Eshnunna de culpa ou negligência do proprietário legislação bíblica do livro Êxodo feito ao NOSSO parágrafo. Em Ex

não toca no problema do boi assassino. Na

encontra-se um paralelo per21,35 a lei prescreve: «Se O

boi de alguém escornear O boi de um outro e este morrer: vender-se-á o boi vivo e dividir-se-á o preço; também o boi morto

e deterdeve ser dividido». Mas a lei bíblica é mais completa mina no v. 36: «Se, porém, O proprietário sabia que o boi era

escorneador e, contudo, não tomou providências: ele deverá substituir o boi, boi por boi; o boi morto, porém, lhe pertence».

A lei

bíblica

previa,

casos o proprietário

pois,

casos

os

do boi assassino

de

negligência;

devia

arcar com

e

em

todos

prejuízos. Ele ficava, apenas, com a carne do boi morto.

tais

os

S 54 Se um boi é escorneador, e o distrito* informou o seu proprietário, mas ele não vigiou (?) o seu boi e este escorneou um awilum e lhe causou a morte: o proprietário do boi pesará

2/3 de uma mina de prata.

Somente a tábua «A» IV, 15-18 conservou integralmente o texto do 8 54. Este parágrafo continua a temática do S 53. Mas a vítima aqui é uma pessoa humana. A formulação do S 54 é

bem mais detalhada do que a do parágrafo antecedente.

é

conhecido

como

nakkapi

=

«escorneador».

As

O boi

autoridades

competentes já avisaram o proprietário a respeito desse vício de seu boi. O termo babtum, derivado de babum = «porta», significa em si a «região da porta da cidade» e é registrado por W. von Soden também com os significados de «bairro», «alojamento».** O termo «distrito», usado na tradução, indica as autoridades locais encarregadas da ordem da cidade. Do contexto

pode-se concluir que o legislador constata que o dono do animal

não tomou as providências devidas em relação ao seu Mas o verbo usado não é claro. Os sinais cuneiformes

animal. no fim

592. Lit. ba-ab-tum: «Torbereich» cf. W. von Soden, ANW, p. 94b. 593. Cf. AHW, p. 94b: babtum: «Torbereich; Stadtviertel; Quartier».

ER

139

da linha 16 oferecem a leitura GUD-Su la ú-Si-ir-ma: mas ele não «usir» o seu boi. * À forma verbal uSir é, sem dúvida, um pretérito da raiz Surrum. W. von Soden registra a raiz com o

significado de «se inclinar», «inclinar» “*, que levou E. Szlechter a traduzir «(et celui-ci la tête) de son boeuf n'a pas incliné et...». “ Esta tradução, contudo, não satistaz plenamente, A. Goetze tenta por isso uma leitura diferente da linha 16: ... GUD-sSu la pa-Si-ir-ma e traduz «mas não aparou os chifres (?) de seu boi». J. J. Finkelstein prefere corrigir o texto e lê GUDSu la u--Si-ir — um pretérito «S» da raiz wasãrum — e

traduz:

«he

did

not

keep

his

ox

in

the

direct

marchs>.'S

Em

uma prescrição legal paralela do Código de Hammurabi é dito: «Se o boi de um awilum for escorneador e seu distrito o infor-

mou que ele é escorneador e ele não aparou os seus chifres e não

vigiou o seu boi e (se) esse boi escorneou e matou o filho de um awilum: ele deverá pagar a metade de uma mina de prata». No texto acádico lemos: qar-ni-Su la ú-&ar-riim GUD-Su la ú-sa-an-ni-ig-ma: «seus chifres não aparou, seu boi não vigiou...» O texto de Hammurabi usa, pois, o pretérito das raízes verbais Sarâmum e sanâqum.” G. Dossin estudou o uso da raiz ãaramum, relacionando-a com o substantivo Sirmum: «Kappen von Hôórnern» * e chega à conclusão que: «ll n'est donc pas interdit de supposer que Sarâmum, à la forme II, soit un dénominatif 594. Cf. W. von Soden, «Kleine Beitrãge zum Verstândnis der Gesetze Hammurabis und Bilalamas», Ar.Or. 17/2 (1949), p. 373; B. Landsberger, art. «Jungfrâulichkeit», p. 102. Cf. tb. W. von Soden, «Neubearbeitungen der babylonischen Gesetzessammlungen», OLZ 53

(1958), p. 522.

595. Cf. AHW,

p. 1285a:

Surrum:

«sich hinabbeugen, —

neigen, sich

vorbeugen». 996. Cf. Les Lois d'Esnunna, p. 32. Na p. 121, E. Szlechter explica: «Le législateur a pris soin de préciser dans les textes cités en quoi consiste

leur

taute;

celle

du

propriétaire

du

boeuf:

alapshu



ú-shi-ir-ma,

de

n'avoir pas lié les cornes du boeuf ou de n'avoir pas «incliné la tête» du boeuf de manitre à ce qu'il ne puisse pas frapper de la corne...»

597. Cf. The Laws of Eshnunna, p. 132: «but he does not have his ox dehorned (?)...» Cf. tb. ibid. p. 136. 'W. von Soden registra o termo em

AHRW,

598. Cf.

p. 364,

a p. 9.

p. 842,

nota

art. 30.

com

«Sex

o

significado

Offenses

Cr. CH $S 251 —

in

«lockern,

Sumerian

Cf. tb, E, Bouzon,

600. Cf. W. von Soden, AHW, p. 11845 601. Cf. W. von Soden, AHW, p. 1248b.

140

(auf)lósen».

Laws»,

JAOS

O Código e 1022.

86

(1966),

de Hammurabi,

i["an de nes cor les » ffe cou la de ir uvr «co ie nif sig et mum de gir mal dangereux». — No texto de Hammurabi o significado do

«cortar»,

de

Dossin

quer

é claro,

verbo Saramum

nos

registrado

interpretar

de

o significado

se adote

se siga

dicionários*, quer Saramum

com

relação

em

de «aparar»,

a sugestão termo

o

edev ha lin ma mes Na s». fre chi os r bri «co a duz srmum e se tra se, sem dúvida, interpretar a forma «usSir» do 8 54. O proprie-

iário do boi, depois de avisado pelas autoridades locais do mau as costume de seu boi, deverá tomar as providências necessári para evitar acidentes causados pelos chifres de seu boi. Se não tomar as providências necessárias, ele será culpado caso o seu mina

uma

de

2/3

de

compensação

e deverá, por isso, pagar uma

awilum

boi mate a chifradas um

prata,

de

seja

ou

40 síclos

de prata (cerca de 320 g). Nas leis de Hammurabi a pena era de meia mina, i.é: 30 siclos (cerca de 240 g) de prata. A legislação bíblica do livro do Exodo determinava em casos análogos: «Se um boi escorneia um homem ou uma mulher e este morre: então o boi será apedrejado e sua carne não pode ser comida; o dono do boi, porém, está livre. Mas se o boi já era

escorneador e seu proprietário, embora avisado, não vigiou O animal e ele mata um homem ou uma mulher: então o boi deve

ser apedrejado

e seu proprietário deve ser morto».—

S 55 Se escorneou um siclos de prata.

pesará

a sua morte:

e causou |

escravo

15

O 8 55 nos foi transmitido apenas pela tábua «A» IV, 18-19.

Este parágrafo

vistas as mesmas

neador.

boi

sobre

As

continua a casuística circunstâncias:

autoridades

o perigo

que

602. Cf.

G.

Dossin,

Cf.

Ex

21,28-29.

locais

o seu «Sur

deux

um

do antecedente.

boi é conhecido

já informaram

animal

representa

passages

RA 31 (1934), p. 87-96; esp. p. 92. p. 1184. 603. Cf. W. von Soden, AHW, 604.

1

du

São

como

escor-

o proprietário

Code

para de

pre-

do

a comuni-

Hammurapi»,

dade.

alguma.

O

O

dono

animal

do

mata

neste parágrafo é um da vítima, a sanção

siclos

animal,

(cerca de 120 g)

contudo,

a chifradas

escravo. imposta

não

uma

tomou

pessoa.

providência

Mas

a vítima

Devido à condição social Inferior é substancialmente inferior: 15

de prata. No

Código

de Hammurabi,

a

compensação imposta para o mesmo tipo de delito é 1/3 de uma mina, i.é: 20 siclos de prata. * Uma comparaçã o entre os

SS 54-55 das leis de Eshnunna com os seus paralelos no de Hammurabi (SS 251-252) mostra-nos uma diferença sante. Nos casos em que a vítima é um awilum, o 8 Eshnunna impõe a pena de 2/3 de uma mina de prata eo

Código interes54 de 8 25]

de Mammurabi 1/2 mina de prata. Se a vítima é um escravo, o S 55 de Eshnunna pune com 15 siclos de prata, enquanto que o S 252 de Hammurabi exige 1/3 de mina, i.é: 20 siclos. As leis de Hammurabi punem, pois, com mais rigor a morte de um escravo; enquanto que, em Eshnunna, as penas eram mai s rigorosas do que em Hammurabi para casos que envolviam a mor te de um awilum.

S 56

Se um cão é feroz, e o distrito“ informou o seu dono, mas ele não vigiou o seu cão e (este) mordeu um awilum e lhe cousou a morie: o dono do cão pesará 2/3 de uma mina de prata.

O

O S 56 foi transmitido apenas pela tábua «A» legislador aborda aqui uma outra possibilidade

IV, 20-23a. que não é

tratada nem no Código de Hammurabi nem na legislação bíblica.

Do ponto de vista literário, o 8 56 é formulado em paralelismo perfeito com o $ 54. As circunstâncias do delito são descritas detalhadamente. Trata-se de um kalbum (UR.GI,) Se-gi: «cão feroz». * O proprietário do animal já foi notificado pelas automina

de prata».

«Se foi o escravo de um Cf.

E. Bouzon,

op.

awilum:

cit. p. 99.

pagará

606. Lit.: ba-ab-tum. Cf. W. von Sode n, AHW, p. 94h, 607. Cf. W. von Soden, AHW, p. 1208b: se gâm 1 «wild,

1/3 de

agressiv>.

142 dicas

uma

605. Ci. 8 252:

a-na be-lí-Su ú-Se-di-ma:

idades (ba-ab-tum

mott O Seu dono»). Mas o proprietário UR-Gl;-Su não prendeu, nem : i.é , o» cã u se O ou gi vi «não

«o distrito inforla is-sú-ur-ma: amarrou o seu

ão. Por isso, esse proprietário é responsável pelos danos que pelas o ad iz er ct ra ca é 56 S$ no o ad at tr ito del O . ar us ca «eu cão o it G ér et pr m u» (u de a or -m «m uk = u-S is ais b r e v duas formas m » u e ( t r u o o m s à t u i a c i « m = a t S ) u u e k * a a da raiz acádic naS

A pena imposta se a vítima for

perfeito 5 da raiz mâtum).” um

awilum

é a mesma

de prata.

(cerca de 3208)

54:

8

do

2/3

de mina,

síclos

40

i.é:

S 57 Se mordeu um escravo siclos de prata.

e lhe

a morte,

causou

pesará

15

O texto do 8 57 foi transmitido, apenas, pela tábua «A» IV,

ana-

23b-24. Este parágrafo continua a casuística do S 56. Em

logia com o 8 55, é apresentada aqui uma alternativa que pode atenuar o rigor da multa imposta no S 56. Para a aplicação da pena, como no & 55, deve ser tomada em consideração a condi-

um não ou mat e u edi agr z fero cão o Se ma. víti da al ção soci awilum,

siclos

exigida

escravo,

um

mas

de

(cerca

no 8 55

120g)

para

a compensação

de

o caso

pelo boi de um awilum.

prata.

de

um

exigida

Trata-se

escravo

da

é menor:

mesma

escorneado

15

soma

e morto

Na linha 24 a agressão do cão feroz é expressa pela forma verbal ik-kijim-ma — um pretérito G da raiz nakápum — «escornear» — que é, certamente, um erro de cópia em lugar da forma normal is-Su-uk-ma (pretérito G da raiz nasakum = «morder»). Os 15 siclos exigidos como compensação pelo escravo morto nos

88

55

e

57

correspondem,

escravo naquela época, como 608. Cf. W. 609. Cf. W.

von von

Soden, Soden,

sem

dúvida,

ao

preço

de

nos mostra o $ 13 do Código

AHW, AHW,

p. 7584. p. 634b.

143

um

de

Lipit-Ishtar. ” Se Hammurabi exige no S 252 1/3 de uma mina, é: 20 siclos, pelo escravo morto, isto se deve provavelment e ao jato de que, no tempo de Hammurabi, o preço de um escravo se tinha elevado consideravelmente.

S 58 Se um muro ameaça

cair e o distrito “ informou

o proprie-

tário do muro, mas (este) não rejorçou o seu mur o e 0 muro caiu e causou a morte do filho de um awilum: (este e um processo de) vida. Decreto do rei. Somente

a

tábua

«A»

IV,

25-28

nos

transmitiu

o

texto

deste parágrafo. Do ponto de vista formal ele aprese nta a mesma estrutura literária dos 88 54 e 56. As circunstâncias que caracterizam o delito são descritas detalhadamente na pró tase. Mas a casuística aqui tratada é diferente da dos S9 54 e 56. Não se trata mais de um animal feroz, mas do muro ou parede de uma casa: i-ga-rum i-ga-am-ma: «um muro ameaça cair». O pro prietário do muro já foi devidamente avisado pelas autoridades locais do perigo que o seu muro inseguro representa para a comunidade. Mas ele não tomou providência alguma: i-ga-ar-Su la ú-dan-nin-ma: «não reforçou o seu muro». Por ISSO, Se o muro cair e matar um

mar

awilim

=

«filho de awilum»,

i.é: um

«awi-

lum», ele será considerado responsável pelo acidente e pela morte da vítima causada pelo desmoronamento do muro. A pena imposta não é mais uma compensação financeira como nos 98 94 e 96. Ela é definida na apódose do parágrafo pelo termo napi-istum: «vida» “*, que corresponde, sem dúvida, à locução din napistim do $ 24 ou awat napistim do S 48." O delito é, pois, con610.

Cf.

F.

R.

612. Cf.

W.

von

Steele,

The

Pp. lós: 8 12: «lí a slave-girl of the city and it has been house of (another) man for S 13: «lf he has no slave, he 611. Lit.: ba-ab-tum. Cf, Soden,

Code

of

Lipit-Ishtar,

Philadelphia

1948,

or slave of a man has fled into the heart confirmed that he (or -she) dwelt in the one month, he shall give slave for slave». shall pay fifteen shekels of silver». W. von Soden, AHW; p. 94b.

AHW,

p.

738s.

613. Cf. acima p. 92s e 130s. Cf. tb. O Código de Hammurabi, & 3. 144

posta à im é e l ita cap me cri um mo co r ado isl leg o ciderado pel at daimsio sã es pr ex a m co a in rm te ena de morte. A apódose ngie fre e ec ar ap ão aç ul rm fo sa Es “* . do rei»

gar-ri-im: «decreto contraios vár em ém mb ta s ma , ais leg tos tex remente não só em exato do ica nif sig O * . igo ant co ni lô bi ba o od rí pe Hs e cartas do dis ta mui de eto obj o sid tem » im ja expressão «simdat garr à que em , tos tex dos e lis aná A “º . cussão entre OS assiriólogos que , ida dúv sem , tra mos nos , rre oco » im rr expressão «simdat Sa cono tid sen um em do di en re mp co ser » termo «gimdatum» deve e os ret dec os ad in rm te de sa es pr termo que ex creto, como um prescrições do rei e não, apenas,

sentido abstrato da «lei»

em um

ressa, exp 58 8 do e os ód ap da se fra ou «justiça». A última rei. do o isã dec a um é a st po im i aqu e rt mo portanto, que a pena de lo le ra pa um ra nt co en se o nã i ab ur mm No Código de Ha ta ns co e -s de po o, ud nt co , ia og al an ta cer a perfeito ao 8 58. Um um ra pa a cas a um ou ic if ed ro ei dr pe um e tar no 8 299: «S consque a, cas a e ho al ab tr seu O u ico tif for o awilum, mas nã o». “ rt mo á ser ro ei dr pe e ess : sa ca da no do o u to ma truiu, caiu e trutor de ns co do de da li bi sa on sp re à as en ap e -s re fe re i Hammurab ta, tra 58 $ O . ho al ab tr seu de a nç ra gu se à uma casa em relação porém,

dono

do

da responsabilidade

seja pelas

idade,

quer motivo, seja pela inseguro e ameça ruir.

de um

por

que

muro,

qual-

se tornou

intempéries,

de da li bi sa on sp re a e br so da na diz o nã 58 O legislador do 8 o pel os ad us ca s ai ri te ma s no da aos o çã la re em do dono do muro o Código de Hamtb. Cf. 2a. 110 p. W, AH en, Sod von 614. Cf. 'W. murabi, 8 M e S 51. Hammuthe of Documents Business Waterman, L. ex.: 615. Cf. p. British dem aus efe Bri na, nke Fra R. 13; 33, Nº , 1916 don Lon rapi Period, aus dem

Museum,

Heft 2, Leiden,

British Museum, Heft de la 1rº nã 651,8.

616. Cf. J. G.



1966,

F. R.

19,12;

1964, Nº 120,13; E. Szlechter, Tablettes de Babylone, Paris, 1958, p. 107, Nº

1, Leiden Dynastie

Altbabylonische

Lautner,

Briefe

Kraus,

Personenmiete

und

Erntear-

Nicolô, Beitráge zur San M. 0; -19 177 p. , 1936 den Lei ge, trá ver ter bei Oslo 1931, n, lle que hts Rec en ich ftl hri lsc kei der h eic Ber im e Rechtsgeschicht Recht» und etz Ges fiir i min Ter n che nis ylo bab e «Di er, p. 68s: B. Landsberg chaker dedi-

lo Kos Pau es ent tin per i iqu Ant is ent Ori iura ad ae bol Sym em igs Ammi Kôn des kt Edi Ein us, Kra R. F. 4; -25 219 p. , 1939 den catae, Lei Miles, C. -J. ver Dri R. G. 5; 194 p. 8, 195 den Lei n, ylo — Saduga von Bab The

Babylonian

Laws,

vol.

1, p.

17-23.

617. Cf. G. R. Driver-]. C. Miles, op. cit., p. 19.

618. Cf. tb. $$ 239, 231, posição social da vitima.

RS

232,

onde

145

a pena

varia

de

acordo

com

a

desmoronamento legislar para

nas casas

os casos

em

vizinhas.

que

Sua

o desastre

única

causar

preocupação

a morte

de

um

é

awilum. No Código de Lipit-Ishtar encontra-se uma determinação que lembra a «causa damni infecti» do direito romano. O S 11 das leis de Lipit-Ishtar responsabiliza o dono de um terreno pelo roubo ocorrido na casa do vizinho, se ele tiver negligenciado esse seu terreno adjacente e, embora avisado pelo vizinho, não tenha cuidado de iortificar o muro ou fechar o terreno.“º Uma comparação entre os 88 54 e 56 de uma parte, e o S 58 de outra, nos leva naturalmente a uma pergunta: Por que o rigor na pena aplicada no 8 58? Quando a morte de um awilum é causada pelas chifradas de um boi ou pela mordida de um cão, o dono do animal é obrigado a pagar 40 siclos de

prata. Quando, porém, a morte de um awilum é causada pelo desmoronamento de um muro, o seu proprietário é condenado

a morte. Aqui

também

os especialistas tentaram vários tipos de

resposta.” Mas R. Yaron tem, certamente, razão quando procura a resposta na própria expressão simdat Sarrim.“ A razão da diferença das sanções está justamente na diferença de origem dos 84 54/56 e S 58. A solução apresentada nos S8 54 e 56 reilete, provavelmente, uma larga praxe judicial dos tribunais babilônicos. Ao contrário, a pena imposta no S$ 58 é um decreto do rei. Trata-se, pois, de uma determinação

do rei de Eshnunna para coibir abusos ou punir um caso especial ocorrido no Reino. A intervenção real entrou, então, no dia-a-dia dos tribunais de Eshnunna e passou a ser aplicada em

casos

semelhantes.

619. Cf. F. R. Steele, The Code of Lipit-lshtar, p. 15, 8 11: «lf adjacent to the house of a man the bare ground of (another) man has been neglected and the owner of the house has said to the owner of the bare ground 'Because your ground has been neglected someone may break into my been confirmed

the owner

house: strengthen your house” and this agreement has by him, the owner of the bare ground shall restore to

of the house

de Hammurabi,

any

88 53-56.

of his propriety that is lost».

620. Cf. p. ex.: A. Goetze, The Laws of ozlechter, Les Lois d'Esnunna, p. 122. 621. Cf. R. Yaron, The Laws of Eshnunna,

146

Eshnunna,

p.

199s.

Cf. tb. Código p.

1405;

E.

g 59 Se um awilum

rado ge ter de is po de , sa po es a su a ou di pu re

?) la (e ele : sa po es mo co a tr ou a filhos (com ela), e tomou um e há a) el (n e qu do tu de € sa ca a será afastado (a?) de su a. am em qu a ir gu se rá de po ele (ela?)

À 2. -3 29 , IV » «A a bu tá Ná as en O 8 59 encontra-se ap sem , ve de se to Is o. af gr rá pa este iu it sm an tr o nã » «B a bu tá «B» a bu tá da IV na lu co da tim O r ta es de to fa ao , da vi dú bastante mutilado. bora em a, ar cl te an st ba é o ai gr rá pa A casuística geral do O . lei da es lh ta de ns gu al de o seja bem difícil a interpretaçã ão aç ul rm fo A . io rc vó di de al ci parágrafo trata de um caso espe ti ís er ct ra ca o sã s to en em el ês da prótase é bastante simples. Tr 2) Esta esposa

; sa po es a su de ia rc vo di se um cos: 1) Um awil lher. mu a tr ou a um sa po es um il aw já lhe gerou filhos; 3) Esse O ar iz er ct ra ca ra pa is ia nc se es Estes três elementos parecem — e as ót pr da os rb ve ês tr s do delito aqui punido. O sujeito az a-h ta i, u» io ud ep «r ma m-i zi igerar» «fez wu-ul-lu-ud ão do nç te in A . um il aw o sm me o é «tomou como esposa» — posa que es a um de os it re di os er nd legislador é evidente: defe fender de e, is ál an ma ti úl em e, do gerou filhos ao seu mari com a, rv se ob ze et Go . os lh fi os sm também os direitos desses me

ade ed ci so na o nt me sa ca do l pa ci in razão, que a finalidade pr e qu sa po es a , so is r po a; li mí fa babilônica era a perpetuação da da ão eç ot pr da za go , os lh fi o nd gera

satisfaz essa finalidade por o ad in rm te de é um il aw do to li lei.“ Neste parágraio, O de e um os lh fi us se de e mã da io rc dois atos desse homem: divó rece-nos Pa . er lh mu a tr ou a um com o íd ra nt co o nt me sa ca vo no do li vá in mo co vê e qu , ze et de Go o sã lu nc co a to en am nd fu sem e of os rp pu in ma he «T 5: 14 unna, p. 622. Cf. The Laws of Eshn fulfills this o wh fe wi a To . ly mi fa marriage is the perpetuation of the divorced at be ot nn ca e sh ; on ti ec ot pr l specia eling purpose the la w accords Eb E. de a ri rá nt co o iã in op a cf. tb. vol. 1, the will of the husband». Mas , ie og ol ri sy As r de n ko xi le al em Re e V. Korosec no art. «Ehe» -babylonien, ro sy as l ia on im tr ma t oi Dr aag, p. 281s. Cf. tb. A. van Pr p.

193s.

147

o divórcio

da esposa

que gerou

filhos.“

O $ 59 não

de ilegalidade ou nulidade do ato de divórcio. Apenas

preço bem alto para o tipo de divórcio se verá na interpretação da apódose.

aqui

fala nada

exige um

caracterizado,

como

Se a interpretação da prótase era simples, a apódose, ao contrário, apresenta várias dificuldades gramaticais e textuais, que dificultam a sua compreensão. A prótase mencionava dis-

tintamente três pessoas: o awilum, a esposa repudiada e a nova esposa. Na apódose, ao contrário, não é mencionada diretamente

nenhuma das três pessoas. Há apenas três verbos, cujos sujeitos, do ponto de vista gramatical, podem ser masculinos ou feminino s. Portanto qualquer uma das três pessoas introduzidas na prótase

pode ser sujeito dos verbos da apódose. O in-na-sa-ah — um presente N da raiz nasâhu —

primeiro verbo «será afastado»

e o terceiro verbo it-ta-la-ak — um perfeito G da raiz alaku — acompanhado da partícula warki = «seguirá» foram integralmente transmitidos. Já o segundo verbo, introduzido pela particula relativa «Sa», por causa de uma lacuna na tábua, foi transmitido incompleto e deve ser completado por meio de textos paralelos ou de uma conjectura textual. Na edição «princeps» das tábuas «A» e «B», Goetze transcreve o texto cuneiforme: i-na bitim à ma-l[a i-b)a-Su-ú in-na-sã-ah-ma wa-ar-ki Sa xxx it-ta-la-ak, mas sem tentar uma reconstrução da lacuna.* Na edição «standard» ele propõe a leitura i-ma-[ah-ha-ru]-Su para a lacuna.“ Para Goetze O

sujeito dos três verbos da apódose é sugere a leitura Sa i-ra-a[m-mu]-Si, sujeito do verbo râmum = «amar» e nach, die er liebt wird er gehen».”“

o marido. 'W. von Soden tomando o awilum como traduz «... der (Frau) M. San Nicolô propõe a

623. Cf. The Laws of Eshnunna, p. 146: «But the implication clearly is that the divorce was willful and illegal, therefore invalid. In consequence, the second marriage was likewise invalid and the second wife had no legal standing in the houses. 624. Cf. Sumer 4 (1948), p. 90 e na Pp. 91 apresenta a tradução: «... he shall be driven from his house and whatever he owns and go after...» 625. Cf. A. Goetze, The Laws of Eshnunna, p. 142 onde traduz:

«he

shall

is and

be expelled

he will go

from

after him

(his)

who

house

and

whatever

will accept him».

(property)

there

626. Cf. art. «Kleine Beitráge zum Versti ndnis der Gesetze Hammurabis und Bilalamas», Ar.Or. 17/2 (1949) , p. 373. Para 'W. von Soden o sujeito dos três verbos é o awilum . Ele será afastado de sua casa e de seus bens e poderá então seguir a mulher que ama.

148

foi seguida, transcreve o

restauração textual i-h[u-uz-z]u.Y” Sua proposta com pequenas correções, por B. Landsberger que

uirá (a seg e «el ak: latait-ma zu] han-[ i-i Sa ki artexto: wado uin seg , ker cha Kos P. .” ..» . ará cas se m que mulher) com a leitura proposta por von Soden, chega a uma interpretação eref e dos apó da bos ver três os ele a Par . nte ere dif e rotalment seu de a cas da da sta afa á ser ela : osa esp a und seg rem-se à erá pod mas o, zid tra r tive que o tud á der per e ido mar primeiro seguir o homem que ela ama. É

E. Szlechter aceita a sugestão de Koschaker que a segunda

mulher

é o sujeito

dos

esposa

repudiada.

O

apódose,

da

verbos

mas

apresenta

essa

esposa

uma

outra interpretação.” Para ele a finalidade do $ 59 é regular a situação financeira da segunda esposa. Na apódose propõe a seguinte transcrição e tradução do texto: i-na bitim ú ma-[la i-ba]-Su-ú in-na-sã-ah-ma wa-ar-ki Sa i-r [a-a]5-S[u]-ú it-tacelle-ci sera privée de la maison et de tout ce qui la-ak: «... existe (des biens actuels); à Pavenir ce qu'il acquerra elle suivra».“! Na interpretação de R. Yaron, o sujeito do primeiro verbo da apódose — in-na-sâ-ah = «será afastado» — é O awilum.* Mas o segundo e o terceiro verbos se referem à a

concede

legislador

rTepu-

diada pelo seu marido, que se casou com outra mulher, o direito de casar de novo com o homem que ela amar. * Esta rápida visão panorâmica da literatura existente sobre nos

o $ 59

do parágrafo.

mostra

existente

lacuna

como

A linguagem no

texto

uma

é difícil

interpretação

quase telegráfica difícil

tornam

sua

definitiva

e a

apódose

da

Com

compreensão.

627. Cf. art. «Rechtsgeschichtliches zum Gesetz des Bilalama von ESnunna», Orientalia 18 (1949), p. 260. 628. Cf. art. «Jungfrâulichkeit», p. 102: «er folgt (der Frau) mit der er in Hinkunft verheiratet sein wird...» Na interpretação de Lands-

berger

o

afastado de se casará.

em

sujeito sua

dos

casa

três

e de

verbos

seus

bens

629. Cf. art. «Zur Interpretation JCS 5 (1951), P. 104-122. Cf. p.

Mannes

ausgewiesen

630. Cf. 631. Cf. 632. Cf.

633. Cf.

mit Verlust

da

ihres

e

apódose

deverá

des 113:

144:

«Hence,

the

o

seguir

art. 59 des «Sie ist aus

awilum

a esposa

que

com

será que

Codex Bilalama>» dem Hause ihres

Eingebrachten...»

Les Lois d'ESnunna, p. 52s. E. Szlechter, op. cit. p. 33. The Laws of Eshnunna, p. 1425.

ibid. p.

é

proposed

reading

oi the

second

be rendered part of the apodosis is warki Sa ira/[mm]JuSu ittalak, to «she may go after him whom she will love». Na p. 145: «We submit, in conclusion, that the person who is granted power to remarry is W>.

149

Finkelstein

sinais

julgamos

cuneiformes

que

a leitura

existentes

mais

na

conforme

lacuna,

no

os

meio

restos dos

da

apódose,

é i-[ra-am-muJ-ma, uma forma presente G da raiz râmu = «amar». * Assim temos as três formas verbais in-na-sa-ah-ma, i-ra-am-mu-ma e it-ta-la-ak. O problema é determinar o sujeito

desses

três

verbos.

De

acordo

com

Mas

esse

awilum

o

contexto,

o

sujeito

mais

caso,

aban-

provável do primeiro verbo é o awilum que se divorcia. A le; permitia, sem dúvida, a um awilum divorciar-se de sua espo sa,

mãe

de seus

filhos.

donar o seu lar e os ficariam em posse da determinação análoga murabi. Este S 137 sacerdotisa

Sugeêtum

deveria,

nesse

lhe

filhos,

seus bens. A casa e mulher repudiada e encontra-se no 8 137 priva o homem que

ou

naditum,

que

os bens ali existentes de seus filhos. Uma do Código de Hamse divorciar de uma

deu

da

metade

de seus bens, que é entregue à esposa repudiada e a seus filho s. O 8 59 de Eshnunna parece mais rigoroso e estende o caso a qualquer esposa repudiada que tenha gerado filhos a seu marido. Mas o princípio é o mesmo, tanto no $ 59 como no S 137 do CH. Apenas a quantia varia. Por isso, não nos parece convincente a opinião de Koschaker, que julga impossível que o legislador afaste o homem da tamília.“” As leis em que o chefe da comunidade familiar. cadas na série «ana a-bu ana ma-ri-Su i-te-el-li: «Se um pai

de sua casa, destruindo destarte a unidade sumero-babilônicas conhecem outros casos, família é punido com o afastamento da Assim, nas leis familiares sumérias, publiittisu», lê-se a seguinte prescrição: Sum-ma ul ma-ri at-ta ig-ta-bi ina É i-ga-rim diz a seu filho: «Tu não és meu filho»: ele

634. Cf. J. J. Finkelstein, «On Some Recent Studies Law» em JAOS 90 (1970), p. 255: «The best reading, context and as best fitting the traces is i-'ra-am-mu'-mas.

in cuneiform in terms of

decidiu

uma

635. Cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, repudiar

uma

Sugêtum,

que

lhe

gerou

p. 65: «Se um awilum

filhos,

ou

naditum

que lhe obteve filhos: devolverão a essa mulher o seu dote e dar-lhe-ão a metade do campo, do pomar e dos bens móveis e ela educará os seus filhos. Depois que tiver educado os sets filhos, de tudo o que foi deixado

para seus filhos, e o homem de com os 88 138 e 636. Cf. P. Codex Bilalama», Gesetz auf den Ausiibung

und

so

seines

die

zerstôren».

dar-lhe-ão a parte correspondente à de um herdeiro seu coração poderá tomá-la como esposa». (Co mpare 139, Koschaker, art. «Zur Interpretation des art. 59 des em JCS 5 (1951), Pp. 107: e... nirgends kom mt das Gedanken bei verbotener oder auch nur missbilligte r

Scheidungsrechts

Einheit

isa

der

Familie,

den

die

Mann

150

es

aus

doch

dem

Hause

zu

aufrechterhalten

entfernen

will,

zu

ito do suje o que ir clu con , pois e, e-s Pod *” ». ro mu e asa erderá € que verbo “n-na-sa-ah = «será afastado» é, certamente, o awilum a vist de to pon do é o uçã sol Esta os. filh s seu repudiou à mãe de l, lega o ect asp o sob as, séri es eçõ obj há gramatical possível e não que nos obriguem a abandoná-la. Na

segunda

parte

da

apódose

a

reconstrução

melhor

do

ein, st el nk Fi er qu mo co , ou u -S u] -m [m -a ra itexto parece ser Sa A o. sm me te o en lm ia nc se es o é ad ic if gn si a. O -m * i-ra-am-mu [m -a ra iSa ki r-a wa la su áu cl a a ri se e os ód segunda parte da ap smo. me o r se ve de os rb ve is do s do o it je su O k. -a la a-t mu]-Su it y ma a) ad di pu re sa po es (a he «s : ão uç ad R. Yaron propõe a tr ador sl gi le o so ca e st Ne ». ve lo ll wi e sh om go after him wh e nt me va no r sa ca se de o it re di o a ad di pu re concederia à esposa la warki Sa su áu cl a , to fa . De se es lh co es a el e qu m me com o ho mpaco r se de po » ar am em qu a á ir gu se la «e k: la irammugu itta de do ri ma «o = i» ss ha ih a is bb li ut «m ão aç ul “ada com a form 2 17 e 6 15 7, 13 88 s do » sa po es mo co a -l má to seu coração poderá do Código de Hammurabi. Nas leis assírias encontra-se também a expressão pondente «ana mut libbisa tuSSab»: «ela irá morar com o de seu coração».” Parece, pois, ser uma tradição legal o a nad ndo aba ou ada udi rep osa esp à er ced con a babilônic de contrair livremente um segundo matrimônio. 637.

Cf.

B. Landsberger,

sumerischen Lexikon, Roma

«Die

ana

ittisu>

em

Materialien

1937, vol. 1, p. 102, Cf. 7.lll 34-39:

34 tukum-bi 35 ad-da dumu-na-ra 36 dumu-mu nu-me-en

37 ba.an.na.an.dugs 38. é. ingar-ta

Serie

39 bara DUL + DU.dé Wenn ein Vater zu seinem Sohne 'Du bist nicht mein Sohn' sagt des Hauses und der Mauern wird er verlustig gehen.

corresesposo assirodireito zum

Sum-ma a-bu ana ma-ri-Su ul ma-ri at-ta

ig-ta-bi ina bi-ti u i-ga-rim

i-te-el-li

ha tb. J. lin ma mes Na 144. p. na, nun Esh of s Law 638. Cf. The vre, (pour se faire sui rra pou me) fem re mié pre (sa s alor «et o: tér Bot Pratique le Éco . 966 5/1 196 re uai Ann Cf. ». ut] [ve lle qu'e i celu r), use épo Su», itti a «An ie Sér tb. Cf. 96. p. n, tio Sec IVº — des des Hautes Étu

tábua 7 III, 4-6.

639. Cf. os 88 36 e 45 das leis assirias, Assyriennes, p. 184s e 2175.

Ps,

151

em

G. Cardascia,

Les Lois

Como conclusão, pode-se dizer que a intenção do legislador do $ 59 era provavelmente punir o esposo que repudiasse a mãe

de seus filhos, afastando-o

mesmo tempo, conceder segundas núpcias.

de sua casa

à esposa

e de seus bens,

repudiada

o direito

e, ao

de contrair

8 60 [Se] um vigia foi negligente na guafrda de uma casa] e um ladrão [arrombou a casaJ: o vigia da casa que foi arrombada... será mforto] e, sem [sepullitura, será enterrado [diante do lugar do arrom]bamento. O S 60 foi transmitido, em estado bastante lacunar, apenas pela tábua «A» IV, 33-37. O texto está tão mutilado que é impossível recompô-lo sem a ajuda de conjecturas e suposições. A tradução acima segue a tentativa de reconstrução do texto apresentada por B. Landsberger.” O ponto de partida foi o seguinte texto acádico: . 33. Su[m-m/a LU.EN.NUN 34. [É i-na na]-sa-ri-im i-gu-ma pa-al-li-Su 35. [E ip-lu-uS] LU.EN.NUN É sa ip-pa-al-Su 36. [x x x i-du]-uk-ku ba-lum [a]-ab-ri-Su 37. [i-na pa-ni pí]-il-Si-im iq-qa-bi-ir

A. Goetze na edição «princeps» renunciou a qualquer tentativa de reconstrução textual e apenas comentou: «88 60 and 61 mutilated and incomprehensible». *: Uma primeira tentativa 640. Cf. reconstrução

art. «Jungfrâulichkeit» p. 102. J. J. Finkelstein julga essa em JAOS 90 (1970), p. 255: «Landsberger's restoration of

S 60 is a tour-de-force, considering at this point, and accepts Goetze's

Cf. art. «The 4

(1948),

Laws

p. 91.

language

necessary

of Eshnunna

152 Ê

Sumer

filling in the

SR

em

641.

rule, while

=

of the

the state of preservation of the text general understanding of the import to support

Discovered

at Tell

it».

Harmal»

n e d o S n vo W. r po a ad nt se re ap foi texto o r ta le mp co de l a i , parc d» ar nd ta «s ão iç ed na , 56 19 Em r. * te ch le sz E. r po da i u g e se n, tentou de So n vo de ão st ge su a e rt pa A. Goetz e, seguindo em ía: «the lu nc co s ma **, do to o xt te do um prime ra reconstrução grafo rá pa do l ra ge ca ti má te A t».* restauration is Very difficul »: «A a bu tá na ou br so e qu o xt do te aparece claramente no resto no desempenho de sua

te en ig gl ne a gi vi um de a at o 8 60 tr ia»” ig «v = um âr ss ma = N U N . N E . Ú L a am gr ro me Su 59 .0 tunção. O 51 IM a bu tá da ia af fotogr na o nt ta l ve gí le te en am ar é cl a ad iz er ct ra ca a, gi vi e ss de ão aç A . ze et Go À. de a pi có na como facilém mb ta é » te en ig gl ne «foi = a -m gu ial rb ve a rm fo pela acl e ec ar ap e qu em ag on rs pe o tr Ou o. xt te no el áv fr ci de mente rma parris da raiz palasSu fo a um — u is ll pa O é o ramente no text do ? sa ca à u bo om rr «a : us u-l ip — «ladrão». A conjectura É pode se mo co , el áv ov pr is ma a ur leit começo da linha 35 €s a É Sa N U N . N E . U L a: nh li a m s e m concluir da continuação dessa 642. Cf. murabis und

33.

[Sum-ma]

art. «Kleine Beitráge Bilalamas>» em Archiv bitum

te-us-ut

[5525]

tze zum Verstindnis der Gese Orientalní 17/2 (1949), P.

Ham-

awilim...

n ei ) nn We «[ : ma ?ge im ii ri a-s 34. [a?-na? na?] ist... rs ge ir Bi s ne ei .] .. [. t al rh te Un r Haus de ..» [beim] Bewachen nachlássig ist und. 643. Cf. Les Lois d'ESnunna, p. 33: awilim ] .. [. ut s-u te m tu bi ] ma mhu [s 33. 34. [a? -na na?] — ça-ri-im i-gi?-ma ] 35 [sussa pessoa «Si

la

maison...

d'un

citoyen:

dans? la garde? il est négligent...> 644. Cf The Laws os Eshnunna,

pP. 146:

na-za-ru? lim awi ut hutem ta bi a] -m um [S 33 ?-ma X X X gi iim i-r za Jna a a-n ma r-u zu z[i 34 30 [sans css ]XxXxxxx ] -Su . .. .. .. [. um -l ba Su bi] oe as am 36 [ ce 1 x-&ilim qa?-bi?-ir ST [sc is) a ch hi (w e us ho a s] rd ua [g d « [1] a guar ng di ar gu in t en ig gl ne is t] [bu od ho li man's live it and [the house is broken into],

[the guard will be killed), ceremoniously lona ee un [andiss = will be buried>.

[in front of the breJach he unna, p. 146. hn Es of ws La e Th , ze et Go 645. Cf. A. 99, 85. 4, 21 Pp. 1, . vol II, n, ko xi Le s he 646. Cf. A. Deimel, Sumerisc p. 62la. Cf. tb. W. von Soden, AHW, 19la. p. W, AH n, de So n vo W. 647. Cf. Soden, Grundn vo W. tb. . Cf . 6b 81 p. W, AH n, 648. Cf. W. von Sode 20a. 61, p. k, ti ma am Gr n he sc di ka Ak riss der

153

ip-pa-al-Su: «o vigia da casa que foi arrombada». A pena imposta na apódose a partir dos dois sinais que sobraram na linha

36

deve

ser

[i-du]-uk-ku:

«eles

matarão»

i.é:

«será

morto».

Depois da partícula ba-lum = «sem», Landsberger lê [ga]-ab-riSu: «sua sepultura», mas essa leitura não é evidente nem na fotografia da tábua, nem na cópia de Goetze. Na última linha da apódose, a conjectura [i-na pa-ni pil-il-Si-im: «diante do

lugar do arrombamento» é bastante provável. Se o texto reconstruído por B. Landsberger corresponder em suas linhas gerais ao texto original, a intenção do legislador,

neste parágrato, será punir um vigia negligente, que durante o seu tempo de guarda não evitou um roubo na casa vigiada por ele. À pena é severíssima: ele será morto e enterrado diante do buraco feito no muro, por onde o ladrão penetrou na casa. Um paralelo longínquo ao $ 60 encontra-se no 8 21 do Código de Hammurabi: «Se um awilum abriu uma brecha em uma casa:

matá-lo-ão diante dessa brecha e o levantarão».*º Mas no 8 21 a pena é aplicada ao ladrão. A interpretação do 8 60 continua,

pois, objeto de discussão. Somente novos textos paralelos, que futuras campanhas arqueológicas tragam à luz do dia, poderão

ajudar-nos a encontrar o sentido exato deste parágrafo

649, Cf. E. Bouzon,

O Código

de 154

Hammurabi,

p. 31,

legal.

[I. O texto cuneiforme em transcrição

«A»

INTRODUÇÃO: ear

[]

ca Na |

NO

jd

JN



fe



bed fd

pd

fund

DO UONHO Cm Rm -NoO

Sl:

|

U,.21.KAM

Rx

e Ea

| x NAN.LUGAL

o praia

| x RAAM

E QE

| x BAL.RLA

|] x.A

Sú-pu-ur > Samass

.) «A»

I 8-17

SE 1.SAG 2 SiLA 5 SiLA

BÁN L.íD ma-na SÍG GUR NUN GUR NAGA ma-na URUDU

ma-na

- «A» SILA SILA

EE mena

É.AD.DA.A.NILSE

MU.I.KAM Go

GUR SiLA BAN BÁN

NIN.A.ZU

DENLÍLLA

ARS a

LE.

X

1 1-7

URUDU

o

IDIGNA

TUKUL.KALAG.GA.

GIN GÍN GÍN GÍN GÍN GÍN GÍN GÍN GIN GÍN

a-na a-na a-na a-na

i.GIS

I.SAH

a-na a-na a-na a-na a-na

a-na

ep-Sum

BA.AN.DAB

KU.BABBAR KU.BABBAR KU.BABBAR KU.BABBAR KU.BABBAR KU.BABBAR KU.BABBAR KU.BABBAR KU.BABBAR KU.BABBAR

IT 18-20 1.GIS I.SAH

SILA 1.iD

£a ni-is-ha-tim

ga ni-ís-ha-tim ga ni-is-ha-tim 155

3 BAN

SE.BlI

2 BAN 5 SILA 8 SILA SE.BI

SE.Bl

o di

«A»

1 21-23

21 GÍS.MAR.GÍD.DA

22 23

qá-du-um

1 PI4 BÁN SE Á.BI Sum-ma ka-la u,-mi-im i-re-de-e-Si

GUD.HÁ.Sa

KU.BABBAR

à re-di-sa 1/3 GÍN

Á.BI

S 4: «A» I 23-24 À GIS.MÁ 24 u [....] S 5:

«A»

SILA A MALAH,

| ka-la

27

«A»

Sum-ma

us-mi

2 SILA i-re-de-si

I 25-26

25 Sum-ma MA.LAH, i-gi-ma GIS.MÁ 26 ma-la ú-te,-eb-bu-ú ú-ma-al-la

S 6:

1 qur

ut-te,-eb-bé

I 27-28 LU

i-na nu-la-a-ni

GIS.MÃ

la ga-at-tam

28 is-sa-ba-at 10 GÍN KU.BABBAR 1LÁÃ.E 9 7:

«A»

29 Sum-ma

28-29 KU.BABBAR

8 8: «A» 1 29 8 9: «A»

2 BAN SE 12 SE Á.BI

Á

SE.KUD.KIN

| BÁN SE À za-ri-i

I 30-33

30 LU 1 GÍN KU.BABBAR a-na e-se-di a-na LÚ.HUN.GÁ 31 [li]-di-in-ma Sum-ma re-su la ú-ki-il-ma 32 [e]-se-dam e-se-dam la e-sí-su 10 GÍN KU.BABBAR 33 [I.LÁ] E S 9A: 34

«A»

IT 33-34

1 BÁN 5 SiLA À URUDUKIN.A [a-na b]e-li-Su-ma i-ta-a-ar

S 10: «A» 1 34-35 156

à ku- Si-rum

Pop SE

35 à 1 BÁN 8 Il;

«A»

| BAN SE Á ANSE À re-di-Su ka-la u,-mi-im i-re-de-Su

| 36-37

36 À LU.HUN.GÁ 1 GÍN KU.BABBAR 1 PI SE SA.GAL.BI 37 ITU 1.KAM i-la-ak S 12:

«A»

1 37-40



38 i-na ku-ru-lim

Sa i-na A.SA MAS.KAK.EN i-na mu-us-la-lim

is-sa-ba-tu

39 10 GÍN KU.BABBAR I.LÁ.E [Sa i-na mu-SJi-im i-na ku-ru-lim 40 is-sa-ba-tu i-ma-a-[at] ú-ul i-ba-lu-ut «B»

I 1-3

É [assess cispesepa or RE | x 2 |reisa o sissesei ie E | i-sa-ab-ba-tu oco os oc | ú-ul i-ba-al-lu-ut E PRA so 8 13:

«A»

I 41-42

41 LÚ &a i-[na É Sa MAS.KAK] AD AS

Des a [ecs a

«B»

ja creo use

E

EN i-na É i-na mu-us-la-lim

O | Sa i-na mu-Si-im ]

1 4-7

4 [LU $] a i-na É Sa MAS.KAK.EN i-na É i-na mu-us-la-lim 5 is-sa-ab-tu 10 GÍN KU.BABBAR 1.LÃ.E 6 Sa i-na mu-Si-im i-na É is-sa-ab-ba-tu 7 i-ma-a-at

$ 14:

«B»

ú-ul i-ba-al-lu-ut

1 8-9

8 À LU.TOG 1 TÚG 5 GÍN KU.BABBAR li-bil-ma 1 GÍN À.BI 9 10 GÍN KU.BABBAR li-bi-il-ma 2 GÍN Á.BI 8

10

15:

«B»

I 10-11

i-na qa-ti SAG.IR sa-bi-tum

à GÉME

DAM.GAR

157



Se-a-am

KU.BABBAR j-ma-hna-ar

11

S 16:

SIG

1.GIS

a-di

ma-di/ti-im

ú-ul

1

«A»

Ci Meta | DP DUMULO aziszinas dad «B»

I 12

12 DUMU.LÚ

la zi-zu à SAG.R

ú-ul iq-qi-a-ap

S 17/18: «A» 1 2-5 DUMU.LU a-na E e[-mi-im Sum-ma i-na ki-la-al-li-im 1/S-te-en] a-na Si-im-tim it-ta-la-ak ma-la ub-[lu] ú-ul ú-Se-es-sé wa-tar-Su-ma i-le-qé

2 3 4 5 «B»

13 14 15 16 17 18

1 13-18

DUMU.LU a-na É e-mi-im ter-ha-tam li-bi-il-ma Sum-ma i-na ki-la-al-li-in iS-te-en a-na Si-im-tim it-ta-la-ak KU.BABBAR a-na be-li-Su-ma i-ta-a-ar Sum-ma i-hu-ús-si-ma a-na É-Su i-ru-ub lu-ú a-x-ha-x-x kal-la-tum a-na Si-im-tim it-ta-la-ak ma-la ub-lu ú-ul ú-Se-se wa-tar-Su-ma i-le-eq-qé

8 18A:

«A» II 6-7

6 1 GÍN IGI.6.GAL à 6 SE MAS ú-sa-ab 7 1 GUR 1 PI4 BAN MÁS ú-sa-ab «B»

I 19-20

19 1 GINÚM iGr6.GAL ú 6 BE MAS ú-ga-ab UM 20 1 GUR

1 PI4 BAN SE MÁS ú-sa-ab 8 19: «A» II 8-9

8 LÚ Za a-na me[-eh-ri-Su] i-na-ad-di-nu 9 i-na masS-kán-n[im

Er

ú]-Sa-ad-da-an

158

1 21-22

«B»

21

22

$a a-na me-eh-ri-Su i-na-ad-di-nu

[LÚ]

[i-na mas-] kán-nim. ú-Sa-ad-da-an

820:

II 10-15

«A»



10 Sum-ma

11 id-di-in-ma

x

[..]

Se-a-am

ana

a-na

x x x x

KU.BABBAR

12 i-na e-bu-ri Se-a-am à MÁS.BI 1 GUR 13 i-le-eq-qé

8 21:

i-te-pu!-u[5]

1 PI 4 B[AN]

II 13-19

«A»

Sum-ma LÚ KU.BABBAR a-na pa-ni-Su 14 id-dicin KU.BABBAR à MÁS.BI 1 GÍN IG1.6.G4L ú 6 SE 15 i-le-eq-qé $ 22:

II 15-18

«A»

Sum-ma LÚ e-li LÚ mi-im-ma 16 la i-Su-ú-ma GÉME LO it-te-pé be-el GÉME

i-[za-ka]r

ni-iS DINGIR

e-li-ia la ti-Su-ú KU.BABBAR

17 mi-im-ma

18 ma-la

x ame!

$ 23/24:

«A»

1LÃ.E

II 19-25

Sum-ma LÚ e-li LÚ mi-im-ma la i-Su-ma GÉME LÚ it-te-pé ni-pu-tam i-na É-Su ik-la-ma uá-ta-mi-it 2 GÉME a-na be-el GEME i-ri-ab Sum-ma mi-im-ma e-li-Su la i-Su-ma DAM MAS.KAK.EN DUMU MAS.KAK.EN it-te-pé 24 ni-pu-tam i-na E-Su ik-la-a-ma us-ta-mi-it di-in na-pí-iS-tim 25 ne-pu-ú Sa ip-pu-ú i-ma-a-at 19 20 21 22 23

S 25:

«A»

26 &um-ma

II 26-28 LÚ

a-na É e-mi

is-si-ma

ter-ha-at

im-hu-ru

ot ik-&i-Ku-ma DUMU.MÍ.Su 28 a-bi ma-ar-tim

a-na

159

e-mu-Su

[Sa-ni-im

ilt-ta-di-in

ta-aS-na

ú-ta-ar

Emo

o

8 26: «A» II 29-31

29 Sum-ma



31 di-in na[-pí-i]S-[ti)m-ma «A»

ter-ha-tam. ú-bil-ma

ú um-mi-Sa im-Su-w'-Si-ma it-ta-

Sa-al a-bi-Sa

30 ga-nu-ú ba-lum qa-ab-Si

88 27/28:

LU

DUMU.MÍ

a-na

i-ma-[at]

II 31-37

Sum-ma LÚ DUMU.MÍ LU ba-lum Sa-al a-bi-Sa ú um-mi-Sa i-hu-si-ma ú Kkir-ra-am-ú ri-ik--tim a-na a-bi-Sa ú um-mi-Sa la iS [-ku-ujn us-mi MU 1.KAM i-na ÉE-Su li-Si-im-ma ú-ul DAM Sum-ma x ri-ik-sa-tim ú kir-ra-am a-na a-bi-Sa ú um-mi-Sa iS-ku-un-ma i-hu-us-si DAM u,-um i-na su-un LU is-sa-ab-ba-tu i-ma-at ú-ul i-ba-al-lu-ut

32

33

34 35 36 37 «B»

II 1-2

ri-Jik-sa[-tim

TE eua popa co cova faq

E |] ú um-mi-Sa

Ao E

............ ]

iS-ku-un-ma

i-h[u-us-si

........ ]

8 29: «A» II 38-45 E E AN Se-e [h-ti)m 38 Sum-ma LÚ i-na KASKAL 39 ú sa-ak-pí-im it-t[a-aS-la-al] 40 ú lu na-ah-bu-tum it-ta-ah-ba-at 41 [u, -m]i ar[-ku-tim i-na ma-]tim Sa-ni-tim-ma con iss ae a | Sa-nu-um Ra AD a ie | it-ta-la-ad sçeio Ela AS ess so Mamão sexo ajm DAM-Su DA PO. ] RR “Es «B»

II 3-7

3 Sum-ma LÚ aS-la-al]

4 5 6 7

i-na

KASKAL

Se-eh-tim

à

sa-ak-p[í-im

it-ta-

ú lu-ú na-ah-bu-tum it-ta-ah-ba-at u,-m[i ar-ku-tim] i-na ma-a-tim Sa-ni-tim-ma it-ta[-Sa-ab] as-Sa-su Sa-nu-ú-um-ma i-ta-ha-az à DUMU it[-ta-la-ad] i-nu-ú-ma it-tu-ra-am aS-Sa-su i-ta-[a-ar-Sum] 160

«A»

8 30:

(11

II 45-48?

1?)

LÚ a-al”

[Sum-ma] s ] it-ta-bi-it sas se paiseco

AG [.

AT |.

ag 21

GR qu soe rs

(2) [..-...-.... ]

]

II 8-10

«B>»

8 &um-ma LU URU.KI-Su

Ea-nu-ú-um-ma

O aú-Sa-su

à be-el-Su i-ze-er-ma it-ta-ah-bi-it i-ta-ha-az

10 a-na as-Sa-ti-Su ú-ul i-ra-ag-ga-am «B»

8 31:

i-nu-ú-ma

it-tu-ra-am

II 11-12

11 Sum-ma LU GÉME 12 1/3 ma-na

LÚ it-ta-ga-ab

KU.BABBAR

LLÃ.E

Sa be-li-Sa-ma

ú GÉME

8 32: «A» HI 3-5

«B»

II

13-15

13 &um-ma 14 15

-na i-ta-ar-ru

ça DUMU-Su]

4 id-[di-Jijn-ma ............ 5 tar-b[i]-it DUMU-Su i [LÃ.E



DUMU-Eu

a-na

Su-nu-gí-im

a-na

tar-bi-tim

id-

di-in-ma 10 ma-na SE BA LBA SÍG.BA MU 3.KAM la id-di-in tar-bi-it DUMU-Su 1.LA.E-ma DUMU-Su i-ta-a-ar-ru

«A» III 6-9

S 33:

6 sum-ma GÉME ú-sa-ri-ir-ma [DUMU-Sa] LU 7 [i]t-ta-di-in i-nu-ú-ma ir-at-bu-ú

a-na DUMU

[Mi]

8 [be-]el-Su i-mar-Su i-sa-ba-su-ma 9 i-ta-ar-ru-ú-Su

«B»

II 16-18

16 gum-ma LÚ

O

GEME

it-ta-di

2

VON

ú-sa-ar-ri-ir-ma

161

DUMU-sa

a-na

DUMU.MI

17

18 i-ga-ab-ba-su-ma

i-ta-ar-ru-Su

i-ma-ar-Su

III 9-13

«A»

S 34/35:

be-el-Su

ir-ta-bu-ú

i-nu-ú-ma

Sum-ma GEME E.caLrIM DUMU-sa 10 lu DUMU.Míi-sa a-na MAS.KAK.EN a-na tar-bi-tim

[1 it-ta-diin DUMU lu DUMU.Mf &a id-di-nu É.GAL UM 12 it-ta-ba-al à le-qú-ú Sa DUMU GÊME E.GAL : LIM 13 il-qu-ú me-he-er-Su a-na E.GAL i-ri-a-ab «B>»

II

Sum-ma GEME EG a-na MAS.KAK.EN a-na

21

pumuRUM i-ta-ab-ba-al

22

poco Sa DUMU uú le-qú-ú

lu-ú

23 me-he-er-Su S 36/37:

«B>»

x

19-23

19 20

14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

LI

«A»

DUMU-sa lu-úi DUMU.MíÍ-sa tar-bi-tim it-ta-di-in

pumu.mi! UM

Sa

LIM : GEME É.GAL LIM .

a-na É.GAL

id-di-nu

.GAL-UM

as il-qu-ú

i-ri-a-ab

III 14-23

Sum-ma LÚ bu-Se-Su a-na na-ap-tá-ri a-na ma-sa-ar-tim id-di-in-ma E la pa-li-is si-ip-pu la ha-li-is a-ap-tum la na-às-ha-at bu-Se-e ma-sa-ar-tim Sa id-di-nu-Sum ulh-ta-li-ig bu-Se-e-Su i-ri-a-ab Sum-ma É LÚ lu-ug-qu-ut it-ti ma-sa-ar-tim Sa id-di-nu-Sum hu-lu-ug be-el É ha-li-iq be-el É i-na É “TiSpak ni-is DINGIR i-za-kar-Sum it-ti bu-Se-e-ka bu-Su-ia hal-qú i-wi-tam U sa-ar-tam la e-pu-Su i-za-kar-Sum-ma mi-im-ma e-li-Su ú-ul i-Su II 24-III

24 Sum-ma

6

LU bu-Se-e-Su a-na na-ap-tà-riim 162

.

o5 a-na ma-sa-ar-tim

la ha-li-iS

26 si-ip-pu

la na-as-ha-at

a-ap-tum

Sa id-di-nu-Sum

ma-sa-ar-tim

97 bu-Se-e

la pa-li-is

id-di-in-ma ER

i-ri-a-ab-Sum

28 bu-Se-e-Su

ulh-ta-al-li-ig

[ma-sa]-ar-tim

ml

1 Sum-ma É LU lu-ug-qu[-ut] it-ti bu-Se-e LU ga id-di-nu-Sum hu-lu-ug be-el E ha-li-ig

SMC

be-el

it-ti bu-Se-e-ka

la e-pu-Su i-Su

e-li-Su ú-ul

mi-im-ma

lu-ú ha-al-qu

bu-Su-ia

ú sã-ar-tam

i-wi-tam

i-za-kar-Sum-ma

Drispak ni-iS DINGIR

i-na KÁ

g TIM

i-za-kar-Sum-ma

8 38: «A» III 23-25 Sum-ma i-na at-hi-i 24 i-na-ad-di-in a-hu-Su Sa-ma-am ha-sSe-eh 25 Sa-ni-i ú-ma-la «B»

iS-fe-en zi-it-ta-Su qá-ab-li-it

II 7-9

7 Sum-ma i-na at-hi-i iS-te-en zi-it-ta-Su i-na-ad-di-in 8 ú a-hu-Su Sa-ma-am ha-Se-eh 9 qá-ab-li-it Sa-ni-i-im ú-ma-al-la $ 39:

a-na

KU.BABBAR

III 25-27

«A»

Sum-ma LU i-ni-iS-ma it-ta-di-in u,-um Sa-ia-ma-nu

26 É-su ana KU.BABBAR 27 i-na-di-nu be-el É i-pa-tã-ar «B»

III 10-11

i-ni-iS-ma

LU

10 &um-ma

11 uq-um Sa-a-ia-ma-nu 8 40:

a-na

i-na-ad-di-nu

KU.BABBAR

it-ta-di-in

be-el leo

i-pa-ta-ar

II 28-29

«A»

og gum-ma 29

ÉE-su

SAG.IR

LU

na-di-na-nam

i-$a-am-ma

en

Par

4

FE

MAN ”

GEME

a t

,

GUD

ú Si-ma-am

la ú-ki-in

163

Su-ma

ma-la

Sar-ra-ag

i-ba-Su.ú

«B»

HI

12-13

12 Sum-ma

LO

Su-ú 13 i-Sa-am-ma S 41:

«A»

SAG.iR GEME na-di-na-nam

GUD

ú Si-ma-am

la ú-ki-in

S[u-m]a

ma-la i-ba-a&Sar-ra-ag

III 30-31

30 Sum-ma U.BAR na-ap-tãâ-rum ú mu-du-ú KAS-Su 31 sa-bi-tum ma-hi-ra-at i-la-ku KAS. i-na-di-in-Sum

i-na-di-in

«B» II 14-16 14 Sum-ma U.BAR na-ap-tá-rum à mu-du-ú di-in 15 sa-bi-tum ma-hi-ra-at i-il-la-ku 16 Si-ka-ra-am i-na-ad-[ta] -di-Sum

KAS-Su

i-na-ad-

8 42: «A» II 32-34 32 Sum-ma LÚ ap-pé LÚ i5-Su-uk-ma it-ta-ki-iís 33 1 ma-na KU.BABBAR LLÁÃ.E IGI 1 ma-na ZÚ 1/2 ma-na 34 uz-nu 1/2 ma-na me-he-es le-tim 10 GÍN KU.BABBAR I.LÃ.E «B»

III 17-20

17 Sum-ma LU ap-pé LU iS-Su-uk-ma it-ta-ki-is 18 1 ma-na KU.BABBAR 1.LÃ.E 19 IGI

1 ma-na



20 me-he-es le-tim S 43: 35

«A»

Sum-ma

10 GÍN

uz-nu

1/2 ma-na

KU.BABBAR

1LÃ.E

III 35-36 LU

36 2/3 ma-na «B»

1/2 ma-na

ú-ba-an

LU

KU.BABBAR

it-ta-ki-is

I.LÁÃ.E

III 21-22

21 Sum-ma LU ú-ba-an a-wi-lim [it-t]a-ki-is 22 ....m/a-na KU.BABBAR 1LLÁÃ.E 164

III 36-38

«A»

8 44/45:

Sum-ma LÚ a-wi-lam i-na Ik/g-x-x 37 ís-ki-im-ma SU-su is-te-ber; 1/2 ma-na KU.BABBAR LLÁ E 38 Sum-ma «B»

III

23.

GIR-Su

iS-te-ber;

a-wi-lam

24. [core us srorapss rea e DO: [io e é Mass ao sos

S 46: «A»

41

i.LÁ.E

if-na

...........

1] s-ki-in-ma

] am I.LÃ.E | ILÃ.E

III 39-40

39 Sum-ma 9 47:

KU.BABBAR

23-25

[su suoisaareã ]

40 2/3

1/2 ma-na

LU

ma-na

a-wi-lam

KU.BABBAR

im-ha-as-ma

ha-x-x-Su

I.LÃ.E

iS-te-bir,

«A» III 40-41

LU

i-Se-el

10 GÍN

Sum-ma LLÃ.E

KU.BABBAR



i-na

x-x-x-tim

8 48: «A» III 42-44 42

U a-na x x x i5-tu

1/3

ma-na

a-di

1 ma-na

43 Lossio ] di-nam ú-Sa-ha-zu[-S]u [ma] 44 a-wa-at na-pi-is-[tim ............ ] «B»

IV 1-3

À [sar ao a a

dO

3

Desa

is

E

[sata

S 49:

«B»

] ma-na

aao ]

a-di

1 ma-na

ú-Sa-ha-zu-Su-ma

na-| pí-iS-tim

a-na

LUGAL-ma

IV 4-5

4 Sum-ma LU i-na SAG.IR Sar-gí-im GEMÉ Sa-ri-iq-tim 5 it-ta-as-ba-at SAG.IR SAG.iR GÉME GÉME i-re-ed-de

2 E ate a erere aee sfojennda aa | te-Jer-tim 3 este era orais orerençga s es | SAG.ÃR ha-al-qá-am 165

6 i-na É-Su-ma

i-ta-wi

7 it-ti-Su

«B»

IV

Su-ur-qá-am

ik-ta-la Eos

6-10

GIR.NITA

6 Sum-ma

ma-la i-ba-aS-Su-ú hal-qa-am 7 SAG.ÃR

hal-qa-am

ANSE

ÍD be-el te-er-tim

Sa-pirg

ha-li-igq-tam

GEME

GUD

hal-ga-am

Úu MAS.KAK.EN is-ba-at-ma a-na €S-nun-nak! 8 Sa E gar IM 9 la ir-di-a-am i-na É-Su-ma ik-ta-la ut-mi e-li ITU 1 KAM

10 ú-Se-te-eq-ma

GALO

Su-ur-ga-am

it-ti-Su

i-ta-wi

S 51: «A» IV 7-9 8 Sa ka-an-nam

9 KÁ.GAL

«B»

IV

mas-ka-nam

ê5-nun-nasi

ba-lum

SAG.IR à GÉME sa €5-nun-nak! ú ab-bu-tam Sa-ak-nu

be-lí-Su

ú-ul us-si

11-13

11 SAGR GÉME &a êS-nun-nasi 12 ú ab-bu-ut-ta-am Sa-ak-nu

13 KA.GAL

éS-nun-nakt

ba-lum

Sa

ka-an-nam

ma-aS-ka-nam

be-lí-Su ú-ul us-sí

8 52: «A» IV 10-13 10 11 12 13

SAG.R à GÉME &a it-ti DUMU sSi-ip-ri-im na-as-ru-ma KÁ.GAL €S-nun-nak! i-te-er-ba-am ka-an-nam mas-ka-nam à ab-bu-tam is-Sa-ka-an-ma a-na be-li-Su na-ser

«B» IV

14-16

14 SAG.IR u GEME Sa it-ti DUMU Si-ip-ri-im na-as-ru-ma 15 KA.GAL éS-nun-nas! i-te-er-ba-am ka-an-nam ma-asg-ka-nam 16 à ab-bu-tam iS-Sa-ak-ka-an-ma a-na be-lí-&u na-se-er

E

e RR

AMPR

1

o

DD. ss car ima mas vu | GUD ha-al-qá ANSE ha-al-gá-am 5 i[s-ba-a]t-ma [a-nja êS-nun-na* la ir-di-a-am-ma

ai

av

atado

SAI

166

13-15

IV

«A»

5 53:

14 us-ta-mit-it Si-im GUD 15 be-el GUD ki-la-la-an 17-19

IV

«B»

Sum-ma GUD GUD ik-ki-im-ma ba-al-ti à UZU GUD mi-tim i-zu-uz-zu

17 Sum-ma GUD GUD ik-ki-im-ma us-ta-mi-it 18 siim GUD ba-al-tim à UZU GUD mi-tim sos oners | ki-la-al-la-an i-zu-uz-zu 19 | ssa oscremn

S 54/55: «A» IV 15-19 &um-ma

GUD

16 ba-ab-tum a-na be-li-Su [ú]-Se-di-ma 17 LÚ ik-ki-im-ma us-ta-mi-it be-el GUD

KU.BABBAR i.LÃ.E Sum-ma 15 GÍN KU.BABBAR I.LÃ.E

18 2/3 ma-na 19 us-ta-mi-it «B»

20

IV

DU; DU;

PI ma



GUD-Su SAG.IR

la ú-Si-ir-ma | ik-ki-im-ma

20

[osiatato oo ER IV 20-24

«A»

S 56/57:

| be-li-Su

20 21 22 23

Sum-ma UR.GI; Se-gi-ma ba-ab-tum a-na be-li-Su ú-Se-di-ma UR.GlI;-Su la is-sú-ur-ma LÚ is-Su-uk-ma usS-ta-mi-it be-el UR.Gl, 2/3 ma-na KU.BABBAR i.LÁÃ.E SAG.R 24 ik-ki-im-ma us-ta-mi-it 15 GÍN KU.BABBAR I.LÃ.E

S 58:

IV 25-28

«A»

25 Sum-ma i-ga-rum i-qa-am-ma ba-ab-tum a-na 26 ú-ge-di-ma i-ga-ar-Su la ú- -nin-ma

27 i-ga-rum ím-qú-ut-ma DUMU LO us-ta-mi-it 28 na-pí-is-tum sí-im-da-at Sar-ri-im

o

É

Sum-ma

ns

o

E

E

;

d q

167

E

O

,

be-el

i-ga-ri

S 59:

IV 29-32

«A»

DUMU.MES



29 S&um-ma

wu-ul-lu-ud-ma

30 i-zi-im-ma [Sa]-ni-tam i-ta-ha-az 31 i-na É ú ma-l[a i-bJa-Su-ú in-na-sa-ah-ma 32 wa-ar-ki Sa i-ra-a[m-m[u-Su it-ta-la-ak

8 60: «A» IV 33-37

o

mao

E

Ma.

oi.

33 Su[m-m/a LU.EN.NUN 34 [É i-na na)-sa-ri-im i-gu-ma pa-al-li-Su 35 [É ip-lu-uS] LU.EN.NUN E sa ip-pa-al-Su 36 [x-x-x i-du]-uk-ku ba-lum [qa]-ab-ri-Su 37 [i-na pa-ni pí]-il-Si-im iq-qa-bi-ir

Egito A

i u

"Par

L

as

;

Uta

na

iv”

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171

V. Fotografias das tábuas IM 51.059 e IM 52.614

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AS LEIS DE

ESHNUNNA

(1825-1787a.C.)

EMANUEL

BOUZON

O trabalho apresentado neste livro está baseado nas duas tábuas cuneiformes descobertas em 1945 e 1947 nas escavações de Tell Harmal, uma pequena localidade ao sul de Bagdad, e que se encontram hoje no lraq-Museum de Bagdad, sob o número IM 51.059 e IM 52.614. Estas tábuas foram decifradas e publicadas pela primeira vez em 1948 pelo assiriólogo alemão Albrecht Goetze. Ele reconheceu imediatamente que Oo corpo de leis aqui contido pertencia ao reino de Eshnunna, uma cidade reino da Mesopotâmia, situada às margens do rio Diyala, um afluente do Tigre, que atingiu o seu apogeu político e econômico nos reinados de lIpigq-Adad Il e de seus filhos Naramsin e Dadusha, entre os anos 1850 e 1787 a.C. O reino de Eshnunna foi conquistado em 1753 a.C. pelo rei Hammurabi da Babilônia. A promulgação do texto original das leis de Eshnunna deve ter ocorrido durante o reinado da Naramsin ou do de seu irmão e sucessor Dadusha, entre os anos 1825 e 1787 a.C. aproximadamente. Seu tempo de composição é, portanto, anterior ao do

“Código em

de

acádico,

Hammurabi”, mais

antigo

sendo,

até

assim,

hoje

o corpo

conhecido.

legal,

escrito

O autor deste trabalho — Emanuel Bouzon — é professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Estudou filosofia na PUC/RJ, Ciências Bíblicas e Orientais no Instituto Bíblico e Oriental de Roma, 'Assiriologia, Egiptologia, Se-

mitística e História Antiga na Westfãlische Wilhelms-Universitát de Múnster/Alemanha, onde foi discípulo do célebre assiriólogo alemão Wolfram von Soden. Doutorou-se em 1969 com a tese Die Prophetenkorporationen in Israel und im alten Orient”. E autor de diversos trabalhos científicos no campo da assiriologia e da história do Oriente Antigo, entre os quais a primeira edição brasileira do Código de Hammurabi traduzida diretamente do original cuneiforme.

BONINOS ATENDEMOS

PELO

REEMBOLSO

POSTAL

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