a-Cientificidade da psicanálise: a alienação da psicanálise

  • 0 0 0
  • Like this paper and download? You can publish your own PDF file online for free in a few minutes! Sign Up
File loading please wait...
Citation preview

Tíbhotea j reulíana

D626a

Dor, Jol Acientficdde d psnálise I Jl Dor, trd. Ptríci Ptríc i Chitton Rmos - Porto Alegre : Artes Artes Médics, 193. Tomo I. . Psi Psicn cnáli álise se  fil filoso osof f

I.

tulo

CDU 159964.2 67  Bbliotár rposáve rposáve Môc Bejo B ejo Co CRB 10/102

••

JOEL DOR a-cientificidade da psicanálise tomo I

a alienação da psicanálise

 Tradução: PATRÍCIA CHIONI RAMOS Supervisão técnica ALDUÍSJO M. SOUZA

A

Porto Alegre 193

Tíbhotea j reulíana

Obra orinalmete publicada e fac b o tulo L'A-Sitif d la Psycaly: I Aliéation de la Psycnalyse Unversitaires, taires, Paris   Edions Unversi Oa: Mário Rõhnet Editoraçã eletrônica: AGE- s sria Gráfia e Edtoria Ltda. Supeisã edioal: da Kip

Rrvad todos  direitos de puiação e íga prge à EDITOR ART MDICA SU LA Av Jerônimo de neas 670670 - Fone Foness (051) 330 330 e 331244 3302378- 9400 400 Porto Porto Ae Ae,, R, Basil Fa (051) 3302378JA CNO ua al Vitorno Vitorno 2- Fone (051) (051) 2258143 920171 20171 Porto Aee, R Brasil Impresso no Brasi  inted i Braz

A Frédéric e Nathalie

Mes agradecimentos a Jacques Bouveresse (Université Paris 1), Maurice Clavelin (Université Paris 4) e Gilles-Gaston Granger (Collége de France) por seus trabahos e preciosos ensinamentos qe form constantemente a base desta reflexão epistemológica. Agradeço também a acques Gagey Pierre édida e Mmoud Sami-Ali (Université Paris 7 UER iences Hmaines Cliniques), cja vigilânc vigilância ia crítica e cosehos pertinentes permitirame melhor apreender a incidência epistemológica desta reflexão no campo psicanalítico em que se desenvolveu -

A exposição da atividade psíquica, inconsciente em particular põe neces sariamente a filosofia na obrigação de se declarar pró ou contra: e em caso afirmativo deve modificar suas hipóteses sobre a relação entre o psiquismo e o somático até que se encontre de acordo com o novo conhecmento S. FREU, L'intérêt de a psychanalye (GW (G W VII VIIII  p. 406)

(SE XII XIIII  p. 178 178)) "Constantemente, até no seio dos grupos psicnalíticos tenta-se desativar o explosivo freudiano, reduzilo a categorias de pesamento antigas e tranqüili zadoras Verbe, e, p 90 R GEORGIN e temp feudien du Verb

"É por isto que era importante promover primeiramente e como um fato a distinguir da questão de saber se a psicanálise é uma ciência (se se campo é científico cient ífico))  pre precisam cisamente ente o fato de que sua práxis práxis não não implica implica outro sujeito sujeito enão o da ciência ]. LACAN a science et la vérté

Cahiers pour l'analyse 1/2 p. 15

Sumário refácio Introdução .............. . .... . . . . ... . .. . . . . . . .... .................... .... . ... I CIENTIFICIDADE E DISCURSO ANAL ÍTICO: A SUBVERS ÃO PSCANAL ÍTICA DO EPIST ÉME ... .. .... .. . .. .. .  . . ... . .... . . ........... .... . Ó FICA  ASPECTOS DA ALIENAÇÃO FLOS Ó  FICA DA PSCAN ÁLSE ...... . 1. Filosofi psicológic e psicnálise ....... .   . .   ... ............ ......... ..  .. ....... ...... . .  Filosofi dilétic e psicnálise .. . . . .. ..  ...  ..... ..... ... .  .. ..  . .  . .. . .. É III. A ICANÁLISE EM TELA, A ESTRAT  GIA FIL Ó FICA DA ENCIAÇÃO DO VERDADEIRO ... .................................. .. ..  .  . 1 Discur Discurso so anlític anlíticoo e teori d enuncição .... ...... ..  . .  .. . . ......... .... . Do princípio de um teori do conheciment conhecimentoo dividi dividido do ... .. ............. ) D teori teori do d o conhecimento conhecimento à teori do conhecimento conhecimento dividido divid ido b) Certos prdoxos .. ....... .. ........ ...... ...... .  ..... ... ............. . c) De um teori do conhecimento à segund potênci .. . ... 3. A enuncição enuncição filosófic d psicnálise ....... ....... ... . . ... ... .. ..... ) Os enuncidos tutológicos e nlíticos ... .. ... .  . . . ..... . b) Os enuncidos diléticos ... ....... ............. .... . . .. . ......... ; 4. D objeção de má qulidde� petição de princ!pios IV CENTIFICI CENTIFICIDADE DADE DA PSICANALISE PSICANALISE E PSICANALISE-FCÇAO PSICANALISE-FCÇAO ......   1 Do neocogito o solipsismo .  .  ..... .. ... .... ... ... . .  or um pologi do 2olipsismo . .. . .  . . ...... ...... .... ... . . .  RIMEIRAS CONCLUSOES . . ......... . .......... ......... .. . . ...... ............. .. . NEXOS 1 A ntinomi de BurliForti .. ...... .. .................... . . . ... ... ............... ..  Antinomi de d e Cntor.............................. Cntor............................................. ............................ ........................... ..............  3. rdoxo de ert ertrnd rnd Russell . ..     . ....... ..... .. .. . . ... .  . .. .  ...... ..  4 Exemplo de um prdoxo no cálculo cálc ulo proposicio proposicionl nl . .............. .....  . . ..  ................... ..     .















.

.



.

..





..



.

..

....

.



.....







.

..





.









.







.

.



.





.







.





.



































.

.

...















.



















....





..

.



.

.







..

.

....





.

.

.....

.

.



....

.





.



.

.







.





.

















· ···

.



···· · · ·

..









...



..





.

..

..

6 10 18 40 47 83 111 115 11 11 14 130 137 144 150 159 163 163 174 01 05 05 05 06

5 Teoria dos tipos "simples 6. Os eoremas de imitação de Gõde Bibografia Í NDICE ONOMÁSTICO

208  .. 209 210 217

. .   

 .  



           

   .        

Prefácio Ainda que apresentado aqui em uma elaboração mais sintética, este esudo retoma as grandes linhas de uma argumentação epistemológica desenvolvida em um trabalho de doutorado.() Múltiplos determinantes determinantes agiram - durante cerca cerca de dez anos ou ou quase quase antes de chegar a fazer parte desta interrogação tão ambiciosa quano crucial: por que a psicanálise não apresenta todas as garantias que poderiam abrila "ao caminho seguro de uma ciência? Poderseia suspeitar facilmente, no princípio dessa questão a ressurgência de uma anífona cujos acordes procurariam experimentar sua medida àquela da radicalidade do diktat inaugural kaniano refor reformulado mulado para a circun circunstânci stânciaa nes tes termos "Todos s psicanalistas estão est ão solenemente, solenemente, conforme à ei, suspensos de sua função até que tenham resovido de modo satisfatório esta questão: como é possíve a cientifcidade da psicanáise?"

A mim não importava aderir ex abrupto, ao proeto de Prolé gomnes(2) tão decisivo Em contrapartida importavame bem mais em situar em um dado momento, o efeito de posterioridade que um certo empo de reflexão psicanaí tica tivera sobre vários anos de investimento e de familiaridade com a racionali dade ronfortante ronfortante do saber saber científico científico e especulatio Nomeadamente Nomeadamente,, vários anos de inestig inestigação ação e de formação no campo das ciências exatas (médicas neste cao a quais eu abandonaa em benefício da discursividade filosófica e lógica ara a qual alguns anos extras de exercícios me aviam igualmente premiado. 1. Sb a dçã d Ja Gagy, Pi, 192

2 Cf E Int, roéomes  oute méthsque ture qu pourr se préster comme scece ad. Giblin Pi, Vr 19, p. 37.

A-Ciiddt d Psilit

13

Era etão imperativo procrar saietar a icidêcia de m ta mometo osterior ao íve do pricípio mais costittivo qe preside ao recohecimeto o icosciete: a divsão do Sujeto (Spatg) Mas assimiar a repercssão dessa ivisão a costitição da racioaidade cietífica e fiosófica devia ecessaria mete exigir, em compesação, ma iterrogação epistemoógica sobre o próprio saber psicaaítico em reação a essa divisão sbjetiva A qestão da centcdade da pscanálse srgia, etão, icotoráve o crzameto dessa iterpeação recíproca dos saberes assim postos à prova da Spatg O camio a ser segido defiia-se por si mesmo, ao ogo de ma trajetória erística em qe a divisão do Sjeito permitia saietar o maete dido fdametamete qe ão deixo de grassar etre a psicaáise e a orga ização dos saberes assjeitados aos imperativos gosioógicos da racioaidade Exporar esse ma-etedido já era tomr a medida das mútipas corretes de argmetação em qe a racioaidade cietífica e fiosófica pareciam operar para se ibertar desta ameaça imagiária de desqaificação gosioógica vetori zada pea divisão do sjeito Era, em segida, aperceber-se de qe a egitimidade gosioógica dessa racioaidade ão cosegia recomeçar seão em processos teóricos qe somete podiam se desevover escotomizado a Spatg Era, efim, certificar-se da qestão da cietificidade da psicaáise como de ma roblemátca paradoxa estritamete ierete à divisão do Sjeito em reaçã reação o a ma racioaidade sspesa qe podia acabar apeas por sa a-cetcdade. Impase, etão, progressivamete, a idéia de ma reviravota qe tor aria esse paradoxo peo meos operatório a impossibiidade de resovêo Covia, de fato, ipotecar essa paradoxaidade como o pricípio possíve de ma nstauração epstemológca origia qe prescreveria ma ova extensão da cietificidade sem qe esta se afastasse para tto de sa compreenso em provei to de discrso de defesa da irracioaidade 

*



Covehmos qe, aqi, essa reviravota epsitemoógica é mais esboçada o qe remete estabeecida Todavia, por se ecotrar caramete especifica o, o perfi de sa reaização ão podia deixar de ado m certo úmero de ivestigações prévias cjas siosidades reveamse idispesáveis de percorrer para ecidar essa estratégia A escoa deste o daqee aspecto desta argumetação psicoógica, fiosó ica e ógica sem dúvida agmas vezes parecerá ão merecer, à rimeira vista, o desevovimeto crtico qe lhe é cocedido Cosiderado a qestã sscia e cooca, era etetato ecessáio qe esta pesqisa se fdmetass  ma área em qe istrações côicas" fossem capazes de proporcio vaor xmpla e prova. Aiás, o exame exigia o desevovimeto desevovimeto de ma iformação ocisa e bem ampamete prozia Se a arte art e da referêcia foi, há mito, consagraa por este ábito iversitá io qe reza qe se cite bem mas do qe reamete se ê, e tha, este caso, 14 Joel Dr

rompdo com rompdo com esse uso uso Para surpresa de aguns  para comseração de ouros - era necessáro necessáro que eu reconhecesse reconhecesse que não hava uma só desas referêncas referêncas bbográfcas cadas nessa refexão que não vesse efevamene corresponddo a uma letura exausva das fones de formação consuladas Alguns ndenfcaram nesse snoma" o própro recohecmeno de uma abreação caca de aguns vesígos de um posvsmo cenífco perssene; ouros vram aí o exorcsmo dos ardores ógcos de mnha dade fosófca, para reomar aqu uma das amgáves fórmuas que me foram arbuídas. Hoje, nenhuma dessas duas hipóeses conseguu me convencer penamene Pars, ouubro de

1987.

A-Cintifcidade da Psicanális 15

Introdução Pressentida desde o processo homérico dos avatares mesmerianos, experimentada no caso das atuações espetaculares e cruciais da epopéia hipnótica, a divisão intrapsíquic intrapsíquica" a" do sujeito encontrrá encontr rá a justa confirmação que se conhece sob a égide das elaborações freudianas Estas consagrarão não apenas seu caráter de realidade psíquica, mas também o ascendente operatório que está no próprio fundamento do princípio do tratamento, o inconsciente estando articulado ao surgimento dessa divisão (1). Essa conjuntura subjetiva não deixa de desrmar a reflexão epsitemológica quando convém atribuir sua incidência ao projeto de uma cientificidade possível da teoria analítica; seja elaborar um procedimento de discurso, ao mesmo tempo necessário e universal, que teria a ambição de se apresentar e de se mnter como um saber válido da divisão do sujeito. Interrogação atraente por assim dizer que requer contudo uma abordagem tão prudente qunto modesta A razão de uma semelhante semelhante reserva já residiria, residiria, em grnde parte, na analogia de um certo modo colocada entre esse tpo de questionament questionamentoo epistemológi epistemológico co e um outro, bastante similr, que grassa com sortes diversas no campo da filosofia sobre o problema da legitimação de uma teoria do conhecmento. Mesmo se, fundamentalmente, essas interrogações são diferentes, até mes mo contraditórias tanto em seus conteúdos como nos empreendimentos que aí se encontram encontram suspensos suspensos  mant mantendo endo amba ambass uma relação relação de exclus exclusão ão recíproca recíproca , o procedimento e o objetivo epistemológicos que engajam e perseguem permnecem idênticos ao menos quando a questão da vidade do discurso analítico encontrase ormulada como anteriormente. (Saber se esse modo de formulação lhe é adequado é uma outra questão totalmente diferente). 1



Sobre a problemátca o Ichpaltung (clvagem o ego) em Feu e a a spaltung (vsão d jeito) em Lacan Cf J. Dor, Introdução à leitura de Lacan: o inconsciente estruturado como linguaem, Prto Alegre Aes Mécas, 1989 cap 15, p 100 e seguntes 1.

A-Cientidad da Psicanáli 17

Esse objetvo epsteológco a respeto do dscurso analítco, o que é ele? Podese estpulá-lo coo segue dentfcar o lugar e o odo de artculação de u dscurso váldo capaz de outorgar a s eso suas própras garantas de verdade,, ou, pelo enos, verdade enos, autor autorzar-se zar-se daquelas de u outro dscurso dscurso  que poderá expressar adequadaente o objeto da pscanálse. Sob essa fora, reco ece-se be u dos standards da questão prnceps que persegue a epsteolo ga postvsta conteporânea e flosofa e que, se cessar até hoje, no decorrer de elaborações sucessvas levou a nuerosas e varadas sadas. De ua anera geral, a abordage abordage de u ta objetvo, quando q uando relacona relacona do ao capo pscanaltco, fornece a ocasão para dferentes tpos de consruções especulatvas que se efne coo prtocolos prtocolos de explctações espec especfcas fcas.. Toda T oda va, essas estratégas, por as dversas que seja e seu desdobraento, pare ce na aora das vezes aderr a u otvo plícto cou desttur a pscnálse do epreendento subversvo que ela proove no mposível eafo que lança acerca do sueito- con oscen te, forulando o prncípo da rredutbldade da dvsão do sujeto e de seus efetos subsequentes Efetos cujo caráter descon certante pode-se resur por esta declaração judcosa de J.D. Naso Como se pode pensa o nconsciente sem reconhe que esse pensmeno ci so o golpe dos efetos de seu objeto, que o pensamento sobe o nconscente é um eeto do nconscente" (2).

Ua anera ndreta de nterrogar o problea da centfcdade analítca parece consstr e usar o arguento de sua "fraqueza centfca e e explorr essa falta essencal, apontando-a coo o alvo de escolha capaz de colocar a pscanáse e stuação de dar o flanco a alguas ntenções crítcas da cênca, da flosofa, até eso e seu própro seo, a alguns antagonsos analtcos. Essas estratégas contra-subversvas de assujetaento ou de desnaturação não dexara de rvalzar a seu respeto, tanto pela engenhosdade de seus odos de artculação quanto pela dversdade de suas própras plcações. Apesar dessa dversdade, há algo entretanto que todas partlhara, explícta ou plctaente: a anulação da densão prnceps convocada pela pscanálse, ou seja, a "disão do sujeito. E é provavelente provavelente por po r falta falta de ter sabdo (ou querdo) dentfcar o caráter de rredutbldade dessa dvsão, seja pelo vés da sutleza especulatva, seja pela voz do anátea, que essas tentatvas se repetra e concluíra por aporas uto varadas. Ne por sso a pscanálse se encontrou graveente grave ente coproetda coproet da Que essas especulações se teha consttuído sob o odo da recusa de prncípo ou, ao contráro, que se tenha apresentado sob o to as copla cente de d e ua prooção de ntelgbldade vndo encobrr hablente hablente u pe ratvo de neutralzação evdente, esses epreendentos de descrédo alen tados e relação à pscanálse e, ais especalente, ao dscurso teórco que expre seu objeto, não parece poder se sustentar senão e u u  alentenddo alentenddo nerente à própra questão do status da referda teora Co efeto, não parece muto possível experentar a nterrogação colocada pelo status epsteológco 2 J D NASIO, L'nconscient à venir. Ch. Bourgois édeu, Pas, 980, nota , p. 10

1R fod

Dor

da teoria analítica e, em conseqüência, toda a problemática que subentende seu argumento fora da divisão do sujeito Somente essa dimensão crucial da subjetivdade permte compreender em que o campo pscaítco se mostra refratáro aos critéros de cientificdade habituais; em que o discurso analítico se submete radicalmente à autoridade epstemológica familiar e às teoras do coecimento que essa autoridade requer ou supõe e cujo princípio devese até mesmo concor dar que ele subverte Recentrar o problema do status epistemológico da teoria analítica sobre a Spaltung é recentrálo sobre o que ela inaugura irremediavelmente na ordem de um discurso discurso,, de uma mediação onde o sujeito se presta, sem saber, a um desvio inevitável da verdade daquilo que enuncia A incidência crítica dessa divisão é proporcional à "subversão  epistéme que ela induz em seu próprio fundamento minando a autordade que lhe é necessariamente suposta para que um dscurso possa aí referir as condições de garantia de sua verdade Neste sentido,  discurs da ciência qu exige n princípi mes de sua prduçã uma negaã da Spatung encarnada pelo suei-aciênia o sueitnãdividid) nã é de md algum peratóri para eprimir adequadamente alguma cisa d camp psicanali  qual pr definiã sustentase nessa divisã Em conseqüência, o discurso analítico que deve poder enunciar adequa damente algo do objeto de que fala encontrase, ips fact, sujeitado a ter que justificar seu caráter rigrs e peratóri (3 nos enunciados teóricos que avança O que equivale a dizer que deve estar em condições de assumir a seguinte paradoxalidade: elaborar processos teóricos válidos, ou seja, processos que, em nomee dessa própria validade, nom validade , ambic ambicione ionem m o status das produções científicas; isto em um universo de discurso que atribui entretanto, de um certo modo, o prin cípio mesm mesmoo da enunciação enunciação centíf centífica ica à filera das captações do do Ego Eg o Assim, de um lado, as construções elaboradas pelo discurso analítico tendem necessariamente a se constituir em um um corpo de conhecimento de vocaço universal, o que é, por excelência, o projeto específico da ciência Podese até mesmo mes mo dizer que o fato de chegar a isso realizar o produto mais extremo de sua atividade De outro lado, o discurso da psicanálise revelase perfeitamente irredutível ao se expressar adequadamente no "discurso científico De fato, este último, ainda que sendo uma produção simbólica do mais alto nível, não deixa de apresentar, ele próprio em suas elaborações, os estigmas do imaginário ilusório do sujeitnã-dvdd. De onde a questão delicada mas decisiva da transmiss da psicanálise onde vem se desempenhar, até mesmo se experimentar, o status da teoria analtica e, com ele o empreendimento epistemológico fundamental que é a aticulado. De fato, essa paradoxalidade tem por efeito essencial decentrar o poblema da validade teórica da psicanálise do lugar aparentemente impossível e uma "cientificidade (isto é de uma expressão possível em uma modalidade 3 "Rgoroso" "Váldo" e egío devem ser tomdos, q o setdo em e, peo meos dsd Arsótees se preede defr por essas proprieddes os crérios de m discurso ão somen dscursivo mas também ecessáro.

A-Cientifidade d Picanálise

19

de linguagem psicalista) ao lugar em contrapartida visado de uma "transmissi bilidade que deve dar provas de seu caráter de necessidade Parece que é nesse "entremeio" que a teoria analítica deve poder estabelecer tanto sua consistência quanto sua legitimidade A coisa aparece à primeira vista vista tão coprometida que se sustenta em um efeito de paradoxo cujos termos estão em uma relação de exclusão recíproca o que não faz em nada prever uma medida de solução favorável no campo epis temológico costumeiro A spaltung não deixa de subsistir como uma dimensão irrecusável do sujeito pensante e falante cuja incidência convém para a psicaná lise integrar em uma estratégia de discurso capaz de consideráo legitimamente, isto é em uma ordem de discurso de vocação universal. De onde a aporia já que tudo se passa pas sa portant portantoo como se a validade do status da teoria analí analítica tica estivesse suspensa à possibilidade de ultrapassar essa situação contraditória em que se imobiliza o processo metateórico *

*

*

Não é surpreendente que alguns teha podido detectar nesse impasse um argumento maior em favor de uma subversão do empreendimento psicanalítico; subversão que se basearia na desqualifcação manifesta de seu disurso cujas aptidões em relação à Spaltung e às suas conseqüências paradoxais não seriam de natureza a validar rigorosamente aquilo de que ele fala Por falta de poder citar uma caução teórica cientificamente fundada a psicnálise requeria tanto quanto autorizaria por essa própria falta muitos desvios especulativos. Podese ilustrar o exemplo desses desvios d esvios através de algn alg nss procedimentos característicos que se consagra implicitamente ou não a exercer sua sagacida de ao ponto crítico em que a teoria analítica que estabelece a prescrição mais incontestáveldescofortável de uma v �rdade do sujeito tornase ao mesmo tempo vulnerável ao nível da Spaltung. E exatamente com efeito este epicentro constitutivo do sujeito cujo princípio é necessário desativar s quisermos reduzir a psicanálise psicanálise a um domínio de refle reflexão xão e de prática inteirmente dominá dominável, vel, quer dizer às normas familiares e tranqüilizadoras do conhecimento rciona, que esta se desenvolve aliás sobre um modo puramente especulativo ou sobre um modo pseudocientífico. Para fazer isso a estratégia de rigor reside na aplicação costumeira de dois procedimentos racionais provenientes eles próprios paradoxalmente da divisão do sujeito ou seja os avatares denominados mecansmos de defesa: a anula ão e a denegaão O mesmo acontece com algumas especulações tanto filosófi cas quato pseudocientí ps eudocientífic ficas as cujas lacunas essenciais que condenam sua autori dade sob o duplo aspecto dos pressupostos que convocam e das propriedades fundamentais da psicanálise de que não querem saber é fácil de articular Esses procedimentos orgaizam-se em modos de exercícios que podem ser divididos em duas classes segundo segun do se destinem implicitaen implicitaente te a negar denega denega  ou ular a divisão do sujeito ou ao contrário segundo se dediquem explicitamente a constat essa divisão a fim de melhor desmentir sua icidência 20 foN Dor

Podese classificar Podese classificar no primeiro gênero dessas tentativas tentativas de d e captura capt ura dois dos aspectos mais habituais da alienação filosóca da psicanálise: a losoa psicológica e a losoa dialética. Podese desmontar facilmente o embasamento pseudocientífico ue invocam Sob a égide do segundo gênero, podese designar outras tentativas de desvio particularmente atraentes sobretudo se avaliarmos o interesse que have ria em apresentar especuações que, contrariamente às precedentes, destinarse iam a considerr como ponto de origem de seu argumento essa dimensão fun damental da divisão do sujeito Como prova, uma dialética sutil propícia ao retorno de um imperialismo filosófico e ao reforço do ascendente gnosiológico de seu discurso; ou seja, uma intelecção que se situaria do ponto de vista da enunciação" imposta pela divisão do sujeito e se engajaria, por isso mesmo, em uma transcendênci transcendênciaa lógicofilosófica da Spaltung Assim Assim,, conduzida pelo regime de tu tutela tela de uma u ma estrat est ratéégia lo losó sóca ca da enun en unciação ciação do verdadeiro, verdadeiro, a psicanálise deve ria se reduzir a admitir somente para qualquer forma legítima de expressão o expediente do discurso filosófico Daí a pressupor o surgimento subreptício de um neocogito e a tirar partido das conseqüências conclusivas que induz o obstáculo, rapidamente é superado. Quem se s e autorizará a isso para engajar engajar insidiosamente insidiosamente a psicanálise nos arcanos sedutores mas estéreis do solipsismo promovendo seu princípio em uma psicanálisecção. Qualquer que seja a escolha das estratégias que se esforçam para delimitar o problema da cientificidade da psicanálise, cada uma delas parece chocar-se, por esta razão, razão, com a paradoxalidade imposta pela Spaltung. Mas se esse impasse deve ser considerado como o ponto de cegueira subjetivo capaz de induzir e vetorizar diferentes potencialidades de alienação da psicanálise, nem por isso deixa de constituir a condição do processo de cientifização que não pode advir sem essa forclusão da Spaltung Neste sentido, parece difícil poder esclarecer ntecipadamente o problema levantado pela cientificidade da psicanálise sem ue sejam explorados, previa mente, as causas e os efeitos dessa forclusão do sujeito em operação no próprio processo da cientifização

A -Cientif -Cientifcid cida a da Psican Psicanálise álise 21

Cientificidade e Discurso Anlítico: A Subversão Psicnlíti do Epistéme* No cainho taçado po Feud, a eeffeão psicanalítica contepoânea apon

tando a divisão inaugual do sujeito, a paltung pôs-se a intepela a diensão esa do in�onsciente na becha que epaa, atavés da distância aeatadoa que se conhece, o Sujeito do desejo d iaginário do Ego Po essa incidênci inaugual a Spaltung incita ao desasaaento do que haveia de adicalen te ilusóio e pensa o univeso dos nunciados de u Sujeito coo esp o exclusivo de u conhe conheciment cimentoo verda verdadei dei. E isto, na pópia edida e que t espaço de discuso se apesenta co o luga de elaboação necessimet iagi i aginá nái ioo  ain ainda da que sibó sibóli lico co  dos podut podutos os de co coh hec eci ien ento to de u ujeito-nãodivdido o sujeitocognoscent , o sujeito do conheimento) sto  u Sueito paa o qual é descohecida po efeitos de efenda 1), a dienso u o sepaa de ua pate de si eso. Oa, essa efenda consaga de u oo iedutível o caáte de foclusão do Sueito; focusão tanto ais ineutáve quanto necess necessiaent iaentee exigida ex igida pelo p elo p ocesso de podução do discuso cientco e, ais geaente, de todo coecie to suposto e aditido coo vedaeio Nestas condições, se todo conheciento, edificandose inexoavelente co mo desconhecimento coo foua Lacan, inscevese e u espaço de discu onde a vedade apenas podeia se meiodizer, o que acontece co a vaidade o enunciados psicanalíticos, do discuso sicnaítico? Essa questão é anda ais decisiva qundo se sabe que esses enunciados não deixm de saienta a diensão de captua maginária do Sujeito, isto é coo u sabe vedadeio, sabendo que paa tal ão enconta sentido senão senão nu espaço d discuso onde, coo diz E Roudiesco (2): a vedade se diz no eo, "a vedade é psage do iaginrio? Em out palavas discuso quepa se foua, conta apenas co o expediente dos enu nciados sujeitocogn oscente. Aguns aspectos deste capítuo foram expostos durante uma conferênca: I oggeto d/ COIJOS'Zil poanaca, Florença, 11 de abr de 1980 no Laboraorio d rcerca pscoanaltca de Fn7 a 'niator de Mario Pissacroa dida aqui como a conseqüência mais medata da 1.  aepção do termo "efenda deve ser apree dida iviso do sujeto pea ordem da nguagem e da aienação que disso resuta. Cf J. Dor ldç  ugm op cit cap. 16, p 106 e seguine o. oee sruudo sruudo como i ug leitur  Lac: o. *

A-Cientcidad d l'simÍ�·

2;

Designaos aqui, nessa própria interrogação, a orige do grande núero de aentendidos episteológicos alientados pela ciência acerca da psicanáise e a orige da aioria das tentativas de subversão que lguns aspectos da filosofia desenvolvera para desarar o explosivo freudino Tabé podeos nos interrogar sobre o que, na psicanálise, invoca co tato vigor, tanto a autoridade da sanção científica quanto a da sanção filosófica? O que, na psicanálise, não soente conclaa, as tabé anté essa jurisdição crítica? E torno dessas questões essenciais, já podeos esboçr ua elucidação Basta, por po r exeplo, exainar o caráter inaudito da d a provocação epistêica que a psicanálise institui e relação a alguns corpos de coheci ento, até eso conhecimento geral. Provocação da qual se pode preve que possa vexar violentaente vio lentaente a ciência (coo a filosofia) e razão do caráter gnosiológico que define o princípio de todo coheciento verdadero do qual a Ciência se apresenta, por excelência, coo o protótipo O que conribui p ra alientar essa provocação não é estranho à própria especificidade da textura do corpus analítico. E, por isso, entendo chaar a atenção sobre o que o status da teoria nalítica coporta de suficienteente inabitual para desafiar o hábto que governa a razão e contribuir assi para anter a psicanálise na ais alta suspeição Precisaos, de saída, que esse status é anifestae anifestaente nte ún ic ico, o, quer dizer exclusivo (ao menos no que sabeos atualente sobre a história do conheciento), no sentido de que não parece encontrar nenhua solução de integração pisteológica nos diferentes corpos de coheciento que nos são até aqui failiares O porquê da propensão natural a considerar o discurso analítico coo u discurso apócrifo e, e conseqência, a se esforçar para fazer todas especulações favoráveis a confundilo, desqualificálo ou a seduzio às odalidades de u conheciento canônico. A iredutibiidade do discurso alítico a qualquer tipo de coheciento habitua tnto ais favorece a crítica e a depreciação que ne eso é possível encontrar na psicanálise as grntias sólidas de ua ciência, no sentido estrto do tero Nests condições, co faciidade iaginos coo essa " aqueza científi ca plente contribui pa a desquaificação do discurso aalítico ou, ao con reforça ça seus efeitos de sedução, até eso as tentativas de eu ssujeitaento trio, refor Alé dos efeitos de rejeição e de assujeitaento, ou, ao ontrio, de seduão e de captura e oda, alé igualente das posições de pincípio ideológico costueiras(3), parece oportuno tent deterinar na psicanálie a falta essencia e too da qual pode originarse as atitudes hostis ou beevolentes que ela suscita Se a psicanálise propicia seelhante bivalência, exise u certo núero de razões para pensar que essa abigüidade devese enos à profunda origipelo nidade de seu objeto (coo à de sua prática) do que ao statu do discurso pelo ul ela os forua e ue express exp ress  se nenhu nenhua a dúvid dúvida, a, ua isuportável verdade. verdade .  E Roudinesco, Histoire de sourds et dialogues de fous, in "Acon poéque, n 72,1977, p 54 3 Após L psychanalyse de Castel (Pais, GE 1976), citamos agumas das poduções desse tipo ais recentes: Les j jss de Freud so sont nt fa tigué tigués, s, C Clment, Pars, Gasset, 1978 eet 'Yau de poêe F Gerge, Paris, Hachette, 1979; Vies et gendes de Jacques acan C Clément, ars, Gasse, 1981; e oent lacanien, B. Sichre, Paris, Gasset,1983 Voyages extraordinaires en Translcanie F Perrie, Pais, Lieu Commun, 1985 Jacques acan matre Zen? Stuart hnederman, Pars, PUF,1986.

24 foi/ Dor

Tendo introduzido essa demarcação, torna-se possível compreender dois destnos desviados, no mínimo contraditórios, habitualmente encontados pelo empreendimento analítico no decorrer de seu exercício. Trata-se ds das opções qe seguem: 1) Ou o recohecimento da prática analítica, cuja elaboração teórica que o fundamenta, por outro lado, não deixa de desmentir implicitamente Seria o caso, por exemplo, de certas práticas psicológicas e psiquiátricas que desconhe cem radicalmente os empreendimentos psíquicos mobilizados pelo inconsciente (essencialmente na dimensão da transferência) e, de uma só vez, perverte totalmente o sentido da prática analítica 2) Ou a adesão às às elaboraçes teóricas da psicanálise que se faz funciionar de um modo autônomo nos diversos campos do conhecimento, mas fora ds referências e das articulações conexas à prática empírcoclínica que as subenten de É o exemplo da utilização que é feita da teoria em registros como a literatura, a política e outros terrenos de aplicação selvagem oportunos Esses arranjos feitos acerca da psicanálise não se sustentam senão apoian do-se numa falta: sua ausência de "status científico", isto, é claro, na acepção positivista do termo A  psicanális não é uma ciêcia! Aí está a reprovação através da qual não apenas a crítica conseguirá mnifestar sua reeição, mas também que inaugura uma brecha aberta a todas as tentações de captura ou de sedução especulativas, onde o discurso analítico pode fracass. Pois, de fato, a ausência de um autêntico status cie cientí ntífic fico o  e este este é um lugar lugar comum comum  é aqilo aqilo atrav através és do qual uma prática articulada a uma teoria encontra-se em posição de desgraça E imaginamos sem nenhum esforço que interesses múltiplos podem vir servir esse estado de desgraça Não se contesta que a caução científica constitui a melhor grnia contra a dispersão, até mesmo contra os trasbordmentos de uma teoria e de ua prática Essa segurança encontra-se fundada por causa dos próprios vínculos de conexão e de inferência lógico-matemáticos que sncionam as relações causais que unem indissoluvelmente a teoria à experiência e, em contraprtida, a prática à teoria Arrisc formulr a psicnáise não é u ciência" é uma asserço que está longe de ter um sentido evidente. Essa declaração por si só levanta ua questão que não é pequena e sem interesse, já que é a do conhecmento em se conunto Se a psicnálise não é uma ciência", isto implica ipso facto que se sabe através do que e como se defie a Ciência Essa asserção, por sua vez, só é válida na medida em que supõe que o concimnto através do qual se defin a Ciência é, nele mesmo, tão válido quanto o conhecimnto cintíco do qual fal Eis então introduzida toda a questão da legitimidade da metalinguagem e, om ela a questão subsidiáia da vrdad que está inevitavelmente ligada a isso Em outras alavras a asseção pela qual se formula a ãocentficidade" da psicnlise  e o mesmo mesmo se daia daia com sua sua cientii cientiicidad cidadee  torna tornase se o ponto ponto de orig origem em de uma interrogação priceps sobre a rede do discurso epistemológico que se auto riza dessa enciação e, mis particularmente, sobre o que fundamenta sua vidade Esta última proposição ressoando ela mesma por sua vez e um nível de generalidade ais elevado, levtndo a questão da legitimidae de uma toria do conhcimnto. Tl questão, bem entendida, iterroga em últmo caso a A-Cintfcidade da Psicanális

25

alidade do discurso pelo qul todas as interrogações encontramse enunciadas Essa problemática recorrente não apresenta, enquanto tal, nada n ada de particu armente original Não constitui nada senão a trama do encaminhamento lógico percorrido por todas as tentativas de elucidação e de fundament teórico do Quanto nto à última questão que vem ve m encer encerra rarr o processo dessa des sa cadeia onhecimeno Qua recorrente, sabese bem, pelo menos desde Aristóteles, que uma resposta demons traiva permnece para sempre nula e sem efeito para o teórico do conhecimeno. Nula e sem efeito no sentido em que essa questão determina conjuntmente o ponto de encerramento da reflexão sobre o conhecimento, ao mesm tempo que funda sua origem e possibilidade de desenvolvimento. Ponto de encerramento e ponto de origem desde o instante em que o encaminhmento recorrente através do qual interrogmos a legitimidade de um nível de discurso do conhecimento introduzido introduzi do necessariamen necessariamente te na dimensão das metali metalinguag nguagens ens capazes de enun ciar o verdadeiro sobre verdadeiro Ora, é fácil conceber que a concessão de um semelh se melhante ante recuo recuo metalingüístico abre imediatmente a possibilidade, ao menos formal, de d e engendr engendr  uma regressão hierárquica indefinida dos níveis de discurso, de onde a impossibilidade de fundamentar para sempre conhecimeno. Com efeito, consideramos prime primeiro iro prin princ cpio pio (Princípio I) segundo o qual temse como certo que um conhecimeno (do tipo conhecimento positivo) é necessariamente demonstrativo Esse princípio invoca um modo igualmente necessário um corolário que é o seguinte: qulquer discurso capaz de se pronunciar sobre a vlidade ou nãovalidade de um tal conhecimento será ele próprio de tipo demonstrativo Vejmos, agora, o segundo princípio (Prin (Princípio cípio ) segundo o qual, conforme as exigências epistemológicas que a Ciência supõe, admitese que o discurso do conhecimen odist disting inguese uese das outras modlidades de discurso discurso pelo fato de d e que dá po derr ser declarado declarado verdadeiro (ou faso). sto sempe lugar à propriedade de pode implica impl ica a seguinte seguinte conseqüência, conseqüência, isto é a existência necessária de uma mealnguagem do conhecimeno, sem a qual este jamais poderia ser sancionado verdadeiro (ou faso"); isto em conormidade com o argumento lógico desenvolvido por Tarski(4), e aliás já presente na "Teoria dos tipos de Russell, que estabelece a necessidade de uma hierarquia das linguagens Lembremos Russell então "Tarski mostrou que as paavras vedadeio e faso quando se aplicam às frases de uma dada inguagem requerem sempre uma outra inguagem, de uma ordem superior, na fata do quê não podem se definir adequadamente. A concepção de uma herarquia das inguagens já aparece na eoria dos tipos ( . ) Em virtude do argumento de Tarski, está caro que as paavras verdadeiro' e faso não pode se produzir na inguagem primária, pois essas paavras, na medida em que se apicam a frases frases na enésima enésima inguagem, in guagem, perencem à (n+) inguagem. Isto não significa que frases da inguagem primária não seam nem verdadeiras nem fasas, mas que se "p é uma frase dessa inguagem, as duas frases p é verdadeiro' e p é faso' pertencem à inguagem secundária (5) .

4.

ahrheisbegrfin fin der rmal rmalisier isierten ten Spac Space, e, in "Sudia hilosohica, 1935, tad. i A. Tarski, Der Wahrheisbegr ogic, semanics and meamahemacs, Oxord, 956.  B. Russel An Inquiry in o meaning and ru Londres, Alen and Unwin 940, rad. Significaio Significaion n  vérié (P Deva) Paris, Fammarion, 1959 Cap V: e angage obe . 74 e segines 26 foi Dor

Chegamos imediatente à conseq conseqüência üênciass induzidas pelos dois princípios mencionados anteriormente. Devido ao Princípio I, vêse de qualquer discurso capaz de se pronuncar sobre a validade do discurso do conhecimento é um discurso demonstrativo Se é demonstrativo, é preciso que sua validade demons trativaa encontre ela mesma sua garantia em alguma verdade. Ora, em virtude do trativ Princípio 11, deve-se aceitar a demonstração de ua tal verdade como não poden do se efetu senão em um nível etalingüístico; a razão da necessidade de admitir então ua etalinguage capaz de enunciar o valor de verdade da etalinguage. Sendo essa etalinguage demonstrativa, torna-se necessário conceder, por causa do Princípio I, o caráter demonstrativo da etalinguage, o qual implica então, por sua vez, em nome do Princípio 11, ua etaetalin guage que virá necessiament necessiamentee aseg segur ur seu valor de verdade, e assim por po r dinte Devemos a Aristóteles ter, por seu lado e de sua maneira, compreendido be o que ua tal regressão indefinida de interrogação do verdadeiro sobre o verdadeiro tinha de de estéril e fixar os limites sadios" desse incansável questio nmento interrompendo as condições epistemológicas capazes de fundar a pos sibilidade sibil idade de um conhecimento. Com efeito, efeito, um dos do s objetivos fundamentais fundamentais perseguidos por Aristóteles nos no s Analíticos" (6) é exatamente tentar estabelecer, em um certo sentido, as condi ões através das quais ua teoria do conhecimento verdadeira pode ser elaborada E a partir de ua reflexão geral sobre o conhecimento científico e sobre o papel dos elementos que fundamentam sua possibilidade que Aristóteles procura de finidas condições às quais deve necessariamente satisfaer qualque raciocínio conheciment cimento o verdadeir verdadeiro. o. que aspire a estabelecer um conhe Lá onde o moderno teórico usará o modelo lógico para chegar a seus fis, Aristóteles introduz o modelo matemático de seu tempo Sua mediação sobre a matemática leva-o a efetur ua verdadeira síntese dialética dos dois princípios antitéticos que pecem governr a idéia mes mesma ma de um conhecimento conhecimento demostrativo: demostrativ o: cohecimento mento demonstrativo, demonstrativo, a verdade é garantida de um modo ) Em um coheci permanente pelo fato de que não há neuma dificuldade em demonstrar as verdades uas em relação às outras. 2) Para que haja verdadeiramente conhecimento demonstrativo, seria ne cessário poder demonstrar as proposições primeiras Ora, isto é impossível em razão da regressão indefinida que a idéia de ua tal demonstração implica O cohecimento demonstrativo parece portanto impossível de fundamentar en quanto conhecimento verdadeiro já que jamais pode começar Aristóteles vai ultrapassar essa oposição através de um ato epistemológico decisivo, mostrando que há bastante possibilidade de fundamentar um conheci mento sem que seja necessário demonstrar tudo Ora, coo não pode haver conhecimento demonstrativo capaz de demonstrar tudo, ele solicita (postula re) que se concorde que proposições primeiras sej aceitas coo verdadeiras sem demonstração Essas proposições constituirão os Princípios do coeci mento Esses princípios dividemse da seguinte aneira:(7) Aistóteles Les seconds analyiques, i "L'Oganon, T IV, Pais Vin 1966. 7 Os axomas são noções comuns e muito gerais constitutivas da azão As teses são noções paticu es elacionandos a gêneos difeentes, undamentando a possibilidade de elaboa conhecimn6.

A-Cientfcdad a Psaál 27

PRINCÍPIOS

axas

teses



definiçõs

hipóteses propriamente dtas

hpóeses

postulados

Se examinarmos agora o status desses prinpios aristotélicos, devemos oncord que onstituem simultaneamente, o ponto de encerramento e o ponto e origem o probema o conhecimento. Instituem-se, de fato, como o que vem enerrr esse questionamento último pelo qua o teórico interroga, em último aso a valiade do isurso que legitimaria o íve imediatamente iferior em que se encontra enunciada a eoria do conhecimeno; então, que inversamente, e por essa própria razão fundamentam assim a possibilidade desse conhecimento Após essa dissertação na epistemoogia aristotéia reentremos o probe ma sobre os primeiros elementos de conclusão que seguem: 1) A atmosfera de hostilidae suscitada pela psicanálise parece dever ser atribuda atribu da  ao menos por enquanto e neste neste estágio estágio a reflexão  ao fat fatoo e que não apresenta a grantias de uma ciência ao passo que enuncia uma certa verdade o sujeito. 2) Se a psináise não é uma ciência, isto impia que um disurso ele mesmo oferecendo todas as garntias e um conhecmeno verdaeiro, de um onheimento positivo é apaz de enunciar de uma maneira válida o que é (ou o que não é) uma iênia. 3) Esse disurso que se autoriza a enunciar o verdaeiro sobre o conhecnto veraeiro (aqui a iênia) supõe por sua vez a existência de uma eor o conheimeno que vem garantir sua valiae 4) A existênia e uma uma eoria do conhecmeno supõe o mesmo moo um níve de disurso superior e ele mesmo váido que se autorize a enunciar legiti mamente essa teoria  5) Enf Enfim im é preiso p reiso amitir por razões razõe s e eonomia lógi lógica ca que esse timo nve e isurso é  pror, váio naquio em que é timo e e uma s ve funaor e grtior a vere de toos os ouos Neste estágio a refexão poerseia pens que a questão evtaa pea vaiae o conhcmeno é uma questão fehaa. Fehaa peo próprio fato e que enontra em si mesma argumentos para se funmenta egitimamente E tos em domínio particulare. A defnções coam a gnifcação do termo pelo qua degna-e um do atributo que pertencem a cada gênero  hipóteses ão upoiçõ de exitênc relativa a crto atributo do gênero Como não é neceário etar convencido pea hpótee para rr que  trt de propoç cuja compreenão e "olicta", algu dela erão chada de potulado.

28 /oi

Dor

era exatamente este o sentido da refexão naugural que imava Aristótees nos Analicos. Portanto, nada mas podemos fazer senão renderhe homengem por ter respondido, em sua época, de uma maneira tão magistra a uma qustão tão essencia Todavia, é necessário reconhecer que o teórico moderno do conhecimento não evouiu nada em reação à posição epistemoógica de Aistótees acerca de sua interrogação fundamenta sobre conhecimento O argumnto fun dador purificouse no sentido em que encontra agora sua expressão em uma aparehagem axiomática mais suti e mais sofistcada, soidamente frtaecida por vinte sécuos de desenvovimento da refexão matemática e ógia. Resta entretato, que a refexão contemporânea sobre a teoria do conhecimento chocase sempre e se esgota, hoje como ontem, na questão útima de um níve de discurso válido não dedutíve, portanto ee mesmo outorgado sua própria gaantia de verdade, que fundamentará ao mesmo tempo que vaidará todos os outrs que se encontram a articuados E, no entanto, curiosamente, por sua posição imite, isto é enquato marca paradoxalmente, ao mesmo tempo, o ugar fina e inaugura do proema do conhecimento essa útima questão não deixa de atormentar o teórico Cm efeito, o embaraço é causado peo fato de que essa questão chama, até meso evoca, sem ce cess ssar ar a atenç atenção ão  de onde seu ime imeso so inter interes esse se  so sobr bree a dimesão dimesão do sujeito do discurso. Reaciona infatigavemente o probema do conhecimento ao sujeito que não somente o enuncia, mas também esforçase para egsar essa enunciação, considerado que, entre outras coisas, constituir uma teoria d conhecím�to equivale, por certos aspectos para um sujeito a tentar egisar a própria enunciação en unciação de seu discurso. discurso . O porquê da importância das dificudades encon encontratradas, sendo a maior, sem dúvida, aquea que diz respeito à diensã diensãoo picoógica do suj!ito E totamente dfíci desconhecer ou escamotear a natureza dessa dimensão. Mas é anda mas difíci procurar assumia no contexto de uma epistemoogia positivista A perspicácia de B. Russe não se engaou a esse respeito: O que torna a teoria do conheciento difcil é o fato de que comporta psicologia, lógica e ciências físicas. O que resulta no fato de que coremos constatemente o perigo de confundir difeentes pontos de vista" (8)

E B Russe constata que esse perigo é particuarmente agudo quando se trata de determnar as premissas do conhecimento de um ponto de vista epistemoógico Sem dúvida, não é então um acaso constatar moógico constatar que a referência à dimen são do sujeito  ou sej seja a a "psicoogi "psicoogia a de que faa faa Russ Russe e  toma ime imedia diatatamente a feição de u "perigo quando se vê introduzida no probema do conhecimento Os positivistas contemporâneos contornarão, com faciidade, esse perigo, dando, ao mesmo tempo, mostras de grande prudência e de uma excepciona genuidade Reduzrão a dimensão do sujeito ao ugar do evento inaugura do on o nhecimento, à medida de uma "premssa psicoógica(9) Essa premissa encon Russell, Signction et Vérié, 9 Ibd. p 148 e seguintes 8 B.

op.

ct p 47

A-Citfcdd da Pscanálie 29

tra sua expressão adequada sob a forma favorita de uma "premissa percepti va(), a entender exatamente na direção das concepções experimentais trazidas pela psicofisioogia da percepção e do behaviorismo(). Esse subterfúgio epistemológico apresenta, sem nehuma dúvida, a incomparvel vantagem de satisfazer aos pressupostos doutrinais que animam o positivismo, isto é, iudirse com a possibiidade de formular uma expressão "científica da subjetividade. Não é menos verdade que esse procedimento encobre, em uma cegueira trivial, a questão coocada pela dimensão do sujeito acerca do conhecimento e, como tal, essa questão reaparece. Atirase o sujeito pel pelaa ja j anela e ele volta vol ta à carga pela porta; isto tanto mais que o teórico do conhecimentb resiste em considerlo realmente peo que é E resiste a isto com o vigor que se coece Esse vigor d a medida exata da suspeita aimentada de um certo perigo, que haveria em apreender essa dimensão do sujeito de outro outr o modo que não pela abordage recofortante recofortante de sua realidade psicofisiológica. Tentar assumir a dimensão do sujeito por um outro aspecto que não o desta exploração explo ração científica científica reducionista reducionista é, muito evid evidente entemenmente, correr o risco de abandonar a posição tranqüiizadora, emb9ra iusóra, do imbatível "domio do conhecimento pelo sujeito que o elabora. E também abrir uma brecha sobre algo da subjetividade da ordem de um imprevisível, de uma irredutível, talvez, abertura fascinante pela qual o edifício teórico do cohecimento poderia enco encontr ntrars arsee aspirado. a spirado. E essa falha é tanto mais fascinan fascinante te quanto interpela o teórico do conhecimento em primeiro lugar, j que ele é também este sujeito sobre o qual se interroga e para o qua pretende legislar os modos de produção de seu saber Ora, essa falha de um sujeito para um sujeito, essa brecha da subjetividade, é a psicanlise que fala dela Até mesmo dedicase a isto inteiramente E, fazendo isto, é preciso reconhecer a evidência de isso fala no mínimo estrahamente neste sujeito; a ponto de que este faaser (arlête) para retomar uma expressão de Lacan, seja ee "falaserteórico não se encontre muito neste sujeito-do-conhe cimento que se imagina ser. Neste sentido, podese até mesmo avançar que qualquer projeto de uma teoria do conhecimento submetese antes de mais mais nada a este objetiv objetivo: o: persuadir persuadirse se teoricamente teoricamente de que o sujeito que ' faa é estritamente adequado ao sujeito que conhece" Aqui se chega ao termo crucial de um périplo epistemológico que não deixa de surpreender. Ao querer interpelar a "cientificidade da psicanise, o teórico positivista vêse suspeo em seu projeto, até mesmo rejeitado, pea lógica de um percurso bastante inesperado ao final do qual ele próprio se encontra em situação de ser convocado diante da psicanise, enquanto Sujeito produtor e egisador do cohecimto Pois, precisamente, por uma destas voltas cruciais das quais somente o conhecimento possui o segredo, acabase, através da picanáise, por assistir a um magistra retorno epistemoógico face à ciência, e, mai geramente, ao cohecimeto Inversão que se opera paradoxalmente em torno de um póo de objetivo comum, que ao mesmo tempo aima e sustenta o proceo a psicanálise e o da ciência, a saber, a verdade. E é exatamente nesse 10 Ibid, p. 48 11. Ve Tomo II: "Sutre du sujet, idéa de a sutue et sture idéale" 30 fi/ Dor

sentido que a psicaáise inicia e iduz uma autêtica subversão do epistéme" O discurso peo qua se euncia a nãocientificidade" da psicanáise pres supõe, como já mostrei, o discurso da ciência como o único discurso capaz de promugar e simutaneamente garantir um conhecimto verdadeiro; e que pode apoiarse, por sua vez, apenas em uma teoria do conhecimento Em compensaç compensação, ão, o discurso teórico peo qua se euncia a psicanáise instaurase de saída como um discurso duplamente subversivo Em primeiro lugar, parece subtrairse à exigêcias epistemoógicas estabeecidas peo discurso de tipo científico Em segundo, tem os meios paa desmascarar e expicita, o próprio ugar desse discurso, a iusão inaugua que fundamenta seu processo, este caso, o coceio de sujeitodo-conhecimento (daciência) e o que garante da d a imaginria imaginria promoção de um teoria do conhecimento. Em too da miragem racioa mantida por essa iusão epistêmica, enco trarseiam então validadas duas idéias De um ado, a idéia de um discurso científico como veícuo priviegiado e excusivo da enunciação de um conhec mento men to verd verdadei adeiro; ro; de outro, a idéia correata de um discurso capaz de enunciar o verdadeiro sobre o verdadeiro Ora, é exatamente por causa de critérios articulados a essa exigência de verdade que a ciêcia, ao querer istruir o que é (como o que deveria ser) a cientificidade ou a nãocientificidade da psicaáise, é, retroati vamete, interpeada pea psicanáise que se apóia, também ela, a verdade; na verdade que se coece, aquea que fala Eu, a verdade, falo . .  (12) (12) A verd verdade ade se fundameta naquio de que fala, acrescenta Laca, e não tem outro meio para fazer faz er isto 13 13)) Resuta então desse confronto ciência/psicanáise que a própria questão da cietificidade psicanaítica não poderia aduirir sentido e, a Jortiori, ser eluci dada sem que, conjutamente, fosse questionado o status do objeto da ciêcia E acan diz a esse respeito: Lembremos que se levantar agora a questão do objeto da psanáse é certamente retomar a questão ( .    da posição da psicanáise dentro ou foa da cência, ndica mos também que essa questão não poderia ser resolvida sem que, sem dúvida, aí se moificasse a questão do objeto da ciência como ta"(4)

Essa mudança evidentemente só adquire sentido articuandose sobre uma distição fudamenta que me propoo, por enquato, a formuar da seguinte maneira: uma coisa é a verdade do sujeito; outra, é a verdade de seus euciados, itroduzindo aqui a referência à verdade em operação na psicanise, como, or exempo, sob a defiição que L. Irigaray he dá O termo verdade remete aqui, de acordo com o uso que Lacan faz dele, ao discurso do inconsciente e não ao que designia na iosoia cássica, onde unciod o inconsciente inconsciente (1 (15) 5).. naria como máscara de um recacamento sobre a própria questão do 12 J. Lacan La se et la vérté, i "Les ahiers pour J'nalyse, n° 1 Pars Sul 1%6 p. 17

3. bid p. 8. 4 bid. p. 14 5. L Irgaray De la passe analytique aux couloirs de l'unversité ou les dédaes entre vérité et savoir n Letres e Eoe Freudenne de ars n0 8 97 p 53

A-Centifcidade da Psicanálise 31

Dstinção a ser inscrita por conta da divisão inaugural do sueio, a Spal tung a partr da qual se esclarece não somente o que faz parte da verdade, de modo que, como diz Lacan "que um bom entendedor encontra aí sua salva ção (16, ms também o que diz respeito ao conhecimeno, à ciência e a seu sueio como tantos efeitos de "refenda", como tantas tentatvas de "sutua"(17 desta beância do sujeio cujo empreendimento não é outro s�não procur cada vez mais aferrolhr a verdade"(18 De onde o aforsmo: "E para salvar a verdade que se lhe fecha a porta"(19) E conhecimeno avança inexoravelmente como "desconhecimeno onde a verdade jamais poderá senão se meio-dizer Por sua dimesão de experiência inaugal, a dvisão do sujeito desmasca o que havera de radcalmente imaginio em pensar o unverso científico como lugar exclusivo da verdade pra um sujeiocognoscene e, em conseqüência, em conceber a ciência como a única modalidade de expressão possível ao mesmo tempo teórica e trnmissível de um verdadeiro. Certamente, o que é termente for malizado na linguagem lógicomatemática é tegralmente rnsssível. Mas isto não sigifca que o que é exclusivamente formulável nos enunciados lógico-mate mátcos proceda de um engano sobre o que contitui a verdade do sujeio. A incidência psicanalítica inscreve então a marca essencial de sua origina lidade  at atéé de sua irredu irredutibili tibilidade dade  ace acerca rca da ciê ciênci ncia, a, identif identifica icando ndo,, como observa Roustang, o caráter de "forclusão do sujeito necessário às produções cieníficas" (20) naquilo em que convoca esse sueito, em seus enunciados, ao lugar de uma verdade irredutivelmente dividida. E aliás essa divisão que está na origem da posição excêntrica da psicanálise como explca E Roudinesco: "A erdade se diz no erro. la é contraditória. É pass passagem agem do imaginário De saída, a teoria freudiana é de natureza conjitual. Ela é um saber de divisão Pensar corretamente sua historicidade, seu modo de transmissão, é se afastar do 'epistemologismo ou de um modelo de istória das ciências de acordo com os ideais progressistas do positismo ógico"(21)

Compreende-se então, assim que se interroga a cientficidade" da psica nálise, a impossibilidade de evitar o encontro desta descentralização que a cons titu e de que não deixa de falar Coseqüentemente, interpela necessariamente em retorno, o que está em jogo na cientficidade" da própria ciência. Assiste-se aí a uma reviravolta de uma audácia e de uma ampltude tão inauditas quanto a reviravolta coperncna Em sua obra Un desin si fneste, Rousang exprime de uma maneira muito esclarecedora a dimensão genal dessa reviravolta operada por Freud na psicanálise 16 J. can Foncon e  "Ecris s Paris Su ! 1%6 p p  268 26 8 mp mp de d e la parole parol e et d u lan langag gagee en psychna psychnalys lyse e in "Ecri 17. A acepção do ermo "sutua remee à conseqüência inaugural da divisão do sujeio ou seja ao modo de relação que ambém n ordem de seu próprio discurso Cf J. Dor Introduçã à leura de Lacan; o nconscente esruurado como lnguagem op ci cap 16, p 107 Ronse  d étuda étudans ns en phlosophe, phlosophe, in Les ciers pour lanalyse 18 J Lacan LacanRonse analyse  n° 3, Par Paris is Sui 1 p 6 19 Ibid p 6 2 F. Rousang Sur la ransmssblté de a  a h héor éore e analyque analyque in Un desin si uneste Paris Minui 1976 p 81 21 E Roudnesco Hsore  sourds et dialogue de d e fous op ci p 54

32 ]oel Dor

"A fantástica audácia de d e Freud Freud é fazer fazer o sono passar ao ado da vigíia, e já que a vigíia em seu auge é submetida à ciência, o sono será também Mas é o iverso dessa operação que será decisivo: a concepção da vigília será modificada defiitivamente pea intrusão do sono. O estado vigi é, no imite, um estado sonambúico e, se quisermos uma ciência, será, deveria ser, aquea do 'mecansmo inconsiente que faz funcionar não mais o hipnotzado, mas o homem comum, comum, quaquer hmem em estado vigi Isto vai onge Para Freud, o discurso consciente, cuja expresso mais acabada stá no discurso da ciência, está inteiramene impregnado e invadido pelos mecanismos incoscientes. A psicanáise psican áise está no campo da d a ciência, não nã o porque se se contentasse em moificar a concepção do discurso da ciência, esse discurso termina da consciênci, mas porque se interessa interessa peo percurso que vai dos sonhos à expressão expressão ógica sua ógica própriaa e sua cienficidade estabeecemse própri estabeecemse sobre esse percurso Peo fato de qe nos comunca com o inconsciente, com o nascimento de quaquer icção e quaquer montagem conceitua, ea destrói os preconceitos e a ideoogia e sobretudo a certeza de que a ciência seria o produo da ciência de que a descoberta centíica seria o fruto do raciíno cientíico, de que a ciência não tem outro espaço ( . . . ) É por isto que não há, não pode p ode haver apicação da d a psicanáise, psicanáise, porque a psicanáise não é uma ciência, mas está no coração do processo de cientificidade, deverseia dizer, de cienticação (22 (22).).

Prafraseando Roustng, arriscarmee a dizer: a fantástca audáca de Freud, brlhantemente retomada e sustentada por Lacan, é fazer a cênca passar do lado da psicanálse (23). Pois, é exatamente este o sentdo da revravolta inaugurada pea Spatung e a ser inevitavelment consderado assm que o probema da "centficdade analítca for interrogado. Pradoxo, por assm dizer, que remete, então, ao ponto de partda, toda a questão da elucidação teórca do inconsciente, em outras palavras, do status da teora da psicanálse. Com a dferença, todava, que em relação à elaboração teórca de um objeto como o inconsciente e a uma prática como a psicanáise, a tentação postvsta pode agora ser descrtada E ela o é de facto, já que a sanção que nma seu processo é rejeitada em seu princípio assim que o ascendente do dscurso da cênca que a autoriza é ele próprio destituído, porque descentraizado da posção princeps onde o m�gnáro de um sujeito-cognoscente tiha boas razões para coocáo e mantêlo. E este o sentido desta observação de J. A Mller: " A ciência não se baseia na combinatória inconsciente Ea se nstaura ao estaeec estaeecer er com o inconsciente uma reação de 'nonrapport' Tavez refletir a cientificidade da anáise evasse a escrever uma nova história do pensameno cientí científco fco (24)

22 F Roustang, Sur la ransmissibilié de la théorie analyique, op cit p 89-90 (o grifo é meu).  O que não deeria ser compreendido sobretudo no sentido de: pôr  ciênci  serviço de de ,, 

xmplo d nob nob  epistemológic epistemológic costumeir costumeir  que é  regr em cers correntes d filosoi omista ontmporâne  qul consiste, neste cso, em comprr e negir o conhecimento cientio p Iex seu produto  seviço de u cus metfísic 24 J. A Miller, Interventin au séminaire de f Lacan le 29.4.64 i "Les Qutre concepts fondentu de l psychnlyse, Pris, Suil, 1973, p. 16

A-Centfdad d Psicnálse 33

De um modo gerl, a refexão epstemológca de nspração postvsta, qun do se encontra relaconada à centfcdade" da pscnálse, apresenta um teresse totalmente essencal. Em prmero lugar, condz, ndretamente, ao própro âmago do prolema e das dfcdades que  eaoração de uma teora em psce evnta Em segundo, produz, sem saer expressamente, o rgumento mas perti nente em favor da necessra rredutdade da psce à lnguagem pscalsta Na ase dessa prolemátca, orgnar-seá a revravota epstemológca que se conhece Revravolta captal a ser nscrta exatamente nas grandes rupturas epstemoógcas que marcam o curso da hstóra do pensamento. Enquanto que os postvstas confrmam a constatação de fracasso que sgnfca a rredut dade da pscanáse às condções epstemológcas exgdas pela cênca, os psca nalstas consderam essa recusa e a promulgam como o elmento de expctação capaz de promover um nível de ntegdade superor E sto o que ndca esta oservação de Naso "Aparentemente,  dicu picanalític freria também de um paradx frmuáel nete term:  dicur que afima ua própia impibiidade de er dicur ( .) O argument eencial é cniderar que  impíe, etand a memo temp ecuíd, detemina e caua a demontraçã. A iné de rejeitar  impíel pque indemntráel, a picanálie  retém cm caua de eu dicur" (25)

Segundo Freud, a reflexão teórca de Lacan propõe-se a elucdar essa rredutdade da pscanálse ao dscurso da cênca, mostrando como esse dscurso já se apresenta, ele própro, como o produto da eaoração de uma "eu cracia orgnando-se na lusão sujeito-nãodividido, sto é, do sujeito no qual estara anuada a dstânca que o sepra de s mesmo Isto posto, a pscnálse dara conta não apenas do fato de que é rredutíve a uma expressão na nguagem fscasta, fscasta, mas tamém tamém desmascara a usão que consstra em tentar tentar conceer seu projeto. Isto equvalera a dzer que a legtm dade pscanalítca não parecera poder ser estaeecda por algum recurso a normas ou referêncas heterogêneas ao campo da anáse? Se a apora devese ao fato de que o dscurso analítco traz à prova da nadequaç nad equação ão do dscurso dscu rso centífco centífco em e m poder enuncr enu ncr algo do nconscente nconscen te (vsto que todo enuncado centífco é enuncado por um sujeito-não-dividido á onde a pscanáse não pode ser senão um saer de dvsão), como formuar um saer de dvsão vádo, de opção unversa, quando o prncípo de uma tal formuação convoca neessaimente o sujeito-ognoscente, sto é, um sujeito que nada quer saer de sua dvsão? Enuncando de outro modo: O padoo s põ o inconscente é poíve de dz enquan to que é co um diz ua vez dt que ele e poduz, s az o lugar do impoíel" 26.

Pacra qu o paadoo assm engendrado não ncontra soução oprató a snão snão por mo d uma promoção d intg intgdad dad que stabeess como 25 J. D Naso, Linconscient à venir, op. cit p 83 26 J. D Nasio L'inconscien à venir op c, p 11

34 Jot Dor Dor

discurso analtico que não pode se sustentar, strico sensu no modelo da enunciação cientíica escotomizando a Spaltung, pode todavia ambicionar uma frma de enunciação satisatória ultrapassando a saída aporética por um ato epistemológico de valor dialético. Ato epistemológico que enuncio como para doxalidade instauadora" ou seja, uma estratégia que considera a autoridade episêmica enraquecida do sujeito-cognoscente para resolver a questão mas que uapassa também a unpuissance* desse sujeito-não-dividido, induindo a nova medida de inteligibilidade que virá circunscrever adequadamente o problema promovendoo mais adiante o



Jogo de palavras co un-pusance (uma potênca) e impunce (impotênca). (Nota da tradução)

A-Cíentifcídad da Psicanál� 35

Aspectos da Alienação Filsófica da Psicanálise Se nada pudesse prever favoravelmente acerca da psicanlise e de seu discurso uma disposição possível de legitimidade ratificada pelas jurisdições episemoló gicas habituais devese aceitar, por isto, o presságio de que uma Filosoia mostrarseia mais adequada lá onde a ciência e as teorias do conhecimento que dela se valem nada conseguem? A importância do empreendimento era suicientemente araente para que alguns se tenham engajado nessa aventura Com raras exceções podese observa que o imperialismo filosóico em relação à psicanálise reqüentemente se traduziu por diversas manobras de dissuasão ou de sujeição, das quais é ácil demonstra que visavam visavam na maior parte do d o tempo, tem po, a satisazer satisazer alguns obscuros desejos de evitação ou de ocultação, como mostra justamente Dayan(): O pensamento flosófco talvez nunca mas tenha fcado em falso em relação à pscanálise, à qual pratcamente abandonou o terreno da subjetvdade onde outro ra, ambos se confrontavam. Passado o tempo das tentatvas de retcação conce tal e de reformulação" do freudsmo a evdênca de seu nexplcável mal entenddo com o espírto do método e da dscursvdade analítca devera ter-se mposto a esse pensamento que sempre se qus portador do unversal S sto não aconteceu, se os flósofos nsstem em tratar a teora pscanalítca como um destes dscursos que eles própros produzem  sem consderar consderar a preocupação preocupação das sngu lardades que anma essa teora e separa todas suas peças é em prmero lugar naturalmente porque encontram vantagem em revestla deste modo adotandoa ou combatendoa de manera dreta ou ndreta

Compulsão tanto menos evitável que uma das dimensões mais originais evidenciadas pela psicanáise, a Spaltung, na falta de uma precisão conveniene, permitia que se mtivesse uma certa colusão com algumas velhas categorias iosficas já razoavelmente"subvertidas e remaneadas pelas exigências de uma Psicologia em pleno desenvolvimento, tendo, ela mesma, muito a fazer para se ivrar do cons constran trangi giento ento fiosófic fiosóficoo que, por muito tempo, lhe servira servira de proteção. 1 M. Daya, D' D'u u ci-d ci-dan an t sje sje, ,  Nouvele Revue de Pychayse", Pari, Glmad, n 20,979, p. -0.

A-Cietifcidde da Psnál

37

De modo que obstáculos e equívocos vinham vinham bem a propó propósito sito para que o debate se engajasse em processos teóricos de caráter repetitivo, proporcionando solu çes de afastamento tão oportunas quanto o engajamento filosófico de cada um, encontravase a fortalecido Identificamos assim agumas linhas de força segundo as quais a intenção sub filosófica, exercendo sem cessar sua sagacidade crtica, reiterou projetos de sub versão da psicanálise através de procedimentos, aiás, bem habituais Evocarei apenas algumas dessas tentativas de alienação mais característi cas, reagrupadas no momento, em função das aspirações diretoras que as ani ma ma  sob duas formas privilegiadas: privilegiad as: 1 a filosofia filosofia psicológica; 2 a filosofia dialética A ilustração que delas darei restringirse-á a poucos desenvolvimentos, considerandose que, aqui, trata-se menos de fazer uma crítica fundamental acerca desses desvios do que mostrar alguns dos aspectos através dos quais a filosofia se dá condições para colonizar" a psicálise visto que não é correta ente apontada a originalidade de princípio de seu objeto. Lá onde outrora, em nome da ciência, contestavase em Freud a própria existência do inconsciente do qual se obstinava a enganar e decifrar os segredos, a crítica filosófica, tevese que reconhecer, em larga medida, a existência dessa dimensão psíquica nem por isto consentiu em aceitar suas implicações teóricas, até mesmo práticas Pois, de fato, como novaente observa Dayan: Mesmo distanciados, os filósofos não deixaram de ser interpelados pela psicanálise, lugar de troca inédita entre um discurso de pretensão teórica e uma experiência individual múltipla (2). De fato, se não se encontra mais, ou quase, detrator disposto a recusar a existência do inconsciente, em contrapartida, mais de um contesta bastante soli damente sua inteligibilidde freudiana. Uma coisa, portanto, é admitir o caráter de reaidade dessa dimensão psí quica (ainda que a fórmula seja das mais ambíguas), outra é aderir à sua eluci dação teórica Se o descrédito sistemático do inconsciente inconsciente não é mais comum, em compensação, o número de argumentos enganosos que vêm contestar sua espe cificação teórica não se esgota Sobre esse ponto, as opiniões, na maioria das vezes, fortaleceram-se amplamente amplamente,, vindo aliás de campos tão autorizados quan to os do materialismo histórico, da psicologia científica, ou ainda, da filosofia psicoógca. Com P L Assoun(3), partilho sem restrições a idéia segundo a qual a oposição entre psicanálise e filosofia encontrarse-ia muito certamente baseada no fato de que o conhecimento filosófico essencialmente consciencialista", tanto do ponto de vista de seu procedimento quanto daquele de seu conteúdo, consti tuir-se-ia, de facto, sobre um modo mod o contraditório à psicanálise, enqua enquanto nto esta seria conhecimento do inconsciente. Se concedermos concedermos um lugar particular à crítica desenvolvida pela ilosofia da Ciência em relação à psicanálise, observaemos contudo que algumas opções filosóficas foram freqüentement  empregadas para contestar a psicanálise 2

M Dayan D'un c-devan suje, . ct, p 77 3 P. L. Assoun Freud, a philosophie et es phiosophes Pars PUF 1976 r obstacle conscientaste 38 foil Dor

Cf.

cap I, "La phosophe et

através de procedimentos de desvios característicos que insistiam com compa cência em subverter o campo psicanaltico em benefício de interesses diversos, os quais, crê-se, lhe eram bastante exteriores A reiteração dessa tática parecia obedecer à necessidade de conjura, deste modo e de ntemão, o perigo de ua interpelação retoativa onde a filosofia, confundida em algumas de suas faltas essenciais, deveria se mostrar devedora da psicanálise. Verdadeiro sistema de anulação obsessiva que procurara servir e abonar seu ascendente especulativo próprio lá onde algumas ameaças poderiam contestar sua autoridade Pode-se perguntar em torno de que se originam essas ameaças? Freud formulou seu princípio em surpreendentes resumos em seu artigo de 1913: O nteresse da psicanálse e mais especialmente especialmente na segunda pate desse texo em que examina o interesse a psicanálise do ponto de vista filosófico (4). Em seu estudo sobre Freud e a filosofia, Assoun (5) mosta bem, a partir do texto de Freud, em torno de que a fosofia, enquanto se apresente coo "Spezialwissenschaft encontrase questionada, até mesmo determinada pela psicanáise, ao colocar em causa seu modo de racionaidade ndo a fiosofia fiosofia uma egião episêmia pariuar, pariuar,  o que Feud designa omo Spezialwissenshaft (. (.)) ra raa ase se primeiramen primeiramene e de desev desever er a 'eação 'eação  que o novo  novo enriqueimeno de saber que onsiui a psianálise ouo Speziawissenshaf, povoaá sobe ea u pimeio eeio é onheido: desui o onsieniaismo, que é seu fundameno psiógio; iso já aesa que a psianáise peende eeios fiosófios muio peisos E peiso ve bem de que pono de visa a psianáise ineessa" à Fiosofia é eusivamene pelo pote de cohcimto que ea epe sena Não se raa poano, de um vínuo ínimo e priviegiado mas de um efeio bruo, do ribuo rib uo de ineesse que que quaquer sabe pariuar deve paga a um auo de onheimeno. Esse apore em por efei efei o reonsttur  imgm o omem tdiol. O filósofo não pode onsrui a mesma anropoogia que anes das aquisiçes psianaíias  iênia psquia do inonsiene sobeudo az om que se modifique a e epre presena senação ção da reação do homem o o mundo e om seu pópio p ópio opo (   . ) O efeio permanee indieo ano quano deerminane.  p�ianáise mosra seus faos, obiga a fiosofia a se reifiar, mas abandona seu uso E por sua pópia ona que deve irar as lições que a aquisição analia enera Apenas, sem que haa graves onseqüênias, não pode reusarse a onsideráIas" 6)

A obrigação em que se encontraria a filosofia de assumir esse questiona mento deverseia, em grande pte, ao modo de apercepção radicalmente novo posto em evidência pela psicanálise:  psianálise não se ontena om a função de esaee a oba obeiva pa ooação em evidênia de seu segundo plano subeivo, mas peende diseni no seio dos enuniados uo onuno onsiui o sisema fiosófio, aquees que são recusáveis, recusá veis, exibndo exib ndo o motv motvos os subjeivos que invalidam sua preensão preensão  obeividade. 4 S. Feud Das Ineresse an der Psyhoanalyse G W., VII, p. 390-20. Th lams of of psyhoanalyss o en n ne ees es,, S. E XIli, p 16390. L 'intér 'intérêt êt de la psychanlyse ad.   Assoun  comnáo éd Retz/CPEL pari paris, s, 98 5 . L. Aoun reud, la phlosophie e les plosophes op. ct p 82 e sguins. Fred, d, la pooph po ophee t ls poso p osophs phs,, op cit. p. 83 6 P. L. Aon, Fre

A-Cietfcdad da Psicali 39

Reportemo-nos às opwes mais autorizadas em matéria de psicologia científica para nelas encontrar formulações algumas vezes preaturas, cujo caráter cará ter de ambigüidade acusa certas fraquezas fraquezas essen essenciais ciais acerca de uma refexão ref exão pistemoógica pistemoó gica coere coerente nte e baseada baseada em seu objeto Não basta  e todas as ciên cias huma humanas nas sabem sabem disso disso  transpor em um campo epistêmico epistêmico protocolos de experimentação e de validação deinidos a patir da construção das ciências da natureza para que este esteja, ja, ipso facto, gaantida a produção de um modo de elabo ração científica; como também a caução da experiência não presume mais possi bilidades de construção de um conhecimento autenticamente científico. Para que isso acontecesse, seria necessário, entre outras coisas, aceitar que o ob objeto jeto de que faa a psicologia cien científ tífica ica fosse realmente uma construção construção adequada ao que nos é dado observar dos processos psíquicos(S) O que está longe de ser sempre o caso Com eeito, visto que esses processos foram reduzidos a comportamentos ou condutas", sob o pretexto de que é preciso ealmente obsevar e quantificar para azer ciência a psicologia cientíica se fundamenta então em um conjunto de prncípo doutrina que, como tais, são totalmente discutíveis Essa doutrina tem um nome o beavormo. Ora, esta é uma posição loóca e não uma posição cientíica Assim, não estaríamos sendo demasiado prudentes se coniássemos na cautela de Canguilhem sobre essa questão: Ao der que a efcáca do d o pscóogo é dscut d scutvel, vel, não se quer dze d zerr que é lusóra;  lusóra; querse smplesmente ressaltar que essa efcáca é sem dúvda nenhua mal fun dada nquanto não r provado qu está bm fia, q cab xa  aplação d ua êa sto é, que o statu da pscoog pscooga a é fxado de tal modo que se deva consderá consderá la mas que um emprsmo compósto, teralente exgdo com o fm do ensno Temse a pressão, em mutos trabahos de pscologa, de que mstuamna a uma fosofa sem rgor, ua étca sem exgênca e uma medcna sem cotrole"(16) Examnemos, por exemplo as decarações seguntes: A pscologa obetva pura, lmtando sua observação a stuações e a comportamentos, benefcase benefcase do conunto conunto das meddas cradas pela própra fsca. Ea nada te de novo a crar; ela herda todas as meddas ndretas, toda a aparelhagem; te apenas que adaptáa ao objeto partcular de suas pesqusas; questão técnca freqüentemente decada, mas semehante àquea que levanta, por exemplo, a fsooga, fso oga, o empréstmo que ela ela próp própra ra faz dos métodos de medda med da de fsca Para que um fato psíquco descrto e termos de comportamento o-s mnsurv basta qu oport u spo nsuráv. Smpre pode ser anasado em movmen tos mensuráves em seus caracteres geométrcos (dreção, dstânca), cnemátcos (velocdade, aceleração), dnâmcos (força, trabaho, potênca); sso se apca a todas tod as as condutas suscetves de uma análse aprofundada enquanto enquanto fatos fatos psqupsq ucos, não somente às reações somátcas exterores, mas às reações orgânicas nter nas e à faa(7) 15. "Constução adequada, isto é, aqui, um "modeo absato dos fenômenos", no sentido definido

nteiomente Ve também Tomo li: Sutue du sujet Idéa de la sutue et sutue idéae" e "Scien cité et focuson du suet  G Canguihem Qu'es-e que l pyhooie?, in Les cahes pour l'analyse, n 1-2 Pais, u ,, p 77  . P Guilaume, nrdtn à la psyclgie, Pais, Vin 946, p. 308, (o gifo é me)

42 JoC Dor

No quadro de um projeto dessa medda, a ambgüdade já se torna comum na medda em que não são prevamente analsadas as conseqüêncas epstemo lgcas mputáves à mportação cega de estratégas expermentas provenentes das cêncas da natureza na elaboração centífca dos objetos humanos Mas precsamente, a ambgüdade procede aqu na passagem do qualtatvo" ao centífco, como a questão habtualmente se coloca para as cêncas humanas Uma cosa é o objeto da natureza, outra é o objeto humano. De modo que o tratamento do aspecto qualtatvo dos fenômenos observados não justfca em nada, a pioi, estratégas de estruturação de uma mesma ordem, não obstante o aforsmo que s há cênca do mensurável. O porquê desta observação persp caz de Granger: "Escarecer de uma manera específca a relação da qualdade de um objeto psqu co e de sua estruturação como objeto de uma cênca es sem dúvda a tarefa fundamenta fundam enta de uma epstemooga epstemooga das cêncas humanas" humanas"(1 (18) 8)

Em outros termos, se a estruturação de um objeto de cênca sustentase nas cêncas da natureza, em certos tpos de quantfcação do caráter qualtavo os fenômenos observados, o sucesso dessas estratégas de quntfcação não se rtio iori, ri, deve de modo algum, de antemão, aos fatos humanos, e talvez meso, a fo rt aos fatos psíqucos, sem que sejam objeto de reduções ou de aproxmações arbtráras. O pscólogo centífco ucrara algumas vezes em medtar sobre a prudênca epstemológca que Grnger reclama a esse respeto: "Crêse comumente que a atvdade de estruturação que exge com certeza ua operaconazação dos métodos do pensamento rgoroso é uma quantfcação pura e smpes e que em um sentdo estrto só há cênca do mensurável ( . ) Se a quantfcação aparece como um dos termos mas satsfatóros os quas possa alcançar esse procedmento nos casos mas favoráves, ea não podera ser a odadade únca que deva revestr seu sucesso De ua manera muto mas geral é preciso dzer que o qualtatvo é concetuazado por redução das dferenças isolads a dferenças integradas em um sstema coerente de oposções. Essa redução está na própra orgem do pensamento matemátco e se pode ronhecer, nesse sentdo que esse tratamento da quadade é uma matematzação; nem por sso é uma ntrodução do quantum" (9) 

.

Essa prudênca devera ser habtual assm que parece que ceras propos çes atuas da pscologa centífca extrapolam conhecmentos provenientes de cêncas postvas sem exame epstemológco ad hoc. Transformam-nos assm em materas de escolha que poderão, por outro lado, esta a servço de mtos ou se ver explorados por deologas desenvolvdas sob a forma preferencal do dscur o dalétco. Examnemos até aonde uma semehante ambgüdade pode levar quando  refere dretamente à pscanáse Paa fornecer apenas um sumáro resumdo, are um estudo bastante recente, patculamente cacterístco do malenten8 G. G. Granger, Penée forelle e sciene de l'home, Paris, Aubier Montaigne, 1967 p.09. 9. G G. Grangr Penée lle t ice de lhoe op cit., p. 42.

A-Citicfae da Psmílie

43

Em outras palavras reveando a motivação subjetiva que a 'verdade de ta enunciado com pretensão universa constitui, a análise tem um pape seletivo sobre os ennciados de um sistema A autêntica objetividade de um sistema ilosico seria então deinvel como o conjunto dos enunciados que resistem vioiosaente a este trabaho de purificação da objetividade" (7)

Ou seja: A tarea da psicanáise consistiria, segundo Freud em 'desvendar os motivos subjetivos e individuais que determinam a ormação de doutrinas iosóicas que são spostamente de uma ógica imparcia e expor à crítica os pontos racos do sistema "(8).

Vêse imediatamente o que uma interpretação prematura da infuência psicanaítica poderia fazer advir como ameaça paa a fiosofia Sob o efeito de um desocamento imaginário a psicanáise viria no ugar de perseguidora en quanto que o fiósofo nea veria como diz Assoun uma verdadeira jurisdição da psicanáise sobre a fiosofia submetendo a objetiidade fiosófica ao juga mento psicaltico fazendo a vaidade do enunciado fiosófico depender da aaiação anatica (9). Aém de uma tal suposição não estar de modo algum de acordo com o projeto anatico e com os meios de que dispõe a psicnáise (10) resta que na fata de tê-a compreendido peo que mencionava (11) aguns tenham podido er no evento evento psicanatico psicanatico a origem de ag agum um perigo obscuro do qua se tornava urgente armar-se preventiamente Em vista disto, vê-se como uma fiosofia da ciência pode e virtude de uma fixação" faoráve aos critérios do conhecimento cientfico autorizar-se, por intermédio das teorias do conhecimento a recusar a psicanáise sob o pre texto de que não está de acordo com as normas da cientificidade. Outras páticas em que o consenso fiosófico interirá sob formas mais dissimuadas mas não menos presentes procurarão também revogar a origina idade irredutve da psicanáise atribuindoa à jurisdição de campos epistêmicos que he são heterogêneos com o único fim de esconder a neces�idade em que se encontraria a fiosofia de questionar sua posição gnosioógica E o caso da fio sofia psicoógica e da fiosofia diaética

7. bd, p 6  Ibd, p 7 9 .  Assoun, Freud, la phlosophe et les philosophes, op t, p 87. 10 Em O teresse d psicanális Feud nsstá sobe o que havera de onta-senso em supo a idéia de que a losofia possa se enonta enfeudada de qualquer maneira que seja n psanálise 1 1  Que dize, omo dir Freud, que "a detenação psiológa de u doutina de modo algum exclu a retidão entía dessa doutrna Trad P L Assoun n op it p 87

40 foi D

1 Filosofia Psico Psicológica lógica e Psicanálise (12) Um dos procedimentos habituais da alienação filosófica consistirá, através do jogo de deslocamentos especulativos e de organizações discursivas de cráter sofstico, em pressupor a identcação d psicanálise com a psicologia. A falsificação será tanto mais fácil e crível que em todos os casos será encoberta a premissa fundamental que articula tanto o campo teórico quanto a prática psica naltica: a divisão do sujeito. E a complacência filosófica engaja esse deslocamento dialético no caso de uma dupla delegação que dará procuração ao imperialismo psicofisiológico e neuropsiquiátrico neuropsiq uiátrico Poder-se-ia contestar contestar que operaç operações ões como a "redução "reduçã o psicofi siológica do inconsciente ou ainda a medicalização da psicanáise figurem na alienação filosófica, enquanto que se mostram, à primeira vista, bastante estra has, assemelhando-se mais a modos de captura cientíica do ue "ilosófica Parece-me, entretant, que nada se passa assim. Neste cas o estratagema filosófico será empregado a desvitalizar a dinâmica riginal da sicanálise por itermédio de um desvio psicológico que terá por principal missão garantir uma interpretação (13) da psicanálise em um universo de conceitos de experiências, ge práticas e, mais geralmente, de discursos que he são proriamente estranhos E neste sentido que se pode evidenciar através de que causas e efeitos essa estratégia especulativa exerce-se tanto através da forma do roeto "sicofisioló gico quanto da vertente médica neuropsiquiátrica. O projeto psicofisiológico baseiase e desenvolve-se no tereno de uma mbigüidade fundamental Pode-se resumir sua expressão de uma forma lapi dar a psicofisiologia entende constituir-se sobre o mod de uma discipina autônma e, com tal, não é, portanto, de modo algum redutível à psicologia xperimental clássica ou à biologia, ainda que participe das duas Além dos problemas epistemológicos cruciais que essa independência em relação a uma definição rigorosa do bjeto da psicofisilgia evanta, é fácil mostrar o que tal emancipação detém de uma certa complacência fiosófica. Est � opera aliás, de uma maneira geral, desde o advento da psicoogia científica. E claro que a cumplicidade filosófica é habitual já que favorece, quer se abstendo, uer, ao contrário, trazendo sua caução epistemológica, a constituição de alguns spectos da psicologia cujo caráter cientfico está longe de ser plenamente esta belecido Se, de fato, um certo número de unversos psiclógicos manifestam uma afinidade pela ciência, isto de modo algum implica que esteja provado que speitem exatamente as condições fundamentais de uma ciência autêntica, a ber, um conhecimento não somente discursivo, mas também necessário, reto do a tradicional distinção aristotélica(14) 2 Alguns arguntos deste deste capítulo fora objeto objeto de ua u a confe conferência rência:: Eps Ep seoogie eoogie y centificidad  la psicologia clnica - Departaento de Psicologa da Universdade Universdade de Máaga (1� de fevereio fevereio  1986 a convite do Prof. Banca Moreno.  Interpretação a tor, tor, aui, na acepção ue os lógicos dão a sse tero quando o uiiza uii za no nto d nte ntepre pretar tar u proposição e u universo de ling linguage uage ógica dado". 4 Aristt 4 Aristteles eles dstingue três odaldades odaldad es possves do conhecer conhecer 1) u sabe sabe edato e necessário 2) um saber discursivo e necessário; 3 u sabe dscursivo e nãonecessáo O onhecmeno sensível dnria do prieiro gênero. O onh onhecin ecinto to cientío, do segundo. O conheiento daéco, do tercer.

A-Cintifidad• a Picalíise

41

dido "cientfico-psicológico da psicanálise. Trata-se de uma comunicação pro nunciada na Sociedade Médico-Psicológica sobre o tema Psicomeria e psicanáise: a propósito da fxa fxação ção na ase ana a nal( l(20) 20).. Sob o pretexto de contribuir para "o estudo experimental das teorias freu dinas (20), os autores propõemse a utilizar a metodologia psicométrica para verar algumas hipóteses da teoria psicanalítica e, mais especialmente, para tentar evidenciar correlações entre a analidade e o "cráter obsessivo. Sem entrar em detalhes sobre os questionários, itens, e na "análise fatorial da matriz pelo método centróide de Thurstone (20), reportarme-ei, sem mais esperr, às conclusões: Nossos resulados evidenciaram evidenc iaram uma end endênci ênciaa esaisicamente esaisicamente muio significativa dos sueios obtendo, nas escalas de Sandler e Hazari 21) notas alas que reflet ref letem em a existência de raços acentuados de caráter anal u de siomas numero sos de personalidade obsessiva para fornecer ao tese de Rorschach inerpreações cujo coneúdo evoca uma emática anal, que parece legítimo interpretar no sentido de uma fixação a essa fase de desenvolvimento. Essa associação esá de aodo com n hip ótese etiolgia da teoia feudiana a esse res p eio. Paralelamene, observase que esses mesmos sueitos, cujo proocolo evoca uma fixação anal, fornecem respostas de coneúdo sádico na medida em que não inervêm nem formação racional reali zando um caráer caráer anal, nem mecanismos de defesa sob forma forma de sintomas obsessiv obsessivos. os. Esses resultados não resolvem, é claro, o problema da validade clnica das escalas de Sandler Sandler e Hazari Hazari em matéria de diagnósico diagnós ico individual, em particular em relação à neurose obsessiva, na medida em que foram obtidos com sujeitos normais" em um quadro profissional" (22)

Tem-se, aqui, com o balanço psicométrico, um exemplo bem acabado da fraquea epstemológica notória que pode operar na elaboração da pscologia científica. Não somente a "associação posta em evidência pelo teste nada mais é do que a repetição de uma ocorrência, mas também e sobretudo de modo algum constitui constitui uma validação da " hipótes hipótesee etiológi etiológica ca da teoria teo ria freudiana freudiana Primeiramente, Primeiram ente, já é necessio acostumr-se a esta idéia idé ia Qualquer intenção "experimenta pressupõe, na maioria das vezes, em conseqüência de um deslo camento imaginrio, que se considere, após a experiência, os resultados obtidos como resultados "científicos. Os exemplos não deixam de fortalecer essa tenaz ilusão. Isso já é um ranjo epistemológico discutível face à ciência. A instalação de um protocolo com objetivo experimentl não presume absolutamente uma explicação autenticamente científica, através dos "modelos abstratos estrutura dos Feita essa precisão, exminemos agora a significação dos resultados "de experiência em reação à validação da "hipótese etiológica da teoria freudia. 20. P Pic Pichot hot J Pese M Somogy Psychométrie et psychanalyse: à propos de la fxation au stade anal, i Annaes MédicoPsychoogiques" T. 1, n 5, 977, p 78679 2. Escalas psicométicas eaboradas por ocasião de pesquisas análogas C. SandeHazar Th obsessional. On the psychological class cation of osessionnal charcter traits and symptoms in Bitish Journa of Medca Psychoogy 33 1%0 p 113-122 22. P Pichot e colab colaboado oadores res op cit p p  79 (o gio é meu) meu)

44 joe

Dor

A incidência de uma coelação de taços ou de sintomas de modo agum supõe o valo de uma hpóese pscanalíca. A cínca cotidiana es bem viva paa lemba cuemente A menos, naturamente, que se atenha ao ponto de vsa de uma otodoxia quasemédica, onde a nosogafa acaba po te foça de ei, no senido em que pedetemna nãosomene o "dagnóstico", mas também a escoha da inevenção eapêutica. É vedade que quee encona a validação de uma hipótese, a pati da ocoência de "taços" ou "sintomas", é uma atiude que pemanece pefeitamene de acodo com o espí espíio io de uma um a "medicna expeiment" no senido em que Caude Benad explicava com ano tlento Encontase aí, ais, um aspec o caacteísico caacteísico do adveno de d e qualque ciênca ciênca Uma cência começa sempe sempe po esabelece um copus de descições, depois de cassificação dos fenômenos Em um segundo momento, esfoçase po evidencia evidencia coelações a pati pati de cetas ocoências fenomenis Enfm, sempe que pude, ai esfoçse paa faze apaeceem elações causais ente os pópios fenômenos fie a esse pincípio A esse espeito, a medicina pemaneceu extremamente fie Encontaos aqui, no pojeto psicoméico, algo dessa odem: uma coeaço ene fenômenos (aços/sinomas) podeia vi fotaece uma hipótese expicai va eioogia da neuose obsessva). Todava, esa que ao utiliza o agumeno scoméico como poocoo de validação, sto é, como gumento "expeimen al", aenuase consideavemente, aqui, o alcance e a iqueza da efeida hipó ese Isto equivale a eduzir a uma foma fo ma de expessão conceta, seja mensuáv mensuáve e quantifcve, o que, em nome da pópia hipótese, não o é Com efeito, um sinoma não pemite vaida, enqunto ta, a expicação hpotética capaz de da conta de sua oigem Se imediatamene se vê a incidência nociva dessa edução, pecebese tam bém o ipo de vnagens que apesena. Fotalecendo uma hipótese psicnítica sobe a eiooga de uma nuose, peo que se pode medi dos efeios concetos que daí esutm, fazse uma economa no mínmo inteessante, a sabe, muito smplesmente, a do inconsciente e de sua dinâmica pópia Que dize que se faz conomia de toda a psicanlise Aceiaseia, Aceia seia, po po  exemplo, valda a hpóese etiológica do diabee, sobe a se de uma simpes ocoência de comas", economizando assim uma puaidade de mecanismos fisiológicos complexos onde inevem uma cadea de pocessos boquímics múltiplos opeando, eles pópios, em níveis difeentes endócnos ceebas, etc  ? Podese sem difculdade imagna o que visa implicit�mene uma eduço sse po. O poblema não é vedadeiamene ogina. E o pópo difeene ue opõe,  alguns usos, a pscanse à neuopsquiaia Esta ambição de u foace expimenamene s eoias feudianas é oeo de uma e odna denegação do inconscene e da pscanise naqulo que, pecisa ne, êm de mas oigna  eduível. Essas pospectivas expeimentais fm d uma faquea epstemoógca idênca àquea da psicofis psicofisiologia iologia qun  sgue o mesmo ojevo de validação, como veemos mais adiane Le  o ouo ado, às mesmas conseqüêncas: uma muiação da pscanlise, sd não mas sujea aos nesses de empeendmenos eapêutcos que, .

.

A-Centjcdade da Psicanális 45

apesar de sua própria pertinência, permanecem, contudo, estranhos a ela quanto ao princípio Enfim, essas práticas experimentais, apoiandose em algumas op ções de aparência científica, fundamentamse, como é fácil de estabelecer, em ordens de pressupostos que são filosóficas. Resta, é claro, como este estudo não deixa de assinalar, o problema levan tado pela vaidade clínica das escalas psicométricas utiliadas Deixarei essa questão no estado em que o humor do ingênuo de serviço da Sociedade MédicoPsicológica ele próprio a deixou: Compreendo que os métodos pscométricos e projevos verifcam a existência de um víncuo entre 'analidade e 'caráter obsessivo em sujetos que não apresentam neurose clínica, e não estabelecem esse vínculo em sujeitos que a apresentam Terei compreendido bem?" (23). *

*

*

Essa longa digressão através dos arcanos da "psicologia científica deveria ajudar a limitar o objetivo inicial abordar a alienação filosófica que se exerce acerca da psicanálise sob a forma de certas moções de conhecimentos psicológi cos de ambição objetiva Tendose admitido que a psicofisiologia já procede de uma ambigüidade epistemológica relativa à determinação de seu campo de investigação situado entre a psicanálise experimental e a biologia, seria necessário, previamente, de terminar a cumplicidade filosófica de que algumas vezes a psicologia científica pode beneficiarse Para a psicofisiologia, ainda que seu projeto e sua metodologia asseme lham-na mais a uma disciplina conexa das ciências experimentais biológicas, resta que seu procedimento p rocedimento inspirese muito diretamente diretamente na psicologia psi cologia científica De fato, ela se fundamenta no princípio de que qualquer manifestação psíquica é necessariamente observável e quantificável, considerando que, aqui, o "com portamento e a "conduta darão lug ao estudo da séri e dos processos neuro biológicos os quais não apenas se encontram articulados, mas, de uma certa forma, que os tornam possíveis Assim, ao mesmo tempo em que tenta reconhecer e manter uma certa autonomia psíquica em rlação ao somático, a psicofisiologia, tanto por suas ipóteses quanto por sua metodologia, postulará implicitamente uma redução o psíquico ao orgânico. ito isto, o procedimento psicofisiológico tene a se sustentar nesta caução filosófica que constitui uma das mais arcaicas expressões o positivismo e o materialismo, sea, o penomnaismo. Sem a menor esita ção, seus pioneiros substituirão integralmente a descrição e a explicação dos processos cerebrais à descrição e eplicação as ativiades psíuicas. Relembremos o reducionismo psicoisiolgico de Ribot (24) ue convertia Pcho hott e co., op. ct., p 791 Inter Intervençã venção o do Pof. Pascas ao fina fina da d a comunicação comunicação de P. Pchot e co.  P. Pc 24 T. Rbot, La vie insconsciente et les mouvements, Paris Alcan 1914.

46 Joel Dor

com facilidade o problema levantado pelo inconsciente e seus efeitos, à dimen são de um embasamento fisioógico da consciência; a qual relacionava, por sua vez, à de um epienômeno, puro reflexo passivo de um conjunto de processos fisioógicos cerebrais. Compreendese em que o obsoletismo de tais concepções tenha podido excitar a verve de Poitzer: Os pscóogos têm aboratóros e pubcam monografas. Chega de dspuas ver bas: cacuemos! Obtem-se os ogartmos peos cabeos e Rbot cacua o númer das cuas cerebras para saber se podem aojar odas as déas A pscooga centfca nasceu" (25)

Baseada nessa concessão epifenomenalista que facilmente delega à sagaci dade cientfica dos psicóogos uma certa atitude filosófica, pelo viés da "ciência psicofisiológ psicofi siológica ica  que indiretam indiretamente ente sustenta não se ocupando ocupando de interr interrogar ogar seu projeto através de uma crítica epistemológica rigorosa, que denunciaria o caráter de subordinação infligido aos processos psquicos , proporciona-se, de uma só vez, os meios para afastar o perigo que constitui, para ea, a originalia de princeps da psicanálise cujo destino poderá a partir de agora estar sujeito à prova crucial da objetividade científica Não parece estabelecido peo menos até agora, que os mais completos desenvolvimentos desenvolvim entos da psicofisiologia contemporânea teham teham ultrapassado a apo ria fundental que podia sustentar o projeto científico de Ribot acerca o inconsciente e, mais geramente, do psiquismo. Aporia resultante, essencialmen te do veho problema das localizações cerebrais codificado por Gall(26), sob a forma de uma ciência, como lembram Hecaen e Lantéri-Laura: O probema das ocaizações cerebras cerebras formuavase pero do fna do d o sécuo XVII, ou como a determinação do ugar no cérebro em que a ama articuava-se com  corpo, e essa probemáca ogo o go cará em desuso, ou como a pesqusa de correspon correspon dêncas evenuas entre uma sta de facudades mentas, provenente da radç escoátca e, ao mesmo tempo1 do emprsmo ngês e das deoogas, e dverss cortes possíves do encéfao. E com F. J. Ga que a questão modfcase de um manera radca e toma o aspeco que conhecemos no decorrer do sécuo XX Por esta razão, a frenologa guarda uma mportânca negáve que o rse fm d cranoscopa cranosco pa não dmnu" 27).

Esse problema encontra sempre uma expressão bem vigorosa, como test ua a fórmua que segue 2. G Polizer, Critique d fondements da la psyologie Paris, PU, 94 4 ed, p 3. 26. A quesão das "localçõs cee ceeais ais dese desenvolvdas nvolvdas po p o F J J  Gall Gal l enconta enconta-se -se formulada formulada e Mémoir oiree de 'Institu 'Institutt (0) in F. Gal-J G Spurzhe cujas principais sã são o as seguines: ) Mém vái obras cujas

Recherc sur le systme neeux en général et celui du cerveau e particulier Pas, F hoelH Ncole Anatomi atomiee et physiolo physiologie gie du sysme nerveux tomo : 5 parte; to l (316-355); tomo 11 18 2) F J Ga An (-54) omo I (1810) tomo l 1812) Paris, F Schoell tomo  (1818), Paris, Librairie grecque-latin llman  Obra a1ônima, Exposition de a doctrine pysionomique du Dr Gall, Pais, Henrichs, Ano 11 4) Obra anônma, Crâniologie ou découvertes nouvel/es du Dr.  F. Gall Paris 0 27. H Hecaen G nériLura nériLura Evolution des connaissances et des doctrines sur les localisations cérér ls, Desclée de Brouwer, 9, p. 39.

A-Cientijcidade da Psicanáli� 47

Ao mapa anatômico anatômico do d o cérebro cérebro,, pode-s po de-see superpor superpor um mapa psicoisiológico?" (28) (28)

E Delay Dela y consagrou-se consagrou-se a ess taefa ta efa ingrta ingrta durante vái váiss décadas déc adas A sofis ticação surpreendente dos protocolos de experimentação atuais ainda não pro duz nenhum argumento cpaz de contestr a elucidção teórica do inconsciente Os especialistas mais cutelosos não se enganam, visto que se mantêm num reserva prudente prudente acerca dessa questão. qu estão. Mesmo exorcisndo o demônio reducionist que considerm ter sido o "pecdo "p ecdo originl originl(29) (29) de su ciência  ist isto o é,  submi submissão ssão integr integral al da psicologi à isiologi , não derm realmente provs de estrem esclrecidos com as reservas que fzem o problema do inconsciente e da psicnálise. A psicoisiolo gi atual pece, pece, de fto, romper com co m o dogmatismo positivist em nome do qual pôde recusr, outror, o inconsciente e  psicnálise Ms não devemos nos engnr Se direitos são, de um certo modo, concedidos o inconsciente e à psicnáise,  benevolente neutridde pel qual um tl recoeciento se institui, encontrse ipso facto recusd pelo próprio princípio que subentende o procedimento psicofisiológico Esse procedimento supõe com eeito que não há problema de psicologi que não se poss bordr sob o ângulo d pesquisa psicoisiológic, e que não sej, em lgum gru, acessível  seus métodos (30). Tudo leva  pensar, portnto, que ess benevolente neutrlidde enquanto eng na, restitui de fto, sub-repticiaente,  base da crític trdicionl dirigid o inconsciente e su elucidção teóric A subversão consiste, neste caso, e utilizr u estrtégia operndo sob  prência de um procedimento de anulção Não somente  psicoisiologi não recusaa mais selvgeente o incon recus inconscient sciente, e, ms tmbém tmb ém não hesi hesit t em apela para ele  ptir do instnte em que se autoriza a zer seu o método psicnlítico Ess integrção introduz um insidioso efeito de neutrizção visto que a opera ção vis  melhor sujeitr o inconsciente e  psicnálise às redes de u meto dologia que lhes é completm completmente ente heterogêne heterogêne e, por ess ess  rzão, que anula o que constitui sua irredutível originlidade Essa captur encontr su expressão mis signiicativa n fórmul brevida de Delay: Sndo o ato psicofisiológico ps icofisiológico de dupla d upla ace, ace, sua obsevaçã obsevação o necessita necessita a colaboração de técnicas técnicas psicológicas e isiológicas As técnicas psicoógicas são, umas introspectivas, outras extopectivas A observa ção interior ou intospecção permanece insubstituíve para a anáise dos processos psicoógicos psicoó gicos deicados.    ) Aiás, ela suscitou pesquisas ue tendem a aumentar aumentar seu vaor ( ) como o método pscanalítco que convém dstngui cudadosamente da doutrna feudana e que deu aos psicólogos preciosos instrumentos de investigaão para a eploração do subconsciente31)

U distinção tão surpreendente ente método psicanlític e doutrina freudian freudia n não pode, é claro, senão apel para ua outra,  do subconsciente  subconsciente e do inconsciente Através disso mesmo, ela autoriza também  psicofisiologia a 28 29 30. 3

 Deay, La psychophysologie humaine, Pars, PUF, 974 10 ed, p . Ibid p 6 J Delay, La psyhophysiologie humaine, op ct, p 7 Ibid, p 8-9 (o gifo é meu)

48 foel Dor

utrir uma preocupação de vaidação experimental das teorias freudianas. No rstroo da rstr d a psicologia psicolog ia experimetal, experimetal, esforça esforçarseá rseá para dar dar s ua cotr cotribuiçã ibuiçãoo pessoal à coirmação experimenta da teoria anaítica, como tstemuna o estudo de Neuro urofsiologia do sonho son ho e teori teoriaa psicanaítica psica naítica (32) ourguigon: Ne O rgumento aqui desenvovido tem a mesma origem qe o anterior (33), sob o duplo aspecto do artifício e do desmentido que covoc. Sem retomar detalha damente esse longo estudo, ter-se-á uma idéia bastante lara do egano episte moógico que susteta, do início ao fim, esse projeto eperimenta desde suas primeiras fórmulas de introdução "Desde sua fundação a metapsicologia de Feud amais oi posta à pova dos fato expeimentais como é hoje em conseqüência dos ecenos pogessos da neurofisiologia do soho. O confonto necessáio e a pati de gora possível teve como pimeiros esultados(34) uma confação da eor eia o parelho píquio p resultados experimentais e, conseqüentemente, sua vliaão cmo teoria cient"(35).

Percebe-se imediatamente o deslizamento epistemlógico sobre o qual ar uam-se essas proposições e sobre o que elas pressupõm. A estratégia consis  mais uma vez, em engata os conceitos de um campo epistemológico (a sicaise através de categorias proveentes de outro cmpo (a psicofisiologia or itermédio de uma objetividade experimental que desempehará o duplo ppe de grantia e de cortia O equívoco sustenta-se peo fato de que nenhuma manifestação psíquica é a priori, cocebve sem o substrato de um "corposupote Não há psiquismo m corpo. Baseado Baseado essa evidê evidêcia cia tri trivia via  e aquilo aquilo que evoca evoca da velha rmadia rmad ia fios fiosófica ófica sobre a ligação ligação da ama e do corpo  o desvio epistemoó ico equivae a pressupor que, como não averia psiquismo sem corpo, pode-se dsde etão desocar implicitamente os dados dos problemas iduzindo a idéia d que a explicação dos fenômeos somáticos que so s o supostamente sua codiço Tem-se um esclarecimeto bastnte acurado dessa ambigüidade nestas ob rvaões de Widcer Gostaia de retorna  noção de apaelho psíquico. Talvez sea bom paa aqeles que não são sã o psicólogos constata que fala fala de aparelho síquico não é uma pos são de fé ideaista. Isto significa que nos interessamos po um ceto númeo de atitudes que são é clao, ealiadas po um substratum eurofisiológico com todos seus componentes O que nos inteessa enquanto psicanalistas é um certo nmeo de leis de funcioamento desse apaelho que dão conta da elação do ognismo com o meio e qu 32.

 Bougugnon Neurhysiologie du re et trie psycnalytique in "Pychatie de l'enfan, XI   1 1968, 1968, p 169 to XI 33. f  ichot e colaboradoe upa p 59 e eguinte 3. f A Bouguignon Recherches récentes sur /e rêe Métapsycologie udienne et neuropysiologe in Psyoanalyti oanalyti implication implicationss of of r ren en "Le mps moees n° 236 19p 1603-1628 Cf C Fihe, Psy eserch on sle sle  and a nd dreaming dreaming 1 Empiricalndings. 2) Impications f psoanaytic teory "J Am Pyoanal. Assoe. 13 965 p. 97-303 35.  Bourguignon, Neurysiologie du re et torie psycanaytique, p. cit., p. 1 (o gifo é me)  "

A-Cr!tfcidade da Pscmíli•

49

passam, evidentemente po mecanismos neuobiológicos Mas pensa que um dia podese-ia tanscrevêlas totalmene em um sisema bioquímic é tão absurdo quanto querer eduzir udo à psicanálise" (36).

Encontramos aí como pno de fundo a aporia clássica do reucionismo sicoisiológico sicoisiológ ico A cofirmação experimental da teoria freudiana impese então como uma denegação suplementar do inconsciente Aliás paradoxalmente po der-se-ia ver na forma repetitiva que toa esse arrnjo epistemológico certas ocorrências ocorrê ncias mais sintomáticas sintomáticas da presença subversiva do inconsciente através através de mecanismos tais coo a "anulação ou a denegação que estas consolidações experimentais evidenciam Uma outra maneira de dizer que esses mecnismos que participam da "resistência constituem um tanto de argumentos positivos em favor favor da dimensão autêntica e irredutível do inco inconscie nsciente nte que esses métodos científicos esforçamse para ocultar con trário não é das mais originais Tam Certamente essa demonstração a con bém não é das mais pertinentes. Pode-se até mesmo considerar o argumento coo totalmente rediitóio Essa forma de alegação lemra bastane algumas perspicácias da escolástica para que a sagacidade lógca de alguns não tenha se exercido exerci do aí de modo algum. O argumento evidenteme evidentemente nte não resiste a um exame epistemológico aprofundado. No caso de Popper empnha-se em estaelecer que se a psicanálise é irrefutável é somente porque estava "protegida desde o início e assim persistiu (37) Irrefutável no sentido como observa Bouveresse de que "toda refutação possível da teoria é transformada automaticamente através de ua reinterpretação apropriada em ua confirmação suplementr (38) O autor afirma com razão que o argumento "que é extraído da explicação de que a teoria analítica pode ela própria oferecer resistências que ela suscita é certamente interessante e importnte do ponto de vista psicológico e sociológico; mas não tem nenum valor epistemológico (39) Essa ausência de vaor episte mológico deverse-ia essencialmente ao fato de que "a explicação que o psica nalista dá da rejeição com a qual se choca sua explicação está exatamente no mesmo plano que a própria explicação (40) Assim é preferível alisar a falta epistemológica que opera nessas tentativas de validação científica da teoria psi canalítica por outras vias Ua dentre elas parece judiciosa por pelo menos duas razões Em primeiro lugar permitirá evocar através de ua analogia concreta o princípio dessa confusão Em segundo introduzirá diretamente ao gênero de alienação que se observa face ao inconsciente no registro da "neurop siquiatria A falta epistemológica teriormente citada é de fato, a questão atualmente levantada pela etiologia genética da esquizofrenia Conhece-se a querela e o eprendiento que fundamentam a importância desse roblema A esse respeito ua excelente lição de epistemologia não faria mal E este nsinamento luminoso é dado pelas análises de Stewrt(41) cuo rigor e inteli 36 37 38. 39. 40 41

ratio nnel et e t l'irrationnel l'irra tionnel as a s la psychanalys psychanalyse e i "Rason pésene n° 4, 1978 p. 25 D Widlõher Le rationnel P A hilpp Th pilosophy of Karl Poer, 1974 Openort-La Sal llinois vo l p. 985 psychanaly analyse se slon slon er,  Ci J. Bouveresse Une il/usion de grand avenir: la psych Cique que n 346,976, p 299 Ibid. p 297 J. Boveesse Wittgenstein, la rime et la raison, Par is-Minuit 1973 p 208. J. SewrtGénétiqe t schizopréni in e Monde", 5-6 no 1978,  2

50 fael Dr

gênc crtcos esclrecem o mlentenddo sobre o qul se elbor esse erro epstemológco. Sgmos  nálse de Stewrt sobre  questão d esquzoren Sá que a esquzofrea é de oigem genétca? Com essa quesão, o velho ebae 'heedtaedademeo connua a nvad a psquaa Paa qe esse veneável debat, tão estél quano ntemnável, possa contnua a suscta agtaões, ao meno uas con conões ões devem se peenchdas peenchdas pmeamente m pmeo luga, é pecso que a quesão seja seja nsol nsolúvel úvel (   ) Mas, em segundo segundo,, e so é sem sem dúa mas mpotane, é necessáo que a questão ecuba uma confusão epstemológca a que todos possam nela pojeta suas posões deológcas sem oava coe o sco de u esmeno nos fatos" (42)

E o tor rejet o prncípo dess conusão trvés d segunte metáor ma analoga poeá nos ajuda aqu ma cana em uma sala com uma tele são pe escob que se apeta o boão o neupo, uma magem apaeceá na el Uma feena no estado do botão poe se assocada a uma feença na pesea ou ausênca a emssão Achaíamos absuo ze que o boão é a causa d emssão. Achaíamos potano absudo o pojeto e compeene a emssão fazeno a análse a composão químca do boão ems são ao estado do boão, o que é escam escamoea oeao o é não som somen enee Quano se euz a emssão 0 apaelho eleônco a elevsão e do emsso, mas ambém e sobetuo o fenô meno socal a mídia; quando se quer reduzir a esquizoenia a um gene, o que é eamoteado , não omente, o processo pcodinâmco no epírto de um ndvíduo, ma ambm c obretdo o fato de que a loucura é um fenômeno ocial" (43). É ex extmente  ncdênc de semehnte confusão epistemoógc que tr

vess de um um ldo  outro os projetos de vldção centíc d teor nltc Nest crcnstânc crcnstânc precer oportuno concordr com  revrvolt epstêmc preconzd por Stewrt Essa suaão paecese cuosamente com aquela o ebate sobe a exsênca e Deus,nde se escapou a dfculdade quando se subsuu a quesão: 'Deus exse pela quesão O que faz com que as pessoas se faam essa pegunta? (44).

Interessnte retorno Tentemos então est substtução: o que z com e as pessos se questonem d vldção centíc d teor nlítc? Pode-s sugerir que ser tlvez  pscnálse que pudesse responder O problem culm na então e um complexdde epstemológc bem mor Em outrs plvrs e acets que  pscosolog justfc de um mer expermentl qul ue as ters pscnltcas, sso equvle necessramente  dmtr que o ncncente e reduz a um epenômen dos proceso neurofsilógicos. Introduzd esa lusão engajse com el  gnde fntsa ucdor e totlzdor que noalmete sustent s produões postvs e centícs: lbid., p. 2 43. Ibid., p. 2 (o gifo é m) 4 J. Swa,Génétique ct schyzophrnie op  4.

A-Cientfcad d Pscanál 51

"Os dads reclhids recbre td  camp d cnhecimen: d biquímica à psiclgia psicnltica. Há aí uma situação nova e únca na hstória da antropologa ue sem dúvida, permitirá ampiar nossa concepção do homem, considerada em sua dupa dimensão psíuica e material" (45).

É evidente que essa declaração exigiria por si só um esudo muito subs

ncial se quiséssemos explicitar odos os clichês posiivisas que evoca. Limiar meei simplesmene a salienr a reprovação que nutre em e m relação ao a o inconscien e e à psicanáli psicanálise se reduzidos nesa cir circuns cunstâc tâcia ia  o que não é um acaso  à dimensão de uma psicologa". Desde enão avaiase o ineresse dos sábios disposiivos desinados por exemplo a demonstrar a validade das hipóteses freudianas sobre o papel das pulsões geniais no sonho (46), medindo a ereção com o auxílio de um eferidor a mercúrio ( 47) Examnemos essa validação para ver sob que aspecos a cegueira episte ológica infiltr infiltrase ase e engana para abonr a idéia de uma auênica auê nica "confirmação " confirmação experimental da teoria Para iso reporemo-nos aos resulados do protocolo dessa experiência -

O despertar foi provocado em diversas fases da ereção no início, quando está fraca; em seu seu máimo no n o momento das detumescências detumescências bruscas (     A in inte tens nsid idad adee da ereção  avaiada em função da variação da circunferência peniana medida em miímetros Três intensidades de ereção são deste modo distinguidas: )eve, uando o aumento da circunferência varia de O a 7 mm; 2) moderada para u aumento de 8 a 16 mm 3 forte para um aumento superior a 17 mm" (48)

O relaor apresenta as seguines conclusões: seguintes fórm fórmuas uas.. A ereção é Fischer resumiu o conjunto de seus resutados nas seguintes franca a cada vez ue o conteúdo onrico, atente ou manifesto,  de natureza sexua, sem acompanhamento de angústia ou de agressividade  ereção desapare ce uando surgem a agressividade a angústia ou outros afetos negatvos (ciúme, ressentimento rejeição) isto  em todas as atitudes ligadas à castração, tomada em seu sentido amplo de privação, perda ou ausência do que  o ojeto de investimento iidina" (49).

Pode-se com base em tais conclusões validr "as hipóess freudianas sobre o papel das pulsões geniais no sonho (50)? Em primeiro lugar observa-se que o que essa experiência evidencia nada mais é do que uma correlação objetvamente quantcável entre manifesações so máticas (ereção/ (ereç ão/ detumescência e coneúdos oníricos (eróicos ou não-eróicos não-erói cos . No máximo, essa correlação nada significa além do fao de que á coisa geni45 A. Bourguignon, Neuropysologe du rêe et téorie psycanalytque op cit, p. 28 (o grifo é meu) 46. Ibid, p.  47 C Fischer, J Gross, J Zuch, A cyce of pene erection synronous wth reamng (REM.) se: prelminary rort i A. M. A "Arch Gen Psychiatry, 1965 12 p 29-45 4 A Bourguignon, Neuropysologe du rêe et théore psycanalytque op. ct. p. 22 49 Ib., p. 22 50 bi p. 22-23

52 JoC Do

ta no soho erótico Essa é uma constatação constatação trivial que quaquer um pode fazer sem recorrer paa tanto a tão engehosos dispositivos de experimentação Por outro ado, avaiase imediatamente a insuficiência do procedimento experimenta sabendo que a teoria anaítica não limita a referida Coisa genital genital apenas aos sonhos eróticos. Em outras plavras, a experimentação aqui eaborada oculta competamente, entre outras coisas, a questão do simbolismo no sonho e os arcanos sutis e desconcertntes do tabaho do soho. É preciso admitir que sob o pretexto de valida cientificamente a teoria anaítica do sonho, a intenção experimental consiste, uma vez mais, em ular impicitamente a originalidade do inconsciente e sua estratégia dinâmica O que equivale a atribuir ao sena da experimentação objetiva um papel que visa essenciamente a reduzir a teoria naítica e o que enuncia do inconsciente à medida de uma simples expressão psíquia dos proces processos sos neurofisiológ neurofisiológicos icos Reen conramos, então, em fiigrana, a veha idéia filosófica do paralelsmo somopsíquico preprada para as necessidades da causa psicofisiológica De outra parte, essa estratégia experiment que descohece a natureza dos processos inconscientes enfeudandoos em um substrato neurofisioógico, não a acança senão ao preço de uma petição de princípio a qua definitivamente subscreve subscr eve a cegueira epistemológica De D e fato, uma das concl conclusões usões da experiênc expe riêncaa tende a justificar a detumescência apeando pra "todas as situações ligadas à castração(S). Percebese imediatamente o paralogismo que sustenta essa dedu ção O eperimentador encontrase na necessidade de recorrer à castração supor portanto como previamente estabelecida a vlidade dessa noção tal como ea se encontra expressa nas hipóteses freudianas sobre o pape das funções genitais no soho (52), a fim de justificar o resultado de uma exper e xperiência iência cujo objeto é, precismente, demonstrar a vlidade dessas hipóteses. Esse arranjo epistemoógico não está muito muit o de acordo com uma prática pr ática "cient científica ífica  coseqüene coseqü ene Em um terreno minado minado de d e semelhantes semelhantes ambigüidades, será tanto mais mais fáci manter a pscnáise em um espaço sujeitado à ordem da amálgama e da colu são E as especulações analíticas ressoam imediatmente em uníssono com har monias poéticas e reigiosas: "O que acabamos de dizer da psicanálise aplca-se igualmente à poesa. É fáci encontrar nos Vedas da Índia na lteratura do grande século da Grécia, na poesa de todos os tempos e de todos os países, verdades sobre os sonhos nas quas não s queria mais acreditar há muto tempo e que a neurofsiologa impõe novamente à noss aenção" (53).

Não se poderia ter mehores prova do desmentido aqui alimentado pela icanise, se é preciso convencerse a coidera a neurofisioogia como a iência que nos autoriza, enim, a reata com alguns corpos de expicação sobre a significação dos sonhos Essas últimas decarações restituem bem, sob o aspeco da caução científica, a base de uma risória denegação sim ao inconsciente; no ao que a psicanálise dee enuncia Bourguignon, Neuophysiologie du rêve et théorie psychanaytique, op . cit, p. Ibid p.  lid. p 6 (o gfo é mu).

1 A 5 53

22.

A-Cientifcidae da Psica1íle Psica1íle 53

Em um outro registro, o da "filosofia psicológica, lembremos-nos, por exemplo, da insidiosa nuance introduzida pelo filósofo Pradines (54) a respeito consti tuição" e o inconsciente do inco inconsci nsciente, ente, entre o  inconscient inconscientee normal ou de constituição" normal ou de dissolução Distinção que ilustra particularmente bem a observa ão de Freud: .



Fao propositadamente de 'nosso inconsciente pois o que chamamos assim não coincide com o inconsciente dos fiósofos" (55)

Distinção retoada por Lacan O inconsciente freudiano nada tem a ver com as formas ditas do inconsciente que o precederam até mesmo que ainda o cercam (   ) Leiam a bessima enumeração que fez Dwesauwers em um ivro pubicado á cerca de quarenta anos pea Fammarion Ee enumera a, oito ou dez formas de inconsciente que não ensinam nada a ninguém, que simpesmente designam o nãoconsciente o mais ou menos consciente e, no campo das eaborações psicoógicas encontrase mi variedades supementares" (56) 

Releiamos Pradines Há, na vida menta, um nconsciente de constitução, que é seu germe que perma nece sua condição e eemento e que qu e (   ) consegue nea se integrar muito natura mente e um nconscente de dssolução que é seu resíduo ou detrito que é mais seu obstácuo do que q ue a condição de seu funcionamento funcionamento e que (    ) per perma manec necee por natu reza inassimiáve a seus eementos constitutivos" (57)

E ele possegue Nossos instintos nossos ábitos ábi tos mais mai s cegos na aparên aparência cia testemunam testemunam freqüent freqüente e mente uma seetividade uma intencionaidade que não perdem em quase nada àqueas de de nossas atividades atividades mais consci conscient entes es (    ) Mas reci reciproc procamen amente te nossa ativi ati vi dade mais consciente não iria onge de uma espontaneidade uma impusividade secret sec reta a que é quase impossíve distinguir dis tinguir do d o automatismo não he fizesse constantemen tem ente te compania e le prestasse socorro"(58). socorro"(58 ). Esse inconsciente seja sob sua forma aparente de espontaneidade seja sob sua forma aparente de automatismo sem o qua a vida consciente norma quase não poderia se sustentar, é evidentemente um inconsciente normal como a atividade à qua se integra" (59) Existe um outro ao contrário cuo caráter constante é estabeecerse à margem da consc�nc cons c�ncia ia e trabaar mais ao encontro de seus propósitos de síntese e de unifica ção E o inconsciente do qua Freud e sua escoa mostraram tão bem o poder 54 M. Praines, Taité de psychologie générale, Pars PUF, 1948, 3' e, tomo I . Reeção Paris, PUF, "Dito, 1987 55 S. Feu, Die taumdeutung, GW. II/III p 616. 56 J. Laca Les quate concepts fondamentax de la psychanalyse Pars Seuil, 1973, p 26. généale , op  c., p 10 5 M Pres Tra é de psychologie généale, 58 bid p. 1-12. 59 bid  13 (grifo é meu)

54 foi Dr

dissociatvo na libdo com seu trabalho de destruição contra o poder de sntess e de controle"(60) "Assim "Assi m se criam na atividade ati vidade ment mental al essas espécies espécies de oc ocos os de consciência disersos que oram o objeto da crônica psicoógica de cinqüenta anos atrás e cujo estdo serviu de base para o reudismo  reudismo Essas criações aparentes aparentes de consciência esporáica são na realidade, os sintomas da dissoução da consciência"(61) "Esses estados de consciência anormais são de dissoução ou de desagregaçã. É seu caráter próprio tender a tomar o ugar da consciência normal De modo agum, são subordinados a ea mas opostos; não são seus eementos, mas seus resíduos ou, melhor, seus pedaços"(62) "Quer seja considerad em sua natureza, em seus eeitos ou em suas causas, o inconsciente da mais vasta iteratura psicoógica apresentase como proundamente dierente do inconsciente da vida normal, e não se pode sonhar em azer com ue o primeiro advenha advenha do segundo através de desenvovimento direto e sem o socorr de causas extrínsecas importantes" (63) "De mo modo do algum algum conseqü conseqüen enteme temente nte o inconsciente do ti tipo po anomal pde sta peset como uma espécie de modelo crescido do inconsciente normal: mesmo quando dee s orma (se temos que admtir a hipótese para aguns casos, o ue nos parece certo) é sempre sua deormação Nenhuma explicação do inconsciente patológico pode se considerda omo ipso Jato vida para o inconsciente normal e é sem dúvida lamentável que a assimiação comum ue se az de um e de outro tenha impedido o prosseguimento das pesquisas indepen dentes sobre o iconsciente normal, do qua s pensou estar suficientemente eca recido pea imensa investigação organizada em torno de seu patético ria4) "Quer dier ue há um inconsciente norma necessio e sadio, e um inconscient anorma, evitável e mórbido e é um grande engano conundios conundios deberadamen de beradamente te ou por preteri preterição ção ( 5) 

Essa loga citação é particularmete rica em esiametos. Já se pode recs que, além do paralogismo atavés do qual uma tal distição se estbe ece, essa es sa dicotomia acerca do icos icosciet cietee desc descoh ohece ece em uma cegueira deso cetate, ão somete o que fudameta, mas tambm o que egitima a eucda ção teórica freudiaa Por outro lado, e essa distção só vale a medda em que aela implicitamete para um copo de doutrias, o mímo, discutveis, d ue os picípios de Jackso aplicados à questão da d a doeça metal(66) e ao que ntoduzem de uma cocepção orgaicista da loucura, cujos desevolvimeo mais recentes e magistrais poderse-á econtrar or exemlo, em Ey(67).  Ib, p 18  b p 8  M. Pranes, Traité de psyclogie généale p ct, p 22. 3. Ib, p 2 6. b p 2324 ( grf é meu  Ib, p 10 ( gr é meu)  J H acks Selected witings of of joh johnn Hug Hughling hlingss jackson, jackson, ed edit it.. pr ames Tayl, Lnes, Hde/ Hde/ Sougtn, 1932. d'appi cationn des pín píncpe cpess de de jac jackson kson  une conception oganod oganodyamqu yamquee de a neu neuo- o-   H.  Essai d'appicatio lrie, n "'encéphae, 1936, n° 5 p 31-356, 1936 n 6, p 3123. Tese retmaa em "Ds é dt• Jn à un méle ganynamque e la psychiatre Tuluse, Priva 975

A-Cientcia da Psicanál 5

Conhece-se a importância dessa questão e sobretudo o empreendimento  se encontra a ela relacionado: o problema da psicogênese das neuroses e das icoses Assim, não é sem dúvida um acaso se o argumento princeps que cntesta uma concepção essencialmente organicista da doença mental é um rgumento psicantico que reintroduz, ipso facto acto,, a questão do inconsciente e a  ertin ertinênci ênciaa de Sua elaboração elaboração teórica t eórica Como prova, a surpreendente interven o de Lacan(68) que vem aceitar o desaio "organo-dinâmico" lançado por Ey or ocasião de um célebre colóquio em Bonnval Além da questão undamental que levanta quanto à etiologia da doença menta, essa brilhante discussão tem o mérito de recentrar,com uma acuidade completamente interessante, a problemática da legitimidade do status epistemo lgico da psicanálise A dicotomia introduzida por p or Pradines na própria própr ia dimensão do inconsciente inconsciente ncerra uma contradição maniesta Essa contradição originase no reconheci mento de uma dupla dinâmica inconsciente cujos termos, inalmente, querem xcuir-se uns uns aos outros Essa dicotomia adere de pleno direito dire ito a uma convicção convicção organo-genética da doença mental, apesar das reservas eitas por Pradines a respeito da teoria psicanalítica e, mais precisamente, do inconsciente patoló patológic gicoo " do qual, lembremos, ele concorda que "Freud e sua escola tão bem marcaram o oder dissociativo na ibido"(69) Aliás, nessa ocasião, Pradines não deixa de ortalecer sua tese azendo referência ao organicismo clássico, iso é, convocando a caução de Delay: As teses de Jackson encontraram mais geralmente um eco na França na concepção das relações da psicologia e da psiquiatria que Monakow e Mourgue defenderam Introduction biologiqe à /'étude de  neurologie Alcan 1928 e ean Delay Les astéréognosies, Masson 1935 e Les dssolutions de la mémoire PUF, 942 Esta última obra define muito bem seu princípio nesta situação: A sintomatologia das doenças condição ão um elemen elemento to positivo positi vo e um elemento negativo negativo ervosas tem uma dupla condiç Não estando a evolução inteiramente dissolvida, persiste um certo nvel de evolução Dizer: soer a dissoluão equivale a ser reduzido  um nível inferior de evolução. A doença produz apenas sitomas mentais negativos, e os sintomas mentais positivos são o resultado de elementos nervosos não afetados pelo processo patológico, que manifesta a atividade do nvel de evolução inferior que persiste'"(70).

É exatamente em uma semelhante concepção "dissolutiva", até mesmo

"dficitia" da doença mental que reside a aporia a poria O conceito de "dissolução" reclama necessariamente um correlato: "a hierarquia organogenética". Ora, a iéia e  e uma hierarquia organo-genética organo-genética recu recusa sa implicitamente a psicogênese da toogi mental e, com ela, a noção de inconsciente, pelo menos na acção i uiizad por Freud. Encontramos aqui a déia principa sustentada por Ey no decorrer de sua ora, idéia aticularmente bem expressa nas órmulas surpreendentes da Introão  cóquio de Bonneval sobre a causalidde psíquica: 6

} Ln e o!. Le probléme de l psychogénése des névroses et des psyhoses, Colóuio de Bonneva,

19, Delée de Bouwe 1950 6

t téé de psyhologe générale, générale, op it M Pradine  it p 8. d e psychologie psychologie généra/e, op ci p 70. } . Dy itado por M Pradines, n Tté de

� Jojl

Dor

23.

"A vida psíquica começa com a organização constitucional individual, isto é, com a dierenciação dos caracteres (base tímica da personalidade) e das funções neuro lógicas instrumentais próprias a cada um (qualidades sensoriais, mnésicas, verbais, práticas, gnósicas, associações etc.) A cada etapa do desenvolvimento dessas unções corresponde uma organização sintética da personalidade que constitui a atividade psíquica propriamente dita"(71) "Toda teoria genética genética e dinamista da atividade psíqui psíquica ca condu à noção d e picgê nee normal e repudia a de psicogênese patológica"(72) "Assim, parecenos natural admitir uma psicogênese pura da vida psíquica normal e livre, que parece necessário admtr uma organogênese da patologa mental"(73). "Garanto que basta examinar todas as controvérsia controvérsias, s, discussões e disputas sobre o diagnóstico entre o normal e o patológico para que se torne evidente que o pensa mento patológico não se distingue (mesmo aos olos daquees que não querem aceitar este ponto de vista) senão pela dierença dierença que separa, de ato e de direito, a psicogênese da organogênese Ora, essa dierença é uma exigência lógica de toda teoria genética da hierarquia das unções Não se poderia escapar a ela, e se alguns como Freud parecem ter se subtraído a essa necessidade lógica, é porque sua teoria geneticista é totalmente incompleta. De ato, para Freud, o conjunto da vida psíquica permanec permanecee ligado ao instinto, ela não "se desenvolve" e não há nenhum lugar em seu sistema para uma atividade psíquica verdadeira e livre"(74) "Em nossa concepção, a psicopatologia entra sempre e necessariamente no quadro das variações isiogenéticas que têm um valor deicitário e irredutível no desenvol vimento vime nto histórico da personalid personalidade" ade" (75).

Mais do que prolongar imprudentemente o inventário dessas teses de Ey, or outro lado sabiamente desenvolvidas no decorrer de sua longa e rica obra ormulemos alguns elementos de observações. Em primeiro lugar, vêse como é irrcusável e constante a referência organogenética que vem subentender as tses do filósofo Pradines sobre o inconsciente e sobre sua teoria. Em segundo, é ncessário constatar que a caução epistemológica aqui trazida pelo discurso de radines nada mais é do que a caução "científica" de que se reclama a concepo siquiátrica organogenética da doença mental Concepção que equivale a saprovar radicalmente a especificidde da teoria psicanalítica do inconsciente, ém das concessões que, no entanto, retende concederlhe até mesmo em rão das próprias concessões Há, a, algumas dificuldades em querer integrar o inconsciente em um ro de doutrinas que por outro lado não deixam de interromper u eliminar u rncípio riginal. A supressão desss dificuldade não ode se efetuar senão  ro e uma operaão ilusória de dicotoma desempenhando aqui função  vitao: "o nconsciente normal"  o "inconscient atológico" em Pradines; ivisã ormulada de outr outroo modo or Ey "psico "psicogênese gênese da da vida síquica normal normal e ivre"  "organogênese da atologia mental".    74. 75

H Ey e ol, Le probléme de la psycogénése des nroses et des psycoses, op cit, p 12 bid., p. 13. (o gfo é me meu u . Ibid ·p 14 (o gifo é me) bd, p 14-15 bid. p 17

A-Cntfcdad da Pcaná 57

Essa dicotomia remete à própria base da aporia levantada pela questão dos lmites respectivos da psiquiatria e da neurologia; em outras palavras, da neces sidade em que se encontra conduzida a psiquiatria de ter que especificar a originalidade de seu objeto e de seus métodos próprios em relação à neurologia 76). A aporia reside no fato de que essa especificação constitui-se através de um procedimento freqüente freqüentemente mente doutrina, doutrina, na n a fata de ser reamente reamente teórico, que se se oferece a economia de uma apercepção realmente analítica do inconsciente A evitação dessa apreensão evoca então um artifício para encontrar uma medida de solução coerente, isto é, adequada aos pressupostos que subentendem as construções teóricas de Pradines ou de Ey A dimensão desses pressupostos jamais resultando senão da profundidade de um "Eu sei, ma mass assim mesmo mesmo   ", o argumento escolhido consistirá em um tratamento judicioso do inconsciente e de sua teoria, ao fina do qual, transfor mado, convertido, encont encontrará rará o lugar conveni conveniente ente qe q e he  cabe, baseado na aprovação de ter respondido às normas de coormidade E ao preço de um tratamento da mesma ordem que Ey pode escrever a psiquiatria implica a interpretação psicanalítica do simboismo dos afetos inconscientes"(77) Essa referência requer, aliás, que aqui nos detehamos mais longamente, pois é total mente essencial: "É nisso que a psicanáise é para nós um método que competa a anáise fenome

noógica peo entreaçamento daquio que na consciêcia do imaginário, figura o mundo das fantasias e daquio que nessa produção simbólica representa a eficácia do recacamento e da denegação que a possibiidade de ainda estar consciente impõe E isto vale também para a patoogia do campo da consciência onde tornar se iconsciente é tornar-se (ou permanecer) o outro que o Ego tem que ser. Esse é o sentido para mim imprescritve da integração da psicaálise à psiquiatria Ela é normalmente baseada 1a subordinação do nconsciente ao onnte na organzação ontológca do coo psíquco', pos esse é o verdadeiro sentido da dreão do go e do sistema de realidade (  ) Mas esse recurso à doutra e à prática pscaaticas se for perfeita mente justificado, requer também uma revisão da teoria do apareho psíquico e do racamento pois a anáise freudiana fundamenta não requer a onipotência do inconscie inco nsciente nte mas o contrário contrário" " (78)

Encontrase, aqui, sob uma forma que se torna finalmente habitual, a argu mentação positivista contemporânea a respeito do inconsciente e da psicanálise De fato, a época não permite muito à crítica advir so o aspecto da diatribe selvagem, nem mesmo sob a forma de uma polêmica inflexível Ela se formula, a partir de agora, sob uma feição mais enganosa, assumindo, paradoxalmente, para atingir seus fins, as figuras bem conhecidas da anulação e da denegação. Anulação e denegação no sentido em que a referência psicanaítica, chamada a tilhar o destino de um processo de doutrinas, de elaborações teóricas e de partilhar par 76 A naureza da ambigüdade evantada por essa quesão é muio bem apontada pelo esudo de P. Berner que expõe sem sar todo seu caráer de comprosso e de arranjos ercos no nimo em seu título: A propos de la srcture gnoséologque de la psychatrie (A propsito da esruura gnoso lógica da psiquiatria) i " Etudes phosophiques pho sophiques Pars PUF 1978,n 2 p. 187-194. 187- 194. . H E, Ds idées de fackson à un modle organodynamque de la pychre. cit p 275. 8. H E, Ds ids de Jakson à un odle organo-dynamque de la psychare op cit. 275-276.

58 /oN Do

protocoos práticos perfeitamente estranhos a seu esprito, encontra-se então negada em sua dimesão inaugura porque expurgada de seu texto, destituída da posição excêntrica que constitui seu ascendente e, em definitivo, contida em seu dinamismo teórico próprio A este preço, conforme os princípios que ani mam e governa a busca do conhecimento verdadeiro, a ilosofia e a Ciência unem-se para entoar o credo positivista do Racional e do Objetivo ica-se então bem surpreso ao ver Ey desenvolver uma querelante diatribe a respeito de categorias como o Irracional ou o Absurdo, cujo terrorismo conem porâneo denuncia e pretende prescrever do campo de investigação da psicopa tologia, em benefício de um "trabaho de objetivação da doença mental a que s reduz, mas que funda a ciência psiquiátrica"(79) Não há dúvd dú vdaa de que no pensamen pensameno o conempor conemporâneo, âneo, o cuo racional prece de a doara da razão (.    Assm se operou uma espéce de ransfernc dos vaores do domno do conhecmeno e do sabe posvos ao domíno eséco, poéco, mísco O progresso do neresse de udo que é mséro, esoersmo, meapscooga, es reorno a uma maga das magens o cuo do bsurdo, do Sonho do Irrea" 80

Essa apologia do Racional e do Objetivo que permanecm, muito vidnt ment, os pontos nodais em torno dos quais toda laboação tórica conte  consistent vem s con�truir, não deve entretanto fazr com que se squeça q rraconal e o não deixam de consrvar se nsse. Prova disso  se é precis preciso o ainda ainda lmbrar é o ssencial da dscobeta freudiana e do corpo tórico que a specifica Ficase tanto mais confuso com o que pode ser, então, rcusado da psicanálise no sentido imprscritvel da in gração da psicanálise à psiquiatria"(81), tal coo a ennde Ey. Aliás, ssa ambigüidade é tirada a limpo em seus últimos scrios: -

se r confundda com com a loucura  loucura "É na medda em que a doença menal não podera ser (o rracona o eséco poéco ou mísco) de odos os homens, que desenvove po sua própra exgênca a medcna que exge que se orne seu objeo De modo qu odos os desvos no âmbo da pscologa da pscossocologa  no da pscans não podem ser senão sistematicamente excluídos do campo da iência psiquiátrica apli cada a seu verdadeiro e único ún ico ob objeto. " (82) O pscanalsmo' nos fornece a medda exaa da funão psquaríca que o movmeno pscanalíco assume. Apreendemos o ma da psquara, sua crse e sua própra raz raz  quando quan do consaam consaamos os que orgnarame orgnaramene ne provene provenenes nes da sms mloga do sonho e da nerpreação dos faos pscopaológcos a dourna freudana e o méodo pscanalíico esenderamse em e aravés de sua concepção da hegemona do nconscene, à humandade nera apagando dese modo (mnando em sua própra base) o conceo pscopaológco E por nunca poder dar cona exaustva mene das doenças menas o movmeno pscanalíco pôde apenas se conenar 7 H. Ey, Dé Déf fense et e t illust ill ustat aton on de la pshiat pshiatie, ie, Paris, Masso, 977, p. 49-5. 80 H Ey, Intoducton à la pschat: l'ntpschate, (A troga os At), in "Encycopde Mé Cirurgicale, Cirurgicale , Psyc Psyciatr iatre e tomo I, revsão 1974, e Techniq Techniques ues Pars Pars  8 H Ey Des idées de kson à un modle ogano-dnamique de  pshatre op. ct p. 276. 8 H. Ey, Défense ct llu�tn de  pyhitri, op ct p. 76

A-Cientjcidad d Psicmulis 59

em negálas, chegando a se proclamar indiferente à sua cura. ( . . . ) Assim, a extravapretensã ensão o dos Insitutos de psicanálise e das Escolas freudianas de substituir substitui r gante pret a psiquiatria negando as doenças mentais (ou, o que dá d á no mesmo, mesmo, não as tratando como fatos fatos psicopatoógicos) psicopatoógicos) constitui a mais estran estranha ha e primordial excentricidade do movimento movimento das ciências humanas de nossos tempos tempos modernos"(83 modernos"(83))

Essa última referência exigiria uma longa e minuciosa análise se quisésse mos descobrir os pressupostos sobre os quais ela se apóia e, de outro ado, reduzir à sua justa medida as declarações atribuídas à psicanálise, aqui interpe lada por Ey em fórmulas no mínimo selvagens e, sem dúvida, um tanto prema turas Por enquanto, essa referência é suficientemente explícita. Bem denota o caráter de alienação introduzido pela "ciência psiquiátrica a respeito do incons ciente e da psicanálise Para retomar e concluir sobre a corrente filosófica em questão, retenamos o que uma semelante filosofia psicológica nega verdadeiramente na psicaná lise na exata medida em que se dá precisamente, por obeto, a ela aderir e, por regra, autorizarse autorizarse a integrála a seu se u corpo corp o de doutri dou trinas nas intrín intrínsecas secas Retenam Ret enamos, os, igualmente, o que essa filosofia encontra de apoio na caução de uma psiquiatria que se mostra, nem mais prudente, nem mais enganosa a seu respeito Observase, assim, que o comércio que uma certa filosofia mantém com a psicanálise, mesmo que possa algumas vezes se mostrar sob um aspecto bene volente, restitui, de fato, o argumento princeps pelo qual a ciência e a epistemo logia positivista sempre soubera exprimir a mca de sua resistência à teoria anaítica, apontando a precariedade de seu status, contestando, até mesmo, sem restrição, a autoridade de qualquer status. Uma outra maneira de formular que não poderia ser recoecida legitimamente leg itimamente senão na medida em que se encon trasse o meio de se alinar ao modelo lógico-matemático e aos protocolos de experi exp eriência ênciass das ciências exatas exatas  cujo paradigma paradigma permanece permanece sempre sempre a ciência ciência físicaa  a exemplo físic exemplo de uma uma psicolog psicologia ia científi científica ca e de uma psicofisioog psicofisioogia ia O sentido desses desvios não é concebível, até mesmo articulável, senão enquanto recacada a dimensão crucial que funda e, ao mesmo tempo, autoriza a psicanálise como um corpo de conhecimento acompanado de uma prática irredutíve a uma psicologia, seja a dvisão do Sujeito. Divisão do Sujeito que impõe que seja repelido de sua posição onipotente, o ascendente de um sujeito que a fiosofia tem interesse em manter no ugar de um cogito se quiser preservar sua posição gnosiológca, como formula Dayan: "Na medida em que uma fiosofia do sujeito tem ela própria necessidade dess inconsciê incon sciência ncia para acreditar nas "evidências "evidências" " da reflexão e para instaála em suas funções funç ões de provedor provedo r autônomo de conhecimentos, conhecimentos, não n ão he é absoutamente abso utamente possíve ronhecer em profundidade a psicanálise, nem admitir seus procedimentos consti utivos Procuraria fazêlo em um espírito concordatário, concedendo à psicanáise, por exemplo, um campo terapêutico e um domínio correato de invesigação em prca reservando ao mesmo tempo para si uma urisdição exclsiva sobre o transcendental" ou sobre as relações do pensamento com o ser pensável, que a denúncia do propósito inscreveria de acto nas impicações do discrso" 84). 4

lbid. p. 74-75. c-de devt vt sujet, sujet, op ct. p M Dayan, D' un c-

60

foi Dor

3

82

Aconece que o sentido da revolução freudiana prescreve que se aceite, daqui por diane, como inconornável o aforismo seguinte "Eu penso onde não estou, logo estou onde não penso (85) Acautelemo nos então com a preocupaço maior de uma filosofia em subverter essa incidên incidên cia irreduvel da subjetividade concedendo sua complacência aos expedientes que lhe sugerem a ambiço de objeividade da "psicologia cienífica ou ainda a nooriedade positivista da "medicina neuropsiquiárica" 2. Filosofia Dialética e Psicanálise* Esta forma de alienação alienação da psicanálise encontra encontra  ao menos menos na nature natureza za do problema a elucidar  uma expressão particularm particularmente ente rica rica e bem-sucedi bem-sucedida da sob a forma que toma o debate, hoje clássico, "Psicanálise e Marxismo. A questo aqui não é procurar apreciar a medida dos empreendimenos reais e importantes que sustentam esse debae. Isto para descartar, anecipada mene, alguns aspectos da crica habiualmene invocados pela abordagem des ses emas explosivos Trata-se, antes, de deerminar o procedimeno subjacente que subenende ese processo especulaivo em que a psicanálise é interpelada pela filosofia em um campo de inerpretação, em um universo de discurso, de conceios, de prát práticas, icas, que, anda and a que sejam legimos em si mesmo, mesmo , não deixam e ser radicalmente esranhos a seu esprio Se examinarmos as numerosas argúcias que, alernadamente, confronam se ou se foralecem nesse debae, observamos imediaamente em orno de que onsenso se repete a controvérsia Eu o formularei da seguinte maneira: a antro ologia marxista engloba a anropologia freudiana ou vice-versa? Quesão certa mene ão essencial hoje quanto era ontem, se admitirmos, nese momento que enhum resulado favorável veo encerrar esse debae Conhecemos as grandes speranças fundadas na solução de compromisso habilitada no caso do "freudo mrxismo Mas conhecemos ambém as profundas desilusões da decorrentes Não é menos necessio reomar a quesão no ponto em que se complica, om o risco de limitar sua origem por raões de economia, à dispua de expres o fr fracesa acesa Disputa surda sob a autoridade de um Polizer em um discurso to hante quano incisivo Bem depressa, Freud foi acusado de er permanecido prisioneiro da ideo ogia dominane de sua época e de ter assujeitado a psicanálise, tano em sua ca quano em suas elucidações eóricas, a um universo de relações sociais gues, levando, por isso mesmo, a psicanálise a engordar a fileira das "ideo s reacionáras (86. Polier denunca ese prncpio nos segues termos: "A ideologia da burguesia não teria sido completa se não tivesse encontrado sua mística. Depois de muito tatear, parece tê-la encontrado agora: na vida interior da 85. J. Laca L'instance d la letre ans inconscient, in Ecits", op c p 17 desenvolvido em Esquisses Psychanaytiques n2 5 Prv Prver eraa de 19 1 986 - p. 49/68 49/68.. • Este tem foi desenvolvido 86 La psychanalyse, idologie éactionaie é o título de um céebe atigo publicado em junho de 1949 em "L

nouvelle ciique, n 7, 1949.

A-Cientifcidade d Picnálie 61

psicologia A vida interior convém perfeitamente a esse objetivo Sua essência é a mesma de nossa civilização, a saber, a bstração: não implica senão a vida e o homem em geral" (87)

O que equivale a dizer, coo formula Scalabrino(88), que "a hipótese do nconsciente repousa na ausência de ua crítica da ideologia burguea", o por quê,, no máximo, quê máximo, do caáter caáter idealista da d a psicanál psicanálise ise denunc denunciado iado por Politzer Politz er A primeira conclusão importante desta análise é que os psicanalistas estão realmente errados em acreditar que a psicanálise e o inconsciente são inseparáveis Não pode ser assim, pois a inspiração undamental da psicanálise é precisamente a orientação para o concreto, enquanto que o inconsciente é inseparável dos procedimentos constitutivos da psicologia abstrata" (89)

A psicanálise cai assim no descrédito geral da "tendência idealista reacio nária, muito difundida a ciência psicológica burguesa atualmente a serviço do imperialismo que utiliza esse ensino' com o objetivo de justificar, de desenvol ver as tendências instintuais mais baixas e mais repulsivas" (90). Após ter insistido sobre o caráter renovador dessa "ciência jovem e aerta" Politzer não cessará de convidar para que seja ultrapassada: "Todo o undamento teórico da psicanálise deve ser reeito(91) A psicanálise é apenas um começo, é prisamente apenas um começo e é necessário, agora que tudo está esclarecido, prosseguir as pesquisas colocandose em um novo ponto de vista" (92). "Os atos tocados pela psicanálise devem ser retomados para serem compreendidos corretamente" (93)

E Politzer profetiza o "fim da psicanálise(94) "É provável que hoe a psicanálise sora um destino análogo ao da renologia e do

hipnotismo Como eles, ela á  á pertence pertence ao passado" (9 (95) 5)

Por um cruel golpe do destino, Politzer chegará a denunciar a psicaálise coo instrumento ideológco favorável à barbárie do nazi-fasciso(96), do qual ele próprio pró prio será ua das infelizes vítimas. vítimas. Além do denegriento ideológico, aém das acusações profétcas de prin cípio, é preciso poder distinguir em torno de que argumentos fundamentais se apóia essa condenação. A idéia diretora, que parece alimentar e sustentar essa diatribe, consiste em ver na psicaálise ua "concepção idealista das relações desndements de In psycwogie, op cit 87 G. Politze Critqe desndements 88. C alabino Le discours marxiste sur la psycanalyse in "Onica? Anaytca" n 11, 978, p 46 89 G. Politze Critique des fondements de la psycwlogie, op ct p 91 90 Extaído do Dictionnaire abgé de philosophie citado po C. Scalabino op ct p 47 9 G. Poltze Ecrits, Pars Edt. Soces 1969 p 12. dess ndements de l a psycwlog psycwlogie, ie, op cit p 262. 92 G. Politze Critique de 93 G Politze Ecrits,I, op cit p 302 94 G Poitze L jn de la psychanalyse, in Ecits li, op ct p 28-302 95 Ibid. p 302 96 Ibd p. 29 294295 4295 62 fe/ Dor

indivíduo-sociedade como formulrm depois de Politzer, em 1949, oito ps uiatrs comunistas (97) Em seu texto sobre O fim da psicanálise, Politzer enun ciava que "Freud e seus discípulos jamais chegaram a uma clara compreensão das relções entre o indivíduo entre a lei psicológica psico lógica indidul e a lei históric 98) Uma outra manera de formular o problema indicando que a psicanálise procura explicar a hstória através da psicologia e não a psicologia través d história (99) Encontramos ess idéia desenvolvida de outro modo n mesma declaração da Nouvelle Critique: "Toda doutria doutria que tede a explicar as rela relaçõe çõess do d o idivíduo idivídu o e da d a sociedade sobre sobre a base de uma cocepção da 'atureza do idivduo isolado deforma de sada o setido do problema" (100). É exatamente em torno dessa idéa de que se vlid  tese do "conservis

mo freudiano e daquilo que se atribui de mistificação ideológica  u psicanálse que, segundo Poltzer enrqueceu ncontestavelmente o rsenl ideo gco da contra-revolução (101) De onde este eco, da declaração de 199, estinado a confundr a adversidade "Aida que algus psicaalistas possam pesar assim, acreditado siceramete no desiteresse do que deomiam sua ciêcia, ão é possível dissociar a psicanse do uso político que dela é feito e que algus estão dispostos a repudiar, qualiica do-a de falsificação" (102).

Considerando, todvi, o caráter incisivo dessa declaração, conhece-se o preço da "revisão, em vgor desde os anos cinqüenta no pensamento mrxis ue teve de ser pgo n maneira de reformular certs questões cruciis de bse "A tomada de cosciêcia, o decorrer dos últimos quize aos, de um certo úmero de descohecmetos descohecmetos e de deformações do marxismo que, em muitos caso casos, s, tiham alterado ossas aálises teóricas dos aos ciqüeta, e em particular a tedêcia a uma subestimação esquemática da complexidade das relações qu podem existir etre trabalhos ao meos parcialmete cietíficos e as fuções d mistificação ideológica que preechem, mesmo que seja sem saber" (103)

Tendo esses retoqu retoques es teóricos teórico s permitido pr preend eender er como é di diíci ícill esc escla la r a dialétic das relações entre ciênci e ideologia não deixaram de repercutr o vel do debate: "psicanlise/mrxismo. E a uestão manifestou-se sob u fora ue se ueria nova: 97 Cf L psychanalyse, idéologie réactionnaire, i "La nouv nouvee ee critiue" critiue" juo de 949 98. G. Poitze, Escrits I, op ct p 293  a psychanalyse, idéologie réactionnaire, op ci p 67 00. to Ibid tOl G Poitzr Ecrits l op cit p 280 102 G. Poiter, La psychanalye, déologie réactionnaire, op. cit., p. 61. 103. L. Se Psychanalse et maéialisme historique, in "Pour une crtiue marxiste de a théore

nayique" Pri Edt cile, 1973, p 201-202.

A-Cintijcidade a Psinálise 63

Nos debates de idéias conemporâneas o probema que abordamos colocase então na maioria das vezes sob a forma de um diema polêmco: psicanálise ou maeriasmo hsórco? Marx é cego ao desejo dz um ogo as próprias razes do homem. Freud ignora a dialética das relações sociais diz ouro ora é a base de quaquer fao humano. E as enaivas de conciiação entre entre marxismo marxismo e psicanálise freqüenemene denunciadas como suspeias aé mesmo francamene fraudulentas pelos pscanalsas ou peos marxistas não fazem senão complcar sem movo o problema em sua base muio claro que se trata de responder qua é exaamene a relação entre a ciência do inconsciene que a psicanáise pretende fundar e a cênca das reações socias da qua o maerialsmo apresenase como base? E qua é sua posição respectiva respectiva no campo de conjunto das cências do homem? homem? (1 (105) 05)

Reformulado o problema deste modo, poder-se-ia esperar ver surgirem, sob uma forma mais agradável, por falta de soluções radicais, ao menos algumas novas elucdações que o sectarsmo dos anos cinqüenta não permtia. Parece entretanto que nada dsso aconteceu, vsto que a "revsão da questão concorre sempree para enfeudar sempr enfeudar os limtes do freudsmo freuds mo ao ascenden ascendenee do materalsmo materals mo stórco stórco.. Atravs Atrav s de uma u ma dissertação que qu e interpelará temas tão fundamentais fundamentais quanto "Pscanálse, "Pscanál se, indvíd indvíduo uo e históra históra  (10 (106), 6), " Presença de uma lusão: lus ão: a natureza humana(107), o argumento leva nevtavelmente aos Limites de Freud(108) Impressionado por Impressionado po r agumas anaogias entre os fenômeno fenômenoss neuróicos neuróicos a  ass como os compreenda e diversos comporamenos socias (  . .) Freud concuiu ue a psicanálse podia não somene intervir eficazmene no campo de conjuno das ciências do homem, mas a desempenhar o papel explcaivo prncpa. Mas isso equvae a admr implcitamene o posulado decisivo de que o psquismo individual pode ser tomado por forma universa de referência, por base real de odos os fatos humanos. De onde aravés de uma cadeia de postulados obrigatórios uma psicologização da sociedade, uma bioogização do psiqusmo, uma naturalzação do homem que terminam nesa quadraura do círculo aás banal dar cona da hisória em ermos essenciamente não hsóricos de uma eora da natureza humana ( . . .) . Quaquer que possa ser o valor da psicanálise no nerior de seus próprios lmes uma coisa aparece desde já como cera é que esses limites passam compleamene fora do campo da hisóra e das realidades sociais a ela perencentes" 109).

A análse não é evdente senão na medda em que se leve em conta  pres supostos doutrinais que uma tal concusão requer acerca da pscanáise. E ver dade que, a partr do conjunto das suposções mplíctas que parecem sustentar o níco ao fm esse apaado da questão, não se pode deixar de enontrar esta vdênca trval que Poltzer já enuncava A psicologia de modo agum detem o segredo' dos faos humanos, simplesmene porque esse segredo' não é de ordem psicológica" (110). 104 bid., p 202 105 bid., p. 206. 1 bid., p 208-218. 07 bid, p 218230 08. Ii. p 230237  L Sve, Pshnlyse t matérialsme hstorque,p. cit p 23023 110 G. Polizer Ecrts p it p 170

64 Joi Dor Dor

Evidência que ressoa muito ingenuamente n seguin seguinte te interrogaçã interrogaçã contemporânea: S o segredo dos fatos psicológicos não é de ordem psicológca, de que ordem é então? S a psicanáse não pode absolutamente revndcar um papel expicativo centra nas cêncas do homem, que outra ciênca, se houver houve r uma uma pode pretende pretenderr a sso? E e que posção encontra-se, em reação a ela, a pscanálse? (11

E a magia dialética opera pelas vias sutis que lhe são familires na dimen são do "psiquismo humano" e da "excentração social"(112), chamando, em socorro, a s sexta exta tese sobre Feuerbach": A essência humana não é uma abstração inerente aos ndvíduos tomados à parte Em sua readade, é o conunto das relações sociais(113)".

Baseado no quê o argumento leva a fortalecer a judiciosa idéia de uma "ciência da base, base da ciência"(114), no fundamento da estrutura que suben tende o campo ds ciências do homem Dizíamos que o materasmo hstórco forneceu a teora cientfica dessa estrutura porque permtu, enfim, que se pensasse de modo coerente e de acordo com o conunto dos fatos conhecdos, as relações entre as duas espécies de aspectos dos fatoss humanos os fato os aspectos aspectos socas e os aspectos aspectos indvduas indvduas  entre as as ciêncis correspondentes portanto As cências das relações socias upam o centro do campo e sto não somente em vrtude de um julgamento de vaor' improváve sobre a mportânca relatva' da sedade' e do ndvíduo', mas porque sendo as cêncas da base dos fatos humanos são necessariamente as ciências humanas d base. Isto vale antes de mas nada para a economa política no sentido ampo que Marx lhe deu, isto é, enquanto cênca das reações socas determnndo em últ relações ões de produção e de troca troca (1 (115 15)) nstânci as relaç

Da "ciência de bse" à psicanálise, o obstáculo está vivamente superado, de modo que "a perda de toque de uma atitude autenticamente materialista no erreno das ciências do homem é o recohecimento, na prática científica efe �iva do papel de ba base se da economia política no no sentido nteriorme nteriormente nte citado citado (   .)  E ao esmo tempo, o recohecimento do fato de que as ciências do indivíduo e do iquismo desenvolvidos articulam-se, quanto em posição secundária sobre as ciência s relações sociais da história na medida em que a individualidade e a vida síquica desenvolvidas, desenvolvidas, longe lo nge de ser serem em dados dad os primeiros ou independentes, independentes, prouzemse na história sobre sobre a base das relações sociais" (116 (116).). Neste ponto da demonstração, resta então ustificr mais mplamente o ssueiamento necessrio d anropologia psicanalítica à ntropologia marxista É cerc disso mesmo que inerviá  peç mestra do argumento que vem unir 111 11 113 11 11 11

L Sv Psychanalyse et matérialsme hstorique op. cit., p 25. lbd. p. 27-245 Feuerbach. ach. K Mrx,Siime thse sur Feuerb sychan chanalyse alyse et matérialis matérialisme me hstorique, op cit. p. 245. L Sve, sy bd p. 246 lbid., p. 247-248 (o gifo é meu).

A-Cimtifcidd da Psicanálie 65

o destino da psicanálise ao do materialismo histórico no caso da dupla especi ficidade da hstória individual" (117) Com a condição expressa de aceitar que a personalidade não é o prolon gamento social social da individual individualidade idade biológic biológica, a, ma mass uma formação social que qu e vem de fora e de acordo com sua lógica própria, investir a individualidade biológi ca" (118), torna-se então possível pensa pensa que "o estudo psicológico das estrutu rações infantis deve apoiar-se aplamente na análise das realidaes sociais extraeconômicas" (119). A implicação imediata dessa habilidade dialética vem não somente defen der a "mistificação ideológica", recentemente imputada à psicanálise, mas tam bém legitima a integração lógica da "ciência analítica" no vasto seio o materia lismo histórico S a psic psicaná anáise ise dev devee ser a ciên ciênci ciaa  o uma das ciênci ciências as  da estrut estrutraçã ração o originária da personalidade umana isto é das formações iniciais de transformação da centralização biolgica em descentralização social induzidas no curso da biografia infantil para um conunto espfico de relações sociais e com a condição evi dentemen dent emente te de que qu e se apóie apói e em ma concepção correta dessas relações, relaçõ es, não há h á nada a que não concorde com o materialismo istórico e que não se integre logicamente na estrutração geral do campo das ciências do homem que deine" (20).

marxista engloba a atropologa À questão inicial levantada a antropologia marxista freudiana ou vice-versa?, o aterialismo histórico pode, a partir de agora, con cluir sem ambigüidade No que concerne à questão geral das relações entre psicanálise e aterialismo histórico consideramos no que nos diz respeito perfeitamente estabelecida a seguinte conclsão: ainda que a psicanálise estea em condições de desempenhar como qeria Freud o pape explicativo principal em matéria de atos humanos é o materalsmo hstórico que encerra a verdade sobre a esttra de conjuno o campo das cêncas do homem centrado nas ciências das relações sociais e, primeiamente na economia política em sa acepção marxista isto é na ciência das relaões de pro dão e de troca, nclu sem nenhuma dúvda a colocação de que a pscanálse se propõe a nvesir cienticamente, mas em posço duplamente subordna da já qe s pode aceder a isso apenas a partir do conheciento das relações sociais elas próprias derivadas das relações undamentais 12)

Visto que em um terreno tão fundamental é sempre preferível explicarse de duas maneiras, ao invés de uma só, retenhamos, uma vez mais, o augúrio da ciência a stória naquilo que professa das vias de acesso à ciência verdaeira: Max

ulto' portanto nada do todo pondo a descoberto a dierena capital qe exe ee o individual e o histórico e atribindolhes sa verdadera r ela ção; bem ao 7 118 119 20 21

não

Ibid p. 252  gí. Ibid, p 2. Ibid., p 255 L SvPsychanalyse et matéralisme hstorque, op. cit, p 255. Ibid, p. 26 (o grifo é meu)

6 6 Jotl Dor

contrário, fundou a ciência da história na própria medida em que desenvolve a primeira crítica radical de sua psicologização humanista Ora, a história é, pra todas as ciências do homem, a ciência piloto, visto que a transformação do natural em histórico é o segredo da honização É por isto que qualquer disciplina psico lógica que, sob o pretexto de que se ocupa eletivaente do indivíduo, até do originário na via do indivíduo, achasse possível ignorar para si mesma tudo o que resulta do materialismo histórico, interditarseia, deste modo, o acesso à ciência verdadeira" (122)

Porder-seia supor o debate encerrado no momento dessa vasta e brilhante síntese dialética; a palavra final sendo que, seja como for "o marxismo perma nece fiel à sua inspiração essencial, que é crítica e revolucionária (123). E no entanto, um dos marxistas mais autorizados, Henri Lefebvre julga ainda útl elevar a crítica à fileira da acusação. De invectvas sarcásticas a incriminações mordazes a psicanálise é novamente coberta de opróbio como na heróica época da "estreiteza sectária dos anos cinqüenta (124) "A mistificação do discurso psicanalítico continua a cobrir a degenerescência da sexualidade (  .) A mistificação psicanalítica permitiu aos piores conservadores incluindo marxistas, paraarxistas, pseudoarxistas condenar o sexo e, ao mesmo tempo, a sexualidade, reduzir o sexo à função reprodutora crescimento demo gráfico) e exaltar o trabalho contra o sexo O ascetismo do trabalho que permite ao Estado socialista antecipar um sobreproduto enorme se justifica Assim se encerra ua série de ficções e de ilusões remetendo uas às outras" (25) .

E o comentarista nquieto interroga-se sobre o que incita Lefebvre a fundar "a desmedida desta acusação através da qual a psicanálise marca a Internacional a Reação Estatal Mundial (126): " A degenerescência da sexualidade'; O prodigioso desconhecimento do feminno por Freud e as escolas que recorrem à sua obra A apologia dissimulada da pulsão de morte, morte, da redução redu ção da d a vida vid a à oposição Eros/Tanatos Eros/Tanato s    enf enfim, im, o esquecimento esquecimento,, pelos psicanalistas, em nome da liberdade sexual, da vontade de poder (libio domnand)" (127).

Portanto, não oi comprovada completamente uma articulação fácil da psi aáise à "ciência marxista das estruturas histórico-sociais da individalida (28) Ao contrio parece manifesto que a questão sempre tropeça na pro mática indivíduosocidad  nest ponto, apelemos, uma vez mais, para ma pstaão signiicativa on a corontaão "maxismopsicanálalise, ori aos o msmo mantnio, concluiseá pela mesma aporia 1. lbd. p. 262-263 1 lbd. p. 268 124. lbd p. 202 1 H Lefebvre De l'Etat I L'Etat dans le monde moderne. Paris U. G E., 1976 p. 138-139 126 C Sbrino, L discours marxste sur la psyanalyse op ci, p. 37 127. Arumenos de H. Lefebvre redos por C Sbrino op. cit. p. 37.   Sv,Marxsm et psyhanalyse n L nouvee critique" ng 37, outubro de 1970, p 23

A-Cientifcidade da Psicanálise

67

Apesar da alegação que visa ultrapassar a recusa violenta formulada vinte e um anos antes, nas colunas da mesma revista, o confronto tropeçará em uma iiculdade similar, enquanto que se propunha a conjurar sua esterilidade (19) Um poblema se levanta: o de uma espéce de exame epstemológco da pscaná lse a pat do materalsmo hstórco Oa para bem especfcálo é pecso evtar de se pergunta se uma teoa engoba a outa, se é a antopologa marxista que engloba a pscanálse ou se é o nverso" 30).

E C Clément precisa "Ceo que se mantém eoneamente a déa de que se pode encaxar as duas doutnas uma na outra ao passo que, na ealdade o encadeamento goroso ente a cênca masta e a cênca feudana deve ser ostruído: não ser deduzido das pemssas já estentes (3)

A distinção "construi/ " construi/ deduzir é das da s mais interessantes Poderia fazer supor que, enfim, vai se encontrar contornado o obstáculo que consiste empôr em concorrência concorrência duas antropologias e, deste modo, mais mai s ou o u meno menoss entabular entabular um diálogo de surdos 132 132 Ainda convém que essa es sa "construção não se efetue por intermédio de expeie_tes teóricos, habilmente organizados a partir de alguma dedução impícita. E, entretanto, exatamente no caminho dessa repetição que se estabelece a negociata Cabe ao psicanalista lembrar que se interessa pelo indivíduo enqunto esse indivíduo permanece o produto indissociável de uma família (133) Ao marxista, disso deduzir, ipso facto, que, como tal, o indivíduo é então irredutivelmente solidário das relações sociais: As reações nraamares ocupam um ugar decsivo mas sbordnado na medda em que o modo de oganzação a estrutura hstóca conceta da famla são determnados em últma nstânca pelas elações socas de que é feta cada socedade que também detemna não sem múltplas medações) a foma que toma esta nsttução formadoa e educadora que é a famíla   )  O ndvíduo é portanto o d as elações socas ntemedadas pela fa fa a; famíla cuja poduto do conjunto das estrutua não depende nem do determinsmo bológco nem do abto dos pas, mas depende da le que ege as relações socas de conjunto" 134). .

Eis, portanto restituída, a "dupla especificidade da história individual que Seve evocava E o mxista corroora essa especificidade randindo as anises 129 Cf Table Table ronde (Mesa redonda) organizada por "La "L a nouvelle critique sobre o tema "Maxisme et psychanalyse, reunindo: A. Casanova, C Clément, B Muldworf, L Sve, S. Leclaire e A. Green in "La nouvele critiue n  out 190 pp 23-24. 10 B Muldworf, Marisme et psycha psychanalyse nalyse,, p 26 3 Cf C Clément, Ibid, p 26. 32. B Mu Mudworf dworf,, Ibid Ibid,, p25 33. A Gree Green, n, bid, p 26 3, Cf A Caanova, Caanova, bid op cit p 27

68 Jaet Dar

da etnologia social que estipula "as consideráveis diferenças na estrutura das relações familiares de acordo com as classes sociais (135). Cabe ao psicanalista "ent " entender ender logo, além a lém dessa de ssa justificção, justificção, a contestação contestação implcita que alguns discutem quanto à universalidade do Edipo, e encadear precisando que, "quando faamos de estrutura edipiaa, este é um determinante primário que é a relação com os genitores O que quer que se faça, até o presente, todo indivíduo nasce com dois pais, um de seu sexo, outro de sexo diferente. Eis uma estrutura que não pode mudar de modo algum Isto posto, pode-se faer com que variem os papéis papé is,, as funçõ funções, es, os contextos históricos, mas neste triângulo não poderão variar as reações sexua das, isto é, os determinantes primários (136. Cad a ve pior Cada pior,, o confronto esgota-se esgota-se através através de questões tão diversas quan to a exclusão do sexo na ciência marxista, a definição do trabalho como procsso resultante do gozo proibido ou como apropriação das forças de produço a necessidade de artcular as leis na relação que mantm com a forclusão do gozo e o conjunto em conformidade. Sobre a base desses esforços "construtivos, pode-se espera espera apenas por ver advi o que, de qualquer jeito, já estava de antemão "deduzido: Assim, o marxsta deve integrar no começo Assim, começo do d o materaismo histórco histórc o os dados da pscanáse após um xne epistemológco séro de suas noções e onceto à luz de no losofa matralsta daéta. Isto me parece mas justo como procedimento do ue esta déia de uma artculação da psicanálse e do 'marxsmo, artculação puamente ideoógca já que reaciona duas probemátcas de conteúdos heterogêneos e assimétricos. () Ora, para nós é a transformação das relações sociais que é a chave da história dos homens, bem como a do indiíduo" (137)

Retenhamos, imediatamente, para exame, duas expressões que parecem das mais significativas, seja: "integrar de um lado; de outro, a fórmula exame pistemológico sério de suas noções e conceitos à lu de nossa filosofia materia ista dialética. Tem-se a toda a medida da intenção sub-repticiamente alimen da pela filosofia dialética acerca da psicanálise Em primeiro lugar, a idéia de ma "captura da psicanálise pela filosofia está implcita visto que se trata tamente parar esta segunda de ntegrar a primeira Em segundo, o projeto de m "exame epistemológico estipulado nas condições ateriormente referidas é ma indicação preciosa sobre a naturea subversiva do processo teórico engajado Já se pode p ode pergunta pergunta,, em que condi condições ções um tal exame exa me deve ser conduido? conduido? Pd-se também questiona a desnaturação inevitável que deve sofrer a psicaná5 bid p 27 6 A. Gree ibd, p 27. Tee de ouro modo forled por um obervção reee de G Rola R olato: to:  A evoução evoução tul em direção à idfereição do homem e d mulher, quto à e, ão deria fazer deaparecer a erioridde d euur ptern om  odção de eorr us egaçõe tua em outr orm oi de utoridde"  Le pre dans /e systne géra e la ano'a "Pyhaye à l'Uiverité" tomo V  18 mrço de 1980 p. 27. Muldworf rf Maxisne et psychanalyse, op it. p 33 (o grifo é meu) 137. B Muldwo -

A-Centfcdade da Pscanálise 69

lise para a se encontrar convocada? O que equivale, em outros termos, a supor a filosofia materialista dialética em uma posição metalingüística em relação à psicanálise, com tudo o que uma tal posição implica de uma referência necessá ia à instância da Verdade, estando admitido o objetivo epistemológico do pro cedimento. Se agora articularmos a preocuação de "integração ("deve integrar) àquela do "exame "e xame epistemológico, encon encontrarem traremos, os, sob uma fgura f gura eminentemente eminentemente ma nifesta, o esquema ao qual estamos habituados em que um corpo de teoria autorizarse-ia a sancionar e estipular o que deve ser um corpo de conhecimento para estar legamente habilitado, n caso de uma verdade, para participar da ordem do conhecimento legítimo. E ao prejulgar tal auoridade discriminatória que essa filosofia dialética pode enunciar que Quaquer disciplina psicoógica que, sob o petexto de de que se ocupa eetivamente do indivíduo até do imaginário da vida do indiduo aceditasse possíve igoa paa si mesma tudo o que esulta do mateialismo hisóico intedita-seia assim o acesso à ciência vedadeia" (138).

Em outras palavras, isto equivale a autorizar as seguintes teses: 1) A filosofia dialética, dialética, enquanto depos depositária itária da da verdade, desdobra-se nece neces s sariamente em um corpo de teoria do conhecimento. 2) Como tal, está portanto habilitada a estabelecer sob que condições o conhecimeno verdadeiro pode advir. Por conseguinte, duas hipóteses devem ser retidas a) A psicanálise aceita fazer sua autocrítica e, mbuída de suas contradi ções, sofrerá todas concessões necessárias e suficienes para encontrar daqui por diante, uma expressão adequad adequadaa na filosofia materialista dialética. "Reintegraá então o sentido que lhe prescreve a Via Real que conduz à "ciência verdadeira (isto é, em seu grande prejuízo) aquela que não leva mais ao inconsciente b) Ou a psicanálise reprova esse "exame de consciência, insiste em não "revisar suas posições e, em virtude dessa revolta, deve esperar tornar-se ana temática e engordar a fileira das ideologias reacionárias que provêm "o arsenal ideológico da contra-revolução (139) Para tentar compreender em torno de que malentendido originase esse processo lamentável, é necessário esforçar-se previamente para determinar os pressupostos fundamentais que a filosofia dialética nutre em sua interpretação da psicanálise Esses pressupostos são de duas ordens que é importante não confundir. Uns referem-se à própria filosofia dialética, ao passo que outros con cernem mais explicitamente à psicanáise. Examinemos os primeiros Ratificar, como tal, a posição de "crtica epise mológica moló gica, , que essa filos filosofia ofia desenvo desenvolve lve em relação relação à psicanáis psicanáisee  como faz aliás com outras disciplinas , supõe que se aceite considera o materialismo histórico, não somente como o mais geral dos sistemas antropológicos, mas também, porque se quer precisamente o mais geral, como o mais aconselhado 138 L. Sve, Psy Psychanal chanalyse yse et maéalsme ma éalsme hisoique. his oique. op ct. p 263. 139 G Polizer Ecrs l op i. p 20 70 Joi Dor

em virtude de sua consistência (140) e de sua autoridade próprias em pressentir a validade dos diversos diversos corpos corp os de conhecimento conhecimento e concluir por sua homologação O que atribui esse procedimento ao teor de um pressuposto e o condena, por isso mesmo, a uma habilitação hipotética deve-se ao fato de que essa auto ridade" e essa consistência" já são, quanto a elas, perfeitamente problemáticas Isso ao menos enquato não for provado que uma Filosofia da história", que se autorizasse ela mesma na qualidade da Ciência", encontrar-se-ia de uma só vez fortaecida em razão desta garantia científica, a ser necessariamente acolhida como tal e, por essa razão, acreditada a oficiar secundariamente no caso de uma Teoria do Conhecimento capaz de ordenar o saber dos fatos humanos estabelecendo as condições legítimas de suas explicitações. Se tivermos como certo esse pressu posto implícito, elevaremos à fileira de demonstração" científica o que pertence apenas à ordem da interpretação filosófica. Esta colusão não adquire sentido senão enquanto a filosofia dialética precisamente por ser somente ma filosofia não quiser quiser abdi abdicar car da posiç posição ão gnosiológica gnosiológic a que que defi define ne por excelência seu princíp princípio io No que concerne, agora, mis especialmente à psicanlise, a dimensão dos pressupostos não é menos desconcertante O pressuposto h umansa, que é um dentre eles, apresenta-se incontestavelmente como o mais determinante. Se ea minarmos a pedra de toque em torno da qual o materialismo histórico interpela regularmente regu larmente a psicálise, isto is to é, a oposiç op osição ão indivíduo/ sociedade", não se pode deixar de perceber em que esse obstáculo é em si mesmo sobredetermina do E o é tanto mais quanto tira freqüentemente proveito da complacência tcita do psicanalista, o qul, prticularmente preocupado em observar a neutrlidade que cohecemos, deixase perfeitamente enganar para não faltar à sua regra Brndindo essa provocação antinômica, o materialismo histórico facilmente ator menta o psicanalista visto que este, interrogado em suas últimas defesas sobre o sentido social e político de sua neutralidade, já tem muito a fazer para se livrar desta desconfortável situação que o obriga, em primeiro lug, a se ustificar Por meio da incerteza ocasionada por essa diversão dialética, pode então insinuar-se sub-repticiamente sub-repti ciamente o presuposto humanista. De fato, a controvérsia indivíduo/ sociedade" é apenas um chamariz destinado, como a rvore que esconde a loresta, a suscitar uma cegueira ideológica suficientemente oportuna para favo recer a introdução cldestina de um argumento perverso a respeito da psican ise, o qual lhe retornr retornráá sob forma de acusaç acusação, ão, ou o u seja, a denúncia do "primado " primado do indivíduo sobre o coletivo: Pois o primado do indivíduo sobre as relações sociais, a designação do deseo à fileira de infra-esruura não são apenas idéias inenes do esprito eórico, são emas ideoógicos ideoógicos cujo cujo senido poíico, o senido de casse, é irrecusáve: irrecusá ve: resaurar conra a ciência marxisa da lua de classes, o velho pono do homem iso é do indivíduo urguês e reduzir os esforços desse homem' às dimensões de uma revoluçã que não revouciona nada de essencia" (14).

ssa declaração desconhece particularmente a importação fecunda das hi teses estruturalistas no campo da psicanálise e o que elas originaram de 10 C Conistência onistência aqu no sentido qe o em matemática e em lógica lógica isto é, é, "não-contraditóri"  Psy!Janalye ct c t ma maérili ériliee hioique hioique,, o p . cit. 4 L. Sve Psy cit. . 268

A-Cntfcidae a Psamíle

71

novação m suas elaborações teóricas; muito especialmente no que diz respeito sujeito com a condição, todavia, como convida Laplanche (42), de procurar apreciar melhor, hoje, a incidência exata das virtudes operatórias do estruturalismo diante da psicanálise Se a categoria de indivíduo tornasse, a rigor, crvel a invectiva acusadora a respeito da psicanálise, a categoria de sujeíto no sentido que adquire a partir d agora no corpus analítico, torna, no mínimo, caducos e ultrapassados o sentido e o alcance dessa acusação. E, nesta circunstância, pareceme salutar lembrar sta encorajadora reflexão de M Foucault: "A todos aquees que anda querem falar do homem, de seu reno ou de sua lberação, a todos aqueles que anda fazem pergunas sobre o que é o omem em sua essênca a todos aquees que querem dele parir para er acesso à verdade, a odas essas ormas de reexões gauces' ou deformadas, não se pode opor senão um rso flosófco flosófco - so é, de um um certo certo modo modo,, slencoso (143 (1 43))

Riso tanto mais justificado quando se cohce a contenda que opera no próprio seio do materialismo histórico entre o humanismo científico que de fnde Seve e o antihumanismo teórico de um certo Althusser althusseriana: ana: À tese althusseri Uma poca marxsa da deologa humansa so é uma aude políca em reação ao umansmo ( .  .) só é portanto possvel com a condção absoluta de ser fundadaa sobre fundad sobre a flosofa marxsta cu cujo jo anhumansmo anhumansmo é a condção préva (1 (144 44).).

ucien Seve oporá uma visão diferente Além da crítica radical umanismo especulativo' o marxismo maduro funda assim um humanismo cientco pelo próprio mvimento teórico que subs titui a socialismo utópico o socialiso cintco. E isto que q ue desconhece inteiramente a redução antih antihumanist umanistaa do marxism marxismoo  recusando a problemática do homem e do humanismo enuanto que Marx permite justamente alçála, enfim, ao nível científico, ela empobrece fantastica mente e desnatura o materialismo histórico reduzindo apenas à dimensão da racionalidade econômica, o sentido humano da história (145) Volta à questão sujeito é insistir no que a psicanálise nele especifica de profundamente contraditório ao que o materialismo histórico esforçase para qurer significar invocandoo sob o termo genérico de indivíduo. Esse desconhecimnto, quer seja simulado ou de fato, novamente desempeha o papel de ressuosto Se a dimensão mais fundament sujeito, a saber sua divisã, é ngada ou ocultada, então encontrase ao mesmo tempo anulada a necssidade d tr que dar conta do efito de descentralização" que procede dessa divisão;  J. Laplance Le sructuralisme deant la psychanalyse n Pschanayse à I'Uniersté" omo IV, n� 5 p. 523528 3 M Focaut Les mots et les choses, Pars Galmard 1966, p. 353-354  L Althsse Pou Marx, Pais Maspéro 968 p. 237. 145. L. Sve in "L pnée fev 1970, p 47

72 foi/ Dor

descentralização pea qua o sujeito se subtrai precisamente, precisamente, até mesmo se opõe, ao conjunto dos predicados que definem adequadamente o indivíduo Em outros termos, visto que a categoria de indivíduo não se refere à divisão do sujeito, e à descentralização que essa divisão impõe, não pode ser tida por uma então o materiaismo histórico em flag flagrante rante categoria categor ia psicológica". psicológica" . Surpreendese então delito de cousão entre Psicoogia e Psicanálise; colusão que constitui, aliás, um outro pressuposto indispensáve ao desenvovimento de seu argumento na perspectiva de uma integração da psicanáise à ciência dialética Esses dois pressupostos reunidos introduzem, por sua vez, a dmensão de um terceiro Estando negigenciada, a "divisão do sujeito" encontrase então im picitamente negada a originaidade princeps do status da teoria anaítica que essa divisão leva a impor. O materialismo histórico está então em condições de formuar um terceiro pressuposto a partir do instante em que considera a psica nálise como uma ciência do indivíduo, integrável como ta, tanto por eu status quant quantoo por po r seu projeto, ao corpo das cências human humanas. as. Assi Assimia miação ção no mínimo perniciosa, considerando-se que, além de sujeio e indivíduo não serem insubstituíveis, longe está de se provar que a psicanálise é uma ciência, tanto hoje, quanto que se tornará uma no futuro O que interdita antes de tudo, se subsumir a psicanálise sob a ciência do ndivíduo, é que o indivíduo está próximo das aienações imaginárias que podem ser sucessivamente convocadas através do grupo dos representantes iusórios que são "O " O Ego;  A Pessoa Pessoa "O Nome-Próprio etc etc   . ou seja, seja, tantos agentes psicológicos que negam a "Spaltung. Daí o sentido da fórmula de G eleuze Dizer aguma agu ma cosa em seu s eu pópo nome nome é muito cuio cuioso, so, pos não é absolutamenabsolutamene no momento em que nos tomamos por um eu, uma pessoa ou um sujeio u faamos em nosso nome" (146). É

portanto totamente essencial examinar as conseqüências inaugurais que sutam da Spatung O que arruina o empreendimento das pressuposições do materiaismo histórico quando assimila a psicanálise à ciência do indivíduo ve-se menos ao equívoco engendrado pela conjunção conjunção de ciênci c iência a e indiví uo, do que ao equívoco que tal fórmua supõe O que visa a psicanálise não é  indivíduo, mas antes de tudo o sujeito, com tudo o que isto requer de desvio maginário e de iusão que vêm, ao invés da fantasia, subverter o sujeito em sua ópria subjetividade La onde eu estou, eu não me conheço, lá onde eu não ou, é o inconsciente; á onde eu estou é tão caro que me perco formulará n em seus Escritos para evocar evocar o verdad verdadeiro eiro sentido da revoução freudiana.  já é por isso que a psicanáise dierencia-se radicamente de qualquer ncia dos fatos _humanos, ainda que seja a ciência de base e se mosre acitante a isso E também por isso que se separa definitivamente da Psico ia paa a qua um certo consenso dialético tinha interesse em suscitar a são E Roudinesco escarece perfeitamente esse ponto de vista da maneira  segue: 146. G.

Deleuze, in "Tel que), 1-15 abril 1973

p.

18.

A-Cientfcdade da Psicanálise

73

"Assim o 'EU está sempre no futuro anterior, ee chega onde isso faa O inconsciente é um arcaísmo presente sem história nem origem O EU advém barrado descentrado) sem que o Ego substiua o Id A fórmua adaptadora da "tomada de consciência" ou da cura o Ego deve expusar o ID) designa uma entação das cências do homem tornandose efetiva sobre uma fiosofia da pessoa cogiativa cuja intenção é o "domínio" do inconsciente; o desaparecimento dese, sem cessar presumido pea psicoogia, funda de uma denegação toda teoria de um sujeio cenro e orgem dos conhecimentos" 147).

Ora, é claro que o "indivíduo evocado pelo materialismo histórco asse meha-se mais a esse sujeito, "centro e origem dos conhecimentos, do que asujeito-dividido como assinala E. Roudinesco: "Toda teoria da inerpeação dos indivduos em sujeios, para se consituir, não poderia desconhecer o empreendimento do ao anatico onde o sujeito é sempre apenas representado (por um significante para um ouro significane) a menos que assuma o risco de verse consituir perpeuamene no ugar em branco da fata a instância de um E da psicoogia" 148).

Essa precisão undamental mostra bem em que, interpelando a psicanálise enquanto "ciência do indivíduo, não se atinge de modo algum sua especiici dade que é mantida, no máximo, como uma invesigação que interrogaria um "sujeto centrado, um "Ego; é poranto rebaixada a uma "Psicologia Em outras palavras, a qualquer qualquer "ciência humana, ou, como diria Lacan, a qualquer "ideologia da supressão do sujeito  dvisão do sujeio é geradora da "descen tralização desse sujeito, o que implica, correlatamente, o lugar necessariamente fantas�ático do ueitopleno, do ueitonã-dividido" em resumo, do "indiví duo E neste senido que E Roudinesco insistirá sobre a "descenralzação: "A prática da descenraização na eoria freudiana mostra que o centro é uma ciada para o sujeito cuas ciências do homem são seu objeo, ignorando que é imaginário O sujeito é desc descentraizado entraizado de sua posição de domínio, ao passo que a anropoogia consagrarheá sua razão de ser Ee é "dividido" diz Freud mas na medida em que não desapareça; ee faa e continua na fantasia sob a forma do EGO A descoberta do inconsciente permie significar essa divisão inaugura mosrando que a iusão do centro permanece e que é inerente à consiuição do sujeito humano Descentraizar é praticar o apso o trocadiho reconhecer o ugar da ciada O sueito é barrado e não ausene ee é fatante e não eerminado, pois é inerpeado no caso pea ideoogia) nos modos da fanasia" 9)

A noção de descentraliza ão é incrivelmente ecunda pelo papel princpal e é levada a desempehar. E m conceto maior que nenhuma reflexão coe rente sobre a psicanálise pode pupar, anda que osse "u exame epistemoló ico séro de sas noções e conceitos à lz de nossa ilosoia materialista dialét ca" (150) Se discrnrmos essa "descentralização, teremos os meios para sitar 147 E. Roudinesco nescoPou Pourr une politique de d e la l a psychanal psychanalys yse e Paris Maspéro, 1977, p 41 148 bid. p 42 19 bid p. 42-43. Marxisme xisme et psy psywnalyse wnalyse,, op cit. p 33. 50. B uldwrf, Mar 74 foi Dr

o lugar adequado do materialismo histórico em reação à psicanálise. Dito isto, é necessário ver bem que esse ugar é incontestavelmente incontestavelmente mais modesto e menos propício a servir as ambições antropológicas que alimenta "O conceito de descentalização, em seu rigor teórico, carrega a metáfora materia lista do impossível de um centro e, ao mesmo tempo, a ostentação sem fim de seu investimento pela ideologia. Dialetiza a relação entre a ilusão de uma teoria do conhecimento, insituindo um centro nas costas do sujeito, e a tendência inerente à subjetividade humana de recoecer um centro (151).

A fim de que nenhum mal-entendido subsista e venha reativar algumas veleidades dialticas, o autor dissuade a adversidade nestes termos: prátia da desentraizaço é radiamente estranha a quaquer tentatva de exentraço, na medida em que esa úlima concene a forma evolucionisa da expulsão da saída, da extração, os termos da origem, de centro e de aastamento, dan do-1hes uma garann tia de verd gara verdade ade his histórica tórica que exui sua su a dimenso dimenso imaginára (   ) A desentraizaço no se connde om o histório de uma extração progressiva que faria do sujeito o aúmulo de uma érie de fases. Introduz teoricamente ao lugar de um inconsciente irredutível a um modelo de subconsciência ou de traçado biológico, lá onde a excentração propõe, na continuidade, uma passagem transormada da concentração biológic à estruturação da pessoa e transorma o inconsciente no terreno terreno social ou no campo de uma subjetividade individual (152). "A

Ess e esclarecime Esse esclarecimento nto não  suprfluo suprf luo Dá D á a medida exa exata ta da irredutibiidade da descentraização (e, atravs dela, a do sujeito-dividido e mais geralmente da psicanálise) a qualquer tentativa de alienação dialtica, ao mesmo tempo em que denuc den ucia ia em tor torno no de que anfibol anfibologia ogia  a excen excentra tração ção  pod podee se articuar articuar o esvio onde se engaja o materialismo histórico. E para encerrar a questão E Roudinesco confunde as análises de Seve "O conceito de descentralização avançado por Freud e retomado por acan estigmatiza a posição dividida do sujeito humano. Ela é incompatível com a noção proposta por L Seve de excentração, pela simples razão de que a excentração supõe sempre a garantia de um centro onde a descentralização vem signiicar sua ausên cia,, se cia seu u im impos possív sível el (  .) . A excentaçã excentação o é sempre, sempre, o que quer que diga, a negação pela psicologia do inconsciente freudiano, do desejo e da existência inaugual da civa gem (153)

Equivale a dizer com isso que a psicanálise verseia radicmente subtraí empreendimentos entos sóciopolíticos que qu e o materiali materialismo smo histórico se da à orem dos empreendim dá por missão essencia expicitar? Estari ela legitimamente dispensada de se contrar aí concernida? Absoutamente. E então possível determinar a natureza 5 E.

RoudinesoP une politique de la psychnalyse op it p 43. 152. Ibid, . 4344 (o grfo é meu) 153 bid nota p 4344 em referêca ao texto de L Seve Psychanalyse et matéralisme hstore, f ncpalmente Psychsm human t excentraton soiale . 237-252.

A-CJtdad da Ps 75

as relações sob as quais se encontraria associada? Pode-se, por outro lado finir as condiçes de formulação dessas relações? Certamente Mencionemos apenas alguns pontos de referência suscetíveis de indicar por falta de explica ções s�bstanciais algumas direções de pesquisas já exploradas com sucesso A primeira série de questões remeterei ao problema da ética" na acepç acepção ão em que E. Roudinsco define seu princípio: O discurso discurso do analista determi determinado nado por Lacan em oposição oposição ao discurso da práticaa ( .  . ) Ele é discurso, pois cria vnculo social; como tal, inscrevese no lugar da luta poltica e ideológica (mesmo quando parece desconhecêla). É lugar de onde fala uma prática, de onde se elabora não uma politologia ou um discurso poltico, mas uma "éta. A ética não é uma moral militante encarregada de fazer o desejo passar nas redes de uma escola ou na dependência de uma teologia, ela é a polítia da scanálse Tem por papel definir as conições conições (sociais, teór teóricas icas,, ideológ ideológicas) icas) de uma prática (154

No ue concerne à análise das condições de enedamento da psicanáise com o materialismo histórico, referr-meei ao ponto de vista muito pertinente adotado e desenvolvido por M Tort (155) a partir da mediação da "psicanáise aplicada; ponto de vista que permite pôr em andamento uma estratégia episte mológica tão rica de ensinamentos quanto de promessas Para concluir esses aspectos fiosóficos da aienação da psicanise, farei minha esta interessante observação de Althusser sobre a especificidade do objeto anaítico Que a fiosofia aí perde suas balias e marcas, certamente! Já que estas singulares origens he tomam as únicas origens às quais presta homenagem de seu ser: Deus, a raão, a consciência, a história, a cultura Suspeitarseá que o objeto da psicaná lise possa ser especfico, e que a modalidade de sua matéria, como a especificidade de seus mecanismos" (para retomar um termo de Freud) sejam de uma ordem totalmente diferente que a matéia ou os mecanismos que o biólogo, o neurólogo, o antropólogo, o sociólogo, o psicólogo e o filósofo têm a conhecer Basta reconhecer essa especificidade, portanto a distinção de objeto que a fundamenta, para reconhecer à psicanálise um direito radical à especificidade de seus conceitos, ajustados à especificidade de seu objeto o inconsciente e seus efeitos (156)

14 E Roudinesco, Pour une politique politique de la psychanalyse, op cit., p. 47-48 1. M. To La psycanalyse dans le matéralsme historique, in Nouvelle evue de psychanalyse" n° 1, 970 p 14666. 16. L Athusser, Freud et Laan (a nouvelle critique n° 16162, dez/jan 964-65). Cf ambém n Position di. Sociaes Pais 976, p. 22223

76 foél Dor

A Psicanálise em Tutela: A Estratégia Filosófica da Enunciação do Verdadeiro Visto que  divisão do sujeito é mscrd,  subversão filosófic pode

vnçr" pr ienr  psicnálise em um corpo de doutrins desenvolvids em outro ibi que o de esgotr su onte viv. Mnobr ilusóri já que  sicnáise nunc está !elmente onde  intenção iosóic oper pr subverter seu empreendimento E, de resto, o preço de um t cegueir que ess filosofi deve conceder  este larvatus prdeo. Após peripécis epistemológics tão ilustres qunto decepcionntes qun o se trt de undr  egitimidde do discurso ilosóico, e mis gerlmente s teoris do conhecimento, oderíos nos surpreender por encontrr ind gum especuldor que não hesit em reiterr um tenttiv de semelhnte nvergdur cerc do discurso psicnlítico O qu ceitri não-somente o esio lnçdo por ess questão frontndo-o, d preerênci, sob  form cos umir que provoc  utoride d rzão, ms tmbém limentri  segurn  d terlhe ddo um soução or esse meio. E  ess tref tão temerári qunto perigos que concorreu um perfor mnce especutiv (1), pr  qul um ptidário expriente já se comprzi em r sbimente sobre  utoridde do debte berto por sse processo teórico mo o que i, em grnde rte, determinr  reexão fiosóic e psicnlític s ez ou vinte próximos nos (2), té mesmo considerr ess performnce mo dquirid t o voteio inteectu zer surgir, mis tul do que nunc,  questionmento osóico  atir do desio ms rdic que lhe oi té go no, o desio sicntic e, mis articurmente, o desio nlítico c n (3. Este é extmnte, em einitivo o objetiv mior que govern ess rmance Em rsumo: um ressugênci e subversão d sicnáise pel si 1 Cf V. Descmbs

Linconscien magré /ui Paris Mínuí 1977. 2. J. L Tíaní, L'inconsien dans lénonciation in "Psychanalyse à l'Université", l'Université", tm II nQ 1 set 978  4 3  L Tristani, Linonscien dns lénonciaion, op ct p 713.

A-Cietijcidde d1 Pscanális

77

Apesar da intenção que não é verdadeiramente das mais originais, e aém da denegação denegação que queria que "os " os empreendimentos subversiv subversivos os de Freud acerca da fiosofia não tivessem inquietado muito os fiósofos" (4), resta que essa especulação reestabelece o pacto com a velha bruxa transcendenta Imortal demônio que não deixa, com seus tormentos, de secretamente torturar as inten ções filosóficas mais devotas e de desviálas em seu proveito a fim de que, ao longo de metamorfoses ad hoc, renasçam cada vez mais sedutoras. Então, como São Jorge, abatendo com a espada do idealismo alemão o monstro estruturalista agonizante, o filósofo aceita, alto e bom som, o "dessfio psicanalítico: "A enuciação do verdadeiro é possvel? Demonstrálo como eu tento equivale a tratar daquilo que se convecionou camar o inconscente. Se a enunciação do verdadero não é possível, não h nconcete (5) "O problema iicia de uma teoria da eunciação é o da verdade da eunciação que não é outra senão o probema do inoniete (   )  Portato, sustento isto: cabe à teora da eunciação determinar as odiçes nas quais é permitido aar de icons ciete 6). .

A psicanálise teria ainda, portanto, que se prodigaliz ascendências por intermédio de uma teoria da enunciação? Falta do quê, súdita infie e bastarda, deve esperar por receber a excomunhão filosófica " 'O discurso da psicaáise' se quer ser dscurso de ciêcia, o faa daquilo de

que di falar (o incosciente, o deseo; e se aa não é um discurso de ciência 7)

Um pressuposto tão sombrio nada previa de apaziguador, senão em favor da psicanálise, peo menos em relação às ondições de possibilidade da enunciação de seu discurso. Foi com essa finalidade que a jurisdição filosófica se pôs a empregar esta ousadia que consiste em formular, em intenção da psicanálise em perdição, as condições egtimas de sua própria enunciação. O discurso analtico tornase também consubstancia ao discurso filosófico: " O argumento coloca em jogo a idéia de uma teoria da eunciação. Fingido

igorar que uma ta teoria á o existe em algum ugar, questioeime pela via dedutiva em que condição ela seria possível Não me escapa que miha questão é evantada pela resposta dada por mais de um O que me importa não é mostrar aquele  não aque aquees es etre etre outros outros que puderam ser miha estima por este ou aquele citados, citad os, de d e Aristóteles Aristóteles a Laca  ma mass reconhec reconhecer er uma certa posição posição de discurso, discurso, um lugar de euciação marcate onde os enuciados produzidos têm a proprie dade de basearse a euciação e de ter por sueito do euciado todo sueito da euciação Ao pergutar se é possvel dier o verdadeiro, ão iz uma questão etre outras, mas a questão prévia prévia a todas as outras questões da teoria . . . Ess posiçã posição de d e dis discurs cursoo é tmbém quela em que se avnçará proposições sobre o incons-

ciente n medida e que esse termo seja tomado em um sentido defnido ( . .) Ms esse lugr lugr r d oso oso, , é verdade qe o coceito coceito de d e coete coete deve sr deiid deiido o a é o lug 4 Ibid. p. 713 5. V. Descombes, L'inconscent ma malg lgré ré lu, op ct,  8 6 Ibid p. 9 7 lbid. p 176

78 J Dor

dferença do sujeito do enuncado e do sujeto da enuncação e que essa diferença, por sua vez vez jamas jamas pode ser o objeto de uma proposção postva ou arbutva" (8).

Na medda em que em seu Epogo ele pretenda, retomando a acepção arstotélca do termo, "d as últmas mateladas" (9), sem dúvda para "calar a �oca" dos cétcos, esse procedmento especulatvo requer que se retome o curso E precso convr que o processo teórco aqu desenvolvdo pelo flósofo ntroduz m ponto de vsta dos mas orgnas na va da subversão da pscanálse, já que a nterpela em seu prncpo mas consttutvo a divisão divisão do sujeito. Com efeto, por menos que seja judcosamente apontada a "Spaltung", o "protetorado" flosóf co abdona medatamente as posções, em realdade, vulneráves de ocupante, qe observa na maora das vezes, para se conformar com as expectatvas mas sts que lhe abre o regstro da enuncação A arte do especulador desenvolve se então sob um aspecto até aqu nexplorado, até, é clao, que este novo ds curso flosófco" esteja exatamente na medda da ambção que almenta expr mr legtmamente à pscanálse. Para recetrar a questão aqu em jogo, retomemos prmeramente as artcu lações essencas da argumentação . Dsc Dscurso urso Analtco Analtco e Teor Teora a da Ennc Enncação ação O autor salenta, de sada, a ambgüdade aparente que parece exstr ao ível do própro termo "nconscente", tal como aparece no dscrso pscanaltco (0) O nconscente ntroduzra o à ordem de um "eu não quero saber" (11), ou à ordem de um dzvel (11), sto é, nessa segunda alternatva, ao "que o sujeto ão sabe dzer, o que dz ape apesar sar dele" (11) Evocando a ncúra dos teórcos que, até ntão, não souberam levantar essa ambgüdade, o autor enunca uma defnição rgna do nconscente referda ao "sujeto da enuncação" (12) que a dvsão do jto mpõe: "a tese do ncocente não tem sentdo senão relaconada ao sujeto a enncação; ele não sabe o q dz A tese do nconscente qualfca o sujeto a enncação" (12) Essa referênca tem efeto artcular a questão da legtmdade  dsrso sobre o nconscente nconscente ao problema prévo de uma teora da enu enuncação ncação be à teora da enuncação detrmnr s condções nas quas é permtdo falar  nconscente" (13) O qe equve a pergunt a que condções lmnares deve atfer uma teora da enuncação do verdadero (13) De onde a questão prn p e o cortejo de conseqüêncas que se encontrm a ela subordnadas:  encação do vrdadero é possível? (13) m oas paavras, a egtmdad d scso analítco nconta-se assm nnt da sgt prblmta por estabeecer e justf os meos  qs m lcutor qu corr r a ncação chega a formlar o que 8. V Descombes L'nconsdent malgré lui, op cit, p 161-162 (o grifo é meu) 9 lbid p 161 10 V coms Linconscient malgré li, op. cit cit p 90 1 lbid, p . 14 12 lbid, p . 15 13 lbid, p 9.

A-Cientidade da Psicanálise

79

e passa naquele de quem fala ao mesmo tempo que paa ele que fala dele, considerando o aforismo que "aquele que fala daquele que fala, fala de si mes mo (14 Então, a questão originária sobre a possibilidade da enunciação do erdadeiro consiste em perguntar se o erro é ou não universal, ou "mais preci amente, se o erro pode ser dito universal (por alguém que, dizendo-o, dirá erdadeiro erdade iro ou falso, falso, e se contará ou não no número dos do s habitantes habitantes do mundo do erro (15 Interrogação que apela imediatamente duas hipóteses (15: a o erro é universal para todos exceto para aquele que o enuncia; b o erro é universal para todos inclusive para aquele que o enuncia Examinemos a primeira hipótese Visto que a enunciação do verdadeiro pode se produzir se esse verdadeiro que se enuncia apesar dele é entendido por um outro, torna-se impossível àquele único que se acreditava no erro, à exceção de todos, saber se é bem assim, visto que é sempre o outro que sabe pelo sujeito se este último último sabe (16 (16  Está portanto excluído que todos se enganaram excet excetoo um (17 Passemos agora ao exame da segunda hipótese. Hipótese mais delica da cuja exploração necessitará a intervenção de vrios argumentos A análise do paradoxo de Epinêmide (18 leva a pensar, considerando a divisão do sujeito, que o sujeito que fala, enquanto fala de si, é diferente do sujeito de seus enun ciados (19 Assim, o problema torna-se o seguinte como um saber verdadeiro da divis divisão ão do sujeito sujeito  isto é, um saber saber do inc inconsc onscient ientee  é possível, possível, enqua enquanto nto não somente ee se constituiria como saber dividido, ou seja, sem procurar iludir essa divisão, mas também enquanto não colocasse o sabedor* em posição de exceção acerca dessa ivisão? (20) O que equivale a buscar a possibilidade de um discurso "tal que m sujeito aí atribua um predicado a um sujeito do enunciado e deva em seguida considerar que falou de si mesmo (21 Duas ordens de discursos são então examinadas: a o discurso científico; b o "dis curso de ação No que concerne ao "discurso cientíco, o objeto de suas propo ições relacionad relacionadoo à própria naturez naturez do projeto pro jeto da ciência faz com que o sujei sujeito to que fala deva ser excluído do que diz Esta é, aliás, uma das exigências funda mentais que fundamentam a "objetividade científica De modo que "o discurso da ciência ignora o sujeito da enunciação (2). Tendo essa conclusão por conse qüência imediata que "o discurso da psicanálise não poderia ser absolutamente um discurso de ciência De fato: O discurso da ciência ignora o sujeito da enunciação Não há portanto nem ciência do sujeito, nem ciência do inconsciente Esses termos sujeito e inconsciente não têm sentido (23). Da o corolário O 14 15 16 17 18 19.

bi  . 15 bi  8 e 88 e seguintes lbi  131 bd p 132 lbd p 133 e seguintes lbd p 139 camio o o s s ( a T) T ) Em francês scnt, quee que está no cami 20 Ibi  140 21 lbd . 142 22 lbd,  175 23. lbd . 175-176 •

80 Joel Dor

discurso da psicanálise, se quer ser discurso de ciência, não fala daquilo de que diz falar (o inconsciente, o desejo) e se fala, não é um discurso de ciência" (24) Se exnarmos agora o "dscuso de aço", entendido no sentido em que os enunciados desse gênero de discurso "não comportam nenhum sujeito de atribuição" (25) isto é, onde o enunciado não tem valor "predicativo", mas "vocativo", enquanto que é através dele que "o sujeito se drige a alguém para pedirlhe alguma alguma coisa (26), ele não pode, por essas próprias razões, razões, correspon der ao tipo de discurso buscado Sobre a base dessa dupla exclusão de modalidades de discurso, pareceria que apenas "o discuso flosóco" tivesse possibilidade de satisazer às condições exigidas O que requer que seja subseqüenteme subseqüentemente nte estabelecido: "Ad "Aditindo itindo que a filosofia tem a pretensão de ser este discurso em que o sujeito da enunciação põe fim à abstração pela qual ele próprio excluirse-ia daquilo de que faa, resta apenas determinr se essa pretensão é fundada (27). Para fazêlo, é preciso que o "discurso filosófico possa responder conjuntamente à dupla esipulação se uinte a) o sujeito deverá poder enuncir aí o universal sem se enconrar excluí do disso; b) o sujeito não poderá enuncir a o universal excluindo-se disso (28) e onde a lei le i constituti constitutiva va deste discurso: "não "nã o falar falar ne nem m de si mes mesmo mo (já (j á que que é m outro) nem de um outro (que não é senão um ouro ele mesmo), mas de um utro de quem se sabe que é ele mesmo" (29). Resta então justificar acerca do iscurso filosófico "como é possível dizer a identidade do sujeito da enunciação  do sujeito do enunciado, lá onde esse enunciado é o enunciado da ei univer al? 30) O que tende a provar que o discurso filosófico é exatamente aquele que sponde às condições anteriormente expressas, considerando como o essencial à natureza das proposições que utiliza, e mais precisamente ao modo de atribui o particular que aí opra O autor apóia-se então na distinção lógica ormulada r Hegel 31) Na poposço atbutva habtual (do tipo proposição positiva), um sujeto do enuncado" é previamente colocado a título de obj �to. Em um segundo mo nto, predicados são então atribuídos a esse sujeito E o "sujeito da enunciação" que efetua a atribuição dos predicados a esse sujeito. De modo que o sujeito da ncaço" sendo, ao mesmo tempo, o agente essencial dessa operação, não figura, entretanto, jamais explicitamente no enunciado (32). Na proposição flosófca, tudo se passa diferentemente Não há atribuição de um predicado a um  ito definido de ntemão porque colocado a título de objeto "Ao contrário, o  to do enunciado é colocado como indefinido e encontra a expressão de sua U   27.    Sl 1

bd p 176 Ibd p 141 Ibd p 141. bd p 145 bd p 146. Ibd. p. 147. bd., P· 155 bd . 55 e seguintes. Ibd. p. 156.

A-Cimtifiddc� da Piulis•

81

definição (ou de sua natueza no pedicado Sujeito do enunciado e pedicado são idênticos" (33) Um exempo dessa modaidade de atibuição prticula é tazido pelo pópio Hegel: Deus é o se" (34) Em outas palavas, se na poposição filosófica há identificação do pedicado com o sujeito do enuncia do", o qual, se deslocou e metamofoseou paa apaece sob a figua do pedicado" (35), esulta disso a conseqüência fundamental seguinte: o sujeito da enunciação enunciação" " não pode po de mais esta lá l á sem lá estr, e str, a sabe, sabe, ausente do d o enuncia do Pemanece iedutivelente ligado ao sujeito do enunciado". De tal mei a que a identidade do sujeito (do enunciado) e do pedicado na poposição fiosófica tem po efeito a impossiilidade de se exclui, ou seja, a inclusão do sujeito da enunciação no objeto de que começa a fala" (36) E o auto conclui A proposição positiva assm omo o disurso de que é o eemento, mantém o desonheimento subjtivo    ) . A proposição fiosófia suprime esse desconheimento peo efeito de uma torsão da forma prediativa. Como em quaquer propo sição omporta um sueito do enuniado: quer dizer que o sujeito da enuniação a faa de um outro Como em quaquer proposição novamente, o sujeito da enuniação aí faa de si faando de um outro Mas, diferentemente da proposião omum, o sueito não faa de si sem sabe pois a forma inabita da proposião ilosófia probehe esse desonheimento ee entende que o que disse da própria oisa o universa ou seja, o universo) é verdadeiro para ee mesmo" (37) .

2.

o Pincípio de ua Teoia do Conhecimento ividido

Na medida em que tenha fundmento o que pecede, se a teoia do inconsciente depende, a pati de agoa, de ua teoia da enunciação e se essa teoia da enunciação não enconta sua expessão adequada senão no cmpo do discuso filosófico", esulta po um efeito de tnsitividade inelutável, que o discuso soe o inconsciente, potto o discuso da psicanálise, é ineente ao discuso filosófico". Decisiva conclusão se constatamos as concusões do comentrista: Não há nenhuma dúvida de que, sem a descobeta feudiana, V escmbes não teia podido pecisa o sítio do inconsciente Entetanto, pemanece a questão de decidir se ele chega a isso com mais igo do que Feud e Lacan A essa questão, espondeei sim, e sem a meno hesitação" (38) Apesa do bio da agumentação, esta que a pova não suscitou completente a convicção espeada espeada Nem tudo v em na pópia idéia de ua teoia da enunciaçã enunciação o a) Da teoia do conheci conhecimento mento à teoia do conheciment conhecimento o dividido A hpótese da validação de ua teoia da enunciaç enunciação ão consitu consitui, i, de fato, o pvô de toda essa argumentação. O que engana, aqui e acaba até mesmo po 33 3 35 36. 3. 3!.

Ibid, p 7 bd p. 7. bid  8. bid, p. 8 bd p. 160. J.L Trtn, L'inonsint dans l'énonciatn, in "Psyhnaye à l'Univerité" op. cit, p. 74

82

 Dr

seduzr sob a aparênci aparênciaa de um autêntico procedimento epistemológico acerca acerca do "discurso analítico", é a confusão implícita de dois níveis de problemas. Toda a engehosidade da argumentação resultará, aliás, em grande medida, da manutenção dessa cofusão até o final O artifício consiste em articular esses dois níveis de problemas por um elo de necessidade lógica, sob a forma de ua relação causal Ua coisa é recoec recoecer er que a dimensão do inconsciente inconsciente tem algo a ver com a enunciação (39) Mas outra bem diferente é estabelecer, por ua implicação, o assujeitaento da legitimidade do discurso sobre o inconsciente" à possibilidade de formular ua teoria da enunciação (40) Ao não distngur essas duas ordens de questões, coo questões radicmente diferentes strito sensu, o camio está aberto para todas as ambigüidades. Sendo ua delas, através de um deslocamento subreptício, ceder aos efeitos de captura de um projeto imaginário, no mínimo inutilmente rebaixado por todos aqueles que se encontraram a ele engajad engajados, os, ou seja: se ja: fundr e edifcar ua teori teoriaa do conhecento Vemos deseharse atrás dessa prestação dscursiva ua intenção desta ordem A própria idéia de enunciar as condições de possibilidade da enuncação do verdadeiro não deixa, no princípio, de ter relação com a que pretende determnar as condições de possibilidade do coecimento verdadeiro, o que se estipula habitualmente teoria do conhecimento. Objeção: a teoria da enunciação interpelaria aqui a dimensão do "sujeito dividido" enquanto que a teoria do cohecimento remeteria à dimensão do cohecimento ento ou su sujet jetoo da ciência ciência  seja o sujeitonão-dividido" do sujeito do cohecim sujeito epistêic epistêico. o. A objeção é aceitável. Poderia até mesmo deixar supor o esboço de um projeto totalmente antinômico ao delineamento de ua teoria do coe cimento Coo prova esse projeto inscrevese contra qualquer solicitação desse gênero, visto que pretende ter os meios de, simultneamente, validar e fundar o que todas as teorias do cohecimento dedicamse precisamente a anulr, chamei isso de divisão no sujeito e a conseqüência essencial que disso resulta: a oculta ão de ua verdadedividida. Porém, é preciso convir que toda tod a a argumentação argumentação de L 'inco 'inconscient nscient algré algré lu luii se substrai mais diante dessa objeção do que tem condições de ressaltála. De modo que o projeto, sob o pretexto de ua análise epistemológica do "discurso nalítico", nalíti co", revelase bem depressa sob um outro aspecto aspe cto const constituir ituir ua teoria do onhecimentodividido. Em que haveria teoria do conheciento Por que teoria do onhecimentodividido? A favor do primeiro ponto, podese avançar que a gumentação principal esenvolvida em L'inconscient malgr malgréé lu i procura exatamente sancionar a adequa aqui, adequação do "discurso da ço de um discurso ao objeto de que fala sicanái sic anáise se ao inconsciente, ao sueito, ao desejo. de sejo. Sob essa forma explícita facilfacilme se identifica ua das ntenões geralmente perseguidas por todas as is o coecimento Ms coo, de fato, esse objeivo é ambém o que anima miss modestamen mi mode stamene e toda tod a reflexão epistemológica, por si só não permite concluir velmee pelo prcípio de ua eoria do cohecimeno Para isto, é pre -

39 Isto chega chega a ser uma consatação trivial, trivial, ao menos desde 1901 e a Psicologi d vida vi da oidina oi dina freudia reudia. . 4. Cf V. Descombs, Cab à teoria da enunciação determinar as condições nas quais é permitido flar de inconsciente", in L'inonint mlgé !ui", op. ci, p. 9 (o grifo é meu).

A-Cientifcidade d Psicanálise 83

cs  prjeto seja, ele próprio, reerido e retomado em uma interrgação mais sistemática interpelar e estabelecer as condições legimas d possibil possibilidade idade de formul formula a o de um discurso e rel relação ação a seu se u objet objeto o Sobre este ponto, é clao que 'inconscient essaa aspiração Finalmente, Finalmente, terceiro e últim ú ltimoo argumen agr ui responde bem a ess t a avr de uma teoria d conhecimento: a instituição de uma tal teoria, enquanto depositária da verdade  sto é, é, daquil daquil que pode ser declaado verda verda dero u al also so  se dá ao ao mesmo tempo os meos para inteelar e dar conta de todas as modaliddes de discurso qu gostariam de se apresentar como conhcimento ou aber legtimos  necessário admitir, uma vez mais, que inconscient malgré lui desenvlve um certo número de veleidades neste sentido Salvo, todavia, que esse empreendimento apresentar-se-ia de saída cmo uma teoria do conhecmen to de segunda potência, já que é teoria do conhecimentodividido Sem dúvida, é bem aqui que a rgumentação rompe com a tradição epistemoógica e que dá incontestavelmente provas de originaldade Mas este caráter de novidade, por mas ousado que seja, em nada garante sua autoridade O que convence a favor de uma teoria do conhecimentodividido, devese, essencialmente, à manobra que consste em passar do ponto de vista d enun cado a da enunciação O princípio constante com o qual concrdam tdas as teras do conhecimento é situar-se e mnter-se ao nível do enunciado. Encon trms essa preocupação tanto em Kant na estética transcendental e na "lógica trnscendental da Crítica da azão pura quanto na tradição neopositivist neopositivistaa que se consagra consa gra a examin examinar ar as condições condiçõ es lógicas da estru estrutura tura de um discurso discur so para que seja admitido como conhecmento verdadero  não vemos como essas especu laões poderiam, de uma maneira quaquer, afastrse do estreito ponto de vista do enuncado, visto que se elaboram sobre a convicção do sujeitocognoscente o qual, pel eeito imaginário que conhecemos, é um suposto sujeitonãodividido, um sujeit onde a Spaltung é denegada. Em cmpensação, cmpensação, ao ao considerar a divisão inaugural do sujei sujeito, to, esulta que qu e se trna mpossível mitir ou ocultar o ponto de vista da enunciação De sorte que tda t da tera d conhecimento conhecimento que quisesse, quanto sujeito, articuar o pont de vsta d enunciado à relação que mantém cm sua enunciação, tornarse-a teoria do onhecimento-dividido. Mas, dito isto, clca-se também necessariamente em uma relação metalingüística acerca das teorias do conheciento que evitam  pnto de vsta da enunciação em um sujeito Outra precisão já que a argumen taão estabeece a prova de um discurso verdadeiro que se autojustfca legiti mamente, encntramo-nos então em presença de um corpo de teoria suscetível nã smente de scinar scinar a validade validade d que q ue deve ser um discu discurso rso que q ue cnstata a dvsã dvsã  quer ale ou não dessa divisã , mas tmbém, e a for fortitioo ri, decdir se a vadade de tdas as rmas de dscurso que excuem essa divsã, peo mens em vrtude do adág: "quem pde mas, pode mens" A rmulr as csas derentemente, a argumentaçã de L 'inoscie 'inoscie mal r u reslve esta prodigiosa preza que equivale, de uma certa maneia, a escarecer a questã espihsa do " paadxo dos catálogs catál ogs..  mais ada, ada, chega a ss através de um prcediment que descncerta muitos: a sluçã do prble ma nã é da rdem da sintaxe lógca com alguns se puseram a elucdá-l; essa Rouã reata com com a tradição cmum d "dscurs ilsófi ilsófic c". ". Deste pnt de vista, a 84 /

Dor

incidência da argumentação requer portanto o exame de uma dupla e solidária justificação: 1 justificação de uma teoria do conhecimento-dividido 2) justifica ção do "discurso filosófico" como modalidade legtima de discurso capaz de enunciar o que faz parte do inconsciente, do desejo, etc. enfim da psicanálise. b Certos paradoxos Para abordar o problema levantado por essa dupla justificação partamos de uma questão, à primeira vista acessória porque sem dúvida insuspeita mas que por si só, decide no entanto a natureza e a importância das dificuldades que pode levanta qualquer processo teórico discursivo que se dá por objeto analisar "o discurso da divisão do sujeito" A argumentação de V. Descmbes apóia-se na asserção seguinte o "discurso da psicanálise" enquanto 1  discurso da enun ciação" é um "discurso da divisão do sujeito". Como tal é então ilegítio pelo fato de que não levando em conta em seus enunciados próprios o ponto de vista da enunciação enunciação de que fala fala pode-se pode- se então dizer que q ue não aplica a i eo a divião de que fala ala.. Uma primeira questão é saber de que lugar de discurso legítimo podese enunciar uma tal proposição? Em outros termos, quais são as garantias que autorizam a considerar verdadeira essa proposição? E é preciso passar por isto visto que a argumentação desenvolvese para atenuar esta falta noportuna Isto posto, encontra-se inelutavelment inelutavelmentee a respeito desse problema o arcaico obstácuo das antinomias racionais do tipo "paradoxo dos catálogos" Por enquanto eu preferiria a fórmula do "paradoxo do impredicável"(41 Chamemos "predicá vel" um conceito que se aplica a si mesmo Chamemos "impredicável" um conceito que não se aplica a si mesmo. Se o "discurso analtico" é um "discurso da divisão" que não aplica a si mesmo a divisão de que fala isto equivale a avançar que o "discurso da divisão" é aqui um conceito "impredicável" Nestas condições como se pode enuncia legitiaente que o "discurso da divisão não aplica a si mesmo a divisão de que fala?" Em outras palavras, o conceito "im predicável é ele mesmo "predicável" legitimamente ou "impredicável? Ou ain da existe um discurso legtimo capaz de atribuir ao "discurso da divisão" o predicado predica do : "não se aplica a si meso?" E o dilema enunciase como segue 1 se é predicável, aplica-se a si mesmo. E portanto impredicável já que por definição ão pode aplicar-se a si mesmo; 2) se é impredicável ele diz de si mesmo, e é então ao mesmo tempo tempo predi predicá cá ve! . . etc Ou O u seja o simpl simples es fato de enunciar enunciar  o discurso da divisão não aplica a si mesmo a divisão de que fala" torna uma proposição problemática em si mesma do ponto de vista do que poderia sancio  sua validade O objeto desse desvio "paadoxa" não tem oua razão senão situar o melhor possvel a natureza das ambigüidades interpeladas quado se interroga ortiori, iori, de um discurso tão proble  questão da legitimidade de um discurso e, a ort mtico quato o da divisão do sujeito No míimo o autor não percebeu essa diculdade liminar antes de sustentar sua crtica Sabe-se o preço de abstração 1 Paradoxo formulado por R Caap a partir da antinoma antinoma de B. Russe in Logisch Syntax der Sprach, Verlag von Juius Sprige Viena 1934. Trad Von Zeppln Th logica/ synax oj Ianuag, 1937, Routedge and Kegan Paul Londres.

A-Cientifcidade da Psicanáli 85

qe algns pagaram por tentar elucidar as garantias de uma forma de discrso qe se preveniria, ao nvel da argumentação racional, contra a incidência de semelhantes contradições. Como lembrança, invoquemos as sábias construções do positivismo lógico qe, apesar de especulações particularmente sagazes e de esforços inaditos, jamais consegiram não apenas determinar o destino destas escandalosas contradições racionais, mas tambm definir ma teoria do coheci mento capaz capaz de garantir integralmente a validade dos enunciados de m discur so. O peso dos tormentos experimentados pelo neopositivismo dá uma medida bastante boa da envergadra dos obstáculos levantados at então pela maioria dos projetos de construções e de legitimações das teorias do cohecimento. Como exemplo, evocarei algumas dessas dificuldades epistemológicas e, mais especialmente, estas enigmáticas contradições racionais que tanto excitaram o positivismo lógico As rimeiras dessas tinomias colocamse como problemas a resover, no sculo XIX, no campo da matemática. É o caso da antinomia de BuraliForti em 1895(42, seguida da de Cantor, em 1899(43 B Russe interrogará seriamente essa questão e perguntar-se-á a própria atividade racional, no exercício da abs tração, não está constitutivamente ameaçada de levar a essas antinomias. Russel formula assim seu famoso paadoxo sobre o conunto de todos os con c onuntos untos que q ue não são membros de si mesmos(44 Am dos paradoxos que se baseiam na noção de cojutos, as mesmas dificuldades são encontradas a propósito dos conceitos com como o se pod e ver com o  arad aradoxo oxo do co conce nceito ito impredic impredicável ável  Sabemos quantas esperanças foram fudadas em torno da lógica simbólica para tentar desfazer essas dificldades e, de um modo mais geral, para tentar definir sobre a base da sintaxe lógica e das construções lógicas a possibilidade de fora uma teoria do conhecimento que garantisse a formuação de enuncia dos, para os quais seria sempre possível decidir sobre sua verdade ou falsidade. Empreendimento sedutor, se assim se pode dizer, mas que não deixou de criar inumeráveis embaraços entre os quais alguns decisivos e particularmente irredu tíveis Alm de já ser necessário aceitar a idia de que a lógica simbólica constitui o único instrumento capaz de exprimir, sem ambigüidade, as proposi ções do cohecimen cohecimento to e decidir d ecidir por sua s ua validade (pelo menos, menos, do ponto de vista de sua verdade formal), as dificuldades começam com essa própria lógica e isto em seu nível mais fraco, ou seja, no nível da lógica proposicional. Um bom exemplo desses problemas encontrase formulado pelo paradoxo seguinte, extraído, por Church, do clebre "Don Quixote Um governador de tém m território cortado por um rio Uma ponte atravessa o rio Sobre essa ponte ergue-se uma forca. O governador editou a seguinte lei: todo aquele que qiser atravessar a ponte ver-se-á obrigado sob juramento, a declinar as razões qe justificam sa passagem, visto que será enforcado se não for fiel a seu 42 Ve Ve  nexo I. 43. Ve anexo 11 44 Vr nexo 11.

86 foi Dvr

juraento. U dia, u sujeito apresentase na ponte, atravessa-a e, sob juraen to, justica a razão de sua passagem pela seguinte declaração: Vou ser enorcado Nestas condições, coo se oderá aplicar a lei egtmamene? Neste ponto, se as especulações racionais ais apropriadas perane ce bastante insolúveis, é reciso reconhecer que as especulações lógicas do cálculo proposicional não permitem mais decidir de ua aneira satisfatória. Neste caso, podese ostr(45) que, qualquer que seja a decisão tomada acerca do sujeito, isto é, que seja enorcado enorcado ou não, não, a lei não terá sido aplicada legitimaente legitimaente Encontrase o meso tipo de dificuldade lógica co o "paradoxo do co denado à morte. Um condenado deve ser executado nos sete dias que seguem a hora do meiodia, se, no entanto saber qual será o dia Ele não saber antes da manhã de sua execução, às oito horas. O condenado raciocina então desta maneira eu não serei executado no stio dia, pois se devo ser executado no sétimo dia, então na anhã desse stimo dia, às oito horas, eu saberei que devo ser executado ora, não sei em que dia devo ser executado Não serei executado no sexto dia, pois po is    Por recorrência, o condenado conde nado acaba or concluir que não ser ser absolutamente executado. Do mesmo odo, a lógica proposicional nã tem poder de decsão paa resolver essa antinomia Toeos agora u instrumento lógico ais rico, do gênero lógica dos redicados e os probleas que surgem novaente sob ua forma ainda mais coplexa. O exeplo ais clássico ainda é dado pelo "paradoxo do impredic vel que leva a uma contradição manifesta na lógica predicativa(46 Essas antinomias engendradas pela prória lógica incitarão B Russel a forjar um artifício ad hoc para dissipa o retorno de semelhantes aberrações sse artifício é a "teoria dos tios47), primeiraente elaborada sob sua forma sim ples, depois, sob ua fora raificada. Para encerrar esta dissertação sumria dos arcanos do positivismo lógico relebrarei, finalente, o célebre "teorema de liitação de Gdel fomulado e 1931 1931 e que acaba defini definitivamen tivamente te co a esperan esperança ça  pelo menos menos at hoe hoe  de obter uma uma sisa or oral al de caráter caráter inteir inteiraent aentee solúve solúvell O que equiva equivale le a dizer que u tal sistea não está apto a exibr ua demonstração de sua própria própr ia consistên consistência(48) cia(48) c) De uma teoria do conhecimento conhecimento à segunda potênci pot ênciaa Além dessas distrações "paradoxais, retornemos à questão levantada pea justificação do processo teórico do qual forulei a intenção implícita sob a designação teoria do conhecimentodividido. A própria concepção de referida teoria undase em duas ordens de conjecturas que, por não serem explícitas em L' onscen malgré lui, não deiam de ocupar o lugar de pressupostos, os quais 45. e anexo V f anguage, ang uage, op. cit., R Canap fomua esta antinomia da gin 46 Em sua oba Th ogical syntax f neia:: d o conceito "de impedicáve neia impedicáve pode da esta tans tansciç cição ão ógica ógica mpr. (F (F))  l F(F). Pelas eis ógicas d sustituião, chga-se enão à fórmua mpr (Imp) " l mpr (mpr qu é ntinômica. 47 er anxo V 8 er anxo V

A-Cie ACie tijc/a c/a/ / d P�iw P�iwn nr r

H7

stituem aliás as condições sine qua non de toda teoria do cohecimento. Em imeiro luga a idéia de uma teoria do conhecimento articula-se necessariamente  uma ordem de discurso de conhecimento referencial que será convocado a ttulo de testemunha e intervirá na qualidade de odelo O fato não é verdadei amente novo. Já tem vinte séculos por ter sido inaugurado por Aristóteles(49) m segundo lugar uma vez admitida essa referência será elaborada uma supe restrutura teórica adequada que porqu estará em condições de dar conta legi timamente de sua própria justificação, encontrar-se-á ao mesmo tempo investida da autoridade requerida para sancionar a legitimidade das diversas outras or dens do saber Todavia se essas duas ocorrências bastam para satisfazer às condições epistemológicas geralmente requeridas pelo princípio de uma teoria do conheci ento, não poderiam responder perfeitente à idéia de uma teoria do conheci ento-dividido. Para isto um terceiro imperativo deve ser chamado em auxílio. sse terceiro imperativo constitui de algum modo o nó górdio da argumentaÇão teórica de L'inconscíent lgré /ui or essa mesma raão decide o futuro da argumentação em seu conjunto. Assim será enquanto cavilha mestra deste edifí cio especulativo, que esse imperativo deve ser examinado; e isto tanto mais que neste lugar, articulase uma magistral manobra lógica que acarreta em sua se qüência uma corte de argumentos engosos Toda teoria do cohecimento fundase e articulase em referência perma nente a uma ordem ordem de "di "discu scurso-modelo rso-modelo e de "conec "conecimentoimento-modelo modelo que até então foram o discurso científico e o coecimento científico ou um de seus sucedâneos como as "linguagens lógicas e a lógica matemática. Do mesmo mes mo modo que Aristóteles A ristóteles inspirouse no referen referente te matemático matemático de seu s eu tempo ra definir o princípio do conecimento(S, Kant interrográ as condições trascendentais trascen dentais do cohecimento racional em estreita estr eita elação com o conhecimen to científico (matemático e fsico) e a lógica formal de sua época. O positivismo contemporâneo permanecerá fiel a essa aspiração tanto sob sua forma clássica (ositivismo comtiano) quato sob sua forma mais sofisticada (positivismo lógi co). Em todos os casos, o "discurso da ciência é, expicitamente ou não alegado e equerido como modelo e instrumento de expressão do conhecimento objetivo e verdadeiro De sorte que sempre existe uma articulação metalingüística entre esse discurso referente e a teoria do cohecimento que a ee se relaciona. Diss resulta resulta uma importante conseqüên conseqüência cia Toda ordem de d e saber que não responder ou responder imperfeitamente às normas estabelecidas pela referida a do conhecimento será recusada Mas é claro que essa recusa sigifica que um saber não é válido senão enquanto sujeito a essas normas ou seja, enquanto stisfaz aos critérios científicos De onde, por intermédio das teorias do conheci mento a intimação desenfreada das diferentes ordens do saber a comparecer diante da juridição de uma cientificidade onde, por falta de argumentação legí tima encontrarse-ão regularmente indeferidas e condenadas a aderir ao status dos "seudocohecimentos, isto é, das pseudociências. E sabe-se com que 49. Artótee s s sonds onds anly an lyiqus iqus op. ct. 50 C ritótee Ls seconds anlytus, op. ct., f supra: cap bverã bverã pcnalí pcnalítia tia do eptéme  w: n 

8 foi

Dor

1:

"entificdade e dicurso analít-

assiduidade cetas coetes epistemológicas povideciaram assim o denegi met dessas odes de discusos (51). Nesta pespectiva, uma coisa evidetemete é covoca paa exame as difeetes odes do sabe diate da juidição cietífica po meio das teoias do conhecimeto; outa é paa aí covoca impudetemete, do mesmo modo, a psicáise. Pois, de fato, eucia "a psicaálise não é uma ciêcia acaeta imediatamete uma séie de implicações iespeadas As quais bem depessa coduem a uma situação paadoxal ode a odem dos poblemas, po uma tasfomação inaudita, vem tepea em compesação tato a ciêcia como a teoia do conhecimeto, como já vimos(52). Potato, o obstácuo que L'inconscient malgré lui deve supea não é peque no. Cosiste em cofudi a apoia ecotada po toda teoia do conhecimento que intepelaia a legitimidade da psicaáise e, mais pecisamete, seu "discu so, sem o entanto eucia ao picípio dessa intepelação. Com efeito, é peciso admiti que essa agumetação situase exatamete em um pojeto pa ticula da teoia do conhecimeto que deve pessupo, ao meos sob uma foma alusiva, que a psicanálise ão é uma ciêcia Não fatam fómulas paa os lemba que é em confonto com a odem da ciêcia que se desdoba a iteogação de V Descmbes "Não há potato nem ciêcia do sujeito, nem ciêcia do incosciente(53). Do mesmo modo "O dis cuso da psicanálise, se que se discuso de ciência, não fala daquilo de que diz fala (o incosciete, o desejo); e se fala, não é um discuso de ciência"(54 Aida: "Pecebe-se etão a ecessidade de uma pepétua cisão da ciência do icosciete popiamente dita (a simples epetitóia de Feud) e uma ciência (do sujeito) da ciência (55) (55).. Mas convenhamos que aí ão se tata de uma itimação sevagem à manei a dos positivistas; L'i L'inconscien nconscien t malgré lu i não convoca a psicaálise e seu "dis cuso a testemuha sua cietificidade diate do tibual da ciêcia Bem ao cotáio, a habilidade seá, este caso, mate uma ceta afibologia fingindo cocoda que a psicáise tave seja uma ciêcia, chegado até mesmo a idetificála como "a ciêcia da ciência(56). Paa isto, a habilidade do auto pelaá paa esse terceiro imperativo de que falei ateiomete, a necessidade Magistal aciocínio que ão somete colocaá o assunto foa dos desígnios comumete peseguidos pelas teoias do conhecimento, mas também confei heá toda a autoidade desejada paa intepela a psicanálise e seu "discuso, os quais caião sob o gope de sua s ua agumentação agumentação e, no máximo, máximo, caião do d o mesmo modo po um u m efeito de ecoêcia ievitáve ievitável,l, tod tod  as outas odes de discuso. Estimase etão o "impeialismo do pocedimeto quado ealia de fact factoo os votos piedosos de toda teoia do cohecimeto (sacio a egitimidade dos bees e dos do s diusos dius os que os epimem), mas che chega ga a isso tnscededo o picípio picípio 51 52 53 54 55 5

Em particular "o empirismo lógico cf. tomo II, cap cap II II "Les travailleurs de la mêre" C supra: sup ra: Cientificidade Cientificidade e discurso disc urso analítico analítico a subversão subversão psicanalítica psicanalítica do epistéme". V Descms L'inconscent malgré lu, op cit, p. 76. bid p 176 Ibid p 66. bid., p 16.

A-Cientifcidade da Psiaális•

89

ue até então, limitava seu exercício (limitar-se ao ponto de vista da vaidade  enunciados) a fim de subverter a ficção do sujeitonãodividido e se submeter à egunda potência evando em conta a enunciação. Daí se poder concordar com a argumentação implícita que segue:  O "discurso científico expressa o conhe cimento oetivo, isto é, o conhecimento verdadeiro (ou falso).  O "discurso analtico supostamente apresentase como discurso de ciência. 3 Visto que cae à autoridade das teorias do conhecimento elaboradas a partir do modelo do conhecimento científico sancionar a validade das diferentes ordens do saber cmo a dos discursos que as exprimem. 4 Considerando, enfim, que pareceria ue o "discurso analítico fosse legítimo enquanto não aplicasse a si mesmo a divisão de que fala Deve-se admitir como primeira concusão que uma teoria do conhecimento conhecimento deve ser ao menos suposta para poder promulgar essa desqualificação Mas 1) O "conhecimento científico  um coecimento de ueitonãodividido (Sueit da ciência)  As teorias do conhecimento habituais são portanto, de fato teorias do sujeitoepistêmico Ora 1) O conhecimento psicanalítico enuncia não somente que o sujeito  eo-dividido, mas tambm algo dessa divisão Portanto 1) Enqunto conhecimento do ueitodividido, a psicálise não pode encontrar en tão expressão adequada no discurso da ciência  As teorias do conhecimento comumente formulads não têm portto embasamento em si mesmas pra disputar a validade do discurso da divisão do sujeito, isto , do "discurso analítico como de conecimento que exprime Correlatamente, a "divisão do sujeito impõe que seja aceito 1) De um lado, que a ciência, modeo por exce lência do "conecimentounitário, resulta de um efeito de refenda" do ueio 2) De outro, que as teorias do conhecimento que se articulam a partir do cone cimento científico são mntidas, por sua vez nesta dimensão de "sutura do sujeito que nula a diferença entre o sujeito do enunciado e o sujeito da enuncia ção e o que está implicado nisso. Resulta que o discurso alítico, desenvol vendo o cohecimento dessa divisão, deve portanto se situar necessariamente em posição metalingüística em relação à ciênci e às teorias do conecimento Ora: 1) Se  admitido que o "discurso analítico  ilegítimo enquanto não aplicar a si mesmo a divisão de que faa  Se, por outro ado, a denúncia da ilegitimi ade de um discurso de cohecimento não poderia se enun enuncia ciarr senão a partir de um opus teórico capz de defi�ir os princípios do conhecimento legítimo (sea uma teoria do cohecimento). E preciso concluir, no caso presente, que essa desqualificação do discurso alítico somente pode se confirmar portanto no lugar de uma teoia do conhecimentodividido. Essa teoria poderá ser denominada segund gundaa potência, visto que decidindo o que deve ser um discurso da divi e se ão, poderá, a fo otioi, tioi, servir de exemplo às teorias do conhecimento comuns, limitadas em seu exercício a experimentar a legitimidade dos saber saberes-n es-nãão-divididos Se insistirmos agora em ver nesse discurso diatico a forma do discur o filosófico(57), resulta que a Filosofia pode exibir ou se apresentar ela mesma como teoia do onheimentodividdo. O que quer dizer que se o "discurso filosó fico é o discurso legítimo da divisão (portanto a forma mais acabada de discur o para expressar a psicanálise) o princípio da teoria do conhecimento suposto 11

11

1on.cenn t mlgré mlgré /u /uii, op. it. p lSB-159 57 Cf V Decombs, L' 1on.ce

90 fai Dr

11

em filosofia deveria neessariamente, para autorizar a produção desse disurso, se autolegitimar, onsiderando a posição limite que uma semelhante teoria do conhecimento-dividido ouparia Se aeitarmos o proedimento espeulativo que preede omo sendo exata mente aquele que opera sub-reptiiamente na argumentação de L'inconscient mlgré l u i, resta daqui por diante analisar analisar os elementos de prova que orrobora orrobora os momentos esseniais desse proedimento. Tarefa deisiva que requerirá o exame dos seguintes pontos: 1) O que faz parte da filosofia omo orpo de coheimento apaz de se enuniar sob a forma de um disurso dividido?(58) 2) O que se pode enuniar om um tal disurso? Questões que, indiretamente permitirão também testar a idéia de uma teori do conhecimentodividido que ode, ela mesma, outorgarse as justifiações de sua própria validação. Em outros termos, termo s, realizar a obsedante fantasia que atorenta o positivismo doinar a ordem de onheiento que se legitimasse integralente por si esma Ene hoso proeto que não deixa de evoar a aventura episteológia e que alns se ensaiara ao qerer dar onta ientifiaente da iênia(59). 3 A Enuniação Filosófia da Psianálise Aeiteos o augúrio, pelo menos provisoriamente, de onsiderar o disr so filosóf filosófio io anter anterior iormen mente te definid definidoo  ou sea sea,, o disurso disurso dialétio dialétio  oo o arquétipo do disurso apaz de se enuniar sob a fora de u disrso dividido. Ao sor que esse disurso sea o únio legítimo a expressar ade damente o que se propõe a enuniar, isto é, o disurso analítio, isto eivae  coneder à Filosofia uma posição gnosiológia sem relação om aquela qe odi até então pretender oupar oup ar Com Co m efeito, efeito, se s e a filosofia tem ondições de identifi identifir r e deidir o que deve er um "disurso da divisão, enontrase tanto elo habilitada a sanionar o que abe aos disursosnãodivididos Sob esse ase to enontrase a ausa onipresente que anima todos os epreendientos d sbversão filosófia da psianálise. O qe testemunha M Dayan o ita reisão falando dos filósofos: "Se não se onvertem a um outro tipo de bs s filósofos revoltamse quando preisa avaliar a instrução que poderia dar hes esta experiênia mais partiular que não paree, em razão do aprendiado e requer, poder pod er tobar de saída sob sua uridição, ainda há pouo pou o identifiad identifiad com a da "razão (dogmátia ou dialétia)(60). 8 Considerre  prtr de gor "discursodividido uee ue presetcar em seu modo de proção  divisão do sujeto de que f Em outrs pvrs, quee ue realizar, que atualia ess visão Inversmente, o "discursonão-dividido" será quee ue não presentr ess ptidão. 5 Desde 1911, 19 11, B Russel Russe l desenvov desenvovee o princípio desse projeto projeto e dá té mesmo gums iustrõs iustrõs d todo Cf Russe Russe  B, Our kwledge of exta/ world, Londres, 1914, Aen nd Unwn, trd P Dvaux, L méthode scientique en philosophie, Prs, Pyot, 1971 Whtehed mostrrá como,  prtr ss todo, pode-se construr guns conceitos. rá sobretudo R. Cp quem desenvoverá esse proe de modo sistemátco em dois textos fundments: 1) Der logische Auau der Welt, 1928, Berm, chtensee, Wetkres, Verg, trd. Rof. A. George, The logil structure of the Word, ondres 97 tedge and Kegn Pu 2) Testability and Meaning, i "Phosophy of Sience, Btimore 19697. o 3, 1936, p. 41971. vo 4, 1937, p. 140 Ver tomo  cp. "es trveurs de  mre 6. M. yn 'tm i ian an  Suj Suje, e, op. cit., cit., p. p . 78.

A-Cntfidade da Picam/ise 91

Não se pode desconhecer a incitação poderosa que subentende essa asa: a restituição sub-reptícia da onipotência do sujeítoepístêmíco, isto é, ujeítonãodívídido Trata-se aqui de realizar esta manobra dialética que onsiste não mais como a psicanáise nos impõe a fazer, isto é, subsumir ujeítodivíddo sob o sujeitoepistêmico, mas exatamente a proeza inversa, a aber, re�tituir implicitamente a supremacia sujeitoepistêmico no caso da visão E com efeito, a posição gnosioógica do discurso filosófico qe eva a suspeitar dessa estratégia Certamente, o Sujeitofiosófico, enquanto sujeito, não se substrai a essa divisão, mas percebe-se que não quer saber de nada disso visto que enuncia, em vez de sua fiosofia, as condições de egiti midade mida de do discurso dessa divisão, em outras o utras paavras, paavras, enquanto se apresenta então na onipotência do sujeítocognoscente que egisla sobre o que deve ser o conhecimento. O desvio que ocuta esse retorno do sujeto-epistêmico e subver te o entendimento a ponto de imaginar destrui a convicção devese ao opor tunismo de uma asserção assertórica saber que o discurso especuativo é um discursodividdo. A razão da necessidade de analisar mais de perto o que recobre essa essa noção de discurso-dividido . Repartamos da distinção formuada entre proposição positiva" e proposição flosófca"(61). Sabese que essa distinção supostamente se baseia no modo parti ' car de atribuição que intervem na proposição losóica" em reação ao da ro  roposição posição posit positiva". iva". Contrariamente ao que se passa na proposição positiva, u m sujeito do enunciado não é prev previame iamente nte colocado a títu título lo d e objeto na proposição fiosófica. Também não é sujeito da enunciação que atribui, do exterior, predica dos a esse sujeito do enunciado, de t modo que jamais figura no ennciado. Na proposição fiosófica, reembrando, o sujeito do enunciado é colocado como indefnido e encontra a expressão de sua definição (ou de sua natureza) no redicado Sujeito do enunciado e predicado são idênticos(62) A conseqüência princeps desse modo de atribuição é que o sujeito da enunciação torna-se necessa riente rien te presente no enuncia enunciado do.. Não N ão é soment somentee aquele que efetua a operação de atribuição dos predicados ao sujeito do enunciado; ele se encontra encontr a irredutivemen irredutivemen te ncluído no objeto de que faa(63) Por esta razão, apes da distâcia que en unciado ciado enquanto o primeiro faa neces epaa sujeito da enunciação e sujeito do enun ariamente de si faando do segundo(64), a proposição filosófica que presentca em sua própria estrutura, esses dois sujeitos inclui portanto de aguma maneira a divisão que os separa; de onde resuta que o discurso fiosófico é um "discurso-dividido, isto é, um discurso que atualiza essa divisão Por mais sutil sutil qe seja seja esse esse racio raciocín cíno o  extraí extraído do aiás de Hege(6 Hege(65) 5)  não oe se articular senão apoiandose em m dos princípios essenciais do sistema hegeiao, ou seja, o princípio qe se encontrará formulado por Lapanche sob a orma ondensada segunte: "Verdade e história da reveação da verdade são 6 Cf supra, p 118 e seguintes 62 V. Descobes L' L'nconscien nconscien malgré !ui op cit. 63 bid p. 158-160

p.

157

bid p 16. 6 ee Phénonologe de lesprit, tomo I Paris Auber-Montaigne 1945, p. 50 e seguntes. Trad. Hyppolt J 64.

92 Jocl Dor

finalmente uma só e mesma coisa(66) Além de, como tal, esse princípio enun ciar algo que interessa ao máximo o processo psicanalítico, resta que, ao se encontrar destinado ao universo filosófico, pressupõe então uma certa modaida e de discurso filosófico, ao mesmo tempo que predetermina seus limites, até mesmo que estipula seu enc encerra erramento. mento. O que Hegel explicita da dialética do sujeito no discurso filosófico interessa sem dúvida menos a filosofia de uma maneira geral, que o próprio sistema egeliano e, em conseqüência, de um certo modo, a forma do próprio discurso que o enuncia Surge uma primeira questão Pode-se tão facilmente, quanto L'nconscnt algré lui prega, considerar a forma de um discurso onde interviria a diaética do sujeito articulada por Hegel como a forma representativa geral do discurso filosófico? Uma outra maneira de pergunt se o "discurso filosófico encontra se necessária e sufcintemnt representado no caso do enunciado filosófico tal como Hege formula seu princípio. Sabese que a questão não escapa ao au tor(67) O que causa problema, em contrapartida, é a natureza da resposa que ele traz: de um lado, garantindo que Hegel fala aqui do enunciado fiosófico como tal(68); de outro, fortalecendo esta alegação da caução gratuita de Hei egger: Todas as proposições decisiv decisivas as de qualquer filosofia são dialéticas dialéticas (6 (69) 9) Umaa questão semelhnte j á não poderia se resolver Um r esolver com tnta facilidade sabendo que convoca a história do conhecimento filosófico em seu conjunto O que pôde determinar a oportunidade de uma tal escolha de discurso Por qu o discurso hegeliano mais do que o discurso spinozista ou "condilacia no? Em outros termos, em que a "proposição filosófica tal como Hege a concebe se mostra tão opo oportuna rtuna em satisfazer satisfazer às exigências de um discurso capaz e "falr legitimamente da divisão do sujeito? E preciso mesmo supor essa portunidade suficientemente judiciosa para que incitasse a subsumir o discurso filosófico em geral no caso do discurso filosófico egeliano Imaginar-seia, com feito, que se o autor escolheu a "proposição filosófica hegeliana, é muito naturalmente porque ela parecia a mais adequada a responder  suas questões  assegurar sua demonstração Está aí no entanto uma evidência que, em si, não é satisfatória Não é manifestamente o produto de um acaso se uma colusão é stabelecida de saída entre o "discurso filosófico e a proposição fiosófica egeliana Não se deve perder de vista um dos principais empreendimentos isados: restituir a filosofia na posição gnosiológica da qual a divisão do sujei to destituiua um tanto. Se supusermos então que o discurso filosófico hegelino é exaan1ente uele que pode formular com legitimidade a divisão do sujeito, portanto a sicanálise, avalia-se imediatamente o interesse do equívoco, o qual permite uzir o sofisma que segue: 1) O "discurso filosófico é o discurso hegeliano. 2 O discurso hegeliano exprime legitimamente a psicanálise 3) O "discurso /n nconcen concen  n "Psyhanalyse à l'Université tomo II n2 1 jun 978, 388. 6. J Laplanhe, La référence à / 67 V Descombes, Mas tavez se á pensar que assm acontece em Hegel, não n flosofa, in 'cnscient malgé Iu, op. cit, p 159 68. bd, p 59 69 bd., p 59

A-Cic ACicnn tifida• fida• a P�m1íl P�m1ílse se

3

iosóico" a flosofa expessam legitmamente a pscanálise. A vitude slo stica auxiliando auxiliando a Flosofia einteg eintega a então seu pedesta ped estall gnosiológco. Ua outa azão az ão pôde p ôde sobedetein sobedeteina a a escoh escohaa da po poposição posição flosóf flosófca ca hegelana coo aquétipo do discuso fiosófco apto a fomula adequaente a ivisão do sujeito potanto, o inconsciente e a psicáise. Essa escolha podea esuta de uma associação otuita isto que podea te sido pessentda ua famliadade ente a filosofia hegeliana e a pscanálse Po mais audacosa que seja a hpótese eque entetanto atenção. A déa de ua identdade ente vedade e históa da evelação da vedae epesenta ua das peças es sencas que subentende o edifíco hegelano.  po_ outo lado essa peça mesta que justfca justfca o opotun opotunsmo smo da d a célebe metáfoa metáfoa  somente no início do cepús culo que a couja de Mineva alça ôo(70). Suspeita-se de alguma afndade ente a edade confundida com a históa de sua eeação e um afosmo que acan não hesta em conoca quando nteoga O que é a pscanáse? Tu não me pocuaas se já não me tvesses encontado(71). A couja de Mnea alçando ôo no cepúsculo não deixa de ema que é exatamente ao fnal do ttamento ue o U advém 72). O já encontado coo obsea Lacan está sempe atás mas macado po alguma cosa do esquecmento(73) De modo que se pode e aí de uma ceta mnea alguma coisa que deveia pecsamente se evelada A pópa históia da eeação desse jáencontado é o encamnhameno que egula o pocesso do tatamento. Po outo ado sto faz pensa que do ponto de sta do sujeto do nconscente do sujeito da enuncação não se podea dze nada que já não não se se saia  dv dvsão são do suje sujeto to obga obga  pelo menos menos paa paa se gaan gaant t pagndo o peço da históia da evelação desse jáencontado/jásabido paa que adenha o U. Daí a ve na foma do dscuso filosófico que se autoza de que edade e eelação da vedade são apenas um a foma apopada do dscuso que podeá fomula o que dz espeto à evelação de um já encontado/jásabdo, sto é, à pscanáise e po menos que esse discuso atua faa há somente um obstácuo obstácuo  no lie além dsso a dvsão do sujeto de que faa míni mí nimo mo mag magná náo o  ultapa ultapassado ssado po V Descmbes Descmbes Resta agoa examina se as pefomances atbuídas à poposção fosóf ca hegeana mostamse bem de acodo com as ambções espeadas. m outos temos devemos nos gaanti de sabe se essa poposção é capaz de poder enunca alguma cosa do inconsciente. A abodagem desse ponto essencal no entnto dexa na expectativa O auto gaante com efeito que se podeá d ze"(74) o que dz espeito à divisão do sujeto e daqulo que ela faa po intemédio do dscuso ilosóico. Ua ceta eseva he impõe entetato que se abstenha de abodar o poblema daquio que se podeá dize: Pema nece a questão evdentemente, de sabe o que é pecso dze e pens"(75). Oa é bem essa questão pudentemente evitada, que é pecso debate. 70 71. 2. 3

Gallmard d 1940,  32, trad A. Kaan H, Pis de la hosophe du droi, Pars Gallmar Lcn, Lc qte ep fondmnaux e  pyhnlyc i  12. Ou eja: "W E war  Ich w, "Lá  tv  d U v v. J. Lacn o t   1 74 V Desmb L'/sen malgré /u  cit. p  6 75 lbi,  60

Comecemos por observar mais de perto uma destas "proposções filosófi cas que suposamente atualza o dscurso-dviddo, ou seja, o exemplo evo cado pelo auor segundo Hegel: Deus é o ser'(76). Essa proposção é uma "proposição filosófica justamente porque não atribui a um sujeo Qá determina do) um predcado que lhe lhe convenha, como se disséssemos Deus é um sendo ; o ser (das Sen), nesse exemplo, não é um predicado, é novamente o própro sujeto De modo que o sujeio do enunciado não permanece em seu lugar, coo ponto fixo para receber a seu atrbuto, mas aparece uma segunda vez como sujeio onde se esperava um adjeivo, uma propredade vndo se acrescenar d fora(77) Eis porano o proópo do enuncado especulavo aquele para o qual, em decorrênca de um efeto de "torsão da forma arbuva comum(78), podese dizer que "a dvsão do sujeto entre enuncado e enuncação s lê claramen clar amene e (79 (79).). O ms msmo mo aconec aconecera, era, alás al ás,, com a sér sé r das propo pr oposçõ sções es qu seguem Pe Pensa nsarr e ser são o mesmo; "O nada é o sndo "O go é o não-go "Eu sou a cosa  a cosa é eu(80). É verdade que se a nunciação flosófca equvale a den  r o prdcado ao sujeo, todas essas proposções realzam bem essa operação E vrdade am bém que se a idenificação do sujeito do enuncado ao predcado não mas permte ao sujeio da enunciação se esquivar, para fcar à par do sujeo do enunciado, todos os elemenos anteriores atualizam bem a nclusão da enunca ção no enunciado É verdade, enfim, que se as duas condções acma mencona das definem adequadamene o discursodivdido, enão todas essas fórmulas flosófcas perencem àquele discurso a) Os enuncados auológcos e analítcos Poder-se-a consderar uma proposição tal como "Deus é o ser uma pura e simples tautologa. Com efeito, na medda em que essa proposção supos mente atualize a "divsão do sujeto, na medda em qu sea reconhecda como proposição flosófca, não se deve deixar de admtir de um pono de vsa epistemológco que essa proposção dialétca apresentase como um enuncado tautológico. E é exaamente desse ponto de vist epistemológco qu se deve parr e qusermos procurar saber o que é possível enuncar sobre o nconscen través dessas "proposições especulativas Ora, esse pono de vsta epsemoló ico mpõe, em contrapartda, que sej levado e onsiderção o problema da estrutur óia desss prop propos osçõs çõs flo flosó só ca cas.s. Não se vê alás como podera ser de ouro modo já que o caráer suposamne perormnte"* dos enuncados especulavos es e mesmo totalmente sujeto a mperatvos lógcos De fao, o que pode subver r a compreensão a pono de acrediar que a divisão do sujeo está presn da em tais enunciados fundase na realidade sobre um artifíco lógco. 75.

bd, p. 60. 76. bid., p. 57. 7 Ibid., p. 57. 78. bid. p. 58. 1. bid. p. 59 80 Popos Poposções ções citadas citadas em e m ota pelo auto in L'inconsciet malgré u, op cit. p. 159. Em cê 'w j íve de performane é eevado (N da T) •

A-Cientfdad d Pscmuíls 95

Para dissipar qualquer ambigüidade, examinemos de uma maneira mais aprofundada o enunciado tipo: Deus é o ser" Que esse enunciado seja objeto de uma escolha privilegiada no corus da filosofia hegeliana não surpreende Poderse-ia, de fato, pensar que, se verdade e história da revelação da verdade são apenas um, a tautologia pode se encontar aí justificada Mas percebese então a dificuldade radical que supõe uma Filosofia que procedesse do desen volvimento de tais truísmos Essa dificuldade imediatamente lembra a oposição clássica da lógica entre e enn  n cia ciados dos analític a nalíticos" os" e enuncados sintéticos". O enunciado filosófico Deus é o ser" apresentase exatamente como um enunciado analítico"  Naturalmente, com essa distinção  analítico/ sintético" encontra-se reativada a querea epistemológica tradicional sobre os critérios de produção de analiticidade. A lóg lóga a lássica lássic a impõe que se aceite por analític analítica" a" uma proposição que se contente em extrair extrair de um conceito uma idéia que aí já se encont encontrava rava implicita implicita mente Por exemplo: Todo gatarrão é um gato"(81). ssa proposição é justa mente uma proposição nalítica porque a idéia de gato está implícita na de gatarrão"(82 gatarr ão"(82)) O mesmo se dá com Deus é o ser" se r" Se essa distinção agrada aos lógicos clássicos, sabe-se que o mesmo não acontece com os lógicos modernos O empirismo lógico levará a uma distinção analítico/ sintético" muito mais clara, baseandose no fato de que toda proposição analítica é necessária e toda propo sição siç ão sintética é contingente" (83 (83)) . Esta é aliás uma das profundas diferenças que oporá Carnap e Quine Essa distinção franca entre anaítico" e sintético" será contestada, entre outros, por Quine e Morton White(84) Carnap e seus discpulos eneudarão estritamente a noção de analiticidade nos enunciados que se puder reconhecer como verdadei ros ou válidos de acordo apenas com a significação de aguns termos que con têm Enunciados que poderão sempre ser decarados verdadeiros ou válidos apenas com a visão de sua forma, com o conhecimento das regras que coman dam a utilização de seus termos. Não sendo essas regras nada mais do que a regras imanentes à linguagem, aqueas que govern seu funcionamento Veja mos os seguintes exemplos: (I) Se um homem não é casado, então ele não é casado"(85) () Um casaco não é vermelho e não vermelho" (III) Ou alguns insetos são parasi parasitas tas ou o u nenhum é". é" . 'emprsme me lgq lgq  Par 8 Exempo por . Vax em L 'emprs Pars s PUF970 PUF970 p  303 303   82 b bid id.. p . 31 83. bd., p. 30. 84. Cf. V. O. Quine ) w ma of cmpirim n "From a oga pon o vew 1953, Harvard Universty, Press Cambrdge Mass a. P Jacob es deux me  empirisme, n De Vee à Cambridge, 1980, p 87-2 Pars Gamard. 2) Cp and  zn The Phosophy o Rudof Carnap ed por P. A. Shpp 963 Open Court Lasale nos p 38506. Cf também M. Whe, The nalyti  he synhetic: an nenble dim n Phosopher of scence and reedom" de John Dewe New York The da! Press 90 85 Exempo cdo por . Bouveresse Cp e e et  phophe i 'âge da a science" Pars Dunod, tomo I n 2 970 p 75 "La paroe malheureuse: de alhme ingustque à a gramre phosophique Pars Mn t 97 p  247-297 247-297 96 fcl Dor

Em todos esses exempos, a vaidade dos enunciados é determinada a partir das regras que comandam a utiização dos te �mo moss como "se.  . então; não ou "alguns "nenhum ( todo + não) E inútil sair do domínio igüstico para resover sobre sua vaidade Essa validade é estabelecida se ue se saia da inguagem no interior da ua esses enunciados são formulados A primeira conseqüência dessa definição de anaiticidade é que a verdad dos enunciados anaíticos é a priori e necessária A priori, na medida em qu deriva apenas das regras que governam o emprego dos termos. Necessária, no sentido em que, sendo nossa linguagem regra, todo enunciado que exemplific ess regras não poderá deixar de ser considerado necessário A segunda conse üência importante é que validade e verdade são confundidas, de modo que a verdade de um enunciado analítico pode ser reconhecida de acordo apenas co a significação de certos termos que ele conté. Portanto, verdade e significaão não são probemas distintos Verdade e signcaçã pdem ser identfcadas Quanto à terceira conseqüência, eve-se ao fato de que os enunciados analtics nada diz sobre a realidade Mesmo que façam uso de teros dotados de significação ep rica (como "casaco, "inseto, por exempo) não diem nada propriaen faando Os enunciados analíticos são apenas uma conseqüência das regras que comandam a uilização dos termos Vê-se imediataente que tipo de elo vai então unir linguagem e ógica As eis ógicas não serão nada mais do que a foraliação das regras que coan dam o fundamento da linguagem H dirá, por exeplo, "A lógica é prie ramente engendrada pela inguagem(86). As leis lógicas apenas diem respeito então à nossa maneira de faar sobre os objetos. Esse cnvencinalismo lingüísc não deixa de ter diretamente alguas relações com certas teses capitas do Tacaus Logico Philsphicus. Wittgenstin enunciará, co efeito, que a lingu gem não é apenas o ugar do sentido E o meio pelo qual se expressa o sen do(87 De modo que o objetivo da ógica jamais é explicitar as propriedades formais da linguagem(88) As proposições não die, portanto, nada sobre o mundo(89) São tautoogias(90). As proposições da ógica não podem então ne ser refutadas, nem confirmadas pela experiência(91). Assim: "As proposições ógicas descrevem o embasamento do mundo, ou, antes, elas o representm Els =

6 H Hahn, ogk nhemtk twd Naurrk, in Enhetswssenchaft n 2 Vena 933 Cf tamm ogcl Positism ed A Aye New Yok The Fee-Pe 959 p 52 7. L Wittgensten Trcttus Logico Pziosophicus 92 n Annaen de Natuphiosophe  inglea Ogden/Ramsey Tcttu Logco Plosopicus. ondes 922 Routledge and Pau Ke Tad ingesa D Peas/B M Guines ondes, 96 Routledge and Paul Kegan Tad ancesa I' osssk Traus logico phosophicus, Pais Galmad 96 42 O homem possui a acud de contuir lnguage lnguagens ns pel pelas as quas qua s cada sentdo e pode epm sem se m te nenhum nenhum noão noão nem 1 mae ma ea a como cada palava sign signfic fica a ne nem m do que sgnifica sgnifica opcit p. 7070-7 7.. 6.   "Que as poposções da ógica ógica sejam sejam tautologas tautologas es o que mosam mosam as popiedd 88 Ibd 6. omai o maiss  lógca lógcass da ling linguagem uagem do mundo" mundo" op ct p. 48.  Ibid, 6.1.: As poposições da lógca no dzem nada; conseqüentemente são popos