Rousseau: uma arqueologia da desigualdade

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ROUSSEAU . UMA ARQUEOLOGL~ DA DESIGUALDADE

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Olgária c. f. Matos FICHA CATALOGRÁFICA (preparada pelo setor de catalogação de MG Editores Associados- Bibliotecária Diva Andrade)

Matos, Olgária C.F. Rousseaú- uma arqueologia da desigualdade. São Paulo, M.G. Editores, 1978.

124p. Bibliografia 1. Filosofia francesa I. Tftulo. CDD

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ROUSSEAU UMA

ARQUI~OLOGIA

DA DESIGUALDADE

© desta edição da MG EDITORES ASSOCIADOS Rua Sergipe, 768 ·fone: 259-7398 O1243 · São Pau lo, SP

SÃO PAULO-- 1978

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Produção -'itorial:

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Capa: ·

R..,isão: Assistem• de Produção:

Florentino Marcondes O' Angelo Mauro LOpes Rosane Albert Nilza lraci Silw

COMPOSIÇÃO COMGRAF- Composi~ Gráficas S/C Ltda. Rua Alvarenga. 1237 - 2? conj. 23 - Tel.: 210-8579

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Ao Kdu, razão de ser deste trabalho

e a meus pais

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* Este estudo não teria sido possível sem o concurso da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) que concedeu bolsa de estudo durante sua elaboração na Universidade de Paris I , Sorbonne.

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Introdução .............. ..... . . . . . . . . . . . . . .

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Capítulo I - O Silêncio e a Origem . . . . . . . . . . . . . . . . . A - O Visível e a Natureza: a Presença e a Igualdade ... . . B - O Movimento das Paixões ... . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Capítulo II- A Natureza e o Artifício . . . . . . . . . . . A - 0Anima1, o Homem: a Identidade . . . . . . . . . . B - O Animal, o Homem: a Diferença .. . . . . . . . . C - O Retomo do Reprimido na Sociedade . : .. .. .

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Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Capítulo m- Da Visibilidade à Alienação . . . . . . . . . . . A - O Invisível e a Repre3entação .. . ... .. . . . . . ... B - A Gênese da Oposição: a Consciência . . . . . . . . . . . C - A Guerra de Todos contra Todos: a Propriedade ....

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ConduSio - Balanços e Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . .

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A B -

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Restaurar a Visibilidade: o Contrato . . . . . . . . . . . . . Um BalançO Provisório . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Um Balanço sem Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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·PREFÁCIO I

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Por que, tendo escavado as origens da desigualdade entre os homens, Jean-Jacques Rousseau nao é um revolucionário?· Este livro nos convida a ret1etir menos acerca da coerência da obra de Rousseau e mais sobre a inquietante questlro de seus limites. A autora procura localizar o ponto em que o discurso rousseauruano cria sua própria barreira interna e que, não podendo ser ultrapassada, impede a emer;gência da idéia de uma nova j ustiça e a exigência de uma revolução para alcançá-la. A origem e o fundamento da desigualdadé' social são marcados pelo advento da propriedade privada, porém falta à análise de Rousseau apontar o vínculo necessário enue propriedade e exploração. A ausência desta última impossibilita dar à desigualdade " um conteúdo histórico" e, na falta deste, não há como conceber " uma passagem dialética das contradições"'. Eis porque as duas soluções oferecidas pelo ftlósofo - o contrato social e a pequena comunidade de Clarens - aparecem mais como substitutos para a injustiça do que como luta conua sua causa. Ser desnaturado porque cindido da " Natureza e socialmente dividido, o homem jamais recuperará a indivisão da origem quando, silencioso e disperso, colhia os frutos da terra, 'aplacava as necessidades e divagava no murmúrio das paixões benevolentes. Quando os homens se reunem já se separaram da Natureza e a sociedade , precária substituição, é incapaz de refazer a urudade indivisa do originário. Buscando a origem perdida. o homem social apenas encontra substirutos para ela , mas porque a perda é perversão , perversos serão os substitutos encontrados e nascendo acorrentado aos grilhões do destino de tudo quanto aàvém depois da queda, o homem social é homem sem espermça e sem rede nção . Desnaturar-se é ser culpado e tornar-se suspeito no coração de uma alterid ade pervertida e cada

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. nas agrava a culpa e e . diz . ento da históna ape . diateza do instmto, movun · ara a liDe ·d rfectibilidade, substituto P . is o homem progn e A pe ·at · t · e sim ambigua, po d oo-raça . . não é di e ica d .ar.:or.a e para a eo>fr · O1gana, do e se aperfeiçoa em e-'e-"'"-.-rque é desgraça . d po . ara a morte. · so po eSocializ.ar-se e nascer p . discurso que a temat:lZ.a . . História da perversidade, o . sta uma pista para adivinhar· ria ser perverso também . Na:o sen~ ~a da obra de Rousseau talve~

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. alim nta a suspeiçao.

mos que a questão acer': : a : : ncoerência não se~ um cont~e . uro falso problema. e . escapasse milagrosamen seJaso não seria exigir que o dise~o suscita e provoca para qu~ : t~a dessa história ~rve~. qu~re o mal? Mais fecunda sera tomaS;e urn "bom discur~ . so d discUfSO e que, ao fazé-lo. se . gue os linUtes 0 percorre ·grnáúca rememoraçao que a leitura que mterro desvende o sentido dessa eru homem feliz não tem memó a obra onde lembrar é saberfqli~e-doade é silenciosa. A obra é perque a e ci supnmu-se ria e falar é afirmar . é tentaúva funesta para versa e nela a busca da ongem ória. a linguagem, o pensarnen. sem conseglll-lo. A roem . .. ·. . lembrar. escrever, . da erda ongmana, . a S1 mesma to e o trabalho são SlgllOS b~o da obra seja a repetiçãO mcan· fazem com que o tra . . discurso está a procurar. ~=da perda e da divi~o CUJa o:Og;{: ;eda: é sua plena manifesRousseau não e descnç A obra de ocu1 e o · al 0 visível se ta taçã .Como o diferente se toma de~ a .estas questões, escreve resença se faz ausente? A respos história empírica. pois Rous~~ não deve ser buscada em uma riam determinado o advento - . daga quais os fatos que te . rincípios que atorseau nao m s e sim quaJ.S os P .~~ .....naldade enUe os homen Issíwl contudo, a \ingll'&em do ongodo só foi pessí"'l .,.ando toda a superfície da Terra já se encontrava repartida entre algunS que P"" defondore.n seus bens o se apassat= d"' de outrem p.06 ....... dade , e através dela R m que , senha res benevolentesousseau servidos por alegres para trabalh ~ aaores. Malgrado seu fracasso -JaiD, bem 50 u

de..;~.~~

_ dese}o de unir 0 Clarens exprunem ~o subsContrato Socl e . O desejo de • d 0 . d nenas reunua. . restauran porém. ns que a socleda e. ai:"- ..;rrin~ria tenta realiz.ar-se és da home indivisão 011ó"'-- ' os outros at.raV tituto fmal para a sença dos homens uns a Le. no Contrato. a e a pre u··diano Porém. a 1, o rasuo a ,,;.;bitidade •..,. d labor co · ~P.tll apagar Lei, da festa e ~ b ta. em Clarens. não origem não refesta e_ a alegre~; da guerra.~ a lembra;ça líriCO. do gen~alóda _SOCJ.ed.ade n primado do eUCO ~bre b poo revolucionári~· o diJne o present~- 6 ·co do arqueológlCO so ~;--~~~o do origináo biSt n • nr