O Conceito de Natureza

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Alfred North Whitehead

o Conceito de Natureza

Martins Fontes sao Paulo - /994

Titulo originol: THE CONCEPT OF NATURE Publicado por Press Syndicate of the University of Cambridge Copyright © Press Syndicate of the University of Cambridge Copyright © Livraria Martins Fontes Editora Ltda., Sao Paulo, 1993, para a presente edicao

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brosileira: marco de 1994

Revistio do

Julio B. Fischer Carlos Eduardo Silveira Matos Revisiio tipogrdjica: Marise Simoes Leal Marcio Della Rosa

graftea: Geraldo Alves Ademilde L. da Silva Capo -

Projeto: Alexandre Martins Fontes

Dados Internacionais de na (CAmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

(CIP)

Whitehead. Alfred North, 1861o conceito de natureza / Alfred North Whitehead ; Julio B. Fischer]. - Sao Paulo: Martins Fontes, 1993. - (Colecao T6picos) "As Conferencias Tarner ministradas no Trinity College, novembro de 1919."

ISBN 8S-336"()248-O 1. Ciencia - Filosofia 2. Conhecimento - Teoria 3. Filosofia da natureza 4. Natureza I. Titulo. II. serie.

CDD·501

93-3365 indices para cataIogo sistematico: I. Ciencia : Filosofia 501 2. Ciencias naturais : Filosofia 501 3. Filosofia da ci&1cia SOl

Todos os direitos para a /{ngua portuguesa reservados LIVRARIA MARTINS FONTES EDiTORA LTDA. Rua Conselheiro Ramalho, 330/340 - Tel.: 239-3677 01325-000 - Sao Paulo - SP - Brasil

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SUMARIO

Prifaeio

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I. II. III. IV. V. VI. VII. VIII. IX. Nota: Nota:

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Natureza e pensamento Teorias da da natureza 0 tempo 0 metodo da extensiva e movimento Congruencia Os objetos Resumo Os conceitos fisicos fundamentais Do conceito grego de ponto Do significado e dos eventos infinitos

33 61 91 119

143 169

193 217 233 235

PREFA.CIO

o

conteudo deste livro foi originalmente apresentado no Trinity College, no outono de 1919, como 0 ciclo inaugural de Conferencias Tamer. A de conferencista Tamer tern carcher ocasional e foi criada peIa generosidade do sr. Edward T arner. A tarefa de cada urn daqueles que sucessivamente ocupam 0 posto sera. a de ministrar urn cicIo de conferencias acerca da "Filosofia das Ciencias e as ou Ausencia de entre os diferentes Setores do Conhecimento". 0 presente livro traduz 0 esforc;o do primeiro conferencista da sene em desincumbir-se de sua tarefa. Os capitulos preservam sua forma original de conferencias e se mantem da maneira como foram ministradas, 11 de pequenas visando eliminar obscuridades de expressao. A forma da conferencia tern a vantagem de sugerir uma plateia com urn quadro intelectual definido, 0 qual a conferencia tern 0 prop6sito de modificar em urn sentido especifico. Na de uma perspectiva diferente e com amplas

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a CONCE/TO DE NA TUREZA

uma linear, das premissas as conclusoes, nao e suficiente para assegurar a inteligibilidade. A assistencia ira interpretar tudo aquilo que for dito segundo sua perspectiva preexistente. Por esse motivo, os dais primeiros capftulos e as dais ultimos sao essenciais para a inte-

ligibilidade do livro, muito embora pouco acrescentem a inteireza formal da Sua e evitar que 0 leitor se desvie da rota no de equivocadas. Identico motivo me leva a evitar a terminologia tecnica da fIlosofia. A modema filosofia natural esta crivada de alto a baixo pela falacia da discutida no segundo capitulo deste livro. Por conseguinte, todos os seus termos tecnicos implicam, de alguma fonna sutil, urn entendimento equivocado de minha tese. Talvez seja conveniente prevenir explicitamente que, se 0 leitor se entregar

ao vicio comodo da sequer uma unica palavra do que escrevi the sera inteligivel. as dois ultimos capitulos nao pertencem propriamente ao ciclo especial. a Capitulo VIII e uma conferencia ministrada na primavera de 1920 diante da Sociedade de Quimica dos alunos do Imperial College of Science and Technology. Foi incluida neste volume a titulo de resumo e convenientes da doutrina do livro para uma plateia imbuida de uma certa perspectiva especifica. Este volume sobre "0 Conceito de Natureza"

ecom-

plementar a meu livro anterior, An Enquiry concerning the Principles of Natural Knowledge. QIalquer um deles pode ser lido independentemente, mas ambos se completam. Em parte, 0 presente livro apresenta certos pontos de vista omitidos em sen predecessor e em parte transpOe 0 mesma terreno com uma exposic;ao alternativa. Por urn lado, a matematica foi criteriosamente evitada, senda acei-

PREFAcIO

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tos os resultados das matematicas. Determinadas foram aprimoradas, enquanto outras foram iluminadas sob um novo prisma. Por outro lado, importantes pontos do trabalho anterior foram omitidos quando naD havia nenhum acrescimo a fazer a seu respeito. De modo geral, enquanto 0 trabalho anterior baseava-se, no fundamental, em ideias diretamente extraidas da fisica matematica, 0 presente livro guarda maior proximidade a determinadas areas da filosofia e da fisica, a ponto de excluir a matematica. as dois trabalhos convergem em suas discussOes acerca de alguns detalhes do e do tempo. Nao tenho consciencia de ter modificado em sentido Houve alguns desdobramentos. algum minhas nao-matematica foAqueles que permitem uma ram incorporados ao texto. as desdobramentos matematicos sao mencionados nos dais Ultimos capftulos e se referem

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dos principios da fisica matematica a forma do prindpio da relatividade aqui sustentada. Embora seja adotado 0 metodo einsteiniano de utilizar a teoria dos tensoe conduzida por diferentes linhas e a parres, sua tir de diferentes pressupostos. Aqueles dentre os seus resulna experiencia tambem tados que tiveram sao obtidos por meus metodos. A divergencia nasce fundamentalmente de minha recusa em aceitar sua teoria do esnao-uniforme ou sua admissao do peculiar caniter

fundamental dos sinais luminosos. Nao obstante, eu nao incorreria no erro de deixar de reconhecer 0 valor de seu recente trabalho acerca da relatividade geral, que tem 0 grande merito de ter sido 0 primeiro a revelar 0 modo como a fisica matematica deve se desenvolver a luz do principio da re1atividade. A meu ver, noentanto, ele confinou 0 desenvolvimento de seu brilhante metodo matematico aos limites estreitos de uma filosofia altamente duvidosa.

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o CONCEITO DE NA TUREZA

o objetivo do presente volume e de seu predecessor e as bases de uma filosofia natural que seja o pressuposto necessario de uma fisica especulativa reorganizada. A geral do e tempo que domina 0 pensamento construtivo pode reivindicar 0 apoio independente de Minkowski pelo lado da ciencia e tambem de sucessivos relativistas, ao passo que, no tocante aos fil6sofos, foi, ereio eu, tema das Gifford do professor Alexander, ministradas ha poucos anos, mas ainda n1i.o publicadas. Tambem de resumiu suas conclusoes quanta a essa questao em uma palestra a Sociedade Aristotelica emjulho de 1918. Desde a pude An Enquiry concerning the Principles of Natural Knowledge, pude beneficiar-me com a leitura do livro de Sr. C.D. Broad, Perception, Physics and Reality [Camb. Univ. Press, 1914]. Esse valioso trabalho serviu-me de apoio em minha discuss1i.o do Capitulo II, embora eu ate que ponto 0 sr. Broad concordaria com qualquer urn dos meus argumentos, da maneira como ali enunciados. Resta-me agradecer aos quadros da University Press, seu pessoal da linotipia, seus revisores de provas, seu pessoal de escrit6rio e gerentes, nao apenas pela excelencia tecnica de seu trabalho, mas pdo modo como cooperaram no sentido de assegurar 0 atendimento de minhas conveniencias. A.N.W. IMPERIAL COLLEGE OF SCIENCE AND TECHNOLOGY

Abril de 1920

CAPITULO I

NATUREZA E PENSAMENTO

o tema enfocado pdas Conferencias Tamer e defmido por Seu criador como sendo "a Filosofia das Ciencias e as ou Ausencia de entre os diferentes Setores do Conhecimento". Na primeira conferencia dessa nova sera conveniente nos determos por alguns instantes nos propositos de seu outorgante tal como expressos nessa defini.;ao; e 0 fal,;o com urn prazer tanto maior quanto isso me facultara introduzir os topicos aos quais 0 presente curso devera estar voltado. Ejustificado, penso eu, tomarmos a segunda chave da como parcialmente explanatoria da primeira. 0 que vern a ser a filosofia das ciencias? N1i.o sera uma resposta insatisfatoria dizer que se trata do estudo das entre os diferentes setores do conhecimento. Ent1i.o, com admiravel deferencia para com a liberdade do saber, sao inseridas na definil,;30, ap6s a palavra "relal,;oes", as palavras "ou ausencia de re1al,;oes". U rna confutal,;ao das rela