Nova Psicologia Para a Educação Educando o Ser Humano [1ª ed.] 9788579170287

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Nova Psicologia Para a Educação Educando o Ser Humano [1ª ed.]
 9788579170287

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Zenita Cunha Guenther

Nova Psicologia

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Nova Psicologia para a Educação: Educando o Ser Humano

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G 9032 Nova Psicologia para a Educação:

Zenita C. Guenther

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Educando o Ser Humano

eo

1980

1º Edição - 2009 canal

editora

Biblioteca Setorial Centro de Educação . UF:

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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

G927n

Guenther, Zenita €. Nova Psicologia para a Educação: Educando o Ser Humano /

Zenita C. Guenther. - -Bauru, SP : Canal6, 2009.

208 p.; 23 cm.

Inclui bibliografia.

ISBN 978-85-7917-028-7

1. Psicologia 2. Educação 3. Psicologia Humanista. 1. Guenther, Zenita C. II. Título. CDD 150

Índice para Catálogo Sistemático

1. Psicologia humanista aplicada à Educação 370.15

Este livro é publicado com o apoio de: EDEp

E

Associação de Pais e Amigos para Apoio ao Talento - ASPAT

CEDET N ans / Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento Capa - Lucas Emmanuel Lopes e Santos

parte desse livro, Todos os direitos reservados. Qualquer reprodução de todo ou

diretoria da ASPAT. por força de lei, precisa autorização expressa do autor, ou da

CopyrightO Zenita C. Guenther, 2009

e-mail da autora: zeguenQufla.br

canalO esiror:

Rua Eng. Alpheu José Ribas Sampaio, 3-40

Jd. Infante Dom Henrique | CEP 17012-631 | Bauru, SP

Fone/fax (14) 3313-7968 | www.canaló.com.br

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Dedicatória

Esse livro é dedicado:

A Mestra Helena Antipoff, de quem nada é possível dizer em poucas palavras.

Às professoras dos verdes anos,

Dona Cinira, Dona Arlete, Dona Hebe... rio, Aos professores da Escola Normal da Fazenda do Rosá

D. Olga, D. Fernandina, D. Maria de Freitas,

Lisboa, D. Áurea, D. Elza, D. Hilda, Dr. Marques

D. Irene ... Dr. Euzébio, Prof. Miguel, Prof. Leopoldo, O que aprendi com vocês

não é possível ensinar... Zenita Guenther

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Sumário

Parte 1 - Uma Psicologia para a Educação O.Ser e o não.ser da-Ciência . ss sena OETIIBI-NIVÁ 2.0. , 19

Capítulo 1 - Dimensão Psicológica da Educação .............. 21

A força do movimento pendular ................c.iceeen. Trajetória do pensamento psicológico em educação.......... cd oininado O Pensamento Humanista .......... Rarceg a. Escolhendo o futuro ta .usaso. CESTOS DMD,cos

22 23 24 25

Capítulo 2 - A Ciência da Psicologia - Princípios e Bases......... Estímulo, Percepção e Significado. ......ieccsesiensaieerese O conceitóde “Campo”; auias sas a nannigo dupla dos pi aa Características do campo de percepções .........cseeeos

29 30 31 32

O processo de comunicação .........ccceeeseereneereeeees 37

À psicologia e os problemas humanos ...... cette 38 Estrutura interna da psicologia humanista ...... «cesso 39 cc eranaeos Prática profissional ........ccccceeesererere ree 41

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8

|

Uma Psicologia para a Educação

Sistema Aberto e Fechado de Pensamento ER

Processo e produto. .......cccsesesrreerr,

re

Algumas implicações...

O Conterto dual é seiva

vsbab cid enti

3

dr 45

o

Capítulo 4 - Desafios à Psicologia da Educação Humanista E Situação de Ajuda...

a o

.

O “Currículo oculto”...

O Indivíduo em sociedade .......cciiiiiiine iiiiii O 59

O Professor .........i

eres

Avaliação e Resultados ...... duenama apena dA A

61

65

Parte 2 - Compreendo o Ser Humano

Conhecendo seu aluno ..........cccci 71

Capítulo 5 - O Auto-conceito ........ccccc

73

AUlO-DEICENÇÃO . ssanaa a biaT ad Broa di a DEZ ADO cura a ni 74

Auto-conceito e comportamento........i...cciiiiiiiii 76 Formação do auto-conceito ............ccciiiiisiiiii 78 Modificações no auto-conceito .........ccciisiiiiic 89 Capítulo 6 - Presença do Outro...........cccicccerererre 9 O indivíduo no grupo ......... ici cccsiri cccs 92 Outros canos nas erigir aaa é PRE ERRA Rd né do 94 Formação da idéia do Outro..........cccicisstttteeeeeas % Diferenciação no Conceito do Outro ........... Gerir Dina dé 97 Raízes do pré-conceito ........ccccccssccrrrereerneneeso 103 Capítulo 7 - Quadro Referencial da Visão de Mundo ......... 105

Características pessoais e visão de mundo .......eccerere 108 Formação da Visão de Mundo ..........ccceeereneeeeese 109

Desenvolvimento do Quadro Pessoal de Referência ........: 114

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Zeni C. Guent ta her

ão Pessoal . da Adequaç Capítulo 8 - Alicerces | Adequação

|

9

Pessoal... 12]

Adequação e Necessidades ..................,

A Personalidade Adequada. .......ccciii

122 123

Adequaçoão ........iiiiiiirie 130 Comportaement

Desenvolvendo adequação pessoal .................... RE»

Parte 3 -Educação do Ser e Vir a Ser Serevir a Serem Educação. assa snads Fessag Copas anda cos 139

Capítulo 9 - Educação do Ser ..........ccteeteeterereereno A Ciência da Educação .........cccccccccrrrrereeeeeeeeo Dimensão Psicológica da Educação. ..........seseecees Propósitos da Educação Humanista ............ceeeseres

137 144 146 147

Necessidades e Motivação. .........ecccesereeeeeereeeero 151

Algumas considerações práticas .........cereseererereero 163 Capítulo 10 - Ensinar e Aprender .......ccceccerseeereeres 165 Aprendizagem, Percepções, Significado. .....cececerereese 167

Conhecer, saber e comportar ..........cccsstserereeeeses 168

Percepção e diferenciação.........cestecerereesenenenes 169

Raciocínio e resolução de problemas ...........ccceeess 172 Inteligência - conhecer e aprender. ........cceeererereeero 173

Capítulo 11 - Viver para Aprender. .......cccetereereeeeeeo 185

186 “Ver e ouvir” versus Viver.......cceceeeeeeeserereeecereo

187 A sala de aula - ambiente e processo........ceeeeeereeeeeo 192 Preparando o ambiente.........cceeeeeeeeeeereeeeeeeeoo

aesdnsenarts 194 Vivendo O processo +... ; semen iene deem eer

197 Registrando e documentando .......ccereeerererrreeceoo

rest eeerao ese 205 Bibliografia Básica. .........ceceeseceserenr

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Prefácio (Ao livro de Psicologia Humanista da Doutora Zenita Cunha Guenther)F

Educação faz milagre? No seu livro famoso, Proust, através do tempo e do espaço, busca momentos que, parece, foram perdidos. No último volume de sua obra, verificamos que, realmente, houve muitas perdas, muitas transformações. Mas, bem sabemos que há o

tempo reencontrado, que nos faz viver um passado, e que não foi perdido.

Nas décadas 40-50, conheci a menina Zenita, um pedacinho de gente, que já

era professorinha rural. Era quase criança e já nas lidas no campo da educação.

Zenita sabia o que queria. Seus amigos, seus vizinhos teriam o mesmo comportamento? Lendo seu livro, penso na Zenita quando fala no campo de conscientização

de cada um, que leva ao modo de ser de cada pessoa. E, desde muito jovem, sem saber ainda, esse campo de conscientização a conduz ao caminho da psicologia

| humanista. na desorNesta obra, Zenita destaca os descaminhos da educação refletindo

avanço da tecganização do nosso mundo. Faz-nos parecer que O extraordinário

que ficou marnologia excluiu nos seus propósitos, a felicidade do ser humano, de humanidade, o ginalizado, porque a máquina ocupou o seu lugar. Nessa crise com à valo rização do movimento humanista surge como consegiiência. Somente Hoje o objetivo máximo da huser humano é que vai há haver solução para a crise. paixão pelo trabalho até exagerado, a E s. riai mate bens de sta qui con a é de ida man os a felicidade. é importante porque alcança tudo o que se pode comp rar men arte

que à arte libertaria o homem. À A professora Helena Antipoff acreditava Na antiga Escola Normal Rural, da Faa. human e ilidad sensib a ta aumen e bre desco zenda do Rosário, uma aluna exclamou: “Quando ouço Bach, tenho vontade de : a

boa”, No antigo grupo escolar, onde iniciei minha vida de professora, uma

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|

Uma Psicologia para a Educação

da 4º série se emocionava até as lágrimas , ouvindo a leitura do “Morrer”

de Tagore Em uma aldeia inglesa, os aldeões enfrenta vam forte neve no inverno p “O Messias” de Handel. Um índio na Améric a do Norte sempre ouvia a 9º sinfon: de Beethoven. Na exposição de obras de pintura e escu ltura de Camile Claudel EE

adolescente, humilde, do interior, teve essa exclamação: “Estou adorando”, E em operário ouvindo, extasiado, a orquestra sinfônica? Ele não cogitava sobre os = e ponentes da orquestra, não argumentava sobre a delicadeza dos violinos ante ii

guerreiro dos trompetes, nem o doce dos violoncelos longe do baru lho dos pad A flauta, pastoril, e a trompa dramática não lhe eram reveladas. O rude operário e tia o todo, o completo. Ingmar Bergman já dizia: “Sentir é primordial, compreender

é secundário”,

Através de uma orquestra sinfônica vemos as diferenças individu ais dos hu.

manos, produzindo, apesar delas, as mais belas manifestações em todos os campos

de atividades. Não importam as diferenças de raça, de língua, de cultura, tudo é harmonia, e o mundo se eleva. Rui Barbosa vem nos lembrar: “A verdadeira igual.

dade consiste em tratar a todos desigualmente, na medida em que cada qualé desigual”. O todo da orquestra sinfônica é o importante, se for fragmentada, a música será prejudicada. Assim também é o ser humano, no corpo um conjunto de órgãos trabalhando em harmonia para a saúde ser de fato. A fúria da especialização nas atividades de hoje fragmentou o homem. A medicina é uma das principais víti-

mas. Pedro Nava, em seu discurso “Medicina e Humanismo”, fala “em setores da

especialização exagerada e nefasta”E,. justificando o humanismo na medicina, fala sobre o Prof. Aloysio de Castro: “Não está perdendo tempo o médico que lê outros livros além de seus tratados, porque aprende-se tanta psiquiatria nas páginas de um

Bleuler como nas de Shakespeare, a mesma psicologia profunda nos livros de um Freud como nos de Proust e, em todos os ficcionistas, a vasta experiência humana

que arremata e completa o espírito”, Essas palavras do Nava servem para toda €

qualquer atividade humana. A psicologia da educação humanista tem um longo caminho a percorrer. E o professor, preparado dentro dessa filosofia, será o colaborador perfeito par 5

transformação do mundo, perdido nos atalhos do egoísmo, da violência e da indiferença.

Há necessidade urgente do homem e da mulher trabalharem menos horas para ter tempo de viver, isto é, tempo para os concertos, teatro, cuidar do jardim, e

cantar em coral, fazer parte de um grupo teatral... A psicologia humanista, par :

realização desse ideal, entra em cena, transformando os processos na educação

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Zenita C. Guenther

|

13-

tal maneira, que os futuros banqueiros, os magnatas da indústria » OS governantes produtos dessa psicologia, ea agentes de profundas modif icações nas áreas pro-

dutivas, e o trabalho de todos não será um pesadelo, mas uma bênção. Com menos

horas de serviços, com salário digno, serão homens e mulheres felizes.

A educação faria esse milagre? Faria? Não... fará. A educação faz milagre. Faz, afirmo, porque já vi muitos, muitas transformações operadas pela educação. E um

dos exemplos é a Zenita, aquela menininha de 13 anos, já era professora rural. Através dos anos, de estudos sérios, de trabalhos, chegou ela a essa posição privilegiada, que lhe outorgou a EDUCAÇÃO. Sua revelação foi na Escola Normal Rural,

da Fazenda do Rosário, onde uma psicologia humanista imperava, na inspiração da extraordinária Professora Helena Antipoff. Zenita foi impregnada dessa filosofia. Percorrendo, mais tarde, o longo caminho no magistério, desde a escola rural partindo do ensino fundamental, ao médio e operando no superior e nas variadas atividades que a carreira impõe e exige, Zenita é uma psicóloga humanista, produto de trabalho vivido em várias situações e não uma teórica apenas de livros,

conhecedora do educando como um todo, sem mutilação, sem fragmentação, res-

peitando-o na sua totalidade.

Reafirmo: a EDUCAÇÃO fez e faz milagres. Elza de Moura Belo Horizonte, maio de 2007

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Apresentação

Porque a Educação Inclusiva precisa uma Psicologia Humanista? A abordagem humanista em educação deriva seu ideário de uma das manifestações mais marcantes no pensamento atual, que congrega pensadores insatisfeitos

com as concepções tradicionais sobre a Natureza Humana. Sob esses olhar o Homem não é, por natureza, um campo de batalha entre forças biológicas e sociais opostas, nem é um organismo neutro, composto de músculos, vísceras, glândulas e filamentos nervosos a serem condicionados. O Ser Humano é total e complexo, diferente de outras espécies, tendo em sua essência algo que traduz e expressa essa diferença - a

humanidade. Ao contrário de outras abordagens, essa psicologia não cresceu em clínica, ou laboratório, mas no cotidiano da vida, no estudo de pessoas “comuns”, vivendo situações normais da vida diária, na família, no trabalho, na sociedade... Assim

situa a educação a partir do crescer, das expectativas, da capacidade, saúde, conscientização e não em prevenção, problemas, disfunções, ou dificuldades.

O Ser Humano é um “ser de necessidades” que lida com exigências internas

e externas, sob diferentes níveis e tempos de atuação, que às vezes Se a umas a outras, em natureza, essência e urgência de resolução. A organização E

necessidades humanas sugere escalada em direção ao aperfeiçoamento E ndo

€ de natureza auto-realização, em que as vias são de nível mais alto

a js

exemplo, necessidades superiores como conhecim ento, justiça,

idades

necessidades de manutenção do organismo. Examinando à pe E ideário de Maslow, (Goble, 1974; Combs, 1977; Guenther 1997) a SEA que é vital a beleza, somente um projeto educativo relacionado efetivamente ao

em que necess a d i d e m na Ser do nível ao impulsionam ações e inter-relações

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|

Uma Psicologia para a Educação

de manutenção, tais como alimento, saúde, emprego, abrigo, afeição € Pert Cnci. mento vão sendo resolvidas.

Aprender, um evento que está à base do processo educativo aconte

ce No

mento em que alguma coisa começa a ser vista, compreendida, integrand

Mm

0.

po fenomenal interno. Isso pode acontecer quando alguém está eotiind 0 cam. um livro, ou ouvindo uma explicação, mas a maioria das aprendizagens cao

acontece nos momentos em que as pessoas interagem entre si e com o mo no processo dinâmico de viver! Um “ambiente educativo” inclui professor ndo, terial didático, local de encontro com os alunos... tudo, enfim, que ajude à : Ma. direções apropriadas ao momento em que o aluno consegue captar significa

pessoal nos fatos, informações, fenômenos, vivências, e toma assim maior controle

sobre o que é importante para sua vida. É nesse exato momento que a Educação

acontece... ou deixa de acontecer.

Essa base precisa ser estabelecida em uma escola inclusiva: a vida e as pessoas, como seres humanos agentes e inter-agentes, o momento concepcional de vivênci

comum, em sala de aula, e na escola... são o material com que se constroem alicer-

ces para formação de pessoas, cidadãos, seres humanos vivendo como seres huma-

nos. Por isso precisamos da psicologia humanista na educação inclusiva desejada para nossas escolas, e nossa sociedade.

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Parte 1

Uma Psicologia para a Educação

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O Sereo

não Ser da Ciência

Não é fácil pensar a Psicologia como uma Ciência Humana, pois como

poder;

o Homem visualizar uma ciência de si mesmo? Não está o peixe décialifcado

estudar a água? ... Ou quem melhor que o peixe pode entender a essência da água.

a

Vivemos em um mundo divido por dois grandes padrões de diferenciação dá determinam aleatoriamente o que acontece no dia a dia das pessoas, ainda que elas

não tenham consciência de que tal está se passando:

1.

Norte-Sul - império do poder econômico e

2.

Leste-Oeste - natureza e essência da vida humana

Norte-Sul representa uma divisão da Terra em duas facções, uma de modo

geral ao Norte do Equador, rica e afluente, e outra ao Sul, pobre e carenciada. Em cada uma o poder econômico é o grande determinante dos valores, estilo de vida e opções que são abertas às pessoas que ali nascem e vivem. Os seres humanos são

divididos em “os que têm” poderio material, dinheiro, petróleo, ouro..., e, pelo uso

desses bens, se arvoram em exercer domínio sobre os que “não têm”, ditando uma vida orientada por princípios de Quantificação e Matéria.

Leste-Oeste aborda a essência do ser e viver. Enquanto no Oeste a vida é inter-

pretada em termos de quantificação efetiva ou ilusória, (quanto dinheiro, qual o QL, que titulação, etc.), para conceituar a qualidade da pessoa; € índices de desen

vacinas dispenvolvimento calculados em refeições ao dia, anos de escolarização, sadas... No Leste a concepção de qualidade emana da essência do serprocessual.

Imersos no estilo de vida do Ocidente, somente vemos O ideário do Oriente Ee

construída modo parcial e externo, como uma filosofia fascinante, porem vas” de idéias, atitudes, ap sobre princípios diferentes do que vivemos. Esse universo

e interações das culturas orientais tradicionais é para nós algo desconhecido, mis-

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|

Uma Psicologia para a Educação

tico e distanciado da compreensão. Todavia atrai-nos uma concepção

de mun à

voltada para a qualidade, essência e substância da vida, ao contrário da QUantifica. vida. ção, matéria, produção e relação com “coisas” da

infinitos em concepção, a Orien. Como os números são lineares, ordenados e

tação preferencial no modo de pensar ocidental privilegia o pensamento linea,

embora paralelo, circular, espiral, em uma “lógica” medida e controlada, com

, esse ncialmente não linear, sequências e consegiiências. No pensamento oriental

s, redes, o que a integração das ações e intera ções configura-se em campos, area

ndida como requer que as pessoas se apóiem umas às outras, numa situação ente

ar com cla. combinação mais que proximidade. Sob essa proteção é possível pens

reza e profundidade, interpretar e organizar à vida em sua essência e substância,

cias, sem se ocupar sempre com causas, determinações, sequências, ou consegiiên

simples e lineares. Tal Psicologia da Educação é uma maneira de pensar que se aproxima da po. sição oriental, ao contrário do pensamento tradicional em psicologia, orientadc pelos princípios lineares e quantitativos que marcam a cultura ocidental.

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Capítulo 1

Dimensão Psicológica da Educação

Uma característica marcante da psicologia como área do conhecimento, foi haver

se desenvolvido através de questões e preocupações relacionadas a problemas concretos da vida e atividade humana. A Educação foi uma das fontes que influenciaram direções

da pesquisa em psicologia, levantando os desafios da prática educacional na escola e na família, demandando respostas aplicáveis ao encaminhamento desses problemas. Entretanto, a Educação mostra posições contraditórias: de um lado, descrença na Psicologia Educacional, por parecer um diletantismo alienado do dia-a-dia escolar; de

outro, fé no psicólogo para lidar com problemas que os educadores se sentem impotentes para enfrentar. Mas o apelo dos educadores frequentemente dirige-se não à Psicologia como base para compreensão da sua prática, mas a questões de o que fazer - como agir, em relação a anormalidades e disfunções atribuídas ao aluno, questões que deveriam, em princípio, serem examinadas pela área clínico-médica e não pela educação. Tal elemento de descrença é relativamente recente na história das relações da Educação com a Psicologia. Historicamente a educação acreditou em psicologia, expressando sua fé de várias maneiras: em perguntas e temas para pesquisa; na organização de currículos para formação de profissionais da educação; na esco-

lha e distribuição de assuntos pelos currículos escolares; na definição de níveis de

ensino; na própria orientação da escolha de objetivos para sistemas educacionais. Mas, seja por extravasar limites de generalização, ou por desviar o interesse para fenômenos distanciados do seu campo de estudos, a Psicologia da Educação não

parece ter conseguido alcançar os seus propósitos como dimensão vital ao proces-

so educativo vivido por professores e alunos. Por outro lado, boa parte do conhecimento produzido p ela psicologia em áreas de Palavras aplicação direta foi divulgada de forma rápida e superficial ent re o público. centemente, como “inconsciente”, “complexos”, “reforço”, “regressão”, “traumas” e mais : re

nio siress”, “inteligências múltiplas”, “hiperatividade”... o próprio QI- caira m no domí ,

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22

ação ológica da Educ 1 Dimensão Psic

Essa popularização superficial de conhecim

en dades científicas. E que público co mo novi uma é educação da psicologia em ber sa O e St o de qu sã es pr im à a ix de incompleto oa pode dominar sem estudar muito ral, e qualquer pess ge a ur lt cu e o ns se de bom

o pendular nt me vi mo do a rç fo A ao

nal relaciona-se tamb im io ac uc ed ia og ol ic ps na res s « A descrença dos professo bito das ciências humana âm no do ca fi ri ve no me alto n;. efeito pendular, um fenô

e, idéia ou ação recebe tud ati a um do an qu : te in gu s que tocam sociais, que consiste no se seja por definições simple o, mp te de ço pa es o rt cu vel de aceitação, em em largos segmentos er sc na m ze fa e qu a nç ra pe a es magia em. em pontos complexos, ou pel Passado o momento de o. çã re di a el qu na am in cl sociais, as opiniões se in pensamento se volta

tece, vem à desilusão e o on e ac nt me el av ri va in e qu , da presta oposta à posição adotada. te en lm ra et am di o da çã re di em opiniões oscilou para o lado de o ul nd pê o XX ulo séc Na primeira metade do fia não fora capaz de oferecer sos probleoso Fil à s que ta os sp re das a sc bu a em Psicologi onda de esperança o gover.

chamado “novo”. Nessa o nd mu um em , no ma hu ser do mas

ndem na escola”, unta “Por que as crianças não apre no francês, em 1903, frente à perg ca: por causa

l configurou uma resposta psicológi dirigiu-se a um psicólogo, Binet, o qua ratégias para localizar, identificar e u est ro o ge çã si po a is. Ess dua ivi s ind nça ere das dif ão dos imizar as diferenças pela homogeneizaç min € os, alun dos cas ísti cter cara ir med e medidas psicomé-

envolvimento dos testes grupos, o que, por sua vez, incentivou o des

dentro da psicologia educacional. Todavia a mes tricas, que ainda hoje ocupam espaço

, foi levada a um sociólogo, que construiu ma questão levantada nos meados do século endem diferentemente por causa uma resposta de natureza sociológica: as crianças apr sociais... das diferenças sociais, e a solução é minimizar as diferenças

s” da Educação, A força do movimento pendular direciona os segiienciais “ismo para problemas velhos, deixando um lastro de desconfiança para com respostas novas mente não existem já “explicados” por formas de pensar diferentes ou opostas. Provavel opiniões ipónias unidimensionais para os problemas humanos. Talvez o pêndulo das ariedade... enão hoje ne para a totalidade, multi-dimensionalidade, e trans-disciplin será no

ui

ilusão?... Mas alguma coisa profunda parece estar sendo aprendida. Este

lidade na consideE milênio aponta para a busca de globalidade e multi-dimensiona ntes ex do homem, e do mundo, um conceito designado por difere r Pça uu a

comporte à idéia inteira pressões, ainda sem um termo global e multidimensional que

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Dimensão Psicológi ca da Educação

|

23

Trajetória do pensamento psic ológico em educação A Psicologia da Educação desenvolveu-se a partir de vertentes diferenciad De uma delas E brn E na mahumanos. problemas dos natureza neira de abordar a clínico, uma abordagem útil E a referencial do partir a construídos dos conceitos RE pa

de distorções, doenças e disfunções. sinais anormal, com comportamento

tação é representada pelo ideário básico de Freud, criador da escola psicanalítica. Eiciãa

maneira de ver o ser humano, os educadores herdaram a preocupação com problemas

pessoais dos alunos, e a tentativa de buscar no passado razões para explicar padrões atu-

ais de comportamento e aprendizagem. À teoria psicanalítica divide a vida psicológica

em dois amplos espaços, O consciente e o inconsciente, o que introduziu a idéia de que comportamentos observados não estão relacionados ao que está acontecendo na sala de aula, e sim a eventos inconscientes, fora do controle do aluno e da ação do educador.

O pensamento psicanalítico em educação mudou o foco de atenção do ensino

para a pessoa do aluno, exonerando o exame das ações e inter-relações de sala de

aula. A ênfase em eventos passados dispensou o educador de pensar o dia a dia,

por minimizar a influência do contexto atual. A explicação do comportamento em termos de inconsciente, no modelo “iceberg”, reiterou inércia aos educadores, uma

posição contraditória à tarefa de educar. A partir desse referencial os educadores concluíram que a psicologia era um recurso para “explicar” comportamento bizar-

ro dos alunos, mas não para pensar a ação educativa.

Por outra via desenvolveu-se a corrente que substitui a totalidade e complexidade da pessoa por unidades de comportamento observável. Essa maneira de pensar chegou à sala de aula via tecnologia educacional destinada a instalar, modificar e extinguir comportamentos através do reforço e punição, no modelo clássico do comportamento operante, de Skinner. Essa corrente, de origens não médicas, tem

longa história de ligações com a educação, busca elementos concretos à prática educativa, no ambiente externo e age por variáveis controláveis. Desde Thorndike

compor(1925) com suas “leis de aprendizagem”, à elaborada técnica de análise do

tamento, as idéias comportamentistas sempre receberam atenção.

Todavia, princípios construídos em laboratórios de psicologia exper imental revela

ram-se aquém das necessidades da educação. A adoção de metodologia neo positivista em pesquisa focaliza aspectos passíveis de serem medidos objetivamente, o que resultou no reducionismo dos fenômenos humanos a comportamentos observáveis. Os temas estudados foram periféricos, sem grande importância na situação - professor-aluno-

a noção de que a escola € um novo ângulo de descrença foi se desenhando, reiterando

Psicologia pouco tem a contribuir para com a prática cotidiana da educa

ção.

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24

ógica da Educação | Dimensão Psicol

Psicologia ao estug Nesse contexto cresceu à preocupação em conduzir a lexidade de sua organização física, Picol Gia d pessoas, vive ndo em toda a comp E i : de disfunções e problemas, ou detalhes atomiza dos é e so cial, , e fugir ao estudo ição, desenvolvida como uma “Terceira Forco” ça” e Psico, comportamento. Essa posiçã logia, viveu sua ex pressão maior no pensamento humanista de Abraham Masl como api Psicologia Positiva. : atualmente é ampli ada e também conhecida i

1

a

e,

0

i de Oferece ] ideáriio do moviment o hum anista, , não é uma entativa Abraçar o ideár respostas a problemas humanos, mas se estabelecer um ponto de vista Promissor

sob o qual estudá-los. Sob esse referencial encontramos uma posição Sustentável

para examinar O processo educacional como um todo, contextualizado no ambien. te físico e social concretizado na pessoa, direcionado para o futuro, mas acontecen.

do no presente, mediado por complexas interações pessoais e grupais. É desse ponto

de vista que nos propomos a trabalhar com a educação no pensar humanista,

O Pensamento Humanista

Humanidade:natureza humana; espécie humana; caráter próprio do Homem como um ser do mundo animal, A posição humanista é uma reorientação do pensamento com ênfase na idéia

de que o objeto central da psicologia, como área de estudos, é o Ser Humano, eo

foco de atenção é a essência e substância da vida humana. Ressalta o conceito de

Homem como entidade complexa, um ser dualista, de natureza ao mesmo tempo

biológica e social, profundamente influenciado por essas e outras dimensões da vida, de si próprio, dos outros, e do mundo. A personalidade humana se organiza

sobre algumas dimensões fundamentais, a partir das quais o comportam ento €

funcionamento total podem ser compreendidos.

A Primeira dimensão básica da personalidade é o auto-conceito e percepção

e si. O ser humano caracteriza-se primordialmente por ter consciência de si próprio e de sua vida, tanto em situações substantivas, como adjetivas. A idéia que tem de si é uma das dimensões mais importantes na determinação das relações que estabelece entre si, os outros, e o mundo físico e social em que todos vivem. A segunda dimensão é a noção que a pessoa constrói sobre os outros, constituindo

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ão Gm ae

do indivíduo. À terceira é a percepção e compreensão do

é € convive com os outros seres vivos ou inanimado s.

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Dimensão Psicológica da Educação | 25

Uma das críticas à psicologia humanista é que aborda conglomerados conceituais amplos, empregando em sua pesquisa metodologia imprecisa, onde cabem conceitos

abstratos e vagos, tais como sensações, impressões e pensamento intuitivo. De fato,

os humanistas afirmam que estudar o que se sabe estudar não substitui estudar o que precisa ser estudado. Por essa razão tentamos abordar os problemas relevantes à vida humana, no mundo de hoje, sem reduzir a sua magnitude e complexidade. Na

trajetória histórica da psicologia, essa é a primeira tentativa de pensar o ser humano

estudando pessoas “normais”, em situações comuns da vida diária, segundo alguns

princípios de base sobre a qual o processo de interações é construído:

1º. O ser humano em condições normais tende a crescer, desenvolver-se e aperfeiçoar-se durante a sua vida, através de todos os seus atos.

2º. A tendência básica da Vida de modo geral, é da vida humana em particular,

é mover-se em direção a um nível de adequação cada vez maior, tanto na

ampla esfera da humanidade, quanto ao nível pessoal, de cada indivíduo.

3º. A busca de aperfeiçoamento é impulsionada pela resolução das necessida-

des básicas do ser, nos dois níveis: nível deficitário, de manutenção e nível existencial, de crescimento e auto-realização. Esse impulso pode ser travado ou distorcido quando necessidades básicas vitais não são resolvidas. 4º. Para melhor compreensão do dinamismo psíquico no ser humano consideram-se três dimensões básicas, evidenciadas tanto como vivência e processo, como também produto da própria experiência. 5º. A tarefa principal da educação envolve estimular e facilitar ao ser humano o

seu desenvolvimento e aperfeiçoamento contínuo, em termos de adequação

pessoal, auto-realização e transcendência, como indivíduos e como grupos.

Escolhendo o futuro O movimento humanista é uma ocorrência necessária no presente estágio de evolução da humanidade. Essa orientação vem sendo cultivada em muitos campos que envolvem interação humana, como administração, sociologia, antropologia, teologia,

filosofia, direito... com reflexos nas ciências físicas e da natureza, na conscientização da população, na prática profissional, na re-orientação da pesquisa, na construção e revisão do conhecimento. Tal modo de pensar exige uma concepção diferente da na-

tureza do homem, de suas capacidades e potencialidades, da direção e sentido da vida, o que implica em mudanças no projeto educacional para indivíduos, grupos e socie-

dades. É uma consegiência natural deste momento de crise na civilização humana.

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cação | Dimensão Psicológica da Edu

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