173 86 17MB
Portuguese Pages [190] Year 1969
I
kWv
iDL' J
]
SYMPOSIUM
!
SIMPÓSIO
PARTICIPANTES
COORDENADOR JOSÉ SANZ
ASSESSORES FRED MADERSBACHER WILSON CUNHA MONICA LEIB
BRASIL ANDRÉ CARNEIRO CLÓVIS GARCIA RUY JUNGMANN ÁLVARO MALHEIROS WALTER MARTINS JERÔNYMO MONTEIRO
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA FORREST J. ACKERMAN KAREN ANDERSON POUL ANDERSON ALFRED BESTER ROBERT BLOCH LEIGH CHAPMAN ROGER CORMAN ED EMSHWILLER CAROL EMSHWILLER HARLAN ELLISON PHILIP JOSÉ FARMER HARRY HARRISON ROBERT A. HEINLEIN DAMON KNIGHT SAM MOSKOWITZ GEORGE PAL FREDERIK POHL ROBERT SHECKLEY A. E. VAN VOGT RATE WILHELM
ESPANHA LUIS GASCA
FRANÇA JACQUES BARATIER ROBERT BENAYOUN MICHEL CAEN JACQUES SADOUL
. GRÃ-BRETANHA BRIAN W. ALDISS J. G. BALLARD JOHN BRUNNER VAL GUEST WOLF RILLA
URUGUAI MARCIAL SOUTO
I
INDEX
7
INTRODUÇ/XO
FORREST J. ACKERMAN
11
SAM MOSKOWITZ
23
ROBERT BLOCI-I
37
A. E. VAN VOCT
51
BRIAN W. ALDISS
65
POUL ANDERSON
81
LUIS GASCA
91
JOHN BRUNNER
99
HARRY HARRISON
109
ALFRED BESTER
117
WOLF RILLA
129
FREDERICK POHI.
143
J. G. BALLARD
153
JACQUES SADOUL
163
HARLAN ELL1SON
171
ARTHUR C. CLARKE
181
19 6 9
FICHA TÉCNICA
ÊSTE LIVRO FOI CONFECCIONADO PELO INSTITUTO NACIONAL DO CINEMA,
SENDO SEU PRESIDENTE DURVAL GOMES GARCIA E SECRETÁRIO-EXECUTIVO ANTÔNIO MONIZ VIANNA.
A CAPA É DE CLAUDIA DUTRA
A. ARRUDA TRADUZIU OS TEXTOS
Composição em Baskerville corpo 8/8 Papel miolo: Offset 80 grs. m’ importado Capa: cartão Bristol 190 grs. m- importado
Acabamento Brochura com capa plastificada.
Composto c Impresso por @)
ARTES GRÁFICAS GOMES DE SOUZA S.A.
Rua Luís Câmara, 535.
JOSÉ SANZ
INTRODUÇÃO
1
INTRODUÇÃO / 7
Todos sabemos que um produto, para ser vendido com sucesso, precisa ser rotulado. E a literatura dc Ficção Cientifica, da qual hoje nos ocupamos em suas relações com o cinema, não escapa a essa lei. Pois no comêço, como assinala Jacques Sternberg, houve não o Verbo, mas o nome. Embora tenha nascido, como a Humanidade, um pouco por todos os lados, esse gênero literário teve como berço principal os Estados Unidos da América, onde se manifesta mais intensamente ate hoje, pelo menos em quantidade não só de autores mas dc tiragens editoriais. A principio, a preocupação de um rótulo sobre pôs-se a qualquer outra consideração. Como na Amé rica a literatura c designada, em linhas gerais, Ficção ou Não Ficção, o primeiro titulo leva no seu bôjo -uma carga verdadeiramente heterogénea, provocando não raro confusão e, frequentemente, reação mal-humorada dos críticos bem-pensantes, guardiães da pureza literária, que- protestavam diante da mistura dessa literatura dc banca de jornal com os monstros sagrados das letras. Assim, possivelmente para evi tar aborrecimentos ou por impossibilidade de defini-los, o editor liob Davis, responsável na segunda dé cada deste século pela publicação da revista Argosy, designava como “a diffcrcnt story” os trabalhos que não se enquadravam nos géneros estabelecidos matando dois coelhos de uma só cajadada: livrava-se dos ataques dos críticos, que preservavam da promiscuidade os “grandes” da literatura, e despertava o interêsse do público com o apêlo do diferente. Mas isso não foi suficiente. Embora menor, a confusão ainda estava presente. Edgar Poe, Fitz-James OTirien, Washington Irving, também escreviam uma literatura diferente, mas como estavam longe dessa literatura de banca de jornal! Confusão ou não, foi graças aos trabalhos dos estreantes Abraham Merritt e Murray Leinster que a revista viu suas tiragens subirem a niveis nunca anteriormente alcançados. Esse estado de coisas iria continuar até 1926, quando pela primeira vez no mundo seria publicada uma revista inteiramente dedicada a essa “literatura diferente”. Hugo Gernsback, diretor de uma publi cação de divulgação cientifica, Modern Electrics (ele mesmo autor de um romance “diferente”, portador do curioso titulo Ralph 124C41-}-), decidiu fundar Amazing Stories, em cujo primeiro editorial vamos encon trar a palavra Scicntifiction, nunca dantes usada e que não apareceu por acaso ou por falta de coisa melhor. Era uma definição consciente do gênero da revista: “Como scicntifiction refiro-me ao »ipo de história escrita por Jules Verne, H. G. Wells e Edgar Allan Poe — um romance atraente intercalaao de fatos científicos e visão profética” (Citado por Sam Moskowitz em Explorcrs of the Infinito). A palavra não teve uma acolhida calorosa. Foi aceita, apenas. Mas três anos depois, o mesmo. Gernsback criaria a expressão que seria consagrada: Science Fiction. fíárbara, como querem alguns, ou não, impôs-se imediatamente, engolfando tôdas as outras.
8 / INTRODUÇÃO Embora ignorado pela “inteligentsia”, principal mente pela critica literária, o género expandiu-se ra pidamente e, com o decorrer dos anos, outras revistas surgiram, como Wonder Stories, Astounding, Unknow, etc. E a partir de 19-10, coleções especializadas de livros passaram a ser publicadas por editôras importan tes, com tiragens de dezenas de milhares de exemplares. Ganha a batalha do batismo, faltava-lhe a da definição: o que é Ficção Científica? Foram inúmeras as definições e, na realidade, nenhuma satisfez plenamente. Eis algumas delas, reunidas por Luís Vigil, escritor espanhol, um dos responsáveis pela revista Nueva Dimensión, e publicadas sob o titulo ' "Definición ------ de la Ciencia-Ficción” no excelente livro de Luís Gasca, “Cine y Ciencia-ficción”: A Ficção Científica é a descrição dos resultados da ação de um invento ou fenômeno científico não conhecido mas que é possível no sentido de que não pode ser provada sua impossibilidade. (Um grupo de aficcionados da Ficção Cientifica, 1930.) A Ficção Científica é uma classe de narrativa em prosa de uma situação que não poderia ocorrer no mundo como o conhecemos, mas sôbre a qual estabelecemos uma hipótese baseada em alguma inovação na ciência ou tecnologia, ou na pseudociência ou pscudotecnologia, seja sua origem humana ou terrestre. (Kingsley Amis.) A Ficção Científica é uma extrapolação de algum fato científico. (Robert A. W. Lowndes.) A Ficção Científica é uma especulação realista sôbre acontecimentos possíveis, sòlidamcntc baseados num conhecimento adequado do mundo real, presente e passado, c numa absoluta compreensão da na tureza e significado do método científico. (Robert A. Heinlein.) Uma história de Ficção Científica é uma história edificada em tôrno de seres humanos, com um pro blema humano e uma solução humana, que não teria tido lugar sem seu contexto científico. (Theodore Sturgeon.) A Ficção Científica é um ramo da fantasia identificável pelo fato de que facilita a "deliberada sus pensão da incredulidade" por parte dos leitores, pela utilização de uma atmosfera de credulidade cientí fica para especulações imaginativas sôbre física, espaço, tempo, sociologia e filosofia. (Sam Moskowitz.) A Ficção Científica é uma literatura que trata dos problemas humanos e que, para analisá-los me lhor, coloca-os no crisol que representa um mundo diferente do oue conhecemos, por extrapolação do atual, mas ao qual a mestria do autor converte em verossímel. (Luís Vigil.) Tôdas essas tentativas de definição nos fazem lembrar Hans Rothe, o exegeta de William Shakespeare, autor de The Tcmpest, obra de Ficção Cientifica. No auge das investigações, discussões, xingamentos, etc., quando tentavam “provar” que sob aquêle nome escondiam-se diversas personalidades, Hans Rothe saiu-se com isto: se pegarmos tôdas as peças de Shakespeare e as alinharmos por ordem alfabética ou não, vertical ou horizontalmente, veremos sempre que o nome do seu autor é William Shakespeare. Quero dizer