Da planta ao jardim: Um guia fundamental para jardineiros amadores e profissionais

Após a venda de 6.500 exemplares em duas reimpressões pela Editora Nobel, agora também em e-book, "Da planta ao jar

218 66 51MB

Portuguese Pages 256 Year 2018

Report DMCA / Copyright

DOWNLOAD PDF FILE

Table of contents :
Prefácio 11
Apresentação 13
Introdução 15
Capítulo 1 – Plantas 23
Capítulo 2 – Solo 33
Capítulo 3 – Ferramentas 39
Capítulo 4 – Multiplicação das plantas 43
Capítulo 5 – Gramados 57
Capítulo 6 – Plantas invasoras 65
Capítulo 7 – Forrações 69
Capítulo 8 – Arbustos 75
Capítulo 9 – Trepadeiras 81
Capítulo 10 – Floríferas 89
Capítulo 11 – Hortas 101
Capítulo 12 – Palmeiras 105
Capítulo 13 – Árvores 109
Capítulo 14 – Plantas para ambientes internos 119
Capítulo 15 – Como escolher uma planta 129
Capítulo 16 – Pragas e doenças 135
Capítulo 17 – Manutenção 141
O Brasil é conhecido pela grande exuberância e beleza natural e, certamente, é um dos países que ostenta a maior diversidade em sua fauna e flora. Apesar de termos consciência desse privilégio, nós, brasileiros, não temos sido educados e sensibilizados n
Temos assistido, pacificamente, a todo tipo de desrespeito à natureza em nosso território e muito pouco temos feito para nos reeducarmos e educarmos nossos jovens no que se refere às questões do meio ambiente.
Presenciamos nos grandes centros urbanos a edificação comercial e residencial sem o devido planejamento urbanístico. Quando comparada com países vizinhos, a cidade de São Paulo, locomotiva empresarial e industrial da América Latina, é uma das cidades com
Vista sob qualquer perspectiva, São Paulo é um aglomerado de quadras densamente edificadas e cortadas por ruas e avenidas áridas. Nas calçadas estreitas de concreto e pontuadas de postes de eletricidade não há verde. Raras são as praças, e as existentes m
Foi neste contexto que a jovem paraense, autora desta obra, encontrou o terreno ideal para semear seu amor pelo verde, pelas plantas, pelas flores. É possível que este amor e talento para lidar com a flora brasileira tenha sido predestinado, afinal, ela t
Por meio de suas atividades profissionais desenvolvidas no Parque Ibirapuera, junto à Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, dedica-se a transmitir seus conhecimentos sobre jardinagem em cursos e palestras, e também lecionando no Crer- Se
Didático e objetivo, Da planta ao jardim desmistifica a arte de criar e cuidar de jardins. Com formato prático e ilustrativo, esta obra orienta o leitor da identificação das inúmeras espécies de plantas e os cuidados específicos que cada uma delas requer,
A simples leitura deste livro transporta o leitor para a infinita paz e harmonia que reina no mundo da flora e acende o desejo da aproximação e do contato com a natureza. A cada página virada, o reconhecimento de que se faz necessário mais verde nas ruas
Da planta ao jardim surge num momento muito apropriado, em que tanto se fala de meio ambiente e de responsabilidade social. Não está destinado apenas àquelas pessoas que gostam de plantas e que terão nesta obra um silencioso, mas muito efetivo tutor. Dest
o tema.
Será, ainda, de grande valor como aprimoramento e consulta para os milhares de profissionais de jardinagem que atuam em nosso país, entre eles os atuais e os já formados meninos e meninas treinados pelo Projeto Crer-Ser.
Destina-se, também, às empresas cidadãs que adotam praças e canteiros num ato de colaboração com as prefeituras locais, contribuindo, assim, para a melhoria da manutenção de áreas públicas. Em linha com os projetos de responsabilidade social, essas empres
Da planta ao jardim é o fruto de anos de estudo, trabalho, dedicação e, acima de tudo, amor à natureza. Ao compartilhar seu conhecimento e sua experiência, Assucena forma e incentiva milhares de novos jardineiros, que vão semear, cultivar e, principalment
Selma Paschini Psicóloga e diretora executiva da Human Capital
Consultores Associados
A
relação do homem com a natureza vem mudando com o tempo.
Os homens das cavernas, que caçavam e da caça comiam a carne, da pele faziam roupas e dos ossos produziam ferramentas e utensílios, eram mais um grupo de animais entre tantos outros.
Com o crescimento populacional as comunidades se tornaram nômades, ou seja, mudavam-se cada vez que o alimento se tornava escasso, dando, assim, tempo à natureza para se restabelecer, se recuperar.
Até 10 mil ou 12 mil anos atrás, o homem não conhecia as técnicas de plantio. Saber cultivar plantas significa domesticar a natureza. O homem percebeu que, no local onde eram jogadas as sementes não utilizadas na alimentação, nasciam novas plantas da mesm
As populações deixam de ser nômades, pois não têm de ir atrás do alimento, que agora nasce onde é plantado. O homem se fixa no ambiente e, com isso, pode começar a guardar, pois até então, ele só colhia o que conseguia consumir ou carregar em sua jornada.
Nesse exato momento, o homem deixa de pensar que faz parte da natureza para ser o dono dela.
Com o crescimento da população, a formação das cidades, a mudança dos homens do campo para os centros urbanos e a industrialização, os problemas ambientais foram aumentando.
Nós transformamos a natureza o tempo todo, e quase sempre ela sai perdendo. Árvores que são transformadas em móveis, papéis, lápis etc., rios que são modificados para gerar energia elétrica, montanhas que são dinamitadas para virar pedras, fósseis transfo
Quando fazemos modificações nas plantas para transformá-las de modo que melhor atendam às nossas necessidades, acabamos, muitas vezes, por torná-las mais sensíveis e fracas, sempre perdendo na competição com ervas invasoras; aliás, é por isso que as chama
A natureza nos dá vida. Sem as plantas não haveria vida, e por isso é fundamental sua preservação.
A jardinagem nos dá a chance de fazer a transformação positiva, para melhorar a natureza, reflorestar áreas, melhorar as condições ambientais, trabalhar uma área feia e sem vida e transformá-la em um maravilhoso jardim.
Temos sempre de harmonizar as atividades diversas e não agir sobre a natureza, controlando-a, mas agir com a natureza, integrando nosso trabalho e respeitando-a.
As plantas se multiplicam, dispersam e se adaptam aos diversos ambientes, porém o homem interfere de tal maneira que as plantas não conseguem sobreviver e algumas até entram em extinção.
Uma das grandes riquezas do Brasil é a sua biodiversidade, afinal, temos diversos ecossistemas e estamos na zona dos trópicos, com temperatura boa para desenvolvimento de muitas espécies.
No mundo, estima-se que existam 8,7 milhões de diferentes espécies de seres vivos; o cálculo foi publicado por cientistas do Censo da Vida Marinha na revista PloS Biology, sendo que 298 mil são plantas. O Brasil, com 7% da superfície terrestre, é o país c
O desmatamento das florestas, não só no Brasil, mas em todo o mundo, é de extrema preocupação, pois, além de modificar todos os ambientes, ainda provoca um empobrecimento da biodiversidade e afeta como um todo a vida do planeta.
Lembrar que as plantas são seres vivos e fazem parte do meio ambiente ajuda bastante na sua preservação. Observe as semelhanças entre o homem e as plantas no quadro a seguir.
A jardinagem, quando feita com preocupação ambiental e conhecimento de técnicas, é de fundamental importância para o meio ambiente e para os outros seres vivos.
Para muitos animais, a vegetação significa sobrevivência, pois eles dependem diretamente dela para se alimentar e abrigar. A verdade é que nossa vida depende inteiramente da presença das plantas no meio ambiente, afinal, são seres autótrofos, que produzem
Vamos citar alguns aspectos importantes da presença das plantas em nossa vida:
1. Áreas verdes proporcionam harmonia, paz. Não é à toa que chamamos a natureza de Mãe Natureza, pois é onde nos sentimos protegidos.
2. Deixam os espaços mais bonitos e agradáveis.
3. Reduzem a poluição do ar, pois pela fotossíntese transformam gás carbônico em oxigênio, além de funcionarem como filtro, retendo as partículas suspensas no ar (poeira) em suas folhas e impedindo que entrem em nosso sistema respiratório.
4. Protegem o solo e controlam a erosão. Suas raízes evitam o desmoronamento, pois seguram e mantêm a terra.
5. São fundamentais para o controle da poluição dos cursos de água. Agem como filtro para lixo e poluentes.
6. São utilizadas na produção de remédios, naturais e sintetizados.
7. Ajudam a controlar a poluição sonora, funcionando como filtro, ou até barreira.
8. Ajudam no controle de enchentes, pois onde há plantas a terra é permeável, permitindo que a água penetre no solo e não fique acumulada sobre a superfície.
9. Ajudam a reabastecer o lençol freático com a água que desceu das áreas permeáveis.
10. Contribuem para o aumento da diversidade biológica, pois fornecem abrigo e alimento para a maioria dos animais.
11. Direta ou indiretamente, o que comemos vem das plantas terrestres ou aquáticas.
12. Muitas pessoas trabalham na produção, transporte, comércio, criação e execução de projetos de jardins. É uma das áreas que mais cresce no Brasil.
13. Participam da economia, pois produzem madeira, celulose, resina, látex, perfumes, corantes etc.
14. Servem de proteção nas estradas, diminuindo acidentes.
15. Diminuem e conduzem ventos, agindo como uma barreira.
16. Amenizam temperaturas, não só por produzir sombra, mas, também, por aumentar a umidade relativa do ar.
17. Escondem ou realçam detalhes de
construções.
Se, de alguma forma, a prática da jardinagem e suas técnicas de cultivo levaram à degradação ambiental — pois como vimos anteriormente, foi o que possibilitou que o homem se fixasse à terra — essa mesma jardinagem é capaz de recuperar os ambientes pela ar
A relação da jardinagem com o meio ambiente pode ser positiva ou negativa, dependendo do jardineiro e do paisagista. Um jardim, além de deixar o ambiente mais saudável e bonito, pode ser um berçário para a produção de uma infinidade de sementes, que por s
Assim como ocorre em todas as outras profissões, quase sempre as atitudes do jardineiro irão determinar se ele vai ou não continuar trabalhando. Existe uma série de itens que são importantes, mas vamos citar apenas alguns neste capítulo:
conhecer o assunto – só assim o empregador terá confiança para contratar o jardineiro.
cumprimento de horário – chegar na hora combinada e ficar até o fim do período trabalhando com a mesma competência. É obvio que, dependendo da temperatura, presença de chuva e períodos após refeições, há uma diferença no rendimento, mas o importante é que
Fotomontagem: Ana Claudia Delfini.
limpeza no serviço – manter a ordem no trabalho muitas vezes determina sua qualidade. A medida que descarta materiais que não serão utilizados na execução do jardim, é certo que os coloque em sacos de lixo e os separe. Retirar o excesso de terra da bota r
responsabilidade no trabalho – fazer e deixar bem-feito, saber o que está fazendo. Se o cliente perguntou ou pediu algum serviço que não sabemos fazer, é melhor dizer a verdade, pedir algum tempo para pesquisar e descobrir como se faz. A maioria das ferra
honestidade – às vezes, o que parece sem importância pode desencadear um problema. É importantíssimo que o cliente tenha confiança no jardineiro, pois muitas vezes ele é responsável não só pelo jardim, mas pela casa toda. Toda vez que vamos retirar, mudar
ser justo no orçamento – saber avaliar o trabalho e quanto tempo será necessário para realizá-lo. Não se deve cobrar pela aparência do cliente ou pelo tipo de casa, mas pelo real valor do trabalho.
vestir-se adequadamente para o trabalho – mesmo com muito calor, é importante que o jardineiro esteja com o uniforme de trabalho, ou roupas confortáveis, que protejam a maior parte do corpo: calça comprida, camisa ou camiseta de mangas longas, botas ou sa
higiene corporal, com as vestimentas – Muitas vezes, por esses detalhes, o empregador relaciona a falta de cuidado pessoal com a falta de cuidado no serviço.
Recommend Papers

Da planta ao jardim: Um guia fundamental para jardineiros amadores e profissionais

  • 0 0 0
  • Like this paper and download? You can publish your own PDF file online for free in a few minutes! Sign Up
File loading please wait...
Citation preview

Da planta ao jardim Um guia fundamental para jardineiros amadores e profissionais.

Assucena Tupiassu

Da planta ao jardim Um guia fundamental para jardineiros amadores e profissionais.

Segunda Edição - 2018 Assucena Tupiassú

Ao meu pai (em memória) por ter me dado nome de flor. À minha mãe (em memória), maior semeadora de amor, que me fez germinar em solo fértil e cuidou para que nunca faltassem nutrientes, luz, água e muito amor. Às minhas irmãs e ao meu irmão, por terem sempre me tratado como uma flor.

Agradecimentos

2018

No dia do lançamento da primeira edição deste livro, eu, minha família, meus amigos (incluindo vários professores e ex-alunos da Escola de Jardinagem) estávamos muito felizes. Especialmente minha mãe, que mostrava no rosto o mais lindo sorriso dizendo: Valeu a pena! O esforço dela e o meu. Agradeço muito à: D. Angelina, minha mãe, que foi, é e sempre será meu maior amor, inspiração e referência. Ela insistiu muito que eu fizesse essa segunda edição. Giuliana Velasco, pelas correções técnicas e incentivo, sempre com muito humor, competência e carinho. Beatriz Tupiassú Assis Lemos, pela revisão e por ter me enchido de orgulho por sua prontidão, dedicação e eficiência. Maria José de Almeida Prado, Tereza Kobashikawa, Lilian Yatabe, Lucia Nunes, Nilce Morais Pinto e Daniel Tapia (gramados) pelas fotos que enriqueceram o livro e pela amizade. Todo Grupo da Jardinagem por me fazer sorrir, mesmo nos momentos tristes. Marina Nunes, que realizou o projeto gráfico, capturando tudo do jeitinho que eu queria e fez um livro mais belo do que eu poderia imaginar. A toda equipe da Amazon, especialmente ao Alexandre Munhoz, pelo carinho nesta publicação. Todos aqueles que procuraram o livro “Da Planta ao Jardim”, me incentivando a fazer a 2ª. Edição. Especialmente a você que está lendo o livro a quem eu espero poder ajudar na arte da jardinagem.

10/2008

Agradecimentos

2008

Um dia, uma aluna me disse que estava na cara que eu gostava muito do que fazia, pois quando eu falava sobre plantas, parecia que uma luz brilhava em volta de mim. Na hora não pensei muito, agradeci e ponto, mas depois pensei no assunto e concluí que a luz que ela via era o reflexo do brilho dos alunos. Dos que gostam de plantas e querem fazer lindos jardins, a eles meus agradecimentos. Minha intenção, quando comecei este trabalho, era registrar parte do que falo nas minhas aulas. Não me preocupei com muitos detalhes ou nomes, mas sim com aquilo que realmente acredito que vai ajudar a quem pretende cultivar jardins. A maneira como escrevi reflete a simplicidade das minhas aulas no Projeto Crer-Ser “Germinando a cidadania”, curso de capacitação profissional em jardinagem, onde aprendo mais do que ensino e agradeço por fazer parte da vida desses jovens. Os momentos alegres e valiosos que passo com os meus alunos do Crer-Ser, do Curso de Jardinagem e de Paisagismo, me fazem Crer e Ser. Esta é minha retribuição. Agradeço também a várias pessoas especiais que enriquecem minha vida: Selma Reyes, que me ensina a acreditar nos sonhos de nossos alunos e nos meus também. Bia Fugulin, por dar forma ao livro desde o início e me incentivar até a sua concretização. Todos da família Morais Pinto, minha segunda família. Amigos do Centro Empresarial de São Paulo pela força que sempre me deram, em especial ao eng. Marcos Maran. Amigos da Escola de Jardinagem do Parque Ibirapuera, com os quais aprendo diariamente nas conversas e brincadeiras. Muitas das fotos deste livro foram tiradas no Centro Empresarial de São Paulo e no Parque Ibirapuera. Minhas parceiras do Crer-Ser, Juçara, Suzete e Cecília. Maria José, Lilian e Bel, com quem compartilho a alegria dos belos jardins e do investimento em educação ambiental. Minhas grandes incentivadoras: Selma Paschini, Terezinha Sbrissa, Marisa Urban, Nilce Morais. Amigos do São Paulo Golf Club. Todos os amigos cujos nomes não estão citados aqui, mas que estão presentes em meu coração. Agradecimento especial aos amigos da Editora Nobel: Ary Kuflik Benclowicz, por ter acreditado no livro e feito acontecer; Maria Elisa Bifano, minha editora, por toda capacidade, paciência e carinho; Vivian Valli e Julio Portellada, por terem colocado arte e finalizado com eficiência e a todos que participaram da produção deste livro.

Sumário

Prefácio • 11 Apresentação • 14 Introdução • 16 Capítulo 01 – Plantas • 22 Capítulo 02 – Solo • 36 Capítulo 03 – Ferramentas • 47 Capítulo 04 – Multiplicação das plantas • 55 Capítulo 05 – Gramados • 81 Capítulo 06 – Ervas invasoras • 99 Capítulo 07 – Forrações • 107 Capítulo 08 – Arbustos • 118 Capítulo 09 – Plantas pendentes • 132 Capítulo 10 – Floríferas • 146 Capítulo 11 – Hortas • 165 Capítulo 12 – Palmeiras • 171 Capítulo 13 – Árvores • 179 Capítulo 14 – Plantas para ambientes internos • 198 Capítulo 15 – Como escolher uma planta • 221 Capítulo 16 – Pragas e doenças • 229 Capítulo 17 – Manutenção • 237

Considerações Finais • 251

• Prefácio •

Prefácio

O

Foi neste contexto que a jovem paraense, autora desta obra, encontrou o terreno ideal para semear seu amor pelo verde, pelas plantas, pelas flores. É possível que este amor e talento para lidar com a flora brasileira tenha sido predestinado, afinal, ela tem nome de flor. Assucena Tupiassú tem dedicado todo seu talento, sua atenção e energia à preservação do verde. Bióloga de formação, Assucena desenvolveu sua carreira na área de paisagismo e urbanismo. O Parque do Ibirapuera é a sua morada e paixão.

Brasil é conhecido pela grande exuberância e beleza natural e, certamente, é um dos países que ostenta a maior diversidade em sua fauna e flora. Apesar de termos consciência desse privilégio, nós, brasileiros, não temos sido educados e sensibilizados no sentido de preservar essa riqueza. Temos assistido, pacificamente, a todo tipo de desrespeito à natureza em nosso território e muito pouco temos feito para nos reeducarmos e educarmos nossos jovens no que se refere às questões do meio ambiente.

Por meio de suas atividades profissionais desenvolvidas no Parque Ibirapuera, junto à Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, dedica-se a transmitir seus conhecimentos sobre jardinagem em cursos e palestras, e também lecionando no Crer- Ser, projeto voltado à profissionalização de meninos e meninas em jardinagem.

Presenciamos nos grandes centros urbanos a edificação comercial e residencial sem o devido planejamento urbanístico. Quando comparada com países vizinhos, a cidade de São Paulo, locomotiva empresarial e industrial da América Latina, é uma das cidades com menor área verde por habitante.

Didático e objetivo, Da planta ao jardim desmistifica a arte de criar e cuidar de jardins. Com formato prático e ilustrativo, esta obra orienta o leitor da identificação das inúmeras espécies de plantas e os cuidados específicos que cada uma delas requer, à elaboração do projeto de um jardim completo.

Vista sob qualquer perspectiva, São Paulo é um aglomerado de quadras densamente edificadas e cortadas por ruas e avenidas áridas. Nas calçadas estreitas de concreto e pontuadas de postes de eletricidade não há verde. Raras são as praças, e as existentes muitas vezes encontram-se praticamente em estado de abandono. E os parques são ainda mais raros e disputados nos fins de semana do paulistano.

A simples leitura deste livro transporta o leitor para a infinita paz e harmonia que reina no

11

• Prefácio •

mundo da flora e acende o desejo da aproximação e do contato com a natureza. A cada página virada, o reconhecimento de que se faz necessário mais verde nas ruas da cidade. O ser humano sente-se bem junto à natureza e pode trazê-la para mais perto de si, seja em grandes jardins ou em pequeninos vasos ornamentais. Da planta ao jardim surge num momento muito apropriado, em que tanto se fala de meio ambiente e de responsabilidade social. Não está destinado apenas àquelas pessoas que gostam de plantas e que terão nesta obra um silencioso, mas muito efetivo tutor. Destina-se, também, aos pais e professores que estejam preocupados em sensibilizar crianças e adolescentes para a questão do verde e dar-lhes uma formação mais consistente e robusta sobre o tema. Será, ainda, de grande valor como aprimoramento e consulta para os milhares de profissionais de jardinagem que atuam em nosso país, entre eles os atuais e os já formados meninos e meninas treinados pelo Projeto Crer-Ser. Destina-se, também, às empresas cidadãs que adotam praças e canteiros num ato de colaboração com as prefeituras locais, contribuindo, assim, para a melhoria da manutenção de áreas públicas. Em linha com os projetos de responsabilidade social, essas empresas podem usar o conteúdo deste livro para orientar funcionários interessados no tema, visando à criação de programas de voluntários voltados para o aumento e melhoria das áreas verdes dentro e fora da empresa. Da planta ao jardim é o fruto de anos de estudo, trabalho, dedicação e, acima de tudo, amor à natureza. Ao compartilhar seu conhecimento e sua experiência, Assucena forma e incentiva milhares de novos jardineiros, que vão semear, cultivar e, principalmente, respeitar a vida, transformando o árido presente em florescente futuro.

Selma Paschini - Psicóloga e diretora executiva da Human Capital Consultores Associados.

12

• Prefácio •

13

• Apresentação •

Apresentação

D

esde 1967, tive referências muito importantes ao longo de todos estes anos. Mais do que o curso de agronomia e muitos de paisagismo, aprendi com jardineiros, imigrantes italianos e espanhóis, que a jardinagem é uma arte feita com capricho e amor, uma herança preciosa passada de pais para filhos. Outros mestres ensinaram-me que jardim é um lugar para ser feliz. Assim, fui me aproximando de pessoas que, além do conhecimento técnico, tinham também esse olhar.

“Você nunca mais será a mesma pessoa depois de ter o privilégio de ver o mundo pelos olhos de um índio.” (Darcy Ribeiro)

Assucena nasceu em Belém, nome de flor e neta de índia. Profissional de prestígio, de grande visibilidade pelos serviços prestados tanto como paisagista — embelezando praças, residências, centros comerciais — ou atuando em causas socioambientais. Uma líder que focaliza os problemas, dentro de um compromisso de valores, de excelência e respeito na busca de uma sociedade mais justa, que promova a valorização das diferenças e a interdependência que permeia as relações dos seres vivos. Professora da Escola de Jardinagem do Parque Ibirapuera, ensina teoria e práticas que auxiliam na compreensão do ambiente em que vivemos: água, seres vivos, ar, luz, calor, bem como a identificação, o cultivo e manejo das diversas plantas ornamentais e suas semelhanças com os demais seres vivos. Bióloga, está sempre se atualizando, coletando informações e aplicando-as no seu cotidiano.

14

• Apresentação •

Humanista, desenvolve, com outras pessoas, desde 1985, o Projeto Crer-Ser, que promove a capacitação profissional de jovens em idade de 15 a 21 anos e a geração de renda em jardinagem, contribuindo para o processo de inclusão social e buscando caminhos em direção ao equilíbrio socioambiental e à vida digna.

Por isso, mãos à obra. Transforme seu conhecimento em fazeres. Use bem seu tempo, aproveite a natureza. Ela não para de nos surpreender e encantar. Desenvolva uma atitude empreendedora, porque “todas as flores do futuro estão nas sementes do hoje” (provérbio chinês).

Fotógrafa, ilustra com belas fotos os dados científicos e técnicos.

Boa sorte!

Este livro é coerente com essa prática, um convite ao prazer da jardinagem; uma orientação a pessoas que cultivam ou gostam da arte de fazer e projetar jardins. Uma base para a identificação prática de espécies cultivadas para fins ornamentais com descrições breves de suas características.

Terezinha Sbrissa Eng. Agrônoma e Paisagista.

15

• Introdução •

Introdução • Jardinagem e Meio ambiente

A

relação do homem com a natureza vem mudando com o tempo. Os homens das cavernas, que caçavam e da caça comiam a carne, da pele faziam roupas e dos ossos produziam ferramentas e utensílios, eram mais um grupo de animais entre tantos outros. Com o crescimento populacional as comunidades se tornaram nômades, ou seja, mudavam-se cada vez que o alimento se tornava escasso, dando, assim, tempo à natureza para se restabelecer, se recuperar. Até 10 mil ou 12 mil anos atrás, o homem não conhecia as técnicas de plantio. Saber cultivar plantas significa domesticar a natureza. O homem percebeu que, no local onde eram jogadas as sementes não utilizadas na alimentação, nasciam novas plantas da mesma espécie da semente. A partir dali, não precisou mais ir atrás das plantas: ele podia trazer as plantas para perto de si. As populações deixam de ser nômades, pois não têm de ir atrás do alimento, que agora nasce onde é plantado. O homem se fixa no ambiente e, com isso, pode começar a guardar, pois até então, ele só colhia o que conseguia consumir ou carregar em sua jornada. O acúmulo de reservas, em consequência da fixação do homem à terra, faz que aumente a retirada de bens da natureza. Nesse exato momento, o homem deixa de pensar que faz parte da natureza para ser o dono dela. Com o crescimento da população, a formação das cidades, a mudança dos homens do campo para os centros urbanos e a industrialização, os problemas ambientais foram aumentando. Nós transformamos a natureza o tempo todo, e quase sempre ela sai perdendo. Árvores que são transformadas em móveis, papéis, lápis etc., rios que são modificados para gerar energia elétrica, montanhas que são dinamitadas para virar pedras, fósseis transformando-se em combustíveis etc. A nossa própria respira-

16

• Introdução •

ção transforma oxigênio em gás carbônico. Quando fazemos modificações nas plantas para transformá-las de modo que melhor atendam às nossas necessidades, acabamos, muitas vezes, por torná-las mais sensíveis e fracas, sempre perdendo na competição com ervas invasoras; aliás, é por isso que as chamadas ervas daninhas são tão resistentes: porque não foram modificadas geneticamente pelo homem. Com isso, o uso de defensivos para matar as invasoras acaba por contaminar as plantas, o solo e muitas vezes o lençol freático, sem falar na contaminação do próprio homem que aplicou o produto. A natureza nos dá vida. Sem as plantas não haveria vida, e por isso é fundamental sua preservação. A jardinagem nos dá a chance de fazer a transformação positiva, para melhorar a natureza, reflorestar áreas, melhorar as condições ambientais, trabalhar uma área feia e sem vida e transformá-la em um maravilhoso jardim. Temos sempre de harmonizar as atividades diversas e não agir sobre a natureza, controlando-a, mas agir com a natureza, integrando nosso trabalho e respeitando-a. As plantas se multiplicam, dispersam e se

adaptam aos diversos ambientes, porém o homem interfere de tal maneira que as plantas não conseguem sobreviver e algumas até entram em extinção. Uma das grandes riquezas do Brasil é a sua biodiversidade, afinal, temos diversos ecossistemas e estamos na zona dos trópicos, com temperatura boa para desenvolvimento de muitas espécies. No mundo, estima-se que existam 8,7 milhões de diferentes espécies de seres vivos; o cálculo foi publicado por cientistas do Censo da Vida Marinha na revista PloS Biology, sendo que 298 mil são plantas. O Brasil, com 7% da superfície terrestre, é o país com a maior diversidade genética do mundo, abrigando mais de 55 mil espécies catalogadas (Dias, 1996). O desmatamento das florestas, não só no Brasil, mas em todo o mundo, é de extrema preocupação, pois, além de modificar todos os ambientes, ainda provoca um empobrecimento da biodiversidade e afeta como um todo a vida do planeta. Lembrar que as plantas são seres vivos e fazem parte do meio ambiente ajuda bastante na sua preservação. Observe as semelhanças entre o homem e as plantas no quadro a seguir.

17

• Introdução •

funcionando como filtro, ou até barreira.

A jardinagem, quando feita com preocupação ambiental e conhecimento de técnicas, é de fundamental importância para o meio ambiente e para os outros seres vivos. Para muitos animais, a vegetação significa sobrevivência, pois eles dependem diretamente dela para se alimentar e abrigar. A verdade é que nossa vida depende inteiramente da presença das plantas no meio ambiente, afinal, são seres autótrofos, que produzem seu próprio alimento (fotossíntese) e dão início à cadeia alimentar. Vamos citar alguns aspectos importantes da presença das plantas em nossa vida:

8. Ajudam no controle de enchentes, pois onde há plantas a terra é permeável, permitindo que a água penetre no solo e não fique acumulada sobre a superfície. 9. Ajudam a reabastecer o lençol freático com a água que desceu das áreas permeáveis. 10. Contribuem para o aumento da diversidade biológica, pois fornecem abrigo e alimento para a maioria dos animais.

1. Áreas verdes proporcionam harmonia, paz. Não é à toa que chamamos a natureza de Mãe Natureza, pois é onde nos sentimos protegidos.

11. Direta ou indiretamente, o que comemos vem das plantas terrestres ou aquáticas.

2. Deixam os espaços mais bonitos e agradáveis.

12. Muitas pessoas trabalham na produção, transporte, comércio, criação e execução de projetos de jardins. É uma das áreas que mais cresce no Brasil.

3. Reduzem a poluição do ar, pois pela fotossíntese transformam gás carbônico em oxigênio, além de funcionarem como filtro, retendo as partículas suspensas no ar (poeira) em suas folhas e impedindo que entrem em nosso sistema respiratório.

13. Participam da economia, pois produzem madeira, celulose, resina, látex, perfumes, corantes etc. 14. Servem de proteção nas estradas, diminuindo acidentes. 15. Diminuem e conduzem ventos, agindo como uma barreira.

4. Protegem o solo e controlam a erosão. Suas raízes evitam o desmoronamento, pois seguram e mantêm a terra.

16. Amenizam temperaturas, não só por produzir sombra, mas, também, por aumentar a umidade relativa do ar. 17. Escondem ou realçam detalhes de construções.

5. São fundamentais para o controle da poluição dos cursos de água. Agem como filtro para lixo e poluentes. 6. São utilizadas na produção de remédios, naturais e sintetizados.

Se, de alguma forma, a prática da jardinagem e suas técnicas de cultivo levaram à degradação ambiental — pois como vimos anteriormente,

7. Ajudam a controlar a poluição sonora,

18

• Introdução •

Período

Planta

Ser humano

Necessidades

Concepção

Fecundação

Fecundação

Divisões celulares

Nascimento

Semente

Bebê

Separação do corpo da mãe

Crescimento inicial

Germina, quebra a casca e se lança na vida

Dependência dos primeiros meses

Cuidados para não faltar alimento e água, evitar exposição a muito sol

Crescimento

Cresce, respira, transpira, faz fotossíntese e elimina resíduos

Cresce, respira, transpira, elimina resíduos

Água, luz, alimento e cuidados

Crescimento

Produz raiz e caule

Corpo cresce

Água, alimento, ventilação, um pouco de sol, cuidados para não ficar doente

Crescimento

Raízes se ramificam, produz mais galhos e folhas

Corpo cresce

Água, alimento, ventilação, mais sol, cuidados para não ficar doente

Fase adulta

Produz flores

Corpo cresce, mais pêlos, músculos, modificações hormonais

Água, alimento, ventilação, mais sol, cuidados para não ficar doente. Atrair parceiros

Reprodução

Flor atrai insetos, aves, e outros polinizadores, através de perfumes, beleza e cores

Sai para festas, bares etc. Há atração através de perfumes, formas, roupas, boa conversa

Água, alimento, ventilação, mais sol, cuidados para não ficar doente. Atrair parceiros

Produção de descendentes

Óvulo é fecundado dentro do ovário. Flor se transforma em fruto que contém a semente

Óvulo é fecundado dentro do ovário. Mulher engravida e seu corpo sofre modificações para crescimento do bebê

Água, alimento, ventilação, sol, cuidados para não ficar doente

Nascimento do filho

Produção da semente

Produção do bebê

Água, alimento, ventilação, mais sol, cuidados para não ficar doente

Envelhecimento

Folhas ficam amarelas, perdem um pouco de vigor

Cabelo fica branco, pele enruga e perde um pouco do vigor

Água, alimento, ventilação, sol, cuidados paranão ficar doente

Morte

Seiva deixa de circular e processos vitais param. Acaba por virar adubo para terra

Sangue deixa de circular e processos vitais param. Acaba por virar adubo para terra

São colocados na terra

19

• Introdução •

foi o que possibilitou que o homem se fixasse à terra — essa mesma jardinagem é capaz de recuperar os ambientes pela arborização e criação de jardins. A relação da jardinagem com o meio ambiente pode ser positiva ou negativa, dependendo do jardineiro e do paisagista. Um jardim, além de deixar o ambiente mais saudável e bonito, pode ser um berçário para a produção de uma infinidade de sementes, que por sua vez podem germinar em outros locais, melhorando todo o entorno. Mas a aplicação de defensivos químicos, sem conhecimento e em excesso, pode contaminar o solo e até o lençol freático. Ainda podemos citar a retirada de espécies de nossas matas — muitas vezes para utilização em projetos de paisagismo —, que acabam por morrer, pois não se adaptam ao novo ambiente, o que pode levar várias espécies à extinção. Contudo, podemos afirmar que o papel do jardineiro e do paisagista é fundamental para deixar o ambiente mais limpo e saudável, melhorando a qualidade de vida das pessoas.

• Postura do jardineiro Assim como ocorre em todas as outras profissões, quase sempre as atitudes do jardineiro irão determinar se ele vai ou não continuar trabalhando. Existe uma série de itens que são importantes, mas vamos citar apenas alguns neste capítulo: •

conhecer o assunto – só assim o empregador terá confiança para contratar o jardineiro.



cumprimento de horário – chegar na hora combinada e ficar até o fim do período trabalhando com a mesma Fotomontagem: Ana Claudia Delfini.

20

• Introdução •

competência. É obvio que, dependendo da temperatura, presença de chuva e períodos após refeições, há uma diferença no rendimento, mas o importante é que a qualidade do trabalho seja mantida. •





limpeza no serviço – manter a ordem no trabalho muitas vezes determina sua qualidade. A medida que descarta materiais que não serão utilizados na execução do jardim, é certo que os coloque em sacos de lixo e os separe. Retirar o excesso de terra da bota resulta em não ter de gastar um tempo enorme depois, limpando todos os lugares por onde o jardineiro passou. O mais importante é deixar tudo organizado e limpo no final do trabalho, ferramentas limpas, secas e guardadas no lugar certo. Todos os lugares onde ficou algum tipo de sujeira devem ser limpos. Muitas vezes, o cliente não percebe como o jardim ficou bonito, pois há lixo e sujeira por toda parte. responsabilidade no trabalho – fazer e deixar bem-feito, saber o que está fazendo. Se o cliente perguntou ou pediu algum serviço que não sabemos fazer, é melhor dizer a verdade, pedir algum tempo para pesquisar e descobrir como se faz. A maioria das ferramentas é altamente cortante e muito perigosa. A atenção e a seriedade no serviço são fundamentais para um bom trabalho sem acidentes. honestidade – às vezes, o que parece sem importância pode desencadear um problema. É importantíssimo que o cliente tenha confiança no jardineiro, pois muitas vezes ele é responsável não só pelo jardim, mas pela casa toda. Toda vez que vamos retirar, mudar ou jogar fora

21

qualquer coisa, é preciso pedir autorização para o cliente. Caso não haja tempo para isso — se for algo urgente e ele não estiver —, assim que chegar, ele deve ser comunicado. Esses cuidados são fundamentais para uma relação de confiança e respeito entre cliente e jardineiro. •

ser justo no orçamento – saber avaliar o trabalho e quanto tempo será necessário para realizá-lo. Não se deve cobrar pela aparência do cliente ou pelo tipo de casa, mas pelo real valor do trabalho.



vestir-se adequadamente para o trabalho – mesmo com muito calor, é importante que o jardineiro esteja com o uniforme de trabalho, ou roupas confortáveis, que protejam a maior parte do corpo: calça comprida, camisa ou camiseta de mangas longas, botas ou sapatos fechados e chapéu ou boné. É importante também que o uniforme esteja limpo ao iniciar o serviço e ter sempre uma capa de chuva e uma bolsa de ferramentas para cinto.



higiene corporal e com as vestimentas – Muitas vezes, por esses detalhes, o empregador relaciona a falta de cuidado pessoal com a falta de cuidado no serviço.

Capítulo 01 • Plantas



Capítulo 01 Plantas

22

Capítulo 01 • Plantas

Capítulo 01

Plantas

A

s plantas surgiram há aproximada- mente 400 milhões de anos no meio aquático e, com o passar do tempo, sofreram modificações que lhes permitiram viver no ambiente terrestre. Mesmo saindo do ambiente aquático, a maior parte das plantas é constituída de água – aproximadamente 90%. Para manter toda essa água, as plantas tiveram de criar órgãos especializados, como a cutícula impermeável, que funciona como uma capa protetora e impede que a água seja perdida por evaporação; apenas alguns poros presentes nessa capa deixam que as plantas respirem e transpirem. Outro aperfeiçoamento foi a formação das raízes, que são responsáveis pela retirada da água do solo, pela distribuição dessa água para as outras partes da planta e também por manter a planta fixa no solo. As primeiras espécies que conseguiram desenvolver esses órgãos foram as do grupo dos musgos, que conquistaram o ambiente terrestre; no entanto, elas não são totalmente evoluídas, pois não possuem flores, frutos nem sementes. Sua estrutura especializada a para reprodução são os esporos, células envolvidas por uma parede celular, muito resistente e que, diferentemente das sementes, não têm reservas, dependendo, assim, de condições ambientais para se desenvolver. Seu caule é subdesenvolvido. Normalmente, os musgos são pequenos e vivem em ambientes úmidos e

23

sombreados; podem crescer no solo ou sobre outras plantas. A este grupo de plantas damos o nome de briófitas. Na sequência evolutiva vem o grupo das pteridófitas, do qual as samambaias fazem parte. Assim como os musgos, as samambaias não produzem flores, multiplicam-se assexuadamente por esporos — aquelas bolinhas de cor ferrugem que aparecem na parte inferior da folha — ou por divisão da planta. Vivem em ambientes úmidos e sombreados. Na maioria das plantas deste grupo, parece que as folhas saem do solo (sem caule), mas muitas têm um caule modificado, que cresce paralelo ao solo, ou não, chamado rizoma. Das plantas que crescem e vivem em ambientes secos, há dois grupos: as gimnospermas e as angiospermas. As duas produzem flores, mas a grande diferença entre elas é que as gimnospermas (pinheiros, cycas e ginko – representantes mais comuns) não têm frutos para proteger as sementes. O grupo das angiospermas é constituído de plantas aptas a viver em ambientes diferentes e que apresentam flores de diversos tipos e cores. Engloba a maioria das plantas usadas nos jardins, das orquídeas às árvores maiores, como o ipê-amarelo.

Capítulo 01 • Plantas

Briófitas.

Pteridófitas.

Cycas.

Gimnospermas.

Angiospermas.

24

Capítulo 01 • Plantas

Partes das Plantas • Raiz É a primeira estrutura que sai da semente em germinação; a partir deste momento, é responsável pela fixação da planta e pela absorção de nutrientes e, logo a seguir, pela condução dos nutrientes e das reservas. As raízes podem ser classificadas em: 1. Subterrâneas – Ficam sob o solo. • • •

Pivotantes – têm uma raiz primária com crescimento acentuado para baixo e que dá origem a ramificações ou raízes laterais. Fasciculada – a raiz primária tem vida curta, ficando apenas com raízes adventícias, que se formam a partir do caule. Superficiais ou tabulares – crescem rentes à superfície. Quando plantadas em calçadas, costumam causar danos.

2. Aéreas – Ficam ao ar livre (fora da terra ou da água). Muitas vezes ajudam a dar sustentação a galhos muito pesados. 3. Aquáticas – Ficam submersas na água.

Raízes fasciculadas.

25

Raízes aéreas.

Capítulo 01 • Plantas

Raízes tabulares.

Raízes aquáticas.

Raíz pivotante.

A mesma planta pode ter raízes que se apresentam de diversas formas; por exemplo, a existência de uma pedra muito grande abaixo da árvore pode fazer com que sua raiz se desloque para os lados para dar sustentação à planta e pareça superficial. A localização do lençol freático ou de outra fonte de água também interfere na forma da raiz, que pode, às vezes, torna-se muito maior para poder alcançar a água. É importante saber que a raiz principal se ramifica em raízes laterais, que também se ramificam. Somente essas ramificações finais, as raízes bem finas (pelos), são responsáveis pela nutrição da planta. Assim, concluímos que a adubação não deve ser feita no colo da planta e sim no final das raízes. Como as raízes não são facilmente visíveis, uma maneira de saber o melhor local para a adubação é traçar uma linha reta ao final de toda a circunferência da copa da árvore. Nem sempre a raiz é do tamanho da copa: algumas vezes é menor e muitas vezes é maior, mas partimos da suposição de que, para manter o equilíbrio da planta, a raiz deve ser proporcional ao tamanho da copa. A variação do tamanho depende principalmente da umidade e do tipo de solo.

26

Capítulo 01 • Plantas

• Colo da planta Área que fica entre a raiz e o caule – área de transição. Não pode ser aterrado nem exposto demais.

• Caule Também chamado tronco, no caso de árvores, é a parte aérea da planta, com exceção de caules modificados. É útil principalmente para reserva de alimento e multiplicação, e muitos podem ser subterrâneos. Não é raro identificarmos uma planta somente olhando para o seu caule, de tão peculiares que podem ser.

Cerne

Xilema

Câmbio

Floema Casca

27

Capítulo 01 • Plantas

Suas principais funções são: produção e sustentação de folhas, flores e frutos, condução da seiva e acúmulo de reserva. Apresenta dois tipos de crescimento: para cima, através da gema apical, e para os lados, pelo câmbio, e é composto de camadas. •

• •

Câmbio – é o centro formador de células novas, as quais podem migrar para dentro ou para fora. Quando migram para dentro, formam o xilema, responsável por levar água e nutrientes para as folhas, que fazem, assim, a fotossíntese. Quando migram para fora, formam o floema que, após a fotossíntese, leva a seiva elaborada para as outras partes da planta. Casca – formada pelas células envelhecidas do floema, é responsável pela proteção da planta. Cerne – é a camada no interior da planta formada por células envelhecidas do xilema.

• Folha Uma boa parte da planta é composta de folhas ou folhas que se modificaram e se transformaram em outras partes dessa planta. Podem se diferenciar e ter aspectos bem distintos, que vão lhe conferir maior ou menor resistência; por exemplo, as folhas mais grossas são mais resistentes que as finas, pois têm mais camadas, podem armazenar mais água e são mais resistentes ao vento. Existem vários tipos de folhas e, às vezes, o que chamamos de folha são folíolos (folha pequena), que, quando agrupados, formam a folha composta, ligadas pelo pecíolo (cabinho) à raque (eixo central de estrutura ramificada). Tem como função realizar os seguintes processos: •

Fotossíntese – produção do alimento para a planta. O processo se inicia a partir da captura de água e nutrientes, por meio dos pelos das raízes. Assim, água e nutrientes são transportados pelo xilema, atingindo as folhas. Nas folhas, se dá o contato com o gás carbônico presente no ar e, com a ação da luz solar, há a transformação de tudo isso em oxigênio e seiva elaborada. O oxigênio é devolvido para o ar e a seiva é distribuída para toda a planta pelo do floema.



Respiração – como todo ser vivo, as plantas também respiram; por isso, é importante que as folhas não fiquem cobertas por poeira. As plantas também respiram pelas raízes. Assim, o excesso de água no solo, que ocupa os espaços destinados ao ar necessário para a respiração, pode causar o apodrecimento da raiz e leva à morte da planta.

28

Capítulo 01 • Plantas





Transpiração – é a liberação da água que sobrou no processo de fotossíntese. Serve, também, para controlar a temperatura na planta. É importante que a planta transpire e necessite de mais água para, assim, absorver mais nutrientes. A folha pode ser modificada para a proteção da flor: bráctea; ou para a fixação da planta: espinhos e gavinhas.

Folha simples.

Folha composta.

Folha palmada.

Folha pinada.

29

Capítulo 01 • Plantas

Folha bipinada.

• Flor A flor é uma das estruturas que mais se destaca em uma planta. Ela possui cores, formas e perfumes diferentes, que atraem pássaros, insetos etc., que, os quais, irão garantir a reprodução das plantas. Como foi dito anteriormente, nem todas as plantas possuem flores, que são órgãos bastante evoluídos: o sistema reprodutor da planta. Somente nas gimnospermas e angiospermas ocorre a fecundação de uma célula sexual feminina por uma masculina e, a seguir, nas angiospermas, o ovário se transforma em frutos e os óvulos, em sementes.

Bracteas coloridas (folhas modificadas).

Sem dúvida, a flor é a parte da planta responsável pelo encantamento e, por muitas vezes o que pensamos ser uma flor é uma inflorescência, ou seja, um conjunto de flores.

30

Capítulo 01 • Plantas

As flores possuem diversos órgãos, como: • • • •

Cálice – é formado por um conjunto de folhas modificadas, as sépalas, quase sempre verdes. Corola – também formada por folhas modificadas chamadas pétalas. Geralmente, é a parte mais atraente da flor, pois possui cores e formas diferentes. Perianto – é formado pelo cálice e pela corola. Tem como função proteger os órgãos reprodutores da flor — o androceu e o gineceu — e atrair agentes polinizadores. Androceu – é o órgão masculino da flor, formado por um ou mais estames, que são compostos de: antera, filete e conectivo. Estigma

Estilete

Pólem

Corola (pétalas)

Antera

Óvulos

Filete

Ovário Cálice

Estigma Estilete

Pétala

Antera Filete

Sépala

31

Capítulo 01 • Plantas

• Antera – região dilatada que se situa na ponta do estame; é aí que se formam os grãos de pólen, a estrutura reprodutora masculina. • Filete – haste que sustenta a antera. • Conectivo – região onde se ligam o filete e a antera. • Gineceu – é o órgão feminino da flor. Constitui-se de um ou mais carpelos, que são folhas modificadas, e é composto de estigma, estilete e ovário. • Estigma – parte achatada do carpelo, situada na sua extremidade superior; secreta um líquido pegajoso que contribui para a fixação do grão de pólen. • Estilete – tubo estreito que liga o estigma ao ovário. • Ovário – parte dilatada do carpelo, onde se formam os óvulos.

Flor de Ingá.

Flor de Manacá.

Flor de pau-brasil.

Flor de capim-dos-pampas.

32

Capítulo 01 • Plantas

• Fruto Após a fecundação dos óvulos, o ovário inicia o crescimento, com modificações de seus tecidos provocadas pela influência de hormônios vegetais, que produzirão o fruto com consistência, cor e sabor. Os frutos mantêm-se fechados até que a semente esteja pronta para germinar e, a partir daí eles amadurecem e podem se abrir, liberando as sementes, como as vagens do ipê-amarelo; alguns frutos, chamados indeiscentes, não liberam sementes, por exemplo, sâmara do Araribá.

Pata-de-vaca.

Sapucaia.

Araribá.

Jequitibá.

33

Capítulo 01 • Plantas

Mandacarú.

Sua função não é só produzir alimento para o homem, mas, principalmente, proteger as sementes (basta lembrar que, em várias árvores, os frutos caem de muitos metros de altura e, se não fosse a polpa da fruta, as sementes se quebrariam ao atingirem o solo). Alguns frutos possuem estruturas especiais que grudam na pele dos animais para que estes os levem para outros lugares. Outros possuem, ainda, estruturas que funcionam como asas e facilitam a dispersão das sementes. As sementes são espalhadas, também, pelos animais que ingerem os frutos e as soltam por meio das fezes. Os frutos dividem-se basicamente em 3 camadas: • • •

Epicarpo – também conhecido como casca, é a camada externa, normalmente membranácea e fibrosa; pode ser lisa, rugosa, pilosa ou espinhosa. Mesocarpo – é a camada abaixo do epicarpo, suculenta, que pode ou não armazenar substâncias de reserva. Endocarpo – é a camada mais interna e normalmente, mais rígida que envolve as sementes (como o caroço dos pêssegos).

• Semente É responsável pela multiplicação da planta e pela preservação da espécie no planeta. É originada do óvulo fecundado. É formada por tegumento ou casca, embrião e endosperma. Quando a semente encontra condições apropriadas, o embrião dá origem a uma nova planta. As sementes possuem reserva de alimento, óleo, amido e proteínas no endosperma para manter a planta até que ela germine e produza seu próprio alimento. A casca, além de proteger, ainda restringe a perda de água. Para que o embrião germine, este tegumento tem de se romper, o que, quase sempre, ocorre em contato com água e umidade. No entanto, muitas vezes, é necessária escarificação mecânica, que ocorre naturalmente quando a semente cai no chão. Algumas precisam passar pelo tubo digestivo ácido de animais; para imitar

34

Capítulo 01 • Plantas

esta condição, colocamos algumas sementes em solução ácida, como vinagre. As sementes podem ficar anos em dormência até que as condições apropriadas apareçam e as façam germinarem. Podem ser divididas em duas partes – as dicotiledôneas (cotilédone significa partes), como feijão, soja, ervilha etc. — ou não se dividir, como milho, arroz etc., que são monocotiledôneas. Existem sementes de diversos tipos, cores, formas e, especialmente, com estruturas desenvolvidas para garantir ou aumentar as chances de germinação.

1. Semente de Guapuruvu. 2. Semente de paineira. 3. Sementes de Ipê-amarelo. 4. Sementes de acerola. 5. Sementes de dente-de-leão.

35



Capítulo 02 Solo

Capítulo 02 • Solo

Capítulo 02

Solo

O

solo é o local de onde a planta retira a água e os nutrientes para seu desenvolvimento. Quanto melhores forem suas características, mais saudáveis serão as plantas. É a camada superficial da crosta terrestre e serve como suporte, fixação e alimentação das plantas. Um bom jardineiro sabe que o trabalho deve ter início com o tratamento do solo – vale a pena ter cuidado no início para não ter problemas no futuro. O solo deve conter água, nutrientes e ser arejado.

37

Capítulo 02 • Solo

Composição



Água – dizemos que as plantas bebem o alimento, pois a planta absorve os nutrientes dissolvidos na água. A quantidade de água é inversamente proporcional à quantidade de ar, ou seja, se houver muita água, o solo terá pouco ar. O ideal é que água e ar estejam na mesma proporção.



Matéria orgânica – é formada por aquilo que “um dia teve vida”, como resíduos animais e vegetais que entram em processo de decomposição. Quando esses resíduos apresentam aspecto de terra escura, sem cheiro e segurando umidade, está pronto o composto orgânico. É fundamental para deixar o solo mais solto

O solo apresenta quatro partes principais: ar, água, matéria orgânica e matéria mineral. A quantidade de cada um deles depende do tipo de solo e da necessidade da planta. •

Ar – quanto mais arenoso for o solo, mais haverá espaço entre os grãos. Em solos argilosos, a quantidade de ar é bem menor. É fundamental que exista ar, caso contrário, as raízes não respirarão e a planta morrerá, porém, o excesso de areia dificulta a fixação da planta e deixa a água ser drenada.

38

Capítulo 02 • Solo

e úmido, melhorando as propriedades físicas e facilitando o enraizamento, além de fornecer nutrientes. •

Matéria mineral – todo material originado das rochas; sua cor depende da rocha que lhe deu origem. Temos como exemplo areia, argila, silte, pedrisco etc.

Composto orgânico

Ar

Mineirais Água

Chamamos de substrato a terra preparada. Ele deve conter os três elementos principais: areia, terra de jardim/argila e composto orgânico. Para uma mistura básica devemos colocar 1/3 de cada.

• Perfil do solo

Para facilitar o estudo, falaremos sobre toda a estrutura do solo, desde as camadas ou

39

Capítulo 02 • Solo

horizontes paralelos à superfície até a rocha- mãe que deu origem ao solo. •

Horizonte “O” — camada superficial com material em decomposição de animais e vegetais. Atinge poucos centímetros.



Horizonte “A” — após a decomposição, esse material começa a descer e se misturar com a parte mineral. É onde está a melhor terra e é aí que se desenvolvem as raízes. Atinge aproximadamente 30 cm. Dependendo da região, pode levar muitos anos para se formar, por isso deve ser bem cuidado.



Horizonte “B” — de consistência bem mais compactada e dura, atinge vários metros; é o subsolo. Quando são feitas covas para plantio de árvores e arbustos, é a camada que mais preocupa, pois ela é dura e as raízes precisam de solo mais poroso e úmido para se desenvolverem. É no fundo desses orifícios que deve estar a terra de melhor qualidade.



Horizonte “C” — camada onde encontramos a rocha-mãe desintegrada ou em processo de desintegração.

• •

Rocha-mãe — a rocha que deu origem ao solo. É importante lembrar que a camada mais importante para as plantas — e que deve ser preservada — é a camada superficial (Horizonte “O” e “A”). Geralmente, é ela que sofre todas as agressões, como a deposição de lixo, entulho, ácidos etc.

Para facilitar o estudo, falaremos sobre toda a estrutura do solo, desde as camadas ou horizontes paralelos à superfície até a rocha- mãe que deu origem ao solo.

Análise da terra • Análise física Em um primeiro momento, a análise do solo pode ser feita a olho nu, de acordo com sua aparência. Um solo mais escuro significa um solo mais humoso; o mais claro é mais arenoso; e o mais vermelho é mais argiloso. O tipo de rocha decomposta também pode originar solos de diversas cores. Ainda conforme sua aparência, podemos verificar a consistência:um solo mais duro quase sempre indica falta de composto orgânico.

40

Capítulo 02 • Solo

• Análise química A análise química da terra é útil porque fornece o pH do solo, permitindo corrigi-lo, caso seja necessário. É também um método de avaliação de fertilidade, pois permite estimar a quantidade de nutrientes essenciais necessária ao bom desenvolvimento das plantas. O pH é o potencial hidrogeniônico. O solo é ácido quando a terra tem grande quantidade de íons de hidrogênio. No Brasil, o solo é predominantemente ácido, pois a grande incidência de chuvas arrasta elementos, como cálcio e magnésio, da parte superficial do solo. A alcalinidade resulta do acúmulo de sais e é encontrada em zonas áridas e semiáridas.

• Escala do pH São considerados ácidos todos os solos que tenham pH menor que 7 e alcalinos os superiores a 7. A média de pH dos solos cultivados no Brasil está entre 4,5 e 7,0, e o pH ideal para a maioria das plantas está entre 5,5 e 6,5. 1. Camada superficial. 2. Solo. 3. Rochas fragmentadas. 4. Rocha mãe.

0

7

14

Ácido

Neutro

Básico (alcalino)

41

Capítulo 02 • Solo

• Preparo do solo

• •

Caso a amostra apresente o pH ácido, devemos efetuar a correção, pois em solo ácido a planta não consegue capturar os nutrientes. Esta correção é chamada de calagem, pois adicionamos calcário, que pode vir enriquecido com outros elementos, como o calcário dolomítico. Em caso de solo alcalino, raro no Brasil, podemos adicionar pó de enxofre. O ideal é fazer a correção do pH 30 dias antes do plantio; a adição de areia, composto, outros adubos orgânicos ou mesmo argila deve acontecer 5 dias antes do plantio. De modo geral, dizemos que adicionamos adubos mais enriquecidos em nitrogênio para plantas que precisam desenvolver as folhas. O fósforo é utilizado para intensificar o florescimento e a frutificação, e o potássio, para maior desenvolvimento das raízes, deixando a planta mais resistente a doenças. Como exemplo, podemos citar tortas de folhas, como a de mamona e apara de grama como fonte de nitrogênio, farinha de ossos, como fósforo, e cinzas de madeira, como fonte de potássio. Etapas para a preparação do solo: • • • • •

• • •

Faça o levantamento do que existe na área. Selecione material/plantas que serão reaproveitadas. Colete o material para análise, se necessário. Faça a limpeza, retirando vidros, latas etc. Capine, de preferência retirando as ervas invasoras com raiz, bulbos, rizomas etc. Corrija o solo, se necessário. Adicione composto orgânico e areia. Faça a adubação orgânica, se necessário.

• Compostagem A compostagem é a decomposição dos resíduos orgânicos. Na primeira fase, ocorre pela ação de fungos, bactérias e actinomicetos e, posteriormente, por protozoários, nematoides e insetos — lacraias, besouros e aranhas. As centopeias devem ser afastadas, pois consomem grande quantidade de matéria orgânica. A compostagem baseia-se num processo biológico em que os microrganismos, na presença de oxigênio, água, carbono e nitrogênio (em proporções adequadas), transformam a matéria orgânica, como estrume, folhas, talos, cascas e restos de comida, num material semelhante ao solo, chamado composto. Esse processo ocorre naturalmente; na compostagem, nós apenas o aceleramos. Na compostagem, ainda são produzidos gás carbônico, calor e água. Com a transformação da matéria orgânica em gás carbônico e vapor de água, ocorre a redução da massa e do volume do material que está sendo compostado; a redução é de normalmente 1/3 a 1/2 do volume inicial. O ideal, quanto à umidade, é que, ao segurar o material, ele esteja como uma esponja úmida, sem escorrer água. Em relação ao gás, não deve ocorrer aquecimento excessivo e quanto ao ar (oxigênio), deve-se evitar que o material fique compactado. O nitrogênio é fonte de energia e o carbono, de proteínas. Ambos são considerados ativadores, pois esquentam a composteira. Podemos separar os resíduos em dois grupos: •

42

Nivele. Realize o plantio.

Resíduos secos, que podem ser

Capítulo 02 • Solo

encaminhados para a reciclagem. Existem diversos pontos de recebimento desse material: vale a pena escolher a destinação certa. Sua utilização na compostagem pode trazer diversos problemas, como dificuldade de decomposição e adição de metais pesados ao composto, que muitas vezes estão presentes em materiais coloridos de tecidos e papéis. •

embaixo vai para cima e vice-versa. Em 90 dias, normalmente, o composto já estará bem curado. A fim de eliminar gases, coloque um cano de PVC furado em alguns pontos da leira, para que o gás saia por ele. Semanalmente, aproxime a mão na leira para sentir a temperatura, que não deve estar alta. Um pouco de calor ajuda as bactérias na decomposição, mas o excesso acaba por matá-las ou deixá-las inativas. A leira deve ser molhada sempre que estiver seca. Para incrementar, você pode regar com água com estrume.

Resíduos úmidos, restos orgânicos, folhas, talos, aparas de grama etc., mas nada que tenha sido cozido com óleo, temperos, vinagre etc.

2. Você também pode fazer um buraco na terra e enterrar restos de alimentos, de preferência misturando os resíduos verdes e castanhos. Ao fim, adicione um pouco de cal.

Descrevemos, a seguir, alguns modelos de compostagem:

3. Outra possibilidade é fazer dois furos em um balde a aproximadamente 1 cm do fundo. Coloque o balde sobre dois tijolos e acrescente o material a ser compostado, misturando verde e castanho e também um pouco de terra. Nos furos, pode ser acoplado um pedaço de mangueira ou uma torneirinha para conduzir o chorume — que é o líquido formado na decomposição dos resíduos em um composto orgânico — a um recipiente.

1. Composteira ou leira: pequenos montículos de cascas nos quais você sobrepõe terra, alternando, assim, terra e restos, e finalizando com terra para que não ocorra atração de insetos e outros pequenos animais. O ideal é usar material verde, principal fonte de nitrogênio (legumes, hortaliças, restos e cascas de frutos, borra de café, cascas de ovos esmagadas, sacos de chá etc.) e material castanho, que fornece, sobretudo, carbono (palha, aparas de madeira e serragem, grama seca, folhas secas, ramos pequenos ou grandes triturados, cinza de madeira). Sobre a leira, pode-se acrescentar cal, para evitar o aparecimento de insetos e roedores. Para quantidades maiores, você pode fazer grandes leiras com 1,5 m de largura, 4 a 5 m de comprimento e 1,8 m de altura, com espaço ao lado para que possam ser tombadas ou reviradas. Uma leira muito pequena perderá o calor com facilidade e uma muito grande ficará quente demais, especialmente no centro. O tombamento deverá acontecer a cada mês, alternando as camadas, ou seja, o que estava

O chorume que é produzido pode ser utilizado como fertilizante, em pequenas quantidades, para as plantas. Recomenda-se fazer a diluição 10:100. Ajuda muito colocar algumas minhocas nesse balde, pois, além de revolverem o material, ainda vão produzir o húmus.

43

Capítulo 02 • Solo

1. Separar resíduos de cascas, talos, folhas etc.

2. Se possível triturar no liquidificador, especialmente casca do ovo.

3. Jogar no balde ou recipiente adequado.

4. Misturar com o material já existente.

5. Cobrir com terra ou folhas secas.

6. Após algum tempo retirar o composto orgânico e chorume.

44

Capítulo 02 • Solo

• • •

Misture os materiais verdes e castanhos.



Mantenha a umidade; quando estiver seco, regue.

Não deixe esquentar; revire o composto quando estiver compactado ou aquecido.

• São muitas as vantagens do preparo e do uso de composto orgânico: 7. Diluir o chorume em água 1:9.

8. Jogar nas plantas.

Cuidados necessários para elaboração de uma composteira: •

• •

O local deve estar protegido de chuvas e, de preferência, na sombra, durante o verão; no inverno, deve estar exposto ao sol da manhã, protegido de ventos, com leve inclinação e perto de ponto de água. O líquido produzido (chorume) deve ser drenado. Em baldes, faça furos para que o líquido não se acumule, e na terra, adicione areia sob a leira.

45



Diminui os resíduos encaminhados para os aterros, que contaminam o solo e, com a produção misturada de chorume, podem contaminar do lençol freático.



Diminui a poluição do ar, com a redução do transporte dos resíduos para os aterros sanitários.



O composto melhora a estrutura do solo, principalmente suas características físicas. Ajuda a reter a água nos solos arenosos e dá porosidade aos solos argilosos.



Atua como adubo, acrescentando nutrientes ao solo, melhorando, assim, sua fertilidade.



Apresenta fungicidas naturais e organismos benéficos, que ajudam a eliminar organismos causadores de doença no solo e nas plantas.



Pode ser armazenado por longos períodos, sem odores nem moscas.



A liberação dos nutrientes ocorre lentamente. Na adubação mineral, muitos nutrientes são desperdiçados, pois, muitas vezes a planta não consegue absorver todo o nutriente e a sobra é perdida com o tempo.

Capítulo 02 • Solo



Reduz erosão e perdas de terra boa, causadas pela erosão.



Estabiliza a temperatura e o pH do solo.

• Utilização do composto Para ser utilizado, o composto deve estar “curado”, seco, ter cheiro agradável de terra e cor marrom-escura. Uma terra boa para plantio pode ser preparada na proporção de 1/3 de composto, 1/3 de areia e 1/3 de terra, e utilizado nos mais diversos tipos de canteiros e vasos. Não utilize carvão mineral e/ou vegetal, papel colorido, plantas doentes, materiais não biodegradáveis, produtos tóxicos e fezes de animais domésticos.

Compostagem leira.

Compostagem caseira.

Compostagem minhocário.

46

Capítulo 03 • Ferramentas



Capítulo 03 Ferramentas 47

Capítulo 03 • Ferramentas

Capítulo 03

Ferramentas

A

s ferramentas têm um papel funda- • Manutenção mental nas atividades de jardinagem. A escolha dependerá do tamanho e • Retire a terra das ferramentas. tipo de jardim a ser executado. Devemos observar alguns aspectos: • Lave com escova de aço, água e sabão. •

Seque bem antes de guardar e coloque-as na posição vertical, com a lâmina para cima, se possível.



Lubrifique as lâminas.

• Ferramenta certa



Afie quando necessário.

É aquela ideal para o trabalho a ser executado. Para cada tipo de trabalho existe uma ferramenta certa que, além de facilitar a tarefa, proporciona conforto, podendo economizar tempo e dinheiro.



Limpe regularmente os pneus dos carrinhos.



Remova as lascas dos cabos com uma lixa.



Muitas vezes, ao manusear uma ferramenta contaminada, passamos doenças para outras plantas; por isso, é bom que elas estejam sempre limpas e desinfetadas. Podemos passar álcool quando as plantas apresentarem doenças.

• •

Aplique óleo de linhaça nos cabos de madeira.



Observe o desgaste dos fios de equipamentos elétricos e, se necessário, substitua-os.

• • • •

Ferramenta certa para cada serviço. Boa qualidade. Estado de conservação. Armazenagem.

• Qualidade Além dos tipos de ferramentas, existem diversas marcas (muitas delas importadas). O ideal é fazer uma análise de custo-benefício para escolher a ferramenta a ser adquirida. Teste o tamanho e o peso das ferramentas. Ferramentas de aço inoxidável não enferrujam, porém, são mais caras.

48

Capítulo 03 • Ferramentas

• Armazenagem •



• •





o mais ereto possível. É lógico que cada um tem uma posição melhor, dependendo de suas características físicas, mas é importante observar a postura e fortalecer o abdome.

É preferível não colocar as ferramentas no chão (principalmente as pequenas), pois podem absorver umidade e, assim, você também evita que alguém tropece nelas. Não envolva as ferramentas em plástico, pois poderá ocorrer condensação, favorecendo a ferrugem. Se possível, pendure as ferramentas em local fechado e seco. Mantenha as ferramentas elétricas em locais secos, dentro de casa ou sobre um estrado de madeira. Ferramentas com cabo de madeira muitas vezes lascam. Essas lascas devem ser removidas com lixa fina de papel, seguindo o veio da madeira. Aplicar óleo nas ferramentas ajuda a conservar, porém o excesso deve ser retirado com pano seco.

Trenas.

• Outros equipamentos •

Baldes, bacias, borrifador manual.

• Como manusear as ferramentas É muito importante segurar a ferramenta de modo correto, especialmente as maiores e mais pesadas. Desse modo, fortes dores nas costas podem ser evitadas. O ideal para ferramentas como enxada, enxadão, chibanca e rastelo é posicionar as pernas como uma alavanca, uma perna na frente, outra atrás, com uma distância que seja confortável para o corpo. A cavadeira pode ser usada com os pés paralelos. Em ambos os casos, deve-se posicionar a coluna

49

Sacho.

Capítulo 03 • Ferramentas

Pá reta.

Enxadão.

Enxada.

Rastelo.

Chibanca.

Picareta.

50

Capítulo 03 • Ferramentas

Pedra de amolar.

Tesoura de poda.

Canivete.

Tesoura de poda grande.

51

Capítulo 03 • Ferramentas

Pazinha estreita.

Garfinho.

Firmino.

Pazinha larga.

52

Capítulo 03 • Ferramentas

Ferramenta

Uso

Alfanje*

Cortar e aparar grama

Aspersor

Tipo de regador para áreas maiores/molha a terra e plantas e umidifica o ar

Canivete*

Podar/estaquear/mergulhia/enxertar

Carrinho-de-mão

Transportar terra, composto, mudas, ferramentas, produtos colhidos

Cavadeira*

Remover terra/preparar covas

Chibanca

Revolver a terra/incorporar adubos/fazer covas/retirar plantas a serem transplantadas*

Chucho*****

Fazer pequenas covas para sementes e estacas

Enxada*

Capinar/revolver a terra/incorporar adubos/acertar bordas e superfícies do canteiro

Enxadão*

O mesmo da enxada, porém com maior profundidade

Facão*

Cortar galhos já retirados da árvore/abrir clareiras

Firmino

Retirar ervas espontâneas

Gadanho

Deslocar materiais/tombar leira

Mangueira**

Irrigar em áreas maiores

Pazinha/Colher de jardineiro

Transplantar com torrão/fazer covas/montar vasos/medir e manipular produtos e sementes

Peagâmetro

Medir o pH do solo

Peneira

Preparar misturas para sementeiras

Pedra para amolar

Amolar as ferramentas que precisam ter bom corte

Picareta

Preparar covas e revolver terra dura/quebrar torrões

Pulverizador

Aplicar defensivos naturais e irrigar as folhas

Rastelo ou Ancinho

Limpar jardim/retirar material como torrões de terra e pedras/nivelar

Regador***

Irrigar

53

Capítulo 03 • Ferramentas

Ferramenta

Uso

Roçadeira*

Cortar grama em áreas maiores*

Sacho

Retirar plantas invasoras dos canteiros, entre as plantas/afofar entre linhas plantadas e fazer sulcos e covas pequenas

Serrote de poda****

Podar galhos mais grossos

Tesoura de poda (podão)*

Podar galhos altos/podar galhos mais grossos/coletar material para identificação

Tesoura de poda*

Podar/retirar galhos secos e doentes/conduzir o crescimento/preparar estacas

Tesoura de poda (grande)*

Podar grama em locais pequenos ou que a roçadeira para grama não alcance/fazer a primeira poda na implantação

Trena

Medir

Vanga/Pá reta*

Fazer covas/acertar canteiros

Vassoura de jardim

Limpar jardim/retirar material leve

* ** *** **** *****

Manter sempre afiado(a). Cuidado com jato de água muito forte, pois pode danificar as plantas. Existem diversos tipos de bicos e crivos: a escolha certa é muito importante. Antes de podar galhos maiores, além da segurança, deve-se conhecer a Lei nº 10.365 que trata de poda e supressão de vegetação de porte arbóreo. O chucho é um pedaço de madeira com uma das pontas afiadas.

54



Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas



Capítulo 04

Multiplicação das Plantas 55

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Capítulo 04

Multiplicação das Plantas

U

ma das partes mais interessantes da jardinagem é, sem dúvida, a produção de mudas. É muito fácil multiplicar uma planta, tanto por sementes quanto por suas partes vegetativas. Podemos dividir os métodos de propagação das plantas em dois grupos: 1. Sexuada, pelas sementes. 2. Assexuada, pelas partes vegetativas (raiz, caule e folhas).

Sementes Para que ocorra a reprodução por sementes, é necessário que o pólen (gameta masculino) fecunde o óvulo (gameta feminino). Após a polinização, o ovário se transformará em um fruto e os óvulos em sementes. Após a germinação, a semente se transforma em uma planta cujas flores produzirão novas sementes. Neste processo de fecundação com mistura de caracteres hereditários, dificilmente conseguiremos descendentes idênticos — assim como ocorre com a formação dos seres humanos. A semente é a estrutura especializada na propagação de plantas e fornece nutrientes

para o embrião até que a planta cresça e produza seu próprio alimento. Se todas as sementes caírem perto da plantamãe, provavelmente terão poucas chances de sobreviver. Por isso, algumas possuem estruturas que possibilitam seu deslocamento para outros lugares: podem voar, ser levadas pelas águas, disseminadas pelas roupas das pessoas, patas ou fezes de animais etc. As sementes têm capacidade de viver vários anos antes de germinar, isto é, pode ocorrer o ressurgimento das atividades de crescimento, provocado pela ruptura dos tegumentos e pela emergência da plântula. Esse processo é chamado de dormência — atraso da germinação, quando as sementes, mesmo em condições favoráveis de umidade, temperatura, luz e oxigênio não germinam. Muitas vezes, a dormência acontece quando as condições não são boas para o desenvolvimento das sementes, ou seja, é uma adaptação para que elas germinem na estação mais propícia. Devemos conhecer como as espécies superam o estado de dormência em condições naturais para que possamos quebrar esse estado. É conveniente copiar a natureza, pois em seu desenvolvimento natural sofrem quedas de vários metros, passam pelo tubo digestivo (ácido) dos passarinhos, ficam anos sob a areia, caem na água etc. Por isso, quando queremos produzir mudas por sementes e para quebrar a dormência, raspamos, lixamos, colocamos na água em

56

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

soluções ácidas ou simplesmente plantamos a semente em terra úmida.

• Por que usar a semente? Muitas plantas floríferas e hortícolas, são plantas anuais, isto é, em um ano completam seu ciclo (germinam, enraízam, enfolham, dão flores e frutos contendo sementes) e, para tanto, gastam muita energia. Assim sendo, não armazenam reserva nas partes vegetativas (folhas, ramos, raízes), o que permitiria a multiplicação vegetativa. O uso da semente também proporciona novas variedades, devido à mistura de caracteres que se dá no cruzamento, usado também para obtenção de porta-enxertos. E há espécies que só se reproduzem por sementes, como mamão e muitas palmeiras. Além disso, a propagação por sementes é recomendável para a multiplicação das árvores. Muitas sementes, por sua fragilidade, não podem ser semeadas diretamente no canteiro, mas sim em sementeiras, nas quais é possível controlar as condições ambientais. Assim, as plantas crescerão fortes, com condições de viver muito bem quando transplantadas para o local definitivo. Além disso, o uso de sementeira permite fazer a seleção das mudas, por ocasião do transplante. O que é necessário para que as sementes germinem. a) Água: a água precisa passar pelo tegumento para desencadear o processo de crescimento, mas isso não quer dizer que o solo precise ficar encharcado. A necessidade de umidade varia entre as espécies. b) Temperatura: há uma temperatura ideal

57

para cada tipo de semente, normalmente relacionada com o seu local de origem. Algumas preferem o frio, enquanto outras gostam de calor. c) Oxigênio: quando a semente começa a germinar, ela necessita de muito ar, por isso é errado encharcar o solo. Utilizamos solos mais arenosos para facilitar a circulação de ar, água e expansão das raízes. d) Luz: as sementes, em geral, são postas para germinar na sombra (ou, em alguns casos, no escuro). Muitas vezes, são enterradas nas covas ou nas linhas. Quando isso não acontece, é preciso colocar uma camada de terra sobre as sementes. Essa camada é afastada com o aparecimento das folhinhas que precisam fazer a fotossíntese. Você pode semear de diversas maneiras: •

Em covas (“berços”), normalmente com profundidade de duas vezes o tamanho da semente.



Em linhas ou sulcos, para sementes menores, normalmente utilizadas em sementeiras. Sobre as linhas coloque uma camada de areia para diferenciar a germinação das sementes desejadas das

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

ervas invasoras, observe no capítulo hortas. • •

A lanço, diretamente no local definitivo. Algumas vezes, para facilitar o esse processo, as sementes são misturadas com areia. Utilizando máquinas de distribuição uniforme das sementes, observe no capítulo de gramados.

As sementes colocadas em sementeiras serão transplantadas quando aparecer o primeiro par de folhas verdadeiras.

01. forrar com jornal uma caixa de madeira.

02. colocar terra preparada com 50% de areia.

03. fazer uma linha não muito profunda.

04. colocar as sementes na linha.

58

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

05. de preferência sem tocar nas sementes

06. colocar areia sobre as sementes, na linha.

07. irrigar.

08. esperar as 4 primeiras folhas surgirem.

59

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

09. Fazer o transplante para o canteiro definitivo.

10. cuidar para que a planta cresça saudável e logo ela estará pronta para a colheita.

Multiplicação vegetativa É a reprodução de um vegetal a partir de células somáticas. Estas contêm todas as informações genéticas e estão capacitadas a reproduzir um indivíduo idêntico, desde que as condições do meio sejam favoráveis. Neste processo, também chamado clonagem, ocorre a divisão celular (mitose) sem mistura genética. As células somáticas encontram-se em galhos, raízes e folhas. Podemos dividir as partes das plantas em dois segmentos: 1. Partes sexuais: flor, fruto e semente. 2. Partes vegetativas: galho, folha e raiz. As vantagens deste tipo de reprodução são: • • • •

Seleção de características, pois como a planta-filhote será igual à planta-mãe, garantimos as melhores variedades, evitando a dissociação dos caracteres. Fixação de híbridos e mutações diversas, transformando plantas estéreis em produtivas. Restauração de plantas danificadas. Possibilidade do cultivo de plantas em solos impróprios.

60

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

• •





Redução de tempo de produção, pois a etapa de germinação de sementes não é necessária. Economia e redução de resíduos. Podemos utilizar o que seria descartado das plantas após a poda, como estacas que serão futuras mudas. Pode ser feita em qualquer época do ano, sendo que, para cada espécie, existe a mais apropriada, de preferência, um tempo após a florada. Para sempre sabermos o que estamos produzindo, pois estamos vendo a planta da qual recolhemos o material.

Material necessário: • • • • • • • • • • • • •

Tesoura de poda. Canivete afiado. Pedra para amolar. Fitilhos. Etiquetas. Esfagno (para alporquia). Saco plástico preto (para alporquia). Chucho. Substrato adequado, normalmente bem arenoso. Caixas de madeira, vasos sem uso, saquinhos para produção de mudas Saco plástico transparente, para cobrir as estacas plantadas nas caixas.

As principais técnicas são:

Divisão de touceiras Muitas plantas crescem mais para o lado do que para cima, entouceirando. Podemos retirar essas mudas com enxadão, pá reta ou chibanca, dependendo do solo e do tamanho da touceira. Prossiga com a divisão da planta, sendo que cada parte deverá ter um pedaço da planta com a raiz. Execute o plantio já no canteiro preparado. Para facilitar o enraizamento, costumamos cortar um pouco da raiz e das folhas da muda que será plantada.

61

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

01. Retire da terra, com chibanca, pá-reta ou pazinha, as mudas que serão divididas e separe as mudas.

02. Cada nova muda deve ser completa, com folhas e raízes.

03. Cortar o excesso de raízes.

04. E folhas.

05. Fazer covas com chucho ou pazinha.

06. Replantar no local definitivo ou em caixas.

62

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

07. Ou em saquinhos para aguardar serem plantadas.

Divisão dos esporos Retire algumas folhas de samambaias com os esporos maduros (cor ferrugem) na face inferior e coloque-as em um saco de papel. Após uma semana, a planta desidrata e quebra o esporângio (cápsula que mantém os esporos presos às folhas), libertando os esporos. Distribua esses esporos em uma caixa com substrato bastante humoso, umedeça e cubra com saco plástico transparente, fazendo uma pequena estufa. Os esporos vão crescer e formar algumas manchas que se juntarão, dando aspecto de tapete. Divida o tapete formado pelos esporos em blocos de 2 x 2 cm e coloque cada pedaço em um novo vaso.

Multiplicação por esporo.

63

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Estaquia É o método mais utilizado e mais fácil de multiplicação vegetativa, no qual um pedaço da planta, de preferência um galho jovem e saudável, é retirado e colocado para enraizar. Nesse pedaço de plantas existem as células somáticas, que têm todas as informações genéticas e são capazes de formar uma planta igual à planta-mãe. A estaca deve conter, no mínimo, uma gema, que é destacada da planta e colocada no solo ou na água para enraizar. Tipos de estacas:

• Aéreas • •

Herbáceas: folhas e ramos apicais. Lenhosas: simples, talão, cruzeta e gemas.

• Subterrâneas Normalmente não fazemos estacas só de raízes, mas elas podem ser muito convenientes quando, por descuido, a planta foi roçada junto com as gramas ou quando, por ataque de algum bichinho, perdemos toda a parte aérea.

• Raízes Características das estacas: • • • •

idade entre 8 e 15 meses; comprimento de 20 a 30 cm; diâmetro de 0,5 a 1,5 cm; devem possuir de 4 a 6 gemas.

Época de propagação: são multiplicadas durante o ano todo, de preferência durante a primavera e o verão, ou após o florescimento. Antes da retirada da estaca, prepare o subs-

64

trato, que será colocado em caixotes, canteiros protegidos, vasos ou sacos de produção de mudas. Um bom substrato para enraizamento deve ser poroso, para que as raízes cresçam sem encontrar resistência. Para isso, adicione uma quantidade maior de areia. Você pode usar, por exemplo: 25% de terra argilosa, 25% de composto orgânico e 50% de areia. Preparo das estacas: corte a parte superior e inferior, em bisel “diagonal”, a um ou mais centímetros acima da última gema, a parte inferior com uma gema do lado oposto ao corte. Retire a maior parte das folhas. Pode-se se deixar duas ou três pequenas ou, se forem grandes, cortá-las, podendo, inclusive, retirar todas as folhas. Este procedimento impede que a estaca perca mais água do que consegue absorver. As estacas devem ser plantadas em covas, com a ajuda de um chucho para fazer o buraco e não enfiadas, pois o atrito com a terra pode danificar as células e impedir sua multiplicação. A colocação deve ser feita com inclinação aproximada de 60 graus, para que as folhas não produzam sombra no colo da planta. Aproximadamente 1/3 do tamanho da estaca deverá ser enterrado. É recomendado umedecer o substrato, pois como é muito arenoso, os buracos se fecham antes de colocarmos as estacas.

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Pegamento das estacas: a maior ou menor facilidade no enraizamento está associada à espécie, idade da planta e dos ramos, posição dos ramos, época do ano, nutrição e ambiente. Para facilitar o enraizamento você pode lançar mão de alguns processos mecânicos, por exemplo, pequenas torções para que a casca se quebre, ou fisiológicos, como a utilização de hormônio enraizador, que serve como catalizador, fazendo com que as células se multipliquem mais rapidamente. Este hormônio, naturalmente produzido pelas plantas, é o fitormônio indolbutírico presente em grande quantidade nas tiriricas. As estacas devem sempre ser retiradas de plantas saudáveis. Em plantas como a coroa-de-cristo, que ao ser cortada solta um líquido branco, a estaca deve ser deixada por dois ou três dias na sombra para que toda a seiva seja eliminada, caso contrário, o enraizamento é mais difícil. Muitas plantas são transportadas na água para que não se desidratem. Se não for possível, é aconselhável o transporte da planta embrulhada em papel molhado. Algumas podem ser deixadas na água até o enraizamento. Tipos de estacas:

• Aéreas • •

Herbáceas: folhas e ramos apicais. Lenhosas: simples, talão, cruzeta e gemas.

• Subterrâneas Normalmente não fazemos estacas só de raízes, mas elas podem ser muito convenientes quando, por descuido, a planta foi roçada junto com as gramas ou quando, por ataque de algum bichinho, perdemos toda a parte aérea.

• Raízes Características das estacas: • • • •

idade entre 8 e 15 meses; comprimento de 20 a 30 cm; diâmetro de 0,5 a 1,5 cm; devem possuir de 4 a 6 gemas.

Época de propagação: são multiplicadas durante o ano todo, de preferência durante a primavera e o verão, ou após o florescimento. Antes da retirada da estaca, prepare o substrato, que será colocado em caixotes, canteiros protegidos, vasos ou sacos de produção de mudas. Um bom substrato para enraizamento deve ser poroso, para que as raízes cresçam sem encontrar resistência. Para isso, adicione uma quantidade maior de areia. Você pode usar, por exemplo: 25% de terra argilosa, 25% de composto orgânico e 50% de areia. Preparo das estacas: corte a parte superior e inferior, em bisel “diagonal”, a um ou mais centímetros acima da última gema, a parte inferior com uma gema do lado oposto ao corte. Retire a maior parte das folhas. Pode-se se deixar duas ou três pequenas ou, se forem grandes, cortá-las, podendo, inclusive, retirar todas as folhas. Este procedimento impede que a estaca perca mais água do que consegue absorver. As estacas devem ser plantadas em covas, com a ajuda de um chucho para fazer o buraco e não enfiadas, pois o atrito com a terra pode danificar as células e impedir sua multiplicação. A colocação deve ser feita com inclinação aproximada de 60 graus, para que as folhas não produzam sombra no colo da planta. Aproximadamente 1/3 do tamanho da estaca deverá ser enterrado. É recomendado umedecer o substrato, pois como é muito arenoso, os

65

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

buracos se fecham antes de colocarmos as estacas. Pegamento das estacas: a maior ou menor facilidade no enraizamento está associada à espécie, idade da planta e dos ramos, posição dos ramos, época do ano, nutrição e ambiente. Para facilitar o enraizamento você pode lançar mão de alguns processos mecânicos, por exemplo, pequenas torções para que a casca se quebre, ou fisiológicos, como a utilização de hormônio enraizador, que serve como catalizador, fazendo com que as células se multipliquem mais rapidamente. Este hormônio, naturalmente produzido pelas plantas, é o fitormônio indolbutírico presente em grande quantidade nas tiriricas. As estacas devem sempre ser retiradas de plantas saudáveis. Em plantas como a coroa-de-cristo, que ao ser cortada solta um líquido branco, a estaca deve ser deixada por dois ou três dias na sombra para que toda a seiva seja eliminada, caso contrário, o enraizamento é mais difícil. Muitas plantas são transportadas na água para que não se desidratem. Se não for possível, é aconselhável o transporte da planta embrulhada em papel molhado. Algumas podem ser deixadas na água até o enraizamento.

Mergulhia Difere da estaquia, pois a planta a ser formada só é destacada daquela da qual se originou após o enraizamento. Por ser uma técnica um pouco mais difícil, não é utilizada com frequência, mas sim quando a estaquia não deu certo.

A planta deve possuir galhos compridos e flexíveis. Por isso, é uma técnica muito utilizada para trepadeiras e alguns arbustos. É um forçamento para que a planta enraíze mesmo estando ainda ligada à planta- mãe. É preciso escolher o melhor galho. A grande vantagem é que quando a planta-filhote for plantada, ela já estará pronta, com raiz, galho e folhas, e terá muito mais chances de se desenvolver. A época ideal para fazer a mergulhia é, normalmente, no princípio da primavera, usando gemas dormentes de um ano de idade, ou seja, galhos jovens de ramos baixos e flexíveis, que podem se dobrar facilmente até o solo.

66

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

67

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas 01. Selecione um galho comprido e flexível e direcione-o até o chão, verifique qual pedaço será mergulhada na terra. 02. Retire as folhas da parte que ficará sob a terra. 03. Prepare a terra do local. É aconselhável solo arenoso. 04. Faça um anel de aproximadamente 2cm para tirar a casca e deixar as células do câmbio aparentes, é necessário que tenha pelo menos uma gema. 05. Encurve e enterre o pedaço do galho que foi preparado a uma profundidade de 10 a 15 cm e prenda-o com forquilha ou pedras, para que não se desprenda do solo. 06. Tutore (direcione) a parte do galho que ficou para fora, mais ou menos 30 cm. 07. Após algum tempo, o galho começará a enraizar. Dependendo das condições ambientais e da espécie, pode demorar mais ou menos dois meses.

Esta técnica é chamada mergulhia simples normal. Existe também a simples invertida, que é mais frequente, quando não há intervenção humana. Vejamos um exemplo: uma árvore produz muitos frutos, o galho fica pesado, vergando até o chão. Com o movimento do galho em contato com a terra, a casca sai e lá ele começa a enraizar, a partir de sua ponta. Quando fazemos a mergulhia invertida, enterramos o mais próximo possível o galho à planta-mãe. A mergulhia normal pode, ainda, ser: •





Contínua chinesa — quando enterramos uma grande parte do galho, ao longo de seu comprimento. É retirada a casca em vários pontos e cada ponto irá enraizar e formar uma nova muda. Contínua serpenteada — quando o galho é enterrado em movimento de serpente, ou seja, entrando e saindo da terra. Normalmente ele é enterrado a 30 cm de profundidade. De cepa — é feita uma poda drástica, pouco acima do nível do solo, para forçar a emissão de novas brotações a partir de gemas adventícias e dormentes. Em seguida à brotação, é feita uma amontoa (ajuntamento de terra) sobre a cepa, para obter o enraizamento das brotações. Este tipo de mergulhia leva em conta a capacidade de enraizamento ligada à juventude da planta (Mattos, 1976, citado por Paiva e Gomes, 2001).

68

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

A mergulhia aérea, ou ALPORQUIA, é feita quando o galho não é flexível ou não possui comprimento suficiente para atingir o solo. Então, levamos o solo até ele. De preferência, utilize galhos de um ano de idade e elimine as brotações laterais e folhas do local que será coberto. Faça um anel no galho para acúmulo de carboidratos, auxina e outras substâncias de crescimento, originadas das folhas e gemas, e para a liberação de células para que ocorra o enraizamento. O ideal é que a mergulhia seja feita a uma distância aproximada de 25 cm da extremidade do galho. Você pode ou não colocar hormônio de enraizamento, e envolver com uma mistura de terra, areia, matéria orgânica ou, de preferência, esfagno, um musgo capaz de reter muita água. Depois, cubra com saco plástico preto, espere o enraizamento e faça o desmame.

01. Selecione um galho, tire as folhas de aproximadamente 20 cm e rape a casca, fazendo um anel.

02. Envolva com esfagno molhado ou terra humosa.

03. Cubra com saco plástico preto.

04. Amarre cuidadosamente para que a água não se perca.

69

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

05. Aguarde o enraizamento e faça o desmame como na mergulhia comum.

Enxertia Enxertar significa inserir, ou seja, colocar um ramo ou fragmento do ramo de uma planta, com uma ou mais gemas, sobre outra planta, para que ambos se unam e passem a constituir um único indivíduo. A enxertia é feita para aproveitar as melhores qualidades das plantas. A planta que cede a parte superior (copa), onde ocorre uma boa formação de flores, frutos e sementes, é chamada enxerto ou cavaleiro, e a planta que cede a parte inferior (com um forte sistema radicular) é chamada porta-enxerto ou cavalo. Assim, a planta resultante do enxerto terá raízes fortes e resistentes, além de uma grande produção de flores. Fatores de compatibilidade: • • • • • • •

Afinidade fisiológica (exigência de nutrientes). Parentesco botânico, de preferência, da mesma espécie. Comportamento biológico (folhas caducas e folhas perenes). Consistência dos tecidos (herbáceos e lenhosos). Afinidade anatômica (tamanho, forma, consistência das células). Porte e vigor. Sensibilidade a doenças.

70

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Para realizar um enxerto com êxito é preciso que haja uma união perfeita das camadas cambiais; as partes que ficarão em junção devem ser lisas e livres de substâncias estranhas. Material necessário: • • • • • • • • •

Tesoura de poda. Canivete de enxerto. Pedra para amolar. Fitilho. Plástico. Barbante. Pano. Álcool. Cera de abelha.

• Processos de enxertia Borbulhia — justaposição de uma única gema sobre um porta-enxerto

01. Selecione um porta-enxerto saudáel e faça dois cortes formando um T.

02. Retire uma gema da planta escolhida para ser o exerto.

71

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

enraizado.

03. Abra esse T, a casca ficará aberta e o câmbio ficará exposto.

04. Imediatamente insira a gema no porta-enxerto e feche o T.

05. Passe cera de abelha ou simplesmente amarre com uma fita de plástico.

06. A gema deve ficar bem justaposta e presa para que as camadas cambiais se unam.

Tipos: T normal – isto significa que é feito o desenho de um “T” na casca do cavalo — é um corte na horizontal e outro na vertical. Com a espátula do canivete abra os cortes, atingindo a camada cambial, que está logo abaixo da casca. Retire, imediatamente, uma gema da planta que será usada como cavaleiro e introduza a gema no T. A seguir, amarre delicadamente com um fitilho. É recomendado cobrir o corte com cera de abelha. T invertido – é exatamente o mesmo processo do T normal, só que o desenho do T é de cabeça para baixo. Janela aberta – retire um quadrado da casca do cavalo deixando aparente a camada cambial.

72

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Nesse quadrado, insira a gema. Recomendamos passar cera de abelha e amarrar com fitilho. Janela fechada – faça três cortes na casca do cavalo, dois na horizontal e um na vertical, formando uma janela; abra a casca, deixando a camada cambial aparente e introduza imediatamente a gema. Depois, é só fechar a janela e amarrar com fitilho. Garfagem – é quando soldamos um pedaço de ramo ou estaca do cavaleiro sobre outro vegetal (cavalo) enraizado, de maneira que permita seu desenvolvimento. Faça um ou dois cortes em bisel no cavaleiro, enquanto faz uma fenda no cavalo. Encaixe a estaca do cavaleiro na fenda do cavalo, aplique a cera e amarre com fitilhos.

01. Selecione a muda que será o porta-enxerto e retire a parte aérea do galho que receberá o enxerto.

02. Retire uma estaca da planta que será o enxerto, ambos os cortes em bisel.

03. Sobreponha o enxerto no porta-enxerto.

04. Cubra com cera de abelha ou simplesmente amarre com uma fita de plástico.

73

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

05. O encaixe deve ser perfeito e a fita plástica deve prender bem as duas partes.

06. Mantenha a amarração até que as duas plantas se soldem e formem uma única planta.

Encostia – é utilizada para unir duas plantas que continuam vivendo sobre seus próprios sistemas radiculares até que a soldadura se complete. Faça uma raspagem no cavalo e no cavaleiro para retirar a casca, deixando aparente o câmbio. Encoste o cavaleiro no cavalo e amarre-os até que fiquem grudados. Depois, corte toda a parte aérea do cavalo, deixando somente o cavaleiro se desenvolver, e retire a parte inferior do cavaleiro. Pode ser feito no topo do cavalo ou na lateral de ambos.

• Estaca simples de galho

01. Selecionar um pedaço de galho (estaca) de aproximadamente 30 cm de comprimento e 01cm de diâmetro.

74

02. Fazer o corte em bisel, deixando pelo menos umas 4 gemas.

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

03. Fazer a cova com chucho e plantar 1/3 do tamanho da estaca.

Estaca de unha-de-gato, por ser muito fina, damos um nó para facilitar o enraizamento e fixar melhor a estaca.

Estaca com gemas, pode ser feita na maioria dos arbustos.

75

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

• Estaca de folhas

01. Selecionar uma folha saudável de begônia-rex, e reduza seu tamanho, para diminuir a perda de água, deixe o cabinho.

02. Fazer pequenos cortes nas nervuras da parte inferior da folha.

03. Em uma cova e enterrar o cabinho da folha.

04. Fechar a cova com terra.

05. Colocar pedrinhas sobre a folha para conduzir a entrada das raízes que se formarão na terra.

06. Outras folhas como violetas, enterramos só o cabinho.

76

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Para folhas de suculentas, como a espadinha, selecionar a folhar ou pedaço da folha e enterrar uma parte em substrato arenoso;

Surgirão raízes;

E folhas novas;

Logo você terá uma muda com folhas novas e raízes.

Primeiro se formam as raízes e depois as folhas.

77

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

• Estacas de ponteiro

01. Selecionar uma estaca da ponta da planta e retirar o excesso de folhas,

02. Cortar a ponta em bisel,

03. Fazer uma cova com chucho e enterrar 1/3 da estaca

04. Fechar a cova com terra , irrigar e colocar, irrigar e colocar em local que receba bastante luz, mas não sol forte direto.

78

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

Órgãos especializados para a multiplicação 1. Estolão ou estolonífero – é um caule que cresce paralelo à superfície do solo ou suspenso, formando raízes adventícias e ramos aéreos em nós consecutivos, em nós intercalados. A partir de cada nó, você pode desenvolver uma nova planta, que finalmente se torna independente. Exemplo: morangueiro, neumárica e clorofito. (Foto órgão especializado estolão).

2. Tubérculo – é um caule subterrâneo que apresenta na porção terminal de seus ramos longos uma dilatação que contém reservas. Difere dos rizomas, nos quais a dilatação é completa e por não formar raízes adventícias a partir dos nós. O tubérculo apresenta-se envolvido por catafilos membranosos, como o rizoma (ou apenas as suas cicatrizes) e as gemas. Com apenas um pedaço do tubérculo, você pode conseguir uma nova muda. Exemplo: batata-inglesa.

3. Rizoma – é um caule que apresenta crescimento horizontal sobre o solo ou enterrado próximo à superfície, podendo ser delgado ou suculento. Geralmente, armazena substâncias e suas folhas são modificadas (catafilos). O rizoma apresenta todas as características de um sistema caulinar comum – nós, entrenós e gemas – além de, habitualmente, formar raízes adventícias. Com apenas um pedaço do rizoma, você pode conseguir uma nova muda e, de preferência, escolha aquela que já tem as raízes e gemas. Exemplo: bananeira, lírio-do-brejo, espada-de-são-jorge e samambaias.

4. Bulbo – tem um pseudocaule vertical. Do caule, que na verdade é reduzido a um “disco basal”, partem muitos catafilos densamente dispostos, os mais externos, secos e os mais internos, suculentos. O próprio bulbo se divide e é dele que você pode separar e retirar novas mudas. Entre os bulbos, temos o tunicado, quando os catafilos suculentos são concêntricos e derivados de bainhas de folhas que já morreram, como a cebola. O alho é um bulbo composto de vários bulbilhos, cada um deles com a mesma estrutura básica, e pode se tornar uma nova muda. Outro tipo de bulbo é o escamoso, que apresenta catafilos derivados de folhas internas, que não se dispõem concentricamente, como o agapantus.

79

Capítulo 04 • Multiplicação das Plantas

80

Capítulo 05 • Gramados



Capítulo 05 Gramado

81

Capítulo 05 • Gramados

Capítulo 05

Gramado

O

gramado é o plano de fundo do jardim, o qual integra as áreas e sobre o qual se pode praticar esportes. É o piso do jardim e se diferencia das demais forrações, plantas que forram o solo, por diversos fatores, mas principalmente por suportarem pisoteio e podas constantes; afinal, são provenientes de plantas de pasto, sobre os quais os animais andavam (pisoteio) e comiam (poda). É um elemento quase indispensável em jardins de médio e grande porte. Quando se cria um projeto de paisagismo, é o último grupo vegetal a ser calculado e comprado, pois não pode ser guardado. Dependendo do clima e da estação do ano, as gramas não aguentam mais de uma semana sem serem plantadas.

82

Capítulo 05 • Gramados

As gramas são sempre verdes, algumas variegatas (com duas tonalidades de verde); não têm flores como grande atrativo, a inflorescência é formada por flores agrupadas em espiguetas; suas raízes são fasciculadas (ramificadas); possuem rizomas e estolões (caule modificado), que lhe conferem a possibilidade de crescer bastante para os lados; seu colmo (caule) é em meritalo, com nós e entrenós; suas folhas são alternadas, formadas por bainha, lâmina e lígula. O gramado é um elemento fundamental para o jardim. Podemos dizer que, por meio dele, se faz um diagnóstico da área: se estiver bonito, significa que o jardim é bem cuidado, mas; se estiver feio, falta manutenção no local. É constituído por plantas da família das gramíneas (Poaceae), de crescimento rastejante, que se propagam razoavelmente rápido, revestindo e fixando o solo, principalmente em taludes; porém, se a declividade for muito acentuada, apresentando dificuldade para o jardineiro fazer a poda com o equipamento apropriado, recomendamos o uso de outra vegetação que não necessite de podas constantes, como a grama amendoim, que é uma forração. Um gramado deixa o ambiente mais saudável, diminuindo poeira e calor.

Tipos mais comuns de grama • Grama-batatais, forquilha ou mato grosso.

Gramado com batatais.

Paspalum notatum Flüggé Era utilizada na maioria das praças do Brasil, até o final do século passado. Atualmente, foi substituída por outras que crescem mais devagar e necessitam de menos podas.

83

Capítulo 05 • Gramados

Características: • • •

Folhas grandes e largas, comparadas a outras espécies de gramas; possuem pelos em toda a superfície da folha, bem visíveis quando há falta ou excesso de irrigação. Excelente para formação de gramados densos. Boa resistência à seca, inclusive em casos de regeneração após queimada. É resistente, também, à geada, ao pisoteio, às pragas e às doenças.

Gramado com grama batatais •

Pouco exigente quanto à fertilidade do solo.

• São-carlos ou grama-de-folha-larga

Grama são-carlos.

Axonopus compressus (Sw.) P. Beauv Muito utilizada em gramados públicos e residenciais, onde há presença de árvores que possam sombrear a área por uma parte do dia. Características: • • •

Folhas largas, com nervuras longitudinais e apresenta pelos nas bordas da folha. Tem crescimento intenso para as laterais, às vezes dificultando a poda. Suporta um pouco melhor áreas sombreadas. A variedade variegata possui folhas verdes com listras mais claras, que dão grande efeito paisagístico.

• Um gramado com grama São-carlos é uniforme, resistente e tem um verde um pouco menos intenso que os outros gramados.

84

Capítulo 05 • Gramados

• Santo-agostinho ou grama inglesa

Grama santo-agostinho.

Stenotaphrum secundatum (Walter) Kuntze Grama utilizadas em algumas áreas públicas ou esportivas, mas, sobretudo, em áreas residenciais. Caraterísticas: • •

Folhas médias, entre a batatais e a esmeralda, ásperas, sem pelos e com a ponta arredondada; tem nervura marcante no centro da folha, possibilitando dobrá-la ao meio. Como a grama São-carlos, apresenta-se como variegata, com dois tons de verde, e suporta locais um pouco sombreados.

Um gramado com grama santo-agostinho é bastante compacto e firme, e apresenta facilidade para poda.

85

Capítulo 05 • Gramados

• Grama-seda, conhecida também como bermudas

Grama -seda.

Cynodum dactylon (L.) Pers. “celebration” Apesar de sua grande resistência e até ser considerada planta invasora, pode formar os mais belos gramados, como os de campo de golfe ou de campo de futebol, porém, em ambos os casos, precisa de manutenção praticamente diária. Por isso, não é recomendada para jardins residenciais ou públicos. Características: • • • • •

Folhas estreitas, macias e finas; cor verde-escuro. Forma um tapete bem baixo e firme, que suporta pisoteio. Boa resistência a estiagem e poucos tratos culturais. Vegeta em barrancos e lugares pedregosos. É bastante utilizada para campos esportivos. Em muitos locais, é considerada grama invasora ou erva-daninha.

Um gramado com grama-seda pode ser mantido com poucos milímetros de altura, possibilitando a prática de golfe, tênis e futebol; todos, se bem cuidados, formam os mais belos gramados, um verdadeiro tapete sem falhas.

86

Capítulo 05 • Gramados

• Grama-esmeralda

Grama-esmeralda.

Zoysia japonica Steud Atualmente a grama mais utilizada no paisagismo. Além do fechamento perfeito, o que dificulta o desenvolvimento de ervas invasoras, necessita de menos cortes anuais. É muito utilizada em jardins residenciais, comerciais e esportivos. Características: • • •

Folhas pequenas e estreitas. Quando bem tratada, forma um tapete uniforme. Requer menos poda, porém precisa de mais sol.

Um gramado com Grama-esmeralda é compacto, de fácil manutenção e tem um verde bem intenso, como a pedra esmeralda.

87

Capítulo 05 • Gramados

• Grama-japonesa ou coreana

Grama-japonesa.

Zoysia tenuifolia Thiele Grama-japonesa ou coreana. Utilizada para formar pequenos jardins ou para áreas de difícil acesso, pois seu crescimento não é muito intenso e, por isso, não exige muitas podas. Características: • • • • •

Folhas estreitas e resistentes. Por possuir uma grande quantidade de sílica, suas folhas, especialmente quando podadas são consistentes. Assemelha-se muito a alguns capins quando ficam muito meses sem receber podas, o que lhes confere uma grande beleza. Crescimento lento, não é muito resistente ao pisoteio. Muito utilizada para pequenos jardins ou detalhes.

Um gramado com Grama-japonesa é muito atraente por sua beleza, pois forma montículos, criando verdadeiras paisagens no jardim. No entanto, seu corte não pode ser feito com máquinas, o que torna impossível um corte padronizado e, exige sempre a poda com tesoura.

88

Capítulo 05 • Gramados

Implantação É importantíssimo o preparo do solo antes da implantação, pois após a pega do gramado, não se tem mais acesso ao solo — a grama forma um tapete e qualquer tipo de procedimento será mais difícil após a implantação. O terreno deverá estar mais baixo que as áreas adjacentes, na altura da placa comprada; aliás, as mais grossas são as melhores, por possuírem mais raízes, e, assim, pegarão com mais facilidade. Para obter ótimos resultados, adicione 1cm de areia de construção grossa sobre a terra preparada e antes de colocar as placas de grama.

• Formas de plantio Por sementes – apesar de ser o método com o menor custo, existem alguns inconvenientes a serem mencionados: •

Levará mais tempo para a formação total.



As ervas daninhas, quase sempre presentes na terra, têm o desenvolvimento mais rápido que a grama. Então, será necessária mais manutenção. O despraguejamento até o fechamento total da área é fundamental, pois as ervas invasoras, além de retirarem os nutrientes do solo, ainda sombreiam as sementes das gramas.



Dificuldade de distribuição por igual: normalmente ocorre maior concentração em alguns pontos do jardim. Para amenizar essa dificuldade, é recomendado misturar as sementes em areia e lançar de forma mais uniforme possível. Existem alguns equipamentos e até máquinas apropriadas para a distribuição homogênea, mas isso é mais indicado para uso esportivo.

89

Capítulo 05 • Gramados

Sementes.

Distribuição com equipamento adequado.

Jogar uma camada fina de areia.

Passar um tapete para fixar as sementes.

Sementes entre a grama já existente.

Gramado pronto.

90

Capítulo 05 • Gramados

O ideal para a implantação por sementes é um solo bastante arenoso. Por mudas – podemos obter as mudas por meio da divisão das placas de grama. Normalmente, as mudas são utilizadas para fechar alguns buracos nos jardins, para implantação em pequenas áreas ou quando se quer economizar. O plantio é muito fácil, basta destacar pequenos pedaços da placa, cortando com a própria mão, colocar as mudas na terra preparada, de preferência, arenosa, e fazer pressão com os pés. Se for possível, é melhor passar um compressor para melhor ajustar as mudas no solo. Dependendo do tipo de solo, da estação do ano e da distância entre as mudas, é possível conseguir um bom fechamento entre um e três meses.

1. Separar placa, pode ser quebrada.

2. Cortar com a mão pedaços pequenos.

3. Soltar no solo.

91

4. Ajustar, deixando pequenos espaços entre eles.

Capítulo 05 • Gramados

5. Pisar delicadamente para fixar.

Por placas ou tapetes – normalmente, as placas de grama têm dimensões de 30 x 30 cm e os tapetes têm 1,25 x 0,40 m. Nos dois casos, o terreno é preparado numa cota de 5 cm abaixo das áreas vizinhas, pois, com a colocação da terra preparada mais as placas de grama, ele ficará no mesmo nível que as outras áreas. Coloque as placas uma ao lado da outra, sem espaços entre elas. Principalmente em áreas em declive, a colocação das placas deve seguir o esquema de construção de parede com tijolos: uma placa ao lado da outra e, na camada inferior, a placa deve ficar no meio de duas, para que uma dê sustentação à outra. Após a colocação das placas, soque o solo com pranchas de madeira para retirar bolsões de ar sob as placas e coloque areia entre os vãos.

92

Capítulo 05 • Gramados

Plantio por placas ou tapetes.

93

Capítulo 05 • Gramados

Maxi-rolo – são tapetes de dimensões grandes, o tamanho dependendo do corte do produtor, muito usado para campos de futebol. Quase sempre precisam de máquinas para implantação. Utilizado para locais onde se necessita do gramado pronto o mais rápido possível. Logo após a implantação de um gramado, é muito importante irrigar e podar constantemente. Até a total pega do gramado, é conveniente molhá-lo todos os dias. Por isso, é recomendada a implantação do gramado em épocas de chuva; também sugerimos podar o gramado a cada 15 dias nos primeiros 3 meses, pois isso diminui muito o desenvolvimento de plantas invasoras.

Manutenção É necessária a irrigação diária até que haja o enraizamento e fechamento do gramado; no caso de sol muito forte, recomendamos molhar duas vezes por dia, de preferência dirigindo o jato de água para cima e deixando-o cair como se fosse chuva. Após o enraizamento, também não pode faltar água: lembre-se de que as plantas bebem o alimento. É possível observar a falta de água quando as folhas se enrolam ou se, quando pisadas, demoram a voltar à posição anterior. Corte - Quase todas as gramas necessitam de cortes constantes, por exemplo 8, 10, 12 ou mais vezes ao ano, essa quantidade é determinada pela espécie utilizada, estação do ano, gosto do proprietário e objetivo do gramado. Pode-se deixar as gramas entre 3 mm e 15 cm, mas, para jardins em geral, a média é 5cm. É importante, no momento da poda, não cortar a bainha, a parte de baixo da folha, de coloração clara, caso contrário, o gramado ficará esbranquiçado e poderá morrer. O corte pode ser feito com tesoura, cortador de grama costal (que fica preso às costas) ou carrinhos. O corte com fio de náilon ou lâminas apresenta características diferentes. O fio de náilon corta pelo impacto e, por isso, muitas vezes, deixa as pontas da grama danificadas. É mais utilizado para refilar. Atualmente, temos vários tipos e marcas de cortadores. É sempre bom fazer uma análise de custo/benefício. É recomendado que o primeiro corte seja feito com tesoura. A frequência do corte depende do tipo de grama, da estação do ano, da necessidade e do gosto do proprietário. Se você cortar o gramado em intervalos curtos, as aparas miúdas podem ficar no local, servindo de cobertura morta e adubo. Além disso, a poda frequente após a implantação enfraquece as ervas invasoras. É imprescindível o uso de equipamento de proteção: roupas protetoras de raspa de couro, protetor auricular, óculos, botas e luvas. Também é preciso proteger as áreas vizinhas com tela.

94

Capítulo 05 • Gramados

Podar.

Refilamento – Consiste em conter o gramado no espaço em que foi implantado. Pode ser utilizada uma pá reta, tesoura ou cortador com fio de náilon.

Refilamento.

Despraguejamento – É a retirada das ervas invasoras, que devem ser arrancadas com raiz, rizoma, bulbos etc., e com a ajuda do firmino. Quanto mais atenção você der ao despraguejamento inicial, menos problemas terá com o gramado no futuro. Não deixe as ervas florescerem, pois logo aparecerão os frutos e muitas outras ervas invasoras. A grande maioria das ervas que acometem o gramado só se multiplica por sementes; assim, podemos interromper o ciclo e a sua produção.

95

Refilamento.

Capítulo 05 • Gramados

Despraguejamento.

Despraguejamento firmino.

Adubação – As gramas são plantas que crescem muito, não é à toa que são podadas praticamente todos os meses. Para esse desenvolvimento todo, as gramas necessitam de nutrientes, e o mais importante é o nitrogênio, elemento que está presente nas folhas e caso o gramado tenha uma poda constante, formando aparas pequenas, elas podem ser deixadas sobre o gramado por alguns dias, até que a folhas sequem e se tornem marrons. É nesse momento que se faz a retirada com rastelo ou vassoura de jardim. Indicamos levar esse material seco para compostagem. Quando esse processo é feito, você aduba naturalmente o gramado e ainda contribui para produção de composto orgânico que, muitas vezes, volta para nutrir as gramas. Caso as aparas sejam grandes, não recomendo deixar, pois podem sufocar o gramado. Caso opte por uma adubação mineral, o recomendado é aplicar o adubo três vezes ao ano, entre a primavera e o verão, lembrando que, após a aplicação, o gramado deve ser bem irrigado. A prática da adubação de cobertura com terra adubada no inverno pode provocar o aparecimento de ervas invasoras, além de elevar o nível do gramado. Muitos jardineiros fazem isso, mas só é indicado em locais com frio intenso. Aeração – Alguns relatam que, por vezes, a água nem desce no gramado, formando poças. Isso acontece, pois as gramas crescem para cima e para baixo, nós podemos fazer a poda da parte aérea, mas não das raízes, e elas continuam a crescer. Com o passar do tempo o volume de raiz aumenta e começa a compactar o solo, impedindo que a planta se desenvolva e podendo levar à perda do gramado. Nesse caso, recomendo a adição de areia lavada de rio grossa, para produzir aeração; assim, tanto a água quanto o ar podem circular e as raízes e a planta de modo geral podem se desenvolver.

96

Capítulo 05 • Gramados

Aeração.

Iluminação – Muitos problemas relatados por donos de jardins são decorrentes da falta de sol, como falhas no gramado. As gramas necessitam de sol, algumas mais e outras menos, mas dificilmente veremos um belo gramado em uma área sombreada. Isso acontece muitas vezes quando as árvores, que foram plantadas pequenas, crescem e começam a sombrear o jardim. Neste caso é muito comum vermos a grama morrer e começar a formar falhas. Para corrigir esse problema não há muito o que fazer. Alguns realizam a poda da vegetação mais alta, mas eu realmente prefiro plantar outra vegetação, alguma forração que não necessite de muito sol, como a grama-preta.

Iluminação.

97

Capítulo 05 • Gramados

Podar.

Correção de falhas.

98

Varrer.

Capítulo 06 • Ervas Invasoras



Capítulo 06 Ervas Invasoras 99

Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Capítulo 06

Ervas-invasoras

A

s plantas invasoras são aquelas que crescem nos jardins sem serem plantadas por nós, talvez um passarinho tenha jogado ali algumas sementes ou elas vieram voando e caíram por lá. As vezes nos deparamos com uma planta linda, que em outro jardim ficaria um charme, mas ela não está no projeto e talvez comprometa a harmonia do jardim, pois invadiu a área. Durante muito tempo, foram chamadas de plantas daninhas, mas atualmente uma boa parte delas está sendo conhecida como PANC, plantas alimentícias não convencionais, como tanchagem, dente-de-leão e serralha. Esse novo título é muito mais interessante. De qualquer modo, os jardineiros ficam muito assustados quando elas aparecem, pois têm crescimento rápido e acabam por competir por água, nutrientes, sol e espaço com as plantas cultivadas e quase sempre elas ganham. Nenhuma planta é ruim, ela somente pode estar no local errado. A maioria das ervas invasoras é pioneira, isto é, foi a primeira a ocupar áreas onde não havia vegetação, ou seja, áreas com solo exposto. Muitas vezes elas recuperam extensas áreas de vegetação após catástrofes. As plantas invasoras podem ser herbáceas de pequeno porte ou até árvores com muitos metros de altura. Por serem plantas muito adaptadas ao meio ambiente e possuírem vários fatores que as

deixam em vantagens na competição, é sempre melhor fazer o controle preventivo, ou seja, impedir que elas cheguem e se disseminem. Para isso, você deve: •

Fazer um bom controle na terra que é colocada no jardim, pois, muitas vezes, veem sementes, raízes, tubérculos etc., de plantas invasoras. Essas sementes podem ficar 40 anos ou mais enterradas sem germinar e, após esse período, quando são desenterradas, elas germinam.



Impedir que elas floresçam, pois após as flores surgem os frutos com as sementes. Muitas plantas invasoras produzem mais de 100 mil sementes, o que certamente infestará a área, e poderá fazer que cheguem a outras áreas pela ação do vento, da água, dos pássaros, dos insetos etc. Muitas sementes germinam ao longo de vários anos e isso faz com que elas fiquem na área, competindo com as plantas cultivadas por longo período.



Conhecer as plantas invasoras, pois existem as que são anuais e só se reproduzem por sementes; as bianuais, que, no primeiro ano, têm o crescimento das partes vegetativas (raiz, galho e

100

Capítulo 06 • Ervas Invasoras

folhas) e no segundo ano produzem flores, frutos e sementes, e, também, as perenes, que vivem por muitos anos e, além de produzirem as sementes, se multiplicam pelas partes vegetativas, principalmente raízes, rizomas, bulbos e tubérculos. Para algumas, o corte das plantas com roçadeira estimula o crescimento, para outras, não deixa florescerem e, assim, não haverá sementes. É recomendável a retirada manual, com uso de firmino para que qualquer raiz, bulbo, tubérculo etc., seja eliminado.

Brilhantina.

Emília.

Fazer a rotação ou integração de métodos de controle. É comum elas se tornarem resistentes a práticas repetidas. •

Verificar as especificações da planta invasora que está causando os danos: se existe alguma planta que iniba o seu crescimento ou as afastem do canteiro, e se mudanças no pH alteram seu desenvolvimento.

Características: • • • • • • • •

Pouca exigência para germinar e dormência. Crescimento rápido. Alta capacidade de florescimento e produção de sementes. Muita habilidade de dispersão por sementes. Adaptação às práticas de manejo. Tolerância à variação ambiental. Baixa exigência quanto a condições ambientais. Habilidade de alterar sua forma para viver em diversos ambientes. Estas alterações ocorrem com mais rapidez em clima tropical.

101

Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Quadro de ervas invasoras Planta

Descrição

Controle

Anual ou perene, de 40 a 80 cm, Asclépias, oficialpropaga-se por sementes -de-sala Asclepias curassavica L. Beldroega Portulaca oleracea L.

Anual. Densamente ramificada, com caules e folhas avermelhadas. Multiplica-se por sementes

Cuidado ao manuseá-la, pois é tóxica, não deixando florescer não haverão sementes Não deixe florescer

Perene. Folhas pequenas e suculenBrilhantina Pilea microphylla (L.) Liebm. tas, é muito comum em jardins, ma não causa grande infestação

Fácil de controlar, uma vez que só se multiplica por sementes. Basta retirar a planta antes de florescer

Centela Centella asiatica (L.) Urb.

Perene. Acaule com estolões e rizomas. Folhas arredondadas

Retire a planta toda sem deixar estolões e rizomas e não deixe produzir sementes

Cruz-de-malta Ludwigia uruguayensis

Anual ou perene. Herbácea ou subarbustiva, propaga-se por sementes

Não deixe florescer ou corrija o pH do solo, pois prefere solos ácidos

(Cambess.) H. Hara Cuspe-de-caipira Soliva Anual. Muito ramificada, espinhenta, com 15 a 30 cm. Seus frutos anthemifolia (Juss.) pontiagudos podem machucar Sweet Dente-de-leão Taraxacum officinale F.H.Wigg.

Emília, Falsa-serralha Emilia sonchifolia (L.) DC. Língua-de-vaca Chaptalia nutans (L.) Polák

Perene. As folhas parecem dentes de leão. Flores amarelas que se desenvolvem em bolas brancas e sementes que voam

Retire a planta antes de florescer, pois só se reproduz por sementes Retire com as mãos, tomando cuidado para eliminar totalmente a raiz-mestre

Anual. Folha lanceolada e serrilhada, Retire a planta antes do floreslevemente pubescente, de 30 a 60 cm cimento, pois só se multiplica por sementes

Anual. Folhas largas, acaule, inflorescência no ápice da planta, que se transforma em bola parecendo algodão que voa

102

Propaga-se por sementes: retire a planta logo que formar a inflorescência

Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Quadro de ervas invasoras Planta

Descrição

Controle

Picão Bidens pilosa L.

Anual. Herbácea ereta com flores amarelas, seus frutos e sementes grudam nas roupas e são facilmente disseminados

Não deixe florescer, pois produz até três gerações por ano

Quebra-pedra Phyllanthus niruri L.

Anual. Folhas pinadas, atinge de 20 a 50 cm. Multiplica-se por sementes

Retire a planta antes de florescer

Serralha Sonchus oleraceus L.

Anual, multiplica-se somente por sementes e se propaga facilmente por sementes, que permanece viável por mais de 8 anos.

Propaga-se somente por sementes, não deixe florescer

Tanchagem Plantago major L.

Perene. Folhas largas em forma de roseta, hastes finas nas quais os pontos de sementes se desenvolvem

Propaga-se por sementes: não deixe florescer

Tiririca Cyperus esculentus L.

Perene. Caule triangulado, podendo-se dobrar a folha. Inflorescência na ponta do caule, se reproduz por sementes e, principalmente, por tubérculos

Não deixe produzir sementes e retire a planta manualmente sem deixar os tubérculos (batatinhas)

Trapoeraba azul Commelina spp.

Perene. Semi-prostada, caules semi-suculentos, de 20 a 50 cm, gosta de solo fértil e local sombreado

Retire a planta toda, pois os ramos enraízam, além de se multiplicar por sementes

Trevo Oxalis latifolia Kunth

Perene. Folhas com o típico formato de trevo, acaule e bulbosa. As flores são vistosas

Difícil de controlar devido à multiplicação pelos bulbos. Retire delicadamente a planta inteira

103

Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Tiririca.

Tiririca.

Língua-de-vaca.

Soliva.

Cruz-de-malta.

Dente-de-leão.

104

Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Tanchagem.

Centela.

Trapoeraba-azul.

Trevo.

105

Asclépias.

Capítulo 06 • Ervas Invasoras

Serralha.

Quebra-pedra.

Beldroega.

Picão.

106

Capítulo 07• Forrações



Capítulo 07

Forrações

107

Capítulo 07• Forrações

Capítulo 07

Forrações

S

ão plantas que apresentam crescimento horizontal maior que o vertical. Assim como as gramas, as forrações preenchem a parte baixa dos jardins, porém, com algumas diferenças importantes:

• • •

Não aceitam pisoteio. Apresentam cores, formas, texturas e tamanhos diversos, muitas com flores de importância paisagística. Algumas espécies crescem em locais bem sombreados.

Tipos de forração Existem muitas forrações no mercado, desde aquelas que necessitam de muito sol àquelas que vivem na sombra; algumas preferem muita água e outras, pouca água. A escolha deverá ser feita em função da adaptação da planta ao local, do gosto do dono do jardim e da composição com as outras plantas.

Implantação Normalmente, são compradas em caixas com 15 mudas, que serão plantadas em covas com tamanhos proporcionais aos torrões, pelo menos 2cm maior em cada lado. O espaçamento entre mudas depende do porte da planta. Como exemplo, temos o espaçamento da grama-preta, que varia de 8 a 10 cm entre mudas, e do clorofito, com espaçamento de 20 a 30 cm. De modo geral, utilizamos 25 mudas de forrações por m2 de jardim.

108

Capítulo 07• Forrações

O preparo do solo deve se estender a 20 ou 30 cm abaixo da superfície, pois é lá que as raízes vão se desenvolver. No plantio, é recomendado o uso de um gabarito (pedaço de madeira), com a medida da distância entre as mudas para plantio em pé de galinha, ou seja, em triângulo – assim, o canteiro parecerá mais preenchido. Para uma boa harmonia no plantio, é recomendado parar a implantação de tempos em tempos para observar de longe e ver se há alguma falha ou espaçamentos desiguais. Quando as mudas estiverem muito secas, o ideal é umedece-las e rasgar o saquinho para facilitar a retirada das mudas sem deixar quebrar o torrão. Às vezes, isso determina a sobrevivência das mudas. Você deve começar o plantio pelo final do canteiro até chegar à entrada, para evitar o pisoteio nas mudas plantadas. Após o plantio, sempre deve-se realizar a irrigação, de preferência direcionando o jato de água para cima e deixando cair como se fosse chuva.

Manutenção Cuidados básicos: •

Irrigação – Realizar da mesma maneira após o plantio, quando a terra estiver seca, de preferência na parte da manhã, antes que o sol fique muito forte.



Despraguejamento – Como existe um espaço entre as mudas, ocorre o aparecimento de ervas invasoras, que devem ser retiradas manualmente com a utilização do firmino.



Adubação – A quantidade e o tipo de adubo dependerão do tipo de planta, da terra e do local. De modo geral, recomendamos 3 adubações orgânicas entre os meses de setembro e março.



Poda – Muito cuidado, pois inúmeras forrações ficam danificadas com a poda, uma vez que a capacidade de regeneração das folhas é diferente daquela do gramado. Para diminuir o crescimento, muitas vezes realizamos a divisão de touceiras.

109

Capítulo 07• Forrações

Quadro de Forrações Nome popular e científico

Importância ornamental

Ambiente

Multiplicação

Ajuga - Ajuga reptans L.

Várias cores de folhas

Meia-sombra

Ramagem enraizada

Alisso - Lobularia maritima (L.) Desv.

Flores brancas ou roxas

Pleno sol

Sementes

Azulzinha - Evolvulus glomeratus Nees & C. Mart.

Flores azuis

Pleno sol

Estaquia e divisão de ramagem enraizada

Brilhantina - Pilea microphylla (L.) Liebm.

Folhas delicadas e densas

Pleno sol ou meia-sombra

Estaquia ou divisão de touceira

Barba-de-serpente Ophiopogon jaburan (Sieb.) Lodd.

Folhas desenhadas Folhas com duas cores e flores brancas

Sol pleno e meia-sombra

Divisão de touceira

Capim-chorão – Eragrostis curvala (Schrad.) Nees

Leveza das folhas e inflorescência

Pleno sol

Divisão de touceira

Cebolinha-de-jardim - Bulbine frutescens (L.) Willd.

Inflorescências amarelas e

Meia-sombra

Divisão de touceira

Clorofito - Chlorophytum comosum (Thunb.) Jacques.

Folhas variegatas

Pleno sol e meia-sombra

Estaquia de folhas

Dedo-de-moça - Sedum morganianum E.Walther

Folhas suculentas

Meia-sombra

Divisão da planta

Dinheiro-em-penca - Callisia repens (Jacq.) L.

Folhas avermelhadas

Pleno sol e meia-sombra

Estaquia e sementes

Érica - Cuphea gracilis Kunth

Flores róseas e brancas

Pleno sol

Brotos laterais

Espadinha - Sansevieria trifasciata Prain.

Folhas que podem ser variegatas

Pleno sol e meia-sombra

Divisão de touceira e ramagem enraizada

Grama-amendoim - Arachis repens Handro

Flores amarelas

Meia-sombra e pleno sol

Divisão de touceira e ramagem enraizada ou não

Grama-preta - Ophiopogon japonicus (Thunb.) Ker Gawl

Folhas verdes

Meia-sombra e pleno sol

Divisão de touceira

alaranjadas

110

Capítulo 07• Forrações

Quadro de Forrações Nome popular e científico

Importância ornamental

Ambiente

Multiplicação

Hera - Hedera canariensis Willd.

Folhas que podem ser variegatas

Pleno sol e meia-sombra

Estaquia

Hera-roxa - Hemigraphis alternata (Burm.f.) T.Anderson.

Folhas roxas prateadas

Pleno sol e meia-sombra

Estaquia

Íris-variegata - Iris germanica L. forma variegada

Folhas com duas tonalidades de verde

Pleno sol e meia-sombra

Divisão de touceira

Lambari-roxo - Tradescandia zebrina Heynh. Ex Bosse ´Purpusii´

Folhas verdes e roxas

Meia-sombra

Estaquia ou ramagem enraizada

Maranta-barriga-de-sapo - Maranta leuconeura var kerchoveana (E.Morren) Petersen

Folhas desenhadas

Meia-sombra

Divisão da planta ou ramagem enraizada

Peperômia - Peperomia obtusifolia (L.) A.Dietr.

Folhas brilhantes

Meia-sombra

Estaquia

Pileia - Pilea cardierei. Gagnep & Guillaumin

Folhas prateadas

Meia-sombra

Estaquia

Rabo-de-gato - Acalypha reptans Sw.

Inflorescência vermelha

Pleno sol

Estaquia e divisão de touceira

Setcrésia - Tradescantia pallida Folhas roxas; flores róseas (Rose) D.R.Hunt

Meia-sombra

Estaquia e divisão da planta

Singônio - Syngonium angustatum Schott

Folhas que podem ser variegatas

Meia-sombra

Estaquia

Vedélia - Sphagneticola trilobata (L.) Pruski

Flores amarelas

Pleno sol e meia-sombra

Ramagem enraizada

111

Capítulo 07• Forrações

• Sequência de plantio de forração

1) Antes de começar a plantar prepare bem a terra, deixe-a fofa e adubada.

2) Retirar do invólucro...

3) ...sem quebrar o torrão.

4) Abrir a cova com espaço maior que o torrão.

5) Colocar a muda e fixar bem na terra, respeitando o nível do torrão.

6) Plantar em triângulo “pé-de-galinha”.

112

Capítulo 07• Forrações

7) Separar todos os sacos plásticos e caixas durante o plantio.

8) Lembrar que é interessante se afastar para ver o plantio de longe.

• Exemplos de forrações

Alisso.

Azulzinha.

Barba-de-bode.

Brilhantina.

113

Capítulo 07• Forrações

Cebolinha-de-jardim.

Capim-chorão.

Dedo-de-moça.

Clorofito.

Dinheiro-penca.

Érica.

114

Capítulo 07• Forrações

Érica.

Espadinha-variegata.

Espadinha.

Grama-amendoim.

Grama-preta.

Hera.

115

Capítulo 07• Forrações

Iris-variegata.

Lambari-roxo.

Maranta barriga.

Peperomia.

Piléia.

Rabo de gato.

116

Capítulo 07• Forrações

Setcresia.

Singônio.

Vedélia.

Hera-roxa.

117

Ajuga.

Capítulo 08 • Arbustos



Capítulo 08 Arbustos

118

Capítulo 08 • Arbustos

Capítulo 08

Arbustos

S

ão vegetais lenhosos ou semi-lenhosos, com ramificações no caule desde a base. Podem ter aparência de arvoretas quando deixamos desenvolver um só tronco e eliminamos os outros logo na base. Em um jardim, os arbustos podem ser comparados às paredes da área, pois formam uma barreira quando se olha para o horizonte. Muito utilizados para fazer cercas-vivas, que podem ser mais naturais quando as deixamos crescer livremente ou mais uniformes quando recebem podas. Não se esqueça que, ao podar, muitas vezes, retiramos a possibilidade de a planta florescer. Em jardins pequenos, onde não há espaço para o plantio de árvores, o arbusto é uma ótima opção.

Tipos de arbusto Encontramos uma grande variedade de arbustos, com muitas ou poucas flores, pequenos ou que atingem vários metros de altura, que se adaptam a diversas condições ambientais etc. É muito provável que você encontre um arbusto para quase todos os tipos de lugares. São elementos importantíssimos, pois criam a estrutura dos canteiros, contemplam os jardins com cores, tanto das flores, como das folhas, perfumes, texturas, sabores, volumes etc. Porém, não os recomendo em algumas áreas públicas onde há problemas com segurança, pois pode criar nichos ou esconderijos.

119

Capítulo 08 • Arbustos

Implantação A planta deve ser apropriada para o local. Algumas condições ambientais difíceis são: falta de luz, locais encharcados, presença de vento forte etc. Na escolha da espécie adequada, você pode eliminar várias plantas por não se adaptarem ao local. Observe também as características das plantas, por exemplo, as que são caducifólias (perdem todas as folhas numa determinada época), possuem espinhos, produzem secreção quando seus galhos são quebrados ou suas folhas arrancadas etc. Os arbustos são bastante utilizados para a formação de cercas-vivas, que podem ser plantadas em fileiras únicas, duplas ou múltiplas. O espaçamento entre eles depende do tamanho da planta quando adulta, lembrando que plantas muito próximas, além de competirem por nutrientes e água, disputam também sol e ventilação, e ainda se contaminam mais facilmente quando uma delas está doente. Na compra deste grupo de planta, você deve ter cuidado com o torrão (terra que envolve e protege a raiz da planta): ele deve ser firme e proporcional ao tamanho da muda. O transporte é importante para que o torrão não quebre. Para a implantação de arbustos, é necessário fazer as covas, que terão tamanho compatível com o do torrão da muda. De modo geral, faça covas de 40 x 40 x 40 cm a 60 x 60 x 60 cm. O espaço para o plantio entre mudas depende do porte da planta e da necessidade do proprietário. O nivelamento da muda na terra deve respeitar o nível do torrão, ou seja, o colo da planta deve estar no nível do solo.

Manutenção •

Adubação – A quantidade e o tipo de adubo dependerão do tipo de planta, terra e local. De modo geral, faça 3 adubações orgânicas entre os meses de setembro e março.



Poda – Como os arbustos são muito utilizados para formação de cercas-vivas, que podem ser mais baixas ou altas dependendo da necessidade, a poda é muito importante, pois determinará o tipo de crescimento. Para cercas-vivas mais altas, costuma-se retirar os galhos que saem na base da planta, estimulando o crescimento para cima. Caso você precise de uma cerca mais fechada embaixo, faça a poda na parte de cima.



Despraguejamento – Retirada das ervas invasoras entre as mudas com firmino. Às vezes, algumas plantas trepadeiras começam a crescer sobre os arbustos e devem ser arrancadas com a raiz.

120

Capítulo 08 • Arbustos

Quadro de Arbustos Nome popular e científico

Porte

Importância ornamental

Acalifa - Acalypha wilkesiana Müll. Arg.

1,5–3 m

Folhas de várias cores

Sol ou meia-sombra

Estaquia

Azaléia Rhododendron simsii Planch

1–3 m

Flores de diversas cores

Pleno sol

Estaquia

Bela-emília Plumbago auriculata Lam.

0,7 1,5 m

Folhagem e flores azuis e brancas

Pleno sol

Sementes, estacas de ponteiro e divisão da planta

Brassaia - Schefflera actinophylla (Endl.) Harms

5–7 m

Folhas palmadas

Meia-sombra e sol pleno

Estacas e Sementes

Bico-de- papagaio - Euphorbia pulcherrima Willd. ex Klotzsch

2–3 m

Brácteas brancas, róseas ou vermelhas

Pleno sol

Estaquia

Buxinho - Buxus sempervirens L.

2–5 m

Facilmente moldado por topiaria

Pleno sol

Estaquia

Cabeça-develho - Euphorbia leucocephala Lotsy

2–3 m

Flores brancas, deixando a copa toda branca

Sol pleno

Estacas

Caliandra Calliandra brevipes Benth.

1,5– 2,5 m

Flores tipo pom-pom, com estames cor-de-rosa

Sol pleno

Estacas e sementes

0,5–2 m

Brácteas amarelas e flores brancas

Sol pleno

Estacas

0,8– 1,5 m

Brácteas avermelhadas

Sol pleno e meia-sombra

Estacas

Camarão-amarelo - Pachystachys lutea Nees Camarão-vermelho Justicia brandegeeana Wassh. &L.B. Sm

121

Ambiente

Multiplicação

Capítulo 08 • Arbustos

Quadro de Arbustos Nome popular e científico

Porte

Caracassana Euphorbia cotinifolia L.

2–3 m

Folhas vermelhas

Pleno sol

Estaquia

2,5–4 m

Folhas palmadas verdes e variegatas

Sol pleno e meia- sombra

Estaquia e alporquia

Cheflera - Schefflera arboricola lutea (Hayata) Merr.

Importância ornamental

Ambiente

Multiplicação

Clúsia - Clusia fluminensis Planch. & Triana

Até 5 m

Folhas grossas e brilhantes

Pleno sol e meia-sombra

Estaquia, alporquia e sementes

Coleus Solenostemon scutellarioides (L.) Codd.

0,4 – 0,9 m

Folhas coloridas

Pleno sol ou meia-sombra

Estacas de ponteiro

Coroa-de-cristo Euphorbia milii Des Moul.

1–2 m

Muitos espinhos e flores vermelhas ou amarelas

Pleno sol

Estaquia

Cróton - Codiaeum variegatum (L.) Rumph. ex A.Juss

2–3 m

Folhas de cores e formas diversas

Pleno sol e meia-sombra

Estaquia e alporquia

Dracena-tricolor Dracaena marginata Lam.

2-4 m

Folhas com três cores

Pleno sol

Estacas

Estífia - Stifftia chrysantha J.C. Mikan

Até 5 m

Flores duradouras com estames alaranjados

Pleno sol

Sementes

Espirradeira Nerium oleander L.

3–5 m

Flores vermelhas, róseas ou brancas

Pleno sol

Sementes ou estaquia

Evônimo - Euonymus japonicus Thunb.

2–3 m

Facilmente moldado por topiaria

Pleno sol

Estaquia

Hibisco - Hibiscus rosa-sinensis L.

Até 5 m

Flores de diversas cores praticamente o ano todo

Pleno sol

Estaquia

122

Capítulo 08 • Arbustos

Quadro de Arbustos Nome popular e científico

Porte

Hortência Hydrangea macrophylla (Thunb.) Ser

Até 3 m

Ixora - Ixora coccinea L.

Até 4 m

Belas flores que se agrupam em cachos

Pleno sol

Estaquia

Lantana - Lantana camara L.

Até 2 m

Inflorescências coloridas

Pleno sol

Estacas e sementes

Malvavisco Malvaviscus arboreus Cav.

3–4 m

Flores vermelhas e róseas o ano todo

Pleno sol

Estacas

Mussaenda X philippica A. Rich. ´Doña Luz`.

2–3 m

Brácteas coloridas

Pleno sol

Estaquia e alporquia

Murta - Murraya paniculata (L.) Jack.

5–7 m

Grande maciço foliar e flores perfumadas

Pleno sol

Estaquia e alporquia

Nandina - Nandina domestica Thunb.

1–2 m

Folhas mudam de cor conforme a estação do ano, frutos vermelhos

Sol e meia-sombra

Divisão de touceira

Ocna Ochna serrulata Walp.

3–6 m

Flores amarelas e cálice vermelho

Pleno sol

Estacas e sementes

Pentas - Pentas lanceolata (Forssk.) Deflers

Até 1 m

Inflorescências de diversas cores

Pleno sol

Estacas e sementes

Pingo-de-ouro Duranta erecta L. 'Gold Mound'

Até 5 m

Folhas amarelas

Pleno sol

Estacas

Pleomele - Dracaena reflexa Lam.

2–3 m

Folhas bicolor

Pleno sol ou meia sombra

Estacas

Importância ornamental Grandes inflorescências

123

Ambiente Pleno sol

Multiplicação Estaquia

Capítulo 08 • Arbustos

Quadro de Arbustos Nome popular e científico

Porte

Sanquésia Sanchezia nobilis Hook.f.

3–4 m

Inflorescência amarela e brácteas vermelhas

Sol e meia-sombra

Estaquia

Tumbéria arbustiva - Thunbergia erecta (Benth.) T.Anderson

2–2,5 m

Brácteas vermelhas

Sol e meia-sombra

Estaquia

Trialis - Galphimia brasiliensis (L.) A. Juss.

Até 2 m

Inflorescência amarela

Sol pleno

Estacas e sementes

Yuca - Yucca guatemalensis Baker

Até 8 m

Folhas pontiagudas

Sol pleno

Estacas e sementes

Importância ornamental

124

Ambiente

Multiplicação

Capítulo 08 • Arbustos

Musaendra.

Sanquesia.

Pleomele.

Nandina.

125

Capítulo 08 • Arbustos

Caliandra.

Coleus.

126

Caramão-vermelho.

Malvavisco.

Capítulo 08 • Arbustos

Bela Emília.

Bico-de-papagaio.

Cerca viva composta por várias espécies.

Coroa-de-cristo.

Hortência.

Espirradeira.

127

Capítulo 08 • Arbustos

Ixora.

Iantana.

Cabeça-de-velho.

Camarão-amarelo.

Ligustrinho.

Hibisco.

128

Capítulo 08 • Arbustos

Ocna.

Pentas.

Evônimo.

Tumbérgia.

Pingo-de-ouro.

Trialis.

129

Capítulo 08 • Arbustos

Acalifa.

Buxinho.

Caracassana.

Dracena.

Murta.

Stiftia.

130

Capítulo 08 • Arbustos

Cheflera (brassaia).

Cheflera.

Azaléia.

Clússia.

Cróton.

Yuca.

131



Capítulo 09

Plantas pendentes e escadentes/trepadeiras 132

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Capítulo 09

Plantas pendentes e escadentes/trepadeiras

S

ão plantas que têm caules longos e flexíveis, não conseguem ficar eretas, não se sustentam, assim, tem o crescimento para baixo e, se tornam pendentes ou escandentes, também chamadas de trepadeiras, que tendem a subir apoiadas em algum elemento, seja uma outra planta, ou cerca, pérgula etc. Muitas dessas plantas desenvolvem estruturas especializadas para se fixar. Dependendo do tipo de estrutura para fixação, podem crescer em muros, cercas, madeiras etc. Com uma grande variedade de formas, as trepadeiras encantam os jardins e dão um toque especial, emoldurando o espaço. Suas flores apresentam cores, tamanhos, formas e perfumes diversos. Atraem muitos pássaros e pessoas também, além de poderem se desenvolver em locais com diferentes quantidades de sol, vento e umidade. É fato que, em um jardim, quase sempre cabe uma trepadeira. Muitas pessoas não obtêm sucesso ao tentar plantá-las, pois não estão atentas ao seu tipo de fixação. Podemos classificá-las conforme a estrutura de fixação:

• Sarmentosas São as que sobem em suportes por meio de órgãos de fixação como: •

gavinhas – normalmente, caules modificados que se enrolam em torno da estrutura de suporte: maracujá, partenocissus, amor-agarradinho, heraamericana, ervilha-de-cheiro.



raízes adventícias – filodendro, jiboia, costela-de-adão, guaimbê, hera.



ventosas – videira-virgem.



espinhos ou acúleos – roseira.

133

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Sarmentosa (1).

Sarmentosa (2).

Sarmentosa (3).

Sarmentosa (4).

• Volúveis Têm caules que se enrolam nos suportes por movimentos espirais, como: tumbérgia, jasmim, ipomeia e madressilva.

134

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Volúvel (1).

Volúvel (2).

• Cipós e arbustos escadentes Têm caules rijos sem órgãos de fixação e por isso precisam ser amarrados ou deixar cairem naturalmente. Crescem e se curvam ao próprio peso; quando encostam em um ponto firme, surge um broto que repete o processo formando um arco: primavera, glicínia, jasmim-amarelo, alamanda, flor-de-são-miguel, viuvinha.

Glicínia.

135

Jasmim-amarelo.

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Congea.

Primavera.

Amor-agarradinho.

Tumbérgia.

Viuvinha.

Abutilon.

136

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Implantação O plantio dependerá da espécie utilizada. No que diz respeito ao tamanho da cova, é importante deixar pelo menos 10 cm a mais que o tamanho do torrão. Como espaçamento entre espécies, sempre deve-se respeitar o tamanho da planta quanto adulta, quantos metros ela consegue crescer. Normalmente são plantadas junto a muros, cercas, pérgulas, caramanchões, tutores e árvores. Também podem ser plantadas em filas simples ou duplas. De modo geral, dizemos que, para cada muda podemos colocar uma lata de 18 Litros de composto orgânico e 18 Litros de areia, mas, se a terra estiver boa, essa quantidade pode ser bem menor. O tutoramento, “amarração”, deve ser feito em oito deitado, com material que não irá ferir a planta. Após sua fixação, retirar a amarração. Terminar o plantio com boa irrigação.

Manutenção Além da manutenção básica para todas as plantas, como irrigação, poda, despraguejamento, adubação, controle de pragas e doenças etc., é necessário sempre conduzir a planta para que o crescimento seja o esperado.

137

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Quadro de plantas pendentes Nome popular e científico

Importância ornamental

Floração

Indicação

Quase o ano todo

Trepadeira escandente em floreiras

Estaquia

Alamanda - Allamanda Flores amarelas cathartica L.

Várias vezes ao ano

Forma cortina em muros

Estaquia

Amor-agarradinho - Antigonon leptopus Hook. & Arn.

Flores pequenas, mas muito atraentes

Primavera e verão

Cercas, grades, pérgulas

Sementes, estaquia ou mergulhia

Begônia-asa-de-anjo - Begonia coccinea Hook.

Folhas em forma de asa de anjo e flores róseas avermelhadas

Primavera e verão

Cercas

Estaquia

Brinco-de-princesa Fuchsia hybrida hort. ex Siebert & Voss

Flores protegidas por brácteas de várias cores

Primavera e verão

Floreira

Estaquia ou sementes

Congea - Congea tomentosa Roxb.

Flores brancas pequenas com brácteas rosa-arroxeadas

Inverno e primavera

Cercas, grades e caramanchões

Mergulhia e estaquia

Costela-de-adão Monstera deliciosa Liebm.

Folhas grandes e brilhantes formando buracos

Espádice com muitas flores pequenas no verão

Sempre apoiada em muros, árvores à meia sombra

Estaquia

Dama da noite estrum noctuumum

Folhas pequenas, mas muito perfumadas à noite

Primavera e verão

Pórticos ou grades, sempre tutoradas

Estaquia e sementes

Falsa-vinha Parthenocissus tricuspidata (Siebold & Zucc.) Planch.

Folhas que se tornam avermelhadas e caem no outono e inverno

Primavera, sem importância ornamental

Paredes e muros

Estaquia

Abutilom / Lanterninha - Abutilon megapotamicum (A.Spreng.) A.St.-Hil. & Naudin

Flores amarelas com cálice vermelho

138

Multiplicação

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Quadro de plantas pendentes Nome popular e científico

Importância ornamental

Floração

Indicação

Multiplicação

Flor-de-são-joão Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers

Flores tubulares alaranjadas

Inverno

Floreiras

Estaquia e sementes

Glicínia - Wisteria floribunda (Willd.) DC.

Cachos com flores roxas e brancas

Outono e inverno, indicada para regiões frias

Caramanchões, pérgulas e pontes

Mergulhia e estaquia

Guaimbê Philodendron bipinnatifidum Schott ex Endl.

Folhas grandes e brilhantes recortadas nas pontas

Forma renques Espádice com muitas flores pequenas no verão

Ipomeia-rubra Ipomoea horsfalliae Hook.

Flores em grande quantidade

Outono

Cercas, grades, pérgulas

Estacas

Jasmim-amarelo - Jasminum mesnyi Hance

Forma cortina com flores amarelas

Da primavera ao outono

Em floreiras ou locais altos

Estaquia

Jasmim-estrela Trachelospermum jasminoides (Lindl.) Lem.

Galhos volúveis com flores brancas perfumadas

Primavera e verão

Grades, pórticos, Sementes e caramanchões alporquia

Lágrima-de-cristo- Clerodendrum thomsoniae Balf.

Corola vermelha e cálice branco

Primavera, verão e outono

Cercas, grades, Mergulhia e pérgulas, sempre estaquia tutorada

Maracujá - Passiflora alata Curtis

Flores bonitas e frutos deliciosos

Verão

Cercas, pérgulas e muros

Sementes

Primavera Bougainvillea spectabilis Wild.

Flores pequenas envolvidas por brácteas de várias cores

Do outono à primavera

Caramanchões e cercas

Estaquia e mergulhia

139

Sementes e brotações

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Quadro de plantas pendentes Nome popular e científico

Importância ornamental

Floração

Indicação

Multiplicação

Ripsális - Rhipsalis teres (Vell.) Steud.

Ramos cilíndricos e frutos arredondados

Pequenas flores na primavera e verão

Floreiras e árvores

Estaquia

Rosa-trepadeira Rosa lucieae Franch. & Rochebr ex Crép.

Flores de várias cores e perfumadas

Primavera e verão

Muros, cercas, pórticos, sempre conduzida

Enxertia

Russélia - Russelia equisetiformis Schltdl. & Cham.

Flores tubulares vermelhas e amarelas

Quase o ano todo

Jardineiras ou locais altos

Divisão de touceiras

Sapatinho-de-judia Thunbergia mysorensis (Wight) T.Anderson

Inflorescência em cachos com flores amarelas

Primavera e verão

Pérgulas e caramanchões

Estaquia

Trepadeira-africana - Senecio mikanioides Otto ex Walp.

Inflorescência em cachos com flores de capítulos amarelos

Quase o ano todo, especialmente no verão

Jardineiras, caramanchões, paredes com condução

Estaquia

Trombeteira Brugmansia suaveolens (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Bercht. & J.Presl

Flores grandes, brancas e róseas

Primavera – planta com ação tóxica

Muros e cercas, com condução

Sementes

Tumbérgia-amarela - Thunbergia alata Bojer ex Sims

Inflorescência amarela com centro escuro

Primavera e verão

Grades e caramanchões

Sementes

140

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Quadro de plantas pendentes Nome popular e científico

Importância ornamental

Floração

Indicação

Tumbérgia azul - Thunbergia grandiflora (Roxb. ex Rottl.) Roxb.

Flores azuis, muito rústicas

Quase o ano todo

Grades, cercas e caramanchões

Estaquia

Unha-de-gato - Ficus pumila L.

Folhas que revestem paredes

Sicônio, “fruto verde” sem valor ornamental

Muros e paredes

Estaquia dando um nó na base do galho

Viuvinha - Petrea volubilis L.

Flores roxas e brancas

Outono, inverno e primavera

Cercas, grades e caramanchões

Sementes ou estaquia

Tumbérgia.

141

Multiplicação

Viuvinha.

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Alamanda.

Begônia vermelha.

Brinco de princesa.

Clerodedro.

Costela-de-adão.

Falsa-vinha.

142

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Flor de São João.

Guaimbe.

Ipomeia-rubra.

Jasmin-estrela.

Ripsalis.

Rosa-trepadeira.

143

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Russélia.

Sapatinho-de-judia.

Senécio.

Thunbergia alata.

Trombeteira.

Unha-de-gato.

144

Capítulo 09• Plantas Pendentes e Escadentes/ Trepadeiras

Abutilon.

Amor-agarradinho.

Congea.

Glicínia.

Maracujá.

Primavera.

145



Capítulo 10 Floríferas

146

Capítulo 10 • Floríferas

Capítulo 10

Floríferas

É

o elemento mais encantador dos jardins. Proporcionam as mais diversas cores, perfumes e sorriso em quem as vê. Sem dúvida é o toque especial do jardim. Com exceção das briófitas e pteridófitas, todas as plantas são floríferas. No caso das gimnospermas, as flores são os estróbilos. Neste capítulo, estudaremos as angiospermas herbáceas (que não têm lenho) e que têm grande potencial paisagístico com suas flores. Elas podem ser classificadas em anuais, perenes e bulbosas, conforme seu ciclo de vida e suas características. As plantas anuais são aquelas que, na formação de canteiros, não se pode deixar de admirar, pois têm floração exuberante, causando o esgotamento e a morte da planta após a maturação das sementes. Seu ciclo todo, ou seja, formação de sementes, crescimento vegetativo, produção de flores e novas sementes, acontece em menos de um ano — às vezes, em algumas semanas. O plantio é feito por sementes que, como as hortaliças, podem ser distribuídas em sementeiras, canteiros definitivos ou covas. Cada espécie tem uma época para ser semeada. Precisam de sol e solo preparado. Exemplos: papoula, calêndula, rodante, girassol, amor-perfeito, boca-de-leão, flox, crista-de-galo, tagetes, titônia, zínia etc. Plantas perenes ou vivazes são aquelas cujas estruturas vegetativas persistem ano após ano. Têm longa duração, com a vantagem de não precisarem de trocas constantes, apenas manutenção. São multiplicadas por sementes ou por multiplicação vegetativa. Neste grupo encontramos representantes para diversos ambientes — sol, meiasombra, plantas epífitas (plantas que crescem sobre outras plantas). Exemplos: bromélia, orquídea, hemerocalis, neumárica, moréia, lantana, érica, íris, gerânio, violeta africana, cufea, gazânia, lobélia, petúnia, maria-semvergonha, helicônia etc. As plantas bulbosas têm caule subterrâneo recoberto por folhas espessadas, tipo cebola, com capacidade de armazenar alimentos. Algumas têm rizomas e tubérculos, onde desenvolvem as gemas, responsáveis pela sua reprodução. Passam por um período de repouso, para brotarem nas condições climáticas

147

Capítulo 10 • Floríferas

adequadas. Exemplos: agapantus, açucena, gladíolo, biri, tulipa, lírio-asiático, dália, begônia tuberosa, angélica, narciso, jacinto etc. Precisam de bastante luz e terra preparada. Observação: Não corte as folhas das bulbosas logo após a floração; recomenda-se deixá-las murcharem naturalmente, para que a parte subterrânea acumule energia suficiente para suportar o período de descanso e possa florescer no próximo ano.

Implantação Preparar o solo, deixando-o fértil e solto. Recomendamos adicionar areia e composto orgânico; a quantidade dependerá das condições da terra. Demarcar os canteiros após o nivelamento e efetuar o plantio, de acordo com a espécie utilizada. Terminar o plantio com boa irrigação.

Manutenção Além dos procedimentos normais para todas as plantas, como irrigação, poda, controle de ervas invasoras, eliminação de pragas e doenças, um fator primordial para um bom florescimento é a adubação. Para intensificar o florescimento, a adubação com farinha de ossos é muito importante, pois age lentamente por muito tempo e é a

base de fósforo, o que é bom para as flores. Em canteiros que serão replantados a cada ano, utilize de 100 g a 300 g/m2. Para bulbos, adicione 1 colher (chá) em cada cova, por ano. Também é recomendado o uso de cinzas de madeira, que contêm potássio. As plantas ficam mais resistentes ao frio, à seca, às pragas e às doenças. Quanto mais atraente for uma planta, mais chances ela tem de atrair os agentes polinizadores, principalmente as aves e os insetos. Assim, elas podem produzir mais sementes, ou seja, têm uma vantagem reprodutiva. A produção do néctar, as diferentes cores e formas e a produção de odores fazem parte da evolução da planta.

Polinização As flores que são polinizadas por pássaros têm pouco ou nenhum odor. Isto acontece porque o sentido de olfato é pouco desenvolvido nas aves. Entretanto, sua visão é ótima (semelhante à nossa); assim, as plantas polinizadas por pássaros têm cores fortes, como amarelo, vermelho e laranja. Os pássaros também são atraídos pelo néctar e, para isso as flores formam grandes inflorescências. Entre todos os polinizadores, o grupo mais importante é o das abelhas. Elas se alimentam do néctar, portanto, para atraí-las, as plantas devem ser produtoras de um néctar com cheiro adocicado, além de pétalas vistosas e vivamente coloridas, comumente azuis ou amarelas. As abelhas veem o ultravioleta como uma cor diversa – diferente do espectro visível por nós – porém, não enxergam o vermelho como uma cor distinta, confundida com o

148

Capítulo 10 • Floríferas

fundo. Flores polinizadas por abelhas nunca são totalmente vermelhas. Os morcegos se alimentam durante a noite e, por isso, não precisam de cores vistosas, mas as flores devem ser grandes, como as polinizadas pelas aves, e com odor bastante forte, principalmente odor de frutos maduros e fermentados. A maioria das mariposas tem hábitos noturnos, assim, as flores por elas polinizadas têm coloração branca ou pálida e odor adocicado e penetrante, que, normalmente, é emitido à noite. Polinização.

Quadro de Floríferas Nome popular e científico

Ciclo de vida/ floração

Altura

Local

Multiplicação

Agapantus Agapanthus africanus (L.) Hoffmanns

Perene – Primavera e verão

60 a 80 cm

Pleno sol

Divisão de touceiras

Alpínia - Alpinia purpurata (Vieill.) K. Schum

Perene – Quase o ano todo

1,5 a 2 m

Meia-sombra

Divisão de touceiras e mudas formadas nas brácteas

Antúrio - Anthurium andraeanum Linden ex André

Perene – Primavera e verão

Até 100 cm

Meia-sombra

Divisão de touceiras

Amarílis - Açucena Hippeastrum hybridum Hort

Perene – Primavera e verão

60 cm

Pleno sol

Bulbos

Amor-perfeito - Viola X wittrockiana Gams

Perene tratada como anual – Primavera

20 a 30 cm

Pleno sol

Sementes

149

Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas Nome popular e científico

Ciclo de vida/ floração

Altura

Local

Multiplicação

Begônia - Begonia cucullata Willd

Perene – Ano todo

30 cm

Meia-sombra

Estaquia

Beri - Canna indica L

Perene – Quase o ano todo

Até 150 cm

Pleno sol

Divisão de touceira

Bulbine - Bulbine frutescens (L.) Willd.

Perene – Quase o ano todo

30 a 40 cm

Pleno sol

Divisão de touceiras

Cacto-margarida Lampranthus productus N.E. Br.

Perene – Primavera

20 cm

Pleno sol

Estaquia

Capuchinha - (L.) Tropaeolum majus L.

Perene – Primavera e verão

30 a 40 cm

Pleno sol

Sementes

Ciclame - Cyclamen persicum Mill.

Perene – Primavera

30 a 40 cm

Meia-sombra

Sementes

Cista-de-galo - Celosia argentea L.

Anual – Verão

40 a 60 cm

Pleno sol

Sementes

Crino / Açucena Crinum X powellii Hort. Ex Baker

Perene – Primavera e verão

60 cm

Pleno sol

Bulbos

Copo-de-leite - Zantedeschia aethiopica (L.) Spreng.

Perene – Primavera e verão

Até 100 cm

Meia-sombra em ambientes úmidos

Divisão de touceiras

Dicosandra Dichorisandra thyrsiflora J.C.Mikan

Perene – Quase o ano todo

Até 150 cm

Meia-sombra e sol

Divisão e estaquia

Flor-do-guarujá Turnera subulata Sm.

Perene – Ano todo

30 a 50 cm

Pleno sol

Sementes e estaquia

150

Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas Nome popular e científico

Ciclo de vida/ floração

Gerânio Pelargonium peltatum (L.) L'Hér.

Altura

Local

Perene – Primavera e verão

Até 100 cm

Pleno sol

Estaquia

Gérbera - Gerbera jamesonii Bolus ex Hook.f.

Perene – Primavera e verão

50 cm

Pleno sol

Sementes ou divisão de touceira

Girassol - Helianthus debilis Nutt.

Anual – Primavera e verão

Até 300 cm

Pleno sol

Sementes

Gusmânia - Guzmania lingulata (L.) Mez

Perene - Verão

30 a 40 cm

Meia-sombra

Sementes

Lavanda Lavandula dentata L.

Perene – Ano todo

60 a 90 cm

Pleno sol

Sementes e estaquia

Jacinto Alstroemeria caryophyllaea Jacq.

Perene – Primavera

30 a 70 cm

Pleno sol

Divisão de touceiras

Lírio-amarelo - Hemerocallis lilioasphodelus L.

Perene – Primavera e verão

40 a 60 cm

Pleno sol

Divisão de touceiras

Lírio-asiático - Lilium pumilum Delile

Perene – Primavera e verão

30 a 50 cm

Meia-sombra

Bulbos

Lírio-da-paz Spathiphyllum wallisii Regel

Perene – Ano todo

40 cm

Meia-sombra

Divisão de touceiras

Lisianthus- Eustoma grandiflorum (Raf.) Shinners

Bianual – Primavera e verão

50 a 60 cm

Meia-sombra

Sementes

151

Multiplicação

Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas Nome popular e científico

Ciclo de vida/ floração

Altura

Local

Multiplicação

Margarida Leucanthemum vulgare Lam

Perene – Verão e outono

60 cm

Pleno sol

Divisão de touceiras

Maria-sem-vergonha - Impatiens walleriana Hook.f.

Perene – Ano todo

50 cm

Meia-sombra

Sementes

Moréia-amarela Dietes bicolor (Steud.) Sweet ex Klatt

Perene – Primavera e verão

50 a 80 cm

Pleno sol

Divisão de touceiras

Moréia-branca Dietes iridioides (L.) Sweet ex Klatt Willd

Perene – Primavera e verão

30 a 50 cm

Pleno sol

Divisão de touceiras

Neomárica Neomarica caerulea (Ker Gawl.) Sprague

Perene – Primavera e verão

90 a 120 cm

Meia-sombra e sol

Divisão de touceiras

Ninféia-azul Nymphaea nouchali var. caerulea (Savigny) Verdc.

Perene – Primavera e Verão

40 a 60 cm aquática

Pleno sol

Tubérculos e sementes

Onze-horas Portulaca oleracea L.

Perene – Quase o ano todo

20 a 30 cm

Pleno sol

Sementes

Orquídea-bambu / Arundina - Arundina graminifolia (D. Don) Hochr.

Perene – Primavera e verão

Até 200 cm

Meia-sombra e sol

Divisão de touceiras

Palma-de-santa-rita - Gladiolus hortulanus L.H. Bailey

Perene – Ano todo

50 a 90 cm

Pleno sol

Bulbos

Papoula - Papaver orientale L.

Perene tratada como anual – Primavera

100 a 120 cm

Pleno sol

Sementes

152

Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas Nome popular e científico

Ciclo de vida/ floração

Altura

Local

Multiplicação

Perpétua - Gomphrena globosa L.

Anual – Ano todo

40 cm

Pleno sol

Sementes

Petúnia - Petunia hybrida Vilm.

Perene – Primavera

30 a 60 cm

Pleno sol

Sementes

Prímula - Primula X polyantha Mill.

Perene tratada como anual – Inverno e primavera

20 a 30 cm

Meia-sombra

Sementes

Rosa - Rosa X grandiflora Hort

Perene – Quase o ano todo

150 a 200 cm Pleno sol

Estaquia e enxertia

Ruélia - Ruellia simplex C.Wright

Perene – Verão e outono

60 a 90 cm

Meia-sombra e sol pleno

Estacas e sementes

Ruélia-do-amazonas - Ruellia chartacea (T. Anderson) Wassh.

Perene – Verão e outono

60 a 80 cm

Meia-sombra

Estacas

Ruélia-vermelha - Ruellia brevifolia (Pohl) C.Ezcurrat

Perene – Quase o ano todo

30 a 70 cm

Meia-sombra e sol pleno

Estacas e sementes

Sálvia - Salvia coccinea Buc'hoz ex Etl.

Perene – Quase o ano todo

30 a 60 cm

Pleno sol

Sementes

Strelitzia - Strelitzia reginae Aiton

Perene – Praticamente o ano todo

1,2 a 1,5 m

Pleno sol

Divisão de touceiras e sementes

Tagetes - Tagetes erecta L.

Anual – Primavera e verão

Até 40 cm

Pleno sol

Sementes

Tilandsia - Tillandsia stricta Sol.

Epífita – Verão

20 a 30 cm

Meia-sombra

Sementes e divisão da planta

153

Capítulo 10 • Floríferas

Quadro de Floríferas Nome popular e científico

Ciclo de vida/ floração

Altura

Local

Multiplicação

Titônia - Tithonia rotundifolia (Mill.) S.F. Blake

Anual – Verão e outono

Até 200 cm

Pleno sol

Sementes

Tulipa - Tulipa gesneriana L.

Perene – Inverno

60 a 90 cm

Pleno sol

Bulbos

Vinca - Catharanthus roseus (L.) G. Don

Perene – Ano todo

30 a 50 cm

Pleno sol

Sementes

Violeta - Saintpaulia ionantha H.Wendl.

Perene – Ano todo

20 a 30 cm

Meia-sombra

Estaquia de folhas

154

Capítulo 10 • Floríferas

Agapantus.

Agapantus.

Alpínia

Amor-perfeito.

Beri.

Titônia.

155

Capítulo 10 • Floríferas

Rosinha-de-sol.

Capuchinha.

Celósia.

Ciclamen.

Copo-de-leite.

Crinum.

156

Capítulo 10 • Floríferas

Crinum.

Tulipa.

Antúrio.

Flor-do-guarujá.

Gérbera.

157

Capítulo 10 • Floríferas

Gerânio.

Girassol.

Gusmínia.

Lírio-amarelo.

Jacinto.

Kalanchoe.

158

Capítulo 10 • Floríferas

Lírio-da-paz.

Lavanda.

Lírio.

Lisiantus.

Maria-sem-vergonha.

Margarida.

159

Capítulo 10 • Floríferas

Moreia-amarela.

Moreia.

Neumárica.

Ninféia.

Onze horas.

Vinca.

160

Capítulo 10 • Floríferas

Orquídea bambu.

Palma de Santa Rita.

Papoula.

Perpétua.

161

Capítulo 10 • Floríferas

Petúnia.

Prímula.

Rosa.

Sálvia.

Strelíctzia.

162

Capítulo 10 • Floríferas

Dicosandra.

Antúrio.

Tafetes.

Bromélia.

Amarilis.

Bulbine.

163

Capítulo 10 • Floríferas

Ruélia.

Ruélia-do-amazonas.

Ruélia-vermelha.

164

Capítulo 11• Hortas



Capítulo 11 Hortas

165

Capítulo 11• Hortas

Capítulo 11

Hortas

A

s delícias de ter uma horta só sabe quem tem. Nada é mais saudável e agradável que plantar, colher e comer vegetais sem agrotóxicos e irrigados com água de procedência conhecida e de boa qualidade. Podemos plantar hortaliças em pequenos vasos, floreiras, quintais, em grandes canteiros, em chácaras ou sítios, ou usar a criatividade e improvisar tubos de PVC, latas etc. A horta precisa de sol, por isso, prefira a face norte, e a água é muito importante. Portanto, a fonte deve estar próxima, ser abundante e de boa qualidade. Antigamente, as hortas seguiam um desenho padrão, retangular, e, normalmente ficavam escondidas no jardim. Felizmente temos acompanhado a criação dos mais belos canteiros com hortaliças, dos mais variados desenhos, sempre lembrando de deixar um espaço entre canteiros para os tratos necessários. Aconselho meus alunos a abusarem da criatividade e deixarem suas hortas mais a vista.

Implantação O solo deve ser bem preparado com 1/3 de terra argilosa, 1/3 de areia e 1/3 de composto orgânico, quando o plantio for em vasos. Em canteiros é só adicionar a areia e o composto, a quantidade dependerá das condições da terra e das hortaliças escolhidas. Revolva bem, se a terra estiver bem solta não será necessário elevar o canteiro, caso contrário, subir a terra 20 cm de altura para garantir que ela esteja solta. Para protegê-la contra os ventos frios, principalmente os vindos do Sul, faça uma barreira de proteção, que pode ser composta de vários arbustos resistentes ao vento, como as dracenas. Não faça canteiros grandes, com mais de 1,20 m de largura. Já o comprimento pode ser variável. Entre os canteiros, deixe um espaçamento de 40 cm, de modo que haja espaço para fazer os tratos necessários. Quando houver muitos canteiros, deixe um espaço de 1 m entre eles para que possa passar o carrinho de mão. Escolha as hortaliças mais apreciadas pela família, que se adaptem à região e que possam ser produzidas na época do ano desejada. Lem-

166

Capítulo 11• Hortas

brando que nem todas as espécies podem ser plantadas em todas as épocas. As informações de época de plantio quase sempre estão nos saquinhos que contêm as sementes. Normalmente, o plantio de hortaliças é feito por sementes e, para obter boas mudas, precisamos de sementes de qualidade. Caso use as de saquinho, verifique sua procedência, a validade, e a capacidade de germinação e produção. O armazenamento das sementes é importante, pois, em locais úmidos, elas tendem a embolorar. Para que isso não ocorra, muitos fabricantes usam fungicidas antes de lacrar os pacotinhos. Por isso, é conveniente não tocar nas sementes. Nem todas as hortaliças são cultivadas da mesma maneira, por exemplo: •

Hortaliças semeadas em canteiros definitivos: cenoura, beterraba, rabanete, almeirão, rúcula, salsa etc.



Hortaliças semeadas em sementeiras e transplantadas para o local definitivo: alface, chicória, couve-flor, couve, repolho, tomate, pimentão etc. A

Uma caixa de frutas pode ser usada como sementeira.

O saquinho pode ficar junto para sabermos o que é.

Plantar em linhas com espaçamento de pelo menos 10 cm.

167

Quando a planta tiver de 4 a 6 folhas...

Capítulo 11• Hortas

...já pode ser transplantada.

Sementeira maior.

No início, proteger as mudas recém-transplantadas com sombrite.

Semeadura em linha.

O espaçamento ideal é igual ao tamanho da planta adulta.

168

Capítulo 11• Hortas

Adubação orgânica.

A variedade de plantas...

...ajuda o controle...

...de pragas e doenças.

Retirar folhas velhas e doentes. Os canteiros são construídos acima do nível do terreno para que a terra fique mais solta.

169

Capítulo 11• Hortas

sementeira deve ser feita em caixa de madeira e furada na base, para não acumular água em excesso no fundo. Coloque jornal no fundo e, depois, a terra preparada. Aconselhamos deixálas à meia-sombra para diminuir a perda de água. Você pode fazer uma proteção com folhagens ou outro material, até o pegamento. Quando as plantinhas atingirem de 5 a 10 cm, transplanteas para o local definitivo, variando o distanciamento, de acordo com a espécie plantada: lembre-se do tamanho que ela ficará quando adulta. •

Hortaliças plantadas em covas, no local definitivo: abóbora, chuchu, pepino, quiabo etc.

A princípio, as sementes devem ser protegidas do excesso de sol, da chuva e dos ventos, por isso, recomendamos colocar uma tela amarrada nas pontas sobre os canteiros e sementeiras. A distância entre as sementes deve ser de 10 cm entre um sulco e outro e a profundidade de 1,5 vezes o tamanho ou a espessura da semente. Coloque uma camada de areia peneirada sobre os sulcos para distinguir as hortaliças que estão germinando das ervas invasoras.

Manutenção As regas deverão ser feitas diariamente a fim de conservar a umidade do solo, de preferência logo de manhã, direcionando o jato de água para cima e deixando cair como chuva. Quando as plantas apresentarem de 4 a 6 folhas definitivas, deverá ocorrer a passagem das mudas das sementeiras para o local definitivo (transplante). Este procedimento é recomendado nas horas mais frescas do dia e após a rega. Retire as mudas com uma pazinha e enterre-as até a profundidade em que se encontravam na sementeira. No canteiro definitivo e em covas, é preciso cuidar para que as ervas invasoras não tomem conta da área, pois elas retiram os nutrientes, a água e ainda fazem sombra para as hortaliças. Quando as plantas estiverem com aproximadamente 7 cm, faça o desbaste e a seleção das mais desenvolvidas, as outras espalhe onde as sementes não pegaram. Algumas plantas devem ser estaqueadas para não crescerem junto à terra. A rotação das hortaliças é uma boa prática, pois o plantio sucessivo das mesmas espécies no mesmo lugar ocasiona o empobrecimento do solo — as plantas da mesma família retiram do solo os mesmos elementos nutritivos. Há ainda a maior probabilidade de ataques de certas doenças e pragas específicas de cada família. Acompanhar o desenvolvimento das plantas, algumas são bem mais rápidas do que outras e perceber o ponto certo para colheita. Agora é só se deliciar com suas hortaliças, comer o que você planta é realmente sensacional.

170

Capítulo 12 • Palmeiras



Capítulo 12 Palmeiras

171

Capítulo 12 • Palmeiras

Capítulo 12

Palmeiras

E

ste grupo de plantas, com mais de 3.500 espécies, da família Arecaceae, é muito utilizado no paisagismo, pois além da exuberância natural e de ser representante da flora tropical, é de fácil cultivo e a maioria se adapta bem a ambientes internos na fase juvenil. As palmeiras possuem características próprias que as distinguem das outras plantas, como: •



Raízes – apesar de algumas apresentarem raízes aéreas, que podem ou não encostar no chão, a maioria tem raízes cilíndricas subterrâneas em forma de cabeleira, por isso são plantas que suportam bem o transplante, até mesmo quando adultas. Porém, tenha um cuidado especial ao cortar a raiz para o transplante, pois as raízes cortadas não se regeneram, ficando por conta das raízes menores o sustento da planta. Tronco – nas palmeiras, o tronco recebe o nome de estipe. É cilíndrico ou colunar, longo e não cresce tanto quanto o de uma árvore, pois o câmbio não se situa ao longo do tronco, mas na parte de cima, onde se formam as folhas. Pode ser único ou formar touceiras. Uma vez retirada a parte de formação de células novas, quando o estipe se quebra ou é cortado, a planta não se regenera. As marcas que observamos no estipe, são marcas das

bainhas das folhas que caíram. •

Folhas – com grande variedade, normalmente são grandes, podendo atingir mais de 12 metros de comprimento. Podem ter formato de pena, saindo em duas direções “penteadas” ou mais “despenteadas”, formato de leque, de rabo-de- peixe etc. Diferente das árvores é possível contar o número de folhas de uma palmeira, que naturalmente se mantém, pois a cada uma folha nova formada a mais velha cai, a formação das folhas é em espiral.



Flores – pequenas e agrupadas em cachos.



Frutos – também agrupados em cachos, são normalmente cilíndricos, arredondados ou ovais. Os pássaros adoram e muitos humanos também, especialmente o coco, açaí, pupunha etc.



Sementes – normalmente únicas inseridas dentro dos frutos.

172

Capítulo 12 • Palmeiras

Implantação Devem ser plantadas em covas proporcionais ao tamanho do torrão, já que muitas vezes são plantadas adultas. Para espécies pequenas é utilizada a cova de 50 x 50 x 50 cm. Para um desenvolvimento mais rápido, temos boas experiencias fazendo a cova um pouco abaixo do nível da terra, mas respeitando o nível do colo da planta. Antes de colocar a planta, enchemos a cavidade com água, esperamos secar, o que não costuma demorar, e em seguida colocamos a planta, com muito cuidado para não quebrar o torrão (terra que envolve a raiz). Adicionar terra bem preparada com húmus e areia. Especialmente para as palmeiras que não vieram com o torrão grande, com muitas raízes viáveis, sugiro fazer um bom tutoramento – para que elas não caiam, amarrar as folhas – para diminuir a evapotranspiração, perda de água, e ser bastante generoso com a irrigação.

Manutenção Irrigar sempre que a terra estiver seca, até que a palmeira já tenha desenvolvido novas raízes e comece a capturar águas mais distantes. Podemos acompanhar isso pela formação de novas folhas com turgor. O ideal é que não faça a poda de folhas velhas, a não ser que estejam colocando em risco as pessoas que passem por elas. Adubação 3 vezes por ano, no período das chuvas, de preferência com húmus ou chorume da compostagem. Retirar as mudas que se formam em volta da planta-mãe, provenientes das sementes que caem junto a essa planta. O ideal é retirar com cuidado para fazer novas mudas. Não é raro vermos palmeiras atacadas por lagartas, temos boas experiencias com controle biológico a base de Bacillus thuringiensis. A maioria se multiplica por sementes, mas algumas também podem se multiplicar por divisão de touceiras, como a areca e a ráfis.

173

Capítulo 12 • Palmeiras

Quadro de Palmeiras Nome popular e científico

Tipo de folha

Altura

Local

Multiplicação

Açaizeiro - Euterpe oleracea Mart.

De 8 a 9 folhas pinadas

5 a 20 m

Sol pleno

Sementes

Aifanes - Aiphanes aculeata Willd.

Pinadas irregulares

6 a10 m

Sol pleno

Sementes

Areca-bambu - Dypsis lutescens (H.Wendl.) Beentje & J.Dransf.

Pinadas distribuídas em dois planos de 45° a 60°

Até 8 m

Meia- sombra

Sementes e divisão de touceiras

Camedórea Chamaedorea spp.

Pinada

De 2 a 3 m

Meia-sombra

Sementes e divisão de touceiras

Coqueiro - Cocos nucifera L.

Pinada distribuída em um só plano

Até 20 m

Pleno sol

Sementes; fruto comestível

Dendezeiro - Elaeis guineensis Jacq.

Pinadas de até 4 m

15 a 20 m

Pleno sol

Sementes

Fênix/ Tamareira-de-jardim - Phoenix roebelenii O'Brien

Pinada

Até 4 m

Pleno sol

Sementes

Jerivá - Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman

Pinada distribuída em planos diferentes, escondendo o palmito

Até 50 m

Pleno sol

Sementes

Juçara - Euterpe edulis Mart.

De 8 a 15 folhas pinadas

De 5 a 12 m

Meia- sombra

Sementes

Licuala - Licuala grandis H.Wendl.

Em forma de leque

Até 4 m

Meia- sombra

Sementes

Palmeira-imperial - Roystonea oleracea (Jacq.) O.F.Cook

Pinada distribuída em um só plano, palmito aparente

Até 40 m

Pleno sol

Sementes

174

Capítulo 12 • Palmeiras

Quadro de Palmeiras Nome popular e científico

Tipo de folha

Altura

Local

Multiplicação

Palmeira-leque - Sabal maritima (Kunth) Burret

Em forma de leque

Até 14 m

Pleno sol

Sementes

Palmeira-real Roystonea regia (Kunth) O.F.Cook

Pinada distribuída em planos diferentes, escondendo o palmito

Até 25 m

Pleno sol

Sementes

Palmeira triangular - Dypsis decaryi (Jum.) Beentje & J.Dransf.

Pinada, arqueada e saindo em três direções

Até 6 m

Pleno sol

Sementes

Rabo-de-peixe Caryota mitis Lour.

Bipinadas divergentes em forma de cauda de peixe, distribuídas ao longo do tronco

Até 20 m

Pleno sol

Sementes e divisão de touceiras

Rafis - Raphis excelsa (Thumb.)

Palmada, dividida até a base em 5 a 9 partes

Até 3 m, Meia- sombra caule revestido por tecido fibroso

Divisão de touceiras e sementes

Seafórtia Archontophoenix cunninghamii H.Wendl.& Drude

Pinada distribuída em um só plano, palmito aparente

Até 10 m

Pleno sol

Sementes

Tamareira/ Fênix Phoenix canariensis Chabaud

Pinada

Até 15 m

Pleno sol

Sementes

175

Capítulo 12 • Palmeiras

Seafortia.

Fênix canariensis.

Dendê.

Aifanes.

Rafis.

176

Capítulo 12 • Palmeiras

Palmeira-real.

Jerivá.

Rabo de peixe.

Sabal.

177

Capítulo 12 • Palmeiras

Coqueiro.

Areca.

178

Palmeira Juçara.

Capítulo 13 • Árvores



Capítulo 13 Árvores

179

Capítulo 13 • Árvores

Capítulo 13

Árvores

E

ntre todos os vegetais, as árvores são as mais fascinantes, extremamente complexas, as maiores entre todas as plantas e as que têm vida mais longa. Divididas visualmente em raiz, tronco e copa, elas dispõem de um maravilhoso mecanismo que retira centenas de litros de água por dia com nutrientes para se alimentar, pois têm crescimento constante. Suas raízes devem ter tamanho proporcional à copa, dando assim estabilidade à planta, mas nem sempre a raiz é o espelho da copa, como muitos pensam. As raízes se desenvolvem em função de uma série de fatores, como presença de água e nutrientes, consistência do solo e presença de pedras e construções abaixo delas ou ao seu redor. Isto faz que muitas raízes não cresçam para baixo e acabem quebrando as

calçadas. Seu tronco é composto de anéis concêntricos de células, que formam várias camadas, cada uma com uma função. O câmbio produz a maior parte das células que irão construir as demais camadas, como as chamadas xilema e floema, formadoras do sistema de vasos condutores de alimento. Ao morrer, as células do floema se transformam na resistente casca da árvore, que tem capacidade de se distender e que muitas vezes se solta ou abre-se em profundos sulcos. As células do xilema, quando atingem a maturidade, passam a integrar o anel de células que constitui o cerne das árvores. A copa apresenta-se de vários formatos, algumas parecem guarda-chuvas, outras são compridas ou redondas, e há ainda aquelas

180

Capítulo 13 • Árvores

horizontais. As árvores crescem o tempo todo; em algumas épocas mais, aumentando a largura e a altura. Na copa estão as folhas, com a função de fabricar alimento constituído de açúcares; as flores, responsáveis pela atração de agentes polinizadores; os frutos, oferecendo alimentos para os animais, inclusive o homem, e também protegendo as sementes que são responsáveis pela perpetuação da espécie. Tudo isso está na copa. Não é raro grupos de pessoas se mobilizarem para efetuar plantio de árvores em praças e calçadas. A princípio a ideia é muito boa, mas muitas vezes o resultado não é o esperado e, tempos depois, a árvore tem de ser removida. Isto se deve ao desconhecimento técnico e escolha inadequada da espécie. Alguns fatores importantes na escolha das árvores para calçadas são citados abaixo. Para praças, parques e jardins maiores teremos muito mais facilidade: •



Sistema radicular – As espécies mais indicadas para arborização urbana são aquelas que apresentam sistema radicular pivotante e profundo, ou que não seja extremamente superficial como um flamboyant ou agressivo como o fícus. Tronco – Evitar o plantio de espécies com espinhos, acúleos e de pouca resistência em locais de grande circulação de pessoas e os volumosos, que dificultam a passagem.



Copa – O formato e a dimensão da copa devem ser compatíveis com o local de plantio, permitindo o livre trânsito de veículos e pedestres.



Flores – As espécies que produzem flores pequenas são preferíveis, pois flores grandes podem tornar-se escorregadias ao cair no chão.



Folhas – Verificar o tamanho e a textura das folhas para evitar o entupimento de calhas e bueiros; a queda de folhas grossas e suculentas pode causar acidentes.



Frutos – A utilização de árvores que produzem frutos grandes e carnosos em vias públicas pode causar acidentes com pedestres e veículos. O ideal é a produção de frutos pequenos que atraiam pássaros.



Resistência a pragas e doenças Quanto mais resistentes melhor, uma planta saudável tem muito menos quebra de galhos e produz mais flores, tornando o ambiente mais bonito. É necessário, também, que sejam espécies que se adaptem ao clima local.



Crescimento – O tamanho da árvore deve ser compatível com o espaço físico, mas sempre lembrando que o ideal é ter uma arborização com árvores grandes, bem formadas para oferecer todos os benefícios que só elas são capazes de nos oferecer.



Princípios tóxicos – Evitar árvores consideradas tóxicas, pois podem causar acidentes.

Escolher uma árvore para plantar não é tarefa tão fácil assim. Se você quer melhorar a qualidade ambiental de sua cidade e a sua própria qualidade de vida, sugerimos que consulte um técnico da Secretaria do Meio Ambiente de sua cidade.

181

Capítulo 13 • Árvores

Implantação • As árvores são plantadas em covas, que são preparadas da seguinte forma: •





muda da cova e corte toda o invólucro com muito cuidado. •

Respeite o colo da planta. Use uma madeira para nivelar a planta na superfície, na mesma altura em que está no torrão.



As camadas são invertidas, a terra retirada de baixo será devolvida na parte de cima da cova e a camada superior deverá ficar na parte de baixo, próxima às raízes. Adicione também areia e composto orgânico, dependendo da qualidade da terra e da espécie a ser plantada.

Coloque uma madeira para tutorar (direcionar) o crescimento. A amarração deve ser feita com sisal ou borracha em forma de oito deitado, assim, quando o tronco crescer, a planta não sofre danos. Assim que a muda se fixar, retirar o tutor.



Regue em abundância.



Se necessário, coloque uma proteção.

Não se esqueça de retirar o invólucro da planta, o saco plástico, a lata etc. sem deixar quebrar o torrão. Para facilitar, umedeça o torrão e aperte um pouco para melhor fixação, aproxime bem a

A distância entre uma árvore e outra dependerá do tamanho da planta quando adulta. Esse espaçamento varia muito, pois podemos encontrar tanto árvores que ocupam 7 m de copa, como 25 m. O tamanho também está relacionado com a fertilidade do solo e o clima da região.

A cova deve ser proporcional ao tamanho do torrão, mas tendo, no mínimo, largura, profundidade e comprimento de 60 cm, ou seja, 60 x 60 x 60 cm ou receber o torrão com folga de 20 cm de cada lado.

Tutor

1,70 cm de altura

Ramos

Pernadas Muda 25 a 20 cm

Amarra

182

Capítulo 13 • Árvores

• Plantio de árvore

Fazer a cova e colocar o tutor.

Colocar a muda sem deixar quebrar o torrão.

Completar a cova com terra bem preparada.

Completar com terra, respeitando o colo da árvore.

Fazer amarração no tutor sem machucar a árvore.

183

Capítulo 13 • Árvores

Manutenção Os cuidados após o plantio são tão ou mais importantes que o próprio plantio. A manutenção consiste em retirar os ramos-ladrões e ervas-de-passarinho, por exemplo, além de irrigação, adubação e tratamento de pragas e doenças, para as quais, em áreas urbanas não existe produto registrado para tratamento, devendo esse, ser feito com produtos naturais ou controle biológico.

Erva de passarinho.

Ramo ladrão.

Cuscuta.

A poda na cidade de São Paulo é regulamentada pela Lei no 10.365, pois muitas vezes as árvores são levadas à morte por podas malfeitas. Para mais informações, veja o capítulo de manutenção.

184

Capítulo 13 • Árvores

As espécies citadas nessa tabela não são as mais indicadas e sim as mais presentes no paisagismo do Brasil, sobretudo em São Paulo.

Quadro das Árvores Nome popular e científico

Origem

Porte

Flores/Frutos

Folhas

Obs.

Aldrago - Pterocarpus rohrii Vahl

Brasil

M

Amarelas com manchas púrpuras que se agrupam formando um delicado cacho perfumado

Compostas, com 5-7 folíolos elípticos a ovalados de um verde-musgo brilhante

Recomendada para arborização urbana e para reflosretamento de áreas degradadas

Alecrim-de-campinas - Holocalyx balansae Micheli

Brasil

G

Flores pequenas cremes, frutos redondos de 2 a 3 cm

Compostas pinadas

Floresce com mais intensidade na primavera; sulcos longitudinais bem marcantes

Araribá Centrolobium tomentosum Benth

Brasil

G

Fruto grande alado, com espinhos, parecendo um pássaro marrom

Folhas compostas com 13 a 17 folíolos com a parte inferior cor-de-ferrugem e peluda

Flores amarelas no verão

Aroeira-salsa Schinus molle L.

Brasil

P

Muito pequenas, reunidas em cachos

folhas flexíveis direcionadas para o solo

Ideal para beira de córregos e lagos e fruto é a pimenta-rosa

Aroeira-pimenteira Schinus terebinthifolia var. acutifolia Engl.

Brasil

M

Muito pequenas, reunidas em cachos

Pinadas, geralmente com 7 foíolos

Fruto é a pimenta-rosa

185

Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores Nome popular e científico

Origem

Porte

Flores/Frutos

Folhas

Cássia - Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S.Irwin & Barneby

Brasil

M

Inflorescência amarela formando cachos; vagens cilíndricas

Compostas

Floresce no verão. Há muitas outras espécies com o nome popular de cássia

Cedro - Cedrela fissilis Vell.

Brasil

G

Flores pequenas sem atrativos paisagísticos; fruto ovalado resistente e manchado

Compostas de até 1 m com folíolos de 8 a 14 cm

Os frutos aparecem com a árvore quase sem folhas

Chorão - Salix babilonica L.

China

M

Planta dióica, espigas pequenas, cápsulas ovaladas

Simples,alternadas lanceoladas, estreitas

Ramagem longa e flexível com queda acentuada

Chichá - Sterculia apetala (Jacq.) H.Karst.

Brasil

G

Delicadas, de 2 cm, amarelas com centro vermelho; lenhosos grandes tipo cápsula

Simples com 3 lóbulos de aproximadamente 15 a 20 cm

Raízes tubulares lembrando a base de um foguete, floresce no verão

Chuva-de-ouro Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC.

Brasil

M

Amarelas formando lindos cachos; vagens cilíndricas

folhas compostas parimpinadas

Inflorescência parece de fato uma chuva de ouro

Embaúba - Cecropia pachystachya Trécul

Brasil

M

Seus frutos são pontiagudos, parecendo dedos

Folhas divididas em 9 a 10 lóbulos com a parte inferior branca e tomentosa

Faz parte da alimentação do bicho-preguiça; tronco oco

186

Obs.

Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores Nome popular e científico

Origem

Porte

Flores/Frutos

Folhas

Obs.

Eritrina / Mulungu - Erythrina speciosa Andrews.

Brasil

P

Inflorescências que lembram um candelabro; vagem

Composta de 3 folíolos (forma de raia) com espinhos

Planta caduca que floresce no inverno, tronco tortuoso com espinhos

Eritrina-falcata Erythrina falcata Benth.

Brasil

M/G

Flores vermelho-alaranjadas, de 3 a 5 cm de comprimento; vagem

Folhas compostas; com três folíolos

É um verdadeiro espetáculo no inverno

Espatódea - Spathodea campanulata P. Beauv.

África central

G

Tubo dilatado, abrindo 5 lobos vermelho- alaranjados, cápsula semelhante à vagem

Ovaladas alongadas, composta de 5 a 7 folíolos, opostos e mais 1 terminal

Floresce praticamente o ano todo com flores grandes e suculentas

Eucalipto - Eucalyptus spp.

Austrália

G

Com numerosos estames cremes; formato de sino

Alternas ovaladas, com pontas lanceoladas

Árvore com crescimento rápido

Falsa-seringueira Ficus elastica Roxb. ex Hornem.

Ásia tropical

G

O figo verde é uma reunião de muitas flores pequenas; infrutescência com muitos frutos pequenos

Simples alternadas de 12 a 30 cm de comprimento

Sicônio = inflorescência

Flamboyant - Delonix regia (Hook.) Raf.

Madagascar G

Grandes com 5 petalas e margem onduladas; vagem pendente

Compostas bipinadas

Copa horizontal; floresce no verão

187

Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores Nome popular e científico

Origem

Porte

Flores/Frutos

Folhas

Grevílea-anã Grevillea banksii R.Br.

Austrália

P

Estames longos vermelhos com anteras amarelas; frutos: cápsulas ovaladas

Compostas, pinadas com 3 a 7 folíolos lineares lanceolados

Tronco tortuoso, ramagem cinzenta quando nova

Guapuruvu Schizolobium parahyba (Vell.) Blake

Brasil

G

Flores amarelas na primavera; fruto achatado e alado com semente que parece ficha

Folhas compostas bipinadas delicadas de até 1m

Tronco liso com marcas parecendo traços na horizontal

Ipês - Tabebuia spp / Handroanthus spp

Brasil

M/G

Brancas, róseas, roxas, amarelas, frutos em forma de vagem

Folhas compostas que se diferenciam dependendo da espécie

Plantas caducas que florescem normalmente no inverno

Jacarandá-mimoso Jacaranda mimosifolia D.Don

Argentina, Paraguai e Bolívia

G

Azuis em formato de sino no final dos galhos; cápsulas que lembram castanholas

Compostas bipinadas opostas, parecendo renda

Floresce no verão e após a queda das flores formam um belo tapete azul

Jasmim-manga Plumeria rubra L.

México, Antilhas, Guianas e Equador

P

Flores exuberantes nas cores branca, rosa-claro e escuro na primavera e verão; frutos parecem vagem aos pares

Folhas simples de 10 a 20 cm, verdeclaras; quando arrancadas liberam substância leitosa

Em alguns locais podem florescer o ano todo; é utilizada nos colares havaianos

Ligustro - Ligustrum lucidum W.T.Aiton

China

M

Brancas numerosas em cachos; formam cachos roxos

Simples ovaladas, lanceoladas

Tronco bastante estriado

188

Obs.

Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores Nome popular e científico

Origem

Porte

Flores/Frutos

Jatobá - Hymenaea courbaril L.

Brasil

G

Fruto com casca muito resistente que guarda polpa farinhenta comestível

Folhas compostas de dois folíolos, que dão a aparência de uma folha dividida ao meio

Flores brancas na primavera

Jequitibá - Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze

Brasil

G

Fruto parece a ponta de um cachimbo, quando a tampa sai, libera as sementes aladas

Folhas simples de 6 a 12 cm de largura por 3 a 6 cm de comprimento

Flores pequenas em cachos surgem na primavera após a liberação dos frutos

Manacá - Pleroma mutabile (Vell.) Triana

Brasil

M

Flores que mudam de cor conforme amadurecem

Simples, com nervuras longitudinais

Muito recomendada para o paisagismo, mas apresenta dificuldade de se adaptar ao transplante.

Pata-de-vaca Bauhinia variegata L.

Índia e China

M

Flores róseas e brancas que parecem orquídeas

Em forma de pata de vaca

Muito utilizada na arborização urbana

Paineira - Ceiba speciosa A.St.-Hil.) Ravenna

Brasil

G

Grandes, vistosas, róseas e brancas; frutos grandes como abacate, com plumas brancas – paina

Compostas digitadas com 5 a 7 folíolos com pecíolo (cabo) longo

Floresce no verão e produz a paina, que pode ser utilizada para travesseiros

189

Folhas

Obs.

Capítulo 13 • Árvores

Quadro das Árvores Nome popular e científico

Origem

Porte

Flores/Frutos

Pau-brasil Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis

Brasil

G

Flores amarelas pequenas, vagem com espinhos

Compostas bipinadas, a base dos folíolos parece bem reta

Tronco com muitos espinhos

Pau-ferro - Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz var. ferrea

Brasil

G

Flores amarelas no verão; vagem bastante dura

Compostas bipinadas

Tronco “marmorizado”

Quaresmeira Pleroma granulosum (Desr.) D. Don

Brasil

M/G

Róseas e roxas em grande quantidade, cápsula em formato de sino

Lanceoladas com nervuras longitudinais. Face superior áspera e inferior pilosa

Floresce duas vezes ao ano, no inverno e no verão, atingindo a quaresma

Resedá Lagerstroemia indica L.

Índia

P

Formam cachos terminais brancos rosa-claros e escuros

Simples ovaladas e opostas

Caduca; tronco com marcas e trocas de casca

Sibipiruna Poincianella pluviosa (DC.) L.P.Queiroz var. pluviosa

Brasil

G

Inflorescência formando cachos com as pontas marrons, vagem

Folhas compostas bipinadas de 20 a 25 cm

Floresce na primavera

Tipuana - Tipuana tipu (Benth.) Kuntz

Argentina

G

Abundantes amarelas, tipo samara

Compostas pinadas com 8 a10 folíolos opostos e um terminal

Floresce de setembro a dezembro e dá suporte a epífitas

Voquísia - Vochysia tucanorum Mart.

Brasil

G

inflorescência com flores amarelas nas pontas dos ramos

folhas simples com 4 a 6 por ramo

Indicada para praças e parques e reflorestamento

190

Folhas

Obs.

Capítulo 13 • Árvores

Flamboyant.

Resedá.

Tipuana.

Cássia.

Manacá.

191

Capítulo 13 • Árvores

Ligustro.

Alecrim-de-campinas.

Eucalipto.

Ipê-branco.

Eritrina.

Jatobá.

192

Capítulo 13 • Árvores

Aroeira-salsa.

Aroeira-salsa (detalhe).

Cedro.

Aroeira-pimenteira.

Chuva-de-ouro.

Araribá.

193

Capítulo 13 • Árvores

Aldrago.

Aroeira.

Eritrina-falcata.

Espatédea.

Ipê-amarelo.

Ipê-roxo.

194

Capítulo 13 • Árvores

Falsa-seringueira.

Paineira.

Sibipiruna.

195

Grevílea-anã.

Pau-brasil.

Voquisia.

Capítulo 13 • Árvores

Chorão.

Jacarandá.

Ipê-roxo.

Pau-ferro.

Guapuruvu.

Jasmim-manga.

196

Capítulo 13 • Árvores

Quaresmeira.

Pata-de-vaca.

Jequitibá.

Embaúba.

Chicha.

197

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos



Capítulo 14

Plantas para Ambientes Internos 198

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Capítulo 14

Plantas para ambientes internos

S

ão plantas umbrófilas, ou seja, amigas da sombra, que podem viver em ambientes internos, pois em seu habitat natural há pouca luz. Como exemplo, temos as plantas que vivem na mata ou penduradas em árvores. Dependendo das condições que o ambiente oferece, elas podem ser pequenas ou de médio porte, necessitando de mais ou menos luz e água. Um ambiente interno pode ser: dentro de casa, em varandas, pérgulas, escritórios, lojas, bancos, caramanchões, ou mesmo sob a proteção de uma árvore. O estudo dessas plantas é de fundamental importância, pois com o crescimento das cidades, as áreas verdes perderam lugar para o cimento e asfalto, sobrando pouco espaço para jardins. Muitas pessoas só têm a possibilidade de ter vasos ou jardins sob lajes internas. Estudos da NASA indicam que as plantas retiram do ar os poluentes mais comuns, como formaldeído, tricloroetileno e benzeno, e também ajudam a balancear a umidade atmosférica. Além disso, segundo estudo realizado pela Universidade Estadual de Washington, as plantas não só melhoram a qualidade do ar, como podem aumentar a produtividade de uma empresa (foi constatado um aumento de 30% na produtividade, além de uma redução do estresse dos funcionários). As plantas alegram e embelezam o ambiente com baixo custo e eficiência. É muito importante que se faça um estudo aprofundado, principalmente, das condições ambientais, pois não podemos esquecer que, quando levamos uma planta para casa, ela não vai ter a mesma iluminação que recebia na natureza, o espaço para o desenvolvimento de suas raízes e da copa será reduzido, além de ela contar com umidade relativa do ar mais baixa. Por outro lado, ela não terá de enfrentar enxurradas e ventos fortes e a temperatura será mais estável. Por isso, a escolha da espécie deverá ser feita primeiro em função das condições que o local pode oferecer, isto é: luz, espaço para desenvolvimento das raízes e parte aérea, água, umidade do ar, temperatura e correntes de ar.

199

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Luz

Água

Podemos considerar plantas de interior aquelas que se adaptam à meia-sombra (boa quantidade de luz, mas sem sol direto, ou poucas horas de sol por dia) e plantas de sombra (aquelas que são mais tolerantes à deficiência de luz). Essa seleção parece uma tarefa muito difícil, mas pode ser feita de uma maneira prática e fácil: feche os olhos e lembre onde você já viu a planta desejada. Ela estava no meio de um jardim com bastante sol, num canteiro bem aberto, em um cantinho à sombra de uma árvore ou sob outras plantas? Desse modo, você vai saber qual é o local apropriado para o bom desenvolvimento dessa planta. Quando uma planta é colocada em um ambiente com menor incidência de luz que a necessária, você vai perceber que as folhas ficam menores que o normal, sua cor é um verde mais escuro, com pouco ou nenhum florescimento e o caule é mais longo. Para sabermos quanto de luz o ambiente oferece, basta medir com um fotômetro — podemos usar uma máquina fotográfica manual. Um fator muito importante é a face e a distância da fonte de luz. Uma planta que precisa de mais luz pode ser colocada perto de uma janela que tenha face norte. Isto quer dizer que o ambiente terá uma boa quantidade de luz ou mesmo de sol. Na escolha das espécies, a quantidade de luz no ambiente interno é um dos principais fatores limitantes.

Como em ambientes artificiais não há chuvas e lençol freático, é preciso compensar o fornecimento de água com regas, que vão variar dependendo da necessidade da espécie, da temperatura, tipo de substrato e do material do vaso. Espécies como samambaia, avenca, filodendro e dracena necessitam de substrato sempre úmido. Violeta-africana, árvore-da-felicidade, cheflera, areca-bambu, devem ser regadas quando a camada superficial do substrato estiver seca. Casca-de-melancia, calanchôe, dedo-de-moça e flor-de-pedra, assim como as suculentas em geral, preferem as regas espaçadas. Os cactos requerem pouca rega. Temperatura: quando estiver mais frio, diminua as regas e em épocas mais quentes, aumente. Quanto à rega, podemos dizer que deve ser feita em maior quantidade em vasos com parede porosa. Tipo de rega: •

No substrato — principalmente para plantas com folhas pilosas.



No pratinho — coloque a água e, após aproximadamente 15 minutos, retire o excesso.



Pulverizada ou com regador — é importante, pois além de fornecer água, limpa a planta.

200

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Tipo de vaso Hoje em dia, podemos encontrar vasos de diversos materiais, como: •

Barro – elemento natural, com baixo custo, diversos modelos e tamanhos e com porosidade nas paredes. Quebra com facilidade. Necessita de mais água.



Plástico – leve, difícil de quebrar, baixo custo, segura a água. Esteticamente não muito valorizado.



Cimento – pesado, o que pode ser considerado vantagem (em áreas que há possibilidade de tombar o vaso devido a correntes de ar ou quando a planta é muito grande) ou desvantagem (em locais em que é necessário mover o vaso). Vários modelos, tamanhos, cores e texturas. Normalmente mais caro.



Fibra-de-vidro – esteticamente valorizado, leve, alto custo.



Xaxim – elemento orgânico, com boa capacidade de segurar água, porém é retirado de uma planta (samambaia-açu) que está em processo de extinção, por isso deve ser evitado ou é preciso se certificar de que o vendedor o produziu e tem permissão para venda.



Fibra-de-coco – está no mercado para substituir o xaxim, feito com material que seria jogado no lixo. Vários modelos, bonitos, médio custo. Ao usar esses vasos, preserva-se o meio ambiente.

201

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Temperatura Para cada planta existe uma faixa de temperatura ideal, na qual ela se desenvolve. Para a maioria das plantas de interior, a faixa é de 7o C a 21 o C. As plantas tropicais vivem bem em ambientes mais quentes.

Umidade do ar É a quantidade de vapor de água na atmosfera. O ar quente tem a propriedade de conter mais umidade do que o ar frio, provocando a evaporação da água, principalmente das folhas. Normalmente, quando a umidade está baixa, as pontas das folhas ficam secas. Para aumentar a umidade: •

Borrife a planta, exceto as de folhas pilosas, pois a água pode ficar acumulada na folha e danificá-la.



Agrupe os vasos para criar um microclima mais úmido, o que ocorre devido à evaporação e transpiração da planta.



Coloque os vasos sobre uma bandeja forrada com pedregulhos ou argila expandida molhada.



Coloque entre o vaso e o cachepô argila expandida no fundo e esfagno nas laterais.

Substrato É a terra preparada, em que as plantas desenvolvem suas raízes. Deve ser uma mistura adequada de materiais como: terra argilosa, areia lavada de rio e composto orgânico. A mistura é feita conforme a espécie que se pretende cultivar. Deve apresentar:

202

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos



Porosidade – é obtida com a adição de areia. É importante para que a água não se acumule e o substrato não fique muito compactado, permitindo assim a circulação de ar e água no sistema radicular.



Permeabilidade – é fundamental para a penetração da água e do ar. Podem proporcionar esta característica a areia e o composto orgânico.



Retenção de água – deve reter água, ou seja, manter o substrato com o nível ideal de água, pois, quando estão em vasos, as plantas não têm contato com o lençol freático.



Retenção de nutrientes – por estar em ambiente artificial, a planta necessita de nutrientes para manter boas condições vegetativas e fitossanitárias. Por isso é importante a incorporação de composto orgânico.

Correntes de ar (ventos) De modo geral, as plantas com folhas bem finas e delicadas não suportam muito vento. •

Folhas finas e grandes (tipo bananeira) resistem ao vento, mas ficam cortadas e, esteticamente prejudicadas.



Folhas grossas como das suculentas são mais resistentes aos ventos.



É importante que haja circulação de ar.

Implantação Exceto os jardins de inverno, que são plantados na terra, mesmo em áreas internas, a grande maioria das plantas para esses espaços são plantados nos vasos. •



Escolher a muda e vaso compatíveis em tamanho – lembrar que todo vaso deve ter um ou mais furos em baixo para que o excesso de água possa sair.

203

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos



Colocar um pedaço de manta de drenagem cobrindo os furos, isso funcionará como um filtro para que a terra não saia do vaso.



Preencher 1/6 da altura do vaso com argila expandida ou pedriscos.



Cobrir o pedrisco com manta de drenagem.



Colocar substrato preparado (1/3 de terra argilosa + 1/3 de composto orgânico + 1/3 de areia) sobre a manta.



Realize o plantio da muda no substrato, retirando o invólucro sem deixar quebrar o torrão e respeitando o colo da planta que deve estar nivelado com a superfície.



Complete com mais substrato, deixando pelo menos 01 cm abaixo da parte superior do vaso (boca).



Regar, se o substrato baixar o nível, colocar mais e regar novamente.

Separar o material necessário para montar o vaso planta, vaso com furos, argila expandida, manta de drenagem, terra preparada;

204

Cortar a manta de drenagem do tamanho da boca do vaso;

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Preencher 1/6 da altura do vaso com argila expandida, cacos telhas ou pedrisco

Colocar a manta de drenagem (que funciona como filtro) sobre a argila expandida

Colocar terra preparada (1/3 de areia, 1/3 de composto orgânico e 1/3 de terra argilosa) sobre a manta

Apertar a terra cortar o invólucro para retirar a muda sem deixar quebrar o torrão

Segurar firmemente a muda e colocar no vaso

Completar com terra preparada

205

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Apertar bem a terra, completando até 1cm abaixo do limite do vaso

Regar e colocar a planta no local onde ela possa se desenvolver bem

Manutenção • •

Controle de pragas e doenças – dê preferência a produtos naturais e não-tóxicos, como calda de fumo, chá de sabão etc., e faça limpeza manual.



Poda – quando necessária, para manter a planta com tamanho apropriado ao espaço oferecido, se possível evitar a poda e efetuar o transplante para um vaso maior.



Rotação dos vasos – gire os vasos para evitar que a planta cresça para um lado só em busca da luz. Cuidado para não virar bruscamente, ou pode machucar a planta.



Descompactação da terra – muitas vezes a compactação é causada pela falta ou excesso de água. Quebre os torrões com ferramenta pontiaguda e adicione composto orgânico.



Adubação – depende do tipo de planta, da época do ano e do local. É aconselhável pelo menos três vezes ao ano. Recomendo usar o composto e diluição de chorume que você mesmo pode produzir em casa.

206

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Os fertilizantes podem ser orgânicos ou inorgânicos. Os adubos orgânicos ajudam principalmente a melhorar as propriedades físicas do solo, deixando-o mais leve, solto e úmido, além de nutrir. Os inorgânicos adicionam nutrientes ao substrato, mas vale lembrar que o excesso pode comprometer a saúde da planta. São vendidos em forma de: •

Granulados – jogue no solo e depois regue para que penetrem na terra.



Solúveis em água (pó)– jogue diretamente no solo.



Pastilhas e bastões – fornecem os nutrientes aos poucos, porém tendem a concentrá-los nos locais onde já estão presentes. Convém quebrá-los e distribuí-los no substrato.



Foliares – apresentam uma resposta mais rápida por serem incorporados diretamente pelas folhas, mas costumam dificultar o desenvolvimento das raízes. Vale a pena intercalar com outro tipo de adubação.

Como fazer um terrário Nathanael Ward, médico inglês e colecionador de plantas raras, no final do século XIX criou um recipiente de vidro para transportar plantas, a “caixa de Ward”. Essas caixas logo começaram a ser utilizadas na decoração de residências como um pequeno jardim no vidro, atualmente chamado terrário. Para quem não tem espaço, o terrário é uma boa opção. É criado um miniecossistema onde a água e os nutrientes são constantemente reciclados. A água, através da transpiração das folhas e da evaporação, se condensa sobre as paredes de vidro, de onde escorre de volta para a terra, sendo novamente absorvida pelas plantas, por isso as regas são pouco frequentes. Para fazer: •

Escolha um recipiente de vidro de tamanho suficiente para receber as plantas.



Separe as plantas de pequeno porte e que tenham as mesmas necessidades.

207

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos



Coloque pedras pequenas no fundo do vidro, formando uma camada de 2 cm ou proporcional ao tamanho do vidro.



Cubra com uma manta de drenagem ou com uma camada fina de areia.



Coloque 1 cm de areia sobre a manta de drenagem e sobre esta o substrato básico (1/3 de areia + 1/3 de argila + 1/3 de composto orgânico).



Escolha a melhor posição para as plantas e faça o plantio.



Dê o acabamento com musgos, pedras etc.

• • •

Regue até que a água chegue nas pedras. Cubra com tampa ou papel-filme.

Para cuidar: •

Coloque em local iluminado, mas que não receba sol diretamente.



Só coloque água quando as pedras começarem a secar e quando não estiver ocorrendo condensação.



Limpe o vidro com um chumaço de algodão.



Faça a poda quando a planta ultrapassar o vidro. Às vezes, é necessário controlar o crescimento das raízes.



Abra a tampa para renovação do ar uma vez por mês. Não deixe aberto por muito tempo.

Com estes cuidados o terrário permanecerá bonito e saudável por vários anos.

208

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Montagem de terrário

1. Separar o material necessário: Vidro, argila expandida ou pedrisco, areia, terra preparada (areia, composto orgânico e terra vermelha), plantas, regador, papel filme (caso o vidro não tenha tampa);

2. Colocar a argila expandida ou pedrisco no vidro, apenas uma camada;

3. Jogar areia sobre o pedrisco;

4. Adicionar terra preparada sobre a areia;

209

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

5. Plantar as mudas na terra preparada;

7. Regar;

6. Observar a boa distribuição das mudas;

8. Tampar ou colocar papel filme e deixar em local que receba bastante iluminação, mas não sol direto.

210

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Quadro das Plantas para ambientes internos Nome popular e científico

Importância ornamental

Porte

Multiplicação

Afelandra Aphelandra squarrosa Ness

Inflorescência amarela e folhas verdes com veios brancos

50 a 90 cm

Estaquia de ponteira

Aglaonema Aglaonema spp.

Folhas desenhadas

30 a 40 cm

Estaquia

Antúrio - Anthurium andraeanum Linden

Flores brancas, róseas e vermelhas

0,4 a 1 m

Divisão de touceira

Areca-bambu - Dypsis lutescens. (H.Wendl.) Beentje & J. Dransf.

Folhas

Até 6 m

Sementes

Árvore-dafelicidade-fêmea Polyscias fruticosa (l.) Harms

Folhas estreitas

1,5 a 2,5 m

Estaquia

Árvore-dafelicidade-macho Polyscias guilfoylei (W. Bull.) L.H. Bailey

Folhas largas

3a5m

Estaquia

Begônia - Begonia spp.

Folhas desenhadas e brilhantes

20 a 80 cm

Estaquia ou divisão de touceiras

Bromélia - Aechmea spp., Guzmania spp., Vriesea spp., Tilandsia spp.

Folhas e flores

20 a 80 cm

Brotos laterais e sementes

Camedórea Chamaedorea spp.

Folhas

Até 3 m

Divisão de touceira e sementes

Cheflera - Schefflera arboricola (Hayata) Merr.

Folhas

Até 5 m

Estaquia, sementes e alporquia

211

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Quadro das Plantas para ambientes internos Nome popular e científico

Importância ornamental

Porte

Multiplicação

Clúsia - Clusia fluminensis Planch. & Triana

Folhas brilhantes

Até 6 m

Estaquia, alporquia e sementes

Comigo-ninguém-pode - Diffenbachia amoena Bull.

Folhas desenhadas

30 a 70 cm

Estaquia

Costela-de-adão Monstera deliciosa Liebm.

Folhas recortadas

Até 3 m

Estaquia

Espada-de-são-jorge Sansevieria trifasciata var. laurentii (De Wild.) N.E.Br.

Folhas longas

Até 1m

Divisão de touceira e estaquia de folha

Fitônia / Plantamosaico - Fittonia albivenis (Lindl. Ex Veitch) Brummitt

Folhas com nervuras

10 a 15 cm

Estaquia ou ramagem enraizada

Flor-de-maio Schlumbergera truncata (Haw.) Moran

Caule achatado e flores

30 a 60 cm

Estaquia e sementes

Grama-preta Ophiopogon japonicus (L.f.) Ker Gawl.

Parece uma gramínea

20 a 30 cm

Divisão de touceiras

Hera - Hedera canariensis Wild

Folhas

Sobe vários metros

Estaquia

Licuala - Licuala grandis H. Wendl. Ex Linden.

Folhas em forma de leque

Até 3 m

Sementes

Lírio-da-paz Spathiphyllum spp.

Inflorescência com espata branca

0,2 a 1,5 m

Divisão de touceiras

212

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Quadro das Plantas para ambientes internos Nome popular e científico

Importância ornamental

Porte

Multiplicação

Lírio-do-amazonas - Eucharis grandiflora Planch. & Linden

Flores brancas várias vezes ao ano

30 a 50 cm

Bulbos

Maria-sem-vergonha - Impatiens walleriana Hook.f.

Flores coloridas

30 a 50 cm

Sementes ou estaquia

Pacová - Philodendron martianum Engl.

Folhas brilhantes

Até 1 m

Estaquia e sementes

Peixinho Nematanthus wettsteinii (Fritsch) H.E.Moore

Folhas brilhantes e flores

20 a 50 cm

Divisão de ramagem enraizada

Peperômia Peperomia spp.

Folhas

Até 50 cm

Estaquia

Pileia - Pilea cadierei Gagnep.& Guillaumin

Folhas prateadas

De 20 a 20 cm

Estacas

Ráfis - Raphis excelsa (Thunb.) A. Henry

Folhas palmadas

Até 4 m

Divisão de touceira

Ripsális - Rhipsalis teres (Vell.) Steud.

Ramos cilíndricos e frutos redondos

Ramos caem até 3m

Estaquia

Samambaia-açu Dicksonia sellowiana Hook.

Folhas e “caule” ereto

2a4m

Esporos

Samambaia-demetro - Schellolepis persicifolia (Desv.) Pic. Serm.

Folhas com longas quedas

Mais de 2 metros

Esporos e rizomas

213

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Quadro das Plantas para ambientes internos Nome popular e científico

Importância ornamental

Porte

Multiplicação

Singônio - Syngonium angustatum Schott

Folhas verdes e variegatas

Sobe vários metros

Violeta-africana Saintpaulia ionantha H.Wendl.

Flores de diversas cores

Aproximada- Estaquia de folhas mente 25cm

Zâmia - Zamioculcas zamiifolia Conrad Loddiges

Folhagem

40 a 60 cm

Lírio-do-amazonas.

Estaquia

Estaquia das folhas

Zâmia.

214

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Cheflera.

Pleomele.

Bromélia.

Afelandra.

Singônio e Anturio.

215

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Aglaonema.

Camedorea.

Clússia.

Espada-de-São-jorge.

Grama preta.

Maria-sem-vergonha.

216

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Maranta.

Lírio-da-paz.

Pacová.

Peperômia.

Samambaia-açu.

Ripsalis.

217

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Antúrio.

Flor-de-maio.

Peixinho.

Piléia.

Singônio.

Violeta.

218

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Árvore-da-felicidade.

Areca-bambú.

Costela-de-adão.

Comigo-ninguem-pode.

Samambaia-de-metro.

219

Capítulo 14 • Plantas para Ambientes Internos

Bromélia.

Ráfis.

Hera.

Licuala.

220

Capítulo 15 • Como escolher uma planta



Capítulo 15 Como escolher uma planta 221

Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Capítulo 15

Como escolher uma planta

M

uitos acham que escolher as plantas para o jardim é uma tarefa muito difícil, pois, afinal, o Brasil tem a maior biodiversidade do planeta, entre plantas e animais, isso é decorrente da sua dimensão continental e a grande variação geomorfológica e climática, são encontrados sete biomas: Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica, Caatinga, Campos Sulinos e o bioma Costeiro. São tantas plantas entre nativas (originárias do Brasil) e exóticas (introduzidas de outros países), que é difícil escolher somente algumas. Sabemos que em alguns projetos paisagísticos as plantas não estão presentes, mas na grande maioria, elas compõem a parte mais importante no jardim. As plantas dão vida ao jardim, pois são vida. Um jardim é uma composição mutável e a cada mês ou estação se apresenta de uma maneira. Por isso é imprescindível planejar bem a disposição de seus componentes. Como todo ser vivo as plantas nascem (germinam), crescem (crescimento vegetativo), se multiplicam (florescem, produzem frutos, sementes, e até se multiplicam vegetativamente) e a cada momento se apresentam de uma

maneira diferente. Se o objetivo é ter flores em todas as épocas, então, é só escolher diferentes plantas que florescem em meses diversos. Ao contrário de muitos países, onde o inverno vigoroso não permite o florescimento o ano todo, no Brasil isso é possível. Ao escolher uma planta para o jardim devemos não só manter a planta viva, mas fazer com que ela viva bem e para isso devemos respeitar suas necessidades, que estão relacionadas com o seu ambiente natural. Para facilitar essa escolha, você pode começar por eliminar o que não se adapta e seguir a lista abaixo: Em primeiro lugar, respeite as necessidades de cada planta, ela só ficará bem se o ambiente for adequado a ela.

222

Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Condições ambientais • • • • • • • • • •

• •

Quantas horas diárias de sol o ambiente recebe e qual intensidade? Qual o tipo de solo? Qual a declividade? (Peça o levantamento planialtimétrico.) Existe água em abundância e de boa qualidade? Qual o espaço para o pleno desenvolvimento da planta, parte aérea e sistema radicular? Como é a região? E o clima? Que tipo de vegetação existe no entorno? Há presença de ventos fortes? Há algum tipo de inseto ou outros animais que podem atrapalhar o desenvolvimento das plantas? Você pode usar algumas espécies que sejam resistentes ou afastem esses animais? Por onde passa a fiação elétrica? (Peça a planta elétrica da casa). Por onde passam as tubulações? (Peça a planta hidráulica da casa).

Estas são algumas das perguntas que devem ser feitas para a escolha das espécies. De um jeito mais simples, você pode até começar pelas dificuldades que o terreno apresenta. Vamos fazer um exercício hipotético para ver como podemos reduzir o número de opções de plantas para um jardim: Imagine que você tem mil opções de plantas que gostaria de colocar no jardim e não sabe quais escolher. O local tem muito sol e somente 50% das plantas se adapta a esta condição, assim, o número cai para 500; há muito vento, o que reduz pelo menos mais 300 espécies; o espaço é pequeno, mais umas 100 são eliminadas. Agora, em vez de mil espécies, existem 100 possibilidades.

Análise do cliente Quanto mais o cliente se integrar ao jardim, mais participará do projeto e melhor será o resultado. É muito importante saber qual o perfil do cliente. Alguns fatores a serem observados: • •

Que estilo de jardim lhe agrada? Qual a verba disponível?

223

Capítulo 15 • Como escolher uma planta

• • • • • •

Local

Escolha

Sombreado e com pouco espaço para o desenvolvimento das raízes

Plantas de meia-sombra e com sistema radicular pequeno, plantas de pequeno porte.

Talude

Plantas com raízes fortes que se segurem em taludes e que não precisem de muita manutenção

Encharcado

Plantas que se adaptem bem a locais encharcados ou aquáticas

Muito vento

Plantas resistentes ao vento: folhas resistentes, flexibilidade, deixem passar o vento

Praia

Plantas adaptadas ao calor

Que idade têm os moradores e que grau de sociabilidade? Há alguém com deficiência física? Aprecia ou tem aversão por determinada espécie? Possui cachorros ou gatos? Que raça? Quer atrair pássaros para seu jardim? É alérgico a alguma planta?

Objetivo do jardim É necessário saber a função do jardim: para que estamos fazendo este jardim? •

Acredito que o jardim deve ter a identidade do seu dono, para que ocorra o pertencimento e realmente a apropriação. Voltando à hipótese anterior, quando tínhamos 100 opções: o cliente tem pouca verba para a implantação do jardim, então, o número de opções cai para 50; se ele possui cachorro, assim, o número cairá para 30. Observação: os cachorros costumam atacar plantas que se mexem com o vento, pois pensam que são pássaros. Eles também adoram brincar com o copinho das bromélias e, as vezes, acabam por matá-las.

• • • • •

É um lugar para ficar em paz, lendo um livro? Chamar a atenção das pessoas que passam por perto? Isolar a área da casa? Criar uma estufa para uma terapia diária? Criar um jardim esportivo? Fornecer alimentos?

Depois de respondidas todas estas perguntas, vem a parte da criação. Ainda continuando com os cálculos: temos 30 opções, mas precisamos de plantas que chamem muita atenção, que normalmente são aquelas com cores quentes (vermelho, amarelo ou laranja) ou que têm formas diferentes. Então, nosso número se reduz a 15.

224

Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Estética

obedecer a uma certa organização. Você pode começar pelo porte (pensar nas plantas quando ficarem adultas): plantas baixas, médias ou altas. Assim, para quem olha o jardim, poderá visualizar o todo. Pense em fazer uma relação com uma casa: existem as plantas que formam o “piso”, as “paredes” e o “teto”.

Um jardim deve ser belo e formar um conjunto harmônico. E para isso há mais algumas perguntas. • • • • • •

Qual o estilo da casa? Qual o tipo de material da construção? Qual a localização do terreno e quais as plantas existentes? Quais os pontos atrativos? O que é preciso realçar ou esconder? Como fazer uma composição harmoniosa?

O gosto e a beleza são subjetivos, mas devemos considerar que o jardim será apreciado todos os dias pelo seu dono. Assim, siga o gosto dele. Você pode até sugerir algumas modificações, mas sempre respeitando o gosto de quem vai estar no jardim. As modificações que você deve insistir em fazer são relacionadas com as necessidades das plantas e as condições ambientais, como por exemplo, se o cliente quiser uma planta que precise de muito sol dentro da varanda, onde não bate sol. Neste caso, a planta morrerá por falta de adaptação ao ambiente — é melhor não plantar. Das 15 espécies possíveis precisamos de uma que seja alta, pois é necessário que esconda uma parede feia. Então, sobram apenas quatro espécies possíveis. Fica bem mais fácil escolher, não? Para a escolha, é necessário juntar todos os fatores e em certos casos priorizar algum, por exemplo, para áreas públicas, como canteiro central, a segurança é o principal. Além disso, a disposição das plantas deve



Plantas baixas ou “pisos” — Gramados, forrações e algumas floríferas (sendo que as floríferas funcionam como um acabamento, um detalhe mais elaborado da composição).



Plantas médias ou “paredes” — Folhagens, arbustos, trepadeiras.



Plantas altas ou “tetos” — Árvores, arbustos de porte grande, trepadeiras conduzidas para o alto e palmeiras.



Não plante espécies altas na frente das menores, ou estas não aparecerão. Para escolher uma árvore, um dos pontos principais é a relação com a área: o espaço tem de ser suficiente para o desenvolvimento da copa, da raiz e do tronco. Além disso, a produção de frutos, flores e a consistência dos galhos são aspectos fundamentais. Os arbustos são bastante usados para a formação de cercas-vivas ou para substituir uma árvore por falta de espaço. Observe os mesmos cuidados que na escolha das árvores, com atenção especial para o tempo de desenvolvimento da planta e ao local mais adequado para o seu pleno desenvolvimento, pois ao contrário das árvores, alguns arbustos de desenvolvem bem em locais mais sombreados. As forrações são escolhidas em função de luz, solo, cor, uso do jardim, topografia etc. Com um número muito grande de espécies, as

225

Capítulo 15 • Como escolher uma planta

forrações são usadas para “enfeitar” um jardim ou para substituir o gramado em locais onde estes não se desenvolvem. Os gramados dão o tom do jardim – ao observá-lo, podemos descobrir se um jardim é bem cuidado ou não. A escolha da grama certa e do tipo de implantação é de fundamental importância. Faça uma análise de custo-benefício para saber se o gramado será implantado por placas, mudas ou sementes, pois o valor do investimento é inversamente proporcional ao tempo que ele leva para cobrir todo o solo. Apesar de muitas vezes trabalharmos com mudas pequenas, o espaçamento sempre deve ser calculado em função do tamanho da planta adulta. Por exemplo, no plantio de árvores, a distância de uma cova para outra deve ser calculada em função do tamanho da copa quando adulta, mesmo que pareça, no início da formação do jardim, que ali caberiam muito mais mudas. O mesmo se aplica ao plantio dos arbustos. Sempre se lembre de preparar a cova com substrato preparado e tomando como medidas básicas: • •

Para árvores — 60 x 60 x 60 cm. Para mudas maiores, espaço suficiente para acolher o torrão com espaço de todos os lados, pelo menos 20 cm de cada lado.



Para arbustos e palmeiras — 50 x 50 x 50 cm ou idem às arvores se forem torrões maiores.

Normalmente, as forrações são vendidas em caixas com 15 mudas ou, dependendo do tamanho, 6 ou 8 mudas, que devem ser distribuídas no espaço em que você está trabalhando de modo que não fiquem espaços vazios ou muito amontoados. Dê preferência ao plantio em “pé de galinha”. Saber o tempo de crescimento da planta também ajuda bastante para o cálculo exato. Para a maioria das espécies, utilize a distância de 20 cm entre mudas, sendo, portanto, necessárias 25 mudas por m2. As gramas são vendidas por m2. Estar em contato com produtores e vendedores é importante, pois muitas vezes algumas plantas deixam de ser comercializadas, ou novas espécies são introduzidas no mercado. O preço das plantas quase sempre está relacionado com seu porte e as dificuldades de cultivo e, às vezes, com modismos. Convém lembrar que vale a pena tentar aproveitar as plantas que já estão no local, pois elas já estão adaptadas e, sobretudo, são seres vivos e não devem ser desperdiçados. Muitas vezes uma boa adubação, limpeza e controle de insetos podem deixar as plantas mais saudáveis e bonitas.

226

Capítulo 15 • Como escolher uma planta

Devem ser respeitados: • • •

O meio ambiente. As necessidades das plantas. Nosso gosto e objetivo.

Esta tabela é só um exemplo de como você pode começar sua pesquisa.

Árvores

• Árvores de pequeno, médio ou grande porte. • Produzem frutos comestíveis? • Tipo de raiz. • Tipo de copa. • Fornecem sombra densa etc.?

Trepadeiras

• Tipos de estruturas para se fixar. • Se produzem flores, quais as cores? • Exalam perfume etc.?

Forrações

• Gosta de sol ou meia-sombra. • Cores e formas. • Tempo de crescimento, produção de mudas etc.

Gramas

• Qual a mais resistente à falta de água? • Qual a que precisa de menos podas? • Qual a mais bonita? • Qual a que resiste a local mais sombreado etc.?

Etapas para implantação 1. Analise a área, faça o levantamento das plantas existentes e de todas as características do local. 2. Trace o caminho, levando em consideração as entradas e saídas. 3. Verifique a visão que se tem das janelas. 4. Escolha as árvores que são os elementos maiores do jardim, em seguida as palmeiras, arbustos, trepadeiras, forrações e por fim o gramado. 5. Desenhe em um papel a melhor distribuição desses elementos. 6. Deixe marcados e implantados os pontos de luz e água. Para áreas maio-

227

Capítulo 15 • Como escolher uma planta

res é aconselhável contratar projetos de iluminação e irrigação, assim como drenagem. 7. Faça o tratamento das plantas existentes – aproveitando a maior quantidade possível. 8. Faça o tratamento do solo. Muitas vezes é necessário fazer análise (descrita no capítulo de solo) para as devidas correções. 9. Nivele. 10. Marque os canteiros com pequenos pedaços de madeira amarrados com fio. 11. Plante adequadamente: tire o invólucro, seja ele, saco plástico, vaso, lata, estopa etc., com muito cuidado para não quebrar o torrão (terra que envolve e protege a raiz da planta), faça uma cova suficientemente grande para receber o torrão, nivele o colo da planta na superfície e complete com terra preparada. 12. Após o plantio, regue. 13. Aprecie sua obra de arte.

228

Capítulo 16• Pragas e Doenças



Capítulo 16 Pragas e Doenças 229

Capítulo 16• Pragas e Doenças

Capítulo 16

Pragas e doenças

P

ara fazermos uma análise da saúde de nossas plantas, devemos levar em consideração uma série de fatores: espécie da planta, ambiente, manutenção, presença de parasitas etc. Antes de pensarmos em fazer o combate às pragas e às doenças, é importante pensarmos em como não deixá-las ficar doentes. Uma planta bem nutrida, em local adequado, terá muito mais imunidade. É natural que as plantas apresentem algum tipo de praga e doença, faz parte da natureza e elas podem suportar, porém, se de algum modo houver comprometimento da produção, o controle deve ser feito. Lembre-se também que toda praga tem, pelo menos, um inimigo natural. Para chegar ao diagnóstico do problema de uma planta, algumas perguntas deverão ser respondidas: •

Qual é a planta? A queda das folhas, por exemplo, pode ser um processo natural da espécie, algumas manchas nas folhas e até a presença de esporos, às vezes, são confundidas com doenças.



Há quanto tempo você tem esta planta? Ela pode estar passando por um período de adaptação. Quando mudamos uma planta de ambiente, muitas vezes ela perde folhas e volta a produzi-las, é natural.





Aconteceu algo diferente? Adubação? Troca de lugar? Você foi viajar? Períodos longos sem rega podem ocasionar problemas.



As outras plantas apresentam problema semelhante?

Com essas respostas em mãos, procure as possíveis causas do problema. Podemos dividir os problemas em pragas e doenças: •

Pragas – Quando podemos ver o parasita que está atacando a planta, como pulgão, cochonilha, lagarta, formiga etc., sua identificação é fácil.



Doenças – Quando vemos apenas os sintomas, pois o parasita só pode ser observado ao microscópio. Assim como muitas das doenças que acometem os seres humanos, como, por exemplo, quando temos uma infecção e nosso corpo demonstra que algo está errado, pois há um aumento de temperatura (febre), nas plantas vemos: manchas, queda das folhas, apodrecimento do caule, murchamento etc. São doenças provocadas por fungos, vírus e bactérias. Sua identificação é difícil, pois vários sintomas parecidos, como manchas, por exemplo, podem ser causados



230

Capítulo 16• Pragas e Doenças

bemos suas teias, como as de aranhas de coloração variada; habitam a superfície inferior das folhas, sugando a seiva.

por excesso ou falta de água, nutrientes, sol ou ainda por ataque de patógenos. Neste caso, o melhor é enviar uma amostra para um laboratório especializado. •

Nematoides – parasitas pequenos e brancos que vivem na terra e atacam as raízes de plantas provocando galhas (desenvolvimento anormal).



Tatuzinho ou tatu-bola – Têm duas ações sobre as plantas, a negativa é que comem as suas raízes e a positiva é que seu movimento na terra acaba arando o solo.



Brocas – Larvas de besouros, mariposas e borboletas que não ficam expostos, fazem furos redondos na planta, como os de uma furadeira, e se desenvolvem no seu interior. As perfurações podem ser nas partes aéreas e subterrâneas dos vegetais, como troncos, raízes, bulbos, frutos e sementes.



Lesmas e caracóis – Moluscos que vivem em ambientes úmidos e escuros, por isso atacam durante a noite. Raspam as folhas fazendo grandes buracos. São controlados por armadilhas com cascas de frutas e troncos; durante a noite, são atraídos pelo cheiro e ao amanhecer se abrigam nessas cascas para se protegerem do sol, desse modo podem ser retirados manualmente.



Pinta-preta – causada por fungos que formam manchas circulares cercadas por anéis concêntricos de cor amarela e preta, muito comum em roseiras.



Oídio – doença fúngica que apresenta manchas brancas semelhantes ao mofo. Essas manchas, depois, tornam-se amarelo avermelhadas e acabam secando a folhagem.

Algumas pragas e doenças mais comuns: •









Pulgões – insetos pequenos, verdes, brancos ou pretos, sugadores. É talvez a praga que mais ataca as plantas, juntamente com as cochonilhas. Cochonilhas – podemos separá-las em duas categorias: com carapaça, que possui uma capa protetora, tem aparência de bolinha, escama ou risco preto; e sem carapaça, que é pequena e farinácea, parece um algodão. Abrigam-se em folhas, galhos e frutos. Normalmente, escondem-se em locais abrigados da luz. Podem ser eliminadas com inseticidas naturais. As cochonilhas com carapaças são impermeáveis, então, recomenda-se o uso de óleo vegetal ou mineral, que conseguem ultrapassar a carapaça. Lagartas – são larvas de borboletas e mariposas. Se quisermos as borboletas temos de suportar as lagartas, mas se elas estiverem prejudicando as folhas, recomendamos a catação manual, com luvas, ou o uso de um produto biológico à base de bacilos; também existem os predadores naturais que são vespas e pássaros. Abelha irapuã – esta abelha é útil na polinização, mas também ataca as flores e folhas, muitas vezes impedindo a frutificação. Por isso, é aconselhável verificar se realmente os danos são maiores que sua ação positiva. Ácaros – invisíveis a olho nu, só perce-

231

Capítulo 16• Pragas e Doenças

Pulgão.

Cochonilha com carapaça.

Lagarta.

Caramujo.

Broca.

Cupim.

232

Capítulo 16• Pragas e Doenças

Ácaro.

Cigarrinha.

Cochonilha.

Cupin e broca.

Doença fúngica.

Pulgão.

233

Capítulo 16• Pragas e Doenças

Formiga.

Fumagina.

Taturana.

Trips.

• Algumas receitas para controle de pragas e doenças 1.

Pique 5 cm de fumo de corda e deixe por uma noite em 1 litro de água, formando a calda de fumo. Na manhã seguinte, coe e pulverize nas plantas. Use toda a calda e prepare mais a cada aplicação, pois a nicotina, que funciona como inseticida, se perde após 24 horas. Aplique 3 vezes, uma vez por semana. Indicado para pulgões e cochonilhas sem carapaça e outros insetos.

2. Amasse 3 cabeças de alho, misture com 2 colheres (sopa) de parafina líquida e 1 colher (sopa) de sabão de coco picado. Dilua em 10 litros de água e pulverize. Indicado para insetos, bactérias, fungos e nematoides. 3. Deixe de molho 1 kg de folhas de angico (Piptadenia spp.) em 10 litros de água, por 8 dias. Aplique 1 litro por m2 de formigueiro. Indicado para formigas cortadeiras.

234

Capítulo 16• Pragas e Doenças

(Fonte: Jaccoud, 1994) 4.

Derreta cera de abelha e misture essência de Bergamota até formar uma pasta. Aplique nos furos provocados por cupins. (Fonte: Primavesi, 1997)

5. Para fazer calda bordalesa, dissolva 200g sulfato de cobre em 5 litros de água. No dia seguinte, dissolva cal virgem em 15 litros de água. Misture os dois e verifique o pH, que deve estar em torno de 11. A quantidade de sulfato e cal depende do estágio de infestação, mas pode variar entre 200 g e 1 kg. Utilize todo o material em três dias — após esse prazo, ele não terá mais o efeito desejado. Indicado para algumas doenças bacterianas, doenças fúngicas e insetos. (Fonte: Guimarães, 1996) 6. Misture 50 g de flores de camomila em 1 litro de água. Deixe de molho por três dias, agitando 4 vezes por dia. Aplique 3 vezes a cada 5 dias. Indicado para doenças fúngicas. (Fonte: Paiva, 1995) 7. Corte 1 kg de cebola e misture em 10 litros de água. Deixe curtir por 7 dias. Dilua cada litro da mistura em 3 litros de água. Indicado para doenças fúngicas, pulgões e cochonilhas. (Fonte: Sabillón e Bustamante, 1996) 8. O plantio de tagetes perto de canteiros repele muitas pragas. Você pode também fazer um chá com folhas e talos e pulverizar. 9. Dissolva enxofre em pó na proporção de 1% e pulverize três vezes. Indicado para ácaros. 10. Para combater a lagarta, existe um con-

235

trole biológico à base de bactérias, Bacillus thuringiensis, como o Dipel, Manapel, Agropel etc. 11. Misture leite em água na proporção de 10% e pulverize sobre as plantas, isso ajuda no controle de vírus e insetos. 12. Esprema a mandioca ralada, e retire o extrato de aspecto leitoso. Utilize 2 litros/m2. Aplique em intervalos de 14 dias, pulverizando por irrigação. Recomendado para fungos, nematoides, formigas, ácaros, pulgão e lagartas. (Fonte: Paiva, 1995) 13. Muitas pragas e doenças são controladas pelo NIM (Azadirachta indica). Entre em contato com os fornecedores e verifique a concentração e o tipo de aplicação, pois depende do parasita. 14. O óleo mineral é utilizado para controle de cochonilha com carapaça, pois ele é capaz de ultrapassar a capa que protege o inseto, matando-os. Utilize na concentração de 1% de diluição, em água. 15. Para controle de broca e cupins, que formam galerias, você deve eliminar o ramo atacado, introduzindo cupinicidas em suas galerias. Feche o orifício com barro ou cera para que a larva morra. 16. Pesquisas realizadas por técnicos da Emater tiveram bons resultados com a mistura de gergelim preto, coentro, folhas de mamona, cal virgem e enxofre, que deve ser pulverizada sobre as plantas. É muito importante observar se a planta está nas condições ideais para o seu desenvolvimento, pois o excesso ou falta de sol, vento e água, podem deixar a planta muito doente.

Capítulo 16• Pragas e Doenças

Recomendamos: •

Métodos culturais – procure um local onde a planta se adapte melhor, faça rotação de cultura, aeração do solo tanto pelo revolvimento da terra quanto pela adição de areia, limpe o canteiro antes do novo plantio, poda, adubação e irrigação.



Controle biológico – deixe que inimigos naturais façam seu trabalho, por exemplo: a joaninha come pulgões e cochonilhas.

Joaninha.



Métodos mecânicos – faça catação manual, uso de armadilhas, formação de barreiras ou sulcos etc.

A melhor opção é integrar vários métodos. Muitas vezes, a transferência de uma planta de um lugar para outro pode ocasionar problemas muito difíceis de serem controlados, por isso existem leis e portarias federais e estaduais, que obrigam o cumprimento de regulamentos visando prevenir a entrada e saída de plantas exóticas e eliminar a possibilidade de disseminação de pragas e doenças pelo serviço quarentenário, executado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal. Há ainda decretos estaduais visando medidas obrigatórias de controle, além de fiscalização do comércio de defensivos.

236

Capítulo 17 • Manutenção



Capítulo 17 Manutenção 237

Capítulo 17 • Manutenção

Capítulo 17

Manutenção

A

manutenção é um dos itens mais importantes do jardim, pois dela depende a continuidade do jardim. Não adianta ter um projeto extraordinário se a manutenção não for adequada. É o que diferencia o jardim das outras obras de arte. Projeto

Planejamento

Execução Manutenção

Obra-de-arte Jardim

Planejamento, Projeto, Execução. No jardim nunca para, pois lidamos com seres vivos, que precisam de cuidados constantes. Como o próprio nome diz, manutenção vem do manter, “manter um jardim saudável e bonito” e não alterar. A partir do momento que modificamos um jardim, estamos fazendo uma reforma e para isso precisamos do consentimento do autor do projeto. Manutenção é Conservação, essencial para manter a planta saudável, com bom desenvolvimento, crescimento certo, manter as linhas do jardim, impedir que uma atrapalhe a outra, ou seja, conduzir da melhor forma para manter o jardim bonito. O mais importante são os métodos preventivos, ou seja, não deixar a planta ficar fraca ou doente. Alguns procedimentos que merecem atenção:

238

Capítulo 17 • Manutenção

Irrigação Reposição de água do solo e da planta para que ela tenha um bom desenvolvimento. São utilizados técnicas e equipamentos programados e operados de forma racional. A maior parte da planta é composta de água, algumas com mais de 90%. Podemos observar que com a falta de chuvas e irrigação manual as folhas começam a secar, murcham, ficam desidratadas e caem (como uma maneira de diminuir a perda de água, uma vez que as folhas evaporam e transpiram água). Todo alimento que entra na planta é diluído em água, assim, a água representa uma boa parte da vida das plantas. E ela não pode faltar. Existem várias técnicas de irrigação, mas para escolher, é importante conhecer o solo (taxa de infiltração e capacidade de retenção de água); clima e época do ano, que interfere no consumo de água pela planta; declividade do terreno; da qualidade e da disponibilidade de água; dos efeitos do vento; do tipo de cultura e da fase de desenvolvimento da planta que será irrigada. Você pode associar vários métodos. Em regiões áridas e semiáridas a irrigação é imprescindível principalmente nos períodos críticos, que são a germinação e a floração. Existem diversos métodos e sistemas de irrigação, mas para jardins residenciais os mais comuns são: •

Gotejamento – A água é levada sob pressão por tubos e aplicada ao solo, através de emissores, diretamente sobre a raiz da planta, em alta frequência e baixa intensidade. Possui uma eficiência na ordem de 90%, porém seu custo é alto. Normalmente é utilizada para culturas ou grandes jardins, ou naqueles de difícil acesso. Tem, como vantagem, menos necessidade de água, comparado aos demais sistemas de irrigação. Pode ser instalado na superfície ou enterrado.



Aspersão convencional – A água é lançada ao ar em jatos de água que caem sobre as plantas em forma de chuva. Podem ser móveis ou totalmente automatizados (fixos). No método convencional, a linha principal é fixa e as laterais são móveis. Tem custo menor, mas requer mais mão-de-obra para as mudanças da tubulação.

Para jardins menores, a aspersão é feita com mangueiras mais simples, mas o ideal é direcionar o jato de água para cima e deixar cair como chuva, assim estaremos imitando a natureza e certamente o resultado é melhor. É aconselhável que a rega seja feita nas primeiras horas do dia, mas se não for

239

Capítulo 17 • Manutenção

possível, pode ser feita a qualquer hora, mas nas horas mais quentes do dia uma boa parte da água lançada e quase que imediatamente evaporada. A irrigação à noite tem o inconveniente de deixar o excesso de água na terra até o dia seguinte, quando o calor do sol fará com que o excesso evapore. O excesso de água é mais prejudicial que a falta, pois ela ocupará o espaço na terra destinado ao ar, de modo que a planta não pode respirar, a raiz apodrece e a planta morre. Cada planta tem uma necessidade de água diferente, mas normalmente regamos até que a terra fique molhada a 15 cm de profundidade e a próxima rega deverá acontecer quando a terra secar. Observe se a água está descendo muito rapidamente, neste caso, há excesso de areia, ou se a água está empoçando em vez de descer, neste caso, a terra está muito argilosa. Em ambos os casos é aconselhável corrigir e revolver a terra. Uma boa dica para economia de água é a adição de composto orgânico na terra, que absorverá a água e a liberará de forma lenta, mantendo a planta hidratada por mais tempo. A água deve ser de boa qualidade, principalmente para irrigação de hortaliças.

Irrigação.

Adubação A adubação consiste em corrigir deficiências ou repor nutrientes para o crescimento das plantas. Os nutrientes são divididos em macro e micronutrientes, e as plantas precisam especialmente dos macronutrientes. Os mais necessários são nitrogênio, fósforo e potássio, como já vimos no capítulo sobre solos. Quando o solo está bem preparado, o que se consegue com uma boa nutrição orgânica,

240

Capítulo 17 • Manutenção

dificilmente a planta apresentará problemas. Encontramos no comércio adubos orgânicos e minerais (químicos). Para uma melhor compreensão, podemos comparar os orgânicos, com uma pessoa que tem uma boa alimentação e vive num ambiente saudável, já que esse tipo de adubo também melhora muito as propriedades físicas do solo. Já os compostos inorgânicos ou químicos, seriam as vitaminas adicionais e que seriam desnecessárias se houvesse uma boa alimentação (orgânica). 1. Adubos orgânicos – são obtidos a partir da decomposição de restos de plantas ou de animais (especialmente o estrume), veja no capítulo solo, onde falamos de compostagem. O adubo orgânico melhora as condições físicas do solo, deixando-o solto, facilitando a absorção da água, conservando a umidade e melhorando o meio para o desenvolvimento do sistema radicular das plantas. 2. Adubos inorgânicos ou minerais – são extraídos de rochas, que são recursos naturais não-renováveis, ou produzidos em indústrias químicas, com riscos para o meio ambiente. O mais conhecido é o NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) que é comercializado em diversas formulações. 3. Adubos verdes – são plantas, geralmente leguminosas, cultivadas antes ou junto com a cultura principal. As folhas e a palhada dos adubos verdes contêm nutrientes que lentamente vão sendo utilizados por outras culturas. O adubo pode ser aplicado diretamente no solo, para que seja incorporado pelas raízes em conjunto com a água, por isso é importante regar após a adição. Para saber a quantidade necessária de adubo é preciso conhecer a composição do solo e as exigências de cada espécie. Normalmente, você pode dividir a adubação em 3 aplicações. Cada planta tem uma melhor época para adubação, mas de modo geral, costumamos fazer a adubação nos meses que têm a letra R, ou seja, os meses da primavera e verão, época em que as plantas crescem mais e têm mais necessidade de nutrientes.

Transplante A transferência da planta para outro local pode ser feita enquanto as mudas são pequenas ou quando já são árvores grandes, dependendo das características da planta.

241

Capítulo 17 • Manutenção

As hortaliças e floríferas devem ser transplantadas da sementeira, quando tiverem de 4 a 6 folhas novas. Faça o transplante nas horas mais frescas do dia, com uma colher de transplante, sempre levando um pouco da terra que envolve as raízes. As plantas envasadas devem ser transplantadas quando o vaso fica pequeno e as raízes começam a sair ou ocorre a quebra do vaso. Neste caso, é muito fácil: proceda como se estivesse montando um vaso normal, porém, ao retirar do antigo vaso, tome cuidado para não quebrar o torrão, pois quando isto ocorre, muitas vezes a planta perde todas as folhas e a recuperação pode demorar ou até não acontecer. Para não correr riscos, o ideal é quebrar o antigo vaso. No transplante de plantas que já estão na terra e vão para outro lugar, lembre-se que, ao retirá-las do solo, é quase inevitável o corte de uma parte das raízes, o que dificultará o abastecimento de água. Para compensar essa perda, diminua a parte aérea, ou seja, pode uma parte dos galhos com folhas.





Corte a raiz principal e efetue o plantio no novo local após as raízes novas terem se formado nos 4 eixos N-S-L-O, completando a trincheira nos 360o da planta.



Faça o plantio do mesmo modo que o de uma muda nova.

Para plantas maiores, alguns cuidados devem ser tomados: •

Faça uma vala circular com 6 vezes o tamanho do diâmetro do caule, em distância e profundidade. O ideal é fazer em duas etapas, na primeira o corte será no sentido norte-sul, deixando as raízes do eixo leste-oeste intactas até que as primeiras já tenham desenvolvido as raízes novas e só neste momento é que a segunda etapa será cortada.



Coloque folhas secas nas valas ou trincheiras, conforme forem cortadas.



Espere até que as raízes laterais se formem e se estabeleçam, isso dependerá

muito da época do ano. Marque na árvore onde está a face norte, para que posteriormente ela seja plantada na mesma face.

242

Preparo do torrão.

Capítulo 17 • Manutenção

Poda Técnica utilizada para controlar o crescimento das plantas. Muito aplicada para manter o gramado com determinada altura, direcionar o crescimento de trepadeiras, dar forma e fazer cercas-vivas em arbustos, compatibilizar a planta à área e aumentar a produção das árvores frutíferas. É importante lembrar que a poda é feita para satisfazer as necessidades dos homens e não da planta, pois quem precisa de mais flores e frutos não é a planta: o que ela produz é suficiente para manter a geração de novas plantas. Na natureza, a poda sem intervenção humana só ocorre com a queda de um galho doente ou das folhas que já completaram seu ciclo de vida. Quando mal executada, a poda pode levar à morte da planta ou deixá-la suscetível à queda, ou a doenças. Infelizmente os critérios utilizados para prioridade dos elementos que estão nas calçadas prejudicam bastante as árvores. Na arborização urbana, a poda visa basicamente conferir à árvore uma forma adequada aos equipamentos urbanos. A retirada de galhos para liberação de fios elétricos, por exemplo, é chamada poda de adequação, deveria ser executada para conduzir a parte aérea e não para reduzir o volume, mas nem sempre isso acontece.

Poda feita para liberar a passagem dos fios.

243

Capítulo 17 • Manutenção

Poda com descascamento.

Poda boa com cicatrização.

A cidade de São Paulo teve um crescimento muito rápido e sem planejamento, o que fez com que muitas árvores, antes perfeitamente adaptadas ao ambiente, se tornassem incompatíveis às condições atuais: diminuição de calçadas, construção de casas e edifícios sem recuo, instalação de fiação elétrica e de telefone, tubulações etc. Neste cenário, se faz necessária a utilização de poda para corrigir os conflitos. É preciso o conhecimento técnico e muita atenção para realização dessa poda, caso contrário, ocorrerá o que estamos acostumados a ver, ou seja: árvores que caem por falta de equilíbrio ou poda de raiz, modificação na arquitetura da planta ou mesmo mutilação, abertura para entrada de insetos e outras doenças. Devido aos grandes problemas ocorridos por podas malfeitas, criou-se a Lei No 10.365, que disciplina o corte e a poda de vegetação de porte arbóreo na cidade de São Paulo. A lei considera como bem de interesse comum a todos os munícipes esta vegetação, estando ela em área pública ou particular. Para execução de corte ou poda é necessário o parecer de um técnico da PMSP e a publicação no Diário Oficial.

Podas mal feitas.

244

Capítulo 17 • Manutenção

Podas mal feitas.

1. Poda de formação – visa à adequação da árvore ao local. Consiste na retirada de ramos secundários, deixando que a primeira bifurcação fique após uma altura que não prejudique a passagem de pedestres, automóveis e ônibus, dependendo da situação. O mínimo que a primeira bifurcação deve ter é 1,80 m. Normalmente, esta poda é realizada ainda no viveiro de produção, com precocidade, enquanto os ramos têm diâmetros pequenos para que haja, assim, uma rápida cicatrização. Deve-se levar em consideração o modelo arquitetônico da espécie. 2. Poda de limpeza e manutenção – é empregada para evitar a queda de galhos mortos ou transmissão de doenças ou mesmo para preservar a saúde da planta. É a eliminação de ramos secos, doentes ou senis, de ramos ladrões e dos brotos de raiz. Também é retirada a erva-depassarinho. 3. Poda de emergência – em situações especiais, quando a árvore, ou parte dela, corre risco de queda, podendo provocar danos às pessoas, ao patrimônio público ou particular. Solicitada principalmente em épocas de vendavais ou chuvas fortes, pode ser feita por bombeiros. 4. Poda de adequação – tem a mesma finalidade que a poda de formação, com a diferença de que a adequação é aplicada em árvores adultas para solucionar ou amenizar conflitos entre equipamentos urbanos e a arborização. 5. Poda de raiz – é empregada para solucionar problemas causados pelo afloramento de raízes, como quebra de calçada. Isto pode ocorrer por vários motivos: característica da planta, falta de ar no solo, presença de massa rochosa no solo que impede a penetração das raízes, existência de lençol freático alto etc. Esta prática deve ser evitada por comprometer a estabilidade da árvore, diminuir a absorção de água e sais minerais e abrir uma porta de entrada para microrganismos e insetos. Só deve ser realizada por profissional competente com autorização prévia.

245

Capítulo 17 • Manutenção

6. Poda para dar forma – mais conhecida como topiaria. É a poda artística, que modela a planta em forma de bichos, bolas, quadrados etc. Esse tipo de poda não é permitido para vegetação de porte arbóreo.

Corte em duas etapas Tem por finalidade preparar a planta para remoção de um galho maior. O primeiro corte deve ser feito à distância de 0,5 m a 1 m do tronco. Esse primeiro corte debilitará o ramo e ativará os mecanismos de defesa. Na segunda, um ou dois períodos vegetativos após o primeiro corte, é concluída a remoção do ramo cortando-o junto ao tronco.

1a etapa

2a etapa

Para evitar o descascamento do tronco, a poda deve ser feita em 3 cortes, sempre preservando a crista da casca e o colar da base. 2o corte 2/3 1/3

Crista da casca 1o corte

30 cm Colar 3o corte Poda em 3 cortes.

246

Capítulo 17 • Manutenção

• •

O colar é a região inferior da base do ramo, na sua inserção com o tronco.



A crista da casca é o acúmulo de casca na parte superior da base do ramo devido ao crescimento em diâmetro do ramo e do tronco.



Fossa basal é uma depressão no tronco abaixo da base do ramo. Indica falta de fluxo de seiva em direção ao tronco, ou seja, o ramo já não contribui para o crescimento da planta, estando prestes a secar. Neste caso, o plano de corte é paralelo e rente ao tronco, já que o colar não é mais funcional.

A melhor época para efetuar a poda varia com o padrão de repouso de cada espécie. Para evitar acidentes, todos os galhos que serão podados devem ser amarrados ao tronco para amortecer a queda. É necessário conhecer a planta para realizar a poda com segurança para quem faz e para a planta. Muitas árvores são caducifólias (perdem as folhas em determinada época do ano) e, por falta de conhecimento, alguns pensam que a planta está morta e precisa ser podada ou suprimida. A mesma árvore pode apresentar padrões de crescimento diferentes dependendo do ambiente, tanto na parte aérea como nas raízes, e é preciso levar em conta fatores como tipo de solo e espaço para seu desenvolvimento e posição do sol. A poda errada pode retirar o sistema de defesa das árvores permitindo que microrganismos invadam o ferimento e atinjam os tecidos mais internos. Isto acontece quando a planta deixa de produzir uma secreção cicatrizante que forma uma nova casca. Podemos observar uma poda bem-feita quando surge um calo cicatricial que se inicia na casca em direção ao centro da planta e cobre todo o corte. Quanto mais jovem o galho, maior a possibilidade de recuperação.

Legislação A Lei no 10.365 considera toda vegetação de porte arbóreo (espécimes vegetais lenhosos, com Diâmetro do Caule à Altura do Peito – DAP, superior a 5 cm), existente no município de São Paulo, estando ela em áreas públicas ou privadas, como um bem comum a todos os munícipes, assim toda poda e corte de árvore no município de São Paulo necessita de autorização prévia do Poder Executivo Municipal. Vale lembrar que as árvores agem como um verdadeiro filtro de poluição e são responsáveis por uma melhor qualidade de vida. É muito melhor escolher uma árvore que, quando adulta, se adapte ao local do que ficar recorrendo a podas constantes. Ao comprar uma árvore, pesquise qual o porte que ela pode alcançar.

247

Capítulo 17 • Manutenção

Avifauna É importante lembrar que pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9605/98, art. 29, § 1o incisos I e II), tanto as aves silvestres quanto seus ninhos estão protegidos e, portanto, não podem ser removidos. Dessa forma, o correto é evitar a poda das árvores que estiverem sendo utilizadas para a reprodução das aves, salvo os casos de poda emergencial, nas quais o manejo não pode ser adiado.

248

Capítulo 17 • Manutenção

249

Capítulo 17 • Manutenção

250

Considerações Finais

D

icas para quem pretende praticar jardinagem respeitando a natureza:



Observe a natureza – é importante saber a época certa em que a planta floresce, produz sementes, tem um crescimento mais intenso, troca as folhas, se a raiz é superficial ou não etc. Entendendo o funcionamento da planta, podemos tentar imitar a natureza e ter sucesso na arte da jardinagem.



Observe alguém praticando jardinagem – aprende-se muito olhando um bom jardineiro trabalhar. Na jardinagem existem muitos detalhes, e a observação é fundamental para a compreensão do jeito certo de fazer.



Pratique – muitas coisas só se aprendem fazendo, “colocando a mão na massa”. Faça tentativas até acertar.



Estude – além de as plantas terem nomes difíceis, o Brasil tem um número muito grande de espécies. Para memorizar os nomes das plantas com as quais vai

trabalhar, você deve fazer um certo esforço. Também deve estar sempre se atualizando: há muitas técnicas que são aprimoradas constantemente e, para conhecê-las, é preciso estudar, ler etc. Tente aprender uma flor por dia, seu conhecimento aumentará brincando. Através da pesquisa pessoal, você pode adquirir um ótimo banco de dados para ser usado futuramente ou simplesmente aumentar seu conhecimento. •

Para começar, reserve um caderno só para estudo das plantas e anote lá o nome da planta, em que condições foi encontrada (sol/sombra etc.), espaço que ocupa (porte), forma de crescimento (rápido/ lento), tipo de copa, características da raiz (pivotante, cabeleira, agressiva etc.), cor das folhas e flores, época de floração, se possui algum tipo de cheiro ou substâncias alérgicas, enfim um histórico das plantas.



Faça com carinho, paciência e amor – fazer um jardim é lidar com seres vivos que precisam de atenção, como todos os seres vivos nem sempre estão bem, e é necessário paciência e amor.

251

O escritor Edgar Allan Poe dizia: “Fico surpreso que ninguém jamais tenha descrito o jardinista como poeta, apesar de a criação de um jardim oferecer às musas a perfeita oportunidade de inspiração”. Em minha opinião, o conhecimento só se torna real quando é compartilhado. Faço votos que com as informações deste livro vocês consigam fazer seu jardim e, quem sabe, muitos outros...

252

Bibliografia

ABREU, H. J. Práticas alternativas decontrole de pragas e doenças. Campinas: EMOPI, 1998. BECKETT, K. A. Culturas em abrigo. 2. ed., Lisboa:PublicaçõesEuropa-América, 1981.

JACOB, P. Cidade e meio ambiente: percepções e práticas em São Paulo. 2. ed., São Paulo: Annablume, 2006. JOLY, A. B. Botânica Introdução à taxonomia vegetal. 6. ed., São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1983.

BROWSE, P. M. A Propagação das plantas. 4. ed., Portugal: Companhia Editora Nacional, 1979.

JOYCE, D. Poda y desarrolo de las plantas. Barcelona: Blume, 1996.

BURNIE, D. Florestas – Por dentro. São Paulo: Editora Globo, 1998.

LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil. 3. ed., Nova Odessa: Plantarum, 2000.

CAMPBELL, S. Manual de compostagem para hortas e jardins. São Paulo: Nobel,1990. CARVALHO, M. C. N. & CARVALHO, R. I. N. Terrários ciência e arte. Curitiba: Editora UFPR, 2002.

LORENZI, H. & SOUZA, H. M. Plantas ornamentais no Brasil. 3. ed., Nova Odessa: Plantarum, 2001. . Árvores brasileiras. 4. ed., Nova Odessa: Plantarum, 2001.

EICHHORN, R. E. Biologia vegetal. 4. ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2001.



. Manual de identificação e de controle de plantas daninhas. 5. ed., Nova Odessa: Plantarum, 2000.

FRANCISCO NETO, J. Manual de horticultura ecológica: guia de auto-suficiência em pequenos spaços. São Paulo: Nobel, 1995–1999.



. Árvores exóticas no Brasil. Nova Odessa: Ed. Plantarum, 2003.



. Palmeiras brasileiras e exóticas cultivadas. Nova Odessa: Plantarum, 2004.

GREENWOOD, P. Dicas e sugestões de jardinagem. São Paulo: Nobel, 1996 HILL, L. Segredos da propagação de plantas. São Paulo: Nobel, 1985.





PITTA, G. P. B.; CARDOSO, E. J. B. N.; CARDOSO, R. M. G. Doenças das plantas ornamentais. São Paulo: IBLC, 1990.

253



SÃO PAULO (Município). Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Manual técnico de arborização urbana. 2. ed. São Paulo: 2005.

Sites e livros consultados para as atualizações da 2ª. Edição entre setembro e outubro de 2018. •

www.oeco.org.br/noticias/25255-planetaterra-e-o-lar-de-87-milhoes-de-especies/



www.theplantlist.org



http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/ PrincipalUC/PrincipalUC.do

. Manual técnico de poda de árvores. São Paulo, 2005.

SÃO PAULO (Município). Departamento de Parques e Áreas Verdes. Apostila do curso municipal de jardinagem. São Paulo, 1975. PRIMAVESI, A. Manejo ecológico do solo. São Paulo: Nobel, 2002. SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre, Florianópolis: UFSC, 1999.

KINUPP V. F. & LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, Nova Odessa: Plantarum, 2000. LORENZI, H. Plantas Para Jardim no Brasil. 2. ed., Nova Odessa: Plantarum, 2015.

TOOGOOD, A. Enciclopédia de la propagación de plantas. Barcelona: Blume, 2003. WOLVERTON, B. C. How to grow fresh air. New York: Penguin Books, 1997 • • • • • • •

www.prefeitura.sp.gov.br/ secretarias/ meio_ambiente. www.wikipedia.org www.irrigotec.com.br www.cnpad.embrapa.br

254

255

256