Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa
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K S P A Ç O

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ser analisado como um constructo cultural que expressa e reflete, \

p a r a além de sua materialidade

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determinados discursos. No quadro

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Exemplificaremos isso com os esquemas e dados que p r o p o r c i o n a o l i v r o de G. M . B r u n o :

Geografia-Atlas

(Barcelona - M a d r i d : Bruno, s.a.).

Cada aluno de uma sala de aula tem de dispor de 1,50 m de superfície de piso. Qual tem de ser, pelo menos, a superfície de uma sala da aula para 40 alunos? (PlaDalmau (ed.) Enciclopédia escolar ESTÚDIO. GeronaMadrid: Dalmau Charles, Piá, 1958, p. 226).

2

Meçam, a olho, em metros e centímetros, a altura da sala de aula, da janela, do quadro-negro, de uma árvore, e t c ; a largura e o comprimento da sala de aula, da rua, do pátio de jogos, de um campo, etc (A seguir, incluem-se diversos exercícios sobre o sistema métrico decimal e suas equivalências com as medidas ainda em uso na Espanha; fazem-se referências aos cursos anteriores em que se mediram com pés, passos, palmos, dedos... Palau Vera, J. Aritmética, tercer grado. Barcelona: Seix Barral, 1923, pp. 123-127). Medir as dimensões da sala de aula e achar o perímetro e a área do solo. Repetir a mesma operação a respeito da lousa. (F. T. D. (ed.) Cartilla moderna de Geometria, s. d., 2 edição, p. 23). U

Determinem-se as dimensões de um livro, de uma mesa, de uma sala de aula (Xandri, J. Concentraciones. Madrid: Tip Yagues, 1932, p. 8). O e s p a ç o - e s c o l a aparece tratado de forma mais i n t u i t i v a e prática nos textos de geografia. Nesses manuais, inserem-se as primeiras noções e técnicas de p l a n i m e t r i a , assim como os conhecimentos conexos relativos à orientação, construção de escalas, planejamento, urbanismo e outros. 54

Figura 5. As gravuras da parte superior correspondem à vista interna e ao plano da sala de aula. Na p r i m e i r a , aparecem desenhados todos os elementos do ambiente, perfeitamente dispostos conforme critérios estritos de ordem e simetria, encimados por três letreiros que expressam valores da L a Ciam tradição monástica. O modelo recebe luz bilateral e apresenta uma orientação não muito ortodoxa. O desenho da direita é o plano correspondente à vista anterior. A gravura inferior apresenta os arredores da escola (essa se localiza frente a uma praça e junto à igreja). No desenho aparecem diversos elementos do entorno natural e urbano do plano m u nicipal. As gravuras estão acompanhadas de perguntas sobre a classe e sobre o entorno, dentro de um questionário mais amplo de geografialocal (meio físico, população, economia, administração). O último exercício diz assim: "Os alunos traçarão ou reproduzirão os desenhos dos planos e os mapas locais traçados pelo professor" (Bruno. Op. cit., pp. 4-5).

5 5

/U.ISTIN

P.SCOI.ANO

ARQUITETURA

COMO

PROGRAMA.

ESPAÇO-ESCOLA

E C U R R I C I LO

0 espaço-escola tem sido, como mostra esta simples P L A N I M E T R J A - A L R E D E O O R C S

DC L A

ESCUETA"

1

análise de textos e ilustrações, u m tópico presente e m todo tipo de manuais escolares e, portanto, u m tema recorrente, c o m u m a toda época e a todas as disciplinas do currículo. A escola tem sido u m referente real e simbólico e até mesmo o ponto de partida para a mais ambiciosa viagem imaginária pela Espanha e pelo m u n d o , como faz o l i v r o de F. Torres. Na Espanha autárquica e isolada dos anos 4 0 , as viagens ao ext e r i o r só p o d i a m ser u m exercício d a imaginação, cujas erranças não precisavam " n e m passaporte, nem m a l a " ; uma

Wkm» u n término m u n i c i p a l

alienação alucinante ("sem sair do recinto de nossa escola"); u m transporte irreal ("como por arte de magia e graças à

Figura 6. Outros dois planos de situação da escola com dados de orientação e escala. Observe-se a localização central da escola e a diferente orientação em relação à anterior. Porque se dispõe de escala, é possível efetuar exercícios de medidas, como se sugere no questionário que acompanha os planos (Edelvives (ed.) Enciclopédia escolar. Primer grado. Zaragoza- Luis Vives, 1943, . 162-163). P P

variedade de virtudes que é a palavra de D o m Fernando", o professor). Sem mover-se do recinto escolar, "transportados nas ondas sonoras de sua v o z " , os a l u n o s " v i a j a r a m " , " p e r e g r i n a r a m " , "fizeram v i s i t a s " . . . e até mesmo escreveram "um

l i v r o de viagens". Essa viagem imaginária começa e

termina no próprio espaço-escola, do qual os personagens do relato sempre recordarão duas imagens ("a silhueta de D o m Fernando" e "as paredes brancas de nossa escolinha" - Torres, pp. 1 4 4 - 1 4 5 ) , duas impressões que não sairiam nunca de sua memória. Pode ocorrer até mesmo o caso de que sobre esses muros brancos ("sem cartazes, sem mapas nem lousas que interrompam a b r a n c u r a " , como os descritos por A . J. Onieva em outro conhecido livro da época) se i m p r i m a " u m friso decorativo com historietas i n f a n t i s " ou que os peitoris das janelas, que apontam sempre para o S u l , estejam cheios de "vasos" ("que as meninas c u i d a m com o maior c a r i n h o " — Figura 7.

Onieva, 1 9 5 8 , p . 9 9 ) , e também nesse caso, esses motivos

0 espaço-escola pode ser também o ponto i n i c i a l e t e r m i n a l de u m a viagem imaginária, como no relato de E Torres (Alrededor de la escuela. Madrid: Hernando, 1943, 5 ed.).

literários e naturais se constituiriam em uma forma de escritura no espaço que se perpetuaria nas imagens e nas mentalidades coletivas da memória c u l t u r a l .

a

56

5 7

D O

ESPAÇO ESCOLA

PROPOSTAS

E S C O L A R COMO E

E

DA

LUGAR:

QUESTÕES

ANTONIO VINAO F R A G O

13

Este trabalho é parte de u m projeto mais amplo de investigação sobre " 0 espaço e

o tempo escolares em sua p e r s p e c t i v a histórica" ( P S 9 3 - 0 1 7 7 ) , f i n a n c i a d o pela Dirección General de Investigación Científica y Técnica ( D G I C Y T ) .

— Mas não sabem onde está o Instituto? — exclamou surpreso. — Cada vez me convenço mais de que vocês são os homens mais felizes da terra. — Por quê? — perguntou meu pai. — Porque uma das maiores desgraças que podem afligir o homem é saber praticamente onde está e para que serve o Instituto. Sabes a rua do Matadouro? — E não haveria de saber, se a percorri uma centena de vezes! — Pois nessa rua verás um edifício majestoso, branco, com o número 13, e que tem uma entrada régia. Na fachada e com letras salientes e douradas lerás uma inscrição que diz: Instituto Geral e Técnico de Percebilla. — Já sei a que edifício te referes. Mais de uma vez me fixei nele; mas sem levantar os olhos para ler essa inscrição de que falas. Eu supunha que era um cinema ou um teatro ordinário, porque sempre encontrei ali uma multidão de rapazes, pasteleiros efruteiros que gritavam loucamente. Memórias do bacharel Aiscrim (1924).

^ ^ ^ u a l q u e r atividade humana precisa de u m espaço e de u m tempo determinados. A s s i m acontece com o ensinar e o aprender, com a educação. Resulta disso que a educação possui uma dimensão espacial e que, também, o espaço seja, j u n t o com o tempo, u m elemento básico, c o n s t i t u t i v o , da atividade educativa. A ocupação do espaço, sua utilização, supõe sua constituição como lugar. O "salto qualitativo" que leva do espaço ao lugar é, pois, uma construção. O espaço se projeta ou se imagina; o lugar se constrói. Conslrói-se " a partir do fluir da v i d a " e a partir do espaço como suporte; o espaço, portanto, está sempre disponível e disposto para converler-se em lugar, para ser construído . O problema, o primeiro problema, se coloca 14

Vamos construir uma escola em forma de pentágono. É para que aprendam o que é a democracia. A casa de chá do luar de agosto. (Fragmento do discurso do coronel das forças de ocupação norle-americanas aos vizinhos da aldeia de Toubriki, na ilha de Okinawa.)

quando se carece de espaço ou de tempo. Há muitas maneiras de impedir ou de proibir, mesmo sem fazêdo de forma expressa. Basta que se ocupem todos os espaços e lodos os tempos. U m projeto lolalitário seria aquele em que os indivíduos, isolados ou em grupo, não dispusessem de espaços ou de tempos. De espaços aos quais lhes dessem sentido fazendo deles u m lugar.

1 1

A L B A , Fernandez. Sobre la naturaleza

que construye la arquitectura

(geometria dei

recuerdo y proyeclo d e i l u g a r ) . M a d r i d : R e a l A c a d e m i a de Bellas Artes de San Fernando, 1 9 8 4 , p p . 1 4 - 1 5 . 60

6 1

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Seria aquele em que alguém ocupa todos os espaços ou tempos possíveis, aquele no q u a l não restem nem resquícios nem intervalos. A escola pois, enquanto instituição, ocupa u m espaço

São muitas as influências e entrecruzamentos entre o espaço e o tempo. Mas ao menos em relação ao passado, não captamos a duração em si mesma; podemos medi-la, segmentála, mas carecemos de memória acerca da duração. 0 que

e u m lugar. U m espaço projetado ou não para tal uso, mas dado,

recordamos são espaços que levam dentro de s i , comprimido,

que está a l i , e u m lugar por ser u m espaço ocupado e utilizado.

u m tempo. Nesse sentido, a noção do tempo, da duração, nos

Por isso, sua análise e compreensão, a partir dessa perspectiva,

chega através da recordação de espaços diversos ou de fixações

requerem algumas considerações prévias sobre as relações entre

diferentes de u m mesmo e s p a ç o . De espaços m a t e r i a i s ,

o espaço e a atividade humana, a escola como lugar e a

visualizáveis. 0 conhecimento de si mesmo, a história interior,

dimensão espacial dos estabelecimentos docentes.

a memória, em suma, é u m depósito de imagens. De imagens de espaços que, para nós, foram, alguma vez e durante algum

ESPAÇO E LUGAR: A DIMENSÃO ESPACIAL DA ATIVIDADE HUMANA

tempo, lugares. Lugares nos quais algo de nós a l i ficou e que, portanto, nos pertencem; que são, portanto, nossa história. Essa tomada de posse do espaço vivido é u m elemento

Acreditamos, às vezes, que nos conhecemos no tempo, quando na realidade só se conhece uma série de fixações em espaços da estabilidade do ser, de um ser que não quer acabar, que no próprio passado vai em busca do tempo perdido, que quer 'suspender' o vôo do tempo. Em seus mil alvéolos, o espaço conserva tempo comprimido. 0 espaço serve para isso (...). ... A memória não registra a duração concreta... E pelo espaço, é no espaço que encontramos esses belos fósseis de duração concretados por longos tempos... Localizar uma recordação no tempo é só uma preocupação do biógrafo e corresponde unicamente a uma espécie de história externa, uma história para uso externo, para c o m u n i c a r aos o u t r o s . . . Para o c o n h e c i m e n t o da intimidade é mais premente a localização de nossa intimidade nos espaços do que a determinação das datas . 15

determinante na conformação da personalidade e mentalidade dos indivíduos e dos grupos. Por isso, o espaço "não é u m meio objetivo dado de uma vez por todas, mas uma realidade psicológica v i v a " . E m certo sentido, o espaço objetivo — para J6

denominá-lo de alguma maneira — não existe. E se existe, não conta — salvo como possibilidade e como l i m i t e . 0 que conta é o território, uma noção subjetiva ou caso se prefira, o b j e t i v o - s u b j e t i v a — de índole i n d i v i d u a l ou g r u p a i e de extensão variável. U m a extensão que vai desde os limites físicos do próprio corpo — ou de determinadas partes do mesmo — até o espaço mental dos projelos, a l i até onde chega o pensamento que prenuncia a ação e o deslocamento . 17

1 6

17

M E S M I N , Georges. Uenfant, Varquitecture et Vespace. Tournai: Caslerman, 1973, p. 16. B A I L L Y , Anloine S. La percepcion dei espacio urbano. Conceplos, métodos de estúdio y

sua utilización

en la investigación

urbanística.

M a d r i d : I n s t i t u t o de Estúdios de

Administración Local, 1979, pp. 109-110. Precisamente, porque o espaço c unia realidade psicológica viva é que são possíveis a psicologia ambiental e o estudo das dimensões emocionais e afetivas do ambiente ( C O R R A L I Z A , J.A. La expressión dei Percepcion y significado

ambiente.

construído. Madrid: Tecnos, 1987, onde além de uma boa exposiçài i

e síntese teórica, avalia-se, dessa perspectiva, o campus universitário de Cantoblanco), 62

6 3

U O ESPAÇO ESCOLAR V. DA ESCOLA COMO L U G A R ! PROPOSTAS E Q l ESTÔES

O território e o lugar são, p o i s , duas r e a l i d a d e s

Além disso, o espaço como território e lugar introduz,

individuais e grupalmente construídas. São, tanto n u m quanto

nas palavras de Bachelard, a dialética do interno e do externo

no outro caso, uma construção social. Resulta disso que o

- aquilo que é a escola e aquilo que fica fora dela, por exemplo,

espaço jamais é neutro: em vez disso, ele carrega, em sua

e também em relação à sala de aula e a outros espaços escolares

configuração como território e lugar, signos, símbolos e

- , o fechado e o aberto - estruturas cortantes ou herméticas

vestígios da condição e das relações sociais de e entre aqueles

frente a estruturas de transição ou porosas - e o pequeno e o

que o habitam. 0 espaço comunica; mostra, a quem sabe ler,

grande - a escola/lar frente à escola/quartel

o emprego que o ser humano faz dele mesmo. U m emprego

dicotomias, se poderia agregar mais outra - o curvo e o retilíneo

que v a r i a em cada c u l t u r a ; que é u m p r o d u t o c u l t u r a l

- que afeta, como se verá, não apenas a estética e a percepção

específico, que diz respeito não só às relações interpessoais

do espaço por seus usuários, como também as diferentes

-

distâncias, território pessoal, contatos, c o m u n i c a ç ã o ,

concepções que se tenham sobre as funções ou tarefas básicas

conflitos de poder - , mas também à liturgia e ritos sociais, à

a satisfazer por meio de uma ou outra ordenação espacial. Poder-

s i m b o l o g i a das d i s p o s i ç õ e s dos objetos e dos corpos

se-ia, ainda, acrescentar uma tríade não menos importante -_o

localização e posturas - , à sua hierarquia e relações

18

-

19

. A essas

próprio, o alheio, o comum - que mantém uma estreita conexão

.

Todas essas questões podem ser referidas ao âmbito da escola como lugar, à sua configuração arquitetônica e à ordenação espacial de pessoas e objetos, de usos e funções que têm lugar em tal âmbito. Mas também já indicam alguns dos

com a distribuição, a posse, os usos e as relações que os membros da instituição escolar mantêm entre si e com os objetos que nela se encontram. E à luz dessas dicotomias e dessa tríade que se deve ler as páginas que seguem.

aspectos que fazem da escola u m espaço peculiar e relevante.

A ESCOLA COMO LUGAR

E m especial quando se tem em conta que nela se permanece durante aqueles anos em que se formam as estruturas mentais básicas das crianças, adolescentes e jovens. Estruturas mentais

" 0 e s t u d o é u m a reunião de Professores e de

conformadas por u m espaço que, como lodos, socializa e educa,

Escolares, que se realiza em algum lugar, pela vontade, e

mas que, diferentemente de outros, situa e ordena com essa

com a intenção de aprender os saberes", dizia a Segunda

finalidade específica a tudo e a todos quantos nele se encontram.

Partida da L e i I do título X X X I

2 0

. A noção de lugar, a

localização n u m espaço determinado configurado para tal f i m , 8

O texto clássico sobre isso, que criou o termo proxemia para se referir ao estudo dessa

dimensão social do espaço, continua sendo La dimensión oculta,

de Edward T. H a l l

já é, nessa definição de meados do século X I I I , u m dos e l e m e n t o s m a i s c a r a c t e r í s t i c o s d a instituição escolar.

(México: Fondo de Cultura Económica, 1972). Como complemento, pode-se ver, por exemplo, o livro de Bailly, citado na nota anterior e os de Robert Sommer, Espacio comportamiento

individual.

y

M a d r i d : Instituto de Estúdios de Adminislración L o c a l ,

1974, e Dominique Picard, Del código al desço. E l cuerpo en la relación

sociãl?Buenos

1 9

B A C H E L A R D , Gaston. La poética dei espacio, o p . c i l . , p. 3 1 .

2 0

Esta citação e outra posterior do título X X X I da Segunda Partida foram extraídas

Aires: PáirlÓs, 1 9 8 6 . Quanto às peculiaridades do conflito territorial e dos combales

da edição de Los códigos

rituais em função do sexo, recomendo Walter J. Ong, La lucha por la vida.

P u b l i c i d a d , 1 8 4 8 , l . I I , p. 5 5 5 , ainda que lenham sido comparadas com a edição de

sexualidad

y conciencia.

M a d r i d : Aguilar, 1982, em especial pp. 4 1 - 1 0 8 .

64

Contestación,

espanoles

concordados

Salamanca, A n d r e a Porlonarijs, 1565.

6 5

y anotados,

M a d r i d : Imprenta la

ANTONIO

v INAO

Do

r UA ed. revista, 1928, p. 11.

34

74

— pórticos, corredores, áreas de espera. Esse será o esquema que seguirei nos parágrafos seguintes, deixando de lado esse último reduto definido pelo mobiliário e, especialmente, o banco, a mesa, a cadeira ou a carteira. Mas antes é preciso analisar a projeção espacial do estabelecimento de ensino e as relações com o seu entorno; isso é, sua área de captação e influência, a q u e l a d e t e r m i n a d a pelas características e procedência geográfica e, portanto, social, de seus alunos.

MESMIN, Georges. Uenfant,

1'architecture

75

et l espace, op. cil., p p . 17 e 105.

ir\i

A extensão dessa área de captação depende do nível educativo e tipo de ensino — máxima nos centros universitários, mínima nos centros de educação i n f a n t i l - , do meio físico, da rede viária ou de comunicações, do prestígio da escola e da i d a d e , sexo e nível s o c i o e c o n ó m i c o dos a l u n o s . São evolução no tempo, para cada estabelecimento de ensino, e suas relações com as características, organização e funcionamento do mesmo, que realçam o valor de estudos tais como: - 0 efetuado por W. E. Mardsen, sobre a localidade inglesa de Bootle, nos fins da década de 1 8 9 0 , que reflete os efeitos, nesse ponto, das diferentes políticas de admissão, seguidas pelas duas escolas do Conselho Escolar e as três p a r o q u i a i s ou voluntárias que existiam nessa l o c a l i d a d e naquela época, assim como das mudanças na rede viária ou do maior ou menor prestígio social de cada uma delas. -

3 7

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Universidade de V a l l a d o l i d , entre 1837 e 1886, que o leva a qualificar essa última, em tais anos, de universidade local e regional, " l a Universidad de Castilla l a V i e j a " .

39

— A q u e l e que r e a l i z e i acerca da p r o c e d ê n c i a

3 6

justamente tanto essa variedade de possibilidades, quanto sua

iiorayu

geográfica, segundo o l o c a l de n a s c i m e n t o , dos a l u n o s graduados do Seminário de São Fulgêncio de M u r c i a , entre 1792 e 1807. Esse estudo mostrava a importância de fatores específicos — a extensão territorial do bispado —, assim como de o u t r o s u s u a i s — a p r o x i m i d a d e e c o m p e t i ç ã o

da

U n i v e r s i d a d e de O r i h u e l a — ou de í n d o l e pessoal — a p r o c e d ê n c i a n o r t e n h a de a l g u m b i s p o . Não de m e n o r importância f o i observar c o m o , depois de u m a série de processos inquisitoriais sobre diversos professores e alunos, e numa fase de claro recuo ideológico e académico, a área de captação do Seminário reduziu-se drasticamente nos últimos anos do período analisado, em comparação com os p r i m e i r o s .

10

N o âmbito universitário, p o r e x e m p l o , os de

A escola é espaço e lugar. Algo físico, material, mas

R i c h a r d L . Kagan, sobre a origem geográfica dos estudantes

também u m a construção c u l t u r a l que gera " f l u x o s

das universidades de Castilla, nos séculos X V I e X V I I , que

energéticos". A ideia da escola como construção c u l t u r a l é

mostra o caráter local e regional da grande maioria delas,

também expressa por Agustin Escolano no outro capítulo deste

c o m e x c e ç ã o das u n i v e r s i d a d e s de Alcala, V a l l a d o l i d e

livro. A ideia complementar segundo a qual a escola, enquanto

Salamanca ; e Federico Sanz Diaz, sobre os licenciados pela

lugar construído, é simultaneamente matéria organizada e

38

energia que f l u i , que se decompõe e se recompõe, é u m a 16

Como i n d i c o u W. E. Mardsen, " a área mais compacta espacialmente, fisicamente

adaptação da ideia exposta por Fernandez-Galiano de uma

plana e densamente povoada, o grupo de idade mais j o v e m , a escola de prestígio

maneira mais geral em relação à arquitetura.

mais baixo e o distrito com melhor dotação escolar" oferecem a menor área de captação

dizer, mais u m a vez, que o espaço educa. E que isso tem

("Aproximacions interdisciplinars a l a história de 1'educación urbana a A n g l a l e r r a " , Full Informatiu,

Socielat d'Hislòria de 1'Educació deis Paísos de Llengua Calalana,

41

Com isso quero

lugar de diferentes maneiras e i m p l i c a várias questões.

n ' 7-8, 1 9 8 8 - 9 0 , p p . 5-19. 3 7

I b . , pp. 14-15. :,