Cultura de Café no Brasil [2° ed.]
 9788566870978

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Cultura de Café no • · ras1 '

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J.H. IVI ,,tit•llo, Llng /\ g r - U FV, 1965 · Fundação Procafé R. s,111tint1to, Eng A gr - ESALQ, 1967 - Se S Cafés S.I{ .Ahncida, 1:-ng /\ gr - l J FRJ, 1966 - Fundação Procafé

/\.W.I~. G 111·cia~ Eng Agr - UFLA, 1972 - Fundação Procafé

v~,rginhu-MG, 1naio de 2016

Dddad COQfWnd,a, e •·•npn•u, qu_t• l'OJ•l'M>r■ nm nu .-••roclnlo dt•ita edl~lo do flvru "(~ult Bra U • \'laaual dt" tl~'Ooll·nd•çek"li. t-: d. 201~". ur, d~ às q11•b multo aandC'ei"a-,.

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l te.na oc B , por mc,o d UI& ' ln ·tituu;õe oca e Sescoop Se-o.ar Marw (Serv1,-o :14.:ional Je Aprem.lizugem Rurol)

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Lujinha-MO

P M - Coorcrau,,. Airiri• de Machado Ltda OOP ' R ITR S • oopcrativa de Produtores Rurais COOX P • Coopenti\"a Regional de Ca feicultores em Gua upé Ltdo C REDI AR • oope111ti\'1 de Crtdito de Livre Adrnisslo do Região de Varginha Ltda Empresa - Adama Brasil S.A.

Empresa - Basf S.A. Empresa - Biocro do Brasil Fc.nilizantes Ltda Empresa - Oow AgroSciences Empresa - M,qufoas Agrícolas Jacto S.A. Empresa - Gccal Agronegócios Empresa - Produqulmica Empresa - Penergctic do Brasil Empresa - Sat·i s indústria e Comércio Ltda Empresa - Syngcnta Proteção de Culrivos Ltda Empresa - Terra de Cultivo Fertilizantes Empresa - Tradccorp Dedos lntcmacionais de Catalotaçlo na Publioaçio (CIP) (Clmara Brasileira do Llvr-o. SP. Brasil)

Cultun deca~ no Brasil : manual de recomendações : ed. 2015 / JOlé Bru Matiello... [et ai.]. •· 1. cd. - Slo Paulo : Fururama Editon. 2016.. Outros autores: Roberto Santinato. Saulo Roque de Almeida, Antônio Wandcr Rafàcl Garcia BibliOfJl"afil. 1. Ca~ . Brasil 2. Ca~ - Cultivo 3. CafcicuJtura - Brasil 1. Matiello. J~ Braz. li. Santinato. Roberto. UI. Almeida, Saulo Roque de. IV. Garcia. Antônio Wander Rafàel.

ISBN 978-85-66870-97-8 CDD-633.73098 l

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lodices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Cafeicultura : Manual de recomendações 633.730981

Edição - FUNDAÇÃO PROCAFÉ

Presidente - José Edgard Pinto Paiva Gerente Executivo - João Marcelo Oliveira de Aguiar Apoio administrativo - Cláudia Sgarboza, Rosiana O. P. Reis Almeida e Gilberto Luís D' Martin Colaboradores técnicos, com informações e dados - Engs. Agrs. da Fundação Procafé -Alysson Vilela Fagundes, André Luís Alvarenga Garcia, Gabriel Reis Lacerda, lran Bueno Ferreira, Marcelo Jordão da Silva Filho, Rodrigo Naves Paiva. Engs. Agrs. André Luiz Teixeira Fernandes - UNIUBE e Felipe Santinato - Se S Cafés Colaborador em edições anteriores - Eng. Agr. Durval Rocha Fernandes Impressão - Futurama Editora e Gráfica - www.futuramaeditora.com.br - Email: [email protected] Informações/pedidosFundação Procafé -Alameda do Café, nº 1.000, Vila Yerônica, CEP 37026-483, Varginha - MG - Tel: 35-3214-141 l e-mails - [email protected], [email protected]

Sumário Paa

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1 n1AGNO~ 11t .u nA CAFEICI ".TURA 1 1 Desenvolvimentn dn bvourn - --"--'7. nn Anutil 1 "1 An..\li;:e dn nr -' , - r.:tf..,.ir.i brasileira A ~ .. A~; ~ nrorl1 tiva do CAff1' I 4 Pro,"'· ,ri\n mundial ,f,. r."'fé 1 "i - Análise d a ofena e rfn demanti"' ,i,. rn9-

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CAPITlJI n 2 C LIMA. flSIOLOC:(A E c;:01.oc.: P.AAA 2 1 _ ru.... 2 1 I - Fatores climátircno: imnnrtant,.., 2 .1 .2 Exioência,;. e efeito'- tia t ,..tura 2 1.3 - F"illênci"'" rfp chuva 2 . 1 4 - Efeito tino: ventos 2. 1."i 1 Jmidadc do ar 2 . 1.6 - Luminosidade 2. 1.7 - Níveis climáticoo: 2. 1 R 7nncamento climático da cafeicultura 2 1.9 Efeitno: rfn clima no nlantio ,-nlheita C n11aliAarf.. 2 . 1.1 0 Ge--

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•• , ·no ra 1,. , 1 Smtn mi1~/S10a1s oara diali?.nose [_çM.ITUI O 7 - COLHEITA. PROCESSAMENTO E Ol IAJ,fnAnF. rAF't: 1 7. 1 - C" - • • 7. 1 1 lrrmortirria da c:nlheita 7 1 2 Prátic-_,.,.. nam filí-ilitar a colheita 7 1.3 Oefin idn tb ~~~colheita 7 1 4 Tinos de colheita 7 .1.5 Utensilins e N1Uinamentos usados na cnlheita/transoorte ..lheita 7 •.2 - -- --.• - - ' · • u••• n a••• Processas e e{!lrul fCO: 'b , d' forma 1mportunh.: no processo C indust.rinliz•oç" Ull) lJ b S esse re UUV• ,nm UIII e . . . ,a do B as . l 6 milhõei.. e, " tTCr dos anos. Ct do café no Bras il e as regiões cafeeiros atuais. r,1si1 · e (j, a que. Ot' d("C() . caminhamcnto . e poupa nç mostra o 1 1 A figura · ,

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_ da c a f ~ no rasil e areas _ voh.çiO • do cafe . . 1 econômicos J.1.2 - eic os . b si leira no passado evoluiu em ciclos, e seu desenvolvime nto atual tamb , A cafeicultura ra . em segue . dem períodos ou fases em que ocorrem aumentos, no plantio e na prod ã0 a mesma tendéncia. Ele: com~:e~vouras e redução nas safras. Cada ciclo, assim, é composto de uma fase ~ç • e 0 ~tros Onde ocorrem ~ban onos e expansao e outra

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de retraçao. . . . 1-ndicadores dessas 2 fases, que se alteram conforme as condições econôm· os pnnc1pa1s , , e. . tl . . . 1cas, são O p . d ção e os estoques de cafe. O preço e o ,.ator que m u1 dec1s1vamente constituindo arque cafeeiro, a pro u . , -se na "mola" d . r ou retração da atividade cafeeira. a expansa0C d •c1o tem início com e levaçõ es nos preços, em d ecorrenc1a ~ . d e b a1xos . níveis de . fi ª ª -~áticas que reduzem a disponibilidade de café. Após esses aumentos 4-5 anos deSlo~ues ou de catastro es c 11 , • . d . . ' epo,s, ocorre . .ti t·vos acréscimos nas safras, em decorrenc,a e novos p 1ant1os. e melhoria nos tratos e na prod t' 'd m s1g111. 1ca 1 . 'd d fi 'd E d' ã . u 1v1 ade das decorrentes da maior rentabil1 a e o erect a . ssa con 1ç· o caractenza a fase de expansã d o, na qual 0 1avoura S, aumento da oferta provoca uma inversão no procesd·so, codm ~ qdueda nods preços e consequente desestímulo à lavoura havendo abandono/erradicação, malt_rfiato, dred~çãl o de pr~ ut1vd1 a ; ~ ª1 s sa~as, aí caracterizada a fase de retração' fechando O ciclo. A representação gra 1ca o c,c o e as ,ases a ca,e1cu tura e apresentada na figura 1.2. ' A duração_ do ciclo e das suas fase~ d~pende d: vários f~to~e~, como: o ní~el alcançado pelos preços; as políticas ou mecamsmos e~ecut~dos;_a ocorr~nc,a de fenomenos cltmaticos e a capacidade de aumento da produção. Essa capacidade de produzir esta muito relacionada, atualmente, com o balanço entre o preço e o custo de produção do café, que gera condições, de ganhos ou perdas, responsáveis pelo nível de trato das lavouras. A ocorrência de 2

clima udwn.o occlcm o processo de perda produ1ivn. A existência. ou não, de ahema1i vas agropecuárias, para comp.·1ir. em áreas. com o café. é um fotor que innui, também, nu varia,;ào da produç:lo cafeeira.

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Flgur11 1.2 - Representação

gráfica dos ciclos e fases da cafeicultura.

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o Antigamente as fases duravam mais tempo, hoje podendo ser alcançados aumentos e, principalmente, reduções nas safras, muito rapidamente. Para expansão pode ser usada toda a tecnologia disponível (variedades precoces, plantios adensados, níveis altos de fenilizantes. irrigação), porém necessitando de altos investimentos. Para a redução, mais rápida, influem os seguintes fatores: nossos solos estão mais pobres; o clima, principalmente a seca, está mais desfavorável, o mesmo ocorrendo em relação a pragas e doenças, que tem crescido; existem maiores opções de cultivos (soja, cana, laranja etc.); a mentalidade do produtor hoje é mais empresarial; e a relação de emprego é diferente, com custo social mais elevado do que no passado. O exemplo de um ciclo clássico pode ser verificado com os parâmetros observados no período de 1970-93. A fase de expansão ocorreu entre 1970 e 1989. Após a erradicação, promovida no período 1962 -67, chegou-se em 1969 com parque de apenas 2,3 bilhões de pés, com produtividade baixa, com safras anuais entre 20 - 22 milhões de sacas. A geada de 1969 no Paraná e as secas em São Paulo agravaram a situação, fazendo a produção cair para apenas 11 milhões em 1970/7 1. Foi, então, estimulado o plantio e o revigoramento dos cafezais e o parque cafeeiro fo i ampliado de 2,2 bilhões. em 1970, para 4,2 bilhões em 1989. apesar da geada de 1975, que provocou a eli minação de 3

JOO milhões de caft--cirus. mas ~-roo fll'l."ÇOS altos. e da seca d,· 19!'\5/ 86. que. turnb_i:m. e levou os preços, nrn lêoonlC'ooi. cstimuhmdo novos plantios. A sufr.1 cat«~mt em 191!'> uting iu cerca de 4J rrnlhõcs de sacns. A fa!M" ck- n-traçlo foi ob~nnda entre 19119 e 1994. A e.x tinçilo Jus clausu las econô micas da OIC'. c, 11 19 e, no ano scgu rnte. o fcchan'll'nto d IBC. eliminamm todos ,,s_m~cani ~mos de do:te,.rn dos preços. que caír:1111 b:rsta:9, nesse periodo. levando ao ab3nd(lno tk lavoums. o parqu,· calcerru eo111do de 4.2 bilhôes (cm 1989) pam 3.2 bilh• lt de pé~ em 1993~. levando n n.>dU\-âO das snfms e dos e toques. e ncerrando o fase de retração e dando inicio a n ~ , lilse de t''l.pansio, a qual resultou nos níveis atuais do paf'llUC cale.:iro. com ccrcn de 6,9 bilhões de pés e média~ ~upcnores a 45-~0 milh

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Anos Figura 1. 3 - Evo lução da população cafeeira no Brasil em 55 anos (1960-2015). 5



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Figura 1.13 - Produção mundial de café, arábica e robusta (dados da USDA), no período 1990 - 2015

; - ANÁLISE DA OFERTA E DEMANDA DE CAFÉ A oferta mundial de café é composta pelas safras anuais mais os estoques remanescentes de safras anteriores. A demanda é constituída pelo consumo de café, sendo representado pelo consumo nos países importadores, .seja, pelo volume exportado, mais o consumo nos países produtores. 16

t.5. 1 - or,•r1• A e, olui;tlo na o ferta já foi di~utida, 110 aspecto das safras, no ite m anterio r. C om reluç:\o aos e~toqucs. pode-se wrilicar suo e volução com base 110 gràfiuo du figun1 1.4 e 1. 15. O bserva• 50 que a sua variuçllo tem s ido cidica, acompanhando ns fü ses de expansão ou d~'. rctrnçdo no cafo1c ulturtt mundiul. No 1im1I dn dtcada de 19ó0 haviam e stoques elevados (mais de 70 milhões de sacas). caindo pum cerca de 30 rnilh õc1no tinul da década do 1970. vo ltando a s ubir paro a faixa de 45-50 milhões no início do décuda de 1990. dai caindo paro o nl\ d cm tomo de 22 milhões no final du década de 2000. vo hou a crc cer ligcirnmentc u partir de 2000/04 e, no,aniente. seguiu suo tcndt::11cia de reduç.ao gradat iva até os dias atuais. O ac úmu lo ou redução d os estoques de café ocorre cm função dos dilercnciais entre as sufros e o consumo . O que é interes sante notar é a proporção entre os estoques e o consumo mundml de café. Nos primt:iros anos da d~lcuda de 1990. os cstoques com:spondiarn de 35-42% do cons umo anual e. atualmenh:. cm 2014-15 , com::spo11dcrn 0 somente 21 % desse co nsumo. -con~umo -Pro~lo -

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Anos

Figura 1. 14 - Produçào total de cate, consumo e estoques mundiais de café, no período 1969 - 2009.

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Consumo

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09110

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12113

13114

14115

Figura 1.15 - Consumo, produção e relação estoque final/consumo (em %) mundial de café, 2003- 15 17

15116"

o longo dos ano ', u Brnsil tem sido o prindpal pa ís formador de esto ques. sendo 4ue os demais propna ~ualidadc dos seus cal~~ (des1>0lpad\>S). procunun 1c•nder tudo que produzc_m : A manutenção de cstoqu·c~Cla Bm.s1l. dcnlro de cenos ltmites, \: uma n~cssidude pum u segumnça _n~1 _comerc mllzação. u1m1. vez. que us sai:º bflbile,ms nào são ronsta,ues. ano após ano (ciclo bil•nal). além das poss1b1hdades de problemas 1.:l1rnát1cos. as As vanações das pruduçlle de cale também influenciam na fonnação ~~ ~stoqucs. Uma aná l(se das variaçôe ,

da produ\".llo no período compreendido entre 1992/93 e 2000/01 r~1ostra que a ~ Inca aumentou 1,~ milhão de sacas· s

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América do une e Centm l, 1 m ilh!\o: u Amüica do Sul, 5 milhões e ~ Ásra/