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Portuguese Pages 155 [163] Year 2021
COVID19: A BATALHA DAS VACINAS
por Alessandro Loiola Copyright © 2021 ManhoodBrasil www.manhoodbrasil.com.br
Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece. (Provérbios 24:3).
Índice:
INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 - ALGUNS CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE O INIMIGO..........1 CAPÍTULO 2 - PREPARANDO-SE PARA A BATALHA.............................................4 CAPÍTULO 3 - VACINAS DE VIRUS ATIVADO........................................................11 CAPÍTULO 4 - VACINAS DE VÍRUS INATIVADO....................................................13 CAPÍTULO 5 - VACINAS DE SUBUNIDADE PROTEICA.........................................24 CAPÍTULO 6 - VACINAS DE VETOR VIRAL ...........................................................29 CAPÍTULO 7 - VACINAS DE RNA MENSAGEIRO...................................................38 CAPÍTULO 8 - VACINAS DE DNA.............................................................................47 CAPÍTULO 9 - A PERFORMANCE DAS VACINAS NO MUNDO E NO BRASIL ....49 CAPÍTULO 10 - OS RISCOS QUE DESCONHECEMOS............................................86 CONCLUSÃO - ..........................................................................................................122 REFERÊNCIAS -.......................................................................................................128
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INTRODUÇÃO Desde a publicação de meu primeiro livro sobre a Pandemia no começo de 2021 (Covid19: A Fraudemia, ManhoodBrasil Edições), um volume imenso de novas informações surgiram, especialmente com relação às vacinas, seus efeitos, eficácias e consequências. Durante todo este tempo, concedi dezenas de entrevistas, escrevi vários artigos e postei diversas informações sobre o tema, mas percebi o quanto estas informações se apresentavam de maneira fragmentada, dificultando um raciocínio mais integral do assunto. Aliado a isto, veio a censura das mídias e redes sociais: apenas nos primeiros 4 meses de 2021, meu Facebook permaneceu bloqueado por mais de 60 dias. Meu Instagram foi colocado em shadowban e meu nome, proibido de ser marcado em postagems. Meu canal no Youtube (com mais de 70 mil seguidores) foi banido e a apelação para que ele retornasse não surtiu qualquer efeito: segundo as “diretrizes” da comunidade, eu apresentava informações “falsas”. Na verdade, eu estava apresentando questionamentos e evidências que iam contra as narrativas hegemônicas dos administradores da plataforma. Independente dos argumentos sobre liberdade de expressão e da pertinência de debater ideias em busca da Verdade, as lives que realizei sobre Covid19 com autoridades como os Deputados Daniel Silveira e Bia Kicis, e com jornalistas como Rodrigo Constantino, Luís Ernesto Lacombe, Leda Nagle – dentre várias outras personalidades de destaque – foram sumariamente retiradas do Youtube. Em um cenário tão caótico e arbitrário, com dados filtrados pelos mecanismos de busca na Internet, rótulos difamatórios generosamente distribuídos pela “grande mídia”, teatros de vaidades farsantes no Parlamento e “cancelamentos sociais” promovidos sem o menor constrangimento pela “academia brasileira” (o caso do prestigiado e inteligentíssimo biólogo e virologista Paolo Marinho de Andrade Zanotto, PhD, é um bom exemplo disso), encarei como uma obrigação ética registrar os dados de minhas pesquisas no formato de um livro. Este livro. Cada capítulo desta obra é uma peça em um grande quebra-cabeças que ainda estamos tentando montar. Não temos a figura completa,
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mas uma observação atenta permite clarear um pouco mais a imagem do episódio Covid19. E a Batalha das Vacinas representa um dos componentes mais importantes deste evento como um todo. Assim, no capítulo 1, apresentarei para você alguns conhecimentos básicos do SARS-CoV-2, o vírus causador da doença Covid19. No capítulo 2, você receberá informações gerais sobre como as vacinas funcionam e são avaliadas. Leia este capítulo com grande atenção: ele será fundamental para o seu entendimento dos dados e raciocínios apresentados nos capítulos posteriores. Nos capítulos 3 a 8, você terá uma visão panorâmica e bem fundamentada em evidências sobre as principais vacinas contra Covid19, os resultados de seus testes clínicos e as pesquisas em andamento. No capítulo 9, os resultados de desempenho das vacinas em 2021 são comparados aos dados da Pandemia em 2020, no período prévacina, segundo o número de mortes “oficialmente divulgados” em dezenas de países e em todos os estados do Brasil. Acredito que você terá algumas surpresas quanto a isto. Finalmente, no capítulo 10, utilizo todas as informações apresentadas para construir alguns questionamentos relevantes sobre a aventura repleta de incertezas na qual estamos nos metendo. Muitos raciocínios apresentados neste livro são de alguma forma continuações daqueles expostos na obra “Covid19: A Fraudemia”. Por isso, para um entendimento mais completo de “Covid19: A Batalha das Vacinas”, recomendo fortemente que leia também o livro anterior, ainda que isto não seja imprescindível. Espero que os resultados das investigações e das deduções expostos aqui sejam úteis para que você tome decisões mais conscientes ou, pelo menos, diminua sua ansiedade e seu senso de impotência frente a tudo que está ocorrendo. Agradeço antecipadamente à minha esposa, Lígia, pela paciência demonstrada durante a elaboração deste livro, e a todos que de alguma maneira incentivaram e permitiram que este trabalho fosse realizado. Que Deus abençoe todos vocês. Alessandro Loiola, agosto de 2021.
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CAPÍTULO 1 ALGUNS CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE O INIMIGO No final de 2019, pela terceira vez neste século, um betacoronavírus com potencial significativo de letalidade atingiu os humanos. Contudo, ao contrário das outras duas vezes, esta nova onda atingiu proporções globais, resultando na perda de milhões de vidas (segundo estatísticas oficiais) e causando crises político-econômicas com impactos consideráveis. Os Coronavírus, vírus envelopados contendo uma fita única de RNA, são divididos em 4 gêneros: alfa, beta, delta e gama. O SARS-CoV-2 é do tipo beta – o mesmo grupo do coronavírus da síndrome respiratória aguda severa (SARS-CoV-1, surgido na China em 2003 e com letalidade média estimada em 15%) e do Coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV, surgido na Arábia Saudita em 2012 e com taxa de letalidade média estimada em 35%)1,2. Especificamente com relação ao SARS-CoV-2, o vírus apresenta em seu envelope externo uma glicoproteína chamada Proteína Spike (ou Proteína S), que por sua vez é composta de duas subunidades principais: a parte S1, que controla o acoplamento do vírus aos receptores da célula-alvo; e a parte S2, que controla a fusão do envelope do vírus à membrana celular. Segundo os cientistas, a sequência genética da Proteína S do SARS-CoV-2 é 44% semelhante à Proteína S observada no SARS-CoV1 e o MERS-CoV – sendo que a principal diferença está na configuração da subunidade S1. Quando o SARS-CoV-2 entra eu seu organismo, o sistema imune inicia um trabalho de reconhecimento e de produção de anticorpos para livrar-se do invasor. Estes anticorpos, especialmente imunoglobulinas do tipo A (IgA), M (IgM) e G (IgG), são direcionados sobretudo contra a Proteína S do SARS-CoV-2. Os níveis circulantes de anticorpos do tipo IgM e IgA se tornam detectáveis no sangue após 5-7 dias de infecção; os anticorpos do
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tipo IgG, responsáveis pela imunidade de mais longa duração, se tornam detectáveis por volta do dia 7-10. Quanto mais severa a infecção, mais o sistema imune é ativado e a maior a chance de que seu corpo desenvolva uma “memória” mais durável do ataque: após uma infecção natural por SARS-CoV-2, os níveis de IgG continuam positivos após 6 meses e provavelmente se estendem para muito além. Para que você tenha uma ideia mais exata, saiba que após uma infecção pelo SARS-CoV do tipo 1 – um primo próximo do SARS-CoV-2 –, os anticorpos protetores permanecem circulando por 3 anos ou mais7,8,9. Cerca de 70% das pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 apresentam anticorpos e células de defesa ativos contra o vírus. Curiosamente, 34% das pessoas não-infectadas também apresentam defesas imunes capazes de responder a uma invasão pelo SARS-CoV-2, sugerindo um “condicionamento prévio” do sistema imunológico após contato com outros betacoronavírus – algo que os médicos chamam de Imunidade Cruzada3,4. Como ocorre com outros vírus patogênicos, o SARS-CoV-2 acumula mutações devido à sua evolução natural e às pressões imunes. Como consequência, vimos algumas variantes surgirem e se espalharem pelo mundo: em 19 de dezembro de 2020, o governo britânico impôs medidas mais severas de lockdown em algumas partes da Inglaterra devido a disseminação da variante 20I/501Y.V1 (linhagem B.1.1.7, conhecida como variante Alpha). A variante britânica é definida por múltiplas alterações na Proteína S (deleção 69-70, deleção 145, N501Y, A570D, D614G, P681H, T716I, S982A, D1118H). Também em dezembro de 2020, a variante 20H/501Y.V2 (linhagem B.1.351, conhecida como variante Beta) surgiu na África do Sul, apresentando 8 mutações envolvendo a Proteína S (L18F, D80A, D215G, R246I, K417N, E484K, N501Y, e A701V). Ainda em dezembro de 2020, a linhagem B.1.617.2 (conhecida como variante Delta) foi detectada na Índia. Esta variante caracteriza-se pelas mutações 19R, (G142D), 156del, 157del, R158G, L452R, T478K, D614G, P681R e D950N na Proteína S. Em janeiro de 2021, a variante 20J/501Y.V3 (linhagem P.1, um ramo da linhagem B.1.1.28 e conhecida como variante Gama) apareceu no Brasil. Esta variante caracteriza-se por 3 mutações na Proteína S
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em comum com a variante da áfrica do Sul (a saber: E484K, K417N e N501Y). Até o momento, já foram descritos 12 ramos principais de variações do SARS-CoV-2 e boa parte destas mutações afetam de maneira direta a eficácia das vacinas que desenvolvemos4,5,10. Finalmente, preciso que você saiba disso: os coronavírus que atingem os humanos possuem 2/3 de seu genoma codificando proteínas não-estruturais envolvidas na replicação viral e na síntese de RNA. O 1/3 restante do genoma codifica proteínas estruturais como Spike (S), envelope (E), membrana (M) e proteínas do nucleocapsídeo (N). As proteínas S do SARS-CoV-2 contêm 27 aminoácidos diferentes daqueles encontrados na proteína S do SARS-CoV-1. A despeito dessas diferenças, ambos os vírus empregam a Proteína S para utilizar os receptores para enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) como porta de entrada nas células humanas. Devido ao papel central da Proteína S na infectividade do vírus, esta substância se tornou o principal alvo para o desenvolvimento das vacinas contra Covid19 – algo que será comentado com mais detalhes no próximo capítulo6.
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CAPÍTULO 2 PREPARANDO-SE PARA A BATALHA Apesar de terem eficácias mais que comprovadas, o tratamento precoce e a profilaxia farmacológica com medicamentos antigos e baratos foram sistematicamente negados na maioria dos países. Os interesses por trás disso foram expostos de maneira extensa no livro “Covid19: A Fraudemia” (ManhoodBrasil Edições, 2020) e fogem ao escopo da presente obra. Para além destes recursos, nenhuma das medidas adotadas se mostrou eficaz para conter a marcha da Covid19: máscaras, uso de álcool gel, fechamentos de escolas, isolamento, distanciamento social, lockdowns… nada disso pareceu ter qualquer efeito para que o vírus se “acalmasse”. Assim, no front de combate, algumas tentativas mais sofisticadas foram investigadas, como a Terapia com Anticorpos Monoclonais e Terapia de Plasma Convalescente. Em meados de 2021, dois Anticorpos Monoclonais contra SARSCoV-2 estavam liberados para uso nos EUA: o LY-CoV555 (do laboratório Lilly) e o REGN-COV2 (do laboratório Regeneron). Outros 11 anticorpos monoclonais estavam em diferentes fases de testes clínicos13,14,15,16,17. Resultados preliminares apresentados pelos laboratórios Lilly e Regeneron mostraram que os anticorpos monoclonais eram capazes de reduzir a incidência e o tempo de hospitalização em pessoas com quadros leves a moderados de Covid19, mas pouco úteis nos casos mais graves – e ainda menos úteis contra cepas diferentes do vírus que emergiram no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil. Isto levou ao desenvolvimento e uso emergencial de um segundo tipo sofisticado de tratamento contra a Covid19: a Terapia de Plasma Convalescente (ou TPC). A TPC é conhecida da medicina há mais de 100 anos. Seu histórico de emprego incluiu o combate de doenças como raiva, sarampo, HIV/AIDS, SARS-CoV-1, Influenza, Chikungunya e Ebola, entre outros18.
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No decurso da pandemia de Covid19, estudos clínicos mostraram que a TPC, quando utilizada nas primeiras 72 horas do início dos sintomas, era capaz de reduzir a incidência de formas graves da doença em idosos. Contudo, similarmente à Terapia com Anticorpos Monoclonais, a TPC é um tratamento caro e necessita de centros especializados para aplicação1,19,20,21. Estes “insucessos” – aliados ao inacreditável desprezo pela eficiência comprovada do tratamento precoce e da profilaxia com medicamentos conhecidos há décadas – levaram as nações a apostar todas as suas fichas na ideia de que as vacinas seriam a única saída para a pandemia. E nada particularmente contra isso: a vacinação é o meio mais eficaz que conhecemos para evitar doenças infectocontagiosas. A varíola foi oficialmente erradicada na década de 1980 graças à implantação de um esquema vacinal global: após imunização, 95% das pessoas desenvolviam anticorpos neutralizantes que duravam 10 anos ou mais, e isso foi suficiente para tirar a varíola das ruas e colocá-la em uma prateleira no museu de nossas tragédias. Poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola são outros exemplos de sucesso de campanhas de vacinação que abrandaram o fardo de doenças que, até então, açoitavam a humanidade sem clemência: no começo da década de 1980, por exemplo, mais de 3,5 milhões de casos de sarampo eram registrados anualmente no mundo todo. No começo da década de 2010, eram menos de 500 mil por ano. Mesmo quando a erradicação de uma moléstia não é possível por meio da vacinação, as vacinas certamente representam um recurso valiosíssimo no combate aos microrganismos que nos caçam1,2,3. Como as vacinas funcionam e são testadas? As vacinas atuam ensinando seu sistema imune como reconhecer e bloquear microrganismos infectantes, e conseguem isso agindo de duas maneiras diferentes: ativando a defesa celular e a defesa humoral. Basicamente, a defesa celular consiste na defesa mediada por células capazes de detectar os microrganismos e acionar o sistema imune de maneira coordenada. Esta missão depende em grande parte da atividade de células chamadas Linfócitos T, que agem
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promovendo respostas inflamatórias, recrutando neutrófilos e macrófagos (células capazes de literalmente “comer” o agente invasor) e acionando a produção de anticorpos. Além disso, os Linfócitos T são responsáveis por guardar uma memória do invasor, facilitando seu reconhecimento e eliminação em futuras investidas. A defesa humoral consiste na defesa mediada pelos anticorpos, uma missão que cabe aos Linfócitos do tipo B. Quando recebem a ordem dos linfócitos T auxiliares, os Linfócitos B iniciam a produção de “venenos” capazes de “intoxicar” e matar patógenos invasores. Vacinas eficientes, portanto, devem resultar tanto em uma boa resposta humoral (seu organismo “solta os cachorros” para cima do agente invasor) quanto em uma boa resposta celular (seus cachorros atacam de maneira coordenada e o treinador guarda consigo a foto do “inimigo” no bolso, caso o maldito resolva aparecer de novo por aquelas bandas algum dia). Quando uma vacina faz isso, ela produz uma defesa poderosa e prolongada. Além de ser eficiente, uma boa vacina deve ser antes de tudo segura, resultando em efeitos colaterais mínimos. Para completar, é desejável que ela seja estável, fácil de produzir e de baixo custo. Para atender a todos estes critérios, as vacinas são desenvolvidas em etapas: Testes Pré-Clínicos (pesquisas laboratoriais e simulações de computador) identificam antígenos sintéticos ou naturais que podem ser utilizados como candidatos para uma vacina. Na sequência, culturas celulares, tecidos e modelos animais são empregados para testar a segurança da vacina e sua capacidade de provocar uma boa resposta imune. Uma vez certificadas a segurança, a imunogenicidade e a eficácia nos testes pré-clínicos, a vacina avança para os testes em humanos. Este ciclo de Testes Clínicos divide-se em 4 fases: Fase 1: a vacina é administrada em um pequeno número de pessoas saudáveis e avalia-se a segurança, a dose, a resposta imune e a incidência de efeitos adversos. Fase 2: a vacina é administrada em centenas de pessoas separadas em diferentes grupos demográficos (por exemplo: idosos versus jovens). Novamente, avalia-se a segurança, a dose, a resposta imune e a incidência de efeitos adversos. Fase 3: a vacina é administrada em milhares de pessoas para determinar sua eficácia. Nesta etapa, verifica-se qual o nível de redução na incidência da doença comparando-se grupos vacinados a
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grupos não-vacinados. Após completadas todas as 3 fases de testes em humanos, e determinada a segurança e a eficácia do imunizante, a vacina é submetida para revisão e aprovação pelos organismos de vigilância em saúde. Se aprovada, a campanha de vacinação em massa pode ter início, mas as agências de vigilância devem permanecer atentas para as etapas de produção e a eficácia da vacina na população, registrando minuciosamente os efeitos adversos que podem aparecer – o que nos leva à… Fase 4: nesta etapa, a vacina é monitorada quanto à ocorrência de efeitos colaterais que não foram detectados nas fases anteriores, além de ter sua eficácia e segurança conferidas durante um período de tempo maior e em situações do “mundo real”4. Por causa de todos esses degraus e cuidados, as vacinas sempre levaram vários anos para percorrer as etapas de pesquisa, desenvolvimento e aprovação. Antes da Covid19, a vacina mais rápida da história era a vacina contra Caxumba, que levou 4 anos entre o conceito científico e sua aprovação em 1967. Outras vacinas bem conhecidas tiveram progressos bem mais lentos4,5,6: vacina contra Poliomielite = 7 anos (1948-1955); vacina contra Sarampo = 9 anos (1954-1963); vacina contra Catapora = 34 anos (1954-1988); vacina contra HPV = 15 anos (1991-2006). De um modo geral, o tempo médio para desenvolvimento de uma vacina é de 10,7 anos. Contudo, o tempo entre o desenvolvimento e a aprovação de uma vacina contra Coronavirus (Pfizer/BioNTech) foi de apenas 11 meses! Como isso foi possível? A Operação Warp Speed A corrida por uma vacina contra a Covid19 envolveu parcerias entre organizações internacionais como OMS, Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), Aliança Gavi, Accelerating COVID-19 Therapeutic Interventions and Vaccines (ACTIV) e Bill and Melinda Gates Foundation (BMGF) – entre outros –, que financiaram as pesquisas e coordenaram os esforços colaborativos. Segundo estas entidades, o “esforço” tornou possível elaborar, testar, produzir e oferecer imunizantes “seguros e eficazes” em um prazo insólito de menos de 1 ano6 .
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Como eles fizeram realizaram esse prodígio? Para início de conversa, os testes clínicos de Fase 1 e 2 – que testam a segurança da vacina – foram “fundidos” em uma só etapa. As vacinas também não passaram por todo o processo de avaliação nas fases de testes em humanos antes de serem aprovadas em caráter “emergencial” em muitos lugares. Nos EUA, este “caminho de atalhos” para as vacinas contra Covid-19 foi chamado de Operation Warp Speed e contou com mais de US$ 12 bilhões de investimento por parte do Governo Federal norte-americano. Como resultado, em agosto de 2020 – apenas 5 meses após a Covid19 ter sido declarada uma Pandemia – já existiam quase 30 vacinas em diferentes fases de testes clínicos: 13 em Fase 1; 8 em Fase 1 e 2; 2 em Fase 2; e 6 em Fase 3. Ao todo, 12 testes clínicos envolviam técnicas tradicionais (5 testes com vírus inativado e 7 testes com subunidades virais) e 16 testes clínicos envolviam plataformas modernas (6 testes com vetores virais, 6 testes com RNAm e 4 testes com DNA – todos eles tendo como alvo a Proteína S do SARS-CoV-2)6,7 . Até agosto de 2021, os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento de vacinas contra Covid19 haviam recebido mais de US$ 110 bilhões dos governos de vários países, e estavam previstos investimentos adicionais de US$ 53 bilhões para 2021, US$ 51 bilhões para 2022 e pelo menos US$ 23 bilhões para 2023. Mais de 70% dos trabalhos em pesquisas & desenvolvimento estavam nas mãos de empresas privadas, envolvendo mais de 60 candidatos a vacina em vários estágios de testes clínicos e mais de 170 candidatos em testes préclínicos, abrangendo as mais diversas plataformas de desenvolvimento – vírus vivo atenuado, vírus inativado, subunidades proteicas, vetores virais, DNA e RNA mensageiro8,9,10,11,12. O Caso da Proteína Spike Apesar de estudos preliminares terem mostrado a necessidade de uma vacina com eficácia maior que 70% para controlar o surto de Covid19, até mesmo uma vacina com eficácia menor que 70% teria um impacto significativo no curso da pandemia, reduzindo o número de mortes ou, pelo menos, reduzindo a duração e a gravidade da doença nas pessoas infectadas. Por isso, muitos centros de pesquisa e
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órgãos reguladores aceitaram que uma vacina suficientemente “boa” contra a Covid19 poderia apresentar uma eficácia de pelo menos 50% contra doença sintomática (segundo o CDC, a vacina contra gripe comum, por exemplo, apresenta apenas 40-60% de eficácia e, mesmo assim, foi aprovada e segue sendo aplicada em campanhas anuais o mundo todo)5. As experiências com as epidemias de SARS-CoV-1 e MERS haviam demonstrado que a Proteína S era o principal antígeno envolvido na produção de anticorpos neutralizantes contra betacoronavírus, e esta proteína foi escolhida como alvo principal por vários desenvolvedores de vacinas. A verdade é que o que detona seu organismo durante uma infecção por SARS-CoV2 é justamente a Proteína S, uma proteína de superfície utilizada pelo vírus para romper a porta de entrada nas suas células. É justamente a Proteína S que causa uma inflamação violenta no revestimento delicado dos vasos sanguíneos – algo que os médicos chamam de Endotelite –, o que por sua vez resulta no estreitamento o lúmen vascular e favorece a formação de microtrombos. Nos casos mais graves, a endotelite é o processo fisiopatológico subjacente que conduz à insuficiência respiratória e necessidade de intubação. Muitos dos remédios utilizados para combater a Covid19 têm justamente esta função: são substâncias anti-inflamatórias ou com potencial de modular o sistema de defesa para não produzir tanta inflamação. Dentre esses remédios, temos hidroxicloroquina, prednisona, metilprednisolona e Vitamina D, entre outros. Quando os trombos estão em formação (é possível verificar isto medindo-se a elevação dos níveis sanguíneos de Dímero-D, por exemplo), indica-se associar ainda o uso de heparinas de baixo peso molecular. Devido ao papel central da Proteína S, induzir a formação de anticorpos contra ela é considerada a estratégia mais eficaz para combater a doença. Não por acaso, as vacinas de Vetores Virais e de RNAm foram feitas para “programar” seu corpo para produzir grandes quantidades de Proteína S. Isso “irritaria” seu sistema de defesa, resultando em uma produção contínua de anticorpos contra a proteína e, consequentemente, reduzindo ou mês eliminando o impacto do vírus. Apesar disso ser inteligente do ponto de vista teórico, estimular seu corpo a produzir altos níveis de Proteína S
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pode não ser exatamente seguro do ponto de vista prático (algo que abordarei com mais detalhes no Capítulo 10). Existem várias tecnologias para produção de vacinas, e cada plataforma tem sua própria vantagem e desvantagem em termos de segurança, eficácia, capacidade de produzir uma resposta de defesa (algo que os médicos chamam de imunogenicidade), e rapidez e viabilidade de produção em larga escala. Nem todas as pesquisas de vacinas contra Covid19 tiveram como alvo a Proteína S – mas a maioria teve. Nos próximos capítulos, apresentarei uma sequência didática das principais tecnologias que vêm sendo empregadas no desenvolvimento das vacinas contra Covid19, a saber: vacinas de vírus vivo atenuado; vacinas de vírus inativados; vacinas de subunidade proteica; vacinas de vetor viral; vacinas de RNAm, e vacinas de DNA. Adianto que, por motivos práticos, optei por apresentar apenas os resultados dos estudos de maior relevância que foram cruciais para a autorização do uso em massa de alguns imunizantes. Recomendo aos leitores mais ávidos e curiosos que utilizem plataformas como PubMed e Scielo para complementar seus próprios pontos de vista sobre os demais testes clínicos realizados.
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CAPÍTULO 3 VACINAS DE VÍRUS VIVO ATENUADO As vacinas utilizando microrganismos vivos atenuados são velhas conhecidas da humanidade: a vacina contra febre amarela é uma vacina de vírus vivo atenuado. A vacina contra tuberculose – BCG – é uma vacina de bactérias atenuadas. Portanto, vacinas com agentes infecciosos atenuados representam uma tecnologia cujo domínio a ciência possui há mais de um século. Estas vacinas produzem uma resposta imune poderosa, envolvendo tanto linfócitos B quanto linfócitos T, e são relativamente simples de produzir, mas não são recomendadas para pessoas com sistemas imunes enfraquecidos – nestes casos, a vacina pode resultar na própria doença que deveria evitar. Em janeiro de 2021, o Serum Institute (Índia) e a empresa de biotecnologia Codagenix (EUA) iniciaram a Fase 1 de testes clínicos de uma vacina intranasal de vírus vivo atenuado contra Covid19. Envolvendo inicialmente 48 participantes, os estudos randomizados, duplo-cego e placebo-controlados estão sendo realizados em Londres1. Em março de 2021, a empresa Meissa Vaccines, sediada na Califórnia (EUA), deu início à Fase 1 de testes clínicos de uma vacina intranasal de vírus vivo atenuado contra Covid19. A vacina foi produzida a partir de uma plataforma que estava sendo utilizada para desenvolver uma vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório. A empresa espera apresentar seus resultados em outubro de 20222. Outras vacinas contra Covid19 utilizando a plataforma de vírus vivo atenuado estão em desenvolvimento. Elas possuem a vantagem de não necessitar equipamentos muito sofisticados para armazenagem e distribuição, mas, em meados de 2021, todas ainda se encontravam em fases iniciais de pesquisa e avaliação, e nenhum exemplar estava sendo empregado para campanhas de vacinação em massa. Por isso, não há muito o que dizer sobre as vacinas contra Covid19 utilizando esta tecnologia.
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Até agosto de 2021, nenhuma vacina de vírus vivo ativado contra Covid19 possuía registro de testes clínicos de Fase 2 ou 33.
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CAPÍTULO 4 VACINAS DE VÍRUS INATIVADO As vacinas com vírus inativados são uma tecnologia bem conhecida: é desta maneira que são produzidas algumas vacinas contra polio, influenza, raiva e hepatite A. Uma vez que apresentam componentes vivos, não oferecem o risco de desencadear a própria doença e podem ser aplicadas em pessoas com sistemas imunes enfraquecidos. São relativamente simples de produzir e estáveis para transporte e armazenamento, porém a fabricação é lenta e doses de reforço podem ser necessárias de tempos em tempos. Além disso, essas vacinas não induzem uma boa produção de IgA nas vias respiratórias superiores – um aspecto crucial para reduzir a transmissibilidade do SARS-CoV-2. Outro ponto relevante com relação às vacinas de Vírus Inativado é a ocorrência de Anticorpos Intensificadores da Doença (AID), um assunto que será abordado em maiores detalhes no Capítulo 10. A despeito destas inconveniências, as vacinas de vírus inativado contra Covid19 conferem proteção contra várias proteínas estruturais do vírus, tornando a resposta de defesa mais completa1,2. Em meados de 2021, 7 vacinas de SARS-CoV-2 inativado estavam na fase de estudos clínicos. Vamos examinar as 3 representantes principais deste grupo: Coronavac, BBIBP-CorV (Sinopharma) e Covaxin1. CORONAVAC Desenvolvedor: Sinovac Biotech Ltd Nacionalidade: China Custo por dose: em torno de US$ 10,008 Aprovação (até agosto/2021): 39 países30 Eficácia declarada: 50,38% a 98%
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Na fase de testes pré-clínicos, a CoronaVac mostrou ser capaz de induzir uma imunidade potente em camundongos e ratos. Testes em macacos mostraram que uma dose de 6 μg da vacina resultava em boa proteção e parecia não produzir AID1. Testes Clínicos de Fase 1 e 2 No Brasil, a CoronaVac foi desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. Os primeiros resultados dos testes clínicos de Fase 1 e 2 foram anunciados em outubro de 2020 e sugeriam que a CoronaVac era segura, mas ainda eram necessários mais estudos para determinar sua eficácia. Entre os 9 mil voluntários que participaram dos testes da CoronaVac no Brasil, 35% apresentaram efeitos adversos. Os mais comuns foram dor, edema e inchaço no local da aplicação, dor de cabeça e fadiga. Não foram detectados efeitos colaterais graves7. Em fevereiro de 2021, foram publicados os resultados de testes clínicos de Fase 1 e 2 (randomizados, duplo-cegos e placebocontrolados) realizados na província de Jiangsu, China, com adultos entre 18 e 59 anos de idade. O critério de eficácia consistiu na soroconversão (produção de anticorpos contra SARS-CoV-2) 28 dias após o término do esquema de vacinação. A Fase 1 foi conduzida entre 16 e 25 de abril de 2020, envolveu 144 participantes, e encontrou uma eficácia de 83% no 28o dia após a aplicação de duas doses de 3 μg da vacina. A Fase 2 foi conduzida entre 3 e 5 de maio de 2020, envolveu 600 participantes e encontrou uma eficácia de 98% no 28o dia após a aplicação de duas doses de 6 μg da vacina. Os autores da pesquisa concluíram que a Coronavac era segura e apresentava boa imunogenicidade, com efeitos colaterais apenas leves a moderados3. No mesmo mês de fevereiro de 2021, o mesmo grupo chinês publicou um segundo estudo semelhante ao relatado acima, desta vez realizado na província de Hebei, China, e avaliando a segurança e eficácia da Coronavac em adultos com 60 anos de idade ou mais. A Fase 1 foi conduzida entre 22 de maio e 1o de junho de 2020, envolvendo 72 participantes com idade média de 65,8 anos, e encontrou uma eficácia de 100% utilizando doses de 3 μg da vacina. A Fase 2 foi conduzida entre 12 e 15 de junho de 2020, envolvendo
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350 participantes com idade média de 66,6 anos, e encontrou uma eficácia de 99% utilizando doses de 6 μg da vacina. Mais uma vez, os pesquisadores concluíram que a Coronavac era segura e apresentava boa imunogenicidade, com efeitos colaterais apenas leves a moderados e nenhum efeito colateral grave4. É importante lembrar que nenhum destes estudos – e outros de igual teor – analisaram adequadamente a imunidade celular promovida por linfócitos T. Lembre-se que a resposta de linfócitos T é essencial para determinar a imunidade de longo prazo e o risco de AID. Apesar de os testes pré-clínicos não terem mostrado a ocorrência de AID, testes pré-clínicos não são capazes de determinar se a ausência de AID também vale para humanos5. Em junho de 2021, outro teste clínico de Fase 2 foi publicado, desta vez envolvendo pessoas com doenças autoimunes com idades (média) entre 41 e 71 anos. Todos os participantes apresentavam uma história negativa para Covid19. Amostras de sangue foram colhidas pelo menos 21 dias após a 2a dose da vacina, e os níveis de anticorpos anti-Proteína S foram medidos. A maioria dos vacinados apresentava anticorpos anti-Proteína S detectáveis no sangue 21 dias após a 2a dose da vacina6. Em agosto de 2021, a Coronavac possuía registrados ao todo 3 testes clínicos de Fase 1 e 4 testes clínicos de Fase 230. Testes Clínicos de Fase 3 Em outubro de 2020, o Health Institutes da Turquia iniciou um teste clínico de Fase 3 (randomizado, duplo-cego e placebo-controlado) para avaliar a segurança, imunogenicidade e eficácia da Coronavac em adultos saudáveis com idades entre 18-59 anos. O teste – ainda em andamento – espera recrutar 13 mil participantes e os resultados finais estão previstos para abril de 20229. Em janeiro de 2021, testes adicionas mostraram que a Coronavac apresentava uma eficácia de 50,38% – pouco acima do mínimo exigido pela OMS e pela Anvisa. Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Butantan, a vacina mostrou oferecer proteção total contra casos graves e mortes pela doença: nenhum voluntário vacinado necessitou internação hospitalar ou faleceu por Covid1910. Em abril de 2021, foram publicados os resultados de um estudo realizado em unidades de saúde em São Paulo, conduzido entre 17 de
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janeir0 e 29 de abril de 2021, e envolvendo 43.774 adultos com idade igual ou acima de 70 anos. Após a 2a dose, a eficácia da Coronavac contra Covid19 sintomática foi de 18,2% nos primeiros 13 dias e de 41,6% o 14o dia em diante. Após 14 dias da 2a dose, a vacina apresentou uma eficácia de 59% contra hospitalizações e de 71,4% contra mortes11. Finalmente, em julho de 2021, foram publicados os resultados de um teste clínico de Fase 3 realizado na Turquia e financiado pela Turkish Health Institutes Association, envolvendo 10.218 voluntários com idade entre 18 e 59 anos recrutados entre 15 de setembro de 2020 e 6 de janeiro de 2021 (6.650 receberam a vacina e 3.568 formaram o grupo controle não-vacinado). Os participantes possuíam idade média de 45 anos, sendo 50,8% acima dos 45 anos de idade; 57,8% eram homens; 36% eram profissionais da área de saúde; 15,6% eram obesos; e 11,8% eram hipertensos. Efeitos colaterais sistêmicos foram observados em 17,7% dos vacinados, incluindo fadiga, dores musculares, calafrios e náuseas; e 0,1% dos vacinados apresentaram efeitos colaterais graves. O estudo teve como desfecho primário a incidência de Covid19 sintomática confirmada pelo menos 14 dias após a 2a dose da vacina, o que significa que ele não avaliou a capacidade da vacina em impedir a transmissibilidade do vírus. Os pesquisadores concluíram que a Coronavac possuía uma eficácia estimada de 83,5% após 14 ou mais depois da segunda dose, sem fatalidades ou eventos adversos graves2. Em agosto de 2021, a Coronavac possuía registrados ao todo 8 testes clínicos de Fase 330. Testes Clínicos de Fase 4 Dados inexistentes até agosto de 2021. Não obstante, em fevereiro de 2021, o Instituto Butantan deu início a um teste clínico de Fase 4 no município de São Paulo envolvendo adultos com idade igual ou superior a 18 anos. O objetivo é testar a imunogenicidade da vacina. Os resultados estão previstos para fevereiro de 202212. Em março de 2021, a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (Amazonas), em parceria com o Instituto Butantan, iniciou um teste clínico de Fase 4 para avaliar a eficácia da Coronavac entre professores e agentes de segurança pública com
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fatores de risco em Manaus. O estudo intervencional e nãorandomizado recrutou 6.233 participantes. A publicação dos resultados está prevista para março de 202213. Outro teste clínico de Fase 4 da Coronavac está em andamento no Instituto D'Or para Pesquisa e Educação (RJ), em parceria com o Instituto Butantan. A pesquisa – com duração total estimada de 30 meses – avaliará o grau de proteção pós-vacinal ao longo de 2 anos. A publicação dos resultados está prevista para junho de 202314. Aprovação A China aprovou o uso da Coronavac em junho de 2020 após os resultados de testes de clínicos de Fase 1 e 2 terem mostrando boa tolerância e imunogenicidade. Todavia, existem poucos dados disponíveis sobre a eficácia da Coronavac naquele país. Em janeiro de 2021, a Coronavac recebeu autorização para uso em massa pelos governos do Brasil, Indonésia e Turquia. Os dados preliminares apresentados nestes países colaboraram para que a Coronavac recebesse o selo de “uso emergencial” da OMS em 10 de junho de 2020. A despeito dos poucos dados sobre segurança e eficácia de testes clínicos de Fase 3 (e da ausência completa de dados de testes clínicos de Fase 4), até meados do segundo semestre de 2021 a Coronavac havia sido aprovada para uso emergencial em 39 países2. A Coronavac pode ser mantida refrigerada entre 2ºC e 8ºC, o que lhe confere uma enorme vantagem em termos de logística sobre a vacina de RNA mensageiro da Pfizer–BioNTech, que deve ser mantida armazenada em uma temperatura de −70ºC. Entretanto, faltam dados conclusivos sobre a eficácia da Coronavac contra as novas variantes de SARS-CoV-2, assim como faltam dados sobre o risco de AID, sobre a duração da imunidade contra o vírus original, e sobre a segurança da vacina em pessoas com determinadas comorbidades. Várias outras vacinas contra Covid19 apresentam eficácia acima de 90%, ao passo que a eficácia média” da Coronavac é de 78% − e isto se aplica apenas quando avaliamos quantas pessoas vacinadas desenvolvem Covid19 com sintomas que necessitam atendimento médico, e apenas 22% das pessoas vacinadas se encaixam neste critério restrito15,16.
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BBIBP-CorV Desenvolvedores: Sinopharm Group / CDC chinês / Beijing Institute of Biological Products Nacionalidade: China Custo por dose: US$ 32,00 a US$ 37,0017 Aprovação (até agosto/2021): 45 países21 Eficácia declarada: 85,7% a 100% Em testes pré-clínicos, a vacina BBIBP-CorV mostrou ser capaz de induzir uma boa formação de anticorpos em camundongos ratos, porquinhos da índia, porcos e ratos após 1, 2 ou 3 aplicações. Testes posteriores realizados em macacos mostraram que a vacina BBIBPCorV não estava associada à produção de AID1. Testes Clínicos de Fase 1 e 2 Em setembro de 2020, foram publicados os resultados preliminares de testes clínicos de Fase 1 e 2 da BBIBP-CorV18. A Fase 1 envolveu 96 participantes entre 18 e 59 anos de idade, distribuídos em grupos que receberam doses diferentes de BBIBPCorV (2,5 μg, 5 μg ou 10 μg) ou uma dose de placebo. Após 7 dias, efeitos colaterais foram relatados por 20% dos participantes no grupo de 2,5 μg; 16% dos participantes no grupo de 5 μg; 25% no grupo de 10 μg, e 12% dos participantes no grupo placebo. Todos os eventos foram considerados e de resolução espontânea. No 14o dia após a vacinação, níveis de anticorpos contra SARS-CoV-2 estavam presentes em 100% dos participantes nos grupos de 2,5 e 10 μg e 95,8% dos participantes no grupo de 5 μg. A Fase 2 envolveu 224 participantes entre 18 e 59 anos de idade foram distribuídos em 3 grupos de esquema vacinal: um grupo com uma dose inicial e um reforço após 14 dias; outro grupo com uma dose inicial e um reforço após 21 dias. Cada um desses grupos foi acompanhado por um grupo-controle que recebeu doses de placebo. No grupo de reforço após 14 dias, 6% dos participantes apresentaram efeitos adversos contra 14% no grupo controle. O índice de soroconversão foi de 85,7%. No grupo de reforço após 21 dias, 19%
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dos participantes apresentaram efeitos adversos contra 17% no grupo controle. O índice de soroconversão foi de 100%. Neste estudo, a resposta de linfócitos T não foi avaliada. Portanto, a incidência de AID não pode ser determinada. Em janeiro de 2021, outro teste clínico de Fase 1 e 2 da vacina BBIBP-CorV foi publicado19. O estudo randomizado, duplo-cego e placebo-controlado, realizado na província de Henan, China, envolveu duas doses de BBIBP-CorV separadas por intervalos de 14, 21 e 28 dias. A Fase 1 recrutou 192 participantes saudáveis entre 18 e 80 anos de idade (média de 53,7 anos). Foram observados efeitos adversos em 29% dos vacinados, todos eles leves a moderados. Nenhum efeito colateral grave foi registrado até o 28o dia após o esquema vacinal completo. A eficácia, definida no estudo como a presença de anticorpos detectáveis após 42 dias, foi de 87% nas pessoas entre 18 e 59 anos de idade e de 89% das pessoas com 60 anos ou mais. Na Fase 2, foram recrutados 448 participantes saudáveis entre 18 e 59 anos de idade (média de 41,7 anos); 23% deles apresentaram efeitos adversos (todos considerados leves a moderados). Os níveis de anticorpos detectáveis no 28o dia após o término do esquema vacinal foram considerados adequados em todos os grupos e os pesquisadores concluíram que a BBIBP-CorV apresentava bom perfil de tolerabilidade e imunogenicidade com todas as doses avaliadas (2, 4 e 8 μg). Testes Clínicos de Fase 3 Em agosto de 2021, ainda não existiam resultados de Testes Clínicos de Fase 3 para a BBIBP-CorV, mas, segundo a OMS e a Organização Pan-Americana de Saúde, havia previsão de estudos no Peru (CovPeru, sob a coordenação da Universidade Peruana de Cayetano Heredia, com estimativa de 6 mil recrutados com idade acima de 18 anos e resultados programados para setembro de 2021); no Bahrain, Egito, Jordania e Emirados Árabes Unidos (todos estes sob a coordenação da China National Biotec Group Company Limited, com estimativa de recrutamento de 45 mil adultos saudáveis com idade acima de 18 anos e resultados programados para setembro de 2021); na Argentina (coordenado pelo Laboratório Elea Phoenix S.A,
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envolvendo 3 mil pessoas saudáveis com idade entre 18 e 85 anos, e resultados programados para dezembro 2021); e na China (coordenado pelo China National Biotec Group Co.Ltd, envolvendo 4,4 mil adultos saudáveis com idade superior a 18 anos e com resultados programados para julho de 2021)20,21. Em agosto de 2021, a BBIBP-CorV possuía registrados ao todo 5 testes clínicos de Fase 330. Testes Clínicos de Fase 4 Dados inexistentes até agosto de 202130. Aprovação Em meados de 2020, a vacina da Sinopharm recebeu do governo da China aprovação para uso emergencial. Em dezembro de 2020, após anunciar uma eficácia de 86%, a vacina recebeu a mesma aprovação pelo governo dos Emirados Árabes Unidos. Desde então, vários outros países autorizaram o uso da vacina BBIBP-CorV – a Hungria foi o primeiro país europeu a oferecer a BBIBP-CorV à sua população. Em 7 maio de 2021, a BBIBP-CorV recebeu o selo da OMS de “autorização para uso emergencial”1,22. Até agosto de 2021, a BBIBP-CorV havia sido autorizada para uso em adultos com mais de 18 anos em 45 países e mais de 65 milhões de doses haviam sido aplicadas por meio de autorizações emergenciais21. Covaxin (BBV152)
Desenvolvedores: Bharat Biotech / Indian Council of Medical Research / National Institute of Virology Nacionalidade: Índia Custo por dose: US$ 15,00 a US$ 20,0023 Aprovação (até agosto/2021): 9 países30 Eficácia Declarada: 63,6% a 93,4% Em setembro de 2020, os primeiros testes pré-clínicos da BBV152 (Covaxin) realizados em camundongos, ratos e coelhos mostraram
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que a vacina era capaz de produzir uma boa imunidade com um bom perfil de segurança24. Testes Clínicos de Fase 1 e 2 Em janeiro de 2021, pesquisadores indianos publicaram os resultados de testes clínicos de Fase 1 e 2 da Covaxin. O estudo multicêntrico, randomizado e duplo-cego, realizado entre 13 e 30 de julho de 2020, envolveu 11 hospitais na Índia, recrutando 375 adultos saudáveis com idades entre 18 e 55 anos. Os grupos receberam duas aplicações separadas por um intervalo de 14 dias, e foram separados em subgrupos para doses de 3 e e de 6 μg da vacina. Reações adversas e soroconversão foram adotados como desfechos primário e secundário, respectivamente. Os efeitos colaterais foram considerados leves e moderados, e ocorreram mais frequentemente após a primeira dose (dor no local da aplicação, dor de cabeça, fadiga febre, náuseas e vômitos). A soroconversão ocorreu em 82-91% dos vacinados25. Em março de 2021, os resultados dos testes clínicos de Fase 2 da Covaxin foram publicados na revista Lancet. O estudo multicêntrico, randomizado e duplo-cego, realizado entre 5 e 12 de setembro de 2020 e financiado pela Bharat Biotech International, avaliou a segurança e a imunogenicidade de duas doses intramusculares da vacina em 380 adultos saudáveis com idades entre 12 e 65 anos. A dose de 6 μg da Covaxin foi considerada segura e eficaz, produzindo boa imunidade humoral e celular26. Testes Clínicos de Fase 3 Em março de 2021, o laboratório Bharat Biotech anunciou os resultados preliminares de seus testes clínicos de Fase 3 envolvendo 25,8 mil participantes. Segundo os pesquisadores, a vacina demonstrou uma eficácia de 81% na prevenção de Covid19 sintomática após a 2a dose27. Em julho de 2021, a farmacêutica apresentou a análise final de seus testes clínicos de Fase 3, afirmando que a Covaxin apresentava eficácia de 63,6% contra Covid19 assintomática; 77,8% contra Covid19 sintomática, e 93,4% contra formas graves da doença, com
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uma incidência de menos de 0,5% de efeitos colaterais sérios. A vacina apresentava ainda uma proteção de 65,2% contra a variante Delta (B.1.617.2)28. Testes Clínicos de Fase 4 Dados inexistentes até agosto de 202129,30. Aprovação Em agosto de 2021, a Covaxin encontrava-se aprovada para uso em massa em 9 países: Guiana, Índia, Irã, Ilhas Maurício, México, Nepal, Paraguai, Filipinas e Zimbábue30. No primeiro semestre de 2021, a vacina protagonizou um escândalo no Brasil quando documentos obtidos pela CPI do Covid mostram que o valor contratado pelo governo brasileiro para aquisição da Covaxin (US$ 15 por vacina) estava bem acima do preço inicialmente previsto pela empresa Bharat Biotech (US$ 1,34 por dose). Segundo veiculado na imprensa, a proposta previa a aquisição de 20 milhões de doses de Covaxin em um contrato com valor de total R$1,6 bilhão. A narrativa que se estabeleceu foi de que a compra não foi finalizada pois o escândalo estourou antes. Em 23 de julho de 2021, a Anvisa suspendeu os testes clínicos da Covaxin no Brasil. A vacina não chegou a ser aplicada em voluntários31,32. Outras Vacinas de Vírus Inativado Existem várias outras vacinas de vírus inativado contra Covid19 em fases diferentes de desenvolvimento. Para citar apenas alguns exemplos: Tubitak (Turquia); TURKOVAC (Universidade Erciyes, Turquia); Koçak (Koçak Pharma, Turquia); Fakharavac (Irã); COVIran Barekat (Shifa Pharmed Industria Co., Irã); KD-414 (KM Biologics, Japão); Vero Cells (Shenzhen Kangtai Biological Product, China); VLA2001 (Valneva & Institute for Health Research, França e Reino Unido) e QazVac (Casaquistão). Até agosto de 2021, 3 vacinas contra Covid19 utilizando a plataforma de vírus inativado possuíam registros de testes clínicos de Fase 2, e
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onze apresentavam registros de testes clínicos de Fase 3. Apenas duas vacinas haviam recebido autorização para uso emergencial pela OMS: a Coronavac (produzida pela Sinovac) e a BBIBP-CorV (produzida pela Sinopharm)30,33.
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CAPÍTULO 5 VACINAS DE SUBUNIDADE PROTEICA Ao invés de injetar um microrganismo inteiro para estimular uma resposta imune – como ocorre nas vacinas de vírus vivo atenuado e nas vacinas de vírus inativado –, pode-se utilizar “pedaços” daquele microrganismo, fragmentos especialmente selecionados devido à capacidade de “provocar” o sistema de defesa. Estas vacinas, chamadas de “vacinas de subunidade proteica” ou “vacinas acelulares”, são consideradas seguras, pois não são capazes de provocar a própria doença, podendo ser utilizadas em pessoas com sistemas imunes comprometidos. Vacinas de subunidade proteica são utilizadas há décadas: vacinas contra Hepatite B (primeira vacina de subunidade aprovada para uso em humanos), coqueluche, influenza (gripe comum) e HPV são vacinas de subunidade proteica. Estes imunizantes são relativamente estáveis, fáceis de fabricar em larga escala, apresentam baixo risco de reações colaterais graves e nenhum risco de interação ou integração genética, mas podem necessitar doses de reforço para funcionar, pois sua resposta imune tende a ser mais fraca que aquela produzida por outros tipos de vacinas. Em geral, sua produção é mais cara que vacinas sintetizadas em laboratório – como as vacinas de RNAm. Neste capítulo, vou lhe apresentar duas candidatas de destaque desta plataforma: a NVX-CoV2373 (da farmacêutica Novavax) e a CoV2 preS dTM (dos laboratórios SanofiPasteur/GSK).
NVX-CoV2373 Desenvolvedor: Novavax Nacionalidade: EUA Custo por dose: em torno de US$ 16,001 Aprovação (até agosto/2021): nenhuma2 Eficácia declarada: 51% a 85%
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A vacina NVX-CoV2373 foi desenvolvida pela farmacêutica norteamericana Novavax. A empresa, fundada em 1987, nunca havia lançado um produto sequer no mercado, mas, ainda assim, recebeu o maior financiamento da Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI), uma parceria global para o desenvolvimento de vacinas lançada em 2017: até aqui, a CEPI doou à Novavax a humilde bagatela de US$ 388 milhões para o desenvolvimento de sua vacina. O Governo Federal dos EUA, por meio do programa Operation Warp Speed, prometeu investimentos de outros US$ 1,6 bilhão3. Em estudos pré-clínicos, a NVX-CoV2373 – administrada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre a 1a e a 2a aplicação – mostrou ser segura, sem efeitos colaterais significativos e capaz de produzir boa imunidade em macacos4. Testes Clínicos de Fase 1 e 2 Em dezembro de 2020, foram publicados os resultados dos testes clínicos de Fase 1 e 2 da NVX-CoV2373. O estudo randomizado e placebo-controlado avaliou doses de 5 μg e 25 μg do imunizante para determinar sua segurança e eficácia, e envolveu 108 participantes vacinados e 25 participantes no grupo placebo. Nenhum efeito colateral grave foi observado após 35 dias de acompanhamento, e a defesa produzida foi considerada adequada – incluindo respostas por linfócitos T5. Em janeiro de 2021, a Novavax apresentou dados mostrando que sua vacina era 85% eficaz contra as variantes de SARS-CoV-2 circulantes no Reino Unido e 60% eficaz contra as variantes em circulação na África do Sul6,7. Em maio de 2021, foram publicados mais resultados de testes clínicos de Fase 2. O estudo multicêntrico, randomizado e placebo controlado realizado na África do Sul envolveu 4.387 pessoas saudáveis entre 18 e 84 anos de idade, mas incluiu também indivíduos soropositivos para HIV (aproximadamente 30% dos participantes eram HIV+). As duas doses da vacina foram aplicadas com um intervalo de 21 dias. A eficácia geral foi calculada em 60% nos participantes HIV-negativos, com 51% de eficácia contra a variante Sul Africana (B.1.351)8.
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Testes Clínicos de Fase 3 Em setembro de 2020, foi anunciado o início de um teste clínico de Fase 3 no Reino Unido envolvendo 15 mil adultos com idades entre 18 e 84 anos. Em 02 de novembro de 2020, a Novavax, em parceria com o Department of Health and Human Services (EUA), anunciou o início de outro teste clínico de Fase 3 para a NVX-CoV2373. O estudo randomizado e placebo-controlado pretende incluir 33 mil participantes com 12 anos de idade ou mais para determinar a imunogenicidade da vacina. Os resultados finais estão previstos para junho de 2023. Resultados preliminares destes testes ainda não haviam sido divulgados até agosto de 20219,10. Em agosto de 2021, a Novavax possuía registrados ao todo 3 testes clínicos de Fase 32. Testes Clínicos de Fase 4 Dados inexistentes até agosto de 2021. Aprovação Até agosto de 2021, nenhum país havia aprovado o uso da vacina NVX-CoV2373.
CoV2 preS Dtm Desenvolvedores: Sanofi-Pasteur e GlaxoSmithKline Nacionalidade: França e Reino Unido Custo por dose: US$ 9,30 a US$ 10,5011 Aprovação (até agosto/2021): nenhuma2 Eficácia declarada: desconhecida A vacina de subunidade viral contra Covid19 batizada de CoV2 preS Dtm foi desenvolvida em uma parceria entre as farmacêuticas Sanofi-Pasteur e GlaxoSmithKline utilizando como base a mesma plataforma empregada pela Sanofi para criar a Flublok, uma vacina aprovada contra Influenza.
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Testes Clínicos de Fase 1 e 2 Em abril de 2021, foram publicados os resultados dos primeiros testes de Fase 1 e 2 realizados em humanos da vacina CoV2 preS Dtm. O estudo randomizado e duplo-cego, realizado nos EUA entre 3 e 29 de setembro de 2020, recrutou 441 participantes (299 entre 18 e 49 anos de idade e 142 com mais de 50 anos), divididos em 11 grupos diferentes de tratamento. Não foram observados efeitos colaterais graves. Em dose única, a vacina não foi capaz de estimular uma boa produção de anticorpos. Na versão com duas doses, os resultados foram um pouco melhores, mas ainda assim considerados insatisfatórios, especialmente em pessoas com mais de 50 anos de idade12. Em fevereiro de 2021, foi iniciado outro teste clínico randomizado de Fase 2 prevendo o recrutamento de 722 participantes, com data estimada de conclusão em 15 de dezembro de 2022. Os resultados preliminares deste estudo ainda não foram divulgados13. Testes Clínicos de Fase 3 Em 27 de março de 2021, os laboratórios Sanofi-Pasteur e GlaxoSmithKline iniciaram o recrutamento para um teste clínico de Fase 3. O estudo pretende avaliar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade da vacina CoV2 preS Dtm em 37.430 participantes nos EUA. A conclusão está prevista para janeiro de 2023. Nenhum resultado preliminar foi divulgado14. Em agosto de 2021, a vacina CoV2 preS Dtm possuía registrados apenas 2 testes clínicos de Fase 32. Testes Clínicos de Fase 4 Dados inexistentes até agosto de 2021. Aprovação Até agosto de 2021, nenhum país havia aprovado o uso da vacina CoV2 preS Dtm.
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Outras Vacinas de Subunidade Proteica Até a metade de 2021, vacinas de subunidade viral estavam em avaliação em 16 testes clínicos e em 56 testes pré-clínicos. Estas vacinas estão sendo as mais pesquisadas no momento, pois são fáceis de produzir. A lista (extensa) inclui4,15: CoV2-OGEN1 (uma vacina que pode ser tomada por via oral, desenvolvida pela farmacêutica norteamericana Vaxform); SpFN, do Walter Reed Army Institute of Research (EUA); UB-612, do laboratório Vaxxinity (EUA); CoVepiT, do laboratório OSE Immunotherapeutics (França); ReCOV, do laboratório Jiangsu Rec-Biotechnology (China); CHO Cell, do National Vaccine and Serum Institute (China); NBP2001, do laboratório SK Bioscience (Coreia do Sul); EuCorVac-19, do laboratório EuBiologics (Coreia do Sul); Noora, da Baqiyatallah University of Medical Sciences (Irã); Razi Cov-Pars, do laboratório Razi Vaccine and Serum Research Institute (Irã); Adimmune, do laboratório do mesmo nome (Taiwan); QazCoVac-P, do Research Institute for Biological Safety Problems (Casaquistão); BECOV2, do laboratório Biological e Ltda (Índia); Soberana Plus, do laboratório Finlay Vaccine Institute (Cuba); Mambisa, do Center for Genetic Engineering and Biotechnology (Cuba); Abdala, do Center for Genetic Engineering and Biotechnology (Cuba); SpikoGen, do laboratório Vaxine (Austrália); COVID-19 S-Trimer, de uma parceria entre os laboratórios Clover Biopharmaceuticals, GSK e Dynavax (Austrália); Nanocovax, do laboratório Nanogen Pharmaceutical Biotechnology (Vietnã), e EpiVacCorona, do Vector Institute (Rússia). Até agosto de 2021, 22 vacinas de subunidade proteica contra COvid19 possuíam registros de testes clínicos de Fase 2 e 12 apresentavam registros de testes clínicos de Fase 32.
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CAPÍTULO 6 VACINAS DE VETOR VIRAL As vacinas de vetor viral diferem das vacinas “convencionais” por não possuírem antígenos “de verdade”: elas utilizam o próprio organismo para produzir esses antígenos, empregando um vírus modificado (um vetor) que entrega um código genético (uma “receita”) para que suas células produzam uma substância imunogênica. No caso da Covid19, a “receita” escolhida pela maioria das vacinas foi o código para produção de Proteínas Spike. Quando o vetor “infecta” as células, ele passa a informação para que elas produzam grandes quantidades de Proteína S, simulando o que ocorreria durante uma infecção natural e desencadeando uma forte resposta celular por parte dos linfócitos T, assim como a produção de anticorpos pelos linfócitos B. Além de seu funcionamento relativamente complexo, as vacinas de vetor viral são complicadas de fabricar. Ademais, a imunidade prévia contra o vetor pode comprometer a eficácia dessas vacinas: se você já tem células de defesa e anticorpos “treinados” contra um determinado adenovírus, injetar este adenovírus como um “vetor” provocará uma reação intensa contra ele, diminuindo as chances de que a “receita” consiga atingir o “endereço” certo. Foi por isso que muitas vacinas que utilizam a plataforma de vetor viral optaram por empregar como vetor adenovírus de chimpanzé. Antes do emprego amplo de vacinas de vetor viral contra a Covid19, outras vacinas com a mesma plataforma foram testadas de maneira experimental contra Zika, Influenza, HIV, malária, vírus sincicial respiratório e o temível vírus Ebola11,12,13. Neste capítulo, vamos explorar alguns detalhes das principais vacinas de Vetor Viral em uso no mundo: AZD1222 (AstraZeneca / Oxford); Janssen / Johnson & Johnson; Sputnik V e Ad26.COV2.S (Cansino).
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AZD1222 Desenvolvedores: AstraZeneca / Universidade de Oxford Nacionalidade: EUA e Reino Unido Custo por dose: US$ 2,15 a US$ 5,251 Aprovação (até agosto/2021): 119 países2 Eficácia declarada: 70% a 99% A Universidade de Oxford (EUA) fez uma parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca para desenvolver um vetor nãoreplicante baseado em adenovírus de chimpanzés. A vacina, inicialmente batizada de ChAdOx1, foi nomeada oficialmente AZD1222 e também participou da iniciativa Operation Warp Speed. Até agosto de 2021, a vacina AZD1222 contava com 33 estudos realizados e/ou em andamento em 19 países (7 testes clínicos de Fase 1, 18 testes clínicos de Fase 2 e 8 testes clínicos de Fase 3). Testes Clínicos de Fase 1 e 2 Testes clínicos de Fase 1 e 2 com a vacina da AstraZeneca realizados entre dezembro de 2019 e janeiro de 2021 mostraram respostas imunes promissoras, com índices de soroconversão acima de 99% após uma única dose, sem eventos adversos significativos e com imunogenicidade similar entre as faixas etárias avaliadas (18-55, 5669, e ≥70 anos). Em termos de eficácia, o esquema vacinal completo com 2 doses resultou 90% de proteção contra doença sintomática3,4,5. Testes Clínicos de Fase 3 Em nota para a imprensa divulgada em março de 2021, a AstraZeneca comunicou os resultados dos testes clínicos randomizados de Fase 3 da AZD1222 envolvendo 32.449 participantes distribuídos em 88 centros de pesquisa nos EUA, no Peru e no Chile. Aproximadamente 20% dos pacientes possuíam 64 anos de idade ou mais, e 60% apresentavam comorbidades como diabetes, obesidade severa ou doença cardíaca. Os pesquisadores afirmaram que os estudos haviam mostrado 79% de eficácia da vacina em evitar Covid19 sintomática (com 80% de eficácia em
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pessoas com mais de 65 anos de idade), e 100% de eficácia contra doença grave e hospitalização, com um perfil de segurança favorável. Segundo a empresa, auditores externos independentes realizaram uma avaliação do risco de trombose e não encontraram qualquer aumento da ameaça entre os 21.583 recrutados que haviam tomado pelo menos uma dose da vacina6. Um teste clínico de Fase 2 e 3 foi iniciado em 28 de março de 2020 e encontra-se atualmente em curso para determinar a segurança, eficácia e imunogenicidade em 12.390 voluntários saudáveis no Reino Unido. Os resultados estão previstos para setembro de 2021. Resultados preliminares não haviam sido publicados até agosto de 20217. Outro teste clínico de Fase 3 foi iniciado em 28 de agosto de 2020 e encontra-se atualmente em curso para determinar a segurança, eficácia e imunogenicidade em 32.459 voluntários adultos. Os resultados estão previstos para fevereiro de 2023. Resultados preliminares não haviam sido publicados até agosto de 20218. Em agosto de 2021, a AZD1222 possuía registrados ao todo 8 testes clínicos de Fase Fase 3, com eficácia média em torno de 70%2,30. Testes Clínicos de Fase 4 Dados inexistentes até agosto de 2021. Aprovação Em dezembro de 2020, o Reino Unido e a Argentina foram os primeiros países a conceder autorização para uso emergencial da vacina da AZD1222. Na sequência, a vacina foi autorizada na Índia, Brasil, México e Paquistão, e recebeu inclusive liberação da Agência Médica Europeia. Em 15 de fevereiro de 2021, a OMS concedeu o selo de autorização para “uso emergencial”. Em agosto de 2021, a AZD1222 encontrava-se aprovada em 119 países2,30. Uma das grandes vantagens da AZD1222 está no fato de poder ser armazenada e transportada em refrigeradores comuns, com temperaturas entre 2oC e 8oC, dispensando qualquer tipo de preparação especial por parte das unidades de saúde existentes6.
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A AZD1222 apresenta eficácia um pouco menor que as vacinas da Moderna e da Pfizer, e em fevereiro de 2021 pesquisadores sugeriram que a vacina seria ineficaz contra variantes do SARS-CoV2. Contudo, em março de 2021, estudos afirmaram que a vacina de adenovírus da AstraZeneca havia demonstrado eficácia contra a variante B.1.1.7 (variante do Reino Unido) em testes in vitro9,10. Ad26.COV2.S Desenvolvedores: Janssen / Johnson & Johson Nacionalidade: Bélgica / EUA Custo por dose: US$ 8,50 a US$ 10,001,14 Aprovação (até agosto/2021): 56 países2 Eficácia declarada: 57% a 100% A vacina da Janssen / J&J utiliza como vetor um adenovírus sorotipo 26 (Ad26), contra o qual os humanos não possuem muita defesa. Isto torna o Ad26 um excelente vetor viral. A vacina, batizada de Ad26.COV2.S, demonstrou boa produção de anticorpos neutralizantes após 28 dias de vacinação, mas a resposta de linfócitos T foi notadamente ruim. Apesar desta limitação, a Ad26.COV2.S foi capaz de eliminar o RNA do SARS-CoV-2 em testes em animais e avançou para a fase de testes em humanos. Ela é aplicada em dose única intramuscular15. Testes Clínicos de Fase 1 e 2 Foram realizados ao todo quatro testes clínicos de Fase 1 e quatro testes clínicos de Fase 2 com a vacina Ad26.COV2.S. Em janeiro de 2021, os pesquisadores anunciaram que a vacina apresentava uma eficácia de 66% na América Latina, 57% na África do Sul e 72% nos Estados Unidos, com 100% de eficácia contra formas graves da doença2,16,17,18. Testes Clínicos de Fase 3
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Um teste clínico de Fase 3 da Ad26.COV2.S foi iniciado em 7 de setembro de 2020 e encontra-se atualmente em curso para determinar a segurança, a eficácia e a imunogenicidade em 44.325 voluntários saudáveis com mais de 18 anos de idade. Os países participantes incluem Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Filipinas, África do Sul, Ucrânia e EUA. Os resultados estão previstos para janeiro de 202319. Outro teste clínico randomizado de Fase 3 foi iniciado em 16 de novembro de 2020, com previsão de 31.836 participantes, todos adultos com idade a partir de 18 anos e recrutados na Bélgica, Colômbia, França, Alemanha, Filipinas, África do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA. O término deste estudo está estimado para 31 de maio de 202320. Finalmente, um terceiro teste clínico de Fase 3 da Ad26.COV2.S foi iniciado na África do Sul em 18 de fevereiro de 2021, com previsão de 500 mil participantes e conclusão estimada para 31 de março de 202221. Até agosto de 2021, nenhum destes testes havia divulgado resultados preliminares. Testes Clínicos de Fase 4 Em junho de 2021, os testes clínicos de Fase 4 com vacina da Jansen / J&J foram iniciados na Holanda. Os resultados preliminares ainda não foram divulgados18. Aprovação Em 25 de fevereiro de 2021, o Bahrain se torou o primeiro país a autorizar o uso emergencial da vacina. Em 27 de fevereiro, o FDA fez o mesmo, tornando a vacina da Johnson & Johnson a terceira vacina contra Covid19 disponível nos EUA – e a primeira vacina de dose única aprovada naquele país. Em 11 de março, a vacina recebeu autorização da Agência Europeia de Medicina. No dia seguinte, a OMS concedeu autorização de uso emergencial. Em agosto de 2021, a vacina encontrava-se autorizada em 56 países2,9. Gam-COVID-Vac (Sputnik V)
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Desenvolvedor: Instituto de Pesquisas Gamaleya Nacionalidade: Rússia Custo por dose: em torno de US$ 10,0022 Aprovação (até agosto/2021): 70 países2 Eficácia declarada: em torno de 91% A Gam-COVID-Vac – popularmente conhecida como Sputnik V – é uma vacina de vetor viral desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Gamaleya, na Rússia. Ela combina dois adenovírus recombinantes (rAd26 e rAd5) carregando uma programação genética para produção da Proteína S do SARS-CoV-2. Testes Clínicos de Fase 1 e 2 Os testes clínicos de Fase 1 e 2, avaliando a segurança e a imunogenicidade da Sputnik V, foram realizados entre 18 de junho e 3 de agosto de 2020 e envolveram 76 participantes (36 em cada fase do estudo). Os resultados foram publicados em setembro de 2020: a Fase 1 envolveu voluntários entre 18 e 60 anos de idade que receberam uma dose intramuscular da vacina no dia 0 e uma dose de rAd26-S ou uma dose de rAd5-S após 28 dias. a Fase 2, iniciada nos primeiros 5 dias após o término da Fase 1, consistiu em uma dose de reforço de rAd26-S aplicada no dia 0 e de uma dose de reforço de rAd5-S no dia 21. Todos os efeitos colaterais observados foram considerados leves a moderados e incluíram dor no local da injeção, febre, dor de cabeça, e dores musculares e articulares. Todos os participantes produziram níveis adequados de anticorpos e apresentaram uma boa resposta imune celular (boa ativação de linfócitos T). Os estudos concluíram que a Sputnik V era uma vacina segura e eficaz23. Ao todo, até agosto de 2021, a Suputnik V possuía registrados ao todo 4 testes clínicos de Fase 1 e 9 testes clínicos de Fase 22. Testes Clínicos de Fase 3 Um teste clínico de Fase 3 (randomizado, duplo-cego e placebocontrolado) foi realizado entre 7 de setembro e 24 de novembro de 2020 e envolveu 25 hospitais e policlínicas em Moscou. Ao todo,
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participaram 21.977 adultos com idade igual ou superior a 18 anos. O estudo concluiu que a Sputnik V apresentava 91,6% de eficácia contra Covid1924. Ao todo, até agosto de 2021, haviam sido registrados 6 testes clínicos de Fase 3 para a Sputnik V2. Autorização Em 22 de dezembro, a Bielorrússia se tornou o primeiro país fora da Rússia a conceder autorização para uso da Sputnik V. Em agosto de 2021, a vacina estava autorizada para uso em 70 países2. Ad5-nCoV
Desenvolvedores: CanSino Biologics / Instituto de Biotecnologia da Academia Militar de Ciências Nacionalidade: China Custo por dose: em torno de US$ 14,6425 Aprovação (até agosto/2021): 8 países2 Eficácia declarada: 91% a 96% A vacina Ad5-nCoV da Cansino Biologics utiliza a mesma plataforma empregada anteriormente pela empresa para desenvolver uma vacina contra Ebola. A Ad5-nCoV consiste de um adenovírus humano recombinante tipo 5 (Ad5) não-replicante projetado para expressar a Proteína S do SARS-CoV-2. Contudo, a ampla imunidade preexistente contra do Ad5 na população compromete sua imunogenicidade: entre março e abril de 2020, pesquisadores mostraram que uma aplicação única de doses mais altas de Ad5nCOV causava efeitos colaterais consideráveis. A aplicação única de doses menores resultava na produção de anticorpos neutralizantes após 14-28 dias da aplicação, mas o efeito era observado em apenas 50% dos vacinados26. Testes Clínicos de Fase 1 e 2
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Os testes clínicos de Fase 1 foram realizados entre 16 e 27 de março de 2020 em Wuhan, China, envolvendo 195 participantes entre 18 e 60 anos de idade. A vacina foi considerada segura; os efeitos colaterais, leves a moderados; e a imunidade humoral (anticorpos) e celular (resposta de linfócitos T), satisfatória, atingindo um pico 28 dias após a vacinação27. Os testes clínicos de Fase 2 foram realizados em um único centro de pesquisa em Wuhan, China, entre 11 e 16 de abril de 2020. O estudo randomizado, duplo-cego e placebo-controlado envolveu 508 participantes com idade igual ou superior a 18 anos. Os pacientes foram reavaliados 28 dias após aplicação do esquema vacinal de dose única e a eficácia da vacina foi estimada em 96%. A despeito de efeitos colaterais graves terem sido registrados em 9% dos vacinados, os pesquisadores consideraram a Ad5-nCoV segura e eficaz28. Testes Clínicos de Fase 3 Em agosto de 2021, testes clínicos de Fase 3 para Ad5-nCOV estavam em andamento na Argentina, no Chile, no México, no Paquistão e na Rússia. Os resultados preliminares da Fase 3 no Paquistão sugeriam uma eficácia de 91% para a vacina15,29. Testes Clínicos de Fase 4 Em maio de 2021, os testes clínicos de fase 4 foram iniciados com 400 adultos. Até agosto de 2021, os resultados preliminares deste estudo ainda não haviam sido publicados26. Aprovação Em 25 de junho de 2020, antes que os testes clínicos de Fase 2 fossem concluídos, as Forças Armadas da China concederam uma aprovação emergencial de 1 ano para a Ad5-nCoV26. Em agosto de 2021, a Ad5-nCoV possuía autorização para uso na China (aprovada para aplicação em massa em fevereiro de 2021), na
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Hungria (março de 2021) e na Argentina (junho de 2021), além de Equador, Hungria, Malásia, México e Paquistão2,26. Outras Vacinas de Vetor Viral Em 2021, 14 vacinas de vetor viral contra Covid19 estavam na fase de testes clínicos, utilizando como vetores vírus de estomatite vesicular, vírus influenza, adenovírus e outros. Além das vacinas citadas neste capítulo, podemos listar ainda15: SC-Ad6-1, Tetherex Pharmaceuticals Corporation (EUA); VBI-2902a, VBI Vaccines Inc (EUA); BBV154, Bharat Biotech (Índia); COVID-19 aAPC, Shenzhen Geno-Immune (China); COVIVAC, Institute of Vaccines and Medical Biologicals (Vietnã); NDV-HXP-S, Universidade de Mahidol / Governo da Tailândia e GRAd-COV2, ReiThera (Itália). Até agosto de 2021, 9 vacinas de vetor viral contra Covid19 possuíam registros de testes clínicos de Fase 2 e 13 apresentavam registros de testes clínicos de Fase 32.
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CAPÍTULO 7 VACINAS DE RNA MENSAGEIRO O genoma do SARS-CoV-2 foi isolado e publicado em 11 de janeiro de 2020 – menos de 1 mês após a documentação dos primeiros casos em Wuhan, China. De posse desta informação, laboratórios de pesquisa e empresas de biotecnologia iniciaram uma corrida para produzir uma vacina eficaz contra o vírus. Grandes laboratórios concentraram suas pesquisas em vacinas de RNA mensageiro (RNAm) e estas terminaram sendo as primeiras vacinas a avançar com sucesso nos testes clínicos de Fase 2 e 3. Antes da Covid19, uma vacina de RNAm jamais havia sido autorizada para uso em humanos8. De acordo com os pesquisadores, as vacinas de RNAm não acessam o núcleo da célula: ao ser injetada, a substância concentra-se no cit0plasma celular, onde sofre degradação natural. Isso significa que vacinas de RNAm não apresentam o risco de se integrar diretamente ao seu genoma – ao contrário do descrito para as vacinas de vetor viral e de DNA4,5,6,7. Em agosto de 2021, 6 vacinas de RNAm encontravam-se em testes clínicos de Fase 32. Neste capítulo, vou abordar com mais detalhes as duas mais conhecidas: a BNT162b2, dos laboratórios BioNTech / Pfizer, e a m-RNA-1273, do laboratório Moderna. BNT162b2 Desenvolvedores: BioNTech / Pfizer Nacionalidade: Alemanha e EUA Custo por dose: US$ 14,70 a US$ 19,501 Aprovação (até agosto/2021): 97 países2 Eficácia declarada: 60% a 95% Em janeiro de 2020, a Pfizer (norte-americana) iniciou suas pesquisas para uma vacina de RNAm contra o SARS-CoV-2. A
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BNT162b2 atua enviando uma mensagem para as células do seu corpo para que elas produzam grandes quantidades de Proteína Spike, que por sua vez estimula a resposta do sistema imune, conferindo proteção contra o vírus. A Pfizer relata ter investido US$ 2 bilhões no desenvolvimento do imunizante. Como recompensa, fechou com o governo dos EUA um contrato de US$ 1,95 bilhão para fornecer 100 milhões de doses da substância. A BionTech (alemã) por sua vez obteve um empréstimo de 100 milhões de euros junto ao European Investment Bank para ampliar a produção e a distribuição de sua vacina na Europa. A vacina produzida em conjunto pelas duas empresas fez parte o programa Operation Warp Speed, dos EUA8. Em novembro de 2020, a farmacêutica afirmou que seus testes haviam revelado uma eficácia de 90% para a BNT162b2. Testes Clínicos de Fase 1 e 2 Os testes clínicos de Fase 1 e 2 envolveram 45 voluntários nos EUA com idades entre 18 e 55 anos, divididos em grupos segundo doses diferentes (10, 30 e 100 μg) e um grupo de 9 participantes recebendo placebo. O grupo com doses de 10 e 30 μg receberam duas aplicações com 20 dias de intervalo entre a primeira e a segunda dose; o grupo de 100 μg recebeu apenas uma dose, sem aplicação de reforço. Observou-se um aumento nos níveis de IgG com um pico 7 dias após a segunda dose, que permaneceu elevado até 14 dias após a segunda dose, sem aumentar a partir daí. Naqueles que receberam a dose de 100 μg, os níveis de IgG atingiram um pico 21 dias após a aplicação. Ao final, os resultados não mostraram diferenças significativas na resposta imune após uma dose de 30 e 100 μg, sugerindo que as doses de 10 e 30 μg eram melhores candidatas. Os efeitos adversos mais comumente observados foram dor leve a moderada no local da injeção, e estes sintomas estavam relacionados à dose aplicada (menos intensos no grupo de 10 μg e mais intensos no grupo de 100 μg). Alguns pacientes relataram febre após a primeira e a segunda dose, com resolução espontânea em 24 horas. Alguns pacientes relataram distúrbios no sono. Os exames laboratoriais não foram muito diferentes entre os grupos, mas algumas pessoas
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apresentaram uma redução na contagem de linfócitos e neutrófilos, que retornou ao normal 6-8 dias após a vacinação10,11. Até agosto de 2021, haviam sido registrados ao todo cinco testes clínicos de Fase 1 e treze testes clínicos de Fase 2 para a vacina BNT162b2, envolvendo países como Alemanha, EUA, Japão, Argentina, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Espanha, China, França Áustria e Brasil2. Testes Clínicos de Fase 3 Em julho de 2020, foi anunciado o início de um teste clínico de Fase 3 para a BNT162b2 envolvendo 30 mil voluntários nos EUA, na Argentina, na Alemanha e no Brasil – entre outros países. Em novembro de 2020, o laboratório anunciou os resultados preliminares do estudo, afirmando que a vacina apresentava uma eficácia de 95% (mesmo em adultos com mais de 60 anos de idade)3. Em dezembro de 2020, foram publicados os resultados preliminares dos testes clínicos randomizados de Fase 3 analisando duas doses da vacina BNT162 aplicadas com 21 dias de diferença entre a 1a e a 2a dose (30 μg por dose). O objetivo primário consistia verificar a segurança e eficácia da vacina contra o diagnóstico de Covid19 confirmado laboratorialmente. Para tanto, 43.448 participantes saudáveis receberam a vacina e 21.728 participantes receberam placebo. Durante um acompanhamento médio de 2 meses, os pesquisadores registraram 10 casos graves de Covid19 após a 1a dose da vacina, sendo 9 casos no grupo placebo e apenas 1 caso no grupo vacinado. A incidência de eventos adversos graves foi baixo e similar em ambos os grupos (vacina e placebo). O estudo – iniciado em 29 de abril de 2020 e com término previsto para 2 de maio de 2023 – concluiu que um esquema de duas doses da vacina BNT162 era seguro e 95% eficaz para prevenir Covid1912,13. Em abril de 2021, resultados preliminares de testes clínicos de Fase 3 realizados entre profissionais de saúde no Reino Unido mostraram que a vacina Pfizer-BioNTech apresenta uma eficácia de 72% após a
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1a dose contra infecção confirmada por PCR. Testes clínicos similares realizados em Israel mostraram uma eficácia de 60%14. Até agosto de 2021, haviam sido registrados 6 testes clínicos de Fase 3 para a vacina BNT162b2, envolvendo países como Bélgica, Argentina, Brasil, Alemanha, África do Sul, EUA, Turquia e Suíça2. Testes Clínicos de Fase 4 Em fevereiro de 2021, foi iniciado um teste clínico de Fase 4 em parceria com o Ministério do Interior e da Saúde da Dinamarca3. Resultados preliminares deste teste não haviam sido publicados até agosto de 2021. Aprovação Em 11 de dezembro de 2020, a vacina BNT162b2 da Pfizer se tornou a primeira vacina a ser aprovada para uso emergencial nos EUA. Em 31 de dezembro de 2020, a vacina recebeu da OMS o selo para “uso emergencial”8,23. Em 10 de maio de 2021, o FDA (EUA) ampliou a autorização emergencial da BNT162b2 para incluir adolescentes entre 12 e 15 anos de idade. No mês seguinte, em 25 de junho de 2021, o FDA emitiu uma nota alertando sobre o maior risco de miocardite (inflamação do músculo cardíaco) e pericardite (inflamação da membrana que envolve o coração) – especialmente em pessoas mais jovens – associado ao uso da vacina da Pfizer8. Em agosto de 2021, a vacina BNT162b2 possuía aprovação para uso em 97 países. A Pfizer possui outra vacina de RNAm – BNT162b1 – com histórico de um teste clínico de Fase 1 (registrado na China); um teste clínico de Fase 2, e um teste clínico de Fase 3 (ambos registrados para Argentina, Brasil, Alemanha, África do Sul, Turquia e EUA). A BNT162b1 ainda não foi aprovada em qualquer país2.
mRNA-1273 Desenvolvedores: Moderna
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Nacionalidade: EUA Custo por dose: US$ 15,00 a US$ 18,0015 Aprovação (até agosto/2021): 64 países2 Eficácia declarada: em torno de 94% A vacina mRNA-1273, da farmacêutica Moderna, foi desenvolvida em Cambridge, Massachusetts, e financiada pelo National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), que é parte do National Institutes of Health – um conglomerado de centros de pesquisa que formam a agência governamental de pesquisa biomédica do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos. As pesquisas foram iniciadas 2 meses após o sequenciamento do genoma do SARS-CoV-2 e receberam um investimento de US$ 6 bilhões do Governo Federal dos EUA com parte do programa Operation Warp Speed 16. A vacina mRNA-1273 da Moderna age de maneira idêntica à vacina de sua concorrente BioNTech/Pfizer: consiste de um RNA mensageiro de Proteína S sintetizada in vitro e coberta com nanopartículas lipídicas. Assim como a vacina de RNAm da Pfizer, a vacina de RNAm da Moderna precisa ser mantida em temperaturas ultra-geladas”3,8,10,20. Até o surgimento da pandemia, a Moderna nunca havia produzido uma vacina eficaz, mas, mesmo assim, conseguiu avançar com seu imunizante até a fase de testes clínicos em humanos3,8,10. Em outubro de 2020, foram publicados os resultados dos testes préclínicos mRNA-1273 realizados em macacos. O estudo afirmou que a vacina da Moderna induzia uma resposta imune celular e humoral rápida e robusta21. Outros testes da m-RNA-1273 realizados em camundongos mostraram que uma dose de 1 μg da vacina era capaz de produzir uma resposta imune intensa (incluindo uma boa ativação dos linfócitos T citotóxicos), sem efeitos colaterais significativos. Em termos proporcionais, em humanos esta dose equivaleria a 100 μg – e esta foi a posologia escolhida para os testes clínicos nas fases seguintes3,8,10,21. Testes Clínicos de Fase 1
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Em novembro de 2020, foram publicados os resultados preliminares dos testes clínicos de Fase 1 em humanos: 45 adultos saudáveis, com idades entre 18 e 55 anos, receberam duas doses da vacina com intervalo de 28 dias entre a 1a e a 2a aplicação. As doses estudadas foram de 25 μg, 100 μg e 250 μg, com 15 participantes em cada um desses grupos. Após a primeira aplicação, os níveis de anticorpos foram maiores no grupo 250 μg. Após a segunda dose, todos os recrutados apresentam níveis de anticorpos circulantes detectáveis. Os efeitos colaterais mais comuns após a 1a e a 2a dose foram fadiga, calafrios, dor de cabeça, dor muscular e dor no local da aplicação. Após a 2a dose, 3 participantes (21%) o grupo 250 μg apresentaram um ou mais efeitos colaterais graves. Ainda assim, o estudo concluiu que a vacina mRNA-1273 era segura e eficaz17. Em dezembro de 2020, foram publicados os resultados de um teste clínico de Fase 1. O estudo incluiu adultos com mais de 40 anos de idade, que receberam duas doses da vacina (25 μg ou 100 μg) administradas com um intervalo de 28 dias. Os efeitos colaterais mais comuns foram (novamente) fadiga, calafrios, dor de cabeça, dor muscular e dor no local da aplicação, sendo mais comuns após a segunda dose da vacina. Os pesquisadores concluíram que a dose de 100 μg era boa, segura e eficaz18. Até agosto de 2021, a vacina mRNA-1273 possuía registrados 5 testes clínicos de Fase 1, todos nos EUA2. Testes Clínicos de Fase 2 Em maio de 2021, foram publicados os resultados preliminares de um teste clínico de Fase 2, randomizado e placebo-controlado, realizado nos EUA com 600 adultos saudáveis com idade igual ou superior a 18 anos. O estudo foi conduzido entre 29 de maio e 8 de julho de 2020 e avaliou um esquema vacinal de duas doses da vacina (50 µg e 100 µg) administradas com um intervalo de 28 dias entre a 1a e a 2a aplicação. Após análise dos dados, os pesquisadores concluíram que ambos os esquemas apresentam perfis de segurança e eficácia aceitáveis. Até agosto de 2021, a mRNA-1273 possuía registrados nove testes clínicos de Fase 2 – a maioria deles nos EUA e Canadá2. Testes Clínicos de Fase 3
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Em fevereiro de 2021, foram publicados os resultados preliminares de um teste clínico de Fase 3, randomizado e placebo-controlado, realizado em 99 centros de pesquisa nos EUA. Os participantes receberam duas aplicações intramusculares de 100 μg de mRNA1273 separadas por um intervalo de 28 dias ou placebo. O estudo recrutou 30.420 participantes. Ao longo do período de acompanhamento, detectou-se Covid19 sintomática em 185 participantes no grupo placebo (30 deles com idade igual ou superior a 65 anos) e em apenas 11 participantes no grupo vacina. Após análise dos dados, os pesquisadores concluíram que o esquema vacinal de duas doses de 100 μg de mRNA-1273 era seguro e apresentava eficácia de 94,1% contra Covid19 sintomática, incluindo formas graves da doença. Até agosto de 2021, a vacina mRNA-1273 possuía registrados sete testes clínicos de Fase 3, envolvendo Suíça, EUA e Canadá2. Testes Clínicos de Fase 4 Em fevereiro de 2021, um teste clínico de Fase 4 foi lançado como parte de um estudo acional em colaboração com o Ministério do Interior e da Saúde da Dinamarca. Outro teste clínico de Fase 4 para a vacina mRNA-1273 teve em junho de 2021, na Bélgica3. Até agosto de 2021, não haviam sido publicados resultados preliminares destes estudos. Aprovação Em 18 de dezembro de 2020 a mRNA-1273 se tornou a segunda vacina autorizada pelo FDA (EUA). Em 30 de abril de 2021, a mRNA-1273 se tornou a 5a vacina a receber o selo de “uso emergencial” da OMS. Em agosto de 2021, encontrava-se autorizada para uso em 64 países2,3,8. Também em agosto de 2021, a Moderna estava testando uma segunda vacina de RNAm contra Covid, desta vez mirando na variante Beta detectada na África do Sul. Batizada de mRNA-1273.351, a vacina será avaliada isoladamente, sequencialmente ou em associação à mRNA-12733,8,10. Até a
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publicação deste livro, os resultados preliminares destes testes não haviam sido publicados. Outras Vacinas de RNAm Outras vacinas de RNAm em fase de pesquisa incluem: LNP-nCOV saRNA-02, MRC/UVRI e Unidade de Pesquisa LSHTM (Uganda) e Imperial College (Reino Unido); CoV-2 SAM (LNP), GlaxoSmithKline (Reino Unido); HDT-301, SENAI CIMATEC (Brasil); PTX-COVID19-B, Providence Therapeutics (Canadá); ChulaCOv19, Centro de Pesquisas em Vacinas Chula (Tailândia); EXG-5003, Elixirgen Therapeutics (EUA); DS-5670a, Daiichi Sankyo Co e Universidade de Tóquio (Japão), e ARCoV, Suzhou Abogen Biosciences / Walvax Biotechnology / Academia Militar de Ciências Médicas (China). Todavia, estas vacinas se encontram a milhares de quilômetros de distância em termos de testes clínicos quando comparadas às vacinas da BioNTech/Pfizer e Moderna. Atualmente, existem inclusive estudos de equivalência entre estas duas vacinas “mais famosas”: Em abril de 2021, foram publicados os resultados de um teste clínico direcionado para verificar a eficácia das duas principais vacinas de RNAm (Pfizer-BioNTech e Moderna) na prevenção de infecções sintomáticas de SARS-CoV-2. O estudo, realizado entre 14 de dezembro de 2020 e 13 de março de 2021, envolveu 3.950 profissionais de saúde (62,1% mulheres, 71,0% com idade entre 18 e 49 anos, e 68,9% sem comorbidades crônicas): 2.479 (62,8%) receberam o esquema vacinal recomendado (duas de BNT162 ou duas doses de mRNA-1273) e 477 (12,1%) receberam apenas uma dose de uma das vacinas; os restantes (não-vacinados) compuseram o grupo controle. A imunização parcial (mais de 14 dias após a primeira dose, porém antes da segunda dose) mostrou ter uma eficácia de 80%. Nos participantes que desenvolveram Covid19, 10,7% destes tiveram infecção não-sintomática. Dentre os participantes vacinados que apresentaram infecção confirmada por RT-PCR, 22,9% necessitaram atendimento médico e dois deles foram hospitalizados. Nenhuma morte ocorreu. Após a conclusão dos
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testes, os pesquisadores determinaram que o esquema de duas doses com vacinas de RNAm confere uma imunização de 90%14. Finalmente, em 15 de junho de 2021, foi publicado um estudo prospectivo de coorte avaliando gestantes e mulheres lactantes vacinadas com mRNA-1273 (Moderna) ou BNT162b (PfizerBioNTech). O estudo, realizado entre dezembro de 2020 e março de 2021, envolveu 103 mulheres com idades de 18 a 45 anos, sendo 30 gestantes, 16 lactantes; 57 mulheres vacinadas, porém não-grávidas e não-lactantes; 22 mulheres grávidas não vacinadas, e 6 mulheres não-grávidas e não-vacinadas. A resposta imune humoral e celular foi determinada contra o SARS-CoV-2 original e as variantes B.1.1.7 e B.1.351. Após a segunda dose da vacina, observou-se febre em 4 gestantes (14%), em 7 lactantes (44%) e em 27 mulheres nãográvidas (52%). A resposta imune foi detectada em toda as mulheres vacinadas e considerada adequada, inclusive contra as variantes22. Até agosto de 2021, 11 vacinas de RNAm contra COvid19 possuíam registros de testes clínicos de Fase 2 e 6 apresentavam registros de testes clínicos de Fase 32.
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CAPÍTULO 8 VACINAS DE DNA As vacinas de DNA foram uma grande sensação no começo dos anos 1990 e o conceito passou a ser aplicado contra uma ampla gama de patógenos e antígenos tumorais. Em teoria, seriam um método inédito, seguro e eficaz para induzir boas respostas no sistema imune – inclusive sobre os linfócitos T, essenciais para uma imunidade de longo prazo. Vacinas genéticas consistem em sequências de genes na forma de plasmídeos de DNA ou RNA mensageiro (RNAm). Uma vez injetada no corpo, a informação genética entra nos miócitos, onde é “lida” pelo maquinário produtor de proteínas da própria célula, que passa a fabricar antígenos que “provocam” o sistema de defesa, estimulando a produção de anticorpos (mais ou menos como ocorre com as vacinas de vetor viral). A principal vantagem das vacinas de DNA está na possibilidade de mirar em antígenos “copiados” do próprio agente infeccioso. Isto torna o processo relativamente rápido e “potencialmente” de baixo risco, pois exclui a injeção de proteínas potencialmente agressivas. Todavia, desde a apresentação das vacinas genéticas, nunca houve uma vacina deste tipo aprovada para uso em humanos. Os obstáculos para o desenvolvimento de vacinas genéticas foram superados com o desenvolvimento de novos polímeros, nanolipídeos, adjuvantes moleculares e outros produtos. O primeiro teste clínico de Fase 1 em humanos com uma vacina de DNA foi realizado contra o HIV-1. Outros testes foram conduzidos para avaliar a eficácia desta plataforma imunizante contra câncer, influenza, raiva, malária, herpes e hepatite B. Desde então, várias vacinas de DNA foram autorizadas para uso em massa em animais, incluindo cavalos, salmões, porcos e cães1,2. A vacina intradérmica de DNA contra Covid19 INO-4800, da empresa norte-americana Inovio, iniciou seus testes clínicos em 2020. Dados preliminares de 36 pacientes mostraram que 94% deles (34) desenvolveram uma boa resposta imune após 6 semanas.
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Infelizmente, o número de participantes nas fases 1 e 2 é insuficiente para determinar a real eficácia da vacina e menos ainda sua segurança3. Outras vacinas de DNA contra Covid19 em desenvolvimento incluem exemplos como Covigen (BioNet-Asia e Universidade de Sydney, Austrália); Covigenix VAX-001 (Entos Pharmaceuticals, Canadá), e COVID-eVax (Takis e Rottapharm Biotech, Itália). Como mencionado anteriormente, vacinas de DNA possuem alta especificidade, porém podem induzir a formação de autoanticorpos e (mais preocupante) apresentam o risco de integração genômica, levando potencialmente a mutagênese e oncogênese – e isto é válido inclusive para as vacinas de DNA em desenvolvimento contra Covid19. Além destes riscos, existe a preocupação de que vacinas de DNA levem a uma disseminação de materiais genéticos desconhecidos pelo meio ambiente, afetando e modificando a microflora natural4,5,6,7,8. Até agosto de 2021, 3 vacinas de DNA contra Covid19 encontravamse em estágios diferentes de testes clínicos, mas nenhuma delas possuía autorização para uso em massa em humanos. A bem da verdade, nunca houve uma vacina de DNA autorizada para uso em massa em humanos1,2,9.
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CAPÍTULO 9 A PERFORMANCE DAS VACINAS NO MUNDO E NO BRASIL Ainda que a Covid19 não possua uma letalidade tão elevada quanto a “grande imprensa” espera que você acredite, é inegável que o vírus existe e pode matar. Para aqueles que perderam entes queridos para a Pandemia ou tornaram-se paranoicos com o medo de morrer pela doença, não adianta muito dissertar sobre o fato de que 99,5% dos humanos vivos no começo de 2020 sobreviveram à passagem do SARS-CoV-2. O sentimento de terror e desespero frente a ameaça da Covid19 – que classifico sem o menor mal-estar como sendo uma das maiores histerias coletivas que já testemunhamos na história – levou a uma corrida radical em busca de uma salvação. E esta corrida, repleta de interesses escusos, intenções de controle absoluto e agendas nada humanitárias, rapidamente entronizou o “bezerro de ouro” das vacinas como o ídolo-maior da esperança coletiva. As vacinas traziam consigo a promessa de dias sem lockdowns, distanciamento social e máscaras. Dias em que seria possível viver sem o medo da morte e retomar a “normalidade” perdida. Mas poucos atentaram para o discurso antecipado dos especialistas que insistiam que o apavoramento era saudável e a “normalidade” continuaria distante a despeito das vacinas: em entrevista para o jornal eletrônico da prestigiada Cleveland Clinic, a infectologista Kristin Englund afirmou que “tomar a vacina não significa que você pode retornar instantaneamente à vida de antes. Até que tenhamos atingido algum nível de imunidade de rebanho, a vacina será nada além de mais uma camada de proteção contra a Covid19”. Em julho de 2021, o CDC os EUA reiterou esta posição, anunciando que as vacinas não eram suficientes para eliminar o medo e restaurar a “normalidade”1,2. Não obstante, a batalha das vacinas seguiu em frente. Afinal, antes fazer alguma coisa que fazer nada, certo? Portanto… “vacinem-se!”, proclamaram as autoridades sanitárias. E a humanidade vacinou-se
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em massa, voluntaria ou coercitivamente: até julho de 2021, cerca de 3 bilhões de doses de vacinas contra Covid19 já haviam sido aplicadas em todo o mundo3. Mas qual foi exatamente o efeito das vacinas? Qual foi seu impacto sobre vírus terrível? Elas cumpriram a promessa e retardaram o avanço das mortes por Covid19 no planeta?Responder estas perguntas não é tarefa fácil, mas é possível levantar alguns dados e fazer um esforço honesto para observar objetivamente o efeito das vacinas no meio do caos da Pandemia. Por exemplo: poderíamos analisar os registros comparativos de cobertura vacinal e as médias de mortes anotadas na conta do Covid19 em diversos países, dos mais ricos aos mais pobres. O raciocínio é bem simples: se, em julho 2020, antes que qualquer vacina estivesse disponível, um país X apresentava uma média semanal de X mortes por Covid19, como teria ficado esta média semanal em julho de 2021, após a aplicação em massa de vacinas contra a doença? Ainda que muitos possam considerar este raciocínio “ingênuo e reducionista”, ele certamente é interessante e pertinente. E o resultado dele é o que você verá a seguir. O caso dos 50 maiores IDHs do mundo Segundo a ONU, os 50 maiores Índices de Desenvolvimento do Humano (IDHs) do mundo pertencem aos seguintes países: Noruega (0,957), Irlanda (0,955), Suíça (0,955), Hong Kong (0,949), Islândia (0,949), Alemanha (0,947), Suécia (0,945), Austrália (0,944), Holanda (0,944), Dinamarca (0,940), Finlândia (0,938), Singapura (0,938), Reino Unido (0,932), Bélgica (0,931), Canadá (0,929), EUA (0,926), Áustria (0,922), Israel (0,919), Japão (0,919), Liechtenstein (0,919), Eslovênia (0,917), Coreia do Sul (0,916), Luxemburgo (0,916), Espanha (0,904), França (0,901), República Tcheca (0,900), Malta (0,895), Estônia (0,892), Itália (0,892), Emirados Árabes Unidos (0,890), Grécia (0,888), Chipre (0,887), Lituânia (0,882), Polônia (0,880), Andorra (0,868), Letônia (0,866), Portugal (0,864), Eslováquia (0,860), Hungria (0,854), Arábia Saudita (0,854), Barein (0,852), Chile (0.851), Croácia (0,851), Catar (0,848), Argentina (0,845), Brunei (0,838), Montenegro (0,829), Romênia (0,828), Palau (0,826) e Cazaquistão (0,825).
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Considerando que estas nações não enfrentam grandes problemas com relação à organização de suas sociedades e à capacidade de investir bem seu dinheiro, como será que elas se saíram com relação às vacinas e às mortes por Covid19? Como estavam as médias semanais de mortes por Covid19 nestes países em julho de 2020 (antes das vacinas) e na última semana julho de 2021 (depois das vacinas)? Utilizando ferramentas de livre acesso como Google e bases de dados como OurWorldInData.org e Worldometers.info, os números em 01 de agosto de 2021 eram os seguintes: 1) Noruega Média de mortes por milhão de habitantes: 146 População vacinada com pelo menos uma dose: 66,9% População completamente vacinada: 33,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 2) Irlanda Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.006 População vacinada com pelo menos uma dose: 67,1% População completamente vacinada: 56% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 3) Suíça Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1,250 População vacinada com pelo menos uma dose: 54,5% População completamente vacinada: 48,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 4) Hong Kong Média geral de mortes por milhão de habitantes: 28 População vacinada com pelo menos uma dose: 42,6% População completamente vacinada: 30%
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Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 5) Islândia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 87 População vacinada com pelo menos uma dose: 75,4% População completamente vacinada: 71,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 6) Alemanha Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.095 População vacinada com pelo menos uma dose: 61,7% População completamente vacinada: 52,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 35 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 1.166% 7) Suécia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.438 População vacinada com pelo menos uma dose: 62,5% População completamente vacinada: 40,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 8 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 800% 8) Austrália Média geral de mortes por milhão de habitantes: 36 População vacinada com pelo menos uma dose: 32,6% População completamente vacinada: 14,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 9) Holanda Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.037 População vacinada com pelo menos uma dose: 68,6%
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População completamente vacinada: 50,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 400% 10) Dinamarca Média geral de mortes por milhão de habitantes: 438 População vacinada com pelo menos uma dose: 72,1% População completamente vacinada: 54,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 11) Finlândia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 176 População vacinada com pelo menos uma dose: 66,8% População completamente vacinada: 34,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 12) Singapura Média geral de mortes por milhão de habitantes: 6 População vacinada com pelo menos uma dose: 75,2% População completamente vacinada: 57,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021 (depois das vacinas): 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 13) Reino Unido Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.892 População vacinada com pelo menos uma dose: 70,1% População completamente vacinada: 56,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 15 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 77 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 513% 14) Bélgica
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Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.167 População vacinada com pelo menos uma dose: 69,8% População completamente vacinada: 57,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 50% 15) Canadá Média geral de mortes por milhão de habitantes: 697 População vacinada com pelo menos uma dose: 71,7% População completamente vacinada: 58,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 5 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 8 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 160% 16) EUA Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.883 População vacinada com pelo menos uma dose: 58,0% População completamente vacinada: 50% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 547 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 354 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 64% 17) Áustria Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.185 População vacinada com pelo menos uma dose: 59,7% População completamente vacinada: 51,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 18) Israel Média geral de mortes por milhão de habitantes: 693 População vacinada com pelo menos uma dose: 63,9% População completamente vacinada: 59,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração
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19) Japão Média geral de mortes por milhão de habitantes: 120 População vacinada com pelo menos uma dose: 38,7% População completamente vacinada: 27,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 10 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 1000% 20) Liechtenstein Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.543 População vacinada com pelo menos uma dose: 53,8% População completamente vacinada: 49,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 21) Eslovênia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.130 População vacinada com pelo menos uma dose: 44,1% População completamente vacinada: 38,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 22) Coreia do Sul Média geral de mortes por milhão de habitantes: 41 População vacinada com pelo menos uma dose: 26,2% População completamente vacinada: 13,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300% 23) Luxemburgo Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.291 População vacinada com pelo menos uma dose: 63,9% População completamente vacinada: 50,4% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração
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24) Espanha Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.737 População vacinada com pelo menos uma dose: 67,9% População completamente vacinada: 57,4% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 38 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 1900% 25) França Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.707 População vacinada com pelo menos uma dose: 62,1% População completamente vacinada: 47,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 9 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 29 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 322% 26) República Tcheca Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.830 População vacinada com pelo menos uma dose: 52,9% População completamente vacinada: 45,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 200% 27) Malta Média geral de mortes por milhão de habitantes: 951 População vacinada com pelo menos uma dose: 79,4% População completamente vacinada: 75,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 28) Estônia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 957 População vacinada com pelo menos uma dose: 48,1% População completamente vacinada: 37,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
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Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 29) Itália Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.120 População vacinada com pelo menos uma dose: 63,5% População completamente vacinada: 51,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 6 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 16 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 266% 30) Emirados Árabes Unidos Média geral de mortes por milhão de habitantes: 193 População vacinada com pelo menos uma dose: 79,3% População completamente vacinada: 70,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 400% 31) Grécia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.242 População vacinada com pelo menos uma dose: 53,1% População completamente vacinada: 47,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 9 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 900% 32) Chipre Média geral de mortes por milhão de habitantes: 332 População vacinada com pelo menos uma dose: 60,6% População completamente vacinada: 51,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300% 33) Lituânia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.645 População vacinada com pelo menos uma dose: 50,5% População completamente vacinada: 44,4% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
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Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 34) Polônia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.991 População vacinada com pelo menos uma dose: 48,2% População completamente vacinada: 45,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 6 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 200% 35) Andorra Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.641 População vacinada com pelo menos uma dose: 62,8% População completamente vacinada: 44% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 36) Letônia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.369 População vacinada com pelo menos uma dose: 39,9% População completamente vacinada: 35,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 37) Portugal Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.703 População vacinada com pelo menos uma dose: 67,9% População completamente vacinada: 54,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 11 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 366% 38) Eslováquia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.295 População vacinada com pelo menos uma dose: 41,4% População completamente vacinada: 36%
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Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 39) Hungria Média geral de mortes por milhão de habitantes: 3.116 População vacinada com pelo menos uma dose: 57,5% População completamente vacinada: 55,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 40) Arábia Saudita Média geral de mortes por milhão de habitantes: 231 População vacinada com pelo menos uma dose: 54,5% População completamente vacinada: 23% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 28 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 233% 41) Barein Média geral de mortes por milhão de habitantes: 784 População vacinada com pelo menos uma dose: 67,5% População completamente vacinada: 64,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 100% 42) Chile Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.820 População vacinada com pelo menos uma dose: 72,9% População completamente vacinada: 64,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 77 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 70 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 10% 43) Croácia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.022 População vacinada com pelo menos uma dose: 40,3%
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População completamente vacinada: 35% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 44) Catar Média geral de mortes por milhão de habitantes: 214 População vacinada com pelo menos uma dose: 72,4% População completamente vacinada: 60,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 100% 45) Argentina Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.281 População vacinada com pelo menos uma dose: 55,1% População completamente vacinada: 14,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 34 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 318 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 935% 46) Brunei Média geral de mortes por milhão de habitantes: 7 População vacinada com pelo menos uma dose: 29,1% População completamente vacinada: 5,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 47) Montenegro Média geral de mortes por milhão de habitantes: 2.590 População vacinada com pelo menos uma dose: 28,1% População completamente vacinada: 24,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 48) Romênia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 1.794
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População vacinada com pelo menos uma dose: 25,7% População completamente vacinada: 25% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 16 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 800% 49) Palau Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0 População vacinada com pelo menos uma dose: desconhecido População completamente vacinada: desconhecido Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 50) Cazaquistão Média geral de mortes por milhão de habitantes: 291 População vacinada com pelo menos uma dose: 28,7% População completamente vacinada: 19,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 89 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 890% Vamos a uma análise rápida resumindo os números dos países com maior IDH do mundo: 1. Até agosto de 2021, a média geral de mortes por milhão nos países com os 50 maiores IDHs do mundo era de 1.141 óbitos. Da população dos 49 países com informação sobre o status vacinal (os dados não estavam disponíveis para Palau), 56,% havia tomado pelo menos uma dose da vacina e 44,7% haviam recebido a vacinação completa. 2. Dos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que apresentavam dados vacinais disponíveis, 27 (55%) apresentaram aumento na média de mortes semanais quando comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina). Nestes países, 55% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina e 43% havia recebido a vacinação completa. Na comparação das duas
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médias aferidas, os óbitos semanais apresentaram um aumento médio de 409%. 3. Dos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que apresentavam dados vacinais disponíveis, apenas 8 (16%) apresentaram redução na média de mortes semanais quando comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina). Nestes países, 58% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina e 47% havia recebido a vacinação completa. Na comparação das duas médias aferidas, os óbitos semanais apresentaram uma redução média de 288%. 4. Dos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que apresentavam dados vacinais disponíveis, 14 (29%) não apresentaram alterações na média de mortes semanais quando comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina). Nestes países, 57% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina e 46% havia recebido a vacinação completa. 5. Aparentemente, nos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que apresentavam dados vacinais disponíveis, em algum ponto entre 57-58% da população com pelo menos uma dose da vacina (ou em algum ponto entre 46-47% da população com vacinação completa), algum benefício das vacinas pode existir. Todavia, como explicar o caso da Romênia, que apresentou uma redução de 800% na média semanal de mortes de julho de 2020 comparada a julho de 2021 tendo apenas 25,7% da população vacinada com pelo menos uma dose e apenas 25% da população completamente vacinada? 6. Indo um pouco além: nos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que apresentavam dados vacinais disponíveis, se o ponto de 57% da população com pelo menos uma dose da vacina significa que efeitos positivos da vacinação em massa começam a ser percebidos, então como explicar o aumento na média semanal de mortes de julho de 2020 comparada a julho de 2021 nos 15 países que ultrapassaram este limiar de imunização? Os 15 países com mais de 57% da população com pelo menos uma dose da vacina (a saber:
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Irlanda, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Reino Unido, Bélgica, Canadá, Áustria, Espanha, França, Itália, Emirados Árabes Unidos, Chipre e Portugal) apresentavam uma média de 67% da população com pelo menos uma dose da vacina e, mesmo assim, exibiam um aumento médio de 416% no número de óbitos por Covid19 na comparação entre os dois períodos citados. 7. Nos 49 países com os maiores IDHs do mundo e que apresentavam dados vacinais disponíveis, se o ponto de 46% da população com vacinação completa significa que efeitos positivos da vacinação em massa começam a ser percebidos, então como explicar o aumento na média semanal de mortes de julho de 2020 comparada a julho de 2021 nos 16 países que ultrapassaram este limiar de imunização? Os 16 países com mais de 46% da população completamente imunizada (a saber: Irlanda, Suíça, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Reino Unido, Bélgica, Canadá, Áustria, Espanha, França, Itália, Emirados Árabes Unidos, Grécia, Chipre e Portugal) apresentavam uma média de 54% da população completamente vacinada e, mesmo assim, exibiam um aumento médio de 446% no número de óbitos por Covid19 na comparação entre os dois períodos citados. 8. Finalmente, em 01 de agosto de 2021, Malta, o país mais vacinado do mundo, apresentava 79,4% de sua população vacinada com pelo menos uma dose e 75,8% com vacinação completa. Os Emirados Árabes Unidos (o 2o país mais vacinado do mundo na mesma data) apresentavam 79,3% de sua população vacinada com pelo menos uma dose e 70,8% com vacinação completa. Porém, com relação à comparação entre a menor média semanal de mortes por Covid19 em julho de 2020 (sem vacina) versus a média semanal de mortes por Covid19 na última semana de julho de 2021 (com vacina), Malta apresentava 0% de aumento e os Emirados Árabes Unidos apresentavam um aumento de 400%. Poderíamos dizer que as explicações para estas discrepâncias entre percentuais de vacinação e médias de mortes estariam nos tipos de vacinas utilizadas, na predominância das cepas circulantes, na densidade demográfica, na distribuição de faixas etárias, na prevalência de comorbidades e em vários outros fatores. Entretanto,
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até agosto de 2021, nenhuma autoridade sanitária do mundo havia oferecido respostas lógicas e fundamentadas para as 8 observações listadas aqui. O caso dos países mais pobres do mundo De acordo com a ONU, os 46 países mais pobres do mundo incluem Afeganistão, Angola, Bangladesh, Benin Butão, Burquina Faso, Burundi, Cambodja, República Centro Africana, Chade, Comores, República Democrática do Congo, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Haiti, Kiribati, Laos, Lesoto Libéria, Madagascar, Malawi, Mali, Mauritânia, Moçambique, Myanmar, Nepal, Níger, Ruanda, São Tome e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Ilhas Salomão, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Timor-Leste, Togo, Tuvalu, Uganda, Tanzânia, Iêmen e Zâmbia5. Considerando que estas nações enfrentam grandes problemas com relação à organização de suas sociedades e à capacidade de investir bem seu dinheiro, como será que elas se saíram com relação às vacinas e às mortes por Covid19? Como estavam as médias semanais de mortes por Covid19 nestes países em julho de 2020 (antes das vacinas) e na última semana julho de 2021 (depois das vacinas)? Utilizando ferramentas de livre acesso como Google e bases de dados como OurWorldInData.org e Worldometers.info, os números em 01 de agosto de 2021 eram os seguintes: 1) Afeganistão Média geral de mortes por milhão de habitantes: 169 População vacinada com pelo menos uma dose: 2% População completamente vacinada: 0,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 8 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 46 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 575% 2) Angola Média geral de mortes por milhão de habitantes: 30 População vacinada com pelo menos uma dose: 3% População completamente vacinada: 2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
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Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 400% 3) Bangladesh Média geral de mortes por milhão de habitantes: 124 População vacinada com pelo menos uma dose: 5,2% População completamente vacinada: 2,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 37 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 234 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 632% 4) Benin Média geral de mortes por milhão de habitantes: 9 População vacinada com pelo menos uma dose: 0,4% População completamente vacinada: 0,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 5) Butão Média geral de mortes por milhão de habitantes: 3 População vacinada com pelo menos uma dose: 63,7% População completamente vacinada: 62,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 6) Burquina Faso Média geral de mortes por milhão de habitantes: 8 População vacinada com pelo menos uma dose: 0,2% População completamente vacinada: 0% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 7) Burundi Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0,7 População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado População completamente vacinada: indeterminado
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Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 8) Cambodja Média geral de mortes por milhão de habitantes: 84 População vacinada com pelo menos uma dose: 43,3% População completamente vacinada: 28,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 20 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2000% 9) República Centro-Africana Média geral de mortes por milhão de habitantes: 20 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,8% População completamente vacinada: 0,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 10) Chade Média geral de mortes por milhão de habitantes: 10 População vacinada com pelo menos uma dose: 0,1% População completamente vacinada: 0% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 11) Comores Média geral de mortes por milhão de habitantes: 165 População vacinada com pelo menos uma dose: 10% População completamente vacinada: 4,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 12) Congo Média geral de mortes por milhão de habitantes: 31 População vacinada com pelo menos uma dose: 0,1%
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População completamente vacinada: 0% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 13) Djibuti Média geral de mortes por milhão de habitantes: 155 População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado População completamente vacinada: indeterminado Menor média semanal de mortes em julho de 2020: indeterminado Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: indeterminado Comparação das médias semanais de mortes: indeterminado 14) Eritreia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 10 População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado População completamente vacinada: indeterminado Menor média semanal de mortes em julho de 2020: indeterminado Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: indeterminado Comparação das médias semanais de mortes: indeterminado 15) Etiópia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 37 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,9% População completamente vacinada: indeterminado Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300% 16) Gâmbia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 85 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,3% População completamente vacinada: 0,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 200%
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17) Guiné Média geral de mortes por milhão de habitantes: 17 População vacinada com pelo menos uma dose: 4% População completamente vacinada: 2,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300% 18) Guiné-Bissau Média geral de mortes por milhão de habitantes: 38 População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado População completamente vacinada: indeterminado Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 19) Haiti Média geral de mortes por milhão de habitantes: 48 População vacinada com pelo menos uma dose: 0,1% População completamente vacinada: 0% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300% 20) Kiribati Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0 População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado População completamente vacinada: indeterminado Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 21) Laos Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0,9 População vacinada com pelo menos uma dose: 14,8% População completamente vacinada: 11,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações
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22) Lesoto Média geral de mortes por milhão de habitantes: 173 População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado População completamente vacinada: 1,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 200% 23) Libéria Média geral de mortes por milhão de habitantes: 29 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,7% População completamente vacinada: 0,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 24) Madagascar Média geral de mortes por milhão de habitantes: 33 População vacinada com pelo menos uma dose: 0,73% População completamente vacinada: indeterminado Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 25) Malawi Média geral de mortes por milhão de habitantes: 83 População vacinada com pelo menos uma dose: 2,2% População completamente vacinada: 0,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 25 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2500% 26) Mali Média geral de mortes por milhão de habitantes: 25 População vacinada com pelo menos uma dose: 0,7% População completamente vacinada: 0,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0
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Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 27) Mauritânia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 118 População vacinada com pelo menos uma dose: 3,9% População completamente vacinada: 0,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 1 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 5 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 500% 28) Moçambique Média geral de mortes por milhão de habitantes: 45 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,2% População completamente vacinada: 1,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 25 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2500% 29) Myanmar Média geral de mortes por milhão de habitantes: 170 População vacinada com pelo menos uma dose: 3,4% População completamente vacinada: 2,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 368 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 3680% 30) Nepal Média geral de mortes por milhão de habitantes: 332 População vacinada com pelo menos uma dose: 13,8% População completamente vacinada: 6,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 22 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2200% 31) Níger Média geral de mortes por milhão de habitantes: 8 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,6% População completamente vacinada: 0,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0
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Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 32) Ruanda Média geral de mortes por milhão de habitantes: 61 População vacinada com pelo menos uma dose: 3,4% População completamente vacinada: 2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 1200% 33) São Tomé e Príncipe Média geral de mortes por milhão de habitantes: 166 População vacinada com pelo menos uma dose: 14,9% População completamente vacinada: 5,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 34) Senegal Média geral de mortes por milhão de habitantes: 79 População vacinada com pelo menos uma dose: 3,9% População completamente vacinada: 1,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 600% 35) Serra Leoa Média geral de mortes por milhão de habitantes: 15 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,1% População completamente vacinada: 0,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 36) Ilhas Salomão Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0 População vacinada com pelo menos uma dose: 5,3% População completamente vacinada: 1,5%
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Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 37) Somália Média geral de mortes por milhão de habitantes: 50 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,1% População completamente vacinada: 0,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 400% 38) Sudão do Sul Média geral de mortes por milhão de habitantes: 10 População vacinada com pelo menos uma dose: 0,5% População completamente vacinada: 0% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 39) Sudão Média geral de mortes por milhão de habitantes: 62 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,5% População completamente vacinada: 0,4% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 200% 40) Timor-Leste Média geral de mortes por milhão de habitantes: 19 População vacinada com pelo menos uma dose: 21,4% População completamente vacinada: 6,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 41) Togo Média geral de mortes por milhão de habitantes: 18 População vacinada com pelo menos uma dose: 3,8%
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População completamente vacinada: 1,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 1 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 100% 42) Tuvalu Média geral de mortes por milhão de habitantes: indeterminado População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado População completamente vacinada: indeterminado Menor média semanal de mortes em julho de 2020: indeterminado Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: indeterminado Comparação das médias semanais de mortes: indeterminado 43) Uganda Média geral de mortes por milhão de habitantes: 57 População vacinada com pelo menos uma dose: 2,6% População completamente vacinada: 0% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 23 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2300% 44) Tanzânia Média geral de mortes por milhão de habitantes: 0,3 População vacinada com pelo menos uma dose: indeterminado População completamente vacinada: indeterminado Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: sem alterações 45) Iêmen Média geral de mortes por milhão de habitantes: 45 População vacinada com pelo menos uma dose: 1% População completamente vacinada: 0% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 0 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 300% 46) Zâmbia
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Média geral de mortes por milhão de habitantes: 179 População vacinada com pelo menos uma dose: 1,6% População completamente vacinada: 0,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 0 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 20 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 2000% Vamos a uma análise rápida dos números dos países mais pobres do mundo, fazendo algumas comparações puntuais com os números dos 50 países com os maiores IDHs do planeta: 1. Até agosto de 2021, a média geral de mortes por milhão nos países mais pobres do mundo era de 60 (surpreendentemente, 19 vezes menor que a média encontrada nos 50 países com os maiores IDHs!). 2. Da população dos 38 países com informação sobre o status de pelo menos uma dose da vacina, uma média de 6,4% havia tomado pelo menos uma dose da vacina. 3. Da população dos 37 países com informação sobre o status de vacinação completa, uma média de 4,7% havia recebido vacinação completa. 4. Dos 38 países mais pobres e que apresentavam dados vacinais disponíveis sobre pelo menos 1 dose da vacina, 20 (52%) apresentaram aumento na média de mortes semanais quando comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina). Nestes países, 5% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina, e, na comparação dos dois períodos citados, observamos um aumento de 1.139% na média semanal (respectivamente 11 vezes menor e 2,7 vezes maior que o observado nos países com maior IDH). Isso pode parecer uma crueldade com os países mais pobres, entretanto... 5. Dos 38 países mais pobres que apresentavam dados vacinais disponíveis sobre pelo menos 1 dose da vacina, apenas 2 (aproximadamente 5%) apresentavam redução na média de
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mortes semanais quando comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina): Sudão e Iêmen. 6. O Sudão apresentava uma redução de 200% (comparável à da Polônia), porém com somente 1,5% de vacinados com pelo menos uma dose (32 vezes menos que a Polônia). De certa maneira, isso significa que a campanha de vacinação com pelo menos uma dose no Sudão tem sido 3.200% mais eficaz que a campanha na Polônia. Os sudaneses bem que poderiam contar o segredo deste sucesso para os poloneses… 7. O Iêmen apresentava uma redução de 300% (4,6 vezes maior que a dos EUA), porém com somente 1% de vacinados com pelo menos uma dose (50 vezes menos que os EUA). De certa maneira, isso significa que a campanha de vacinação com pelo menos uma dose no Iêmen tem sido 2.300% mais eficaz que a campanha dos estadunidenses. Será que uma missão diplomática dos EUA foi enviada para o Iêmen em busca de consultoria? 8. Dos 38 países mais pobres e que apresentavam dados vacinais disponíveis sobre pelo menos 1 dose da vacina, 16 (aproximadamente 43%) não apresentavam alterações na média de mortes semanais quando comparamos a menor média semanal de julho de 2020 à média semanal da última semana de julho de 2021 (contra 29% no grupo dos 50 países com maior IDH). Nos países mais pobres, apenas 8% da população havia tomado pelo menos uma dose da vacina (contra 57% no grupo dos 50 países com maior IDH). De certa maneira, podemos dizer que aplicar pelo menos uma dose da vacina nos países mais pobres foi 997% mais eficaz que aplicar pelo menos uma dose da vacina nos países mais ricos. 9. Dos 46 países mais pobres do mundo, 30 (65%) haviam vacinado completamente pelo menos uma fração de sua população: em média, 4,7% da população destas nações havia sido completamente vacinada (contra 44,7% no grupo dos 50 países com maior IDH). Comparando a menor média semanal de julho de 2020 à média semanal da última semana de julho de 2021 deste grupo, vemos que 20 países (66%)
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apresentaram um aumento de 1.134% na média de mortes, com uma média de 4% da população completamente vacinada; e apenas 2 países apresentavam redução na média de mortes (os citados Sudão e Iêmen). 10. Todavia, dos 30 países pobres que fizeram pelo menos alguma vacinação completa, 15 (50%) não apresentaram alteração na média de mortes na comparação entre a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) à média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina). Se considerarmos que estes 15 países vacinaram “completamente” em média apenas 4% de sua população (contra 46% de cobertura vacinal completa no grupo dos países mais ricos que não apresentaram alterações nas médias semanais de óbitos nos períodos citados), poderíamos dizer que, de certa maneira, uma vacinação completa em um país pobre é 1.150% mais eficaz que uma vacinação completa em um país rico. Nenhum país pobre atingiu o ponto de 57% da população vacinada com pelo menos uma dose da vacina ou de 46% da população vacinada completamente – que seriam os pontos a partir de onde observamos efeitos positivos da imunização nos países ricos. Sem embargo, em alguns aspectos bem importantes, os países mais pobres não tiveram um desempenho tão pior assim. Novamente, poderíamos dizer que as explicações para estas discrepâncias estariam nos tipos de vacinas utilizadas, na predominância das cepas circulantes, na densidade demográfica, na distribuição de faixas etárias, na prevalência de comorbidades e em vários outros fatores – incluindo a precariedade dos registros nos sistemas de saúde, a baixa realização de testes diagnósticos e a subnotificação geral dos casos de Covid19 nos países mais pobres do mundo. Entretanto, até agosto de 2021, nenhuma autoridade sanitária do havia oferecido respostas lógicas e fundamentadas para as 10 observações listadas aqui. O caso da Índia Dado o tamanho de sua população e sua importância no cenário geopolítico, a Índia – que não foi citada nas avaliações anteriores – merece uma observação à parte. Em 16 de janeiro de 2021, a Índia
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iniciou sua campanha nacional de vacinação contra o Covid19. Em 16 de julho de 2021, a Índia havia administrado mais de 390 milhões de doses de vacinas9. Os dados da Índia são os seguintes: Média geral de mortes por milhão de habitantes: 305 População vacinada com pelo menos uma dose: 26,3% População completamente vacinada: 7,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 368 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 543 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 147% O caso dos estados Brasileiros As informações a seguir foram levantadas junto a bases de dados do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Saúde em 01 de agosto de 20216,7: 1) Acre Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 204,0 População vacinada com pelo menos uma dose: 41,4% População completamente vacinada: 14,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 9 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300% 2) Alagoas Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 174,1 População vacinada com pelo menos uma dose: 38,4% População completamente vacinada: 15,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 14 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 15% 3) Amapá Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 225,5 População vacinada com pelo menos uma dose: 33,4% População completamente vacinada: 11% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2
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Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 2 Comparação das médias semanais de mortes: sem alteração 4) Amazonas Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 326,4 População vacinada com pelo menos uma dose: 45,7% População completamente vacinada: 16,0% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 8 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 7 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 12,5% 5) Bahia Média geral de Mortes por 100 mil habitantes: 173,1 População vacinada com pelo menos uma dose: 42,2% População completamente vacinada: 18,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 48 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 38 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 20,8% 6) Ceará Média geral de Mortes por 100 mil habitantes: 257,5 População vacinada com pelo menos uma dose: 41,6% População completamente vacinada: 17,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 34 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 22 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 35,2% 7) Distrito Federal Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 319,0 População vacinada com pelo menos uma dose: 42,6% População completamente vacinada: 18,4% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 16 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 10 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 37,5% 8) Espírito Santo Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 295,8 População vacinada com pelo menos uma dose: 48,4% População completamente vacinada: 20,9%
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Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 25 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 12 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 52% 9) Goiás Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 318,3 População vacinada com pelo menos uma dose: 42,5% População completamente vacinada: 16,4% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 20 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 46 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 230% 10) Maranhão Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 136,2 População vacinada com pelo menos uma dose: 40,3% População completamente vacinada: 14,3% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 20 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 13 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 35% 11) Mato Grosso Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 360,1 População vacinada com pelo menos uma dose: 41,7% População completamente vacinada: 15,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 27 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 22 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 18,5% 12) Mato Grosso do Sul Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 321,6 População vacinada com pelo menos uma dose: 49,3% População completamente vacinada: 32,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 4 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 17 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 425% 13) Minas Gerais Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 238,4 População vacinada com pelo menos uma dose: 46,4%
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População completamente vacinada: 18,4% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 34 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 112 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 329% 14) Pará Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 186,5 População vacinada com pelo menos uma dose: 35,3% População completamente vacinada: 16,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 17 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 13 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 23,5% 15) Paraíba Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 223,7 População vacinada com pelo menos uma dose: 43,1% População completamente vacinada: 17,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 22 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 8 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 63,6% 16) Paraná Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 308,1 População vacinada com pelo menos uma dose: 49,6% População completamente vacinada: 19,7% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 20 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 138 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 690% 17) Pernambuco Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 195,5 População vacinada com pelo menos uma dose: 44% População completamente vacinada: 16,8% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 46 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 26 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 43,4% 18) Piauí Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 208,8
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População vacinada com pelo menos uma dose: 41,1% População completamente vacinada: 16,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 16 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 7 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 56,2% 19) Rio de Janeiro Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 343,3 População vacinada com pelo menos uma dose: 44,2% População completamente vacinada: 18,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 73 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 130 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 178% 20) Rio Grande do Norte Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 202,3 População vacinada com pelo menos uma dose: 43,9% População completamente vacinada: 16,6% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 13 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 6 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 53,8% 21) Rio Grande do Sul Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 293,0 População vacinada com pelo menos uma dose: 54,0% População completamente vacinada: 26,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 19 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 42 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 221% 22) Rondônia Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 358,3 População vacinada com pelo menos uma dose: 40,4% População completamente vacinada: 14,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 8 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 5 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 37,5% 23) Roraima
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Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 306,2 População vacinada com pelo menos uma dose: 37,4% População completamente vacinada: 12,5% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 2 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 4 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 200% 24) Santa Catarina Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 250,9 População vacinada com pelo menos uma dose: 49,6% População completamente vacinada: 19,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 10 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 30 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 300% 25) São Paulo Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 302,7 População vacinada com pelo menos uma dose: 57% População completamente vacinada: 22,2% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 215 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 255 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 118% 26) Sergipe Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 257,1 População vacinada com pelo menos uma dose: 44,2% População completamente vacinada: 15,9% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 20 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 3 Comparação das médias semanais de mortes: redução de 85% 27) Tocantins Média geral de mortes por 100 mil habitantes: 223,3 População vacinada com pelo menos uma dose: 38,5% População completamente vacinada: 14,1% Menor média semanal de mortes em julho de 2020: 3 Média semanal de mortes na última semana de julho de 2021: 8 Comparação das médias semanais de mortes: aumento de 266%
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Vamos a uma análise rápida dos números dos estados brasileiros: 1. Até agosto de 2021, a média geral de mortes por milhão nos Brasil era de 2.596 óbitos, o que nos colocava na 9a posição mundial entre os países com maior número de mortes por Covid19 por milhão de habitantes, atrás de Peru (5.867), Hungria (3.117), Bósnia e Herzegovina (2.973), República Tcheca (2.831), Gibraltar (2.971), San Marino (2.646), Bulgária (2.643) e Macedônia do Norte (2.637), e quase empatados com Montenegro (2.595). 2. Em média, o Brasil (84o lugar no ranking mundial de IDH10) apresenta 43% da população vacinada com pelo menos uma dose da vacina e 17% com vacinação completa. Para efeito de comparação, considere que a Coreia do Sul (o 22a país com maior IDH do mundo) possui 26,2% e 13,7%, respectivamente. Grosso modo, não estamos mal na fita, certo? 3. Quando comparamos a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) com a média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina), vemos que os óbitos por Covid19 no Brasil aumentaram 1% (972 em 1o de julho de 2020 versus 989 em 31 de julho de 2021). No mesmo período, a Coreia do Sul apresentou um aumento de 300% na média semanal de mortes. 4. Das 27 unidades da federação brasileira, 11 (40,7%) apresentaram aumento na média de mortes semanais por Covid19. Nestes estados, 46,4% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina e 19,6% havia recebido a vacinação completa. Na comparação das duas médias aferidas, os óbitos semanais apresentaram um aumento médio de 296%. 5. O Amapá, onde 33,4% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina e 11% havia recebido a vacinação completa, não houve alteração entre a menor média semanal de julho de 2020 (sem vacina) e a média semanal da última semana de julho de 2021 (com vacina). 6. Ao todo, 15 estados brasileiros (55,5%) apresentaram redução na média de mortes semanais por Covid19. Nestes estados,
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42,2% da população havia recebido pelo menos 1 dose da vacina e 15,9% havia recebido a vacinação completa. Na comparação das duas médias aferidas, os óbitos semanais apresentaram uma redução média de 39,3%. 7. Caso ainda se recorde da avaliação dos dados do grupo dos países com os maiores IDHs do mundo, parecia existir algum efeito positivo das vacinas sobre as médias de julho de 2020 e julho de 2021 quando o status vacinal alcançava 57% da população com pelo menos uma dose da vacina. Nenhum estado brasileiro chegou próximo disso: em 01 de agosto de 2021, os três estados com maior percentual de pelo menos uma dose de vacina aplicada eram Paraná e Santa Catarina (ambos com 49,6%), e Mato Grosso do Sul (49,3%), e todos eles apresentaram aumentos nas comparação das médias semanais (respectivamente 690%, 300% e 425%). 8. E se sua memória for realmente boa, você também lembrará que, na avaliação dos dados do grupo dos países com os maiores IDHs do mundo, parecia existir algum efeito positivo das vacinas sobre as médias de julho de 2020 e julho de 2021 quando o status “vacinação completa” alcançava 46% da população. Nenhum estado brasileiro chegou próximo disso: em 01 de agosto de 2021, os três estados com maior percentual de vacinação completa eram Mato Grosso do Sul (32,8%), Rio Grande do Sul (26,5%) e São Paulo (22,2%), e nenhum deles apresentou redução nas médias semanais aferidas. 9. Porém, curiosamente, os 3 estados com a maior redução na comparação das médias semanais de mortes por Covid19 aferidas sequer chegavam perto de metade da linha de corte percentual de 46% de vacinação completa: Sergipe, com 15,9% da população completamente vacinada, apresentou uma redução de 85%. A Paraíba, com 17,1% da população completamente vacinada, apresentou uma redução de 63,6%. E o Piauí, com apenas 16,9% da população completamente vacinada, apresentou uma redução de 56,2%. Para efeito de comparação, saiba que o Chile, que possui 64,2% de sua população completamente vacinada, apresentou uma redução de apenas 10%. Se os estados brasileiros sequer chegaram perto da linha de corte definida pela OMS como necessária para desenvolver imunidade rebanho (cerca de 70% da população
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completamente vacinada), e tampouco se aproximaram da linha de corte observada no grupo dos países mais ricos, de que maneira podemos creditar suas reduções nos índices semanais de morte por Covid19 à vacinação? Como sempre, alguns especialistas dirão que as explicações para estas discrepâncias entre percentuais de vacinação e médias semanais de mortes por Covid19 podem estar nos tipos de vacinas utilizadas, na predominância das cepas circulantes, na densidade demográfica, na distribuição de faixas etárias, na prevalência de comorbidades, na proporção de testes diagnósticos realizados e nos desempenhos dos sistemas de saúde de cada estado, entre vários outros fatores. Entretanto, até agosto de 2021, nenhuma autoridade sanitária brasileira havia oferecido respostas lógicas e fundamentadas para as 9 observações listadas aqui. A menor média semanal mundial de mortes por Covid19 no mês de julho de 2020 (4.632 óbitos) ocorreu no dia 06/07/2020. Em 30 de julho de 2021, mais de 6 meses após o advento das vacinações em massa pelo planeta, a média semanal era de 9.023 – um aumento de 194%. No próximo capítulo, faremos um grande tour por dezenas de dúvidas que cercam as vacinas contra Covid19. Porém, antes de enveredarmos por lá, creio que lhe devo uma observação: talvez você esteja sentindo falta de uma análise pormenorizada dos dados da China neste segmento do livro. Eu explico: omiti propositadamente esta avaliação. E os motivos são bem simples: em um país comunista que ocupa umas das 5 últimas posições em termos liberdade de imprensa8, e onde o Big Brother do Estado totalitário monitora absolutamente tudo que entra e sai (inclusive e especialmente informações que podem denunciar a incompetência mastodôntica do próprio Estado), é uma ingenuidade sem tamanho acreditar que os dados estatísticos fornecidos pelo Partido Comunista Chinês possam ser levados a sério.
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CAPÍTULO 10 OS RISCOS QUE NÃO CONHECEMOS Depois de entender como o Sars-CoV-2 funciona (e especialmente o risco que a Proteína S apresenta), de assimilar como as vacinas são desenvolvidas e testadas, e depois de conhecer as principais substâncias “imunizantes” em utilização contra o Covid19 no mundo e conferir o desempenho das campanhas de vacinação em dezenas de países diferentes, tenho certeza de que sua cabeça deve estar fervilhando com questionamentos sobre os riscos que essas vacinas podem oferecer. A minha estaria. Acredito que muitas dessas dúvidas podem ser sanadas revendo os dados e raciocínios apresentados até aqui. Mesmo assim, reuni neste capítulo respostas para 50 perguntas que recebo com mais frequência por e-mail e nas diversas redes sociais. Espero que esses esclarecimentos sejam úteis para você. Para facilitar sua consulta, separei os questionamentos em quatro grupos: dúvidas sobre Segurança; dúvidas sobre Eficácia; dúvidas sobre Passaporte Sanitário, e dúvidas sobre Teorias Conspiratórias. DÚVIDAS SOBRE SEGURANÇA 1. Existe alguma vacina realmente segura contra Covid19? Impossível determinar neste momento (agosto de 2021). Boa parte das vacinas em uso não apresenta resultados de testes clínicos de Fase 3 e 4. Sem saber quais os seus efeitos adversos no médio e no longo prazo, é nada mais que um chute dizer que a vacina X é mais segura ou mais eficaz que a vacina Y. Dito isto, e com base em tudo que foi descrito neste livro, considero as vacinas de Vírus Inativado e de Subunidade Proteica as menos “arriscadas” (para mais informações, favor reler os Capítulos 4 e 5),
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mas entenda que isto não significa que eu recomende estas vacinas. Entre “menos arriscado” e “risco aceitável” existe uma diferença brutal. 2. Vacinas de DNA e RNAm são seguras? Vacinas de DNA e RNAm oferecem algumas vantagens durante uma pandemia: por serem produzidas a partir de sequências genéticas do vírus elas não necessitam das técnicas de cultura empregadas em outras vacinas; teoricamente, elas produziriam uma resposta imune mais robusta; e, finalmente, elas podem ser produzidas em uma escala maior que vacinas que utilizam tecnologias tradicionais. Todavia, sabemos que as vacinas de RNAm são potencialmente tóxicas devido à sua natureza intrinsecamente inflamatória. E sabemos também que vacinas de DNA apresentam o risco de integração genômica, produção de autoanticorpos e efeitos adversos relacionados ao estímulo molecular – problemas que não podem ser investigados por completo em estudos pré-clínicos ou em estudos clínicos em populações restritas14,16. O pulo do gato aqui é simples: vacinas de DNA e RNA, nunca foram autorizadas para uso em humanos no passado16. Como determinar a segurança de longo prazo de algo que nunca foi testado antes? 3. Alguma vacina pode afetar meu próprio DNA? Vacinas de vetor viral e de DNA podem levar à integração dos genes da vacina ao genoma da pessoa vacinada, causando doenças como câncer, por exemplo21. Para informações adicionais, favor consultar os Capítulos 6 e 8 deste livro. 4. Vacinas de Vírus Inativado como a Coronavac podem aumentar meu risco de ter formas mais graves de Covid19?
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Nos capítulos 1 e 2, falei bastante sobre a importância dos anticorpos. Apesar de serem importantes, os anticorpos podem apresentar várias propriedades diferentes no organismo humano – por exemplo: a presença de anticorpos contra a substância ou o vetor de uma vacina terminam atrapalhando a eficácia da vacina. Em alguns casos, invés de combater o vírus, os anticorpos podem facilitar a entrada do microrganismo em suas células. A estes anticorpos damos o nome de Anticorpos Intensificadores da Doença, ou AID. Os AID foram descritos em crianças que receberam vacinas inativadas de Vírus Sincicial Respiratório na década de 1960; durante a pandemia de Influenza H1N1 em 2009; e em pessoas vacinadas experimentalmente contra Dengue a partir de 2016, nas Filipinas. A ocorrência destas substâncias depende da antigenicidade dos vírus circulantes, de alguns mecanismos intrínsecos de infecção do próprio vírus, da presença de imunidade preexistente, de infecções repetidas por diferentes variantes daquele microrganismo, da baixa eficácia da vacina contra variantes, e da incapacidade da vacina em induzir uma boa resposta imune celular. Testes in vitro e em animais não são capazes de prever o risco de AID associado às vacinas de vírus inativado. Por isso, antes de aplicarmos estas vacinas em massa, deveríamos ter em mãos dados sólidos de testes clínicos de Fase 3 e 4 para garantir a segurança desta forma de imunização com relação à produção de AID. Infelizmente, não temos isso ainda12,16. 5. A vacina de vetor viral da AstraZeneca (AZD1222) causa trombose? Em abril de 2021, foi realizado um estudo randomizado com 1.012 participantes para avaliar a incidência de efeitos colaterais das vacinas contra Covid19. Dos participantes no estudo, 60,2% eram homens e 84% apresentaram sintomas após a vacinação. Os principais fatores associados à ocorrência de sintomas pós-vacinais incluíram idade jovem, sexo feminino, história pregressa de Covid19, presença de comorbidades e imunização por AstraZeneca. Reações alérgicas ocorreram em 0,1% dos participantes que tomaram AstraZeneca e em 0,7% dos vacinados com Pfizer. Cerca de 2,7% das
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pessoas “imunizadas” contra Covid19 com a vacina da AstraZeneca apresentam elevação dos níveis sanguíneos de Dímero-D – um excelente marcador para detectar a presença de tromboembolismo venoso. Boa parte destes problemas decorrem do desenvolvimento de trombocitopenia autoimune mediada por anticorpos contra o fator plaquetário 4. Em agosto de 2021, mais de 20 países já haviam relatado transtornos de coagulação associados à AZD1222 e a vacina havia sido suspensa de maneira temporária ou permanente mais de 20 países (Dinamarca, Noruega, Islândia, Bulgária, Congo, Irlanda, Holanda, Indonésia, Alemanha, França, Itália, Espanha, Chipre, Portugal, Lituânia, Eslovênia, Suécia, Luxemburgo, Tailândia, Áustria e Estônia)10,11. Um lembrete: a vacina da Janssen / Johnson & Jhonson também apresenta um alerta para o risco de formação de coágulos em pessoas com menos de 50 anos de idade30. 6. As vacinas de RNAm podem ser utilizadas com segurança em crianças e adolescentes? Dentre as duas vacinas de RNAm autorizadas para uso emergencial, a BNT162b2 (BioNTech / Pfizer) possui autorização para uso em indivíduos com 16 anos ou mais e está sendo avaliada para pessoas entre 12 e 15 anos de idade. A vacina mRNA-1273 está autorizada para uso em pessoas com 18 anos ou mais e está sendo avaliada para pessoas entre 12-17 anos de idade14. Lembre-se que, entre algo “ter autorização para uso em crianças e adolescentes” e “ser seguro para crianças e adolescentes” há um abismo de incertezas que apenas estudos realizados ao longo dos próximos anos serão capazes de esclarecer. Em 30 de julho de 2021, o CDC dos EUA publicou uma nota técnica sobre o desempenho da vacina da BioNTech / Pfizer em adolescentes entre 12 e 17 anos de idade. Até 16 de julho de 2021, aproximadamente 8,9 milhões de norteamericanos nesta faixa etária haviam sido vacinados com BNT162b2. Efeitos adversos graves foram observados em 9,3%, incluindo uma incidência de 4,3% de miocardite. Por mais incrível que possa parecer, o CDC manteve a
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indicação da vacina, a despeito da ocorrência inaceitável de quase 10% de “efeitos adversos graves” em crianças e adolescentes até então saudáveis24. 7. Qual o risco de engravidar após tomar uma vacina contra Covid19? Em 09 de fevereiro de 2021, o prestigiado grupo Johns Hopkins Medicine publicou uma nota técnica em que afirmava que as vacinas contra Covid19 emergencialmente autorizadas pela OMS não ofereciam riscos específicos para mulheres que desejassem engravidar. O mesmo parecer foi divulgado em maio de 2021 por pesquisadores da Universidade Médica de Chicago (EUA) e em julho de 2021 pelo Royal College of Obstetricians & Gynaecologists, do Reino Unido29,30,31. 8. As vacinas contra Covid19 podem ser utilizadas com segurança em mulheres que estão grávidas? Impossível determinar neste momento: até meados de 2021, nenhum dos testes clínicos de fase 3 havia incluído gestantes em suas avaliações. Ainda assim, em 29 de janeiro de 2021, a OMS atualizou suas recomendações de vacinação, sugerindo que gestantes deveriam ser vacinadas “dependendo do risco de contrair o vírus”. Em 09 de fevereiro de 2021, este posicionamento foi reforçado por uma nota técnica do Johns Hopkins Medicine que declarava que as vacinas contra Covid19 emergencialmente autorizadas pela OMS não ofereciam riscos específicos para mulheres grávidas14,29,30. Em 16 de abril de 2021, o Joint Committee on Vaccination and Immunisation do Reino Unido recomendou que todas as mulheres gestantes deveriam ser vacinadas contra Covid19, preferencialmente com as vacinas de RNAm31. Em maio de 2021, pesquisadores da McGovern Medical School (Houston, EUA) analisaram os dados de 1.062 mulheres grávidas e 9.815 mulheres não-grávidas com idades entre 15 e 45 anos que haviam sido hospitalizadas devido Covid19 e pneumonia viral. A doença foi letal em 0,8% das grávidas – contra 3,5% de óbitos
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registrados entre não-grávidas. Em um subgrupo de pacientes admitidos na UTI, 3,5% das 255 grávidas morreram – contra 14% das 1.898 nã0-grávidas. Naquelas que necessitaram ventilação mecânica, 8,6% das grávidas morreram – contra 31,4% das 937 nãográvidas. O estudo concluiu que grávidas não apresentam um risco maior de morte por Covid1927. Simultaneamente, em 12 de maio de 2021, pesquisadores da Universidade de Medicina de Chicago, afirmaram que atualmente não existem riscos conhecidos para gestantes que tomaram vacinas contra Covid1930. Não obstante, em junho de 2021, um estudo avaliando 35,691 gestantes nos EUA que receberam vacinas de RNAm verificou que 13,9% das mulheres haviam perdido seus bebês, 9,4% apresentaram parto prematuro e 3,2% dos bebês nasceram com baixo peso25. (Um dado curioso: neste estudo, os pesquisadores se referiram às gestantes como “pessoas grávidas”. “Pessoas”? Fiquei intrigado com isso. Por que não se referiram especificamente a “mulheres grávidas”? Até onde minha medicina alcança, homens não engravidam. O progressismo é uma praga mesmo). Em 19 de julho de 2021, o Royal College of Obstetricians & Gynaecologists (Reino Unido) emitiu uma nota em que recomendava a vacinação contra Covid19 em gestantes31. Apesar da escassez de testes clínicos de Fase 3 e 4 avaliando a segurança de vacinas contra Covid19 em gestantes e seus bebês, e apesar de a doença ser leve em mais de 90% das gestantes, as agências reguladoras do Reino Unido, da União Europeia e dos EUA mantêm a recomendação de que grávidas devem ser vacinadas “quando os benefícios superam os riscos potenciais”26,28. Exatamente como eles calculam estas situações com a devida margem de segurança para mães e bebês ainda é um mistério para mim. 9. Eu fui vacinada e estou amamentando. Existe algum risco para o meu bebê?
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Em 29 de janeiro de 2021, a OMS afirmou que mulheres que estejam amamentando devem manter o aleitamento materno, pois não existem riscos conhecidos para o bebê – ainda que dados específicos para fazer esta afirmação com o devido grau de certeza não estivessem disponíveis30. Em 09 de fevereiro de 2021, o prestigiado grupo médico Johns Hopkins Medicine publicou uma nota técnica em que afirmava que as vacinas contra Covid19 emergencialmente autorizadas pela OMS não ofereciam riscos específicos para mulheres que estivessem amamentando. “Com base nos dados disponíveis até aqui, parece seguro vacinar contra Covid19 caso você esteja amamentando um bebê”, proclamava a nota. Uma opinião idêntica foi emitida em julho de 2021 pelo Royal College of Obstetricians & Gynaecologists, do Reino Unido29,31. Peço que observe atentamente os termos “emergencialmente autorizadas” e “parece seguro”. 10. As vacinas contra Covid19 podem ser utilizadas com segurança por idosos e pessoas com comorbidades? Os grupos mais vulneráveis da população, tais como pessoas idosas, imunocomprometidas e/ou com comorbidades, não foram incluídos de maneira significativa na maioria dos estudos clínicos de vacinas contra Covid19. Por isso, a verdadeira segurança (e eficácia) das vacinas e o risco de efeitos colaterais para esses subgrupos permanece desonhecido16. 11. Estou com sintomas de Covid19. Posso tomar a vacina com segurança? Em alguns estudos clínicos, pessoas saudáveis são deliberadamente infectadas com um microrganismo para monitorar sua resposta à vacinação. Isso não foi feito com o Covid19, e a segurança (e a eficácia) das vacinas em pessoas infectadas é uma incógnita16.
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12. Vacinas de RNAm pode causar modificações no meu DNA? Ainda não existem dados de testes clínicos com tempo de seguimento por tempo suficiente responder a isto. Os RNAm “engenheirados em laboratório” aparentemente se concentram no citoplasma celular e não entram no núcleo da célula (onde está seu material genético). Então, em teoria, não existe contato do RNAm das vacinas com seu DNA. Entretanto, ninguém ainda respondeu com o devido grau de certeza e evidências a questão se esse RNAm artificial concentrado no citoplasma pode afetar a expressão de genes no núcleo por meio de mecanismos de biofeedbacks intracelulares que não conhecemos ainda. Por exemplo: estudos publicados em 2005 mostravam que terapias de interferência de RNA atuavam regulando processos de expressão genética, silenciando ou mesmo deletando partes do DNA32. Até que ponto isso também pode ocorrer com as vacinas de RNAm é uma dúvida que apenas o tempo e uma quantidade imensa de pesquisas sinceras poderão revelar. Neste momento, qualquer afirmação categórica favorável ou contrária a esta possibilidade não passa de um chute – como tantos outros envolvendo declarações relacionadas à segurança das vacinas contra Covid19. 13. Pessoas vacinadas representam algum tipo de risco para pessoas não-vacinadas? Até 40% das transmissões de SARS-CoV-2 parecem ocorrer a partir de pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas. Portanto, para reduzir a transmissibilidade do vírus, as vacinas deveriam ser capazes de evitar completamente a infecção22. Sabemos que as vacinas conseguem induzir respostas no sistema imune levando à formação de anticorpos, mas ainda não se sabe ainda qual o nível de anticorpos necessários para evitar a transmissão. Experiências com outros vírus respiratórios sugerem que a imunidade de mucosa mediada por Imunoglobulinas do tipo A (IgA) é estratégica para isto, mas dados específicos sobre a capacidade de as vacinas “autorizadas emergencialmente” em produzir este tipo de resposta imune ainda não foram publicados22.
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Portanto, pessoas não vacinadas apresentam o risco de transmitir o vírus para pessoas vacinadas, mas pessoas vacinadas também apresentam o risco de transmitir o vírus para pessoas não-vacinadas. Isso leva a questionamentos extremamente relevantes sobre a ética dos passaportes sanitários, como veremos mais adiante neste capítulo. 14. Quem não toma a vacina coloca os demais em risco? Como mencionado na resposta anterior, pessoas não-vacinadas podem transmitir o vírus para outras pessoas – inclusive para pessoas vacinadas. Porém, se as vacinas realmente são eficazes em evitar casos graves de Covid19 (como insistentemente anunciado pelas autoridades sanitárias e por vários veículos de mídia), a situação real é que pessoas não-vacinadas são aquelas em risco. Considere a seguinte premissa: “uma criança não-vacinada contra Poliomielite deve ser impedida de frequentar a escola, pois coloca as crianças vacinadas contra Polio em risco”. Quando foi que você viu algo assim acontecer? Como as vacinas contra Polio apresentam uma eficácia de quase 100%, as crianças vacinadas contra Polio estão seguras na escola. Quem está em perigo é justamente a criança nãovacinada33,34. Dizer que “pessoas não-vacinadas representam um risco de infecção para pessoas vacinadas” faz tanto sentido quanto afirmar que uma pessoa desarmada representa uma ameaça para um destacamento de tanques de guerra municiados até os dentes. 15. Quem está morrendo mais por Covid19: pessoas vacinadas ou pessoas não-vacinadas? Dados do Public Health England (PHE) mostraram que, entre 01 de fevereiro e 22 de junho de 2021, foram registrados 92.029 casos de Covid19 causados pela variante Delta na Inglaterra. Destes, 58% eram pessoas não-vacinadas e 8% eram pessoas completamente vacinadas – mas nada foi dito com relação ao status vacinal dos 34% das pessoas restantes. Das 117 mortes notificadas, 43% eram pessoas
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completamente vacinadas. Em 02 de agosto de 2021, um estudo da Kaiser Family Foundation (KFF) mostrou que mais de 90% das mortes por Covid19 haviam ocorrido entre pessoas nãovacinadas35,36. Ou seja: segundo diversas fontes noticiosas “oficiais”, a maior parte das mortes está ocorrendo em pessoas não-vacinadas – mas isto não diz muita coisa. Raciocine comigo: Quantos ruivos de olhos verdes morrem por mês no Congo? Provavelmente não muitos: o Congo não é exatamente um país com abundância de pessoas ruivas e de olhos verdes. Similarmente, nos países mais ricos do planeta, a taxa média de vacinação completa é de 44% da população. Nos países mais pobres, esta taxa é de apenas 5,8% (vide Capítulo 9). Pessoas “completamente vacinadas no mundo” são tão minoria na Terra quanto ruivos de olhos verdes são no Congo. Como ainda temos mais “pessoas não-completamente vacinadas” que pessoas “completamente vacinadas”, é evidente que os porcentuais de óbitos por Covid19 serão dominados pelo primeiro grupo e não pelo segundo, por uma simples questão de amostragem. O que precisamos são de estudos comparando as taxas de óbito entre as pessoas completamente vacinadas com as taxas de óbito entre as pessoas não-vacinadas, e não umas contras outras. Qual é a taxa de mortalidade por Covid19 no grupo das pessoas parcialmente vacinadas? E o grupo das pessoas completamente vacinadas? Estas taxas são maiores ou menores que aquelas observadas no grupo das pessoas não-vacinadas? Infelizmente, ainda é mais fácil encontrar um ruivo de olhos verdes no Congo que esbarrar com um estudo desses por aí. 16. Quais são os maiores riscos a longo prazo das vacinas? Considerando que todas as vacinas são consideraras experimentais e foram autorizadas emergencialmente pelos órgãos reguladores de saúde em todo o mundo, os “maiores riscos” ainda são desconhecidos. Muitos efeitos adversos graves poderão levar meses ou anos para surgir – e ainda mais tempo para serem admitidos publicamente.
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17. Quanto tempo precisamos para termos a certeza que uma vacina é segura? Provavelmente, o tempo suficiente para que testes clínicos de Fase 4 sejam publicados em número suficiente – cerca de 3 ou 5 anos, no mínimo. 18. Qual será o cenário futuro das doações de sangue entre vacinados e não vacinados? Indeterminado, uma vez que estamos tratando de substâncias experimentais. Se não fossem experimentais, a OMS não teria necessidade de aprovar estas vacinas sob o rótulo de “autorização emergencial”, teria? Elas seriam aprovadas na Lista Modelo de Medicamentos Essenciais, o cardápio da OMS que contém os medicamentos considerados mais eficazes e seguros para atender às necessidades mais importantes de um sistema de saúde. Até agosto de 2021, nenhuma das vacinas contra Covid19 constava lá. Nem mesmo “emergencialmente”37. Pensa em um pessoal “liso”... 19. Qual a relação entre as vacinas e a Síndrome de Guillain-Barré? A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara onde seu organismo forma anticorpos que atacam as células nervosas, causando dor, dormência, fraqueza muscular e paralisia geral (nos casos mais severos). Casos de SGB já haviam sido relatados no passado em associação a outras vacinas, como aquelas contra Influenza e Herpes. Em 13 de julho de 2021, o FDA dos EUA publicou alertas sobre o aumento do risco de SGB associado ao uso da vacina Janssen / Johnson & Johnson: após 1,25 milhão de doses administradas, foram registrados 100 episódios de SGB, sendo 95 deles graves e com necessidade de hospitalização e uma morte38.
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Em 22 de julho de 2021, foi a vez da European Medicines Agency (EMA) publicar uma nota abordando a preocupação sobre a associação entre a vacina Janssen / Johnson & Johnson e casos de SGB. Mesmo assim, a EMA continuou afirmando que os benefícios da vacina da Janssen superavam os riscos39. Em 26 de julho de 2021, a OMS realizou uma videoconferência para debater o risco de SGB e decidiu que um alerta deveria ser adicionado ao uso das vacinas da Janssen e AstraZeneca, mas manteve a autorização emergencial da substância40. Antes que o mês terminasse, a Anvisa já havia recebido 27 notificações de casos suspeitos de SGB pós-AstraZeneca, 4 notificações pós-Coronavac e 3 notificações pós-Janssen. Sim, coisas inesperadas podem acontecer na vida e coisas inesperadas podem acontecer na ciência. E coisas inesperadas podem acontecer com vacinas também. 20. Quais as consequências da multiplicação no corpo da Proteína Spike desencadeada pelas vacinas? Alguns estudos demonstraram que a Proteína Spike (sendo parte constituinte do SARS-CoV-2 ou isoladamente) pode causar danos às células que revestem os vasos sanguíneos, contribuindo para os fenômenos de hipercoagulação que vemos em algumas pessoas com Covid19. Além disso, a Proteína S é capaz de cruzar a barreira hematoencefálica e parece estar envolvida em muitos sintomas do Sistema Nervoso Central produzidos pelo SARS-CoV-2, tendo inclusive o potencial de desencadear alterações neurodegenerativas no cérebro42,43,44,45. Ou seja, para todos os termos práticos, a Proteína Spike em si tem jeito de toxina, age como uma toxina e tem consequências de toxina. Agora considere que algumas vacinas de vetor viral e RNAm (na verdade, a maioria delas) fazem com que seu corpo produza altos níveis de Proteína S (vide Capítulos 6 e 7). Quais poderiam ser os efeitos colaterais possíveis? Eu pensaria em fenômenos trombóticos no curto e médio prazo, e alterações neurodegenerativas e demência no longo prazo. Alguns especialistas sugerem que estes riscos podem ser desconsiderados, pois a produção de Proteína S estimulada pelas
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vacinas se restringe ao interior das células, não caindo na circulação geral. Todavia, se a Proteína S não circula, por que pessoas que receberam vacinas de RNAm apresentam picos plasmáticos (ou seja: volumes circulantes) de Proteína S nos 14 dias pós-imunização? Então né… Em 30 de julho de 2021, ao postar este mesmo raciocínio no Instagram, fui advertido pelos “cientistas administradores” da plataforma que minha conta seria deletada por divulgar ideias sem fundamentação que “violavam as diretrizes da comunidade”. Quando eu crescer, quero ser inteligente como o pessoal que escreve as diretrizes da comunidade do Instagram. 21. As vacinas contra Covid19 contêm alumínio em excesso? Algumas vacinas precisam da presença de substâncias adjuvantes para melhorar a resposta imune e produzir mais anticorpos. O alumínio é uma dessas substâncias, e vem sendo utilizado para potencializar vacinas desde a década de 1930. Atualmente, ele é o adjuvante vacinal mais comumente utilizado no planeta, sendo encontrado na maioria dos imunizantes, incluindo as vacinas contra difteria, tétano, coqueluche, Hepatite A, Hepatite B e meningite, entre outras. Ou seja: a segurança do alumínio em vacinas vem sendo testada há quase 100 anos47 e neste período de tempo a humanidade aumentou de 2 bilhões de pessoas em 1900 para 7,7 bilhões em 2021. Ao contrário do que defendem alguns antivax absolutistas, o alumínio não parece ter sido muito eficiente como projeto para extinção da raça humana. Segundo os fabricantes e as autoridades sanitárias, nenhuma das vacinas contra Covid19 autorizadas para uso emergencial nos EUA contém qualquer traço de alumínio48. Com tanta coisa mais importante para se preocupar sobre a Pandemia, eu deixaria a paranoia com alumínio no final da fila e olhe lá. 22. Existe alguma possibilidade de causar disfunção erétil?
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Indeterminado. Vide a questão 16 neste segmento. 23. Como definir se um efeito colateral foi decorrência da vacina ou não? Este é um problema. As agências reguladoras, as indústrias farmacêuticas e os governos que investiram bilhões de dólares na Pandemia parecem ter acertado entre si que áreas bem delimitadas de dúvidas são o mesmo que áreas bem delimitadas de certezas: se antes toda morte era uma morte por Covid19 até prova em contrário, agora nenhuma morte pós-vacina é uma complicação das vacinas até prova em contrário49. Isso torna incrivelmente difícil manter a vigilância sobre os efeitos adversos, indo desde a subnotificação dos eventos até o descarte de eventos notificados como sendo “de baixa relevância”. No final, tudo depende das definições. E as definições para alertas, registros e comunicações dos efeitos adversos das vacinas contra Covid19 não parecem estar exatamente alinhadas a um processo transparente favorável à saúde pública. Se isso é incompetência ou ardileza, deixo para você decidir, mas peço que lembre-se sempre do Princípio da Navalha de Hanlon: “nunca atribua à malícia algo que pode ser adequadamente explicado pela burrice – e vice-versa”. DÚVIDAS SOBRE EFICÁCIA 1. Quanto tempo dura a imunidade produzida por uma vacina contra Covid19? As vacinas contra Covid19 deveriam produzir uma resposta imune humoral e celular, e, assim, induzir uma imunidade protetora e durável. Porém, poucas vacinas avaliaram a resposta dos linfócitos T (principal responsável pela imunidade mais prolongada), e ainda não temos dados de longo prazo suficiente para determinar exatamente quanto tempo dura a imunidade pós-vacina – ou mesmo se algumas vacinas “aprovadas” são capazes de produzir alguma imunidade que preste. Lembre-se que boa parte dos testes têm sido realizados em
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populações com idade média de 45 anos, relativamente saudáveis e com baixa prevalência de doenças crônicas – e nenhum desses testes apresentou dados sólidos sobre a magnitude da resposta dos linfócitos T13. Em 15 de julho de 2021, um estudo envolvendo 605 adultos que receberam vacinas de vetor viral ou RNAm mostrou que os níveis de anticorpos induzidos caíam para níveis de “quase vulnerabilidade clínica” em 50% das pessoas completamente vacinadas após 70 dias. Boa parte dos índices de eficácia relatados nos testes clínicos de Fase 3 em andamento baseiam-se em períodos de acompanhamento de apenas cerca de 2 meses, o que é insuficiente para determinar quanto tempo dura a imunidade produzida pelas vacinas contra Covid1950,51. Para completar, ainda temos o problema das variantes: em Israel, por exemplo, a vacinação completa com a substância da Pfizer mostrou ser apenas 39% eficaz contra a variante Delta. Na soma de todas estas ocorrências, é provável que as vacinas produzam alguma imunidade. É provável que esta imunidade diminua significativamente ao longo dos meses. E é provável que você entre em um longo carrossel de doses de reforço da mesma vacina ou de novas vacinas direcionadas contra as novas variantes circulantes52,53. 2. Eu já tive Covid19. Estou protegido contra novas infecções ou preciso tomar a vacina? Um estudo publicado em outubro de 2020 mostrou que, até aquela data, não existiam evidências de casos de reinfecção por SARS-CoV2, sugerindo que a imunidade adquirida oferecia uma proteção mais que suficiente15. Em março de 2021, um estudo de 36 pessoas que estavam se recuperando de um quadro de Covid19 leve a moderado descobriu que todas elas apresentavam níveis elevados de linfócitos T ativos contra várias regiões da proteína do nucleocapsídeo (N) do SARSCoV-2. O mesmo estudo examinou os linfócitos T em 23 pessoas que haviam sofrido de SARS em 2003 e descobriu que, 17 anos depois da infecção, estas pessoas ainda apresentavam linfócitos T com memória suficiente para atacar e neutralizar a Proteína N do SARSCoV-1 – e também do SARS-CoV-2! Estudos subsequentes mostraram que, ainda que esta memória celular contra o SARS-CoV-
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1 não fosse suficiente para evitar uma infecção pelo SARS-CoV-2, ela era suficiente para evitar quadros mais graves de Covid1914. Em julho de 2021, uma extensa revisão sistemática abordou a questão da duração da imunidade adquirida contra Covid19. Novamente, observou-se que quanto mais sintomático o episódio de Covid19 em uma pessoa, maior a quantidade de anticorpos neutralizantes que ela produz: de um modo geral, mais de 6 meses após a infecção, 95% das pessoas apresentam “memória imunológica” contra o SARS-CoV-2 – porém os pesquisadores não conseguiram determinar exatamente a eficácia desta proteção22. Finalmente, após acompanharem mais de 254 pacientes com sintomas leves a moderados de Covid19 por um período de mais de 8 meses, os pesquisadores descobriram que a resposta imune contra o vírus persistia forte e durável. Curiosamente, esta imunidade era ainda mais potente em pessoas mais velhas em comparação às pessoas mais jovens. O estudo foi realizado na Universidade Emory (EUA) e publicado em 14 de julho de 202123. 3, As vacinas diminuem o risco de você ser reinfectado? Antes de tudo, você deve entender que, em algumas pessoas com Covid19 pouco sintomático, o SARS-CoV-2 pode permanecer “dormente” no organismo e pode ocorrer um relapso da doença alguns dias ou semanas mais tarde. Isso não significa “reinfecção”. É apenas a mesma infecção original que foi mal curada e resolveu reaparecer no seu corpo por algum motivo1,2. Dito isto, vale mencionar que um estudo retrospectivo de coorte publicado em março de 2021 avaliou os registros médicos de 8.845 pacientes que haviam testado positivo para Covid19 entre 12 de março e 30 de agosto de 2020. Exames realizados 90 dias após a resolução clínico-laboratorial da doença mostraram um índice de reinfecção em torno de 4,8%. Os pesquisadores determinaram que um episódio de Covid19 sintomática confere até 84,5% de proteção contra reinfecção – uma proteção que, provavelmente, durava vários meses3. Isso deveria ser levado em conta antes de propor vacinações em massa de maneira indiscriminada. Mas não foi.
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Ainda em março de 2021, um estudo dinamarquês estimou o risco de reinfecção em 0,65%, e calculou que um episódio de Covid19 sintomática conferia uma proteção de 80,5% contra reinfecção4,5. Finalmente, uma revisão realizada por cientistas da Universidade de Marselha (França) em maio de 2021, envolvendo 6.771 pacientes com Covid19 encontrou, um índice de reinfecção de apenas 0,47%. 4. A imunidade natural do organismo é melhor que aquela provocada pela vacina? Aparentemente, sim. Vide resposta da pergunta anterior. 5. As vacinas protegem contra variantes? Estudos publicados em julho de 2021 mostraram a seguinte eficácia de uma única dose das vacinas BNT162b2 (BioNTech/Pfizer) e AZD1222 (AstraZeneca) contra duas variantes comuns7: - Eficácia de 1 dose de contra a variante Alpha: 48,7% - Eficácia de 1 dose contra a variante Delta: 30,7% Duas doses da vacina BNT162b2 (BioNTech/Pfizer) apresentam a seguinte eficácia: - Contra a variante Alpha: 93,7% - Contra a variante Delta: 88% Duas doses da vacina AZD1222 (AstraZeneca) apresentam a seguinte eficácia: - Contra a variante Alpha: 74,5% - Contra a variante Delta: 67% Outras vacinas podem ter eficácias melhores ou piores, mas não houve tempo ainda para determinar isso com o devido grau de certeza. 6. Se eu misturar vacinas diferentes, vou ter mais proteção?
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Em julho de 2021, o governo de Quebec (Canadá) ofereceu uma dose extra de vacina RNAm para pessoas que haviam tomado a vacina AstraZeneca na província e que tencionavam viajar para locais que não reconheciam a validade do imunizante da AstraZeneca. Ocorrências similares têm sido observadas em outros locais no mundo todo, inclusive no Brasil: além de pessoas que viraram zumbis em pânico por causa de um vírus, temos também pessoas que viraram gourmets de vacinas. Na incerteza se essa ou aquela irá funcionar, tomam todas que encontram pela frente, ou tomam reforços da mesma vacina ou misturam vacinas ao próprio gosto. Pergunto: quantos testes clínicos de Fase 2 e 3 foram feitos para analisar a eficácia e segurança deste tipo de conduta? Será que essas pessoas acreditam que vacinas são como sabores diferentes de pipocas que você pode combinar em uma tigela sem qualquer problema? A segurança de misturar vacinas diferentes está sendo investigada por testes clínicos em andamento no Reino (ComCov trial), mas resultados preliminares deste estudo ainda não foram publicados31. 7. Se eu tomar mais doses da mesma vacina por minha conta, vou ter mais imunidade? Como mencionado anteriormente, os níveis de anticorpos parecem diminuir ao longo dos meses após a vacinação e, a cada dia, mais e mais episódios de Covid19 são relatados em pessoas completamente vacinadas. A estratégia de administrar mais doses de uma mesma vacina para reforçar a imunidade está sendo avaliada por vários centros de pesquisa, mas ainda não está bem claro quem deve ser revacinado ou quando22. 8. Existe mesmo a tal imunidade de rebanho para o caso de um vírus? Sim, existe, mas ainda não se sabe qual o porcentual de pessoas em uma determinada localidade devem ter tido contato com o SARSCoV-2 ou vacinadas contra ele para que a barreira da Imunidade de Rebanho se erga55,56,57,58,59.
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9. Se as vacinas são imprescindíveis para evitar o Covid19, por que muitas pessoas que não foram vacinados até o momento não contraíram a doença? O equívoco está na premissa da pergunta: e quem disse que as vacinas são imprescindíveis para evitar o Covid19? Lembre-se que até 87,4% das pessoas que entram em contato com vírus não apresentam qualquer sintoma – e muitas destas chegam a desenvolver uma imunidade robusta contra o Covid1960,61,62. 10. Existe algum exame para saber se a vacina fez efeito em mim? A medição dos níveis de anticorpos é utilizada para avaliar a eficácia de vacinas contra Influenza e hepatite54. No caso do Covid19, existem, sim, testes para saber se você desenvolveu uma imunidade competente. Em fevereiro de 2021, pesquisadores na Tailândia avaliaram um teste de neutralização substituto do vírus (surrogate viral neutralization assay ou simplesmente sVNT) para o SARS-CoV-2. O sVNT se mostrou útil tanto para auxiliar no diagnóstico precoce (especialmente nos casos em que os resultados de RT-PCR eram inconclusivos) quanto para determinar a resposta imune protetora após um episódio de Covid19. Ainda em fevereiro de 2021, cientistas chineses publicaram um estudo mostrando que os níveis de IgG e IgM anti-Proteína S eram bons marcadores para determinar o nível de imunidade contra o SARS-CoV-2: estes anticorpos “aparecem” a partir do 14o de evolução dos sintomas (o que não torna o exame muito útil para fazer diagnósticos precoces), mas mais de 90% dos pacientes avaliados na pesquisa e que se recuperaram bem exibiam altos níveis de IgG e IgM anti-proteína S64. Atualmente, este exame se encontra disponível no Brasil sob o nome de ImunoSCoV. Finalmente, em abril de 2021, pesquisadores do Equador publicaram uma avaliação do ensaio de liberação de interferon-gama
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(Interferon-Gamma Release Assay ou IGRA) como um método para determinar a atividade dos linfócitos T contra o SARS-CoV-2 – essencial para medir a defesa imune de longo prazo. O teste IGRA – rápido e barato – passou no teste. Curiosamente, 44% dos pacientes do grupo controle (que apresentavam sorologias negativas para SARS-CoV-2) apresentaram resposta imunes de linfócitos T fortemente específicas e positivas para o teste IGRA Covid19, sugerindo uma defesa protetora já presente em seus organismos. Não obstante todos estes estudos – e muitos outros –, a Anvisa alertou em seu site que testes de Covid19 não comprovam proteção e que “estes testes não devem ser usados para medir o nível de proteção contra o coronavírus após as pessoas se vacinarem”. Quando li isso, não pude evitar de pensar aqui com meus botões que talvez o pessoal técnico da Anvisa ande fazendo estágios com aqueles cientistas do Instagram… 11. Por que não há consenso entre a classe médica em relação à segurança e a eficácia das vacinas contra Covid19? A Covid19 é uma doença nova. Muito foi aprendido sobre ela desde que o SARS-CoV-2 foi declarado uma Pandemia em 11 de março de 2020, mas quanto mais se sabe, mais perguntas são feitas, e mais as dúvidas crescem. Se existe algo que você pode estar 100% certo sobre a Ciência é de que ela nunca está 100% certa sobre muitas coisas importantes. DÚVIDAS SOBRE PASSAPORTE SANITÁRIO 1. O passaporte sanitário, separando pessoas vacinadas de pessoas não-vacinadas, é uma medida válida para ajudar a controlar a Pandemia? Vamos lá: segundo o Ministério da Saúde de Israel, a vacina da Pfizer apresenta 39% de eficácia contra infecção sintomática e apenas 16%
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das pessoas "imunizadas" em janeiro de 2021 apresentam alguma proteção satisfatória em julho de 202167. De acordo com um parecer emitido pelo U.S. Food and Drug Administration (FDA) em 25 de junho de 2021, "não existe uma vacina aprovada pelo FDA para prevenir a COVID19"68. Finalmente, segundo os instagrammers da Anvisa, a presença de anticorpos contra o SARS-Cov-2 no organismo não significa proteção contra infecção ou reinfecção ou formas graves da doença69. Então: (A) se pessoas imunizadas deixam de ter proteção satisfatória em menos de 6 meses; (B) se não existem vacinas aprovadas capazes de prevenir a Covid19; e (C) se nenhum exame pode mostrar quem está protegido ou não, exatamente como vamos separar racionalmente as pessoas “vulneráveis” das pessoas “resguardadas”? Vai ser por par ou ímpar, adedonha ou bingo? 2. Pessoas alérgicas podem negar a aplicação da vacina por receio das reações? Sim, podem, mas isso não significa que elas estejam imunes à coerção social ou amputação de seus direitos civis. Agradeça isto à lei 13.979 de 2020. Se ainda não conhece esta peça, recomendo que tire o atraso e a folheie com atenção redobrada. 3. Não quero tomar a vacina, mas estou sendo pressionado no meu trabalho. Se não tomar, posso ser mandado embora. O que fazer? Infelizmente, a justiça brasileira não está a seu favor. Se seu empregador exigir o bendito certificado e você não entregar, você poderá ser mandado embora por justa causa. Caso apresente um atestado dizendo que você não pode ser vacinado por algum motivo, terá a satisfação de ser mandado embora do mesmo jeito, mas pelo menos irá acompanhado do tal atestado70,71. Segundo o entendimento dos nossos “magistrados”, seu interesse individual não pode ser colocado à frente do interesse coletivo. Fico imaginando aqui: o interesse coletivo de 20 homens ansiosos por satisfazer seus desejos fisiológicos por sexo também deve prevalecer
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sobre o interesse individual de uma mulher em não ser estuprada coletivamente por eles em um beco? Se o interesse coletivo de um grupo supremacista em um ônibus determinar que a presença de um não-branco no mesmo veículo é uma ameaça à saúde de seu puritanismo, o sujeito pode ser jogado para fora do automóvel? Nada menos que 90% das interpretações esdrúxulas da legislação brasileira são uma piada ruim. Os outros 10% nem para piada servem. 4. Falsificar comprovante de vacina para conseguir um Passaporte Sanitário pode ser considerado um crime? Sim, pode ser tipificado como falsidade ideológica. Segundo o Artigo 299 do Código Penal, é crime “Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”. Lembra da Lei 13.979/2020? Então. 5. Quais os problemas de adotar um Passaporte Sanitário? Ainda bem cedo, enquanto a Pandemia engatinhava, os Passaportes Sanitários foram propostos como a saída para permitir que as pessoas retornassem ao trabalho e às escolas, e voltassem a viajar e frequentar eventos culturais, shoppings, etc. Estes documentos seriam emitidos a favor das pessoas que comprovassem imunidade contra o SARS-CoV-2 ou de que estavam devidamente vacinadas contra o vírus. Além de ser uma aberração científica – ainda não sabemos exatamente como a imunidade contra o Covid19 funciona e não temos como determinar com 100% de certeza quem pode transmitir o vírus ou não –, a ideia de passaportes sanitários é eticamente perigosa, sórdida e condenável por vários aspectos: Primeiro, ela viola diversos preceitos de privacidade. E se eu não quiser que as pessoas saibam de meu status de Covid19, ou de HIV,
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ou de gravidez? O Estado deve ter autorização para atropelar minha vida íntima e exigir que eu ande mostrando meus exames por aí ao Deus dará? Segundo, este tipo de imbecilidade abre margem para que, logo mais, exijam passaportes mostrando que você também não tem tuberculose, gripe comum, pneumonia, resfriado, diarreia, conjuntivite, impetigo, molusco contagioso, micoses cutâneas, erisipela, piolho, sarna, pulgas... Afinal, se é para evitar a disseminação de doenças infectocontagiosas na comunidade, por que restringir-se a uma só, certo? Terceiro e mais importante: Passaportes Sanitários acentuarão ainda mais as iniquidades sociais existentes, criando castas dentro de castas dentro de castas: você será da classe que tem vacina, mas não tem anticorpos; ou será da classe que tem anticorpos, mas não tem vacinas; ou será da classe que não tem anticorpos nem vacinas; ou será da classe cujo passaporte tem mais de 6 meses ou menos de 6 meses; ou será… Se quer entender o que começa com a ideia dos Passaportes Sanitários, recomendo que estude sobre as Leis de Jim Crow nos EUA ou as Pass Law da África do Sul que vigoraram nos séculos XIX e XX. Depois disso, caso ainda tenha estômago, estude sobre o artigo 58 do Código Penal da antiga República Socialista Federativa Soviética Russa. O famigerado artigo entrou em vigor em 25 de fevereiro de 1927 para prender os suspeitos de atividades contrarevolucionárias. Mas lembre-se de trocar “suspeito de atividades contra-revolucionárias” por “suspeito de não-vacinado”. DÚVIDAS ENVOLVENDO TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO 1. As vacinas contra Covid19 já estavam prontas antes de a doença surgir? O foco na Proteína S como um alvo para as vacinas contra coronaviroses já havia sido objeto de testes pré-clínicos durante as epidemias de SARS-CoV (2002–2003) e de MERS-CoV (2012). Por exemplo: a patente US9193780B2 apresentada por Abylinx NV em 05 de junho de 2009 e publicada em 24 de novembro de 2015,
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previa uma “sequência de aminoácidos direcionados contra ou que podem se ligar com a proteína do envelope de certos vírus, impedindo a entrada do agente nas células e neutralizando, modulando ou inibindo sua infectividade”. Especificamente com relação ao SARS-CoV, a sequência de aminoácidos e polipetídeos apresentada pela empresa Abylinx apresentava como alvo a proteína S1 do vírus (exatamente a mesma parte da proteína Spike presente no SARS-CoV2 responsável pela ligação do vírus aos receptores ACE2). Para administração de seu composto de nano-anticorpos multivalentes, a Abylinx – uma subsidiária da gigante farmacêutica Sanofi – apresentava como opções aerossóis, comprimidos, cremes tópicos, adesivos transdérmicos e injeções de nanopartículas72 . Em 28 de janeiro de 2000, a Pfizer apresentou a patente US6372224B1, com ““sequências de aminoácidos e nucleotídeos para um gene Spike do Coronavírus Canino (CCV), e compostos contendo um ou mais dos genes Spike e seus polipetídeos codificados, para profilaxia, diagnóstico e tratamento de infecções por CCV”73. Contudo, desde então, poucas vacinas em desenvolvimento avançaram até as fases de testes clínicos e nenhuma foi licenciada para uso em humanos22,72. Tudo mudou com a chegada da Covid19. Em 31 de dezembro de 2020, a OMS emitiu a primeira autorização de uso emergencial para uma vacina anti-Covid19: a vacina de RNAm da BioNTec/Pfizer74. 2. As vacinas contra Covid19 foram responsáveis pelo surgimento dessas variantes que andam circulando por aí? Esta é a típica pergunta no estilo “quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?” Primeiro: Apesar de a diversidade genética observada no SARS-CoV2 ser baixa, o fato de estarmos em uma pandemia oferece um cenário ideal para que a seleção natural opere sua parcela de mutações. Algumas dessas mutações – como a mutação D614G na Proteína Spike do vírus original em Wuhan, que produziu uma variante europeia – aumentam a infectividade do vírus e podem ter impacto na eficácia das vacinas16.
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Segundo: Em teoria, assim como o uso indiscriminado de antimicrobianos ou o uso de antimicrobianos de eficácia limitada levaram ao surgimento de bactérias multirresistentes17,18,19,20, é de se considerar a possibilidade de que o uso indiscriminado de vacinas de eficácia limitada possa atuar na seleção de variantes virais resistentes às vacinas sendo empregadas. Por último: algumas vacinas – como as vacinas de Vetor Viral – de fato apresentam o risco de resultar em microrganismos geneticamente modificados mais agressivos que a versão original21. Ou seja, em resumo: vírus novos podem tornar as vacinas inúteis e vacinas inúteis podem tornar os vírus “novos”. 3. Vacinas de RNAm são Príons? Os Príons são moléculas de proteínas “anormais” com capacidade de replicação e de causar doenças (a Doença da Vaca Louca é a mais famosa delas). Basicamente, Príons são proteínas “dobradas” de um jeito estranho que possuem a habilidade de fazer com que outras proteínas se dobrem de modo igualmente estranho. Para entender isso melhor, pense em uma folha de papel e um origami. Se você amassar a folha de papel, rasgá-la ou rabiscar nela, ela será nada além de uma folha de papel amassada, rasgada ou rabiscada. Contudo, se você dobrá-la de uma certa maneira em uma sequência determinada, ela se torna um origami. É mais ou menos assim que os Príons funcionam, com a diferença de que eles são como origamis capazes de influenciar outras folhas para que elas se dobrem na forma de mais origamis e daí por diante75. Apesar de serem infectantes, os Príons não possuem ácidos nucleicos (DNA e RNA). Eles apresentam um período de incubação longo mas, uma vez que se manifestam, o quadro de perda neuronal tende a ser rapidamente progressivo e quase sempre fatal76. Em julho de 2020, alguns pesquisadores da Divisão de Biociências Moleculares e Celulares da National Science Foundation e do Institudo Santa Fe (ambos nos EUA) e do Instituto de Biologia Integrativa de Sistemas da Universidade de Valência (Espanha) propuseram que a definição de Príons deveria ser expandida para incluir alguns transtornos mediados por RNA invés de apenas proteínas: de acordo com eles, alguns RNAs naturais – tais como
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ribozimas, viroides e pequenos RNAs não-codificante (chamados PIWI-interacting RNAs) – apresentariam as mesmas características e propriedades de um Príon77. Uma vez que os Príons ainda são proteínas um tanto misteriosas, que recentemente foram associados a certas formas de RNA, e considerando que as vacinas de RNAm jamais haviam sido utilizadas em humanos antes – e menos ainda em tão larga escala –, não demorou muito para que os pontos fossem ligados e vacinas de RNAm fossem consideradas “Príons feitos em laboratório”. Para piorar a história, é sabido que algumas moléculas de RNA estão envolvidas na patogênese das doenças causadas pelos Príons78. Apesar de muitos especialistas afirmarem que vacinas de RNAm não apresentam o risco de se comportarem como “origamis”, outros especialistas afirmam exatamente o contrário75. Antes de tomar qualquer partido sobre quem está ou não está com a razão nesta teoria, o mais honesto seria admitir simplesmente que não temos a menor ideia a respeito, pois não existem dados suficientes de acompanhamento sobre como as vacinas de RNAm se comportarão no longo prazo. 4. Quais as possibilidades de as vacinas terem alguma ligação com os sinais 5G? Em 11 de janeiro de 2013, o programador italiano Alberto Brandolini tuítou dizendo que “a quantidade de energia necessária para refutar besteiras é uma ordem de magnitude maior que a energia necessária para produzi-las”, e este princípio se tornou conhecido como Lei de Brandolini79. Basicamente, Brandolini estava resumindo o comportamento de mais de 90% das pessoas na Internet, que produzem ou disseminam com a velocidade de um raio qualquer tipo de notícia que lhes permita lacrar ou parecer “antenadas” sem muita necessidade de estudo ou pesquisa. Na sequência, pedem (“pedem”, não: ordenam) que você dedique horas, dias, semanas de pesquisa para refutar com 1 mol de evidências aquilo que elas, emocional e epidermicamente, jogaram no ventilador. Existem tantas coisas mais incômodas com relação à Pandemia…
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Quando as atividades econômicas e as aulas retornarão ao “normal”? Quando o tratamento precoce e a profilaxia serão legitimadas? Quando os dados sobre as taxas de eventos adversos e de letalidade em pessoas vacinadas serão tornados transparentes? Quando as pessoas acordarão para o fato de que passaportes sanitários são uma atrocidade muito pior e de consequências muito mais imediatas e preocupantes que urnas eletrônicas? Perder tempo com pessoas operando sob a Lei de Brandolini é nada além disso mesmo: uma perda de tempo. 5. Por que algumas pessoas vacinadas desenvolvem uma espécie de magnetismo e atraem metais? Pode ser que o magnetismo exista, pode ser que não exista. Nenhum estudo sério foi conduzido sobre o tema, ainda que seja absurdamente simples fazer isso. Tudo que temos são algumas dezenas (ou centenas?) de vídeos em redes como Rumble, Odysee, Cos.TV, Twitter e em grupos do Telegram mostrando o “fenômeno”, e especialistas concedendo entrevistas na televisão informando que nada daquilo está acontecendo. Entre uns e outros, fico com a Lei de Brandolini e o último parágrafo da resposta anterior. 6. Existe algum método paliativo para minimizar os efeitos da vacina? “Tomar carvão vegetal ativado em cápsulas limpa o organismo das toxinas produzidas pelas vacinas”, “fazer um enema de chá de boldo com folhas de menta resolve”, “peregrine 10 km com uma fita de Santa Rita amarrada no pulso”… Sério? Qualquer que tenha sido o motivo, você injetou uma substância experimental no seu corpo que possui sabe-se lá quantos e quais efeitos colaterais desconhecidos (por isso mesmo são chamadas “experimentais”) e agora, remoído de culpa e medo, quer uma solução para a sua apreensão que seja tão rápida quanto um miojo instantâneo. É o seguinte: não tomar as vacinas tem consequências. Tomá-las também tem. Escolhas trazem consequências. Seja um adulto e
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assuma a responsabilidade sobre as suas. Depois leia o tuíte do Alberto Brandolini umas 100 vezes. 7. As vacinas podem dar um “reset” na nossa imunidade, aumentando o risco de pegar novamente doenças como catapora? Como mencionado diversas vezes neste livro, as chamadas “vacinas” contra o Covid19 são substâncias experimentais. Nunca foram testadas antes e muitas utilizam tecnologias de aplicação sem precedentes em seres humanos. Ninguém sabe determinar se essas coisas produzem imunidade, ou quanto de imunidade, ou por quanto tempo essa imunidade dura, ou se são capazes de impedir a transmissão do vírus, ou quais efeitos adversos possuem, etc. De todas as implicações possíveis em um cenário assim, minha menor preocupação seria ter catapora novamente. 8. As vacinas contra Covid19 causam esterilidade ou infertilidade? Em 09 de fevereiro de 2021, o grupo Johns Hopkins Medicine publicou uma nota técnica em que afirmava que as vacinas contra Covid19 emergencialmente autorizadas pela OMS não ofereciam riscos específicos relacionados à fertilidade. Em 19 de julho de 2021, o Royal College of Obstetricians & Gynaecologists (Reino Unido) emitiu uma nota afirmando o mesmo29,31. Sinceramente, é muito cedo para afirmar se estas vacinas causam ou não causam problemas de fertilidade. Mas peço que mantenha algo em sua mente: substâncias experimentais. Repita comigo: substâncias experimentais. Substâncias experimentais. Acho que você entendeu. 9. Vacinas contra Covid19 utilizam células de feto humano?
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Não exatamente, mas sim. Vou explicar: Muitas vacinas, como aquelas contra catapora, rubéola, polio, hepatite A e uma versão da vacina contra raiva, utilizam em seu desenvolvimento uma etapa de cultura de vírus em células (fibroblastos) fetais80. Para o desenvolvimento de algumas das vacinas contra Covid19, as principais linhagens de células fetais utilizadas foram: HEK-293 (uma linhagem de células renais isoladas de um feto de origem indeterminada em 1973), PER.C6 (uma linhagem de células da retina isoladas de um feto abortado em 1985), e MRC-5 (uma linhagem de fibroblastos, desenvolvida originalmente a partir do tecido pulmonar de um feto masculino caucasiano abortado de 14 semanas). Segundo os fabricantes, as vacinas de RNAm contra Covid19 não necessitam do uso de culturas de células fetais para serem fabricadas (mas isso não é exatamente 100% da verdade, como você poderá conferir ao final desta resposta). A linhagem PER.C6 foi empregada na produção da vacina da Janssen / Johnson & Johnson81. Por causa do imbróglio do uso de células originadas de fetos na elaboração de vacinas, a AstraZeneca se meteu em um jogo bizarro de palavras junto aos “checadores de fatos” e à opinião pública: segundo uma nota técnica da própria empresa, o Grupo AstraZeneca, em raras circunstâncias, utiliza tecidos de fetos humanos para seus trabalhos de pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia. Após ser denunciada pelo uso de “tecidos fetais” na produção da vacina AZD1222, a AstraZeneca declarou à Reuters (via e-mail) que não havia utilizado a linhagem MRC-5 para fazer sua vacina. Segundo a farmacêutica, a vacina havia sido testada por um “grupo independente” na Universidade de Bristol – e estes cientistas “independentes”, sim, teriam realizado testes da AZD1222 em linhagens de MR-583. Existem dois “nós” nessa história: O primeiro nó está no fato de que um desses “estudos independentes”, publicado na revista Genome Medicine em 15 de março de 2021, tinha como uma das autoras a Dra. Sarah Gilbert, da Universidade de Oxford, e a Sra. Gilbert não é exatamente uma “cientista independente’: ela é cofundadora da empresa Vaccitech
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(que por sua vez é uma das inventoras da vacina da AstraZeneca) e é também uma das inventoras de uma patente cobrindo o uso das vacinas de vetor viral ChAdOx1 contra o SARS-CoV-2. Abreviando: a Sra. Gilbert trabalha com e para a AstraZeneca. Isso não é exatamente uma “cientista independente”84. O segundo nó está no fato de que um artigo publicado na revista Nature alguns meses antes, em outubro de 2020, mostrava que a AstraZeneca havia utilizado a linhagem HEK-293 em um estágio de desenvolvimento da ChAdOx1 nCoV-19 (que mais tarde foi batizada de AZD1222). “Bem, nós utilizamos algumas linhagens de células fetais para desenvolver nossas vacinas, mas isso não significa que tenhamos utilizado fetos ou que estas células estejam presentes dentro dos frascos de vacina”. Tudo bem, de fato não estão. Mas a ginástica da AstraZeneca para desconstruir a narrativa (verdadeira) de que foram utilizadas linhagens celulares de bebês para desenvolver a vacina AZD1222 foi digna de uma medalha Olímpica. Segundo levantamento realizado pelo Charlotte Lozier Institute (uma entidade participante da Susan B. Anthony List, uma organização sem fins lucrativos que busca reduzir e acabar com o aborto nos EUA), outras vacinas contra Covid19 que utilizaram linhagens celulares de fetos incluem: - Sinovac / Coronavac (utilizou HEK-293 na fase de testes laboratoriais). - Altimmune (utilizou PER.C6 nas fases de desenvolvimento, produção e testes laboratoriais). - Cansino / Ad5-nCoV (utilizou HEK-293 nas fases de desenvolvimento, produção e testes laboratoriais). - Gamaleya / Sputnik V (utilizou HEK-293 nas fases de desenvolvimento, produção e testes laboratoriais). - Instituto Pasteur / Merck (utilizou HEK-293 nas fases de desenvolvimento e testes laboratoriais).
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- Covaxx / United Biomedical (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais). - Novavax (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais). - Sanofi / GSK (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais). - Moderna (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais). - Pfizer (utilizou HEK-293 nas fases de testes laboratoriais). Um adendo curioso: a Igreja Católica e a comissão de ética e religiosidade da Igreja Batista declararam que receber uma vacina que utiliza linhagens celulares de fetos em sua produção é moralmente aceitável81. 10. As vacinas contra Covid19 contêm óxido de grafeno? Vacinas contendo nanopartículas de óxido de grafeno existem – basta ver, por exemplo, o pedido de patente número CN112220919A, da empresa chinesa Shanghai National Engineering Research Center for Nanotechnology Co Ltd87. Mas não são apenas patentes: Em fevereiro de 2016, pesquisadores chineses publicaram um trabalho relatando seu sucesso em combinar óxido de grafeno com polietilenoglicol (PEG) e vários tipos de polietilenoimina para o desenvolvimento de vacinas88. Em janeiro de 2019, pesquisadores chineses publicaram um trabalho relatando seu sucesso em combinar nanopartículas de óxido de grafeno com alumínio para produzir vacinas contra câncer90. Em agosto de 2020, pesquisadores chineses publicaram um trabalho relatando os progressos nas estratégias de modificação para melhorar a biocompatibilidade do óxido de grafeno, tornando-o um adjuvante capaz de melhorar a ativação das respostas imune e celular quando utilizando em vacinas89. Em março de 2020, pesquisadores chineses (sim, novamente chineses) publicaram um trabalho relatando seu sucesso no progresso para o desenvolvimento de uma vacina contra câncer
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combinando nanopartículas de óxido de grafeno, polietilenoimina e RNAm92. Finalmente, em maio de 2021, pesquisadores da Universidade Estadual da Geórgia e da Universidade Emory (ambas nos EUA) e publicaram um trabalho relatando seu sucesso em combinar nanopartículas de óxido de grafeno com polietilenoimina na produção de uma vacina intranasal contra gripe comum91. A despeito de várias “notícias” na internet em 2021, a vacina de RNAm da Pfizer não lista “óxido de grafeno” como uma das substâncias de sua composição68. Na verdade, nenhuma das vacinas lista “óxido de grafeno” como uma das substâncias de sua composição. Mas, depois das ginásticas para escapar das acusações de utilização de linhagens de células fetais, é bem difícil acreditar no que esses laboratórios falam. 11. Existem algum fundamento nas teorias de conspiração sobre controle social envolvendo as vacinas contra Covid19? Bem, se é para ir fundo nas Teorias de Conspiração, que tal tomar um fôlego e aproveitar a última pergunta deste capítulo para mergulhar nas profundezas da distopia mais maluca possível? Já aviso: não será um raciocínio leve, mas talvez essa “viagem na maionese” seja elucidadora. Se você topa, prepare seus neurônios e siga o fio: Em 2001, cientistas dos EUA demonstraram que era possível utilizar terapias genéticas para alterar comportamentos animais, incluindo a tendência para abuso de drogas; tornar ratos poligâmicos em monogâmicos; e alterar a capacidade de memória e aprendizado de roedores. Na época, o problema consistia em encontrar uma maneira de inserir os genes terapêuticos e seus vetores no cérebro humano sem injetá-los através do crânio (naqueles tempos, esta era a única maneira viável para administrar o tratamento). Os pesquisadores esperavam encontrar uma solução que tornasse possível injetar o material na corrente sanguínea e fazê-lo chegar, por meio da circulação, até seus alvos no cérebro. Para isso, eles estavam desenvolvendo vírus híbridos capazes de atravessar a barreira hematoencefálica. “Quando estes obstáculos forem superados, a
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terapia genética se tornará viável para tratar vários transtornos psiquiátricos”, afirmou Robert Sapolsky, Ph.D., professor do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Stanford (EUA) e um dos responsáveis pelos estudos93. Em 2003, o mesmo Sapolsky afirmou que “já possuímos conhecimento suficiente sobre o funcionamento do sistema límbico para manipular experimentalmente comportamentos ancorados neste sistema. Ainda que estas manipulações tenham tradicionalmente envolvido lesões, estimulação ou abordagens farmacológicas, se tornou plausível utilizar tecnologias de transferência genética para alterar padrões de expressão genética no sistema nervoso”. No trabalho publicado na revista Physiology & Behavior, Sapolsky apresentou as maneiras através dos quais a transferência de genes foi empregada para alterar a função límbica, incluindo (a) cognição, (b) as propriedades de recompensa de substâncias “viciantes”, (c) padrões de afiliação social e (d) respostas ao estresse94. Em 2008, já existiam estudos em animais mostrando que é possível reduzir a ingestão de álcool em pessoas alcoólatras por meio da terapia genética. Ainda em 2008, estudos em ratos mostraram que a terapia genética utilizando vetores virais também é capaz de reduzir a atividade de enzimas que resultam em lesões cerebrais associadas à Doença de Alzheimer95,96. Eu pergunto: seria possível faz o inverso e estimular a atividade dessas enzimas, acelerando o processo de demência? Em 2010, verificou-se que a proteína p11 (codificada pelo gene S100A10 em humanos) estava envolvida na regulação da atividade no núcleo accumbens, e pesquisadores demonstraram que a deleção da p11 resulta em comportamentos tipo-depressão. Ao utilizarem terapia genética (interferência de RNA mediada por vetores adenovirais), os cientistas foram capazes de produzir comportamentos depressivos em ratos praticamente idênticos àqueles observados em animais com ausência completa da p11. Seguindo em frente, um dos grandes obstáculos para a terapia genética sempre foi “como fazer com que os genes cheguem aonde devem chegar?”. Um dos recursos encontrados em 2013 foi o uso de nanopartículas superparamagnéticas de óxido de ferro (Superparamagnetic Iron Oxide Nanoparticles, ou SPIONs).
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Os SPIONs são um “sistema de entrega turbinado”: por meio deles, as “mensagens” enviadas são retidas nas células-alvo, permitindo que a programação genética seja incorporada e atue de modo prolongado – por exemplo, determinando a expressão de alguns genes e interferindo na atividade do RNA. Vetores virais – como os adenovírus – podem ser preparados com SPIONS e, uma vez injetados, podem ser direcionados para os locais desejados por meio de campos magnéticos. Este processo (uso de campos magnéticos para concentrar partículas contendo ácido nucleico nas células-alvo) é chamado de Magnetofecção. A soma de SPIONS e magnetofecção tornou as vacinas genéticas não apenas mais viáveis, mas também de ação bem mais rápida98. Em 2016, pesquisadores nos EUA desenvolveram um método inovador para controlar os circuitos cerebrais associados a comportamentos completos, utilizando engenharia genética para criar uma proteína magnetizada que ativa à distância grupos específicos de células nervosas. A ferramenta mais poderosa neste campo é chamada de Optogenética: ela permite que os pesquisadores liguem e desliguem “bandos” de neurônios conectados em uma escala de milissegundos utilizando pulsos de laser (o problema é que a Optogenética exige que fibras ópticas sejam inseridas no cérebro, para permitir que a luz penetre de maneira eficaz no tecido neuronal). Outro avanço, chamado de Quimiogenética, utiliza proteínas “geneticamente engenheiradas” que podem ser direcionadas para tipos celulares específicos e ativadas por meio de medicamentos. Vários estudos mostraram que as proteínas das células nervosas podem ser modificadas geneticamente, tornando possível sua ativação por meio de ondas de rádio e campos magnéticos: tudo que é preciso é anexar a elas uma proteína chamada ferritina ou partículas paramagnéticas inorgânicas. Esta tecnologia inclusive já foi utilizada para regular os níveis sanguíneos de açúcar em ratos. Proteínas magnetizadas foram objeto de estudo em peixes-zebra: os cientistas inseriram sequências específicas de DNA em um vírus e então administraram a solução a larvas de peixes-zebra, tendo como alvos neurônios no tronco e na cauda que controlavam a resposta de “fuga”. Quando as larvas eram colocadas em um aquário magnetizado, a simples exposição ao campo magnético resultava em movimentos similares aos observados em reações de fuga.
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Finalmente, proteínas magnetizadas foram injetadas no cérebro de camundongos, em uma região associada a sensações de recompensa e motivação. Quando eram colocados em um reservatório contendo seções magnetizadas e não-magnetizadas, os animais “tratados” passavam muito mais tempo nas áreas magnetizadas que os animais “não-tratados”, pois a expressão da proteína lhes dava uma sensação de prazer prolongada. Isso demonstrou de que maneira a terapia genética pode controlar de maneira remota comportamentos animais complexos99. Em 2019, SPIONS eram utilizados em contrastes para exames de imagem de ressonância magnética. O fato de os SPIONs não possuírem magnetismo residual na ausência de campos magnéticos externos permite que as partículas sejam concentradas exatamente onde se deseja, bastando expor o indivíduo a um campo magnético direcionado. Por meio deste recurso, os SPIONs “teleguiados” tornam-se capazes de penetrar até mesmo nas células do cérebro100. Apesar de todos os avanços ocorridos no desenvolvimento de nanomateriais, as vacinas de DNA ainda apresentavam um desempenho ruim nos testes clínicos realizados em humanos até 2020. A principal razão estava no fato de que os estudos pré-clínicos eram realizados em animais pequenos (como ratos e camundongos), que frequentemente não predizem com a devida acurácia a resposta que seria observada em humanos. O emprego de animais de maior porte poderia resolver este problema, mas isto suscitaria problemas éticos, de logística e de financiamento. No começo de 2020, os cientistas ainda acreditavam que os modelos utilizados tornavam difícil avançar ao ponto de permitir que as vacinas de DNA fossem empregadas em seres humanos em um futuro próximo101. Todavia... Em junho de 2020, durante a pandemia de covid19, o papel da nanotecnologia voltou à tona: e se fosse possível criar em laboratório nanovetores capazes de bloquear a ação da proteína S do vírus e interromper sua reprodução? A terapia com nanovetores foi amplamente discutida pelos cientistas como uma das principais estratégias “futuras” para acabar com a pandemia102. Todavia, ainda que a estabilidade e a imunogenicidade do RNAm tivessem sido aprimoradas, outros melhoramentos seriam necessários para tornar a terapia com RNAm viável103. Acima de tudo, seria necessário uma amostragem maior para realizar os testes clínicos. Em Novembro de 2020, cientistas começaram a defender
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que a manipulação por nanomedicina magnética era a melhor aposta para erradicar permanentemente o SARS-CoV-2 “sem causar efeitos colaterais”104... Agora vou deixar você respirar um pouco e juntar pacientemente todos estes pontos. Mas vou dar uma pista da sequência: nanovetores, SPIONS teleguiados por magnetofecção até os neurônios, proteínas “engenheiradas” direcionadas para tipos celulares específicos e ativadas por meio de medicamentos, controle de comportamento límbico através de terapia genética, grandes populações, e a desculpa perfeita: uma “pandemia aterrorizante”... O desenlace é assustador, não?
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CONCLUSÃO O vírus existe, ele causa doença e esta doença pode matar. Isso é indiscutível. O que é discutível é exatamente qual a agenda que pode estar por trás de tudo que está acontecendo, e a batalha pela panaceia das vacinas representa apenas uma pequena ponta de um imenso iceberg possível. Os imunizantes contra Covid19 foram disponibilizadas para emprego em massa após uma estranha combinação entre “aceleração de fases importantes de pesquisa e desenvolvimento” (comprometimento da segurança) e “testes clínicos envolvendo grupos pequenos de pessoas” (comprometimento da eficácia). Apesar de as autoridades sanitárias terem afirmado que uma vacina jamais seria liberada para uso em massa antes que todos os testes de segurança e eficácia fossem realizados de maneira adequada, isso não foi exatamente o que ocorreu na prática. Por exemplo: a vacina russa Sputnik V deu início aos testes de fase 3 em mais de 40 mil pessoas antes que seus resultados de segurança e imunogenicidade fossem publicados. Algo semelhante ocorreu na China, com o silêncio ensurdecedor dos justiceiros sociais e demais vacinalovers incondicionais. Muitos pesquisadores e médicos consideraram que o desenvolvimento de vacinas contra o SARS-CoV-2 em 15 meses após o relato dos primeiros casos de Covid19 foi um “sucesso estrondoso” da ciência e uma prova da “excelente capacidade de resposta e adaptação inovadora das parcerias público-privadas”. Eu considero essa rapidez uma das maiores temeridades que nossa civilização já produziu: amassar em um sanduíche apressado as várias fases de testes de segurança e eficácia para o desenvolvimento de uma vacina a ser aplicada a bilhões de pessoas e chamar isso de “sucesso” é uma prova de falta de bom-senso, não de excelência ou “adaptação inovadora”. Em várias entrevistas ao longo de 2020 e 2021, questionei a legitimidade das vacinas que estão sendo oferecidas contra a Covid19. A doença existe, mas sua letalidade real corresponde a menos de 1 décimo da percepção emocional coletiva propagada pelo terrorismo dos mega-conglomerados de mídia em nosso planeta.
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Sim, vacinas são um recurso valioso para o controle de várias doenças: graças a elas, não sofremos mais com a maldição da Varíola, e moléstias como sarampo, tétano e paralisia infantil não possuem consequências tão devastadoras quanto no começo do século XX. Vacinas são preciosas. Todavia, elas precisam ser, antes de qualquer coisa, seguras. Ao contrário das avaliações de eficácia – que podem ser realizadas em questão de meses –, avaliações de segurança demoram anos. Abrir mão dessas avaliações – ou deixá-las para um “segundo momento” – poderia custar ainda mais vidas. Até mesmo vacinas bem conhecidas, como a vacina contra Gripe Comum, estão suscetíveis a graves problemas de segurança: em outubro de 2020, Singapura suspendeu temporariamente a campanha de vacinação contra Influenza após 48 mortes terem sido registradas na Coreia do Sul. Por isso, antes de determinar a obrigatoriedade das vacinas contra Covid19, seria no mínimo ético garantir sua segurança e concentrar a aplicação nos grupos de maior risco para a doença. Considere por um momento que as vacinas são realmente seguras. Segundo dados do CDC (EUA), no intervalo de 1 ano, pessoas de 0 a 19 anos de idade têm 20 vezes mais chance de morrer por qualquer causa que morrer por Covid19. Pessoas de 20 a 49 anos de idade têm 10 vezes mais chance de morrer por qualquer causa que morrer por Covid19. Pessoas de 50 a 69 anos de idade têm duas vezes mais chance de morrer por qualquer causa que morrer por Covid19. Apenas pessoas com mais de 70 anos de idade têm mais chances de morrer por Covid19 que morrer por qualquer outra causa em 12 meses2, e esta é a população de risco, que deveria receber proteção (suplementação de Zinco e Vitamina D + profilaxia com Ivermectina, por exemplo) e que ser o público-alvo das campanhas com vacinas seguras. É simplesmente uma imoralidade tornar obrigatório em todas as faixas etárias o uso de substâncias cujos dados de segurança e de efeitos adversos não foram analisados no longo prazo e tornados 100% transparentes. É evidente que o resultado desta corrida maluca será uma coletânea de efeitos adversos desconhecidos (muitos deles potencialmente letais) que afetarão milhões de pessoas sabe-se lá por quanto tempo – especialmente pessoas representadas de maneira insuficiente nas fases de estudos clínicos, como jovens, crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças diversas. Afinal, quando permitimos que
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desenvolvimento de uma vacina avance de uma fase para a seguinte com base em testes clínicos realizados em um número relativamente pequeno de pessoas, corremos o risco de “comer mosca” em muitos efeitos colaterais potencialmente graves: grupos pequenos de testes clínicos são insuficientes para avaliar o efeito de uma vacina em subgrupos significativos como raça, idade e pessoas com diferentes comorbidades. E muitas incertezas com relação à segurança só podem ser esclarecidas – insisto! – com o Tempo, não com a afobação. É triste pensar que, mesmo quando a pandemia de Covid19 for uma nota nos livros de história do futuro, é provável que os erros que comentemos na pressa do presente ainda estarão cobrando seus preços. Indiferentes à questão da segurança, várias agências reguladoras no mundo todo se declararam dispostas a autorizar vacinas contra Covid19 com eficácia abaixo de 50% contra doença sintomática e sem eficácia conhecida contra transmissão. Foi no mínimo curioso perceber como a maioria dos estudos de eficácia das vacinas optou por definir “eficácia” como sendo um desfecho primário que consiste em “ausência de Covid19 sintomática” ou “ausência de hospitalizações por Covid19”. Desconhecendo a quantidade necessária de anticorpos para conferir imunidade, desconhecendo a taxa de proteção de transmissibilidade e, principalmente, desconhecendo os efeitos de médio e longo prazo das vacinas, como separar as “boas intenções dos laboratórios farmacêuticos” de nossas tendências para teorias de conspiração? Sem possibilidade de debates abertos sobre as vacinas contra Covid19, de que maneira podemos confiar em tudo que as “autoridades” nos dizem? A falta de confiança na eficácia das vacinas pode ser vista em alguns números que insistem em emergir por debaixo do véu das narrativas hegemônicas de credulidade: pesquisas realizadas nos EUA mostram que entre 14-23% dos norte-americanos não pretendiam se vacinar de maneira alguma contra a Covid19, e apenas 49% estavam dispostos a se vacinar imediatamente assim que uma vacina estivesse disponível. Um fenômeno semelhante pode ser observado em vários países, como Alemanha e Austrália1. A despeito da pressão dos governos, da mídia e de uma parcela significativa da sociedade a favor das vacinas, devemos considerar o fato de que milhões de pessoas no mundo se recusarão a tomá-las. Como este problema será resolvido? Deixaremos essas pessoas em
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paz, respeitando suas opiniões, ou iremos massacrá-las com todo tipo de coerções legais, incluindo restrições de direitos civis e ameaças de prisão? No capítulo 36 do livro de Microbiologia Médica e Imunologia de Warren Levinson (13a Ed. McGrawHill, 2016), mais exatamente na página 277, lê-se: "A imunidade de rebanho (também conhecida como imunidade de grupo) ocorre quando uma porcentagem suficientemente alta da população (o rebanho) é imunizada, a fim de que um indivíduo não imunizado esteja protegido. Para a imunidade de rebanho ocorrer, a vacina precisa impedir a transmissão do vírus, assim como impede a doença. Por exemplo: a vacina viva atenuada de pólio consegue fornecer boa imunidade de rebanho porque induz a secreção de IgA intestinal, o que impede o poliovirus de se replicar no trato gastrintestinal e ser transmitido para outros. Entretanto, a vacina inativada de polio não induz imunidade de rebanho, uma vez que a IgA produzida não é secretada, e indivíduos imunizados (apesar de protegidos contra a poliomielite) ainda podem servir de fonte de poliovirus para outros”. Os governos, as agências reguladoras, os gestores de saúde pública e os minimamente alfabetizados em medicina sabem muito bem que as vacinas contra Covid19 não cumprem os critérios mais básicos de eficácia. É por isso que, quando você pergunta: – Se eu for vacinado, posso parar de usar máscaras?, as autoridades de saúde dizem: não. É por isso que, quando você pergunta: – Se eu for vacinado, restaurantes, escolas, academias e outros estabelecimentos declarados como “atividades não essenciais” vão reabrir e as pessoas poderão voltar a trabalhar e frequentar estes lugares normalmente?, as autoridades de saúde dizem: não. É por isso que, quando você pergunta: – Se eu for vacinado, vou ter imunidade contra o covid-19?, as autoridades de saúde dizem: talvez, mas nós não temos 100% de certeza, então provavelmente não.
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É por isso que, quando você pergunta: – Se eu for vacinado, pelo menos não vou mais ser capaz de passar a doença para outras pessoas, certo?, as autoridades de saúde dizem: não, não temos como garantir que as vacinas irão parar a transmissão. É por isso que, quando você pergunta: – Se eu for vacinado, quanto tempo durará minha proteção?, as autoridades de saúde dizem: ninguém sabe. É por isso que, quando você pergunta: – Se eu for vacinado, posso parar com o distanciamento social?, as autoridades de saúde dizem: não. É por isso que, quando você pergunta: – Qual o benefício em ser vacinado contra Covid19?, as autoridades de saúde dizem: esperamos que a vacina impeça o vírus de matar você. Porém, quando você pergunta: – Mas vocês têm certeza que a vacina não representa um risco para minha saúde?, as autoridades de saúde dizem: não temos como garantir isso também com 100% de certeza. É por isso que, quando você pergunta: – Se estatisticamente a chance de sobreviver ao vírus é de 99,97%, por que eu deveria tomar esta vacina?, As autoridades de saúde dizem: para proteger outras pessoas. E é por isso que, quando você pergunta: – Então, se eu for vacinado, irei proteger 100% das pessoas que entrarem em contato comigo?, as autoridades de saúde dizem: não. Em resumo, as vacinas contra Covid19: - NÃO garantem imunidade - NÃO têm garantia de segurança - NÃO eliminam o risco de morte - NÃO impedem que você transmita à 126
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- NÃO eliminam a necessidade de máscaras - NÃO eliminam o distanciamento social - NÃO permite o retorno às atividades normais - NÃO eliminam a necessidade de lockdown Todas estas perguntas e respostas deveriam estar sendo discutidas de maneira bem clara e compreensível pelas autoridades sanitárias e pela grande mídia no mundo todo. Mas não estão. Por isso, se você tem vocação para ser um rato de laboratório e se injetar com substâncias experimentais, aprovadas emergencialmente, que apresenta zero garantias, apresentam benefícios questionáveis e ainda oferecem riscos desconhecidos para sua saúde, faça isso por sua conta. E não reclame por não ter sido avisado o suficiente.
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