As cartas de Hammurabi

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As cartas de Hammurabi

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EMANUEL BOUZON

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EMANUEL

BOUZON

AS CARTAS toe, HAMMURABI Tradução do texto cuneiforme e Comentários

/ Petrópolis 1986

(0) 1986, Editora Vozes Ltda. Rua Frei Luís, 100 25089

Petrópolis, Brasil

RJ

Diagramação: Valdecir e Valderes

Mello Barboza

Ilustração da capa: Cabeça do Rei Hammurabi (Séc. 18 a.C.)

livro foi composto

e impresso em

novembro

de

1986

nas

oficinas da Editora Vozes Limitada — Rua Frei Luís, 100. Petrópolis-R] — Brasil — CEP 25689 — Tel.: (0242)43-5112



Caixa

Postal

90023

31.127.301,/0001-04





Inscr.

End. Telegráfico: Est.

80.647.050

VOZES



CGC

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Este

Ão

amigo

Ferdinand

Desmurs.

Sumário

PREFÁCIO, 9 APRESENTAÇÃO, 11 LISTA DE ABREVIATURAS, 13 Il INTRODUÇÃO, 15 1. As Cartas de Hammurabi,

2. 3.

15

A Mesopotâmia após a queda de Ur III, 20

À ascensão

da

1º Dinastia

babilônica,

25

4. À organização sócio-econômica do reino de Hammurabi, 30 IH. CARTAS DO ARQUIVO DE SIN-IDDINAM, 42 HI. CARTAS

DO

IV. CARTAS

A OUTROS

ARQUIVO

DE

SAMAS-HAZIR,

DESTINATÁRIOS,

109

222

V. LISTAGEM PELO NUMERO DE INVENTÁRIO DO MUSEU E LUGAR DE PUBLICAÇÃO, 226 VI. LISTAGEM

DAS

VII. BIBLIOGRAFIA,

CARTAS 231

POR

ASSUNTO,

230

Prefácio

Mais

uma

comentada,

vez

em

nos

brinda

português,

de

Emanuel

Bouzon

importantes

com

documentos

uma

edição

mesopotã-

micos — desta vez as cartas do rei Hammurabi (1792-1750 a.C.) —, marcada, como no caso do Código de Hammurabi e das Leis de Eshnunna anteriormente traduzidos e anotados por ele, pelo rigor e pela probidade científica. Além

de se ter conservado um considerável corpo de documen-

tos que refletem transações, libertações de escravos, a formação de sociedades comerciais, etc. — documentos que equivalem

grosso modo aos dos cartórios modernos — e numerosos registros contábeis, a administração e a justiça da primeira metade do segundo milênio antes de Cristo na Mesopotâmia nos deixaram três importantes tipos de fontes: a correspondência real e de funcionários; compilações de leis e outros textos de legislação; documentos relativos à aplicação das leis (conflitos, processos).

O Professor Bouzon, que em livros precedentes trabalhara com duas importantes compilações legais desse período, se volta agora para a correspondência do fundador do Antigo Império Babilônico, Hammurabi: tendo sido este o compilador do “código” de leis que leva o seu nome, a publicação destas cartas oferece ao leitor brasileiro a oportunidade de confrontar a letra da lei com sua aplicação no dia-a-dia, e assim formar uma imagem exata e nuançada da sociedade babilônica daquela época.

Às cartas do rei cobrem uma

gama

bem variada de assuntos:

irrigação, navegação, arrendamento e administração de terras, concessões de lotes em troca de serviços, disputas acerca da posse do solo, tributação, serviço militar e administração pública, etc. Por isto mesmo, iluminam muitos aspectos da história de Babilônia, constituindo-se doravante, ao estarem disponíveis em por-

9

tuguês,

num

instrumento

de trabalho

obrigatório e de inestimável

valor para professores e estudantes de História Antiga, de estudos bíblicos e de Direito — pois ao jurista certamente interessará a

e regula-

comparação da formulação das leis com sua aplicação mentação, na prática, pelo mesmo rei que as compilou.

E um privilégio para o Brasil o fato de poder contar com um assiriólogo do porte do Professor Bouzon, em plena, contínua e

profícua atividade apesar das imensas dificuldades que enfrentam tarefas intelectuais como as suas num país como este em que vivemos. S.

Cardoso

da

Ciro Flamarion

10

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Apresentação

O grande obstáculo que o estudioso da história da Mesopotâmia encontra, em nosso país, é, sem dúvida, a dificuldade de acesso às fontes, já que, praticamente, não existem traduções portuguesas de textos sumero-babilônicos. Os 153 textos cuneiformes, aqui traduzidos e comentados, visam suprir uma pequena parte dessa imensa lacuna. Eles constituem a correspondência do grande rei

babilônico, Hammurabi, com Sin-iddinam, Samas-hãzir e outros destinatários. Nestas cartas não só transparecem o tino administrativo e o espírito de liderança daquele que foi, sem dúvida

alguma, um dos maiores reis do Oriente Antigo, mas elas capacitam, também, o pesquisador moderno a obter um conhecimento

mais profundo das instituições babilônicas e das condições sócioeconômicas vigentes durante o reinado de Hammurabi. O texto cuneiforme destas cartas foi escrito em pequenos tabletes de argila

que se encontram, hoje, espalhados em diversos museus do mundo.

A tradução vernácula, aqui apresentada, procurou, quanto possível, ser fiel ao texto original, tentando, ao máximo, respeitar as locuções idiomáticas e a maneira típica de expressar-se da língua acádica. Alguns títulos profissionais bem como expressões técnicas, cuja tradução portuguesa é praticamente impossível, foram conservados em sumério ou acádico e devidamente explicados no respectivo comentário. As palavras entre parêntese foram introduzidas para facilitar a compreensão do texto, as entre colchete representam uma conjectura ou tentativa de reconstrução de palavras perdidas por causa de algum estrago no tablete. Três pontos após uma palavra indicam a existência de uma lacuna no texto original que não pôde ser reconstruída. O comentário às cartas limitam-se, essencialmente, a problemas de caráter filológico e gramatical ou tentam explicar costumes e instituições da época. As cartas não estão reunidas nem por assunto nem por ordem 11

cronológica, seguiu-se, em geral, editores dos textos cuneiformes.

textos, foram

organiza

os

introduzidas

textos

pelo

a mesma ordem escolhida pelos Para facilitar o manuseio dos

duas listas no fim da obra.

número

de

inventário

dos

Uma

museus

que em

que se encontram hoje, com o lugar onde foi publicado e o número correspondente nesta edição. A outra reúne as cartas por

assunto

tratado.

Foi seguida, neste trabalho, a cronologia média que data o reino

de Hammurabi entre 1792-1750 a.C., embora na edição do Código de Mammurabi, editada pelas Vozes em 1976, tenha traba-

lhado,

ainda,

com

a cronologia

curta.

Mas

a cronologia

média,

graças à força de seus argumentos, é, hoje, unanimemente adotada pela assiriologia.

Muitos amigos colaboraram, de uma ou de outra maneira, para

a realização deste trabalho. Nominalmente desejo mencionar, aqui, os colegas Prof. Dr. ]. Krecher (Miinster) e Prof. Dr. Ciro Flamarion Cardoso (Rio) por suas valiosas sugestões que foram

Seminar da Universidade seu diretor Prof. Dr. K.

também, ao Altorientalisches

de Miinster/Alemanha, na pessoa de Hecker, que me facilitou, sempre, o

&

aproveitadas no trabalho. Agradeço,

acesso à biblioteca do Instituto durante minhas diversas estadias em Miinster. Um agradecimento especial cabe, aqui, a Sra. Maria Almeida Loureiro que, com dedicação, paciência e grande competência, preparou o texto final para o prelo.

Rio, 10 de junho de 1985. Bouzon

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The Assyrian

nary of Chicago.

Orientfors-

tadt, CT:

RA

the

1956s.

Dictio-

University of Chicago-Gliicks-

Cuneiform

texts

from

Babylonian tablets in the British Museum, Londres, 1986s.

AJSL: American Journal of Semitic Languages and Li-

Sigla

dos

tabletes

do

GAG: von Soden, W., Grundriss der Akkadischen Grammatik, Analecta Orientalia 33. Roma, 1952.

Sigla

dos

tabletes

do

JAOS: Journal of the American Oriental Society.

Archives

Royales

de

JCS: Journal Studies.

teratures.

AM:

Ashmolean

Museum

ford.

Museu do

ARM:

ANE

BM: Sigla dos tabletes nas coleções do British Museum.

AHw: von Soden, W., Akkadisches Handwórterbuch, 3 vol. Wiesbaden, 1965-1981.

AO:

Co?

abreviaturas

AbB: Altbabylonische Briefe in Umschrift und Ubersetzung (hrg. von F. R. Kraus). Leiden, 1964s. ATO: Archiv chung.

E

Mari.

de Ox-

Louvre.

Paris,

1950s.

of

Cuneiform

Ar.Or.: Archiv Orientalní, Journal of the Czechoslovak

Oriental Institute. Praga.

JESHO: Journal of Economic and Social History of the Orient.

AS: Assyriological Studies (University of Chicago).

INES: Journal of Near Eastern Studies.

BIN: Babylonian Inscriptions in the Collection of J. B.

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Nies

(New

Haven).

43

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RLA:

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SD: Studia et Documenta ad iura Orientis Antiqui pertinentia. Leiden, 1936s.

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SL: A. Deimel, Sumerisches Lexikon. Roma, 1925-1950. TCL: Textes Cunéiformes. Musée du Louvre.

Gesellschaft.

MSL: Materialien rischen Lexikon.

zum

Reallexikon der Assyrio-

TIM:

sume-

Texts

Museum.

MVAG: Mitteilungen der Vorderasiatisch - Aegyptischen Geselischaft. Berlim/Leip-

in

the

Iraq

UCP: University of California Publications in Semitic philology.

zig, 1896-1944.

NBC: Sigla dos tabletes da Nies Babylonian Collection.

UET:

OECT:

VAB: Vorderasiatische tek.

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texts.

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Cuneiform

Editions

Texts.

of

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Biblio-

YBC: Sigla dos tabletes da Babylonian Collection, Biblioteca da Yale

University.

YOS: Yale Oriental Babylonian Texis..

Series,

ZA: Zeitschrift fiir Assyriolovorderasiatische gie' und Archãologie.

À di

ZDMG: Zeitschrift der Deutschen Morgenlândischen Gesellschaft.

14

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TOM S

A

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!. Introdução

1. As

Cartas

de

Hammurabi

As 153 cartas publicadas nesta edição incorporam toda a corres-

pondência, até hoje conhecida, do rei Hammurabi, grande império babilônico da primeira dinastia. 1

o criador do

Os primeiros sessenta textos desta publicação pertencem ao arquivo de. Sin-iddinam. São cartas de Hammurabi dirigidas a Sin-iddinam, que era, provavelmente, o governador da província de Larsa após a anexação desta cidade ao reino da Babilônia no ano 31 do reinado de Hammurabi. Cingiienta e duas destas car-

tas — aqui numeradas de 1-52 — encontram-se, hoje, no British

Museum. Às cartas 1-51 desta edição foram publicadas pela primeira vez, acompanhadas de transcrição e tradução inglesa, por L. W. King em seu trabalho The Letters and Inscriptions of Hammurabi (LIH), entre os anos 1889 e 1900.2 A carta nº 52 foi publicada por H. H. Figulla em CT 43,13 no ano de 1963. Em 1913, o assiriólogo francês F. Charles Jean oferecia a seus leitores a primeira tradução francesa das cartas publicadas por

King em seu trabalho Les lettres de Hammurabi à Sin-iddinam. Mas foi a obra do assiriólogo alemão A. Ungnad, Babylonische

Briefe aus der Hammurapi-Dynastie, editada em 1914, que se tornou a tradução clássica da correspondência de Hammurabi.é

1. Sobre outros textos cuneiformes com outras cartas de Hammurabi existentes em museus e ainda não publicados, cf. M. de J. Ellis, Agriculture and State in Ancient Mesopotamia, p. 11 nota 4; W. W. Hallo em OLA 5, p. 107, nota 17. Ha; 2. CE LIH | n. 1-44; 1 n. 71-76.103; Pl. 1-78; 137-146; PI. 2355. 3. Cf. Cuneiform Texts from Babylonian Tablets in the British Museum. Part XLIII: Old-Babylonian Letters, by H. H. Figulla, Londres, 1963. — 4 Cf. A, Ungnad, Babylonische Briefe aus der Hammurapi-Dynastie, VAB 6, Leipzig, 1914,

15

: |

Em

1966,

dentro

do

projeto,

patrocinado

pela

Real

Academia

Holandesa de Ciências e coordenado pelo assiriólogo holandês F. R. Kraus, de publicação de todas as cartas do período babilônico antigo, até hoje encontradas, R. Frankena fez uma nova colação dos textos do British Museum publicados em LIH e CT 2-33 e apresentou os resultados de seu trabalho no segundo

volume

da

obra

Altbabylonische

Briefe

setzung, sob o título Briefe aus dem

in

Umschrift

und

British Museum

(LIH

Úber-

und

CT 2-33). Aqui são transcritas e traduzidas em alemão 51 cartas de Hammurabi a Sin-iddinam.* Em 1964 F. R. Kraus já colecionara e publicara com transcrição e tradução alemã o texto CT 43,1 — que corresponde à carta nº 52 desta edição — no volume I da mesma série, também sob o título Briefe aus dem

British Museum (CT 43 e 44).6 Os textos cuneiformes das cartas n. 53-55 estão inventariados

no museu de Istambul entre os tabletes provenientes de Lagaé. As duas primeiras cartas foram copiadas e publicadas por J. A. Knutzon em Beitráge zur Assyriologie 4 (1899) p. 97 e 99. Da

terceira de

V.

carta

Scheil,

perdeu-se

em

o tablete

sinais

cuneiformes

e existe

apenas

neo-assírios,

uma

publicada

cópia em

Recueil des Travaux relatiis à la Philologie et à I'Archeologie Egyptiennes et Assyriennes 19 (1897) p. 43. O texto destas cartas foi trabalhado por F. R. Kraus e publicado em 1972, com

transcrição e tradução alemã, buler Museum nº 135-137.

O tablete com

em

AbB

5, Briefe aus dem

Istam-

o texto cuneiforme da carta nº 56 encontra-se

na biblioteca da Princenton

University e foi copiado e publicado

por À. Goetze em JCS 17 (1963) p. 83, n. 9.7 Já o tablete com o texto da carta n. 57 foi comprado em 1898 pelo museu Ermitage de Leningrado e foi copiado e publicado com transcrição e tradução alemã, por W. Schileico, em 1914, em um artigo na revista Orientalische Literaturzeitung. 8 Os

tabletes

com

o texto

cuneiforme

Sin-iddinam desta edição (n. 58-60) 5. Cf. AbB AbB

das

três

2,1-44.55-60.76.

1968.

| 1. Cí. A. Goetze, “Old Babylonian H-VI? em JCS 17 (1963) 79 e 83. Pos 8. Cf.

Ermitage

W.

Schileico,

“Ein

zu St. Petersburg”,

OLZ

Brief

17

16

cartas

encontram-se no museu

6. Cf. F. R. Kraus, Briefe aus dem British Museum

1, Leiden,

últimas

Letters

(1914)

112.

aus

do

(CT 43 und 44)

in American

Hammurabis

a

der

Collections Kaiserlichen

Co

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do

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Louvre 1,1-3.º

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publicados

por

F.

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Thureau-Dangin

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MENTEM

em

TCL

grupo de textos consta de oitenta e sete cartas do

arquivo de SamasS-hãzir. Essas cartas são dirigidas a Samag-hazir

isoladamente ou juntamente com outros colegas de administração. SamasS-hãzir era, provavelmente, o funcionário de Hammurabi encarregado da administração das terras de propriedade do pa-

lácio na província de Larsa. Os tabletes cuneiformes, que conser-

varam

em

o texto

vários

original

museus

do

dessas

mundo.

cartas,

Quarenta

encontram-se e três deles

espalhados

estão

inven-

tariados no museu do Louvre e foram publicados, pela primeira vez, em 1924, pelo grande assiriólogo francês François ThureauDangin, como sétimo volume da série Musée du Louvre, Départament des Antiquités Orientales, Textes cunéiformes (TCL), sob

o título Lettres de Hammurapi à Samas-Hasir. 1º No mesmo ano de 1924 o próprio Thureau-Dangin publicava uma transcrição e tradução francesa das cartas do Louvre em Revue d'Assyriologie (1924) p. 1-58. No Ashmolean Museum de Oxford encontram-se trinta e três tabletes cuneiformes com cartas de Hammurabi a SamaS-hãzir. Os textos cuneiformes destas e de outras cartas do período babilônico antigo conservados no museu Ashmolean foram publicadas em 1924, com transcrição e tradução inglesa, por F. R. Driver, sob o título Letters of the First Babylonian Dynasty !, como terceiro volume da série Oxford Editions of Cuneiform Texts (OECT).

Os textos do Louvre e do Ashmolean Museum, dentro do projeto acima mencionado da publicação das cartas do período babilônico antigo, foram recentemente colacionados por F. R.

Kraus e publicados, com transcrição e tradução alemã, em 1968, sob o título Briefe aus dem Archive des Samas-Hãzir, como quarto volume da série Altbabylonische Briefe in Umschrift und Ubersetzung. 12

9. F. Thureau-Dangin, Lettres et Contrats de Époque de la Premiére Dynastie Babylonienne, TCL 1, Paris, 1973. IO. Cf. TCL 7,1-43. 11. Cf. OECT 3, PI. LX. 12. Cf. F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des Samas-hazir im Paris und Oxford (TCL 7 und OECT 3) AbB 4 n. 1-43; 79-108: 158.166.

17

Nesta

edição

brasileira

há,

ainda,

nove

cartas

que,

sem

alguma, pertencem, também, ao arquivo de Samas-hãzir.

dúvida

Os table-

tes com o texto cuneiforme destas cartas encontram-se, hoje, no museu da Yale University, inventariados entre os tabletes da Nies

Babylonian Collection. Eles foram publicados, em

Alexander,

Texts,

sob

como

o título

Early

sétimo volume

Babylonian

da

série

Letters

1943, por TB: and

Babylonian

Economic

Inscriptions

in the collection of James B. Nies (BIN). Th. Fish publicou em 1951 a transcrição e tradução inglesa destas cartas em Manches-

ter Cuneiform Studies 1 (1951) p. Is, mas esse trabalho está em muitos pontos superado. M. Stol colacionou os textos cuneiformes destas cartas do arquivo

de SamaS-hãzir

e apresentou, em

1981,

dentro do projeto Altbabylonische Briefe im Umschrift und Ubersetzung, como nono volume da série, sob o título Letters from Yale, uma nova transcrição e tradução inglesa. 14 C. R. Gadd encontrou no Irag Museum um pequeno tablete com uma carta de Hammurabi a Samas-hãzir, que ele copiou e publicou entre outros tabletes provenientes de Kirkuk 55, embora A

carta

foi publicada

O texto cuneiforme das cartas n. 145-146 encontra-se em dois tabletes do Department of Semitic Languages da Universidade da Califórnia, Berkeley, e foram copiados e publicados por H. F. Lutz em 1929. 16 O terceiro grupo de cartas desta edição é constituído por cinco cartas de Hammurabi endereçadas a diversos destinatários (n. 149-153). O texto cuneiforme da primeira carta encontra-se no museu da Yale University entre os tabletes da Yale Babylonian Collection e foi copiado e publicado, em 1917, por H. F. Lutz no segundo volume da série Yale Oriental Series, Babylonian Texts (YOS), intitulado Early Babylonian Letters from Larsa. 2 Esta carta, embora não tenha, provavelmente, pertencido nem ao arquivo de Sin-iddinam nem ao de Samas-hãzir, é, certamente, proveniente, também de Larsa. Uma primeira tradução desta carta foi oferecida pelo próprio H. F. Lutz. 18 A mais recente colação 13. Cf. BIN 7,1-9. 14. Cf. M. Stol, Letters from Yale, AbB 9, n. 188-196. 15. Cf. C. R. Gadd, “Tablets from Kirkuk”, RA 23 (1926)

16. Cf. H. F. Lutz, Old Babylonian

1929, p. 326s.

17. CE YOS 2 n.32 PL. XL 18. Cf. YOS

2, p. 28.

18

Letters, UCP

9/1V,

161.

Berkeley,

4d

de Larsa.

——

este, certamente, seja originário nesta edição no n. 144,

do texto,

transcrição

e tradução

foi feita, em

1981,

por M.

Stol

em sua publicação Letters from Yale (AbB 9).1º Os tabletes cuneiformes com as três cartas seguintes (n. 150152) encontram-se no Irag Museum e foram copiados e publicados, em 1965, por J. J. A. van Dijk em TIM 11,19,50 e 53.2 L. Cagni trabalhou esses textos e os publicou com transcrição e tradução alemã em AbB 8.21 O texto da carta n. 153 encontra-se no museu do Louvre e foi

copiado e publicado por G. Dossin em TCL 17,63.2 E. Ebeling publicou em 1942 uma transcrição e tradução deste texto em

MAOG

15/1-II, p. 49.2

Infelizmente, os tabletes cuneiformes com o texto original das cartas de Hammurabi, aqui publicadas, não foram encontrados por expedições arqueológicas rigorosamente preparadas e executadas com seriedade científica. Todos eles são provenientes de escavações clandestinas, e chegaram aos museus ou às mãos de colecionadores particulares por intermédio do comércio de antiguidades. Os tabletes do Ashmolean Museum, por exemplo, pertenceram, inicialmente, à coleção particular de H. WeldBlundell e os de Yale à de James B. Nies. Torna-se, destarte, impossível determinar, com rigor científico, o lugar exato, onde esses tabletes foram descobertos. Contudo, os assiriólogos admitem,

como

certo,

que,

pelo

menos,

os

tabletes

com

cartas

a

Sin-iddinam e a Samas-hãzir tenham sido encontrados no hodierno Tell Senkereh, onde foi localizada a antiga cidade de Larsa, anexada por Hammurabi ao seu reino. 4

À contribuição do material contido nestas cartas, para a história da primeira dinastia babilônica, é inestimável. Por se tratar de

documentos

blemas

que

surgiram,

cotidianos,

suas

naturalmente,

informações

são

de

necessidades

bem

mais

e pro-

seguras

do

19. Cf. AbB 9,32.

20. Cf. J. J. A. van Dijk, Old Babylonian letters and related material. Texts in the Iraq Museum II. Wiesbaden, 1965. 21. Cf. L. Cagni, Briefe aus dem Iraq Museum (TIM Il), AbB 8,

Leiden,

1980, n. 19.50 e 53. 22. CE. G. Dossin, Lettres de la Premiére Dynastie Babylonienne, FRCLNIT! Paris, 1933. 23. Cf E. Ebeling. “Altbabylonische Briefe der Louvre-Sammlung aus Larsa, MÃOG 15/LI] (1942) 49, 24. Sobre as campanhas arqueológicas realizadas até agora em Larsa, cf. J. Margueron, art. “Larsa” em RLA, VI, p. 500s.

19

SR

e a

E

EE

que

as de inscrições

reais, muitas

vezes

tendenciosas

e impregna-

das da ideologia palaciana. No caso específico da correspondência

de Hammurabi, ela nos ajuda, sem dúvida, a conhecer melhor a personalidade polarizante e a liderança política indiscutível do homem Hammurabi, que aparece sempre preocupado com a justiça

e o direito em

seu

reino, bem

como

com

o progresso

e prosperi-

dade de seus territórios. Mas a grande variedade dos assuntos abordados pelo rei em suas cartas, permite, também, aos leitores hodiernos, formar uma idéia, mais clara, de como funcionavam as instituições políticas e administrativas da Babilônia e de como eram administradas as províncias anexadas ao reino. As cartas do arquivo de SamaS-hãzir, por exemplo, contribuem, de maneira essencial, para uma compreensão mais exata do intrincado sistema de distribuição de terras do palácio a funcionários e a arrendatários.

Todas as cartas de Hammurabi apresentam, sob o aspecto literário, uma forma introdutória idêntica: a-na NN qí-bí-ma um-ma ha-am-um-ra-bi-ma: “A NN diz, assim (falou) Hammurabi”, típica do gênero literário epistolar no período babilônico antigo. Este tipo de introdução supõe que a carta devia ser transmitida oralmente ao destinatário pelo escrivão que copiara a mensagem oral que o rei ditara. À escrita cuneiforme usada nos tabletes é semelhante à de outros documentos provenientes da época de Hammurabi. A língua acádica empregada nas cartas é o mesmo dialeto babilônico antigo, que se encontra no “Código” e em outros documentos da chancelaria de Hammurabi.2 O tempo de composição destas cartas deve ser situado após o 31º ano do reinado de Hammurabi (+ 1762), ano em que, conforme o testemunho da lista de datas, Hammurabi derrotou o último rei de Larsa, Rimsin, e anexou o território de Larsa ao

seu reino.% Esta datação vale, pelo menos, arquivos de Sin-iddinam e Samas-hãzir.

para

as cartas dos

2. A Mesopotâmia após a queda de Ur II

Os assiriólogos costumam chamar, de período babilônico antigo ou páleo-babilônico, o espaço de tempo que transcorre desde a 25. Cf. W. von Soden, GAG 8 2d, p. 3. 26. Cf. A. Ungnad, Art. “Datenlisten”, em

20

RLA

II, p. 180.

queda da terceira Dinastia de Ur, em 2003 a.C., até o ano de 1594, quando o rei hitita Mursilis I destruiu Babel, destronou

a primeira dinastia babilônica e abriu, assim, espaço para a invasão cassita.2? Já no reinado do último rei de Ur HI, Ibbisin,

começou uma evolução social e política que contribui, decisivamente, para a formação de uma sociedade com características bem diferentes da de Ur III. À imagem que a terceira Dinastia de Ur, principalmente durante os reinados de Urnammu, Sulgi, Amarsuen e Susin, transmite aos estudiosos deste período, é uma imagem de unidade política e de estabilidade, que pareciam duradouras. Após as primeiras dificuldades e as guerras necessárias para consolidar a unificação do país, constituiu-se um tipo de ordem política e social na região da Mesopotâmia que poderia ser chamada de “pax sumerica”. Os reis de Ur, no apogeu de seu poder, possuíam um vasto império, que devia ter, pelo menos, as mesmas dimensões do reino de

Acade. * Ele compreendia desde o Golfo Pérsico até o norte da Mesopotâmia, além disso, todas as regiões transtigrinas até o

Elam, cuja capital Susa foi conquistada por Sulgi. Na parte ocidental, as cidades de Ebla, Mari, Tuttul e até mesmo Byblos2 reconheciam a soberania de Ur. O sistema de governo era o de uma monarquia absoluta. Não havia limites ao poder real. Ele era o chefe do governo, o juiz supremo e centralizava em suas mãos toda a administração, que ele exercia nas diversas províncias por meio de funcionários nomeados por ele mesmo. Como

expressão

desta posição absoluta do rei, pode-se mencionar, aqui,

o costume dos reis de Ur III, a partir de Sulgi, de, em suas inscri-

ções,

fazer

preceder

o

seu

nome

com

o

determinativo

divino

DINGIR. Isto não significava, é claro, que os reis de Ur III pretendessem concorrer com os grandes deuses do panteão sumério: mas eles se consideravam como uma espécie de deuses protetores do país. Surgiu nesta época todo um culto ao rei, com santuários, sacrifícios etc... Nomes próprios deste período, como iSulgi21. Cf. D. O. Edzard, Die Altorientalischen Reiche I, cap. 5, “Die altbabylonische Zeit”, em Fischer Weltgeschichte, vol. 2, p. 165-209; P. Garelli, Le Proche-Orient Asiatique, p. 118-137. 28. Cf. ]. Bottéro, Die Altorientalischen Reiche 1, cap. 3, “Das Erste Semitische Grossreich”, em Fischer Weltgeschichte, vol. 2, p. 91-128; P. Garelli, Le Proche-Orient Asiatique, p. 82-96. 29. Cf. E. Sollberger, “Byblos sous les rois de Ur”, AfO 19 (1959/60) 120-122.

21

a a

E Dr TO Ea oi lniã

Sulgi”,

=

“Sulgi

são

é

a

minha

testemunhos

luz”

elogiientes

e

“Sulgi-nadã

do

=

culto prestado

Louvai

aos

à

reis

de Ur IJ.3% A economia de Ur III era bastante centralizada e monopolizada pelo palácio. Havia, sem dúvida, ao lado das pro-

priedades do palácio e do templo, propriedades

privadas

atesta-

das em diversos documentos desta e, mais abundantemente, de épocas anteriores.º! Contudo, pode-se dizer que, a posse das terras aráveis e o controle da agricultura estavam, em grande

parte, nas mãos do rei. *? À indústria e o comércio eram, também, controlados pelo estado. ºº Do ponto de vista artístico-cultural,

Ur

III constitui, também,

suméria.

um

A literatura conheceu

período

um

de

autêntica

verdadeiro

“renaissance”

reflorescimento,34

As ruínas de Ur, Uruk, Nippur, Larsa e Eridu mostram, outrossim,

a grandiosidade das construções de templos, palácios e casas particulares desta época. As artes plásticas e a glíptica tiveram, também, um considerável desenvolvimento. 35 Mas, apesar do severo regime de centralização, o reino de Ur III não conseguiu subsistir

por mais de cem anos. Várias causas contribuíram para sua decadência. Uma das mais fortes foi, sem dúvida, as invasões das hordas de semitas ocidentais descritas nos textos de Ur III com o título MAR.TU, que em acádico receberam o nome de

amurrum, traduzido em nossas línguas vernáculas por amoreus ou amoritas.% As constantes incursões destes grupos nas cidades

e campos,

semeando

queciam, cada vez

terror

mais,

e destruindo

as resistências

as

plantações,

enfra-

do reino. O rei Susin

30. Cf. J. J. Stamm, Die Akkadische Namengebung, p. 121s. 91. Cf. A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. 1, p. 12is e vol. II, n. 213; 214; 215; 201 com comentário da p. 331. Para o período anterior a Ur III, cf. D. O. Edzard, Sumerische Rechtsurkunden des Ill. Jahrtausends aus der Zeit vor der III Dynastie von Ur, p. 17s; J. Krecher, “Neue sumerische Rechtsurkunden des 3. Jahrtauseds”, ZA 63 (1974)

145-271.

Economies in Milão 1969, p. 32. Cf. the Third Ur

Cf. também

I. ]. Gelb,

“On

the Alleged

Temple

and

State

Ancient Mesopotamia”, Studi in onore di E. Volterra, VI, 138-154. T. B. Jones, J. W. Snyder, Sumerian Economic Texts from Dynasty, p. 347-352.

33. Cit. W. F. Leeman, Art. “Handel”, em RLA, IV 8 5 p. 79s; H. Limet, Le-travail du métal au pays de Sumer au temps de la IIº dynastie d'Ur, p. 85-99. 34. Cf. ]. Krecher, Sumerische Literatur, em Neues Handbuch der Li-

teratur-Wissenschaft. Vol. 1: Altorientalische Literaturen, p. 101-142. 35. Cf. A. Moortgat, Die Kunst des Alten Mesopotamien, p. Tis. ogE 36. Cf. G. Buccellati, The Amorites of the Ur III Period, Nápoles,

a

cg =

núri

22

conseguiu

resistir-lhes

construindo

uma

grande

dos nômades

na região mesopotâmica

cada, chamada “muro dos MAR.TU”, na reino. % Mas durante o governo de Ibbisin,

destruída e a entrada

muralha

fortifi-

região noroeste essa fortificação

do foi

não

pôde ser mais controlada. Durante o reinado de Ibbisin, essas constantes invasões nômades, com a consegiiente destruição das plantações, causaram a fome e a maior carestia que a Mesopotâmia conheceu. *º Pelo ano 2017 a.C., um

origem semita, da região de Mari, chamado

general de Ibbisin, de

ISbierra, revoltou-se

contra seu soberano e fundou uma dinastia, independente de Ur, em Isin, quebrando, destarte, a unidade do reino. * Outros chefes seguiram o exemplo de ISbierra. É o caso, por exemplo, de Naplanum de Larsa, uma cidade do sul da Mesopotâmia. As forças de Ur III estavam tão debilitadas, que Ibbisin não conseguiu resistir à invasão dos exércitos elamitas ºº, com seus aliados das montanhas de Zagros, e, em 2003 a.C., caía a cidade de Ur nas

mãos dos elamitas. A destruição da grande capital Ur marcou tanto os contemporâneos que foi descrita detalhadamenre em um

texto

de

da época,

conhecido

como

“Lamentação

sobre

a destruição

Ur”. 1

Com a queda de Ur III acabava um regime absoluto e centralizador. Embora ISbierra tentasse transformar Isin em um novo centro de unidade nacional, contudo as populações semitas, que contribuíram de maneira decisiva para a queda do império, não

se submeteram a ISbierra. tários, conservavam uma

Esses nômades, ao se tornarem sedenprofunda consciência tribal e perma-

neciam fiéis aos príncipes locais que eram, ao mesmo tempo, os Surgiram, assim, várias cidadesxeques das antigas tribos. 37. Cf. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA

do quarto ano:

BÁD MAR.TU

BA.DU:

II, p. 144, n. 8 na fórmula

“Die Westmauer

wurde

gebaut”.

38. Cf. T. Jacobsen, “The Reign of Ibbisuen”, JCS 7 (1953) 36-47; E. Soliberger, “Remarks on IbbiSin's Reign”, JCS 7 (1953) 48-50. 39. Cf. A. Falkenstein, “IbbiSin — ISbrerra”, ZA 49 (1950) 59-79.

a

40. Cf. Ch.-F. Jean, “L'Élam sous la dynastie d'Ur”, RA

19 (1922)

41. Cf. S. N. Kramer, The Lamentation over the Destruction of Ur, Assyriological Studies 12. Chicago, 1940. Cf. a tradução alemã desta lamentação feita por A. Falkenstein em “Sumerische und Akkadische Hymnen und Gebete”, p. 192-213. 42. Cf. J. R. Kupper, Les Nomades en Mésopotamie au temps des rois de Mari, Paris, 1957.

2s

2 o ii

reinos,

rivais entre si, lutando pela hegemonia

Inicialmente,

o

desenvolvimento

político

da

política da região.

Mesopotâmia

é mar-

cado pela rivalidade de dois centros mais poderosos: os reinos de Isin e de Larsa, governados ambos por soberanos de origem amorita. % Mas em 1822 a.C. subia ao trono de Larsa o rei Rimsin

que, no trigésimo ano de seu governo, destruiu Isin 4, assumindo assim, a liderança no sul da Mesopotâmia.

amorita

Samsi-Adad

I tornava-se,

em

1815

No norte, o dinâmico a.C.,

rei

da

Assíria

e formava ali um novo centro de poder político $, que estendeu seu domínio até à cidade-reino de Mari no médio Eufrates.4 Na região do rio Diyala, havia um antigo centro de tradições semitas, a cidade de Eshnunna, hoje Tell Asmar.% Durante os últimos anos de Ibbisin, Eshnunna se tornou independente de Ur. Nos anos seguintes a queda de Ur, Eshnunna conheceu anos de grande expansão territorial e de desenvolvimento econômico, principalmente a partir do reinado de Ipiq-Adad II pelo ano 1850 a.C. Assim,

com

Rimsin

em

Larsa,

Samgi-Adad

I

em

Assur,

Ipiq-

Adad II em Eshnunna e, após a morte de Samsi-Adad I em 1782, com Zimri-Lim em Mari, a Mesopotâmia conseguia um equilíbrio de forças que durou até o aparecimento de Hammurabi no cenário político. 43. Cf. D. O. Edzard, “Die altbabylonische Zeit” em Fischer Weltge-

schichte,

vol.

2:

Die

Altorientalische

Reiche

I, p.

174-178:

H.

Schmôkel,

Geschichte des Alten Vorderasien, Handbuch der Orientalistik 11/3, p. 73-84. 44. Cf. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 163, onde, como fórmula do trigésimo ano, se lê, na tradução alemã de Ungnad: “Mit der hohen Waffe Anus, Enlils und Enkis eroberte der wahre Hirt Rim-Sin die Kônigsstadt Isin und deren ganze Bevôlkerung soviel ihrer war, liess seiner zahlreichen Einwohnerschaft Schonung des Leben angedeihen und machte seinen kôniglichen Namen fiir alle Zeiten beriihmt”. A destruição de Isin deve ser datada pelo ano 1792 a.C.

45. Cf. G. Dossin,

“Samsi-Addu

Iº” roi d'Assyrie”,

em

Bulletin

de

!Acad. royale de Belgique, Classe de Lettres, 1948, p. 59-70; P. Garelli, Les Assyriens en Cappadoce. Paris, 1963; idem, Le Proche-Orient Asiatique, Pp. 118-125; S. Smith, Early History of Assyria, Londres, 1928. 46. Sobre a história de Mari, cf. H. Klengel, Geschichte und Kultur Altsyriens, p. 32-56; XIV* Rencontre assyriologique internationale, La Civilisation de Mari, Liége, 1967; R. Caplice, “Byblos, Egypt and Mari in the Early Second Millenium B. C.”, em Or. 36 (1967) 39-54. Os textos cuneiformes descobertos desde 1933 em Mari pela expedição arqueológica francesa estão sendo publicados na série Archive Royales de Mari, Paris, 1950s. 471. Xf. E. Bouzon, As Leis de Eshnunna, p. 15-26 e a bibliografia ai mencionada.

24

3. A ascensão da 1º Dinastia babilônica

No início do segundo milênio da era pré-cristã, um grupo nômade MAR.TU — amorita — se estabeleceu em uma localidade chamada, ao que parece, Babila, às margens do Eufrates, cerca de 20 km a sudoeste de KiS. O nome original foi, imediatamente, interpretado pelos novos habitantes como Bab-ilim = “porta de Deus” pela semelhança de som, que deu em sumério o ideograma KA.DINGIR 8 e foi traduzido em nossas línguas por Babel. O xeque desse novo grupo tornado sedentário, Sumuabum (1894-

1881 a.C.), não aceitou, passivamente, a hegemonia de Isin e de Larsa e começou a se expandir, geograficamente, com a conquista das cidades vizinhas de Kazallu e Dilbat, fortificando, ao mesmo

tempo, sua capital Babel.* Mas foi o seu sucessor Sumula'el (1880-1845 a.C.), quem com suas vitórias decisivas sobre as cidades vizinhas e com a construção do “Grande Muro” da cidade consolidou, definitivamente, a independência de Babel. Seu filho Sabium (1844-1831 a.C.) foi, provavelmente, o construtor da Esangila, a célebre Ziqqurat de Babel, dedicada a Marduk, o deus principal da cidade.5! Apil-Sin (1830-1813 a.C.) e Sin-muballit (1812-1793 a.C.) continuaram a obra de consolidação do reino. É interessante notar como esses dois últimos reis já são portadores de nomes acádicos, o que nos mostra como os novos habitantes assimilaram, rapidamente, a cultura acádica. Apil-Sin parece ter governado sobre uma parte considerável do norte da Babilônia. Nas fórmulas de seus anos de governo é mencionada a construção de muros em várias localidades *2; de maneira que seu poder parece ter se estendido a cidades como Kis, Dilbat, Borsippa e Sippar.% Sin-muballit foi pai e antecessor imediato de Hammurabi. As fórmulas de seus anos de governo anunciam

algumas vitórias importantes * e uma expansão de Babel no norte

da Babilônia. Contudo, o território deixado por Sin-muballit para 48. Cf. E. Unger, art. “Babylon”, em RLA I, p. 330s. 49. Cf. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 175. 50. Cf. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 175.

51. Cf. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA

mula do dú-a.

11º

ano

52. Cf. A. 53. Cf. H. 54. Cf. A. mencionada uma

de

Sabium,

lê-se:

sã-bu-um

II, p. 176. Aqui, na fór-

lugal-e

é-sag-ila

mu-un(?)-

Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 176s. Klengel, Hammurapi von Babylon und seine Zeit, p. 34. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 177s. No ano 14 é vitória sobre Ur e no ano 17 sobre Isin.

25

seu filho Hammurabi era, quando este sucedeu seu pai em 1792, ainda bastante limitado. * Hammurabi começou modestamente e só conseguiu manter a sua autonomia graças à sua tenacidade e à sua grande habilidade política. Ele soube aproveitar-se, como ninguém, da política de pactos e alianças com os grandes reis contemporâneos, como Rimsin (1822-1763 a.C.) de Larsa, SamsiAdad 1 (1815-1782 a.C.) da Assíria e Zimrilim (1782-1759 a.C.) de Mari, jogando habilmente com o fator rivalidade existente entre eles. Mas, a julgar pelos documentos da época %, parece que Hammurabi, inicialmente, governou sob a suserania de SamsiAdad. A vitória sobre Uruk e Isin registrada na fórmula do ano sétimo 5 e a campanha militar contra a terra de Emutbal do ano oitavo 3, contaram, certamente, com a cobertura do rei assírio. A fórmula do ano 10% anuncia uma vitória sobre a cidade de Malgum na região do rio Tigre e a do ano 11% a conquista de Rapigqum no Eufrates e de Salibi. Com as vitórias sobre Malgum e Rapigum, Hammurabi conquistava duas cidades da região de influência de Eshnnuna. Pelo décimo ano do governo de Hammurabi, em obrigou Hammurabi,

1782 a.C., certamente,

morria Samsi-Adad. a tomar uma nova

Este fato orientação

política. ISmedagan (1781-1742 a.C.), filho e sucessor de SamsiAdad, não possuía nem o dinamismo nem a força de liderança do pai. Ele se viu obrigado a sufocar rebeliões internas e não pôde ocupar-se muito com a política externa. Hammurabi precisava conservar a amizade com a Assíria, mas, ao mesmo tempo, encontrar uma maneira de coexistência pacífica com Larsa e com Eshnunna. Após a morte de Samsi-Adad, Zimrilim, filho de Yahdunlim, conseguiu expulsar de Mari Iasmahadad, filho de Samsi-Adad, e conquistar, assim, o trono de seu pai. Zimrilim

contava com o apoio de Yarim-Lim,

o poderoso príncipe de Halab

no norte da Síria. º! Hammurabi começou, então, uma política de pactos e de amizade com o rei de Mari, Zimrilim, amplamente testemunhada nas cartas do arquivo real de Mari.9. Entre os

55. Cf. H. Klengel, 56. Cf. M. Schorr, zessrechts, n. 284, 57. Cf. A. Ungnad, 58. Cf. ibid, p. 178, 59. Cf. ibid, p. 178, 60. Cf. ibid, p. 179, 61. Sabe-se, pelos filha de Yarim-Lim.

Hammurapi von Babylon und seine Zeit, p. 39. Urkunden des altbabylonischen Zivilund Pro-

art. “Datenlisten”, RLA II, p. 178, n. 109. n. 110. n. 112. n. 113. textos da época, que Zimrilim se casou com

A

-

62. Cf. por exemplo: ARM VI, n. 51-54; ARM II, n. 31, 68, 71.

4X“

Mit

ê

o

26

a

anos

12 e 29, as fórmulas de datas não anunciam

militar.é

Foi certamente,

uma

época

nenhuma vitória

de equilíbrio

de

forças.

Aliás, esse equilíbrio é testemunhado em uma carta de Mari4 que diz: “Não há rei algum que seja por si só suficientemente forte. Dez ou quinze reis seguem a Hammurabi, o homem de

Babel; outros tantos seguem a Rimsin de Larsa; outros tantos a Ibalpiel de Eshnunna; outros tantos Amutpiel de Qatna; e vinte

seguem a Yarim-Lim de Yamhad?. Esta carta estava endereçada a Zimrilim, rei de Mari, e queria mostrar-lhe que, ao aliar-se a Yarim-Lim,

escolhera,

sem

dúvida,

um

partido

seguro.é Em

uma

outra carta de Mari escrita por Zimrilim a Hammurabi lê-se: & “Em relação às tropas auxiliares, sobre as quais tu me escreves continuamente, eu escrevi a Hammurabi, rei de Halab, sobre o envio de suas tropas e ele enviou suas tropas...” Parece ter existido uma espécie de pacto a três entre Babel-Mari-Halab, que deu a Hammurabi o suporte militar em suas campanhas contra os aliados Eshnunna-Elam e contra Larsa.º Este pacto parece ter sido tão importante, que ficou registrado na fórmula do ano 11 do rei Zimrilim de Mari como: “Ano em que Zimrilim

prestou auxílio a Babel”.$

Hammurabi

vai, pois, com paciência,

autodomínio e muito tato político, construindo uma base militar sólida para suas conquistas. A fórmula do ano 30 anuncia uma grande vitória: “...com a enorme força dos grandes deuses, reprimiu o exército de Elam, que vinha da fronteira de Maharsi, Subartu, Gutium, Eshnunna e Malgum, que se tinham levantado como uma pesada massa, e consolidou as bases de Sumer e

Acade”. 9 E no ano seguinte é enunciada a vitória sobre Rimsin

de Larsa.7º O reino de Larsa tornou-se, então, uma província do reino de Hammurabi. Na fórmula do ano 32 é anunciada uma nova vitória sobre Eshnunna 7! e, finalmente, na fórmula do ano 38 63. Cf. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 179s, n. 114-131. 64. Cf. G. Dossin, Syria 19 (1938) ll7s. 65. Naturalmente o termo “rei” refere-se, aqui, a príncipes locais e até mesmo a algum xeque de tribos nômades. 66. Cf. ARM II, n. 68. 67. Cf. ARM II, 24, 25; ARM VI, 54. 68. Cf. G. Dossin, em Studia Mariana, p. 56. 69. CE. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 180, n. 132. 70. Cf. ibid, n. 113. Na fórmula do ano 31 lê-se: “Com confiança em Anu e Enlil, que caminham diante de seu exército, venceu, com a enorme e seu rei al Emutb de pais O , deram lhe s deuse es grand os que força, Rimsin...”. 71. Cf. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 180, n. 134.

21

lê-se:

“Por

ordem

de

Anu

e Enlil,

com

a sabedoria

que

lhe

foi

dada por Marduk, ele destruiu Eshnunna com uma grande massa de água...”.72 A destruição, aqui anunciada, parece ter sido provocada por uma inundação artificial causada pela abertura de alguma barragem ou canal de irrigação. Com a conquista de Larsa e Eshnunna, Hammurabi tornara-se o senhor da Mesopotâmia meridional e central. Suas atenções podiam, agora, voltar-se para seu antigo aliado, Mari. Parece que Hammurabi, mais forte em sua posição, começou a desprezar a aliança com Mari. 73 As per-

guntas

Zimrilim,

colocadas sobre

a

um

Hammurabi,

advinho, em

uma

provavelmente carta

de Mari,

pelo

próprio

mostram

a

profunda desconfiança existente na corte de Mari em relação ao antigo aliado: i-na-an-na as-Sum ha-am-mu-ra-bi LU DINGIR RAM Sa-li LU Su-ú i-ma-a-at it-ti-ni i-Sa-ri-is i-da-ab-bu-ú-ub a-na ni-ku-úr-tim i-ge-er-ri-ni-ti-i: “Agora, informa-te a respeito

de Hammurabi,

o homem

de Babel.

Esse homem

vai morrer?

Ele

falará corretamente conosco? Ele nos atacará em um combate?” 74

O primeiro ataque contra Mari aparece na fórmula do ano 33.75

Mas a vitória definitiva sobre Mari parece ter acontecido, apenas, no ano 35, como se pode deduzir da fórmula desse ano: “Por ordem de Anu e Enlil ele destruiu os muros de Mari e os muros de Malgã”. 7 Nos últimos anos de seu reinado, Hammurabi dirigiu seus exércitos contra o território assírio, no norte da Mesopotâmia. Embora no prólogo do “Código” de Hammurabi sejam incluídas entre as cidades subjugadas, Assur e Nínive, não se sabe, ao

certo, quanto Hammurabi conquistou realmente do território assírio. No fim dos 43 anos de seu reinado, Hammurabi tinha conseguido reunir, sob o seu cetro, quase toda a Mesopotâmia. Hammurabi, contudo, não foi, apenas, um grande conquistador, um estategista excelente, um rei poderoso. Ele foi, antes de

tudo, um exímio adminisrtador.

Seus trabalhos

de regulagem

do

curso do Eufrates e a construção e conservação de canais para a irrigação e para a navegação incrementaram, enormemente, a

72. Cf. ibid, p. 181, n. 140. 73. Um episódio com os enviados de Zimrilim relatado na cart a ARM II, 76, é um exemplo de tensão entre Zimrilim e Hammur abi. 74. Cf. ARM X, 177 — Cf. também J. Nougayrol , “Rapports paléobabyloniens d'haruspicine”, JCS 21 (1967) 219-235, esp. 229-232, ? 75. Cf. A. Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 180, n. 135. É interessante notar como a notícia da vitória sobre Mar i é anunciada, secundariamente, após a menção da construção de um canal. 16. Cf. A Ungnad, art. “Datenlisten”, RLA II, p. 181, n. 137.

28

produção agrícola e o comércio.” Em sua política externa, Hammurabi preocupou-se, sempre, em reconstruir as cidades ven-

cidas e em

reedificar

e ornamentar,

deuses locais, tentando com

ricamente,

os templos

dos

isso, naturalmente, captar a confiança

dos povos vencidos. Uma de suas primeiras preocupações foi, contudo, a implantação do direito e da ordem no país, funda-

mento da unidade interna do reino. Já na fórmula do segundo ano de reinado pode-se ler: níg.si.sá ma.da.na i.niiin.gar.ra: “esta-

beleceu

o direito em

seu país”. 7º Aliás,

uma

das características

que marcaram a personalidade de Hammurabi e fizeram dele uma

das maiores figuras de monarca do Oriente Antigo, foi, sem dúvida, o seu sentido de justiça. A vasta correspondência com os seus funcionários de Larsa, Sin-iddinam e Samas-hazir, aqui publicada, atesta o esforço enorme e a vontade incansável de fazer reinar a justiça em seu império. Ao morrer em 1750 aC. Hammurabi deixava, a seu filho e sucessor Samsuiluna (1749-1712 a.C.), uma herança, gloriosa, sem dúvida, mas, também, muito pesada. Os seus sucessores

conseguiram,

com

muita

por, aproximadamente,

rei hitita Mursili

luta

e

dificuldade,

cento e cingiienta

I invadiu

a Mesopotâmia,

anos.

manter Em

saqueou

a dinastia

1594

aC.

o

e incendiou

Babel, acabando, assim, com a primeira dinastia babilônica. O últi-

mo rece não com com

sucessor de Hammurabi, Samsuditana (1625-1594 a.C.), pater morrido durante os combates em Babel. Mas os hititas permaneceram em Babel. Após a vitória, Mursili I regressou, seus exércitos, à sua pátria. O espaço político deixado vazio a queda

cassitas, lônia.

que

TT. Cf. as canais, como por “Datenlisten”, em 78. Cf. A.

da

dinastia

iniciaram

um

de

Hammurabi

novo

período

foi

da

preenchido

história

da

pelos

Babi-

diversas fórmulas de anos que anunciam a construção de exemplo: as dos anos 9, 24, 33 etc. em A. Ungnad, art. RLA II, p. 178s. Ungnad, art. cit., p. 178, n. 104; B. Landsberger, JNES

14 (1955) 146, VI, 2. CE também F. R. Kraus, Kônigliche Verfiigungen im

Altbabylonischer Zeit, SD XI, p. 55. 79. Cf. E. Cassin, “Babylonien unter den Kassiten und das mittlere assyrische Reich”, em Fischer Welgeschichte 3, Die Altorientalischen Reiche

II, p. 9-70; H. Schmôkel, Geschichte des alten Vorderasien, p. 171s. 29

4. A organização sócio-econômica do reino de Hammurabi No tempo de Hammurabi, o palácio exercia, sem dúvida, uma grande influência na vida sócio-econômica do reino. Hammurabi criou um sistema administrativo bastante centralizador. Ele era o dono de grandes propriedades agrícolas, principalmente nos territórios recém-conquistados. Naturalmente, em uma economia essencialmente agrícola, a posse de tantas terras aráveis era um fator relevante no controle dessa economia. Mas não se tratava, certamente, de uma economia completamente estatalizada. Os textos cuneiformes, hoje conhecidos, mostram, claramente, que a economia mesopotâmica, desde os tempos pré-sargônicos, se baseava em dois tipos de propriedade: a propriedade pública — incluindo os bens dos templos e do palácio — e a propriedade privada. º%º A tese de A. Schneider 8! e A. Deimel 82, que afirmava que as terras no período pré-sargônico, eram de propriedade dos templos e que a vida sócio-econômica das cidades era, totalmente, controlada pelos templos, estava condicionada pela natureza do material textual, então conhecido, que procedia do arquivo de um templo. Mesmo em um período como Ur III, em que a centralização do poder e de todas as atividades econômicas era a tônica predominante do tipo de governo dos reis desta dinastia, o direito a propriedade privada permanecia inalterável.% Não parece, outrossim, provável, costume de comprar

pela evidência dos textos existentes, que o e vender terras não seja sumério, mas tenha

80. Cf. 1. J. Gelb, “On the Alleged Temple and State Economies in Ancient Mesopotamia”, em Studi in onore di E. Volterra, VI, Milão, 1969, p. 137-154; G. Komoróczy, “Landed Property in Ancient Mesopotamia and the Theory of the So-Called Asiatic Mode of production”, Oikumene 2 (1978) 9-26; I. M. Diakonoff, “On the Structure of Old Babylonian Society”, em H. Klengel (hrg), Beitrãge zur Socialen Struktur des Alten Vorderasien, p. 15-31; A. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 75-109. 81. Cf. Die Anfânge der Kulturwirtschaft. Die Sumerische Tempelstadt.

Essen, 1920. 82. Cf. Sumerische

Tempelwirtschaft

zur

Zeit

da deusa Bau de Lagas. 84. Cf. I. J. Gelb, art. cit., p. 146s.

Cf.

também

Urukaginas

und

seine

Vorgânger, Roma, 1931. Cf. também A. Falkenstein, “La Cité-Temple Sumerienne”, Cahiers d'Histoire Mondiale, vol. I, nº 3, janvier 1954, p. 784-814. 89. A. Deimel baseou sua pesquisa nos textos provenientes do templo os

documentos

de

compra e venda de Ur III publicados por A. Falkenstein, em Die Neusumerischen

Gerichtsurkunden,

vol. I, p. 121s e vol. IH, n. 201, 213, 214, 215.

30

sido introduzido na Mesopotâmia pelos semitas que alí se tornaram sedentários. & Textos pré-sargônicos publicados nos últimos anos conservaram contratos sumérios de compra e venda. % Devido à natureza dos textos cuneiformes conhecidos, provenientes em sua grande maioria de arquivos públicos, torna-se difícil determinar o papel que a proprideade privada exerceu na economia da Mesopotâmia. As cidades que constituíam o reino de Hammurabi estavam localizadas em uma região pobre em madeiras, pedras e outros recursos minerais. À sua economia era, em consegiiência disso, essencialmente, baseada na agricultura. A escassez de chuvas, característica dessa região, teria, contudo, inviabilizado qualquer projeto agrícola, não fosse o sistema bastante eficaz de irrigação artificial implantado pelos sumérios, já no terceiro milênio. 9 Com a irrigação, as terras tornaram-se férteis e a agricultura pôde desenvolver-se. As cartas publicadas nesta edição pertencem a arquivos públicos e por isso tratam exclusivamente das terras e outras propriedades do palácio em Larsa e nos arredores. Mas em Larsa, cidade recém-conquistada e anexada ao reino de Hammurabi,

a estrutura

econômica

era,

sem

dúvida,

semelhante

à das outras cidades do reino, onde a propriedade coexistia com a propriedade privada. Naturalmente, com quista da cidade, o rei se apossou de muitas terras em A preocupação de Hammurabi com a administração dessas é, largamente,

testemunhada

nas cartas

aqui

publicadas,

pública a conLarsa. terras

especial-

mente nas do arquivo de Samas-hãzir, o funcionário encarregado da administração das propriedades rurais do rei em Larsa. Nestes textos aparece um novo tipo de propriedade de terra, a título 85. E a tese defendida por G. Pettinato em Untersuchungen zur neu-

sumerischen Landwirtschaft, 1/1-2, Nápoles, 1967. 86. Cf. D. O. Edzard Sumerische Rechtsurkunden des III. Jahrtausends aus der Zeit vor der III. Dynastie von Ur, n. 1-20; J. Krecher, “Neue sumerische Rechtsurkunden des 3. Jahrtausends”, em ZA 63 (1974) 145-271;

|. J. Gelb, art. cit. p. 138s. Pelas últimas estimativas apenas cerca de 40%

das terras aráveis teriam sido controladas pelos templos nesta época. | 87. Cf. ]J. Schawe, Art. “Bewãsserung”, em RLA II, p. 23; K. Butz, Art. “Landwirtschaft”, em RLA VI, p. 470-486. Cf. também H. Helbaek, “Ecological Effects of Irrigation in Ancient Mesopotamia”, Iraq 22 (1960) 186-196. Sobre os problemas de irrigação em Larsa, a cidade de onde provêm as cartas aqui publicadas, cf. S. D. Walters, Waters, for Larsa. An Old Babylonian Archive dealing with Irrigation. Yale Near Eastern Rescarches, 4, New Haven, 1970.

31

“ilkum”?.88 O termo acádico “ilkum” babilônico antigo, o serviço que um

e que era, em geral, recompensado

de terra. 8º O campo podia ser chamado

descrevia, a partir do período indivíduo prestava ao estado,

pelo recebimento

de um

lote

atribuído ao funcionário pelo serviço prestado de egel Sukiúsim = “campo de sustento” 90

e sibit NN = “posse de NN?.?1 O campo ilkum era propriedade do palácio, escolhido entre os campos ina rês ekallim = à disposição do palácio”, e destinado, por meio de um documento selado (kaniktum) a um funcionário público. As cartas de Hammurabi mostram que os funcionários beneficiados podiam pertencer à administração central, ao pessoal dos templos 3, à classe militar *, à classe operária * ou ao grupo de trabalhadores rurais. % O tamanho dos campos ilkum variam, em geral, de 1 BUR (6,48

hectares) a 3 BUR (cerca de 20 hectares), mas há também campos de 6,7 ou mais BUR.” Um funcionário que recebia

um campo a título ilkum não vivia, necessariamente, apenas da produção desse campo. Ele podia, como prevê o 8 39 do “Código” de Hammurabi, possuir propriedades privadas e, além disso, nada parece proibir que ele pudesse receber vários campos ilkum, de acordo com os serviços que prestava ao estado. O beneficiário de um campo ilkum podia cultivar, ele mesmo, o seu campo ou deixá-lo trabalhar por um errêsum ou por funcionários agrícolas 88. Cf. B. Kienast; Art. “Ilku”, em RLA V, p. 52-59; M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 15-25. 89. Cf. CAD “I/]”, p. 73s. CAD define na p. 74 n. 2 o termo em questão como “services performed for a higher authority in return for land held (from OB on )...”. 90. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1266. Cf. também as cartas n. 62, 63, 64, 74, 108, 133, 143.

91. Cf. CAD “S”, p. 164 n. 2. Cf. também as cartas n. 88, 100, 103, 119. R. Harris em Ancient Sippar, p. 209, limita demais a extensão do termo “sibtu” quando escreve “The sibtu holding consisted of land and perhaps houses given by the king apparently to all military personnel, irom the highest officer to the lowliest redá soldier”. 92. As cartas falam de escrivãos, de funcionários “Satammum” e “abi

aSlim” e de “gersegqim”

7

que recebem campos pelo serviço prestado.

93. Entre o pessoal cúltico beneficiado encontra-se a sacerdotisa naditum, os músicos e os sacerdotes bãrúm. 94. Entre os militares os mais citados são o redúm, o bã'irum e os oficiais wakil Amurrim, laputtâm etc. -* 95. Os operários mencionados nas cartas são o nubatimmum = cozinheiro, o nuggârum = carpinteiro, o parkullum = gravador de sinetes etc. 96. Como trabalhadores rurais aparecem o issakkum = “colono”, o - nukarribum = “jardineiro”, e os pastores ré'úm e utullum. 97. Cf. as cartas n. 61, 62, 64, 65, 70, 73, 74, 75, 77, 120, 127 etc.

32

do palácio, como o iSSakkum. Nestes casos era feito um contrato de aluguel, pelo qual o proprietário receberia a metade ou um

terço da produção do campo. A investidura no serviço ilkum não era, necessariamente, temporária. Ela podia ser permanente e, em tais casos, a propriedade do campo ilkum tornava-se dúrum

“perpétua”. 8. Conforme o 8 28 do CH, o filho mais assumir o serviço ilkum e os benefícios ligados a Os 88 36-41 do CH legislam sobre o direito de dispor ligados ao serviço ilkum. A inalienabilidade absoluta

velho devia esse serviço. dos campos de propríie-

dades ligadas a um serviço ilkum parece ter vigorado, apenas, para os militares e funcionários agrícolas.?? Já o $ 40 permite à sacerdotisa nadítum, ao mercador e a um ilkum ahím 199 alienar

seu campo, pomar ou casa. À única condição imposta é que o comprador esteja disposto a assumir o serviço ligado âquela propriedade comprada. Mas como todos os outros funcionários ligados

ao serviço ilkum — com excessão dos militares — também os compradores, a que se refere o 4 40, podiam realizar o serviço por meio de um tahhum = substituto. 1! Se o funcionário ligado ao serviço ilkum morria sem deixar um filho, que pudesse assumir as obrigações do ilkum de seu paí, o campo ilkum retornava ao palácio, que podia redistribuí-lo. O processo de transmitir o direito de posse de um campo ilkum a um funcionário é descrito, nas cartas de Hammurabi, pela expressão acádica sikkatam mahãâsum = “fincar a estaca” 102 e o ato de posse era realizado pela autoridade, que representava o rei, por meio do gesto simbólico de enterrar uma estaca, no campo em questão, diante do funcionário beneficiado. O funcionário encarregado da medição e divisão dos campos parece ter sido o abi aslim 18, mencionado 98. Sobre o significado do termo diúirum, cf. W. von Soden, AHw, p. 178; CAD “D”, p. 197. Sobre o uso do termo em relação com campos ilkum, cf. as cartas n. 1, 34 e, especialmente, 76. 99. Cf. CH 88 35-38, 41. A lei menciona o redúm, o bãirum e o nãsi biltim. 100. CAD “A” I, p. 211, 2 traduz o termo ahúm, em conexão com ilkum, por “additional” “extraordinary” — Cf. também B. Kienast, art. “lkum” RLA V, p. 53 8 2: “Leistungen ausserhalb der regulãren Dienstpflicht heissen ilkum ahâúm, nicht-normale D”. 101. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1302. 102. Cf. CAD “M” 1, p. 76, n. 1f; CAD “S”, p. 249, 1c. Cf. também as cartas

103.

n. 92,

108,

Cf. CAD

125

“A”

como

exemplo

deste

1, p. 51. O termo

costume.

acádico

aslum

vara de medir conforme W. von Soden, AHw, p. 81, 2b.

33

pode

indicar

a

EE E

SEE

o =

na carta n. 82 desta edição. O funcionário administrativo imediatamente inferior ao abi aSlim era, provavelmente, o Satammum 104, citado, também, diversas vezes na correspondência de Hammurabi. 105

Um

outro

cumentos

tipo

do tempo

de propriedade

de Hammurabi

rural

testemunhado

é o campo

pelos

do-

biltum. 106 A expres-

são egel biltim = “campo biltum” designa, neste contexto, um campo, cujo cultivo permanece sob a autoridade imediata da administração central. 107 M. de J. Ellis, em seu trabalho sobre a influência do estado na agricultura da Mesopotâmia antiga, detecta, na análise dos textos da época, dois grupos de campos biltum. 108 Havia os campos cuja produção era inteiramente destinada ao palácio e os campos em que o agricultor estatal trabalhava para pessoas que tinham recebido do palácio uma parte de sua produção em pagamento por serviços prestados ao estado, Nestes casos o palácio recebia como “biltum” a metade ou 2/3 da produção conforme o contrato acertado anteriormente e depois de descontadas as despesas de produção. 1º O funcionário encarregado do cultivo desses campos é denominado, nos documentos do período babilônico antigo, “nãSi biltim”. 10 Nos textos de LagaS publicados por Birot e em outros textos do período babilônico antigo o funcionário mais citado entre os nasi biltim é o iSSakkum. ll! A palavra acádica iS$akkum é um termo importado da 104. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1199, Cf. também M. Gallery, “The Office of the Satammu in the Old Babylonian Period”, AfO 27 (1980) p. 1-36. 105. Cf. por exemplo as cartas n. 75, 81, 82. 106. Sobre os diversos significados do termo

biltum,

cf. CAD

“B”,

p. 229s. O campo biltum é, em geral, descrito pelo sumerograma A.SA GU.UN. 107. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 26. 108. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 27. 109. M. Birot, em Tablettes Economiques et Administratives d'Époque Babylonienne Ancienne, publica onze textos provenientes de Lagas, datados do dia 16 Siwan do ano 32 do reino de Hammurabi que tratam justamente da administração de campos biltum e da prestação de contas de sua produção. Cf. os textos n. 1-11 e os comentários da p. 38s. 110. Sobre a expressão nã8i biltim, cf. CAD “N” II, p. 64, que traduz a expressão por “tenant of a field owned by the state”. Cf. também J. J. Finkelstein, “The edict of Ammisaduga: a new text”, em RA 63 (1969) 54s. 111. Cf. M. Birot, op. cit., textos 1-11. Nas cartas aqui publicadas o iSSakkum aparece, várias vezes, relacionado com a administração dos campos biltum.

34

lingua suméria. 12 Aliás, no texto das cartas de Hammurabi, o funcionário iSSakkum é sempre expresso pelo sumerograma ENSÍ. 113 Até Ur II o ENSÍ era o chefe das cidades-estados sumérios. 114

Mas a partir da época de Hammurabi o ENSÍ = iggakkum tornase um mero funcionário agrícola. 1º Conhece-se ainda muito pouco sobre as atribuições e a situação social do iSSakkum. Parece, contudo, que no sul da Mesopotâmia, conforme o testemunho dos textos de LagaS e da correspondência de Hammurabi, o iSSakkum tenha pertencido ao escalão mais baixo da hierarquia agrícola. 16 A intima relação do iSSakkum com o palácio aparece, claramente,

em algumas formulações das cartas de Hammurabi. 117 O superior

imediato do iSSakkum parece ter sido o funcionário mu'irrum. H3 Na carta n. 139 encontra-se um funcionário Sapir matim 1º encarregado de recolher a contribuição em cevada de campos biltum.

O campo biltum era atribuído ao iSSakkum

balho,

como

aparece,

claramente,

no

uso

da

como quota de traexpressão

suméria

ÉS.GAR 20 usada na carta n. 137 21, que corresponde ao acádico iSkarum. 122

Um outro trabalhador rural mencionado na correspondência de Hammurabi é o errêSum. !2 O termo acádico erresum pode indi112. Cf. W. von Soden, AHw, p. 398; CAD “I/]”, p. 2625. 113. Sobre a leitura ENSÍ dos sinais PA.TE.SI, cf. A. Falkenstein, “iSSakku”, ZA 42 (1934) 152s; B. Landsberger, MSL 4, p. lis. 114. Cf. N. 5. Kramer, The Sumerian, p. 33-111. 115. Sobre a evolução semântica do termo ENSÍ, cf. Th. Jacobsen, “Early Political Development in Mesopotamia”, ZA 52 (1957) 123-124, n. 71, Para Jacobsen o termo ENSÍ se originaria de en-si-ak = “manager of arables lands” e indicava, no início, “the leader of the seasonal organization of the townspeople for work on tht fields: irrigation, ploughing and

sowing”.

p. 40,

116. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture

and State in Ancient Mesopotamia,

117. Cf. por exemplo, na carta n. 15, a formulação da linha 15: 3 ERIN Sa ÉRIN KA,É.GAL: “3 membros do pessoal do palácio”. A carta se refere a dois iSSakku e um bari. 118. Cf. CAD “M” II, p. 178s. Cf. também M. de J. Ellis, Agriculture and State in Ancient Mesopotamia, p. 42. 119. Cf. W. von Soden, AHw, p. 172b; A. Walther, Das Altbabylonische Gerichtswesen, p. 135-146.

120. 121. 122. 123.

as cartas

Cf. Cf. Cf. Cf.

A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 981, n. 536, 207. também as cartas n. 78, 83, 95, 99. W. von Soden, AHw, p. 395; CAD “I/]”, p. 2445. W. von Soden, AHw, p. 243b; CAD “E”, p. 3045. Cf. também

n. 119,

120,

121,

129.

39

car o cultivador que alugava

errêSum campos,

erresutu,

produção,

um

campo

para

podia ser, também, um intermediário sem contudo cultivá-los pessoalmente.

o proprietário contorme

do campo

o contrato.

recebia

Neste

trabalhá-lo. Mas

que alugava os Em um contrato

a metade

contexto,

o

ou

a parte

1/3

do

da

pro-

prietário era chamada, em geral, miksum. !4 Os 88 42-47 do CH legislam sobre os contratos de arrendamento.

Na Babilônia, o camponês começava os trabalhos de plantação

em novembro ou dezembro, no início do período das chuvas. 135 A colheita era feita de fins de abril até fins de maio. 126 A cevada, expressa, em geral, nos textos do tempo de Hammurabi pelo

sumerograma SE, que entrou na língua acádica sob a forma Se'um, era o principal produto agrícola da região da Baixa-Mesopotâmia. Ela era a base da alimentação cotidiana, empregada na fabricação do pão e da cerveja. Servia, outrossim, como meio de pagamento nas transações comerciais. Como o solo da Babilônia não era muito propício ao plantio do trigo, sua produção deu-se em escala bem menor do que a da cevada. Outro produto muito importante era o sésamo 127, de onde se extraía o óleo usado na cozinha, na higiene corporal e no culto, já que o óleo de oliva era importado da Síria e, por isso, muito caro. Em sua correspondência, Hammurabi alude, algumas vezes, ao cultivo de tâmaras 28, um outro produto de suma importância para a economia do país. A tamareira é expressa nos textos pelo sumerograma GISIMMAR. 1? Os sumérios descobriram, bem cedo, a maneira de fecundá-la artificialmente. Trata-se de uma árvore maravilhosa, de que se pode aproveitar, praticamente, tudo. O fruto podia ser comido fresco ou seco. De seu suco fermentado era preparada uma forte bebida alcoólica. O gomo terminal do caule era, como o palmito nos dias de hoje, um legume muito apreciado. Os caroços das frutas, quando secos, serviam como combustível, espe124. Sobre

“Mº

o termo miksum,

II, p. 63s. Cf. como

exemplo

cf. W.

von Soden,

a carta n. 20,

115,

AHw,

116,

p. 652;

126,

129.

CAD

125. Cf. A. Salonen, Agricultura Mesopotâmica, p. 190s; B. Meissner, art. “Ackerbau”, RLA I, p. 16-21. 126. Cf. A. Salonen, op. cit., p. 201.

127. O nome acádico é SamasSSammiú, cf. W. von Soden, AHw, p. 1155.

"

128. Cf. as cartas n. 46, 76. 129. Sobre o sumerograma GISIMMAR,

cf. A.

Deimel,

Sumerisches

Lexikon, III, p. 675, n. 356, 4; MSL 3, p. 76, 8. Sobre o cultivo da tâmara

na Babilônia, cf. B. Landsberger, The date palm and its by-products according to the cuneiform sources, AfO Beih, 17, Graz, 1967. 36

E

cialmente nas oficinas de fundição de metal. A sua madeira era utilizada como material de construção e como lenha para o fogo. As folhas serviam para cobrir as casas.

Mas em uma região pobre em chuvas, como a Baixa-Mesopotâmia, a agricultura se tornaria, praticamente, inviável sem um bom processo de irrigação artificial. O sistema de canais para a

distribuição

das

águas

do

Eufrates

e

do

Tigre

era,

portanto,

essencial à economia do reino. 30 E Hammurabi tinha plena consciência desse fator. Diversas fórmulas dos anos de seu reinado anunciam a construção de canais. Bt Além disso, na correspondência com seus funcionários ele ordena, várias vezes, a dragagem de canais ameaçados pela lama e outros trabalhos de regulagem. 22 Na carta n. 99 o rei determina a colocação de um Siknum, uma espécie de máquina para elevar o nível da água no canal, caso a água existente fosse pouca e não irrigasse um determinado campo biltum. Um exemplo muito interessante da preocupação do rei pela regulagem das águas é apresentado na carta n. 110, onde, diante da ameaça de uma enchente do Eufrates, Hammurabi ordena a seu funcionário Samas-hãzir que abra os canais de irrigação e deixe a água sair em direção à região pantanosa nos arredores de Larsa. A rede de canais existente servia também, em grande parte, à navegação fluvial, permitindo o escoamento das safras agrícolas e a comunicação com as diversas cidades do reino.

Ão lado da agricultura, a criação de animais era um outro fator importante na economia da região. Os grandes fornec edores de carne e leite eram, como ainda hoje no Oriente Médio, as ovelhas e as cabras. Mas a criação de ovelhas tinha uma importância especial,

pois,

além

da carne e do leite, a ovelha

fornecia

a lã, essencial para a produção de roupas, já que o linho des empenhava um papel secundário e o algodão era totalmente des conhecido na Babilônia até à época em que o rei Sanherib (705-681 aC.) tentou introduzi-lo na Assíria. 133 Havia, também, criaçõ es de bois e vacas, mas em menor escala. O boi era muito import ante nos trabalhos do campo porque era usado como animal de tração 130. Cf. M. Stol, art. “Kanalisation”

RLA

V, p. 355-365.

131. Cf. as fórmulas dos anos 9, 24, 33 em A. Ungnad, art. “Datenlisten”, em RLA II, p. 178s. 132. Cf. as cartas n. 4, 36, 42, 79, 141. 133. Cf. E. Ebeling, art. “Baumwollenbaum”, RLA I, p. 439: B. Meissner, Babylonien und Assyrien, vol. 1, p. 209, 254

37

para carros e arados. 334 O seu couro era aproveitado na confecção de correias, sapatos e outros utensílios. 133 O leite de vaca era muito procurado para a produção de queijos finos, e manteiga. 13% O animal

mente,

de montaria no período

o jumento. 1º” O

introduziram tado

para

na

Babilônia

se obter,

pelo

cavalo,

babilônico

a arte

antigo era, exclusiva-

até à época de

cruzamento

em

que

os hititas

domesticá-lo 138, era

dele

com

o jumento,

impor-

a pro-

criação de mulos, muito estimados por serem mais fortes do que o jumento e, em sua alimentação, mais parcos. O palácio possuia, sem dúvida, grandes rebanhos nas diversas cidades do reino. As cartas dos arquivos de Sin-iddinam e de Samas-hãzir aludem a ovelhas, vacas e bois de propriedade do estado. 13º Estas mesmas fontes mencionam diversos tipos de pastores entre os funcionários do rei que são contemplados com a destinação de campos ilkum. 140 À pesca era um outro fator relevante na economia babilônica. O peixe era um elemento importante na alimentação das populações da Baixa-Mesopotâmia. Mas tanto a pesca no mar como nos rios e canais era controlada pelo estado. Hammurabi destina, em suas cartas Ml, a diversos tipos de pescadores campos ilkum pelo serviço prestado ao palácio. Eles eram, portanto, considerados funcionários do palácio.

A Babilônia, com sua economia essencialmente agrícola, preci-

sava, para seu desenvolvimento, de muitos produtos que não possuia, como pedras, madeiras, metais etc. Era, pois necessário importá-los de outras regiões. Surgiu, assim, já na época pré-dinástica, a idéia de comercializar os excedentes agrícolas, a lã e os produtos da pesca para obter recursos que possibilitassem a importação dos produtos em falta na região. 12 No periodo babilônico antigo somavam-se à lista de produtos expor134. Cf. A. Salonen, Agricultura Mesopotamica,

mer,

135.

Cf.

a carta

138. 139. 140. 141.

Cf. Cf. Cf. Cf.

A. as por as

n. 35.

p. 3706-396.

136. Cf. H. Schmôókel, Kulturgeschichte des Alten Orient, p. 62s. 137. Cf. A. Salonen, Agricultura Mesopotamica, p. 396s.; A. Hilzheiart. “Esel”, em RLA II, p. 476s.

Goetze, Kleinasien, p. 119. cartas n. 13, 18, 28, 45, 50, 111. exemplo: as cartas n. 3, 45, 49, 73, 82, 142. cartas n. 66, 77, 87, 108.

142. Cf. W. F. Leemans, art. “Handel”, RLA IV, p. 76-90; A. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 89s; 'W. F. Leemans, The Old-Babylonian Merchant, his Business and his Social Position, Leid en, Klengel, Handel und Hândler im Alten Orient, Wien 1979.

1950;

H.

do

38

tados outros, provenientes da indústria babilônica, como perfumes, cremes de beleza, bijuterias e trabalhos de artesanato babilônico, como os célebres cilindro-selos. 143 Entre os produtos mais importados estavam madeiras, como o cedro da região do Amanus, o cipreste do Líbano, o ébano da Núbia, e metais como a prata, o ouro, o cobre e o estanho provenientes do Elam, de Tilmun,

Magan, Meluhha e da região das montanhas. 4 O desenvolvimento

da vida social urbana exigiu a importação de produtos mais sofisticados como mirra, nardo e outras especiarias, bem como lapis-

lázuli, cornalina, jaspe e outras pedras semipreciosas. O marfim proveniente provavelmente da Índia era empregado na fabricação de jóias e para incrustações em móveis.

O intermediário do comércio entre as diversas cidades era o tamkãrum — expresso, em geral, nos textos da época pelo sumerograma DAM.GAR —, que era, inicialmente, um mero funcionário do palácio. Mas já no período Isin-Larsa o comércio passa as mãos de particulares. !!º O palácio continuou, sem dúvida, exercendo um controle sobre o comércio, especialmente, sobre o comércio exterior.

Durante

o reinado

de

Rimsin

Hammurabi

menciona,

várias

vezes,

em

de

Larsa

(1822-1763

a.C.) foi criado o cargo de UGULA DAM.GAR — em acádico wakil tamkãrim — um funcionário do rei encarregado de controlar os negócios e as transações comerciais dos tamkãru. 145 sua

correspondência

o

UGULA DAM.GAR de Larsa Sêp-Sin e o de Ur, Sin-mustal. 197 Na carta n. 63 Hammurabi determina a SamaS-hãzir que destine a Sêp-Sin um campo SUKU semelhante ao de Sin-mustal. Nas cartas n. 14 e 21 aparece o UGULA DAM.GAR Sep-Sin recolhendo tributos para o palácio. Na carta n. 24 Sep-Sin e Sin-

mustal são citados pelo rei a comparecer em Babel trazendo tributos atrasados. Trata-se, provavelmente, de tributos e dívidas dos mercadores em relação ao palácio. As leis de Hammurabi legislam, com bastante detalhe, sobre os direitos e deveres do tamkãrum. 148 Era, sem dúvida, um meio de exercer uma vigilância 143. Cf. H. Schmókel, Kulturgeschichte des Alten Orient, p. 79s. Handel

144,

Cf. W.

F. Leemans,

art. “Handel”,

RLA

und Hândler im alten Orient, p. 22-102. 145. Cf. W. F. Leeman, art. “Handel”, RLA

146. por “chefe Merchant, 147. 148.

IV, p. 79-85;

H. Klengel,

IV, p. 80 8 6. A expressão UGULA DAM.GAR é traduzida no texto das cartas dos mercadores”. Cf. W. F. Leemans, The Old-Babylonian p. 69-77. Cf. as cartas n. 14, 17, 21, 24, 63. Cf. 88 V-107; 88 49-51; $$ L-R.

39

z +

mais rígida sobre um personagem que se tornava, cada dia, mais influente e mais importante. No período babilônico antigo ele não era mais o simples comerciante dos períodos anteriores. Ele se tornara uma espécie de banqueiro que emprestava dinheiro e financiava expedições comerciais. 1? O tamkãrum agia, também, por meio de seu agente (Samallâm) que ele enviava, com capital e mercadorias, em viagens de negócio, para comprar e vender em seu nome. DO O comércio dos escravos, que vinham, em sua maioria, do exterior, estava, também nas mãos do tamkãrum.

Como o meio de comunicação mais comum nas viagens comerciais era a navegação iluvial, o kãrum DI tornou-se o centro do comércio, onde os tamkáru se encontravam e os preços eram discutidos

e determinados. Um outro meio de transporte usado pelos tamkãru para chegar a lugares inatingíveis pela navegação fluvial !52 era a caravana. No comércio internacional a prata era o meio de pagamento comum. A mão de obra que sustentava a economia babilônica era recru-

tada, em sua grande maioria, do grupo social dos awilum 13, que formava a classe dos homens livres, com todos os direitos de

cidadão e que constituía, sem dúvida, no período babilônico antigo, a camada mais ampla da sociedade. »* Entre os sumérios e entre os semitas, pelo menos até o fim da dinastia de Hammurabi, não parece ter existido uma nobreza hereditária como classe social. 1% Destarte a gama de diferença social existente na classe dos awilum era enorme. Ela abrangia desde ricos e influentes governadores até pequenos camponeses, incluindo os diversos funcionários públicos,

os

sacerdotes,

os

comerciantes,

os

profissionais

liberais

etc. Os escravos !º parecem ter sido, no período babilônico antigo, uma minoria e, certamente, não formavam um fator social determinante na economia da época. Embora as leis de Hammu-

149. Cf. CH $$ L-R. 150. Cf. CH 88 V-107. 151. O termo acádico kãrum designa o lugar onde as embarcações ancoravam. Cf. CAD “K”, p. 231s. 152. Cf. E. O. Edzard, art. “Karawane”, RLA V, p. 114-121. 153. Cf. W. von Soden, AHw, p. 90; CAD “A” 1] sub voce. 154. Cf. W. Róllig, art. “Gesellschaft”, RLA III, p. 235 8 4; cf. também F. R. Kraus, Vom Mesopotamischen Menschen der altbabylonischen Zeit und seiner Welt, p. 117-122. 155. Cf. W. Róllig, ibid 8 3. 156. Cf. 1. Mendelsohn, Slavery in the Ancient Near East, Nova lorque,

1949.

40 e

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'

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DR

= ear

or

A Ea

=

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di

E”

+=

a

di

FS

O.

E

Ta

rabi legislem sobre os escravos 137, eles não são mencionados nas cartas aqui publicadas. É verdade que, a partir de Ur HI, surgiu o costume de homens livres (awilum) se entregarem como escravos ou venderem esposa ou filhos para pagar dívidas. 18 Mas tratava-se, nestes casos, de uma escravidão temporária. As leís de Hammurabi permitiam um tempo máximo de três anos para esse tipo de escravidão. 1º A sociedade babilônica conhecia, aínda, uma terceira camada social, o muskênum. 160 Os textos, que mencionam o muSkênum, não fornecem elementos para que se possa formar uma idéia exata sobre a natureza desse grupo. Surgiram, por isso, diversas teorias. 16! Um elemento comum em todos os textos cuneiformes referentes ao muSkênum parece ser sua relação intima com o palácio, daí E. A. Speiser traduzir o termo muskênum como “dependente do palácio”. 1º Mas não se pode provar que todos

biltim

os

funcionários

tivessem

sido

do

ou

mesmo,

muskênum. 163 Como

da figura do muSkênum

com precisão, Babilônia.

palácio,

nem

que

todos

todas

os

nã&i

as facetas

são, hoje, detectáveis, não se pode definir,

a contribuição

deste

grupo

para

a economia

da

Conforme testemunho da carta n. 48, Hammurabi contava, também, para alimentar a economia de seu reino, com a força do trabalho compulsório ou corvéia. Infelizmente não se conhecem, ao certo, as leis que regiam a convocação da corvéia. 157.

Cf.

CH

SS

117-119,

referentes aos escravos.

278-282.

Cf. E. Bouzon,

88 40, 31, 33, 34/35, 49, 50-52, 55, 57. 158 Cr 159.

Cf.

Compare

As

com

as leis de

leis de Eshnunna,

Eshnunna

p. 35 e os

CORSA CH

8 117.

160. Sobre o termo musSkênum, cf. W. von Soden, AHw, p. 684; CAD “M” II, p. 272-276. 161. Cf. a menção a essas diversas teorias em E. Bouzon, As Leis de Eshnunna, p. 36s. Cf. ainda F. R. Kraus, Vom Mesopotamischen Men-

schen der altbabylonischen Zeit und seiner Welt, p. 95-116; |. M. Diakonoff, “Socio-Economic Classes in Babylonia and the Babylonian Concept of Social Stratification”, em Gesellschaftsklassen im Alten Zweistromland und in den angrenzenden Gebieten — XVIII Rencontre assyriologique internationale,

p. 41-52; idem, “On the Struture of Old Babylonian Society”, em H. Klengel, Beitrige zur sozialen Struktur des Alten Vorderasien, p. 15-31. 162. Cf. art. “The muSkênum” em Or NS 27 (1958) 19-28. 163. Como sugere I. M. Diakonoff no artigo “On the Structure of Old Babylonian Society”, p. 27.

41

E

ME

O ms

Cartas

Il.

do

de

arquivo

Sin-iddinam

N.1 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Eu te escrevi sobre Ibni-Amurrum, chefe dos cozinheiros de Emutbal, que me informou a respeito de quatro cozinheiros. Tu, porém, (declaraste-me) o seguinte: “Ele me fez inscrever aqueles quatro cozinheiros no texto de seu documento selado. Envio,

além disso, do meio deles, Gimillum à presença do meu senhor”?. (Foi isto) o que me escreveste! O (tal) Gimillum

que enviaste, irouxerami-no a minha presença. Examinei a sua questão. Quanto a esse Gimillum, seu (emprego) permanente é cozinheiro. Mas ele foi ainda inscrito como “redâúm”. Agora, esse Gimillum servirá (apenas) entre os cozinheiros. Incorpora aos “redâm” um outro (como) seu substituto. Além disso, de acordo com o texto do documento selado, que Ibni-Amurrum traz consigo, faz com que o cozinheiro e seu suplente sejam incorporados. Incorpora um excedente, que (ainda) não foi escrito em um documento selado, ao serviço “ilkum”.

O texto desta carta de Hammurabi

a seu funcionário em

Larsa,

Sin-iddinam, foi conservado em um pequeno tablete de argila cozida, de 7,62 cm x 5 cm, que se encontra no British Museum sob o número BM 12.812. A carta trata da queixa de um tal Ibni-Amurrum,

DIM.MES.

que é apresentado,

Ele tinha

reclamado

aqui, como

ao rei, que

UGULA

MUHAL-

Sin-iddinam

porara ao serviço militar entre os “redim” quatro sua equipe. O sumerograma UGULA!, corresponde

incor-

homens de ao acádico

“waklum” e indica o chefe de uma equipe de trabalho.2? O termo

1. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexicon, Il, p. 495, n. 295, 4; R.

Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 120, 295. 2. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1456a.

42

DR

sumério

língua

MUHALDIM?

acádica

cozinheiro, amplo.? iddinam

como

embora

indicativo

nuhatimmum

seja

em

si um

de

e

uma

as

profissão,

pode

ser

termo

de

entrou

traduzido

significado

na

como

mais

Portanto a reclamação de Ibni-Amurrum era que Sinincorporara ao serviço militar quatro cozinheiros de sua

equipe. Não se trata, é claro, de simples cozinheiros, mas de funcionários a serviço da cozinha real.º Por isso o caso é levado

ao

rei. No

início desta

carta,

Hammurabi

refere-se

a uma

carta

anterior, onde relatara a queixa de Ibni-Amurrum, o chefe da equipe de cozinheiros de uma localidade chamada Emutbal.º Em sua resposta a esta primeira carta, Sin-iddinam se defende alegando que havia sido obrigado por Ibni-Amurrum a inscrever aqueles quatro homens como cozinheiros em seu documento selado. Isto justificaria o fato de, em um segundo momento, ter alístado os quatro homens entre os redúm. Para que Hammurabi pudesse examinar melhor a questão, Sin-iddinam enviara um desses homens, chamado Gimillum, a Babel. Nesta carta Hammurabi reeassume a discussão. Examinando a situação de Gimillum, o rei constatou que “du-úr-Su MUHALDIM”, isto é, que o seu emprego permanente é o de cozinheiro. Por isso o rei determina a Siniddinam que libere Gimillum do serviço militar e encontre um outro para substituí-lo entre os redím. Os outros três companheiros de Gimillum permanecem, como parece poder-se deduzir desta

carta,

determinação

alistados

entre

os

“redúm”.

dirigida a Sin-iddinam

que ainda não foi ainda nomeado

A

carta

termina

com

a

para escolher um excedente,

em nenhum

nação, para assumir o serviço “ilkum”.”7

documento

de desti-

N. 2

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Em relação a - Sin-rabi, que tu me enviaste juntamente com Nur-IStar, trou7 3. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexicon, II, p. 117, n. 55; R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 69 nº 61. 4. Cf. W. von Soden, AHw, p. 80la; CAD “N II”, p. 313s. 5. Cf. J. Bottéro, art. “Kiiche”, em RLA VI, p. 293-295, 8 11. 6. Sobre a localização de Emutbal, cf. D. O. Edzard, art. “Jamutbal” em RLA V, p. 257s. Cf. também M. Stol, Studies in Old Babylonian History, p. 63s. | | 7. Sobre o serviço “ilkum”, cf. o que foi dito na introdução. Cf. também B. Kienast, art. “Ilkum”, em RLA V, p. 52-59.

43

xeram esse Sin-rabi à minha presença e ele informou-me sobre Iddin-Sin. Agora, envio-te esse Sin-rabi. Envia à minha presença Iddin-Sin e as testemunhas que ele te indicar.

O texto desta carta encontra-se em um pequeno argila cozida, de 9,06 cm x 5cm, conservado, hoje, Museum sob o número BM 12.815.

tablete de no British

Esta carta parece tratar de uma controvérsia jurídica entre dois cidadãos chamados Sin-rabi e Iddin-Sin. Ao que parece, Sin-rabi não ficou contente com a decisão da primeira instância e por isso apelou para Hammurabi. O rei depois de ouvir Sin-rabi, escreve

esta carta a Sin-iddinam para que faça chegar à sua presença o partido contrário,

ou seja:

Iddin-Sin

e suas

testemunhas.

N.3

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: O pastorcheje Narâm-Sin falou-me da seguinte maneira: “Os jovens pastores que estavam a nosso serviço foram incorporados aos 'rediúim' ”*. Assim ele me falou! Os jovens pastores que estão sob a direção de Apil-Samas e Narâm-Sin não devem ser incorporados aos “redúm”. Além disso ordena a Etel-piMarduk e aos awilu que devolvam os jovens pastores subordinados a Apil-SamasS e a Narâm-Sin, que eles tomaram. Neste tablete de argila cozida de 8,43 cm x 5,31 cm, conservado

no British Museum sob a sigla BM de Hammurabi

12.816, encontra-se uma carta

a seu funcionário Sin-iddinam, onde relata a recla-

mação apresentada ao palácio por um homem chamado Narâm-Sin. Apesar da lacuna no texto logo após o nome de Narâm-Sin, os

restos de sinais cuneiformes permitem a leitura U.T[UL]. O termo

sumério U.TUL8 entrou na língua acádica com a forma utullum e indica uma espécie de chefe de um grupo de pastores.” Na carta

Hammurabi

cita literalmente

a reclamação

KA.BAR.MES Sa qá-ti-ni a-na UKU.US.MES

jovens pastores que estavam

a nosso serviço

de

Narâm-Sin:

um-ta-al-lu-ú:

foram

“Os

incorporados

aos redim”. O sumerograma KA.BAR 1º que corresponde ao acádiSumerisches Lexikon,

1, p. 550, n. 318,

também R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, n. 318. 9. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1445b: utullum 2 “Oberhirt”. 10. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 58, n. 15, 106.

171.

CÍ.

Aa m

8. Cf. A. Deimel,

co “kaparrum”, traduzido aqui por jovem pastor, significa o jovem aprendiz de pastor. !! A queixa de Narâm-Sin é bem clara: Etelpi-Marduk, funcionário de Hammurabi em Larsa, havia alistado

entre os UKU.US,

os jovens

aprendizes

isto é, entre os soldados do tipo “redúm” 12 de

pastores

que

estavam

sob

a direção

de

Apil-SamaS e Narâm-Sin. Trata-se, sem dúvida, de pastores a serviço do palácio e portanto funcionários do rei. Hammurabi

ordena a seu representante em Larsa, Sin-iddinam, que corrija, imediatamente, o erro: Etel-pi-Marduk e seus homens devem

devolver os jovens pastores que estavam sob a direção de ApílSamas

e Naram-sSin.

N. 4

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Todo o canal de... joi dragado. O canal na cidade de Uruk (porém) não foi dragado e (por isso) a água não chega mais à cidade

co... à margem do canal de Durum foi, por falta de água, abandonado. A massa de terra desse canal não é muita.

Para [a tropa de trabalho que está] contigo é, apenas, uma tarefa de três dias. Logo que vires esta minha tábua, draga,

em três dias, com a força da tropa de trabalho, que está contigo, o canal na cidade de Uruk. Depois que tiveres dragado esse canal, executa o trabalho, sobre o qual eu te escrevi,

Este pequeno tablete de argila cozida, de 8,12 cm x 5 cm, con-

servado

no

British

Museum

sob

o número

BM

12.818,

trata

de

um assunto de vital importância para a vida econômica da Babilônia antiga. 3 Do sistema de canalização dependia o forneci-

mento de água às cidades, a irrigação bem como a rede de nave-

gação

fluvial, 14

11. Cf. W. von Soden, AHw, p. 442b: 12. Cf. W. von Soden, AHw, p. 968a.

“Junghirt”;

13. Cf. M. Stol, art. “Kanalisation”, em RLA

Rowton,

“The

Civilization”,

Role of the Water

em

Lian

mithurti.

“K”, p. 176.

V, p. 355-365; M. B.

Courses in the Growth

Festschrift Wolfram

CAD

of Mesopotamian

Freiherr von Soden,

AOAT 1, Neukirchen, 1969, p. 307-316; S. D. Walters, Water for Larsa. An old Babylonian archive dealing with irrigation YNER 4, New Haven,

1970;

p.

H. Klengel,

119-122.

Hammurapi

von

Babylon

un seine Zeit, Berlin,

14. Cf. M. Stol, art. cit, em RLA V, p. 355s.

45

1980,

carta,

Nesta

Hammurabi

ordena

a Sin-iddinam

a dragagem

de

um canal que conduzia a Uruk. A lama depositada no fundo do canal impedia que a água corresse normalmente. Assim o nível do

água

de

canal

estava,

certamente,

baixo

demais,

impossibili-

tando, por isso, a navegação para Uruk. O trabalho deve ser executado pelo ÉRIN S, isto é, pela tropa de trabalho 1º que estava à disposição de Sin-iddinam. As informações de Hammurabi são precisas. Ele sabe que a quantidade de terra que deve ser dragada é muita

não

Segundo

e por

isso

o trabalho

os cálculos de Hammurabi

pode

ser feito rapidamente.

esse trabalho, com

a tropa

de funcionários que Sin-iddinam dispõe, pode ser feito em três dias. A ordem de Hammurabi é bem clara: i-na li-ib-bi U, 3KAM ÍD li-ib-bi a-lim $a UNUGE! hi-ri: “em três dias draga o canal na cidade de Uruk”. O trabalho deve ser começado logo que Sin-iddinam receber esta carta. Quando o trabalho de dragagem estiver terminado, então Sin-iddinam deve começar o outro trabalho, sobre o qual Hammurabi lhe escrevera anteriormente. N. 5

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: O almocreve Lalum [informou-me] o seguinte: “O “rabianum' Ali-tllatti reivindicou de mim o campo, que está, desde muito tempo, em meu poder e tomou, além disso, a cevada de meu campo”. Assim ele me relatou! A tábua foi examinada no palácio e [estão registrados] 2 BUR de campo para Lalum. Por que o “rabiânum” Ali-illatti reivindicou de Lalum o campo? Examina a questão! Se Alkillatti cometeu uma injustiça contra o almocreve Lalum, repara-lhe os danos (causados). Além disso pune Ali-illatti, que cometeu contra ele uma injustiça. O estado deste tablete de argila cozida, de 8,43 cm conservado no British Museum sob o número 12.821, lacunar. O lado direito do anverso da tábua está,

x 5,31 cm, é bastante em parte,

ilegível. Seguiremos, aqui, a reconstrução feita por R. Frankena * a partir de paralelos encontrados em outras linhas ou de paralelos com outras cartas.

R 4 Leg

|

a

LS e e

E

-

15. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 758, n. 393, 9. 16. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1072a..

17. Cf. R. Frankena, 2-33). Leiden 1966, p. 4-6.

Briefe

aus dem

46

British Museum “Maj

(LIH

und

CT.

O assunto tratado na carta ilustra bem a preocupação de justiça

do rei Hammurabi.

A carta

tando a queixa apresentada

dirigida

a Sin-iddinam

começa

ao palácio por um homem

rela-

chamado

Lalum. Sua profissão é expressa pelo sumerograma KIR,.DIB 12 que corresponde ao acádico kartappum = almocreve, 1º Lalum acusa o rabiânum — este título corresponde ao prefeito de uma

localidade 2? — Ali-illatti de reivindicar a posse de seu campo e de se ter apossado da cevada produzida nesse campo. Ao mesmo tempo, como prova, Lalum apresenta a sua tábua de propriedade

do terreno ao palácio. Nessa tábua consta o direito de Lalum a um campo de 2 BUR, isto é, de cerca de 12,96 ha. Nesta carta Hammurabi encarrega seu funcionário Sin-iddinam de examinar a questão e fazer justiça. Se houve realmente alguma injustiça

por parte do “rabiânum” Ali-illatti contra Lalum, os danos devem ser reparados e Ali-illatti deve ser punido.

N. 6 A Sin-iddinam diz: assim agora, Gimillum, o... da tropa de trabalho da cidade com os chefes de trabalho, trabalho!

(falou) Hammurabi: Envio-te, cidade de Larsa. Confia-lhe a de Larsa! Que ele, juntamente seus colegas, faça executar o

O tablete BM 12.825 do British Museum, de 875cm x 5,31 cm, foi escrito apenas no anverso e contém onze linhas. O reverso não foi aproveitado. O texto conservado é uma pequena

carta de Hammurabi

a seu representante em Larsa, Sin-iddinam.

Nesta carta Hammurabi

comunica o envio de um homem

Gimillum para assumir o comando cidade de Larsa. Juntamente com

chamado

de uma tropa de trabalho da os outros LU mu-Se-pí-Si =

“Chefes de trabalho” 21 ele deve executar um já conhecido de Sin-iddinam e por isso não samente na carta. Na linha 4, após o nome lacuna, onde, originariamente, estava, sem título profissional desse funcionário.

determinado trabalho, é mencionado expresde Gimillum, há uma dúvida, mencionado o

18. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 63, n. 15.

19. À

leitura

KA.ZÍD

=

moleiro,

de R.

Frankena

em

AbB

2, p. 4,

n. 6, preferimos com W. von Soden, Bibliotheca Orientalis 24 (1967) 334,

ler KIR«.DIB = kartappum = Zugtierfiihrer”. Cf. também AHw, p. 451;

CAD “K”, p. 225.

|

20. Cf. 'W. von Soden, AHw, p. 934b. Cf. também M. Stol, Studies in Old Babylonian, History, p. 735. 21. Cf. W. von Soden, AHw, p. 682b; CAD “M IP, p. 260s.

47

N.7

[A Sin-iddinam] diz: assim falou Hammurabi: Tu me escreveste sobre Ill-ippalsam, [chefe dos cozinheiros], que, juntamente com Sin-Gimlanni, o filho do administrador do palácio

Bitum-rabi, e Lipit-IStar escrivão do “Sãpir mátim”, subalterno de Taribatum, reivindica um campo. Dei, agora, uma incumbência a Ili-ippalsam, chefe dos cozinheiros, e (o)

enviei para o sacrifício da cidade de Ur. Logo que ele tiver realizado o sacrifício da cidade de Ur, envia-me a Babel, juntamente com ele, Sin-Gimlanni e Lipit-IStar, seus adversários no processo, para que suas contendas sejam, defintivamente,

encerradas.

O tablete BM 12.827 de argila cozida, medindo 8,12 cm x 5 cm, contém uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam dando instruções para a condução de um processo pela posse de um campo. As partes envolvidas no processo são, de um lado, Ili-ippalsam, cuja profissão é expressa pelo sumerograma UGULA.MUHALDIM. MES, que poderíamos traduzir como “chefe dos cozinheiros”.2 Era, pois, sem dúvida, um funcionário real. O partido contrário era representado pelo cidadão Sin-Gimlanni apresentado, aqui, como sendo um filho de Bitum-rabi, um AGRIG, isto é, um administrador do palácio2 e por Lipit-IStar, cuja profissão é definida pelo sumreograma DUMU.E.DUB.BA sa Sa-pí-ir ma-tim: “o escrivão do Saãpir matim”. Tratava-se portanto de um escrivão, funcionário real sob a chefia de Taribatum. O funcionário “Sápir mãtim” era uma espécie de administrador regional. 4 A causa tinha sido enviada ao rei por Sin-iddinam, que não vendo possibilidade de solução na primeira instância apelou para a decisão do rei. Hammurabi ordena que todas as três pessoas envolvidas no processo sejam enviadas a Babel para serem ouvidas por ele, já, que deseja por fim à contenda pela posse do campo. toma

22. O sinal cuneiforme UGULA

conta”,

Borger,

“o chefe”

e corresponde

Assyrisch-babylonische

indica na língua suméria“

ao

Zeichenliste,

termo

acádico

p. 129, n. 295.

aquele

que

Cf. também

W.

waklum.

Cf.

R.

von Soden, AHw, p. 1456a: waklum = “Beauftragter Aufseher, Inspektor”. 23. O sinal cuneiforme AGRIG expressa, em si, o administrador, O feitor de uma casa ou de um palácio, corresponde ao termo acádico aba-

rakkum. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 173, n. 452; W. von Soden, AHw, p. 3b; CAD “A I”, p. 325. 24. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1172b, que propõe expressão Sápir matim como “Gebietskommissar (?)”.

48

a tradução

da

N. 8

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Hi-u-Samaé e Bituya, pertencentes (ao grupo dos) atletas e cidadãos da cidade de Uruk, que se encontram junto de mim, informaramme o seguinte: “Sin-iddinam escreveu e..., conduziram-nos a ti”. Assim eles me informaram. Por que conduziram a mim

pessoas pertencentes (ao grupo) dos atletas, cidadãos da cidade de Uruk? Dá ordens para que (essas) pessoas sejam

liberadas.

O tablete de

argila

cozida

BM

12.828

mede

8,21 cm

x 5cm

e

contém uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam exigindo explicações deste sobre a permanência em Babel de dois cidadãos da cidade de Uruk chamados Ili-u-Samas e Bituya. A atividade profissional desses homens é formulada na expressão li-ib-bu LÚ.GESPO.

= “pertencentes? ao (grupo de) GESPU. O sumerograma

MES

GESPU indica um atleta, provavelmente um lutador.% Esses dois homens, conforme eles mesmos informaram ao rei, tinham sido enviados a Babel por Sin-iddinam. Hammurabi exige de Sin-iddinam que ordene a liberação desses homens. N. 9

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Summan-la-

lum falot-me o seguintes “Em Bad-tibira houve suborno e homens que receberam suborno; mas há, também testemunhas que conhecem esse fato”. Assim ele me falou. Envio-te, agora, esse Summan-la-ilum, um cavaleiro e um “redim” titular. Logo que vires esta minha tábua, examina a questão!

Se houve suborno, sela a prata e tudo que foi recebido como suborno e manda trazer à minha presença. Faz conduzir à minha presença os homens que receberam suborno e as testemunhas que conhecem o fato, que Summan-la-ilum te mostrard.

Este

Museum

tablete, sob

de

843cm

o n. BM

x 5,31cm

12.829, contém

conservado

uma

no

British

carta de Hammurabi

25. Cf. W. von Soden, AHw, p. 550b: libbum LAd (meist libbu): zugehórig zu... 26. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 147, n. 354.

Cf. também MSL 12: The Series lu = sa and related texts, p. 109, 192. 49

a Sin-iddinam, onde o rei trata de uma denúncia de suborno 27 entre seus funcionários. A denúncia foi feita por um cidadão chamado

Summan-la-ilum.

Sua

profissão

não

é

mencionada.

O crime de suborno se deu na região de Bad-Tibira 8 e existem testemunhas desse crime. Hammurabi ordena a Sin-iddinam um inquérito imediato e completo da questão. É o que expressa a frase tup-pí an-ni-a-am i-na a-ma-ri-im wa-ar-ka-tam pu-ru-ús-ma: “Logo que vires esta minha tábua, examina a questão!” Para facilitar a condução do processo, Hammurabi envia a Sin-iddinam o acusador Summan-la-ilum juntamente com um RÁ.GAB e um UKU.US.SAG. O sumerograma RÁ.GAB 2º, corresponde ao termo acádico rakbúm *º e indica uma espécie de mensageiro montado. Preferiu-se na tradução da carta o termo mais geral “cavaleiro” Já que a raiz acádica rakabum significa, em si, “cavalgar”, “montar”.ºl O sumerograma UKU.US 2, que corresponde ao acádico “redâm” e indica um tipo específico de soldado 33, recebe aqui uma maior determinação do termo sumério SAG. O sentido fundamental

dente

de SAG

ao

responde,

em sumério

acádico

rêSu%,

provavelmente,

é, sem

mas

como

dúvida

“cabeça” 3, correspon-

a expressão mostrou

B.

UKU.US.SAG

Landsberger %,

cor-

à

formulação acádica qá-qá-ad UKU.US usada nos textos do arquivo de Ubarum %, cuja melhor tradução proposta pelo próprio Landsberger é “the proper soldier”.38 Daí justifica-se a tradução usada no texto da carta “redúm titular”.3? Tanto o RÁ.GAB como o UKU.US.SAG são funcionários reais. Mas o texto não diz se eles devem exercer uma apenas, testemunhas do

função especial no processo ou se são, fato. Hammurabi determina exatamente

27. a alguém 28. 29. 30. 31.

O termo acádico “tâtum” indica, exatamente, um presente dado com a finalidade de suborná-lo. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1384. Sobre a localização de Bad-Tibira, cf. RLA I, p. 389. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 108 n. 206. Cf. W. von Soden, AHw, p. 947b. Cf. W. von Soden, AHw, p. 944b.

33. 34. 35. 36. rum”, JCS 37. 38.

Cf. Cf. Cf. Cf. 9 Cf. Cf.

na

32. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 144, n. 347. W. von Soden, AHw, p. 968a, A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 297, n. 115. W. von Soden, AHw, p. 973b. B. Landsberger, “Remarks on the Archive of the Soldier Uba(1955) 121-131. B. Landsberger, ibid., p. 122. B. Landsberger, ibid., p. 122.

39. Cf. acima

o comentário

à carta

50

1575.

o que deve ser feito. Uma vez constatado o crime de suborno toda prata recebida pelos funcionários implicados no crime deve ser selada e enviada ao rei. Devem comparecer, também, diante

do

rei os culpados

Esta carta é um

e as testemunhas

ótimo exemplo

do suborno.

da preocupação

de Hammurabi

em manter a sua equipe de funcionários livre da corrupção. Ele faz

questão

de

assumir

pessoalmente

o julgamento

do processo

e a punição dos culpados, provavelmente para estabelecer, assim, um castigo exemplar que afastasse seus funcionários da corrupção. N. 10

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: O surdo, cidadão de Nippur, informou-me o seguinte: “Na localidade (chamada) Uzubum armazenei 70 GUR de cevada em um celeiro.

Awil-ili,

contudo,

abriu

o celeiro

e tirou a cevada

que eu tinha armazenado”. Assim ele me informou! Envio-te, agora, esse surdo! Escreve para que conduzam a ti Awil-ili. Examina à sua questão e a cevada do surdo, que Awil-ili tomou,

ele deve

restituir ao surdo.

O tablete BM 12.830, de 8,75cm x 5cm, apesar de estar um tanto danificado em seu anverso, pode, contudo, ser reconstruído a partir dos restos de sinais existentes nas lacunas e pela colação com outros textos paralelos. O texto contém uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam apresentando-lhe uma denúncia de roubo que ele deve examinar. O caso em questão é apresentado com bastante clareza: um cidadão da cidade de Nippurº apresen-

ta ao rei a denúncia de que havia sido roubado. O nome do denunciante não é expresso. É apenas apresentado como LU.GÉSTU.LA. O sumerograma GÉSTU.LA é composto dos elementos GÉSTU = ouvido?! e LÁ, cujo significado básico é “ligar”, “amarrar”.2

Mas em

partindo deste significado básico o termo pode expressar

sumério“

GESTU.LA

a carência

de alguma

coisa”.

Assim

a expressão

corresponde ao acádico “sukkuku” e pode ser tradu-

zida por “surdo”.43 Devia

tratar-se de um personagem

bem

co-

40. Cf. A. Parrot, Archéologie Mésopotamienne, vol. 1, p. 143; cf. também B. Hrouda, Vorderasien [po 15: ; 41. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische: Zeichenliste, p. 123, n. 296. 42. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 929, n. 481. 43. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1055b; CAD “S”, p. 362.

51

nhecido na região, pois ele é aqui apresentado simplesmente como “o surdo, cidadão de Nippur”. O acusado de roubo é um

homem chamado Awil-ili. O texto não diz nada sobre a profissão

desse Awil-ili, por isso não se sabe se era um funcionário da administração de Hammurabi. Awil-ili é acusado de ter rou bado 70 GUR, isto é, cerca de 21.000 litros de cevada armazenada em

um

celeiro na localidade

Uzubum.

Hammurabi

envia

o surdo

a

Sin-iddinam e ordena, outrossim, que ele convoque Awil-ili, abra

um processo e faça justiça restituindo ao surdo a cevada roubada. N. 11

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Envio-te, agora, Sin-putram. Quando vires esta minha tábua, faz conduzir à minha presença, sob custódia. Núur-ilisu e Awiliya, filhos

de

Siyatum,

Samas-mágir,

Sin-ismeani

e

Sin-liwir,

filhos de Sin-magir (bem como) os três filhos de Kukkea, esses oito homens que Sin-putram te mostrará.

O tablete BM 12.832, de argila cozida, medindo 8,12cm x 2,31 cm, conservado no British Museum tem o anverso bastante danificado, mas sua reconstrução é possível quer a partir dos

restos de sinais cuneiformes existentes quer por meio do paralelismo com

outras cartas.

O tablete contém

uma

carta

de Hammurabi

a seu funcionário

Sin-iddinam em que ordena a prisão e posterior translação a Babel

de oito homens, certamente funcionários do rei. Cinco desses homens são mencionados nominalmente: Núr-ilisu e Awiliya, filhos de Siyatum; SamaS-mãgir, Sin-iSmeani e Sin-liwir, filhos de Sinmagir. Os três outros são apenas citados como os filhos de Kukka. O motivo desta intervenção de Hammurabi não é mencionado no texto. O portador da carta foi, provavelmente, Sin-putram enviado

por Hammurabi a Sin-iddinam e encarregado de mostrar-lhe os oito homens, cuja presença em Babel Hammurabi exige. N. 12

[A Sin-iddinam] diz: assim (falou ) Hammurabi: o ano tem um mes intercalar. O mês que entra deve ser registrado com o 2

*

CRER

Fo

dCPRAE.”

o

A

o segundo Uliúlu. Além disso, onde foi ordenado que o tributo

anual chegue a Babel, no dia 25 Tasritu, que ele chegue a Babel no dia 25 do segundo Uliilu,

O tablete BM dindo 8,195 cm x primeiras linhas do destinatário

foi encontrado

12.835 do British Museum, de argila cozida, me5 cm, está quebrado na parte superior, e as duas não foram conservadas. Perdeu-se, assim, o nome desta carta de Hammurabi. Mas como o tablete

entre

outros

do arquivo

de Sin-iddinam

supor que o destinatário seja, como nas outras sentante de Hammurabi em Larsa, Sin-iddinam.

cartas,

pode-se

o repre-

Depois das formas introdutórias de praxe, a carta introduz uma

prescrição de Hammurabi: Sa-at-tum di-ri-ga-am i-Su: “O ano tem um mês intercalar”. Esta medida fazia-se necessária por causa

da diferença existente entre o ano solar com 365,2492 dias e o ano lunar, adotado pelos babilônios, com 354 dias.4 Para evitar que eventos importantes dependentes da posição do sol como as enchentes da primavera, o amadurecimento dos frutos etc., caíssem, cada ano, em meses diferentes, criou-se o artifício de

introduzir alguns meses

intercalares. O mês intercalar era intro-

duzido por ordem do rei. Os documentos do período babilônico antigo não nos deixam perceber a existência de uma sistemática e de um ritmo determinado na introdução dos meses intercalares.& O mês intercalar chamava-se em acádico “dirigâm” 4, termo im-

portado do sumério DIRIG.* Hammurabi prescreve que o mês intercalar seja registrado como !'KIN.JINANNA II: “o segundo mês KINSINANNA”. O mês KIN.INANNA era o sexto mês do calendário de Nippur assumido pelos babilônios no período babilô-

nico

antigo.8 44. Sobre

O

correspondente

acádico

era

chamado

o calendário babilônico, cf. S. Langdon,

Uliilu. *

Babylonian Meno-

logies and the Semitic Calendars, Londres, 1935; N. Schneider, Die Zeitbestimmungen der Wirtschaftsurkunden von Ur III, An. Or. 13. Roma, 1936; B. Landsberger, “Jahreszeiten im Sumerisch-Akkadischen”, JNES 8 (1949) 248s; H. Hunger, Art. “Kalender” em RLA, V, p. 297-305.

45. Apenás a partir do ano 380 a.C. pode-se encontrar um ciclo de 19 anos, onde o 1º, 0306, 09,0 12% 0 14º eo 17º ano tinham um

mês intercalar; cf. H. Hunger, Art. cit, em RLA, V, p. 298.

46. Cf. W. von Soden, AHw, p. 173a; CAD “D”, p. 159s. 47. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 318, n. 123, 9e. 48. Cf. N. Schneider, Die Zeitbestimmungen der Wirtschaftsurkunden

von Ur III, p. 101s. 0. 49. Cf. a série HAR-ra = hubullu I, 221s. em B. Landsberger, MateHalien zum sumerischen Lexikon, vol. 5, p. 25s.

E)

E

O mês intercalar devia, pois, ser introduzido depois do sexto mês Mas os tributos anuais que deviam ser entregues em Babel no vigésimo quinto dia do sétimo mês, normalmente o UDU,.KU 5, acádico Tasritu*!, neste ano deveriam chegar no dia 25 do segundo Ulilu. N. 13

A Sin-iddinam diz: assim

(falou) Hammurabi:

Envio-(te),

agora, com missão especial, Sin-ayabas, um funcionário guzalim e (alguns) funcionários “Satammu” para (resolver) os litígios de tua provincia. Eles chegarão a ti no dia 12 do mês Arahsamnu. Quando chegarem a ti, vai com eles e inspeciona as vacas e as ovelhas de tua provincia. Nabium-malik, Nannatum, SamasS-musalim, Hurrusum, Ri$-Adad, Awil-Sin, Samas-násir, Ahuyatum, Hi-iddinam, Sin-uselli, Taribum e Iddin-llabrat devem ir contigo e estar presente (à solução

dos) litígios.

|

Esta carta de Hammurabi a Sin-iddinam conservada no tablete BM 12.837, de 9,06 cm x 5,31 cm, do British Museum contém

instruções do rei para uma inspeção das vacas e ovelhas — certa-

mente propriedade da coroa — que estavam sob a responsabilidade de Sin-iddinam. Para assisti-lo neste trabalho Hammurabi envia “com missão especial” o funcionário “guzalâm” Sin-ayabas e alguns funcionários “Satammu”. A formulação “Envio-(te),

agora, com missão especial” é uma tradução livre da frase acádica U-wa-e-ra-am-ma at-tar-dam, literalmente “incumbi e enviei”.2 O sumerograma GU.ZA.LÁ passou à língua acádica sob a forma O termo sumério SA.TAM guzaltim e indica um funcionário real. entrou na língua acádica sob a forma Satammum. Trata-se de um funcionário

| ni ê

mencionado

várias

vezes

nas

cartas

e textos

do

pe-

50. Cf. H. Hunger, art. “Kalender”, RLA V, p. 300; A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 893, n. 459, 43. 51, Cf. H. Hunger, art. cit, em RLA V, | p. 301; AHw, p. 1340a; MSL '5, p. 25, 227. :

52. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1472a. Seguiu-se, aqui, a sugestão

da tradução de R. Frankena, Altbabylonische Briefe, Heft 2, p. ll: “.. Schicke ich dir mit. (speziellen) Befehlen...”. A 53. W. von Soden, em seu .AHw, p. 300b, traduz 'o termo guzalúm por Stuhl-, Throntrãger”, seria, neste caso, uma espécie de “assistente ao trono . Cf. também A. Deimel, Sumerisches: Lexikon; IV, p. 1035, n. 559, 119. Cf. também CAD “G”, p. 146. > 1920 as

54

riodo babilônico

antigo, onde aparece,

em geral, em

relação com

a medição de terras do palácio 4, com os cálculos e a cobranca

de taxas e impostos >, com a alocação de pessoal para o trabalho nas colheitas,

com

a limpeza

de canais 6, e com

a administração

dos bens de templos.*” O termo Satammum é, em geral, traduzido por “administrador”. * A finalidade da missão de Sin-ayabas e dos “Satammu” é descrita na sexta linha do texto pela frase

a-na sa-la-tim Sa li-ti-ka, cuja tradução “para

de tua província”

parece-nos

a melhor,

(resolver)

embora

não

os litígios

seja

aceita

por todos. À forma sa-la-tim foi interpretada, aqui, como um genitivo plural da palavra saltum = “contenda, conflito, litígio. >

Mas o sinal cuneiforme “sa” pode, também, ser lido “sa” 9 e, assim, a leitura a-na saá-la-tim Sa li-ti-ka seria, também, possível. É a opção feita por W. von Soden em AHw.º! O termo salátum significa

“família”,

“comunidade

familiar”.

Dentro

do

contexto

da

deve,

eles,

fazer

uma

revisão

exata

do

número

de

vacas

e

E

com

A

carta parece-nos, contudo, melhor a leitura a-na ga-la-tim = “para os litígios. ..”. Os funcionários enviados por Hammurabi devem chegar a Larsa no décimo segundo dia do mês ITYAPIN.DU,.A8 que corresponde ao mês babilônico Arahsamnu *&, o oitavo mês do ano babilônico, um mês do período de outono, correspondente a novembro. º Logo que esses funcionários chegarem, Sin-iddinam

Old

Sobre

54. Cf. o estudo de M. Gallery, “The

Babylonian

Period”,

em

Archiv

fiir

Office of the Satammu

Orientforschung

27

(1980)

in the 1-36.

a medição de terras do palácio, cf. p. 15. 55. Cf. ibid., p. 12. 6. Cf. ibid., p. 160. 97. Cf. ibid., p. 18-22. 58. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1199a; cf. também a observação de Maria de J. Ellis em Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 107, nota 131: “The translation oeconomi is sometimes used for Satammu — officials; see for exemple, W. W. Hallo, “New Texts from the Reign of Sin-iddinam”, JCS 2 (1967, publ. 1969) 95. I prefer not to commit myself to a translation of the term before it has been more thoroughiy investigated”.

9, Cf. W. von Soden, AHw, p. 1079; CAD “S”, p. 86s.

di »

60. W. von Soden-W. Rôllig, Das Akkadische Syllabar, p. 62, n. 316. 61. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1014b. «a

62. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1014bL a-na sà-la-tim Sa liti-ka AbB

19, 6 (s. 23). Mas compare CAD “S”, p. 93. 63. É o oitavo mês di calendário de Nippur. Cf. RLA, V, p. 300. 64. Cf. RLA, V, p. 301. 65. Cf. S. Langdon, Babylonian

dars,

p.

129s.

55

Menologies

and

o the Semitic

Calen-

ovelhas existentes na província; provavelmente os litígios de que fala'o início da: carta, deviam estar ligados à quantidade e divisão desses animais. No fim da carta é mencionada uma lista de nomes

de pessoas que deviam ir com Sin-iddinam e assisti-lo na solução

dos litígios existentes, N. 14

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: O resto da prata que (está) com Sep-Sin, chefe dos mercadores e com os chefes de (cada) grupo de cinco, que (estão) sob a sua direção, que Sep-Sin e os chefes de (cada) grupo de cinco tomem e tragam a Babel. O pequeno tablete de 8,75cm x 5cm, conservado no British Museum sob o n. BM 12.838, foi escrito apenas em onze linhas no anverso e apresenta algumas lacunas no texto, que são contudo facilmente reconstituíveis a partir dos vestígios de sinais cuneiformes e de textos análogos.

FHammurabi

O conteúdo

do tablete é uma

a Sin-iddinam em que cobra o pagamento

carta de

do resto

de impostos atrasados ou outro tipo de contribuição devida ao palácio. O funcionário em falta chama-se Sêp-Sin e sua função na máquina administrativa de Hammurabi é expressa pelo sumerograma UGULA DAM.GAR = chefe dos mercadores. Outras cartas de Hammurabi mencionam o mesmo Sêp-Sin como chefe dos mercadores de Larsa. % Seu nome já é mencionado entre os mercadores

nos documentos da época de Rim-Sin.% O UGULA DAM.GAR = wakil tamkárim era um personagem muito importante na vida econômica da Babilônia. No tempo de Hammurabi, ele era um funcionário

real, mas

suas funções

eram

mais

amplas

do que as

de um simples comerciante. No texto desta carta o UGULA DAM.GAR, acádico wakil tamkãrim, aparece como um recolhedor 66. Cf. por exemplo, acima, as cartas n. 24 e 63. 67. Cf. H. Klengel, Hammurabi von Babylon und 1980, p. 126s. 68.

Cf.

H. Klengel,

W. F. Leemans,

Handel

und

Hándler

im

alten

seine Zeit, Orient,

Kôln

Berlin 1979;

Foreign trade in the Old Babylonian period as revealed by

texts from southern Mesopotamia. Leiden, 1960; idem, Legal and economic records from the Kingdom of Larsa. Leiden, 1954; idem, “The Importance of Trade” em Trade in the Ancient Near East, Londres, Art. “Handel”, em RLA, IV, p. 76-90.

56

1977, p. 2-10;

idem,

E

O

de impostos e outras contribuições. Sep-Sin, chefe dos mercadores de Larsa ainda não entregou em Babel toda prata recolhida.& Por isso o rei ordena a Sin-iddinam que envie a Babel Sep-Sin e os chefes

prata devida.

dos

grupos

de cinco, subalternos

de Sep-Sin,

com

a

N. 15 [A Sin-iddinam dizJ: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, escreve (ordenando) que Ilima-abi, filho de Apil-Amurrum, um cidadão de Tell-istazri, pertencente a Rimiya, KeS-idinnam, filho de Ubar-Sin, um cidadão do baixo Kárum, pertencente a Ana-silli-emid, dois homens pertencentes ao grupo dos colonos, e Littul-ilum, filho de Imgur-Sin, pertencente ao grupo dos “bárá” — três membros do pessoal do palácio, que não compareceram a seus postos — esses homens sejam trazidos a ti. Coloca-os sob custódia e manda-os à minha presença. O tablete BM

12.840

do British Museum

mede

6,87 cm

x 5 cm

e está com a parte superior da tábua danificada de maneira que não se pode ler o nome do destinatário da carta. Mas como foi encontrado entre outros tabletes do arquivo de Sin-iddinam,

supõe-se que este tablete seja também uma carta de Hammurabi

a Sin-iddinam. Nesta carta Hammurabi ordena que três funcionários seus sejam trazidos, sob custódia, a Babel. Dois deles pertencem ao grupo dos ENSÍ.? O significado do sumerograma ENSÍ. — acádico iSSsakkum — é no período babilônico antigo, principalmente no tempo de Hammurabi, completamente diferente daquele da época suméria, onde o ENSÍ era o governador da cidade-estado. 71 O iSSakkum babilônico72 parece ter sido um fun69. Compare esta com 70. Literalmente: 25A aos filhos dos ENSÍ.

a carta n. 24. DUMU.MES ENSÍ.MES

=

“2 pertencentes

71. Cf. A. Falkenstein, “La Cité-Temple sumérienne”, em Cahiers d'Histoire Mondiale 1 (1954) 784s. Cf. também Th. Jacobsen, “Early Political Development in Mesopotamia”, ZA 52 (1957) 91-140, especialmente p. 123, nota 71.

72. Cf. W. von Soden, em AHw, p. 398b, que, ao lado da tradução

tradicional “Stadtfiirst”, registra, também, o significado “Kolon”. O “Chicago

Assyrian Dictionary”

1/J], p. 264a-265b,

registra o termo como designando

o “member of a class of privileged farmers (from Hammurabi on)”. Cf.

também

M. Birot, Tablettes d'Epoque

Babylonienne Ancienne,

517

n. 1-11.

cionário

agrícola

mas

suas

funções

não

aparecem

especificadas

claramente nos textos da época. ? O primeiro, um homem chamado Ilima-abi, filho de Apil-Amurrum, é um habitant e de Tell-iStazri e pertence ao grupo chefiado por Rimiya. O outr o, KêS-iddinam, filho de Ubár-Sin, é um habitante do baixo Kãrum 4 e pertence ao grupo chetiado por Ana-silli-emid. O terceiro funcioná rio incri. mina

do é Littul-ilum, filho de Imgur-Sin e pertence ao grup o dos MAS.SU.GÍD.GiD. O sumerograma MÁS..SU.GÍD.GiD 3, correspondente

ao acádico

bãrú 7, indica

um

funcionário

cúltico encar-

regado principalmente da divinação através da obse rvação das entranhas dos animais sacrificados.77 A falta desses homens é descrita pela frase Sa a-na ma-az-za-ás-ti-&u-nu la H-li-ku-nim: “que não compareceram a seus postos”. Diante do rei eles devem responder pela sua negligência no cumprimento de seus deveres. N. 16

À Sin-iddinam diz: assim (falou ) Hammurabi: O “rabiaânu m”

da cidade de Medúm

informou-me sobre a injustiça (causa-

da) a ele. Envio-te, agora, esse “rabiânum” de Medím. Examina a sua questão. Escreve (ordenando ) que conduz am a tio seu adversário no processo. Garante-lhes um julgamento conforme os decretos reais.

Este tablete, de 7,81 cm x 5 cm, com onze linhas no anverso e apenas duas no reverso, encontra-se no British Museum sob 0 n. BM 12.846. Ele contém uma carta de Hammurabi à Sin -iddinam relatando a queixa do “rabiânum” de uma localidade chamada Medim. Não é mencionado o nome desse “rabiânum”. O título rabiânum, como já foi visto acima, indica o administrado r de uma

região, uma

espécie de prefeito

73. Cf. a discussão

ampla

local.7º O rabiânum

desta

questão

em

de Medúm

M.

de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 39s. Na p. 40 a autora escreve: “The iSSakku's in southern Babylonia at the time of Hammurabi appear to have been of relatively lowly rank within the hierarchy of agricultural officialdom”. 74. 715. 76. Ti.

Sobre Cf. A. Cf. W. Cf. E.

o termo kãrum, cf. W. von Soden, AHw, p. 451b. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 174, n. 10,23: von Soden, AHw, p. 109b. Dhorme, Les Religions de Babylonie et d'Assy rie, p. 210s; A. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 2006s; ]. Renger, “Untersuchungen zum Priestertum in der altbabylonischen Zeit”, em ZA 58 (1967) 110s e 59 (1968) 9s. 18. Cf. W. von Soden, AHw, p. 934b — Cf acima a carta n. 5.

58

itiiga

CEEE

se queixa de uma “hibiltum” que lhe foi infligida. O termo hibiltum

pode indicar qualquer tipo de injustiça. 7? O texto não detalhes sobre o tipo de injustiça sofrida. Hammurabi meio desta carta, que seu representante em Larsa questão acuradamente, instaure um processo, convoque

dá maiores manda, por examine à a presença

do adversário do “rabiânum” no processo e garanta às duas partes um julgamento justo conforme as simdatim. O significado do

termo

entre

acádico

os

conhecidos

tradução

sSimdatum

assiriólogos.*% do

período

“decreto

determinadas abstrato. 2

O

tem

uso

sido

do

babilônico

real”. º

prescrições

objeto

termo

antigo

compreendido

do

rei

e

de

não

muitas

simdatum

parece

em

discussões

nos

justificar

textos

sentido concreto

apenas

em

um

uma

de

sentido

N. 17 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabt: H%u-ibbi, um mercador, chefe de um grupo de cinco, informou-me o se-

guinte:

“Dei

(como

empréstimo)

30

GUR

de

cevada

ao

governador Sin-mágir. Tenho em meu poder a sua tábua. Há três anos cobro dele continuamente, mas ele não me

devolve a cevada”. Assim ele me informou. Vi a sua tabua. Que se recolha de Sin-máãgir a cevada e os juros (correspondentes)! Daá-os a HSu-ibbi.

O texto do tablete BM

12.864 do British Museum,

de 7,18 cm x

4,68 cm, é uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam, em que relata uma queixa de IlSu-ibbi, um mercador, chefe de um grupo de cinco. Sin-mãgir, cuja posição social é a de um GIR.NÍITA — acádico Sakkanakkum — tomou emprestado 30 GUR, isto é, cerca de 9.000 litros, de cevada.

O “Sakkanakkum”

era um alto funcio-

nário na administração babilônica, correspondia a um governador

79. Cf. W. von Soden, AHw, p. 344a: “Unrecht, Gewalttat”. 80. Cf. J. G. Lautner, Altbabylonische Personenmiete und Erntearbeitervertrãge, Leiden, 1936, p. 177-190; M. San Nicolô, Beitrãge zur Rechtsgeschichte im Bereich der keilschriftlichen Rechtsquellen, p. 68s; B. Landsberger, “Die babylonischen Termini fiir Gesetz und Recht”, em Symbolae ad iura Orientis Antiqui pertinentes Paulo Koschaker dedicatae, Leiden 1939, p. 219-234; M. de J. Ellis, “Simdatum in the Old Babylonian Sources”, JCS 24 (1972) 74-82. Sobre o uso do termo no $ 58 das Leis de Eshnunna, cf. E.

Bouzon, Às Leis de Eshnunna, p. 145.

81. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1102a; CAD “S”, p. 194-196. 82. Cf. E. Bouzon, As Leis de Eshnunna, p. 145.

59

de região. O empréstimo havia sido feito três anos atrás e, até o momento da queixa, Sin-mãgir não tinha pago sua dívida, apesar das constantes cobrança do mercador IlSu-ibbi. O mercador tinha, em seu poder, um documento que comprovava a dívida. O rei já examinara a tábua-documento. Nesta carta Hammurabi ordena que Sin-iddinam cobre de Sin-mãgir a cevada devida e os juros correspondentes aos três anos de dívida e devolva tudo ao mercador [ISu-ibbr. ; N. 18

[A Sin-Jiddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Mendibum, Entilda-hetil e Parparum escreveram-me o seguinte: “Siniddinam deu-nos mil trabalhadores para tosquiar as ovelhas.

A tropa de trabalhadores que nos foi atribuida para tosquiar as ovelhas é pequena diante (da quantidade) das ovelhas”. Assim eles me escreveram. Coloca à disposçião uma tropa de. trabalho maior, para que a tosquia seja terminada o mais rápido possível! A carta de Hammurabi BM 15.329, com 8,75cm

a Sin-iddinam, conservada no tablete x 5,31 cm, do British Museum, relata

a queixa dos três funcionários rum, encarregados da tosquia real, na região de Larsa. Os iddinam eram poucos para É

Hammurabi ordena nesta carta que Sin-iddinam sição dos encarregados da tosquia um número

O

lhadores

me ir

rapidez.

RE

E

41] t

E. dd

a

El

se. +

1

Mendibum, Enlilda-hetil e Parpadas ovelhas de propriedade da casa mil trabalhadores cedidos por Sina grande quantidade de ovelhas.

para

que

o trabalho

de

tosquia

seja

coloque à dispomaior de 'traba-

executado

com

N. 19

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: O funcionário “kizh”, Sin-mãgir, falou-me o seguinte: Almocreves (2) que estavam sob a minha direção (e) que me tinham sido destinados por meio de um documento selado de meu senhor, 83. Cf. W.

von Soden,

AHw

p. 11404 — Sobre a possível suméria SAKKAN: dos sinais cuneiformes GIR.NITA. - Cf Cf. R. Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 171, n. 444,

60

leitura Borger, Borger

CE

Inúh-samar os incorporou aos “redk” e a um serviço “ilkum ahúm” ”. Assim ele me falou. Por que incorporaste aos “redht” e a um serviço “ilkum ahúm”, almocreves que tinham sido destinados por um documento selado meu? Conforme o teor do meu documento selado que recebeste, devolve-lhe os almocreves subordinados a Sin-mágir. No tablete BM 15.348, de 8,43 cm x 5,31 cm, do British Museum encontra-se uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam relatando uma queixa de Sin-mãgir, um funcionário, cuja profissão é aqui des-

crita pelo sumerograma

kiziim &, que,

ao acádico

reclama

tor. %º Sin-magir

IS.% O sumério IS parece corresponder provavelmente,

junto

ao

rei

indica

que

um

alguns

tipo de pas-

KIR.,.DIB.

MES %, que estavam sob a sua direção foram incorporados ao serviço militar entre os “redh” 88 e a um serviço “ilkum ahúm”.&

O sumerograma KIR.,DIB.MES corresponde ao acádico kartappum ?º e indica um “condutor de animais”, daí a tradução “almo-

creve” usada na carta. Esses homens, porém, tinham sido destinados ao trabalho sob a direção de Sin-mãgir por meio de um documento selado do próprio rei. O oficial Inúlh-samar não tinha, portanto, o direito de convocá-los para o serviço militar nem

para o serviço “ilkum ahâm?”. Como o oficial Inúlh-samar era um

subordinado imediato de Sin-iddinam, este é responsabilizado pelo rei. Daí a pergunta de Hammurabi a Sin-iddinam: “Por que 84. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 111, n. 212;

Cf. também

A. Deimel,

Sumerisches

Lexikon, vol. II, p. 443, n. 212, 7. Cf. o

comentário da carta, n. 22, p. 39s. 85. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon,

86. Cf. CAD attendant...”.

II, p. 443, n. 222, 7. “Kº”, p. 477, traduz por herdsman (?), groom, personal

817. Foi seguida, aqui, a leitura KIR,.DIB sugerida por W. von Soden em Biblioteca Orientalis 24 (1967) 334, contra a leitura KA.ZID.MES seguida por R. Frankena em AbB 2, p. 14, n. 26. Os sinais cuneiformes são semelhantes, mas o sumerograma correspondente a kassidakku = moleiro é, em geral, KA.Zi.DA. Além disso, sendo o funcionário kizâim um pastor de jumentos e outros animais, é mais provável que tenha como subordinado um “condutor de animais”. 88. Sobre a natureza e as atribuições do soldado rediúm, cf. G. Evans,

“An Old Babylonian Soldier: Notes on the Archive of Ubarrum”, em JCS, l4 (1960)

34-42,

89. Não se conhece, ao certo, que tipo de serviço indica a expressão

acádica “ilkum

ahâm”.

p. 53 8 2: “Leistungen

Para B. Kienast em seu artigo “Ilkum”, RLA, V,

ausserhalb

ahúm, nicht-normale DP”, 90. Cf. W.

von

Soden,

der regulãren

AHw,

por “Zugtierfiihrer”. Cf. também

Dienstpflicht heissen ilkum

p. 451, que traduz o termo

CAD

61

“K”, p. 225.

kartappum

incorporaste aos “redú” e a um serviço “ilkum ahâm”

que

tinham

sido

destinados

por

um

documento

almocreves

selado

Hammurabi termina a carta exigindo que Sin-iddinam Sin-mãgir os homens que recrutara indevidamente.

meu?

devolva

a

N. 20 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quanto à entrega da cevada, rendimento do campo de Ibni-Amurrum, que está na mão de Etel-pi-Marduk, a Ibni-Amurrum, sobre

o qual ele te escreveu, assim tu (declaraste ): “Etel-pi-Marduk

disse-me o seguinte: Juntamente com o campo de IbniAmurrum, cultivei um outro campo. A cevada foi armazenada em um único lugar. Por meio da “arma de Deus” seja averiguado quanta cevada cresceu no campo de Ibni-Amurrum e que ele receba o rendimento”. Assim ele disse! Mas o empregado de Ibni-Amurrum não concordou. Assim (disse) ele: “Sem (o consentimento de) Ibni-Amurrum (a cevada) não serd averiguada!” Assim disse ele e foi-se embora. Por meio da “arma de Deus” será averiguada quanta cevada foi produzida no seu campo e lhe será dado o rendimento”. (Foi isto) o que me escreveste! Como me escreveste, que seja averiguada,

por

meio

da

“arma

de

Deus”,

quanta

cevada

existe no campo de Ibni-Amurrum e restitui a Ibni-Amurrum

a cevada, rendimento No

tablete BM

de seu campo.

23.120,

de 8,43 cm

campo,

e mais

x 5 cm,

do British Museum,

foi conservada uma interessante carta de Hammurabi a Siniddinam. A carta supõe, logo no início, uma reclamação anterior de um tal Ibni-Amurrum junto ao rei. A queixa de Ibni-Amurrum é contra um cidadão chamado Etel-pi-Marduk que não lhe pagara a cevada a que tinha direito a título de “mikis eqlim”. O termo “miksu” indicava, no período babilônico antigo, a participação na produção

de um

especificamente,

era,

em

geral,

a parte da produção que o proprietário de um campo recebia em casos de arrendamento desse campo.º! Pelo contexto da carta 91. B. Landsberger no texto lexical “ana ittisu”, em Materialien zum sumerischen Lexikon, vol. I, p. 59-60, apresenta a equação nígkud-da = miksu, que ele traduz como “Anteil an der Bewirtschaftung”. Cf. também a discussão do termo “miksu” em M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 60s.

62

parece,

pois,

que

Etel-pi-Marduk

arrendara

um

campo

de

Ibni-

Amurrum, mas após a colheita não lhe dera a parte correspondente, a que, de acordo com o contrato, fazia jus. O rei já conhecia,

por meio de uma carta anterior de Sin-Iddinam, os motivos que

impediam

Etel-pi-Marduk

Ele armazenara

em um

de entregar a parte de Ibni-Amurrum.

mesmo

lugar a cevada produzida em

dois

campos diferentes, que ele trabalhara. Agora, Etel-pi-Marduk não sabia quanto o campo de Ibni-Amurrum produzira e, assim, não podia calcular a parte proporcional que cabia a Ibni-Amurrum. Mas está disposto a pagar e por isso recorre à GIS.TUKUL &a DINGIR = “arma de Deus” para que a cevada produzida no campo de Ibni-Amurrum pudesse ser averiguada. A expressão GIS.TUKUL Sa DINGIR — aqui traduzida literalmente por “arma de Deus” — indicava uma espécie de ordálio pelo qual se procurava o julgamento da divindade sobre um determinado assunto. 2

Mas

o julgamento

por meio

podia ser feito porque o este tipo de decisão sem Nesta carta Hammurabi devida a Ibni-Amurrum meio da GIS.TUKUL Sa

vamente

resolvida,

da GIS.TUKUL

Sa DINGIR

não

empregado de Ibni-Amurrum não aceitava o consentimento expresso de seu patrão. determina que a quantidade de cevada como “mikis eqlim” seja determinada por DINGIR e a questão seja assim definiti-

N. 21 A Sin-iddinam diz assim (falou) Hammurabi: Sep-Sin, chefe dos mercadores, informou-me o seguinte: “Etel-piMarduk impede-me continuamente (recolher) a prata para o templo de Kittum de Bad-Tibira e (da região do) Tigre e (por isso) não pude (ainda) recolher toda prata. GimilMarduk impediu-me, também, (de recolher) a prata para o

templo de Kittum da cidade de Rahabu e suas regiões de pastagem e (por isso) a prata toda não me pôde ser entre-

gue. O palácio, contudo, fez-me pesar toda prata”. Assim ele me informou. Por que Etel-pi-Marduk e Gimil-Marduk... [o resto da tábua foi perdido. No reverso há, apenas, vesttgios de sinais cuneiformes de + 10 linhas]. O

tablete

5,02 cm,

BM

23.123

encontra-se

92. Ci. A. Deimel,

do

British

bastante

Museum,

danificado.

O

medindo

anverso

8,43 cm

x

apresenta,

Sumerisches Lexikon, vol. II, p. 512, n. 296, 123.

63

apenas, pequenas lacunas facilmente reconstruíveis, mas no reverso

do

texto

restaram

somente

alguns

restos

de

sinais cuneiformes.

Torna-se, por isso, praticamente impossível uma tentativa de interpretação do texto no reverso do tablete.

O texto conservado apresenta uma carta de Hammurabi a Siniddinam, em que relata uma queixa de Sêp-Sin, chefe dos mercadores de Larsa?º ao rei. Ele estava encarregado de recolher a prata que se destinava, como tributo, ao templo da divindade

Kittum ** da cidade Bad-tibira e da região do Tigre. Fora, con-

tudo, em

seu trabalho

de recolhimento

dos

tributos

tão

importu-

nado por um homem chamado Etel-pi-Marduk que não conseguira recolher toda a prata estipulada como tributo. Da mesma maneira, impedido por um tal Gimil-Marduk, ele, também, não conseguira recolher todos os tributos destinados ao templo da divindade Kittum da cidade de Rahabu e de suas regiões de pastagens. Mas o palácio exigira dele o pagamento integral da prata. Na parte perdida da carta seguia, sem dúvida, as indicações de Hammurabi para a solução do caso. N. 22

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, envia-me o (funcionário) kizâm Samasipus, cidadão da cidade de Larsa.

sob o número BM 23.127, com apenas nove linhas escritas no anverso, conserva um pequeno bilhete de Hammurabi a Siniddinam. Nele o rei exige o envio imediato de um cidadão de Larsa, chamado Samas-ipus, à sua presença. T rata-se, sem dúvida, de um funcionário do palácio. Hammurabi não menciona os motivos desta convocação do funcionário. A profissão desse homem é expressa pelo sumerograma 1.9 Este termo sumério tem como correspondente acádico o vocábulo kizâm.9% M. Lambert prop õe

e.—

e—

Este tablete de 8,43 cm x 5,31 cm, registrado no British Museum

93. Cf. as cartas Kittum

94. Cf. A. Deimel, é considerada

14, 24 e 63.

uma

95. Cf. A, Deimel,

Pantheon

Babylonicum,

filha de Samaé.

Sumerisches

Lexikon,

p. 158, n. 1750.

A deusa

II, p. 443, n. alia, io 96. Cf. CAD “K”, p. 477: W. von Soden, AHw, p. 496.

64 e, Dr mi

à

4

t

“oa

in q!

;

-

como tradução de kizâm o termo francês “ecuyers”. 7 Mas à gama

de significação de kizúm é, certamente, mais ampla, o significado básico de kiziim é, sem dúvida, como registra o CAD “herdsman”,

“pastor”, 98 N. 23

À Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, envia, a Babel, Sin-mágir, filho de Iddinóin, irmão de Lipit-IStar. Ele não deve demorar-se! Que ele venha o mais depressa possível! Este tablete de 8,43 cm

x 5 cm

inventariado no British

Museum

sob o número BM 23.129 contém uma pequena carta de onz e linhas escritas apenas no anverso da tábua enviada por Ham murabi a Sin-iddinam. Nela o rei ordena o envio imediato a Babel de um funcionário seu identificado como Sin-mãgir, filho de Iddin-Sin e irmão de Lipit-IStar. Pelo teor da carta, deve tratar-se de algo muito urgente. Mas a carta não menciona os motivos da ordem de Hammurabi. N. 24

A Sir-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Em relação ao envio a Babel de Sep-Sin, chefe de mercadores, com 1.800 GUR de cevada para sésamo e 19 minas de prata de sua antiga parte e Sin-mustal, chefe de mercadores, com 1.800 GUR de cevada para sésa mo e 7 minas de prata de Sua antiga parte e (em relação) ao recebimento da lã e ao envio do chefe de um grupo de cinco com eles, sobre o que eu te escrevera, tu (me respon deste) da seguinte maneira: Os chefes dos mercadores (diz em) o seguinte: Agora é (tempo de) colheita. Deixa-nos ir depois da colheita” Assim eles te falaram e tu me escreveste ! Agora a colheita já passou! Quando vires esta minha tabua, como eu te es crevi, envia-me chefe de mercadores, com se us 1.800 GUR

a Babel, Sep-Sin, 97.

Cf. o “La Periode Shuruppak”, em art. Sumer 10 (195 4) 98.

donkeys

Cf.

CAD

or sheep...

“Kº,

p.

477:

Presar

SOS!

onique

q

herdsman(2

(?),

65



La

in Fara

vi

a vie Economiqu e

often

;

in charge

a

à of

de cevada e as 19 minas de prata de sua antiga parte e Sin-

mustal, chefe de mercadores, com seus 1.800 GUR de cevada e as 7 minas de prata de sua antiga parte e com eles um fiel servidor teu... a Babel... Que eles venham e compareçam diante de mim! Esta carta de Hammurabi a Sin-iddinam foi conservada em um tablete de 9,37 cm x 5,31 cm, registrado no British Museum sob o número BM 23.130. Encontra-se em bom estado de conservação, apresentando, apenas, algumas lacunas no reverso da tábua, que, contudo, não comprometem substancialmente a leitura e interpretação do texto. A carta trata do pagamento de impostos atrasados, do recebimento de uma certa quantidade não mencionada de lã e do envio a Babel do chefe de um grupo de cinco. O assunto principal é, sem dúvida, o pagamento de tributos atrasados. As pessoas implicadas no atraso do pagamento são Sêp-Sin, o conhecido UGULA DAM.GAR.MES — em acádico wakil tamkãri — “chefe dos mercadores” de Larsa”? e Sin-mustal, o UGULA DAM.GAR.MES “chefe dos mercadores” de Ur. 100 A quantia em atraso é bem elevada. Sep-Sin deve aos cofres do palácio 1.800 GUR de cevada, o equivalente a 540.000 litros e 19 minas de prata, ou seja, o equivalente

a 9,5 kg. 101 Sin-mustal,

por sua vez,

atrasou a entrega de 1.800 GUR — 540.000 litros — de cevada e 7 minas — 3,5kg — de prata. Em uma primeira reclamação de Hammurabi a Sin-iddinam, este lhe respondera com a justificativa apresentada pelos dois chefes de mercadores: i-na ki-ma i-na-an-na e-bu-ru-um wa-ar-ki e-bu-ri-im i ni-il-li-ik: “Agora é colheita. Deixa-nos ir depois da colheita”. O rei aceita a justificativa dos chefes de mercadores. A permanência de Sêp-Sin e Sin-mustal, em Larsa e Ur respectivamente, durante o tempo da colheita era, sem dúvida, do interesse do palácio, já que esses dois funcionários eram os encarregados de recolher tributos e contribuições para o palácio no tempo da colheita. Mas agora que a colheita passara, Hammurabi exige que os dois funcionários venham

à sua presença para acertar as contribuições atrasadas.

99. Em n. 64 Sep-Sin =

uma carta a Samas-hazir (AO 8319) traduzida acima no aparece com o título UGULA DAM.GAR.ME& UD. NUGEI

“chefe dos mercadores de Larsa”, 100. Na mesma carta a Samas-hazir

(AQ

8319)

traduzida

acima

no n 63 aparece também o nome de Sin-mustal com o título UGU LA DAM. GAR.MES SES.UNUGEKI = “chefe dos mercadores de Ur”, 101. Na carta conservada no tablete BM 12.838 — traduzida acima no n.

14 — encontra-se também, uma reclamação contra a falt a de pagamento do resto da prata por parte do mesmo Sep-Sin.

66

N. 25 A Sirm-iddinam diz: assim (falou ) Hammurabi: Envio-te, agora, o funcionário “ababdúm” Zikir-iligt e o cavaleiro

Hammurabi-bâni

Embarca,

para

acompanhar

imediatamente,

as

as deusas

deusas

em

um

de Emutbal.

barco

(tipo)

“malallúm”, de modo que venham a mim em Babel. As “hkezretu” devem, também, vir a mim atrds delas. Embarca, para alimento das deusas, pão, cerveja e carneiros, como provisão de viagem, e (além disso) mantimentos para as “kezrêtu” que sejam suficientes até Babel. Contrata uma tropa que puxe as amarras (do barco) e uma tropa de elite, de modo que as deusas sejam conduzidas ilesas a Babel. Que elas não se demorem, antes cheguem a mim em Babel o mais depressa possível. O tablete de 9,06 cm x 5,31 cm inventariado no British Museum sob o número BM 23.131, em ótimo estado de conservação, apresenta uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam que trata do trans-

porte de algumas imagens 12 de deusas da cidade de Emutba] 103 Os dois

portadores

funcionários

da

carta

a

Zikir-ilisu

Sin-iddinam

são,

e Hammurabi-baâni,

provavelmente, enviados

os

a Larsa

na mesma ocasião da carta. A função de Ziki r-ilisu é descrita pelo sumerograma AB.AB.DU, 104 que cor responde ao acádico ababdim. 165 Não se conhecem, ainda, as atribuições específicas deste

funcionário. 106 Hammurabi-bãni

é um

RAÁ.GAB 107,

acádico , rakbâm 168: um título que indicava, prov avelmente, um mensageiro montado. 10º As imagens das deusas deviam ser, imediatamente, embarcadas em um barco tipo MÁ.L AL. O termo sumério MÁ. LAL 10 entrou na língua acádica so b a forma malallâm Il! e indi:

102. Sobre

as estátuas

de deuses na Babilônia, cf. J. Renger, art. Kultbild” em RLA, VI, p. 307-314, 103. Sobre a localidade Emutbal, cf. D. O. Edzard, art. “Jamutbal” em RLA, V, p. 2518; M, Stol, Studies, p. 63s. 104. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 329, n. 128, 34; R. Borger, Assyrisch-babylonisc he Zeichenliste, p. 93, n. 128.

106. Cf. CAD “A P, p. 2

65.

107. Cf. R. Borger, 206. Cf. também A. “108. 109. 110.

Borger

Assyrisch-babylonische Zeichenlis te, Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p.

Cf. W. von Soden, AHw, p. 947b. Cf. acima, p. 16. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexi kon,

Sumerisch-babylonische

111.

Cf. W.

von

Soden,

Zeichenliste,

AHw,

p. 59d4a;

67

D.

I, p.

92

CAD

no

“M”

315, 129)

1, p.

n.

p. 108, n. 429, n. 206,

122, 159.

71;

R.

cava um barco de carga. !? Juntamente com as imagens deviam viajar as “kezrêtu”. O termo acádico “kezertum” indica, certamente, uma sacerdotisa de classe inferior ligada ao culto dessas

deusas. Hº

Sin-iddinam

devia,

outrossim,

embarcar

NINDA



“pão” 1, KAS = “cerveja” 115 e UDU.NÍTA.HIA = “carneiros !!º como MÁ.GAR.RA = “provisão de viagem” 117, na realidade, oferendas para as deusas. Para as kezrêtu, ele devia, também,

providenciar alimentos suficientes para a viagem de Larsa a Babel.

Para maior segurança das imagens das deusas, Sin-iddinam devia convocar um ERIN” Sa-di-id aS-liim = “uma tropa para puxar as sirgas”, ou seja, uma tropa capaz de sirgar o barco em caso de necessidade, e um ÉRIN bé-eh-ra-am = uma tropa escolhida (?)” 18. Mammurabi termina sua carta ordenando que as imagens sejam trazidas a Babel o mais depressa possível.

N. 26

À Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires

esta minha tábua, envia à minha presença o cozinheiro Ilitukulti, subordinado de Apil-Samag, que serve junto a AN-piSin, chefe dos LU.SA.GAZ.

O tablete de 8,43 cm x 5 cm, com

dez linhas escritas no anverso

c apenas uma no reverso, inventariado no British Museum com o número BM 23.136, contém uma pequena carta de Hammurabi 112. Cf. A. Salonen, Die Wasserfahrzeugen in Babylonien nach sumerisch-akkadischen Quellen (mit besonderer Beriicksichtigun g der 4. Tafel der Serie Har-ra = hubullu). Fine lexikalische und kulturgeschi chtliche Untersuchung — St. Or 8/1V, p. 36s. 113. Cf. ]. Renger, Untersuchunven zum Priestertum in der altbabylonischen Zeit, ZA 58 (1967) 188 ; Cf. também CAD “K”, p. 314. 114. Cf. A. Deimel, Sumeriszches Lexikon, IV, p. 1096, Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, n. 205, n. 597.

n. 597,

5;

R.

115. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 445, n. 214, 36; R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 111, n. 214.

116. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 990, n. OST RT. 117. O sumerograma MÁ.GAR.RA, corresponde ao termo acádico magarrúm e significa a provisão necessária para uma viagem de navio. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 316, n. 122, 89; 'W. von Soden, AHw, p. 575a; CAD “M” I, p. 34, 118. Cf. a raiz acádica bahãrum significa “escolher” (cf. AHw, p. 117b). ERINam bé-eh-ra-am indicaria, pois, uma “tropa escolhida”, “uma tropa de elite”.

68

a Sin-iddinam. Nesta carta o rei ex ige que seu representante em Larsa envie à capital um MUHALD IM = cozinheiro 11º chamado Hi-tukulti. Maiores determinações pa ra a identificação desse homem são dadas nas linhas seguintes pelas formulações: ga qat 120 apíil“

UTU

UGULA

= “subalterno de Apil-Samag e &a it-ti “A N.KA.EN.ZU

LU.SA.GAZ.MES iz-za-az-zu: “que serve junt o a AN-pi-

Sin, chefe dos LU.SA.GAZ”. O sumerogram a LU.SA.GAZ levanta o célebre problema, ainda não definitivame nte resolvido, do LG. SA.GAZ = habiru. 21 O testemunho mais anti go da expressão suméria LU.SA.GAZ, que se conhece, data do perí odo protodinástico. 122 O termo sumério SA.GAZ expressa, desd e a época mais

antiga

da língua,

um

da etc. e determinado

ato de banditismo,

pelo

indicativo

um

assalto

de homem

à mão



arma-

indica,

em

geral, um “bandido”, um “vagabundo”. 23 Nas listas bilíngiies o seu correspondente acádico é, às vezes, habbatum = “salteador”, “bandido” 14

mas,

mais

Ireqiientemente,

corresponde

ao

termo

acádico habiru. !5 O termo habiru em acádico não é um indicativo etnológico, mas, como observa Bottéro, é um “n om d'etat” 1% e expressa uma condição social ínfima. 127 Em gera l era empregado 119. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenli ste, p. 69, n. 61. 120. Sobre a leitura de NÍG.SU como Sá qat para o período babilônico antigo, cf. ]J. Bottéro — A. Finet, Archives Royales de Mari, vol. XV, Répertoire Analytique des Tomes I à Va pa 92) 121. Cf. J. Bottéro, Le problême des Habiru à la IV ême Rencontre assyriologique internationale, Paris, 1954; ide m, art. “Habiru”, em RLA, vol. IV, p. 14-27; M. Greenberg, The Hab/piru, American Oriental Series 39, New Haven, 1955. Sobre a relação entre habiru e hebreus, cf. M. Weipert, Die Landnahme der israelitischen Stâmme in der neueren wissenschaftlichen Diskussion, Góttingen, 1967, p. 66-102. 122. Cf. Materialien zum sumerischen Lexiko n, vol. 12: The series lu = sa and related texts. Ed. by M. Civil, Roma, 1969, p. 12, 19a: 153. Os assiriólogos datam, em geral, o periodo proto-dinástico entre os anos 2.750 e 2.340 a.C. Cf D. O. Edzard em Fischer Weltgeschichte — Die altorientalischen Reiche I, p. 57-90, 123. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 2605, n. 104, 87. 124. Cf. W. von Soden, AHw, p. 304b, onde o termo é traduzido por “Rãuber”. Cf. também CAD Er p. 135: 125. Cf. a lista de referências elencadas por J. Bottéro em art. “Habiru”, RLA, vol. IV, p. 15-21. CE também M. Greenberg, The Hab/piru, p. lds.

126. Cf. ]. Bottéro, art. “Habiru”, RLA, vol. IV, p. 27. 127 CI. Bot téro,

art. “Habiru”,

RLA, habiru ne définit, de soi, dans tous les texts vol. IV, p. 27: “...le terme OU il est connu, qu'un genre de vie de vagabonds, de tuyards, de hors-la-loi, qui pouvaient rester en

69

para

designar

estrangeiros

e vagabundos,

que,

às vezes,

se orga-

nizavam em grupos c se colocavam a serviço de reis e governado-

res como tropas auxiliares ou como

de trabalho. 18 Os

LUÚ.SA.GAZ.MES

empregados desta

carta

para outros tipos parecem

formar

um grupo ou equipe de trabalho, já que estão sob a chefia de An-pi-Sin, aqui intitulado UGULA LU.SA.GAZ.MES = chefe dos LU.SA.GAZ.

N. 27 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Dã a Ubalaninamhe noventa soldados da tropa que (está) na redondeza de Ur para o novo barco de carga de 75 GUR, que foi construíido. Envia-me, também, a lista (com os nomes) dessa tropa que dards para o barco de carga, para que sejam riscados da lista dos “redi?”. Neste tablete

de 8,43 cm x 5 cm conservado

no British

Museum

sob o número BM 23.144 encontra-se uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam, em que ordena a transferência de noventa soldados estacionados nas redondezas de Ur para um barco recémconstruído. Esses noventa homens devem ser entregues a um tal Ubalani-namhe, provavelmente o comandante do novo barco. O sumerograma MÁ.NI.DUB descreve o tipo do barco que foi construído. 12 A leitura do sumerograma, em si, tanto pode ser MÁ. NI.DUB como MÁ.i.DUB.!3%0 W. von Soden assume a leitura MÁ.NI.DUB e apresenta como correspondente acádico o termo maniduppum com o significado mais geral de “barco de carga”. 1º! Esse novo barco de carga tem a capacidade de 75 GUR. Como marge des sédentaires, en razzia ou en guerre contre eux, ou bien payés par eux pour en attaquer d'autres ou qui pouvaient aussi se refugier parmi

eux et y chercher une modeste place au bas de !echelle sociale”. 128. Cf. ]. Bottéro, art. “Habiru”, em RLA, vol. IV, p. 24s. Cf. também O. Loretz, Habiru-Hebrãer. Eine sozio-linguistiche Studies iúúber die Herkunit des Gentiliziums 'ibri vom Appellativum habirii. BZAW 166, Berlim, 1984, 129. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 314, n. 122, 50. 130. Cf. R. Borger, Assyrisch-Babylonische Zeichenliste, p. 91, n. 122.

131. Cf. AHw, p. 603 — Cf. também A. Salonen, Die Wasserfahrzeu-

gen in Babylonien nach sumerisch-akkadischen Quellen (mit besonderer rúcksichtigemg der 4. Tafel der Serie HAR-ra = hubullu), p. 35s.

TO

Be-

o GUR correspondia no período babilônico antigo a 300 litros 122 o novo barco teria, portanto, uma capacidade de 22.500 litros. 133 A carta termina com a determinação de Hammurabi que seja enviada ao palácio uma lista com os nomes desses homens ced idos a Ubalani-namhe para que esses nomes sejam cortados da lista dos soldados “redúm”,. N. 28

À Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: O pastor MárUrim tem consigo 300 GUR de cevada, (para indenização ) pela perda entre as vacas, que estão sob a sua responsabilidade. Designa funcionários “Satammu” e eles devem receber a cevada, que Már-Urim lhes dará. Carrega um navio de carga vazio (com a cevada) e manda trazer-ma em Babel. Esta carta de Hammurabi a Sin-iddinam foi conservada no

tablete de 7,81 cm x 4,68 cm, inventariado no British Museum sob o número BM 23.145. Ela trata de uma indenização pel a perda

de vacas de propriedade do palácio. O funcionário punido chama-se Már-Urim, sua profissão é expressa pelo sumerograma U.TUL 13, que entrou na língua acádica com a forma utullu m. 135 Este termo não indica um simples pastor, mas uma espécie de pastor-chefe, responsável por um número determina do de animais.

Este funcionário deve pagar 300 GUR de cevada, que equivale a JO mil litros. Os 300 GUR de cevada devem ser pagos ki-ma

LAL.U ÁB.GU,.HL.A ga qá-ti-Su traduzido acima, aproximadamente por “para indenização pela perda entre as vac as que estão sob a sua responsabilidade”. De fato o termo sumério LALU signífica

“um deficit ou perda que deve ser indenizado”. 136 O recolhimento

132. Cf. F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des SamS-Hazir, p. XI; R. Borger, Assyrisch-Babylonische Zeiche nliste, p. 89, n. 111. SE 133. Cf. E. Bouzon, As Leis de Eshnunna, p. 58s, no comentário ao 134. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 550, n. 318, 171: R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 130, n. 318. 135. Cf. W. von Soden, AHw, p. 14 45b, onde o termo é traduzido por “Oberhirt”. 136. Cr. A. Deimel, Sumerisches Lexiko n, IV, p. 935, n. 4582, 19; R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste,

182, n. 481, onde traduz a expressão LAL.U por “...zu ersetzender Fehlbe trag”. Quanto ao correspon-

dessa cevada

deve ser teito pelos

Satammu. PB? No

fim

da

carta,

funcionários

Hammurabi



de administração

mais

um

detalhe

para a execução de sua ordem. À cevada recolhida pelos Satammu deve ser carregada em um barco de carga do tipo MÁ.NI.DUB 138 que no momento esteja livre e o barco deve zarpar para Babel. N. 29

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Em relação a Apil-Amurrum, filho de Silli-Amurrum, subordinado a Etel. pi-Marduk, cujo campo, no sorteio, caiu para Nabium-Málik. e que te falou da seguinte maneira: “Ou entregam-me juntamente com meu campo sujeito a tributo a Nabium-Mailil ou devem devolver o meu campo sujeito a tributo a Etel-piMarduk!” [segue uma lacuna de + 6 linhas... (J O homem seguirá o seu campo! Dá Apil-Amurrum a NabiumMalik e ele deve

trabalhar,

como

de costume,

o seu campo

sujeito a tributo, que no sorteio caiu para Nabium-Malik. Dos colonos que estão à sua disposição, Nabium-Malik deve dar um colono em substituição a Apil-Amurrum. no

O

tablete BM 23.147, de 843 cm x 2,62 cm, que se encontra British Museum, conservou uma carta de Hammurabi a Sin-

iddinam, em que o rei trata da queixa de um ENSÍ

=

iSgakkum

p. 1199a. Cf. também MSL

12, p. 98,

chamado Apil-Amurrum, filho de Silli-Amurrum. 3? Em uma redistribuição de campos de propriedade do palácio, um campo tipo A.SA.GUN, que Apil-Amurrum cultivava, saiu das mãos de seu superior imediato Etel-pi-Marduk e caiu, por sorteio, para Nab iumMalik, um outro chefe dos isgakku de Larsa, 149 Mas Apil-Amurrum continuou sob a direção de Etel-pi-Marduk e por isso teve de DR

S.

ra =

137. Cf. W. von Soden, AHw,

138. Sobre o barco tipo MA.NI.DUB,

139. Sobre a equação ENS = iSsakkum, cf.cf a carta BM 23.144, n. 27. MSL 5: The series HARhubullu. Tablets 1-4, p. 51, 10. A

traduç W. von Soden AHw, p. 398b. Sabe-se que no ão “colono” foi sugerida por tempo de Hammurabi era um funcionário público empregado na agricultura. 140. A frase do reverso do tablete: “Nabium-mãlik deve dar i-na ENSI.MES Sa qá-ti-Su (dos

iSSakku que estão à sua dispos ição) um iSSakku como substituto de Apil-Amurr um”, mostra claramente que Nabium malik dispunha de vários issakku como subalternos seus.

72

abadonar

o seu

campo.

Ele

recorre,

então,

a Sin-iddinam,

repre-

sentante de Hammurabi em Larsa, pedindo-lhe que ou o entregasse juntamente com o campo a Nabium-Malik ou devolvesse o campo

a seu

superior

Etel-pi-Marduk.

Sin-iddinam,

porém,

não

atende

o

pedido de Apil-Amuurrum e, por isso, este recorre ao rei. A expressão suméria A.SA.GUN corresponde ao acádico egel biltim 141, cuja tradução “campo sujeito a tributo” é, apenas, aproximada. O campo “biltum” indica, como mostraram os estudos de M. de J. Ellis, um campo que está sob a autoridade imediata da admi-

nistração centrall?2 e é trabalhado por funcionários do palácio, os nãst biltim. 14º No tempo de Hammurabi sabe-se que, em Larsa, Etel-pi-Marduk e Nabium-Malik eram os funcionários superiores dos iSSakku. 14 O ENSÍ = issakku 145 não tinha, conforme o testemunho dos textos do período babilônico antigo encontrados pela arqueologia, no norte e sul da Babilônia, as mesmas atribuições. 14 No sul, durante o reinado de Hammurabi, o seu lugar na hierarquia

de funcionários agrícolas norte da Babilônia. 147

parece

ter sido

mais

baixa

do que

no

No fim do anverso do tablete há uma lacuna que o tor na ilegível. No reverso é comunicada a decisão de Hammurabi. O rei argumenta a partir do princípio: a-wi-lum-ma wa-ar-k [i A.LSA-Su] iilla-ak... “O homem seguirá o seu campo” formulado logo no início do reverso do tablete. Por isso o iSS akkum Apil-Amurrum deve ser entregue a Nabium-Malik, o novo responsável pelo campo. Sob a responsabilidade desse novo chefe, Apil-Amurrum deve 141. Sobre

a equação

56; III, p. 152, 367.

142. potamia, p. 143. e -

A.SA.GUN

Cf. M. de J. 26s. Cf. M, de J. er E de J. Ah. Jacobsen,

Ellis, Agriculture

Cf.

bem

=

egel

and

biltim.

the State

Cf. MSL

I, p. 50,

in Ancient Meso-

Ellis, ibidem, p. 26. Ellis, ibidem, p. 46-52. em “Early Political Development in Mesopotamia” ZA 52 (1957) 1235 aventa a hi pótese que ENSÍ deriva da ex pressão E si-ak “manager of arable lands”. 146.

o estudo

documentado

sobre

esta

diferença

em

M.

de

e os comentários a esses textos nas Pp. 38-46. Do estudo do material existente M. de J. Ellis em Agriculture and Sta te p. 40 conclui: “The iSSakku's in southern Babylonia at the time of Hammurapi appear to have been of relatively lowly rank within the hierarchy of agricultural officialdom. The situation

was

or so later”.

homewhat

different in the northern

73 e tata tania tati

»

4

44

a

Pri

qd

ae

Ê

tl

)

ts!

k

1]

dtoda

Babylonia

of a century

trabalhar o seu antigo campo. Mas para compensar a perda de Apil-Amurrum, o antigo chefe Etel-pi-Marduk receberá de NabiumMalik um outro iSSakkum,

N. 30 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, escreve que sejam conduzidos a ti todos os funcionários “Satammu” dos templos e Warad-Samas, filho de Eribam, pastor do templo de Samas, que (são) da tua provincia, juntamente com o seu completo ajuste de contas. Envia-os, (então) a mim a Babel para que apresentem o seu ajuste de contas. Que viajem dia e noite para que possam chegar a Babel dentro de dois dias. No tablete BM

23.148, de 8,75 cm x 5 cm, conservado no British

Museum, encontra-se uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam, na qual o rei exige de seu representante em Larsa que envie a Babel os funcionários de administração “Satammu” dos templos existentes na província de Larsa e ainda Warad-Samaé, filho de Eribam, que exerce a tunção de SIPA = “pastor” 148 dos animais do templo do deus sol Samas. O motivo da presença desses funcionários na capital é apresentar o seu NÍG.KA, ao palácio. O termo sumério

NÍG.KA, 14º, que

tem

como

correspondente

acádico

a

palavra

nikkassum 150, indica o balanço de contas de uma administração. Hammurabi convoca, pois, esses funcionários ao palácio, para que eles apresentem à administração central as contas de suas administrações. E Hammurabi tem urgência nessa prestação de contas, pois exige que eles viajem mu-Si ú ur-ri = “noite e dia” e cheguem a Babel dentro de dois dias. Deve-se, aqui, levar em consideração que a distância entre Larsa e Babel era de mais de duzentos quilômetros.

148. O termo sumério SIPA corresponde ao acádico reim — CE A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 507, n. 295m; Cf. também W. von Soden, AHw, p. 977a. 149. Sobre

a leitura dos sinais cuneiformes

NÍG.SID

como

NÍG.KA

o Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 207, n. 597. 150. Ci. W. von Soden, AHw, p. 789a, onde o termo nikkas sum é traduzido por “Abrechnung”. Em CAD “N” IH, p. 223, o termo é traduzido por “account, accounting, account record”.

74

N. 31 A Sin-iddinam diz: assim (falou) FHammurabi: Escreve aos comandantes dos barcos de carga de tua província que, a fim de chegar a Babel com seus barcos no dia 30 do mês de Addaru, eles devem medir (os carregamentos), assumir o comando de todos os seus barcos e chegar no dia 30 do mês Addaru em Babel. Presta, alem disso, ajuda aos comandantes dos barcos de carga. Onde quer que seus barcos de carga estejam encalhados e não possam sair, eles devem tirá-los (para terra). Eles não devem perder o prazo, que eu te es-

crevi!

Esta interessante carta de Hammurabi

a Sin-iddinam

foi con-

servada em um tablete de 8,43 cm x 5 cm, de argila cozida, inventariado no British Museum sob o número BM 23.152. Na carta,

Hammurabi ordena que seu representante em Larsa envie a Babel todos os comandantes dos barcos de carga do tipo MÁ.NLDUB. 51

Eles devem estar em Babel, com seus barcos, no dia 30 do mês Addaru, o último dia do último mês do ano 152, portanto na

véspera da festa do Ano Novo. !3 Note-se aqui a formulação da frase acádica ki-ma... a-na KA.DINGIR.RAEI sá-na-qí-im com Oo uso do infinitivo para indicar uma finalidade: 14 “que... a fim de chegar a Babel...” A forma verbal li-ma-ad-di-du-ma não foi levada em consideração na tradução de R. Frankena. 155 Trata-se de uma forma precativa 15, 3º pessoa do plural, do verbo madádum = medir”. 7 A tradução da forma li-ma-ad-di-du-ma é, pois, “eles devem medir”, subentende-se, aqui, sem dúvida, a carga dos navios. 158 Sin-iddinam deve prestar toda ajuda necessaria para que os navios possam realmente chegar a Babel no prazo marcado. Se algum barco encalhar e não houver possibilidade de continuar a viagem, li-Se-lu-nim-ma — uma forma preca151. Sobre o barco de carga do tipo MÁ.NI. DUB acima no comentário à carta, n. 27, p. 475 . am Re 152. Cf. H. Hunger, art. “Kalender”, em RLA, V, p. 300s. sa Cr. E Dhorme,

a p-

P.

Les

Religions

de

Babylonie

154. Cf. W. von Soden, GAG, p. 20 4 8 150h. 155. Cf. R. Frankena, Briefe aus dem Britis h

et

Museum,

di

d'Assyrie,

Leiden,

156. Cf. W. von Soden, GAG, p. 105 8 81. 157. Cf. W. von Soden, AHw, p. óTla ; CAD “M P, p. 5s. ai Cf. W. von Soden, Bibliotheca Orientalis 24 (1967) 334;

75

1

p.

1966 É

AHw ;

tiva do causativo, 3º pessoa do plural ventivo do verbo elim —. eles devem tirar (para terra) esse barco 1º e arrastá-lo por terra

até poder

ser recolocado

na água.

E a carta

termina

repetindo

recomendação: a-na ha-de-nim Sa a$-pu-ra-ak-kum la ú-la-ap-patu-nim: “Eles não devem perder o prazo que eu te escrevi!”

a

N. 32 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha

tábua,

Nanna-Zimansi...

envia-me

a Babel

o cavaleiro

Jbni-Sin,

Taribum, Sin-mágir, irmão de. . -» Aplum,

filho de Simti-..., Abiatum, filho de la... e Sin-iSmeani, filho de ...-muballit. Que eles compareçam diante de mim. Mas quando (os) enviares, não os envies juntos; envia-(os ) isoladamente, cada um por si.

Nesta carta de Hammurabi a Sin-iddinam, co nservada no tablete de 8,43 cm x 5 cm, inventariado no British Muse um sob o número

BM 23.153, o rei exige o envio a Babel de vár ios funcionários. Infelizmente o anverso do tablete está bastan te danificado de modo que não se pode ler todos os dados de identi ficação dos funcionários citados a comparecer diante do rei. Apenas do primeiro funcionário mencionado, Ibni-Sin, vem me ncionada a sua profissão pelo sumerograma RÁ que certamente deve ser complementado na lacuna com o segundo elemento GAB. E o sumerograma RÁ.GAB indica um cavaleiro que exerce as funções de mensageiro. 199 O reverso do tablete está melhor conser vado. Aqui, na linha 15 da carta o rei proíbe terminantemente: à i-n a tá-ra-dika 1 m[i-i]t-ha-ri-is 162 la ta-tar-ra-da-as-Su-nu-ti- “Ma s quando (os) enviares, não os envies todos juntos”. E determina, então, a

maneira de enviá-los: a-he-e 13 a-wi-lam a-na ra-ma-ni&uy 164 tu159. Cf. W.

von

zida por “ihre Schiffe

Soden,

AHw,

auís Land

p. 209a,

holen”,

onde

a expressão

é tradu-

160. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenli ste, p. 108, n. 206. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 947b — Cf. acima o comentário à carta n. 9 (BM 12.829).

161. Sobre o sentido temporal da construçã o ina + infinitivo, cf. W. von Soden, GAG, p. 203, S 150g. 162. Sobre o emprego de mitháris co m o significado de “allesamt”, cf. W. von Soden, AHw, p. 662a. Cf. também CAD “M ID”, p. 132s. 163. Sobre o emprego de ahi com o significado de “getrennt voneinander”, cf. W. von Soden, AHw, p. 202. Cf. também GAG - 175, 8 1207. É 164. Cf. W. von Soden, AHw, p. 949h, é ag

76

ur-dam: “Envia-(os) isoladamente, cada um por sil” Não se conhecem os motivos que levaram o rei a convocá-los à sua presença. Pelo contexto parece que o rei quer submetê-los a algum tipo de interrogatório. Desta maneira pode-se entender melhor a recomendação final do rei. Ele quer evitar que esses funcionários

possam combinar suas levados juntos a Babel.

respostas

durante

a viagem,

caso

sejam

N. 33 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, escreve (ordenando) que Abiyatum, filho de Hi-gimlanni, um cidadão de Kasipânu, que pertence aos

wedútum, Inbi-ilisu, filho de Apil-ilisu, um cidadão de Gubrum, às margens do canal Edinna, que pertence aos funcionários “gerseggii”, Ili-ippalsam, filho de Adad-rabi, cidadão

de Aham-niita, que pertence à cidade de Larsa, — [três homens] do chefe Imgur-Enlil, lli-ippalsam, filho de Silli-

Amurrum, um cidadão de Aham-nita, que pertence à cidade de Larsa, membro do grupo dos “bark”, Etel-pi-IStar, filho de Sin-itiram, um cidadão de Zaginum, subalterno do chefe. Nabi-Sin, Ili-eribam, filho de Sili-Amurrum, um cidadão de Girni-isag, Inbi-ilisu, filho de Hisum, um cidadão de Enlil-garra, Ii-bani, filho de Mannum-mãhirsu, um cidadão de Larsa,

três homens

grupo dos colonos —

do chefe Belakum,

(ao todo) 8 ÉRIN



4 membros

do

de tua província,

que não compareceram a seus postos, esses homens sejam conduzidos a ti! Faze-os conduzir, sob custódia, «a mim em Babel. |

- Este tablete de argila: cozida, com 8,43 cm x 5 cm, conservado no British Museum sob o registro BM 23.154 contém uma carta

de Hammurabi

remoção a Babel

a Sin-iddinam,

na qual o rei ordena a prisão e

de oito funcionários relapsos. Os

pertencem ao grupo que tem como UGULA

três primeiros

= waklum = chefe 165

um cidadão chamado Imgur-Enlil. O primeiro deles, Abiyatum, filho de Ii-gimlanni, é apresentado como pertencente ao contin-

gente

dos

165. von Soden, | 166. significado

wedútum. I6

Como

nota

M.

Birot,

embora

o

termo

Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 495, n. 295, 4; W. AHw, p. 1456a. W. von Soden em AHw, p. 1495a registra o termo quer com o “einzeln eingesetzt”, quer como “herausgehaben, hochgeste llt”.

77

apareça

muitas vezes

é possível

determinar

na literatura administrativa

as funções

deste

grupo

de

da época,

não

funcionários. 167

O segundo, Inbi-ilisu, é apresentado como membro do grupo dos GIR.Si.GA. O termo sumério GIR.SI.GA entrou na língua acádica com a forma gersegqâm 18 e indica um funcionário do palácio ou de um templo 1º, mas não se conhece a função específica desse funcionário. 0 Do terceiro funcionário, Ili-ippalsam, filho de Adadrabi, não

cionário

é mencionado

mencionado,

nenhum

título

Ili-ippalsam,

profissional.

filho

O quarto

de Silli-Amurrum,

fun-

é um

sacerdote da classe dos MÁS.SU.GÍD.GÍD. "1 O MÁS.SU.GiD. GíD sumério corresponde ao bãri acádico 172 e indica o sacerdote encarregado da divinação pela observação das entranhas dos animais sacrificados. 13 Os quatro últimos funcionários citados pertencem à administração agrícola e são ENSÍ = iSSakku 174 de

dois grupos diferentes. O iSSakku Etel-pí-IStar era do grupo sob a chefia de Nabi-Sin. Os outros três, Ili-eribam, filho de SilliAmmurum, Inbi-ilisu, filho de Hisum e Ili-bâni, filho de MannummahirSu eram iSSakku do grupo chefiado por Belakum. A acusação contra esses funcionários está resumida na frase: Sa a-na ma-azza-as-ti-Su-nu la il-li-ku-nim “que não compareceram a seu posto. Eles devem, pois, responder diante do rei pela acusação de ter 167. Cf. M. Birot, Tabblettes d'Époque Babylonienne Ancienne, p. 132, onde comenta o termo: “On y a vu en général des “isolés” ne faisant pas partie d'unités encadrées, on encore des “notables” jouissant vis-à-vis du Palais d'une certaine indépendence, bien qu'en fait ils se visent attribuer des champs alimentaires en échange desquels ils devaient certainement au Palais un certain “service” (ilkum), qui pourrait précisement etre un service militaire”. 168. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 851, n. 444, 43. 169. Cf. W. von Soden, AHw, p. 285b, onde o termo é registrado com O significado bem amplo de “ein Bediensteter des Kônigs u. von Tempeln...”. 170. Em traduções mais antigas costuma-se encontrar o termo GiR. Si.GA = gerseggâm traduzido como “eunuco”, mas o uso do termo nos textos cuneiformes conhecidos não permite esta tradução. Em Bibliotheca Orientalis 24 (1967) 334 W. von Soden observa com razão: “Die gersegqgâm genannten Hóflinge bzw. Palastangestellten waren gewiss keine Eunuchen!” 171. Cf. A. Deime. Sumerisches Lexikon, 1, p. 174 n. 76, 23.

172. Cf. W. von Soden, AHw, p. 109b; CAD “PB” p. 121s,

173. Cf. J. Renger, “Untersuchungen zum Priestertum in der altbabylonischen Zeit, ZA 58 ( 1967), p. 110s e 59 ( 1968) 174. Sobre o funcionário ENSÍ = iSSakkum, cf. M. de 9s. J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia 39-45 Cf. também o que SE foi dito acima no comentário à carta BM 23.1 47

78

faltado a seus compromissos profissionais. No fim da carta, Hammirabi determina como esses funcionários devem ser trazidos à Babel: ma-as-sa-ri Su-uk-na-aS-Su-nu-$i-im-ma a-na KA.DINGIR.

RAK!

sSu-ri-a-aS-Su-nu-ti,

guardas

e faze-os

conduzir

cuja

tradução

à Babel”,

literal

é:

“coloca-lhes

N. 34 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Em relação a

Siun-ilt, um colono subalterno de Taribatum, que tu inscreveras entre os “redú”, eu te escrevi para que o entregasses como colono a Taribatum. Mas tu (disseste) o seguinte: “Porque seus filhos são apropriados, eu os inscrevi entre os “redk”, Assim tu me escreveste e enviaste à minha presença esse Sin-ili. Esse Sin-ili foi conduzido à minha presença, eu exami-

nei a sua questão e (concluí que) seu posto permanente é colono. Além disso consultei Lú-Ninurta e Lú... e como Lú... O próprio Sin-ili por sua boca, confirmou que seu posto permanente é colono. Por que incorporaste aos “redi?” membros do grupo dos colonos? Isto que fizeste, não está certo! Não deves tornar a incorporar aos “redi?” membros do grupo dos colonos, cujo posto permanente é colono! Eu dei esse Sin-ili a Taribatum como colono. Incorpora aos “redi”, como substituto de seus filhos que tu inscreveste entre os “redit”, outros (homens). Neste

tablete

de

8,12cm

x

5,31 cm,

inventariado

no

British

Museum sob o número BM 23.159, foi conservada uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam, que nos fornece interessantes detalhes para obter uma melhor compreensão da natureza do funcionalismo no tempo da primeira dinastia babilônica. O anverso do tablete apresenta

algumas

lacunas,

que,

contudo,

não

impedem

a com-

preensão do texto. Na carta, Hammurabi repreende seu representante em Larsa por este ter convocado para o serviço militar entre os “redú”, um homem chamado Sin-ili, que o rei tinha destinado como ENSI = iSSakku 5 ao chefe Taribatum. Como se pode deduzir do início desta carta, Hammurabi já escrevera anteriormente a Sin-iddinam, com a ordem de devolver Sin-ili a Taribatum. 175. O ENSÍ riores. A tradução

p. 398b.

Cf.

Mesopotamia,

também

= iSsakku já foi estudado acima em outras cartas ante“colono” foi sugerida por W. von Soden, em AHw, M.

de J. Ellis,

p. 39s. Cf. CAD

Agriculture

“I/]”, p. 2625.

79

and

the

State

in

Ancient

Mas Sin-iddinam não seguiu a determinação de Hammurabi e justificou seu agir alegando um motivo, que não aparece muito claro. Hammurabi o repete na sétima linha desta carta: DUMU.MES-Su ta-ar-su-ma 16 a-na UKU.US.MES as-tú-ur-Su-nu-ti:

“Porque seus filhos são apropriados, eu os inscrevi entre os redt”. O motivo parece, pois, ter sido o fato de os filhos de Sin-ili serem idôneos para o serviço militar. Para melhor fundamentar sua posição, Sin-iddinam envia à presença do rei o próprio Sin-ili. Mas ao examinar acuradamente a questão, Hammurabi chega à conclusão: du-ur-Su ENSÍ “seu posto permanente é issakku”, E não se pode transterir alguém com emprego fixo, O rei repreende Sin-iddinam severamente: a-wa-tum an-ni-tum ãa te-pu-Su ú-ul na-tá-a-at. “Isto l7 que fizeste, não está certo!” Além disso determina categoricamente: la ta-ta-ar-ma DUMU.MES ENSÍ.MES Sa du-úr-Su-nu ENSÍ.MES a-na UKU.US.MES la tu-ma-al-la. “Não deves tornar a incorporar aos “redã” membros do grupo dos iSSakku, cujo posto permanente é issakku”. Esta parte final da carta parece mostrar, que a função do issakku era hereditária. Sin-ili era iSSakku, seus filhos, também, deviam seguir seu pai nos trabalhos agrícolas do iSSakku. Para substituir os filhos de Sin-ili no serviço militar, Sin-iddinam

N. 35

E

ES

-

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, prepara roupas GU, mantos, turbantes, sapatos, recipientes de couro e óleo para a tropa sob as ordens de Imgur-Enlil e Adadnisu e envia-me. Que eles partam e cheguem a mim dentro de dois dias.

Did io

Sta EE

devia alistar outros homens.

O texto conservado

neste

tablete

de 8,75 cm

x 5 cm,

com

treze

linhas escritas, apenas, no anverso da tábua, que hoje se encontra no British Museum sob o número BM 23.337, é uma pequena carta de Hammurabi a Sin-iddinam, na qual o rei encarrega Siniddinam de reabastecer as tropas sob o comando de Imgur-Enlil e Adad-niSu. O determinativo TUG 178 que precede os três pri176. O termo tarsu II é traduzido por W. von Soden, AHw, p. 1331b, por “richtig”, “angemessen”. “esta

1717. A ação”.

tradução

literal

de

a-wa-tum

an-ni-tum

é “ esta

palavra”

ou

178. Cf. R. Borger, Assyrisch-babyloni sche Zeichenliste, p. 187, n. 536.

80

meiros sumerogramas GU, GÚ.E e BARS.SI indica que se trata de três peças de vestimenta. O significado exato do termo sumério GU é desconhecido. 17º O sumerograma GÚ.E 130 corresponde ao acádico nahlaptum e indica, sem dúvida, uma espécie de manto, 131

O

terceiro

tipo

de

vestimenta

é expresso

sumerograma

E.SÍR

pela

palavra

suméria

BAR.SI 82, que tem seu correspondente acádico no termo parsigum c expressa uma espécie de pano de cabeça ou turbante. 183 O deter-

minativo

KUS

do

mostra

tratar-se

de

um

objeto de couro 18º e corresponde provavelmente ao acádico génum

= sandália, sapato. 188 A palavra acádica, indica um recipiente de couro. 186 O último denciado por Sin-iddinam é expresso pelo

que segue, maglâm, género a ser provisumerograma 1.GIS

que corresponde provavelmente ao acádico ellum e indica o óle o de sésamo necessário para a alimentação e para as unções. 17

A carta termina com a recomendação de que os portadore s dessa provisão deviam partir imediatamente e chegar a Babel dentro de dois dias.

N. 36

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: convoca os homens que possuem campos à margem do canal Da manum. Eles devem dragar o canal Damanum. Ainda neste mês eles devem terminar a dragagem do canal Damarum. 119. A. Deimel em Sumerisches Lexikon, 1, p. 271 , n. 106, 34, traduz vagamente por

“e. Kleid”. 180. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 278, n. 106, 163. 181. Cf. W. von Soden, AHw, p. 715, onde o ter mo é traduzido por “Gewand, Mantel”; Cf também CA D “N I”, p. 138s. 182. Cf. A, Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 163, n. 74, 243. 183. Cf. W. von Soden, AHw, p. 836a. 184. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 19; R. Borger, Ass yrisch-babylonische Zeichenliste, pr o8 m. “7: 189. Sobre a equação E.SÍR = See-nu, cf. MSL 7: The Series HARra = hubullu,

Tablets

8-12s,

traduz o termo acádico Sênum

n. 117-119.

WW. von

por “sandale,

Soden,

em

AHw,

p. 1213b,

uh”. 186. Cf. W. von Soden, AFw, p. 628a, Sch onde maslúm é traduzido por “Ledereimer”. Cf. também

CAD “M I”, p. 380, sub voce mailim A. 187. A equação i.GIS = el-lu é confirmada em MSL 7: The series HAR-ra = hubullu. Tablets 8-1 2, p. 83,135, 88,230. W. von Sod duz “E”en p.tra106, CAD Cf. O1”. Sesam) “(gutes por II ellum acádico o termo sub voce ellu B.

81

O tablete BM 25.071, de 7,5 cm x 4,68 cm, em perfeito estado de conservação, transmite-nos o texto de uma pequena carta de Hammurabi a Sin-iddinam, de apenas onze linhas escritas no

anverso do tablete. Nesta carta Hammurabi ordena que Siniddinam convoque tedos os cidadãos que possuem campos à margem do canal chamado Damanum. Na quarta linha do texto é usado o sumerograma PA; Iê que, como os seus correspondentes acádicos atappum !ºº, palgum 20 e pattum ?!, significa um canal de irrigação. 12 A finalidade desta convocação é descrita na sétima linha: PAs da-ma-nu-um li-ih-ru. 23 “Eles devem dragar o canal Damanum”. O Código de Hammurabi nos 88 53-56 mostra claramente a responsabilidade daqueles que têm seus campos nas margens dos canais de irrigação. t+ E Hammurabi é taxativo em sua ordem: os trabalhos de dragagem devem terminar no mês em que a carta toi enviada. N. 37

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Que se encontrem para ti árvores “kusabku” para cabo dos “maggãru” destinados aos trabalhadores de metal em Bad-tibira ou onde quer que eles estejam. Que te sejam cortadas 7.200 grandes arvores

kusabku

de

1/3,

1/2

até

1 ga de

madeira

e de 2,

S até 4 KUS de comprimento. Devem colocar 300 árvores “kusabku”, de cada vez, em um barco de carga e transportar

de Satul... para Babel. Entre as árvores “kusabku” que eles cortarem, não devem cortar árvores que estejam mortas na sua floresta. Que eles cortem árvores verdejantes. Essas

árvores “kusabku” devem ser trazidas, o mais depressa possivel, para que os trabalhadores de metal não fiquem sem trabalho. 188. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 113, n. 60, 56; R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 69, n. 60. 189. Cf. MSL 5: The series HAR-ra = hubullu. Tablets 1-4, p. 67, 209-210. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 86b. 190. Cf. MSL 2: Ur-e-a = nãpu p. 130, 11 para a equivalência

PAs = pa-al-gu-(um). 191. Cf. MSL

2:

Cf. também W. von Soden, p. 815b. Ur-e-a

=

nâpu

p.

130,

12

para

PA; = pa-at-tum. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 848b.

a

equivalência

Ee de artigo esanalisatioa” de M. Stol em RLA, V, p. 356s. 195. o Sobre o oro significado do verbo herúm, cf.ft. W. W. von Soden, AHw, Q 194. Cf. E. Bouzon,

O Código

de Hammurabi,

82

p. 42s.

O texto cuneiforme da carta de Hammurabi à Sin-iddinam, acima traduzida, foi conservado em um tablete de argila, 8,75 cm x 5 cm,

inventariado

no British Museum

sob o número

O rei encarrega, aqui, o seu representante

BM

25,234.

em Larsa, Sin-iddinam,

de providenciar 7.200 árvores do tipo GIS.AB.B A. 155 0) sumerograma GIS.AB.BA correspondente ao acádico ku Sabkum 1% e indica uma árvore da família das acácias. 17 Na quarta linha da carta é descrita a finalidade dessa madeira pela expressã o a-na Si-ki-ir ma-aq-qá-ri a-na qá-at TIBIRA.MES. A dificu ldade maior para

a compreensão

desta

frase

está,

sem

dúvida,

no

significado

da palavra acádica maqgãrum. W. von Soden, em AHw, a reg istra

com a significação vaga de “ein Werkzeug?” 198 portanto um a ferramenta de trabalho, sem maiores especificações . O termo Sikrum indica o lugar de pegar um objeto, isto é: o cab o. 19 A expressão acádica Si-ki-ir ma-aq-qá-ri deve, pois, signif icar o cabo desse instrumento de trabalho chamado maqgarum. O sumerograma TIBIRA formado dos sinais cuneiformes URUDU20 e

NAGAR 21 indica aquele que trabalha o metal. 22 A madeira sol i-

citada por Hammurabi destinava-se, pois, à manufatura de cabos para os instrumentos maqqârum dos trabalhadores de metal. Hammurabi especifica em sua carta as medidas que a madeira deve ter para poder ser aproveitada. As árvores cortadas devem ser Si-hu-tim, grandes, adultas conforme o significado do adjetivo Sihum. 203 E na décima e décima primeira linhas da carta são especificadas

as

medidas:

| SILA de madeira. 195.

cada

A medida

Cf. A. Deimel,

árvore

deve

ter

1/3,

1/24

enate

de capacidade suméria SiLA, cujo

Sumerisches

Lexikon,

II, p. 328,

n.

128,

16. 196. Cf. W. von Soden, AHw, p. 5l6a. Cf. tamb ém MSL 5: The séres HAR-ra = hubullu. Tabets 1-4, p. 105 , 154; CAD “K”, p. 597. 197. Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 123. ne Cf. W. von Soden, AHw, p. 607. CAD “M” 1, p. 253 traduz por “chisel”.

199. Cf. W. 200. Cf. A.

O significado nativo

von Soden, AHw, p. Deimel, Sumerisches

primitivo

do sinal

1235a. Lexikon,

URUDU

indica objetos de metal. MOI. MST, AS Deimel, Sumerische s

II,

é “cobre”.

Lexikon,

p.

Mas

335,

n.

como

Ss

determi-

II, p. 1035, n. 560. 202. O sumerograma TIBIRA co rresponde ao termo acádico qurq urrum. Cf. W. von Soden, AHw, p. 929. Cf. ta mbém MSL 12: The series lu = sa and related texts, p. 229, 8. 203. Cf. W. von Soden, AHw, p. 123a, onde o termo Sihum é registrado com a tradução “hoch”, langgewa chse

n”.

dd

i

rat

83

correspondente acádico é quim, equivale a um litro. Êo Quanto ao comprimento, expresso aqui pelo sumerograma GÍD.DA 25 as medidas exigidas são 2, 3 e até 4 KUS. A medida de comprimento suméria KUS, cujo correspondente acádico é ammatum 2%,

equivale a 50 cm. As árvores cortadas deviam ter, pois, a altura de 100 cm, 150 cm ou 200 cm. Essas árvores devem ser acondicionadas em lotes de 300 e embarcadas em um barco de carga

do

tipo

MÁ.NI.DUB 27

para

serem

transportadas

para

Babel.

O rei exige, outrossim, que as árvores cortadas sejam não mi-tu, isto é, mortas ou secas, mas sim wa-ar-gá-am, isto é, verdes,

verdejantes. 28 A carta termina com uma recomendação de urgência na remessa da madeira: ar-hi-is GIS.AB.BA.HI.A Su-nu-ti li-ib-lu-nim-ma:

Essas

árvores

kusabku”

devem

ser

trazidas

o

mais depressa possível”. E os motivos dessa pressa são óbvios: com o atraso da madeira os trabalhadores de metal não poderiam consertar seus instrumentos de trabalho e ficariam sem trabalho, o que significava prejuízo para os erários públicos. N. 38

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Os filhos do cavaleiro e colono Hablum trouxeram-me e mostraram-me a tibua de seus prejuízos, que Etel-pi-Marduk lhes causou injustamente... [segue uma lacuna de várias linhas no fim do anverso e começo do reverso]... Que se averigue o seu prejuizo! Compensa-lhes os seus prejuízos! Além disso, envia a minha presença Etel-pi-Marduk que lhes causou prejuizos injustamente. N: 39

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Em

relação a

Etel-pi-Marduk, eu te escrevi para que (o) enviasses à minha

Soden,

204. Cf. A. Deimel.

AHw, p. 925; MSL 205. Cf. R. Borger, 371; W. von Soden, AHw,

Sumerisches Lexikon,

|, p. 123, n. 62;

2: Ur-e-a = nâpu, p. 130, 13. Assyrisch-babylonische Zeichenliste p. 69a. ; E SUA

W. von 151,

nn. us

206. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II p. 544, n. von Soden, AHw, p. 44. Para a equação KUS = am-ma-tum 318, 6; W. , ct. MSL 3: Das Sylabar A; das Vokabular Sa; das Vokabular Sb, p. 221, 207. Sobre o barco MA.NI.DUB, cf. acima o t ext 208. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1470s. Rodo

84

14,

E e

presença. Por que não o enviaste? Quando vires esta minha

tabua, envia Etel-pi-Marduk à minha presença. [Que ele não se detenha!] Ele deve viajar dia e noite e chegar a mim o mais depressa possível.

As duas cartas de Hammurabi a Sin-iddinam, acima traduzidas, estão, sem dúvida, intimamente ligadas entre si. Na primeira, conservada no tablete de 6,87cm x 5,31 cm, inventariado no British Museum sob o número BM 12841, o rei trata de uma queixa

dos filhos do RA.GAB2º e ENSÍ 210 Hablum que foram lesados por Etel-pi-Marduk 24 e apresentaram ao palácio uma lista das injustiças sofridas. Como o tablete está danificado na parte inferior, perderam-se várias linhas do fim do anverso e do começo do reverso. No reverso conservou-se a ordem de Hammurabi a Sin-

iddinam de averiguar e compensar as perdas sofridas pela família de Hablum e além disso enviar Etel-pi-Marduk à sua presença em Babel.

A segunda carta, transmitida pelo tablete BM 26.250, de 9,06 cm

x cm, que se encontra, também, no British Museum, reassume o assunto tratado na primeira carta. Embora o tablete esteja um pouco danificado, contudo o texto da carta é facilmente reconstruível a partir de cartas semelhantes. 22 Aqui, Hammurabi reclama a falta de execução da ordem dada anteriormente. Sin-iddinam não enviou Etel-pi-Marduk a Babel como o rei lhe ordenara.

Agora, logo que tiver conhecimento desta nova carta, deve mandar imediatamente Etel-pi-Marduk a Babel. Ele deve viajar dia e noite e chegar ar-hi-iS = “o mais depressa possível” à capital do reino. N. 40

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Taribatum disse-me o seguinte: “Os trabalhadores para os barcos de carga que o meu senhor me destinou, até agora não me

foram dados e (por isso ) não construí os barcos de car ga”.

Assim ele me falou. Estarão todos os barcos de carga prontos 209. Cf. acima o comentário ao texto BM

12.829, no n. 9.

210. Quanto ao significado do sumerograma ENSÍ, cf. o que foi dito acima no comentário ao texto BM 12.840, p. 35. 211. Como foi visto acima, Etel-pi-Marduk superiores dos ENSÍ = iSSakku em Larsa.

212. Cf. por exemplo: ia

va

NA

a

i

'

OTA "44

+;

a

FP

q“

“sata Pg

85

To

a. iti PERI

R

um

dos funcionários

a carta n. 23 (tablete BM 23.129). o

hm

t

dl dir

»

era

|

dentro de um mês? Se os barcos de carga não forem construídos agora, quando serão construídos? No dia em que vires esta minha tabua, fornece a Taribatum trabalhadores

para os barcos de carga, para que ele possa construir os barcos de carga que estão sob o seu comando. Se não for-

neceres,

o

mais

depressa

possível,

trabalhadores

para

os

representante

em

barcos de carga, essa responsabilidade será colocada sobre tua cabeça. Anota-me, também, com nome e salário, todos os trabalhadores para os barcos de carga que (já) deste e (ainda) dards agora e envia-me (a lista). Esta interessante carta de Hammurabi

a seu

Larsa, Sin-iddinam, foi conservada em um tablete de argila cozida,

com 8,12cm x 5 cm, inventariado no British Museum sob o número BM 27.288. Hammurabi começa sua carta citando a reclama-

ção

de um

de carga

tal Taribatum

encarregado

do tipo MÁ.NI.DUB:

da construção

213

de barcos

ERIN MÁ.NI.DUB.HI.A Sa be-li i-si-ha-am a-di-ni

ú-ul id-di-nu-nim-ma

MA.NIDUB.HI.A

u-ul e-pu-us... “Os trabalhadores para os barcos de carga que o meu Senhor me destinou até agora não me foram dados e (por isso) não construíi os barcos de carga...”. —

Hammurabi

tinha

dado

um

prazo

para

a construção

dos

barcos

e agora ele quer vê-los construídos dentro de um mês. Nesta carta ele ordena a Sin-iddinam que forneça imediatamente a Taribatum a tropa de trabalhadores necessária à construção dos barcos. E o rei ameaça o seu funcionário: ar-hi-is ÉRIN MA. -NIDUB.HLA ú-ul ta-ap-pa-al-Su-ma pí-ha-tum Si-i i-na mu-úlhhi-ka iS-Sa-ak-ka-an. “Se não forneceres, o mais depressa possivel, trabalhadores para os barcos de carga, essa responsabilidade será colocada sobre tua cabeça”. Qualquer atraso, portanto, na construção dos barcos por falta de operários, será de responsabilidade exclusiva de Sin-iddinam. A carta termina com a ordem do rei para que Sin-iddinam anote o nome e o salário 214 de todos 213. Sobre o sumerograma MÁ.NI.DUB

de leitura dos sinais cuneiformes,

A. Salonen, chen

Die Wasserfahrzeugen

Quellen, p. 35s.

cf. acima

214. No texto acádico aparece

e as diversas possibilidades

o texto BM

in Babylonien

23.144,

nach sumerisch-akkadis-

a expressão “Sumezam”

onde a terminação adverbial iam dá à expres são tivo. Cf. W. von Soden, GAG, p. 90, 8 67g.

86

Cf. também

um

e “igrisam”

significado distribuE i

os trabalhadores fornecidos enviada a Hammurabi.

a

Taribatum.

E

essa

lista

deve

ser

N. 41 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: A gleba de 1 BUR no campo hapa, que está em Bad-tibira, — antiga

propriedade

de Enki-heutud —

foi destinada a ele por meio

de um documento escrito. Dá esse campo a Enki-heutud.

O texto desta pequena carta de Hammurabi

a Sin-iddinam

foi

conservado em um tablete de 8,12 cm x 5,31 cm, inventariado no British Museum sob o número BM 27.773. A carta contém, ao todo, onze linhas, dez escritas no anverso do tablete e apenas uma linha no reverso. À carta trata da destinação de um A.GAR de

1 BUR situado em um campo chamado “hapa” que se encontra na localidade Bad-Tibira. O sumerograma A.GAR 25, que tem seu equivalente no termo acádico ugârum 216, indica um terreno arável, que pode ser lavrado. E esse pedaço de terra cultivável media | BUR, isto é, 6,48 hectares. 217 Essa gleba era uma propriedade antiga de um homem chamado Enki-heutud e fora atribuída a esse homem por meio de um documento escrito, por isso, Siniddinam devia entregar a tal gleba a Enki-heutud. N. 42

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: “Em relação ao que tu, asim, me escreveste: Uma tropa de... e uma fropa de trabalho para

o trabalho

nas barragens

do rio, que desde

a parte de baixo de Pi-nãratim, deve acontecer (2), que foi

começado mas não foi apto a...

da água...

afastar (2) e

(por isso) foi abandonado... e deve retirar 50 IKU de terra... eles retirarão. .. ele trabalhará com eles... Que o

meu Senhor me escreva” [LACUNA DE ALGUMAS LINHAS] Enquanto eu não enviar a tua instrução e eles não virem o trabalho no rio, que foi dragado, a água não deve

ser largada

sobre

o trabalho

terminado.

Além

disso,

logo

que terminares o trabalho de dragagem do rio, gue comecaste agora, retira do Eufrates, de Larsa até Ur, a sua lama (2),

remove

Os seus detritos,

conserva-o em

ordem!

215. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 106, n. 579 . 307. 216. Cf. W. von 277.

Cf.

Po y F

Fr

df

,

ia 1 4

=

Fr,

FIA

7 q.

As es

á

=

ESA” a

“mg

Soden, AHw, p. 1402b. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 166, n. 411.

dt 40 taa E

ao

f

va

=

am

gre TE

e

O

texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a Sin-iddinam foi exarado em um tablete de argila, de 8,25cm x 5,71 cm, que

se encontra, hoje, no British Museum

sob o número

BM

12.817.

O tablete está em estado bastante precário. O anverso apresenta diversas lacunas e, na parte inferior, o tablete foi quebrado, per-

dendo-se, assim, diversas linhas. A leitura do texto torna-se, com isso,

muito

difícil

e

uma

compreensão

completa

da

mensagem

desta parte da carta é, praticamente, impossível. No reverso do tablete faltam as primeiras linhas, mas o restante está bem conservado. Hammurabi começa sua missiva reassumindo uma men-

sagem anterior que Sin-iddinam lhe enviara. Essa carta de Siniddinam tratava de um trabalho de dragagem nas barragens de um rio ou canal. O termo barragens é, aqui, expresso pelo sumerograma KUN 218 que indica o lugar, onde a água de um rio ou canal é represada. 22? Esse trabalho de dragagem fora, por algum

motivo, abandonado e, ao que parece, posteriormente retomado. Infelizmente, as muitas lacunas no texto do anverso impossibilitam conhecer todos os detalhes tratados na carta de Sin-iddinam. No reverso do tablete encontra-se a resposta de Hammurabi aos problemas abordados por Sin-iddinam. Não se sabe quantas linhas do início do reverso foram perdidas. Na parte conservada, Hammurabi ordena a seu funcionário que espere sua ordem e a revisão do trabalho de dragagem executado, antes de largar as águas sobre a parte do rio ou canal dragado. Em relação ao novo trabalho de dragagem, recentemente começado, o rei determina a

Sin-iddinam que cuide para que a lama 2º e os detritos 21 do rio Eufrates 22, na parte entre Larsa23 e Ur 24, sejam removidos e o rio seja conservado em ordem. A preocupação de Hammurabi, 218. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. TO. di 219. Cf. Quanto ao significado do sumerograma ID, que tanto pode indicar um rio como um canal, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 1072, n. 579, 427. 220.

Sobre

o significado do termo

acádico

migtum,

cf. W.

von Soden,

AHw, p. 657b. A tradução “lama” é aproximada já que o acádico miqtu m significa o que o termo alemão “abfall” expressa, isto é, todo e qualquer tipo de “restos”, “aparas”, “detritos” etc. 221. Sobre o termo acádico hâmi, cf. W. von Soden, AHw, p. 319a. 222. O nome do rio é expresso, aqui, pelo sumerogra ma IPBURAa KIB.NUN)XI Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 733, n361,

À

223. O nome da cidade Larsa é expresso na carta pelo sumerograma ARARMA (UD.UNUG)KI, Cf A. Deimel, Sumerisches Lexil

xikon, HI I , p. 730, 247; B. Landsberger, MSL 11, p. 12, 224. O nome da cidade Ur é, aqui, ex presso pelo sumerograma ÚRIM (SES.UNUG)K.

n. 381,

Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 580, 26.

88

S

neste caso, era, sem dúvida, manter fluente a navegação peça fundamental na economia da Babilônia antiga,

fluvial,

N. 43

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Em relação à colocação dos carpinteiros e à construção de um barco de carga, sobre o que eu te escrevi, assim tu (me respondeste ):

“Esse assunto de uma grande convocação causa dificuldades. Se o meu Senhor ordenar, dos carpinteiros sob a direção de Takil-ilisu, ... os carpinteiros que podem ser colocados, de acordo com a proporção determinada, para o administrador da região, ou como o meu Senhor ordenar... foram colocados... do palácio [LACUNA DE VÁRIAS LINHAS]... o trabalho do palácio... Não deves deixar de ajudar (na construção) desse barco de carga. A palavra que me escreveste, agrada-me (2)! Na medida do possível... um outro... Que os carpinteiros, os barqueiros e os artesões do junco da região, que tu queres enviar, venham e construam o barco

de carga! um

Esta

carta

tablete

de

de

Hammurabi

argila,

de

a

Sin-iddinam

825cm

x

foi

5,71 cm,

conservada

inventariado

em

no

British Museum sob o número BM 12.826. O tablete apresenta, atualmente, diversas lacunas e sua leitura fica, por isso, bastante prejudicada. A lacuna mais substancial é causada pelo fato que a parte inferior do tablete se quebrou e perderam-se, assim, diversas linhas do fim do anverso e começo do reverso do tablete. Hammurabi começa esta sua carta mencionando uma missiva sua anterior ao mesmo funcionário em que ordenara, ao que parece,

a colocação

de todos os NAGAR 25

disponíveis

para a constru-

ção de um MÁ.NI.DUB. 22º O sumerograma NAGAR, como seu correspondente acádico nagãrum 27, indica todo profissional que trabalha a madeira e pode significar tanto o marceneiro como o carpinteiro ou outro artista que trabalhe com madeira.28 A ex225. Cf.

A.

Deimel,

Sumerisches

Lexikon,

IVO

7104.

CAD

po

1035



560524:

TP”,

p.

HZ

A. Falkenstein, Die neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. IH, p. 143. 226. Cf. A. Deimel, Sumerisches Eexikon, É p. 314n, “122250 EE também A. Salomen, Die Wasserfahrzeuge in Babylonien nach Sumerich

akkadischen Quellen, p. 35s. 227. Cf. W. von Soden,

naggarum

(nangãru).

AHw,

p.

228. O próprio sinal cuneiforme NAGAR

arcaica a forma

graphie

de um cinzel de marceneiro.

Akkadienne,

p. 231,

n.

560.

89

“N

KR

mostra em sua representação

CE

R. Labat, Manuel

d'Epi-

significa um barco de carga, 229 pressão suméria MÁ.NI.DUB Esta carta menciona, também, uma resposta anterior de Sin-

iddinam

aludindo

às dificuldades

a uma

inerentes

grande

con-

vocação e deslocação de profissionais. Sin-iddinam fez, nessa sua carta, uma proposta que agradou ao rei. Isto se for adotada a reconstrução da linha 5 do reverso, a-wa-tum Sa ta-aS-puralm ilt-t[iia ta-ba-at]: “a palavra que me escreveste, é boa

para mim!” proposta por Kraus e Frankena. 20 Infelizmente as lacunas do texto não permitem compreender totalmente a proposta feita por Sin-iddinam. Na parte conservada do tablete, pelo me-

nos uma parte da proposta de Sin-iddinam era colocar todos os carpinteiros que estavam sob a chefia de Taãkil-ilisu à disposição

para a construção do barco em questão.

A formulação

da linha

13 a-na ap-Si-te-e-em 2! a-na Sa-pi-ir- ma-tim... 22 não é muito clara. Uma tradução literal seria: “conforme a proporção determinada para o Sapir maátim...”, mas falta o verbo da frase e

por isso não se pode traduzir a frase com exatidão. O reverso do

tablete começa com uma lacuna de várias linhas. Na parte conservada o rei instrui seu funcionário Sin-iddinam a colaborar na construção do barco. À carta termina com a determinação de que todos os profissionais LU.NAGAR.MES 23, LU.MÁ.LAHS.

MES 24

e AD.KID.MES 25 destinados

por

Sin-iddinam

para

a

229. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, p. 314, n. 122, 50, traduz o sumerograma MÁ.NI.DUB por “Transportschiff”. W. von Soden, em AHw, 603a,

apresenta

como

correspondente

acádico

o termo

maniduppum,

que

seria uma palavra formada a partir do termo sumério. R. Borger em Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 91, n. 122, seguindo E. Reiner, propõe como correspondente acádico nasSpakum. 230. Cf. R. Frankena, Briefe aus dem British Museum, p. 6, nota a. 231. W. von Soden registra o termo acádico apSitâm com o significado de “festgesetztes Verháltnis” “Kontingent”. A expressão aparece, também, no Código de Hammurabi $ 46 na formulação ir-ri-Sum ú be-el A.SA a-na ap-Si-te-em i-zu-uz-zu: “o agricultor e o dono do campo dividirão o grão produzido

na proporção

fixada”.

232. O funcionário Sâpir mãtim era uma espécie de “Gebiestskommis-

sar” como propõe W. von Soden, em AHw, p. 1172b. Um funcionário encarregado da administração de uma região. 233. Cf. acima o que foi dito sobre o NAGAR. 234. Sobre o sumerograma LU.MA.LAH, (DU-DU), cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon I, p. 314, n. 122, 45. O termo sumério MÁ.LAHS;

entrou na língua acádica na forma malâhum (ci. AHw, p. 592b) e indica o “barqueiro”. Aparece, também, com o sumerograma LÚ.MA.LAH, (DU).

(DU) 235. O sumerograma AD.KID é estudado por A. Deimel, em Sumerisches Lexikon, II, p. 356, n. 145, 34. W. von S oden registra como corres90

construção

do

questão.

barco

de

carga

venham

e construam

o

diz: assim

( falou)

Hammurabi:

Nur-Samag,

barco

em

N. 44 A Sin-iddinam

irmão de... -ursu deve alugar mercenários em Agdubba... e comprar farelo úmido. Ninguém deve importuná-lo! [LACUNA DE VÁRIAS LINHAS].

Às nove linhas conservadas

desta carta de Hammurabi

a Sin-

iddinam encontram-se em um resto de tablete, de 6,67 cm x 5,08 cm, inventariado no British Musuem sob o número BM 12.849. No reverso do tablete não foi escrito nada e no anverso perderam-se as linhas da parte inferior. Na parte conservada do texto, Hammurabi informa Sin-iddinam, seu representante em Larsa, de uma missão confiada a um homem de nome Niúr-Samas. Ele deve

alugar ERIN HUN.GÁ.MES.

O termo sumério ÉRIN2%

indica um

grupo, uma tropa e o sumerograma HUN.GÁ 27, que tem seu correspondente no acádico agrum 28, indica o mercenário, alguém

que se aluga para um trabalho. 2º? Além disso, Núr-Samas devia, também, comprar DUH.DURUS,. O termo sumério DUH 24º parece

indicar o farelo, os resíduos grosseiros dos cereais moídos e, acrescentado o sinal cuneiforme DURU, 21, expressa o farelo úmido. 2 Na última frase conservada lê-se uma instrução clara de Hammurabi: ma-am-ma-an la i-pa-ar-ri-ik-Sum: “Ninguém deve importuná-lo!” pondente acádico de AD.KID atkuppum e traduz por “Rohrmattenflechter”. O sumerograma AD.KID indica, pois, um artesão que trabalha o junco. 236. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 758, n. 393, 2.9;

A. Falkenstein,

Die

neusumerischen

Gerichtsurkunden,

III, p. 108.

237. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 981, n. 536, 183.

238. Cf. W. von Soden, AHw, p. 16b. Quanto à equação LÓHUN. GA

= agrum, cf. MSL 5, p. 77, 331. 239. Cf. W. von Soden, AHw, p. 16b; CAD “A 1”, p. 15Is. 240. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 390, 34. O sumerograma DUH entrou na lingua acádica sob a forma tuhhum. Cf. MSL 14,

p. 493, 151; M. Stol. Bi Or 28 (1971) 170s. 241. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 1054, n. 579, 47. O sumerograma DURUs tem como correspondente acádico o termo ratbum.

(Ef: é von Soden, que registra a palavra ratbum com o significado “feucht, frisch”. 242. À expressão DUH.DURU, indica o farelo ainda úmido e, portanto, fresco. É

91 ç

E

“+

1

e!

Hat

Psi E

Pos

'

É

vo po

Til

as

"4h

df

lr

gut

é

N. 49 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: O pastorchefe Warad-SamaS tem os atrasados de suas próprias ovelhas e vacas, que ele deve exigir dos pastores, para q inspeção... O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi conservou-se em um tablete de argila, de 6,98 cm

a Sin-iddinam x 5,08 cm, que

se encontra, hoje, no British Museum registrado sob o número BM 12.852. À parte inferior do tablete perdeu-se, de maneira que restaram, apenas, as nove primeiras linhas do lado anverso. Nelas o rei Hammurabi trata com seu funcionário de Larsa, Sin-iddinam,

de um problema relativo a um homem de nome Warad-Samas. Sua profissão é descrita pelo sumerograma Ú.TUL 23, que entrou na língua acádica sob a forma utullum 24 e parece indicar uma espécie de pastor-chefe. 2 Hammurabi parece referir-se a contribuições atrasadas de ovelhas e vacas por parte de Warad-Samai. Em consegiiência das lacunas na parte inferior do tablete não se pode conhecer as instruções de Hammurabi creto de atraso de pagamento de tributos.

sobre este caso con-

N. 46

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Envio-te, agora, Sunur-Hali para o recolhimento das tâmaras e do sésamo. Coloca com ele homens de confiança. Que eles recolham as tâmaras e o sésamo... [SEGUE UMA LACUNA DE MUITAS LINHAS NO FIM DO ANVERSO E COMEÇO DO REVERSO DO TABLETE]... eles devem entregar a Sunur-Halli e as tâmaras e o sésamo, que foram recolhidos e depositados, eles devem embarcar e trazer a Babel. Nas nove linhas do anverso e nas sete do reverso de um tablete de argila, com 6,35 cm x 5,08 cm, inventariado no British Museum sob o número BM 12.855, foram conservados os restos de uma

243. CI. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, lI, p. 550, n. 318, 171. Mas compare também A. Falkenstein, Die neusumerischen Gerichtsu rkunden, vol. HI, p. 171; A. Deimel,

Landsberger, MSL

Sumerisches

2, p. 106.

Lexikon,

III,

244. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1445b. 245. Seguindo a tradução proposta por W.

p. 1445b, de “Oberhirt”.

92

o

p. 822

von

n.

Sod

a

420

,

soden, em

46a:

;

B.

AHw,

interessante carta de Hammurabi

a Sin-iddinam.

Como

o tablete

está incompleto, não se pode conhecer toda a míssiva do rei à seu funcionário de Larsa. A carta trata, sem dúvida, do recolhimento de tributos em produtos naturais, descritos aqui como

ZU.LUM 2º e SE.GIS.l.M O sumerograma ZÚ.LUM e o termo correspondente acádico suluppum 248 designam a tâmara.2º O segundo sumerograma SE.GIS.i tem seu equivalente acádico no termo SamaSSammi 2º e indica o sésamo. 3! Para o recolhimento desses

produtos

o

rei

estava

enviando

a

Larsa

o

funcionário

Sunur-Hali. Sin-iddinam devia colaborar dando a Sunur-Hali LU.MES ta-ak-lu-tim: 22 “homens de confiança” que o ajudassem

na tarefa de recolher as tâmaras e o sésamo. À recomendação de Hammurabi é que as tâmaras e o sésamo recolhidos sejam embar-

cados e trazidos para Babel.

N. 47

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Os 240 soldados do exército do rei, sob o comando de Nanna-mansi, (que

são) da provincia sob a tua direção, que partiram de Assur e Situllum... [SEGUE UMA LACUNA DE VÁRIAS LI-

NHAS]...

Eles devem

vir e servir com a tropa de Ibni-

Amurrum, sua unidade. Essa tropa não deve demorar-se. Envia-os a mim o mais rápido possível! Eles devem vir até aqui!

O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a Sin-iddinam foi conservado em um pedaço de tablete, de 6,35 cm x 5,08 cm, que

se encontra,

atualmente,

no

British

Museum

sob

o número

BM

12.863. Este tablete contém, apenas, oito linhas no anverso e sete no reverso, de maneira que se torna impossível uma interpretação completa da carta. O rei aborda nesta missiva a questão

246. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 65, n. 15, 334. 241. Cf.A, Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 694, n. 367, 151; A. Falkenstein, Die me

p.

e

dr

neusumerischen

Gerichtsurkunden,

vol.

III, p. 162.

Ci. W. von Soden, AHw, p. 1057a; B. Landsberger, MSL, vol. 4,

249. Cf. B. Landsberger, The date palm and its by-produc ts according to the cuneiform sources, AfO Beih 17, Graz, 1967; CAD “S”, p. 373. 250. Cf. W. von Soden, AHw, p. 11554: MSL 5, p. 20, 160. JH, p-

E

Cf

AR

Falkenstein,

Die

252.

Cf. W.

von Soden,

AHw,

neusumerischen

p. 1307b.

93

Gerichtsurkunden,

vol.

o E

qo.

Tr

dos 240 ÉRIN 23 KA.KÉS 234 LUGAL: 25 “240 soldados do exército do rei”, sob o comando de Nanna-mansi e que pertenciam à província governada por Sin-iddinam. Trata-se, sem dúvida, da província de Larsa. Esses 240 soldados tinham acabado de sair de Assur e Situllum. Na parte conservada do reverso do tablete, Hammurabi determina que esses soldados sejam reintegrados na tropa de Ibni-Amurrum, que era, sem dúvida, a sua unidade originária. Hammurabi exige rapidez na execução de sua ordem.

N. 48 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, prepara a tua tropa de trabalho compulsório e a tropa de trabalho compulsório do administrador da região de tua província, que, sempre, prestam serviço com a tropa de trabalho compulsório do gerseggâm. Um dos teus escrivãos deve assumir a direção dessa tropa de trabalho compulsório! Que ela tome provisão de viagem para um mês... e um barco de I0 GUR para cada grupo de dez. No primeiro dia do mês Simânu... [SEGUE UMA GRANDE LACUNA]... diante de mim não... Nessa tropa de trabalho compulsório não deve ser encontrado nenhum... velho ou criança. Envia-me homens fortes! Além disso, em relação à data que eu te escrevi, eles não devem atrasar nem um dia!

253. Sobre o significado do sumerograma ERIN, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 758, n. 393, 2.9; A. Falkenstein, Die neusumerischen Gerichtsurkunden,

1,

p.

109.

254. A interpretação do sumerograma KA.KES é mais discutida. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 60, n. 15, 158; III, p. 759, n. 393, 21. Nas listas bilingies KA.KÉES aparece com a equivalência acádica ki-is-ru cf. AfO 18 (1957/58) 82, 83; MSL 7, p. 81. 106.124, O termo KA.KES aparece em textos do período babilônico antigo com o significado de exército. Em uma carta de Enlil-kurgalani a SamasS-hazir, publicada em TCL, 7, 73, lê-se na linha8: u i-na-an-na 1 KASKAL ina KA.KÉS LUGAL, que F. Thureau-Dangn em RA 21 (1924) 55, n. 73, 8 traduziu “mais maintenant une campagne dans larmée royale”. Já em um texto de Mari, publicado em ARM V, 49, 13 lê-se: Sa i-na ki-siir LUGAL i-[la-ku]: que vai no exército do rei”. Cf. também ARM V, 70, 27. W. von Soden, em

AHw, p. 489, sub voce kisru, n. 8, traduz kisrum por “Kerntruppe”. Cf. tb. CAD “K”, p. 436. 255. Sobre o sumerograma LUGAL = garrum = rei, cf. A. Deimel, von W. 2: 115. . p 13. MSL 8: 151, n. 364, p. II, kon, Lexi es sch eri Sum + 3 , Soden,

AHw,

Pp.

»

1188b.

94

P

O texto cuneiforme desta interessante carta de Hammurabi a Sin-iddinam foi conservado em um tablete de 8,25 cm x 5,08 cm, que se encontra, hoje, no British Museum com o número de inventário BM

15.862.

O tablete BM

15.862 representa,

apenas, a parte

superior do tablete original, e contém 13 linhas no anverso e oito no reverso. Perdeu-se uma grande parte do texto do anverso.

Hammurabi instrui seu funcionário Sin-iddinam a preparar a sua ÉRIN GI.DUSU e a ÉRIN GI.DUSU Sa Sa-pí-ir ma-tim para um determinado trabalho não mencionado no texto. O termo ÉRIN, como já foi visto, indica tanto uma tropa de trabalho como uma tropa militar. 2º O sumerograma GI.DUSU 27 tem como correspondente acádico o termo tupSikkum 28 e indica, em

si, um cesto de carga. 2º A tradução literal da expressão ERIN

GI.DUSU seria, pois, a “tropa do cesto de carga”. Essa expressão indicava, sem dúvida, a tropa de pessoas que estava obrigada a participar da corvéia do rei. 20 O Sâpir mãtim era uma espécie de administrador de uma região. 26! O gersegqim era um funcionário do palácio, cujas atribuições não são, hoje, bem conhecitropas de tradas.22 O rei ordena, outrossim, que essas duas 256. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 758, n. 393, 2.9; A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 109. 257. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 558, nm. 320, 19; A.

Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. II, p. 104. 258. Cf. sobre a equação GI. DUSU = tupSikkum MSL 7, p. 69, 32;

14, p. 507, 22 — Cf. também W. von Soden, AHw, p. 1371. 259. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 558, mn. 320, 19, que traduz o termo sumério DUSU por “Traggestell, Tragbrett”. A Falkenstein, em Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 104, traduz por “Tragkorb”. 260. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1371,4a, que apresenta como correspondente acádico de ÉRIN GI.DUSU a expressão sãb tupSikkim e traduz por “Fronarbeiter”. Cf. também o uso desta expressão em outros textos como por exemplo: R. Frankena, Briefe aus dem Berliner Museum, AbB 6, MSL

n. 162,5; B. Kienast, Die Altbabylonischen Briefe und Urkunden aus Kisur-

ra, vol. II, p. 145, n. 155,5.10. Sobre o discutido problema do trabalho

compulsório e da corvéia na Baixa Mesopotâmia, cf. A. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 74s; P. Garelli, “El trabajo en los Estados del Asia Occidental antigua em P. Garelli — S. Sauneron”, El trabajo bajo

los primeros estados, Barcelona, 1974, p. 7-79; Ciro F. Cardoso, Trabalho Compulsório na Antiguidade, Rio de Janeiro, 1984, p. 28s. 261. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1172s. 262. Sobre o gersegqgúm, cf. W. von Soden, p. 285. W. von Soden

traduz de modo mais geral “ein Bediensteter des Kônigs”. À antiga tradução “eunuco” deve ser definitivamente abandonada, como mostrou W. von

Soden, em

Bi Or 26 (1969)

361.

95 E

2? "tia + dh,

balho sejam colocadas sob a chefia de um DUMU É.DUB.BAka: 263 “de um teu escrivão”, ou seja: de um dos escrivãos a serviço de Sin-iddinam. Hammurabi explicita, também, detalhadamente, como deve ser embarcada a tropa em questão: cada grupo de 10 homens em um barco de 10 GUR. 2% Sin-iddinam deve, tam-

bém, cuidar para que sejam embarcadas provisões 2º para um mês. A carta fala de algo que devia acontecer no primeiro dia do mês Simãânu 2º, mas como depois do nome do mês há uma lacuna,

torna-se

impossível

determinar

o

que

o

rei

queria

que

sucedesse nessa data. No reverso do tablete lê-se, ainda, a determinação do rei, que na tropa não se encontrasse nem SU.GI, 2%

nem TUR.2S A ordem de Hammurabi é bem precisa: et-lam da-an-nam-ma tú-ur-dam: “envia-me homens fortes!”. Hammurabi termina sua missiva exigindo que a data marcada para o com-

parecimento da tropa seja obedecida à risca. N. 49

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, (envia) Sungugum, (pastor) de Ningirsu de Girsu, ISmê-Sin e Ibbi-llabrat pastor de..., Adallalum pastor de..., quatro pastores do canal..., Izinabu, filho de Sumu..., Mattatum e Enlil-niku, três (pastores) do canal. .., Eribam de Núr-Adad... e Hi... irrum, o (pastor) de..., (ao todo) dez pastores, pastor-chefe Apil..., Resiiya e Abum-wagar..., Apil-Amurrum, filho de Lipit-IStar, e seus filhos. Núratum, Lalum de Iakudum e..., Amur-dannussu, Hi-háziri e Lalum do canal Piriggimgin, Silli-Samas, (pas-

263. Sobre o significado da expressão DUMU E.DUB.BA, cf. F. R. Kraus, Vom mesopotamischen Menschen der altbabylonischen Zeit und seiner Welt, p. 18-45. 264. O GUR é uma medida de capacidade que equivalia no período babilônico antigo, a 300 litros. Portanto cada barco em questão devia ter a capacidade

de 3000 litros.

- 265. Sobre o sumerograma Z1.KASKAL, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 974, n. 536, 51, e II, p. 387, n. 166, 6. Conforme CAD “S” p. 195a corresponde ao acádico siditum. 266. O mês Simânu era o terceiro do calendário babilônico antigo. (STE: Hunger, art. “Kalender”, em RLA, V, p. 300. Cf. também S.Langdon, Babylonian Menologies and the Semitic Calendars , p. 3s. 267. O sumerograma SU.Gl, indica o “velho ”; o “ancião” é uma var

iação de SU.GI.

Cf. R. Borger, Assyrisch-babylonisch

Zei

146, n. 354; A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, o 658, á 354chenli oo 268. O sumerograma TUR

A. Deimel,

Sumerisches

Lexikon,

indica à cria

H, p. 351,

96

n. 144,

RE

A

de

idade,

;

Cf.

tor) de Nanse (da localidade) de Ninã, Sin-ereg, filho de Ii-amtahhar, Sin-ahum e Himan de..., (ao todo) 14 (pastores) pastor-chefe AN-pi-Samas e..., Muhaddúm de Gubrum..., Iddin-Amurrum de..., [Sinl-eres e Bitum-rabi de..., Namrum de Tell-IShara. .., Aplum de Imbu-Kum..., de Ahaniita, Manium de Bãar-Enlil, Mannum-kima-Samas, filho de Imtaggar-Samas, pastor de Samas (da cidade) de Larsa, Samas-kinam-idi de Larsa (pastor) de Samas, Iddinyatum de Ursagga, (pastor) do deus..., (ao todo) 12

(pastores), pastor-chefe

Amurrum

de Hi-iddinam,

Warad-Samas Núr-liwwir,

e Namtilanidu, Apil-

Jalarum,

Apil-Kubi

do

canal Piriggimgin, Hi-igisam..., Nur-llabrat, Sin-eres..., Sin-atpalam, Sin-i$meanni do canal Piriggimgin... Akbahum do Tigre e Aplum de Girsu, (ao todo) 11 (pastores), pastorchefe Warad-Nabium e IHi-ublam. Envia esses pastores à

minha presença. Eles devem fazer a sua prestação de contas!

O texto cunciforme desta carta de Hammurabi a Sin-iddinam foi conservado em um tablete de argila cozida, em parte danifi-

cado,

que

mede

9,6 cm

x 5,71 cm

e se encontra,

hoje,

no

British

Museum sob o número de inventário BM 23.122. Em sua missiva o rei Hammurabi envia uma lista com o nome de 47 pastores4º pertencentes a quatro grupos diferentes, estando cada um desses grupos sob a chefia de um ou dois U.TUL. 2% Esses pastores devem apresentar-se a Hammurabi, provavelmente, em Babel para fazer o seu NÍG.KAs ?'!, isto é, para vir à capital prestar contas de suas atividades de pastor.

269. A profissão desses homens é expressa pelo sumerograma SIPA, que corresponde ao acádico rê'úm, e indica, principalmente, um pastor de gado menor. Mas o termo pode, também, ter um significado mais amplo de pastor em geral, sendo nestes casos, muitas vezes especificado. Assim: SIPA.UDU = pastor de ovelhas, SIPA.GU, = pastor de bovinos etc. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, Il, p. 507, n. 295m, 2; cf. também MSL, vol. 3, p. 143, 211; W. von Soden, AHw, p. 977. 270. Sobre o significado do sumerograma Ú.TUL cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 550, n. 318, 171. O termo sumério entrou na lingua acádica sob a forma utullum. W. von Soden, em AHw, p. 1445, traduz

utullum

por

“Oberhirt”.

271. Sobre o sumerograma NÍG.KA. cf. A. Deimel, Sumerisches Le-

xikon, IV, p. 1106, n. 597, 247. Sobre a leitura NÍG.KA. cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 207, n. 597. O termo sumério entrou na lingua acádica sob a forma nikkassum. Cf. MSL 4, p. 31, 48. W. von

Soden, AHw, p. 789, que traduz nikkassum por “Abrechnung”. Cf. também CAD CN II”, p. 224, que traduz o termo em questão por “account, accoun-

ting,

account

record”.

97

N. 50

A

Sin-iddinam

ovelhas do...

diz:

assim

(falou)

Hammurabi:

foram retidas em Emutbal...

Vacas

[SEGUE

UMA

e

LACUNA DE VÁRIAS LINHAS]... Confia(-as) a..., eles devem guarda-(las). Essas vacas e ovelhas não devem diminuir. O tablete de servou o texto

argila cozida, com 8,25 cm x 4,76 cm, que concuneiforme desta carta de Hammurabi a Sin-

iddinam, encontra-se, hoje, no British Museum sob o número de inventário BM 27.260 e está em péssimo estado de conservação. Das aproximadamente doze linhas do anverso apenas as primeiras

seis linhas são, ainda, legíveis. Nas outras linhas restam alguns sinais cuneiformes,

mas

uma

reconstrução

do

texto

é impossível.

As cinco linhas do reverso estão praticamente completas. Hammurabi trata em sua missiva de um certo número de ÁB.GU,.HI.A 22 e de Us.UDU.HI.A 23, que, por algum motivo não mencionado na carta, foram retidas em uma localidade chamada Emutbal. 24 No texto conservado

iddinam

no reverso do tablete, Hammurabi

que confie

esses

animais

perdeu. Essas vacas e ovelhas que seu número não diminua.

a uma

devem

pessoa,

ser cuidadas

ordena a Sin-

cujo

nome

se

de tal maneira

N. 51

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Na tropa da porta do palácio, sob o comando de Erisa, (há) homens que tiveram prejuízo, os quais Erisa conduzirá a ti. Examina a sua questão e compensa-os pelo seu prejuízo, para que eles não reclamem. O

texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a Sin-iddinam foi escrito em um tablete de argila cozida, com 7,62 cm x 2,08 cm, 272. O sumerograma ÁB.GU,.HI. A corresponde em acádico ao termo lâtu, plural de litum e significa “vaca”. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 822, n. 420, 22; W. von Soden, AHw, p. 557. 273. Sobre o sumerograma Us. UDU.HI.A (USDUHA?), cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 946, n. 494, 16. O termo sumério Us.UDU.HI.A tem como correspondente acádico senum e indica, em geral, animais do gado menor, especialmente ovelha ou cab 7 von Soden, abra. Cf. W.

AHw, p. 1090.

214. Sobre a localidade Emutbal

ou Jamutbal,

“Jamutbal”, em RLA, V, p. 2575; M. Stol, Studies, A cf.63s,D “o 98

E

PEA

inventariado no British Museum sob o número BM 86.284. O rei trata, em sua missiva, de danos sofridos por alguns homens que prestavam serviço i-na ÉRIN KÁ E.GAL: “na tropa da porta do . Embora o sumerograma ÉRIN Zé, como já foi visto palácio”75 em diversas outras cartas, possa significar tanto uma tropa de

trabalho

como

uma

tropa militar 77,

o termo

parece

referir-se,

aqui, a militares que prestavam serviço na porta do palácio real em Larsa, e estavam sob o comando do oficial Erisa. A palavra acádica hibiltum, usada na linha 7 do tablete para descrever os danos sofridos por esses homens, pode indicar uma violência ou injustiça inflingida a alguém, bem como, também, uma perda

ou prejuízo sofrido. 28 Hammurabi comunica a seu funcionário que os soldados, que tinham sofrido a hibiltum aqui mencionada, seriam apresentados a ele pelo seu comandante, Erisa. Sin-iddinam recebe instruções para examinar a questão e, de maneira amigável, pagar as perdas soíridas por esses soldados, para que estes não é, Este io. palác o a contr sso proce um abrir para os motiv am tenh sem dúvida, o significado da orientação de Hammurabi nas últimas linhas da carta: 2º hi-bi-il-ta-Su-nu a-pu-ul-Su-nu-ti-ma la ú-daab-ba-bu: 28º ”Compensa-os pelo seu prejuízo. Eles não devem reclamar!” N. 52 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabis [Em relação ao que] me escreveste: Devem os UGULA MAR.TU entregar [a prata referente ao] atraso dos animais. ..? Devem

os (oficiais)

PA.PA,

os NU.BANDA

e os redil entregar?

Que o meu senhor me mande informações! (Foi o) que me escreveste. Os UGULA MAR.TU e os (oficiais) PAPA

devem entregar [a prata referente ao] atraso dos animais... Os NU.BANDA e os redá não precisam entregar.

235,

275. Cf. L. W. n. 103, 4.

King, The

Letters and Inscriptions of Hammurabi,

p.

276. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 758, n. 393, 2.9. 277. O termo sumério ÉRIN tem como correspondentes acádicos os

termos ummânu e sãbum. Cf. AHw, p. 1072; 1413; 278. Cf. AHw, p. 394; CAD “H”, p. 179.

CAD

“S”, p. 46.

5

aa

Re

99

os

279. Cf. L. W. King, The Letters anda Inscriptions of Hammurabi, p. 236, n. 103, linhas 13-15. 280. Sobre o significado do verbo acádico dabãbum, cf. AHw, p. 146s; CAD “D”, p. 4s.

O

texto cuneiforme da carta, acima traduzida, foi conservado em um pequeno tablete de argila inventariado no British Museum sob o número BM 29.622. O tablete apresenta algumas lacunas

no anverso que prejudicam, em parte, a sua compreensão. Hammurabi responde, aqui, a uma questão feita anteriormente por Siniddinam sobre como proceder em relação a alguns funcionários do palácio, descritos aqui pelos sumerogramas UGULA MAR. TU.MES 21, PA.PA.MES 22, NU.BANDA.MES 28 e UKU.US, MES. 2%

Estes

ao palácio

A

funcionários

de

consulta

animais,

anterior

de

que

estavam

eram,

Sin-iddinam

em

atraso

certamente,

é resumida

com

a

nas

linhas

tributos

entrega

devidos.

5-9

por meio de duas proposições interrogativas. 8º Em sua resposta, nas linhas 12-18 do tablete, Hammurabi instrui seu representante em Larsa como agir no caso em questão. Ele deve cobrar as contribuições PA.PA. Não

atrasadas dos UGULA MAR.TU e dos (oficiais) precisa, contudo, cobrá-la dos NU.BANDA e dos

soldados redú. Nas linhas cinco e doze seguimos a complementação KU.BABBAR Sa: “a prata do” proposta por F. R. Kraus

em AbB

1.

N. 53 A sSin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Uma tropa, sob a direção de Iniúh-samar, trazer-te-á, em segurança, as deusas de Emutbal, de tua província. Logo que chegarem a tt, recruta uma tropa, da tropa que está sob tua direção. Que eles levem, em segurança, as deusas para sua morada. O tablete cuneiforme com o texto desta carta encontra-se no museu de Istambul, inventariado sob o número L 1108. O assunto 281. Sobre os UGULA MAR.TU, cf. o que foi dito, acima, no comentário à carta 71 (texto AO 8314). 282. Não se sabe, ao certo, nem o significado e nem mesmo a leitura exata do título militar expresso pelos sinais cuneiformes PA.PA. Cf. W. von Soden, AHw, p. 337; F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des Samas-hazir, p. 61. 283. Sobre o título NU.BANDA, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, |, p. 170, n. 75, 45; A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, HI, p. 150. O termo pode indicar tanto um funcionário civil como um oficial os corresponde em acádico a lapputâm (cf. 'W. von Soden, AHw, p. - 284. O título sumério UKU.US, como já foi visto em outras cartas, corresponde ao acádico redúm e indica um soldado comum. 285.

Cf. W.

von

Soden,

GAG,

p. 152 & 153d.

100

tratado por Hammurabi é semelhante ao tratado em uma outra 2% Aqui Hammurabi anuncia a seu carta do rei a Sin-iddinam. representante a chegada a Larsa das imagens das deusas da região de Emutbal.27 A instrução do rei a Sin-iddinam é para que ele recrute, entre os homens que tem à sua disposição, uma tropa que leve as deusas para seus santuários. N. 54

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Os construtores de canais, que te foram destinados para executar o trabalho, tu não deves fazê-los executar nenhum (outro) trablaho. Eles devem assumir a direção do trabalho! Tira-os, também, da lista de disponíveis de seus capatazes.

O tablete com

o texto cuneiforme desta carta de Hammurabi

a Sin-iddinam encontrava-se originariamente no museu de Istambul sob o número de inventário L 1109. Mas esse tablete se perdeu. H. de Genouillac fez à mão, no antigo livro de inventário do museu, no número referente a este texto, a anotação “Détruite par "'humidité”. Hoje se possui, apenas, a cópia, em sinais cuneiformes neo-assírios, feita por V. Scheil e publicada em Recueil des Travaux relatifs à la Philologie et à PArcheologie Egyptiennes et Assyriennes 19 (1897) p. 43 e a cópia em sinais babilônicos antigos de J. A. Knudtzon publicada em Beitráge zur Assyrio-

logie 4 (1899) p. 99. Conforme a descrição de Knudtzon tratavase de um pequeno tablete de 84 cm x 5,1 cm escrito apenas no

anverso. A carta trata de um grupo pelo: sumerograma LU A.IGI.DUs 28, acádico no termo sêkirum 28º e indica de diques.2º Eles são destinados a ção de um determinado trabalho. A "286. Cf. a carta n. 25. 287. Sobre

a região

de Emutbal,

de trabalhadores descritos que tem seu correspondente um construtor de canais e Sin-iddinam para a execuformulação da linha nove:

cf. D. O. Edzard,

art. “Jamutbal”,

em RLA,.V, p. 275; M. Stol, Studies in Old Babylonian History, p. 63s. 288. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 1071, n. 579, 386. Sobre a leitura LU A.IGI.DUs, cf. MSL 12, p. 163, 170. 289. Cf. CAD “S”, p. 214; W. von Soden, AHw, p. 1036. 290. Cf. E. Salonen, Uber das Erwerbsleben in Alten Mesopotamien,

Helsinki, 1970, p. 54s.

|

101

cc?

7

Su-pu-Su-um-ma li-Se-pí-Su 21, traduzida acima por “Eles devem assumir -a direção do trabalho” parece indicar que esses profissioSAG nais deviam dirigir os trabalhos. A expressão suméria

NÍG.GA 22 indica a lista do que está disponível. N. 59

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tabua, ordena que tragam a ti os cavaleiros e escrivãos Silli-Samas e Nur-Ilabrat, quer estejam em Larsa

quer nos arredores de Larsa. Um

homem

deve pega-los e conduzi-los a Babel.

de tua confiança

O texto cuneiforme desta carta encontrava-se, originariamente, em um tablete do Museu de Istambul, inventariado, provavelmente, sob o número 1112. Mas, pelo ano 1900, esse tablete se perdeu e, hoje, possuímos apenas uma cópia, com sinais cuneiformes neoassírios, feita por V. Scheil e publicada em Recueil des Travaux relatiis à la Philologie et à I'Archeologie Égyptiennes et Assyrennes 19 (1897) p. 42s. Por meio desta missiva o rei Hammu-

rabi determina que seu representante em Larsa faça comparecer diante de si os dois funcionários Silli-Samas e Núr-Ilabrat, apresentados como RÁ.GAB.MES 23 e DUMU.MES É.DUB.BA.A 24, tratava-se, provavelmente, de dois escrivãos militares. Sin-iddinam deve, outrossim, fazer conduzi-los, por meio de is-te-en ta-ki-il-

ka: 25 “um (homem) de tua confiança” a Babel. Não são relatados os motivos desta convocação dos dois funcionários a Babel. N. 56

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: AN.BA.LÚ.TI, cidadão de Bad-Tibira, informou-me o seguinte: Reivindi291. Sobre

a função

GAG, p. 202, 8 150.

do infinito Su-pu-Su-um-ma,

cf. 'W. von

Soden,

292. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 310, n. 115, 309. Cf. também o que foi dito no comentário à carta n. 129. - 293. Sobre o sumerograma RA.GAB, cf A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II p. 429, n. 206, 65; A. Falkenstein, Die Neusumerischen Rechtsurkunden, II, p. 151. 294. Sobre o sumerograma É DUB.BA, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 568, n. 324, 78; A. Falkenstein, Die Neu sumerischen Gerichtsurkunden, III, p. 105. 295. Cf. W. von Soden, AHw, p. 13075.

102

caram de mim o campo da casa de meu pai e eu recorri a meu senhor. Quando Etil-pi-Marduk esteve em Bad-Tibira, meu senhor escreveu a Etel-pi-Marduk. Etel-pi-Marduk examinou a questão. Ele devolveu-me o campo da casa de meu pai... [SEGUE UMA LACUNA DE CERCA DE DUAS LINHAS NO ANVERSO E TRÊS NO REVERSO]... Assim ele me informou. Agora [enviei] à tua presença [esse AN.BA.LÚ.TI]. [Examina a questão] e garante-[lhes] um julgamento de acordo com [os decretos reais]. O texto cuneiforme desta carta foi escrito em um tablete de argila que se encontra, hoje, na biblioteca da Princenton University e está inventariado sob o número 517.26 A interpretação deste texto apresenta algumas dificuldades. A primeira é o próprio nome do queixoso, aqui expresso pelos sinais sumérios AN.BA. LÚ.TI.27 A. Goetze propõe a leitura ilum-qga'iS-baltim, mas está certo tratar-se de uma mera conjectura. 28 A outra dificuldade é a lacuna de pelo menos duas linhas no fim do anverso e três no começo do reverso, além da rasura existente no lado esquerdo do reverso, que destruiu vários sinais cuneiformes. Pela parte conservada do texto vê-se que a carta trata de um caso de contenda pela posse de um campo, aqui descrito como A.SA E a-bi-ia: “campo da casa de meu pai”.?? A questão já havia sido, uma vez, resolvida por Etel-pi-Marduk. 0 A lacuna do fim do anverso e começo do reverso impede o leitor de saber o que aconteceu depois desta primeira decisão da questão. Pela decisão final aqui conservada, pode-se concluir que o campo foi novamente reivindicado e por isso seu legítimo proprietário recorreu ao rei. Hammurabi entrega a decisão do caso a seu governador em Larsa, Siniddinam, e termina sua missiva ordenando-lhe: di-nam ki-[ma 296. A. Goetze copiou o tablete e publicou a cópia com tradução em seu artigo “Old Babylonian Letters in American Collections I-IV?, JCS 17 (1963) 79. 297. Sobre o valor desses sinais cuneiformes, cf. R. Borger, Assyrischbabylonische Zeichenliste, n. 13, 5, 330, 75. 298. Cf. A. Goetze, art. cit., p. 83, 3: “It is not easy to decide how the proper name spelled AN.BA.LÚ.TI should be read. I have construed it here as representing the same scheme as, e.g., Sin-nâdin-Sumi; such names are rare in Old Babylonian times...”.

299. Cf. a linha 6 do tablete em JCS 17 (1963) 79, n. 517,6.

300. O nome Etel-pi-Marduk aparece, cidade de Bad-Tibira na carta n. 21.

103

também,

em

relação

com

a |

si-im-da-tim] %! Su-hi-is- [sú-nu-ti] : garante-[lhes| [os decretos reais)”. 302

——

to conforme

um julgamen-

N. 57

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, vem para Babel e apresenta-te a mim. Não deves demorar-tte! Chega o mais rápido possivel! Esta pequena carta de Hammurabi a seu governador em Larsa, Sin-iddinam, foi conservada em um tablete de argila que se encontra, hoje, no célebre museu Ermitage de Leningrado, inventarado com o número 9648. Ele foi copiado e publicado com transcrição e tradução em 1914 por W. Schileico. 4 Em sua missiva Hammurabi convoca Sin-iddinam para que compareça com a máxima urgência diante dele em Babel. Não são apresentados os motivos para esta chamada intempestiva do funcionário à corte real. N. 58

A Sin-iddinam

Warad-Amurrim

diz:

assim

(falou)

e Núr-Samas,

Hammurabi:

pastores-chefes...

ram-me o seguinte: “Tomaram como redã que (estavam) sob as nossas ordens e não tuto”. Assim eles me informaram. A tábua dos jovens pastores que (está) em... foi consta o seguinte):

Sillt-IStar,

informa-

os jovens pastores nos deram substi(com a listagem) examinada e (nela

Ahiya, filho de. .., substituto: Ziyatum, seu irmão; Samashazir... ...(da localidade) de Karisu; ..., filho de Sindân, substituto: ..., seu irmão, que pertence aos pastores de vacas, [3 homens], pastor-chefe: Silli-IStar. 301. Seguiu-se aqui a reconstrução textual de A. Goetze, em JCS 17 (1963) 83. Cf. também a carta n. 16. 302. Sobre o significado do termo acádico como “kônigliche Verordnung”, cf. W. von Soden, AHw, p. 1102; CAD “Sº, p. 194s. Cf. também sn J. Ellis, “Simdatum in the Old Babylonian Sources”, JCS 24 (1972) 303. pelo museu 304. tage zu St.

O

tablete foi, conforme informação de W. Schi leico, comprado Ermitage em 29 de abril de 1808, x Cf. o artigo “Ein Brief Hammurabis aus der K a aiserlichen Ermi Petersburg”, OLZ 17 (1914) 112.

104

.,

filho de Taribum,

...

-abi,

(da localidade)

de Dir;

-Jétar, filho de Sin-mágir, [substituto]: Núrum, seu irmão, (da localidade) de I$kun-Samas; ...-magir, filho de Nuratum, [substituto]: Samas-mágir, seu irmão; Inbi-ilisu, filho de Sin-..., [substituto]: Ilusu-násir, seu irmão; (ao todo) 3 (homens) do grupo sob as ordens de Ilusu-...; Abapazir, filho de Habil-kinum, substituto: ...-Irra, seu irmão, 3 (homens), pastor-chefe: Warad-Amurrim. Abiyatum, filho de Sin-i$meanni substituto: IStar-ilt, seu irmão, (da localidade) de Kadã, 1 (homem), pastor-chefe: Náúr-Samas. Na tábua do palácio está escrito o seguinte: Eles são jovens pastores! De acordo com o que está escrito na tábua do palácio, responde-lhes. Examina, também, a questão de suas perdas e repara-lhes as suas perdas. O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a Sin-iddinam foi conservado em um tablete de argila, que se encontra, hoje, no museu do Louvre inventariado sob o número AO 2704. O tablete apresenta várias lacunas que tornam impossível a leitura completa do texto. Mas o assunto geral da carta aparece, claramente, no texto conservado. Hammurabi trata, em sua missiva, da queixa apresentada ao palácio por três U.TÚL. 305 Eles reclamavam porque os KA.BAR.MES 3%, que estavam sob a sua jurisdição, tinham sido recrutados para o serviço militar como redã.37” O sumerograma KA.BAR e seu correspondente acádico kaparrum indicam, como já foi visto acima 368, o jovem aprendiz de pastor. *? Hammurabi comunica a seu representante em Larsa que, da consulta à tábua com a listagem dos KA.BAR.MES existente no palácio, resulta, claramente, que -a profissão original dos homens de SilliIStar, de Warad-Amurrim e de Niúir-Samas, que tinham sido convocados para o serviço militar, era KA.BAR. Por isso, Hammurabi ordena a Sin-iddinam que a destinação inicial desses homens seja 305. Sobre

o sumerograma

Ú.TUL,

cf. A. Deimel,

KA.BAR,

cf. A. Deimel,

xikon, II, p. 550, n. 318,171. O correspondente acádico por W. von Soden, AHw, p. 1445, por “Oberhirt”. xikon,

306. Sobre o sumerograma 1, p. 58, n. 15,106. 307. O soldado redúm

é expresso,

Sumerisches

utullum

Le-

é traduzido

Sumerisches Le-

| aqui, pelo sumerograma

UKU .US.

308. Cf. a carta n. 3. 309. Cf. CAD “K”, p. 176s; W. von Soden, AHw, p. 442. Cf. também MSL 12,82 onde se encontra a equivalência SIPA.TUR = ka-par-ru. O termo'sumério TUR significa exatamente, “pequeno”, “jovem”. Cf. À. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 351, n. 144.

105

respeitada. Além disso ele instrui seu governador em Larsa para que repare todas as eventuais perdas soiridas pelos pastores-chefes

em consegiiência da convocação dos jovens pastores.

“N.59 A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi:

bitum informou-me

o seguinte:

O correio Zili-

“Por causa do pastor Sin-

tayar, filho de minha irmã, e de seus filhos, o pastor-chefe Sulli-IStar, que tu me enviaste, prendeu-me e assim (disse) ele: “O pastor Sin-tayar, filho de tua irmã... [LACUNA DE VARIAS LINHAS...] Além disso para minha casa. .., seu documento selado ele me enviou. Passaram três anos e esse pastor-cheje Súli-IStar levou três bois meus por causa do pastor Sin-tayar e de seus filhos”. Assim ele me informou. Agora enviei à tua presença esse Zilibitum. Manda que tragam a ti esse Silli-IStar! Examina a questão e garante-lhes um julgamento conforme os decretos do rei. O texto cuneiforme desta carta foi redigido em um tablete de

argila

número

que

se encontra,

de inventário

AO

atualmente,

2705.

Em

no

sua

museu

do

missiva

Louvre

sob

ao governador

o

de Larsa, Sin-iddinam, Hammurabi trata da queixa apresentada ao palácio por um tal zi-li-bi-tum 310, descrito, aqui, profissional-

mente como um LU.KAS,.E.º! O sumerograma KAS,.E tem seu correspondente acádico no termo lâsimum 212 e indica o “correio”, o “mensageiro”, ou seja, o homem encarregado de levar as mensagens e comunicações oficiais. A queixa é contra a ação do U.TÚL 314 Silli-IStar que o retera e o responsabilizara por alguma

310. O nome Zilibitum não é comum. A Ungnad em Babylonische Briefe aus der Zeit der Hammurapi-Dynastie VAB 6, interpreta o nome como Silli-bitum. 311. Sobre o sumerograma KAS,.E, cf. A. Deimel, Sumerisches Lextkon II, p. 422, n. 222,10; kunden, III, p. 127.

A. Falkenstein,

312. Para a equivalência LU.KAS,.E

bilônico antigo, cf. UM

5,145,7.

Die

Neusumerischen

Gerichtsur-

= la-si-mu-um no período ba-

313. W. von Soden traduz, em AHw, p. 539, o termo acádico lásimum por “Láâufer”, “Kurier”. Cf. também CAD “L”, p. 106s; R. Borger, AfO 23 (1970) 24s. 314, Sobre o sumerograma UTUE cr A: Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 550, n. 318,171. Sobre o correspondente acádico utullum, cf. W. von Soden, AHw, p. 1445. O termo indica o chefe de um grupo de pastores. Na carta anterior aparece, também, um Silli-IStar com o Ú.TUL, Trata-se certamente,

da mesma

pessoa.

106

coisa relativa ao seu sobrinho, o pastor Sin-tayar. Infelizmente a lacuna do fim do anverso e começo do reverso do tablete impede-nos de saber os motivos da intervenção de Silli-IStar. Sabe-se, apenas, pelo relato do rei, que Silli-IStar no decurso de três anos *! tinha cobrado o pagamento de três bois do queixoso. Hammurabi quer ver a questão resolvida, por isso envia a Larsa o autor da queixa, Zilibitum, e ordena que Sin-iddinam convoque à sua presença a outra parte, o pastor-chete Silli-IStar. A causa deve ser acuradamente examinada .A recomendação final de Hammurabi

[di-nam Su-hi] -is-sú-nu-ti: 316 “oarante-lhes

é ki-ma si-im-da-tim

conforme

um julgamento

do rei”. 3!

os decretos

N. 60

A Sin-iddinam diz: assim (falou) Hammurabi: Enviei-te, agora, 360 carregadores. 180 carregadores devem trabalhar com o grupo de trabalho de Larsa e I80 carregadores com o grupo de trabalho de Rahabi. Eles devem prestar auxílio!

cuneiforme

o texto

com

O tablete

deste

pequeno

bilhete

de

Hammurabi a Sin-iddinam encontra-se, atualmente, no museu do Louvre com o número de inventário AO 3072. O rei comunica

ao governador de Larsa o envio de 360 UN.ÍL. 318 Como a própria composição dos sinais cuneiformes o demonstra 319 o sumerograma UN.ÍL indica o “carregador”, o profissional encarregado do trans-

315. É este, certamente, o sentido da expressão acádica MU 3 KAM il-li-ik-ma. Cf. CAD “A” 1, p. 3lIs. 316. A lacuna [di-nam Su-hi]-is-sú-nu-ti da última linha do reverso do tablete é fácil de ser reconstruída a partir do uso desta expressão em outras cartas. Cf. por exemplo: as cartas n. 16 e 56 acima tratadas. Quanto 2. ao sentido do termo simdatum, cf. CAD “S”, p. 194-196; AHw, p. 1102 Cf.

JcS

também

M.

de

J.

24 (1972) 74-82. 317. Compare CH

xikon,

318. Sobre

Ellis,

$ 241.

o sumerograma

Il, p. 538, n. 318,14;

p. 127, n. 312.

in

“Simdatum

UN.ÍL,

R. Borger,

the

Old

Babylonian

cf. A. Deimel,

Sources”,

Sumerisches

Assyrisch-babylonische

Le-

Zeichenliste,

319. O termo sumério UN, corresponde ao acádico nisu e significa o IL o que o alemão traduz por “Leute”, isto é, “gente”, “pessoa”. O term

significa em sumério

“carregar”,

107

biX': “com o grupo de trabalho de Rahabi, 322

- 320. O correspondente acádico Cf. CAD “Z”, p. 8s; AHw, p. 1501.

é, provavelmente, o termo

zâbilum.

321. Sobre o significado “grupo

ct. CAD “E”, p. 242,3 (working group, de trabalho” para o termo epistum, crew); AHw, p. 230. 322. A localização exata tratar-se

de uma

localidade

nas

da cidade de Rahabi redondezas

108

de

Larsa.

é desconhecida. Deve |



porte de mercadorias, de tijolos etc. *2 Esses 360 homens devem ser divididos em dois grupos de 180. O pumaio grupo deve trabalhar it-ti e-pi-iS-tim Sa UD.UNUGH = com O grupo de trabalho 32! de Larsa” e o segundo it-ti e-pi-iS-tim Sa URU ra-ha-

HI.

Cartas

de Samas-hãzir

arquivo

do

N. 61

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Do campo que está à disposição do palácio, dá ao gravador de sinetes, Sin-imguranni, um campo de 3 BUR à porta de Larsa, dentre os terrenos baldios; (que seja) um terreno bom, situado perto da água. O texto desta carta de Hammurabi a seu funcionário em Larsa, Samas-hãzir, foi conservado em um pequeno tablete de argila,

8,5 cm

x 5,4 cm,

no museu

inventariado

do Louvre

o número

sob

AO 8329. Na carta, Hammurabi ordena a Samas-hazir que entregue um dos campos, pertencentes aos bens do palácio, a um homem chamado Sin-imguranni. A profissão desse homem é expressa, no texto, pelo termo sumério BUR.GUL !, que entrou na língua acádica sob a forma “parkullum”2 e indicava o artista que construía os célebres sinetes em forma de cilindro, tão admirados, hoje, como verdadeiras obras de arte.* Este artista era, sem

dúvida, um funcionário do rei, pois devia receber, certamente para

o seu sustento, um campo que pertencia ao palácio *, como deduzir da formulação das linhas quatro, cinco e seis do i-na A.SA-im &a re-cá É.GAL-im ú-ka-al-lu. “Do campo à disposição do palácio”. Por determinação expressa de

se pode tablete: que está Hammu-

rabi o campo em questão devia medir 3 BUR. Se consideramos que cada BUR tinha aproximadamente 64.800 m*, o terreno em Sumerisches

1. Cf. A. Deimel,

Lexikon,

2. Cf. W. von Soden, AHw, p. 834a. 3. Cf. H. Frankfort, Cylinder Seals,

Vorderasiatische Rollsiegel, Berlim, que

mésopotamienne,

campo

4. Sobre

Paris

o costume

para o usufruto,

Ancient Mesopotamia,

1954.

de

cf. M.

p. 10s.

o

II, p. 637, n. 349,65.

Londres,

1939;

A.

Moortgat,

1940; A. Parrot — M. Lambert, Glypti-

palácio

entregar

a seus

de J. Ellis, Agriculture

funcionários

um

and the State in |

109

questão devia medir cerca de 194.400 m?, ou seja, cerca de 19,44 hectares. * Esse campo devia ser escolhido dentre os terrenos ainda

não cultivados $, que o palácio possuía junto

de Larsa.

Hammurabi

termina

sua

carta

da porta da cidade

descrevendo

a qualidade

do terreno nas linhas dez e onze do tablete: A.SÃ-am dam-qá-am

Sa a-na me-e Sa-ak-nu

“um

campo

bom,

situado

junto

d'água”,

N. 62

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, da um campo de 1 BUR a Sin-mustal, (um campo de) 1 BUR a Ili-iddinam, (um campo de) I BUR a Ili-iSmeanni, os três chefes dos mercadores de Ur, (juntamente) com os seus antigos campos de sustento. O rei Hammurabi determina nesta carta a SamasS-hãzir, que nos foi transmitida em um tablete de argila de 7cm x 5cm registrado no museu do Louvre, sob o número AQ 8989, a entrega de três campos de propriedade do palácio aos três funcionários, nominalmente mencionados, Sin-muktal, Ili-iddinam e Ili-i£meanni. Esses três funcionários eram os UGULA.MES7 DAM.GAR.MES'* Sa URI.KI? “chefe dos mercadores de Ur”. 10 Cada campo devia medir 1 BUR, aproximadamente 6,48 hectares. No fim da carta Hammurabi observa que esses campos deviam ser entregues a esses funcionários, não em lugar, mas além dos campos que eles já possuíam a título de sustento pelo serviço que prestavam à administração central, como aparece claramente na seguinte formulação das linhas oito e nove do reverso do tablete: qá-du-um ASA SUKU-Su-nu ll la-bi-ir-tim “juntamente com seus antigos 5. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 812, n. 411,38: R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 165, n. 411. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 141b. 6. O termo sumério KI.SUB.BA assumido na lingua acádica sob a forma “kiSubbâm é traduzido por W. von Soden, em AHw, p. 493a, por “Odland”, isto é: “terreno inculto”. Cf. também CAD “Kº, p. 463. 7. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 495, n. 295,4. 8. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 1029, n. 557,37. 9. Sobre a leitura URI ou ÚRIM para Os sinais cuneiformes SES. UNUG, cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 138, n. 331. Cf. també Sumerisches

Lexikon,

II, p. 89,

n.

331,26. IO. Cf. H. Klengel, Handel und Hândler im Alten Orient, p. 84s. 11. A expressão suméria A.SA.SUKU tinha como correspondente acádico a palavra Sukisum ou a expressão egel Sukúsim e indicava um

campo dado a um funcionário do rei a título de sustento. Cf. 'W AHw, p. 1266b.

110

- VON

Soden,

na

A. Deimel,

o nico

m

campos de sustento”. Trata-se, provavelmente, algum serviço especial prestado ao rei,

de um prêmio por

N. 63 A

diz:

Samas-házir

(falou)

assim

Hammurabi:

Quanto

a

Sep-Sin, chefe dos mercadores de Larsa, dá-lhe um campo

para seu sustento como (o de) Sin-mustal, dores de Ur.

chefe dos merca-

Esta pequena carta de Hammurabi a SamaS-házir foi conservada em um tablete de argila, de 84cm x 5cm, inventariado no museu do Louvre com o número AO 8319. O rei determina, aqui, que o A.SA.SUKU do chefe dos mercadores de Larsa, Sep-Sin 2, fosse como o do chefe dos mercadores de Ur, Sinmustal. 3 A expressão suméria A.SA.SUKU * indicava um campo dado a um funcionário real a título de sustento pelos serviços prestados ao palácio. ! Os dois funcionários em questão exercem o mesmo tipo de função nos escalões de serviço do palácio. Ambos

são

UGULA 1º. DAM.GAR 1,

“chefe

dos

dois grandes centros subjulgados por Hammurabi:

mercadores”

benefício.

Por isso devem receber o mesmo

em

Larsa e Ur. +

12. O nome de Sêp-Sin é também mencionado nas cartas do arquivo de Sin-iddinam: cf. acima o texto n. 14 (BM 12.838) e n. 24 (BM 23.130). Cf. também H. Klengel, Hammurapi von Babylon und seine Zeit, p. 126s. 13. O nome de Sin-mustãl aparece, também, juntamente com o de S6p-Sin, nos arquivos de Sin-iddinam: cf. acima o texto n. 24 (BM 23.130). Cf. também H. Klengel, Hammurabi von Babylon und seine Zeit, p. 126s. 14. Sobre a expressão sumérica A.5A.SUKU, cf. R. Borger Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 199, n. 574. Sobre o correspondente acádico eqel Sukúsim, cf. W. von Soden, AHw, p. 1260D. 15. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 12. 16. Ct. A. Deimel, 17. Cf. A. Deimel,

Sumerisches Sumerisches

Lexikon, Lexikon,

Il, p. 495, n. 295,4. IV, p. 1029, n. 558,37.

18. C£ P. Garelli, Le Proche-Oriente Asiatique — Des ÓOrigines aux invasions des peuples de la mer, p. 128s. Nas listas de datas do reinado de

Hammurabi

rei de Larsa

lê-se

no

ano

31

a vitória

de

Hammurabi

sobre

Rim-Sin

(cf. art. “Datenlisten” im RLA, Il, p. 180). À fórmula do

31º ano diz: “Com

confiança em Anu e Enlil que marcham à frente de seu

exército, venceu, com a o país de Emutbal e seu Acade”.

grande força rei Rimsin...

111

que os grandes deuses lhe deram, e colocou sob seu dominio Sumer e

A Samas-hazir diz: assim (falou) Hammurabi: dá ao cavaleiro Munawirum, do campo da casa de seu pai que (está) em Dimat-ilt-aSranni, um campo de 3 BUR, como campo de

dl

N. 64

O texto da carta acima traduzida foi conservado em um tablete

- ng

seu sustento.

de argila, com 8,6 cm x 5,5 cm, inventariado no museu do Louvre

sob a sigla AO 8324. Nesta carta dirigida a Samas-hazir, Hammurabi determina que seu representante destine a um RÁ.GAB,

Munawirum, um campo de três BUR. O sumerograma 2º indica um determinado tipo de funcionário do palácio como já foi visto em outras cartas traduzidas anteriorser entendido como uma espécie de mensageiro mon-

tado. 2! O terreno em questão é, sem dúvida, propriedade do palácio, mas o campo de Munawirum deve ser dividido do terreno que o palácio destinara à sua família, como se pode concluir das palavras da linha cinco do texto: i-na A.SA É a-bi-&u Sa AN.ZA. GAR-i-lí-aS-ra-an-ni “do campo da casa de seu pai que (está) em Dimat-iliaSranni”. O campo a ser entregue a Munawirum deve medir, segundo a determinação de Hammurabi, 3 BUR, ou seja,

cerca

de

19,44

atribuído a Munawirum seu sustento”.3

hectares.2

a-na

Além

A.SA

disso

SUKU-Su:

o

campo

“como

deve

campo

ser

de

N. 65 A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, dá a Mãr-ersetim, “Sakkanakkum” de Bad-

tibira, do terreno baldio que está à disposição do palácio, um campo de 6 BUR como terra à sua escolha. Esta pequena carta de Hammurabi a Samas-hãzir foi conser-

vada

em

um

tablete

de

88 cm

x d,9 cm,

escrito



no

19. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 429: n. 206,65. 20. Cf.

acima

texto BM

12.829, p. 50 e O texto BM

anverso,

23.131, p. 675. 21. Cf. W. von Soden, AHw, p. 947b. 22. Cf. F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des Samas-Hãzir, p. XI. "23: Sobre o significado do sumerograma A.SA.SUKU e seu corres-

Da a qe

chamado RÁ.GAB e pode, mente 2),

inventariado no museu do Louvre sob a sígla AO 8321. A carta

contém uma diretriz do rei para a concessão de um ferreno a um homem chamado Mãr-ersetim. 4 A carta dá informações precisas sobre a natureza e o tamanho do campo em questão. Esse campo devia ser escolhido i-na ni-di-tim Sa re-eS E.GAL ú-ka-al-lu “do terreno baldio2 que está à disposição do palácio”. 2 Tratava-se, pois, de um terreno de propriedade da coroa. A determinação do campo devia ser feita a-mi-ir-ta-Su: “à sua escolha” Z, provavelmente à escolha do próprio Már-ersetim. ZEsse Marersetim é apresentado aqui como um alto funcionário da administração central. Ele é um GIR.NÍTA (SAGGIN) 2, termo sumério que corresponde ao título acádico sakkanakkum 30 e indica uma espécie de governador local. 3! Már-erstim era, pois, o governador de uma localidade chamada Bad-tibira. Provavelmente, por se tratar de um alto funcionário, o campo que lhe é destinado em pagamento pelos serviços prestados à administração real é bastante grande: 6 BUR, ou seja, cerca de 38,88 hectares. N. 66 A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: O campo que foi dado aos “LU.MES eb-bu-tim” e aos pescadores do mar, como foi dado permanece. Desse campo nem sequer 1 SAR de campo será tocado!

Nesta pequena carta de Hammurabi

foi conservado

em

um

tablete

de

a Samas-hãzir, cujo texto

7,2 cm

x 4,8 cm,

24, Trata-se de um nome bastante fregiiente nos riodo babilônico antigo. Só nos textos publicados por d'Epoque Babylonienne Ancienne, o nome aparece mais 25. Sobre o significado do termo acádico niditum, AHw, p. 786; CAD “N II”, p. 208.

26. Sobre

o significado

da expressão

den, AHw, p. 503, n. 12. 27. Cf. CAD A/2, p. 63a. Contudo

com

apenas

documentos do peM. Birot, Tablettes de dez vezes. cf. W. von Soden,

rês...kullum,

cf. W.

von So-

W. von Soden registra, em AHw, o significado “Verfiigungsland”.

p. 42, o termo amertum com 28. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 16. 29. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 851, n. 444,35. Deimel observa: “In den Texten der III Dyn. von Ur ist der Berufsname fir den kônigl. Komissar, der iiber dem Patesi steht...”. Cf. também R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, o 171, nm. 444. 30. Cf. W. von Soden, AHw, 1140a. 31. Cf. P. Garelli, Le 'ProcHesDriént Asiatique, p. 264.

113

dez linhas escritas no anverso, inventariado no museu do Louvre com o número AO 8323, o rei intervém em favor da propriedade de dois grupos de pessoas. O primeiro grupo é expresso na cópia de Thureau-Dangin publicada em TCL 7 pelos sinais cunei-

formes LU.MES BA-bu-tim, mas o próprio Thureau-Dangin percebeu a dificuldade textual e, em seu estudo “La Correspondence de Hammurabi

avec SamasS-hãzir”

publicada

na Revue

d'Assyrio-

logie *, decidiu-se pela leitura ib-bu-tim.? Encontra-se aqui, provavelmente, o mesmo grupo de pessoas mencionado em uma outra carta de Hammurabi a Samas-hãzir conservada no Ashmolean Museum de Oxford. 3* O conjunto de sinais cuneiformes LU. MES eb-bu-tim indicam, sem dúvida, um tipo de profissão a serviço da administração central, embora não haja, ainda, elementos para que se possa saber exatamente a função que eles exerciam. *º O outro grupo é expresso pelo sumerograma SU.HA. LU.A.AB.BA.MES * que indica os pescadores do mar. 8 Hammurabi ordena na carta, que não se altere a distribuição de campos feita anteriormente em benefício dos dois grupos de profissionais a serviço do palácio mencionados na carta. Trata-se, sem dúvida, de terrenos de propriedade do palácio distribuídos para usufruto aos grupos dos LU.MES eb-bu-tim e dos pescadores do mar a título de pagamento pelos serviços prestados ao rei. A carta termina com uma severa admoestação: i-na A.SA gu-a-ti 1 SAR A.SA-um la il-la-ap-pa-at. “Desse campo, nem sequer 1 SAR deve ser tocado”. A medida suméria de superfície SAR corresponde a cerca de 36 m*. 3 32. Cf. RA 21 (1924) 33. Cf. Art. cit, p. 9. the

carta

34. O texto desta

First

Babylonian

acima

n. lil.

1-58.

carta

Dynasty,

foi pubicado Oxford,

1924,

por

n.

G. 8.

R. Driver,

Cf.

a

Letters

tradução

of

desta

35. Cf. W. F. Leemans, Legal and economic records from the Kingdom of Larsa, Leiden, 1954, SLB, 1, II p. 62s. Cf. também CAD “E”, p. 3. 36. F. Thureau-Dangin, em RA 21 (1924) 9 traduz a expressão em questão pela palavra francesa “affranchis”. F. R. Kraus, em Briefe aus dem Archive des Samas-hãzir, p. 5, pelo termo alemão “Vertrau ensleute”. 37. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 672, n. 354414.

38. A tradução acádica do sumerograma SU.HA LU.A.AB.BA.MES

é ba'iru awil tiamatim cuja von Soden, AHw, p. 96a.

tradução

literal

é pescadores

do

mar.

Cf.

W.

39. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 372, n. 152 IV. 34. Cf. também F. R. Kraus, Briefe ans dem Archive des Samas-hazir, p. XI. 114

N. 67 A

Samas-házir

diz:

assim

(falou)

Hammurabi:

Envio-te

agora, Emmê e Rim-Sin. Quando chegarem junto a tí, dá-lhes campos

de acordo

com

os termos

do documento

de destina-

ção, que foi lavrado em minha presença. Despacha-os rapidamente!

[Que

eles não incomodem

mais]

o palácio!

Nesta carta, conservada em um tablete de argila, com 9cm x 5,6 cm, registrado no museu do Louvre sob a sigla AO 8325,

Hammurabi comunica a seu funcionário SamasS-házir o envio a Larsa de dois cidadãos nominalmente mencionados como Emmê

e Rim-Sin. Eles são portadores de um documento do típo DUB i-si-ih-tim lavrado diante do rei. A expressão DUB *º i-si-ih-tim

em acádico tuppi isihtim, literalmente documento de destinação 4, indicava, nas cartas de Hammurabi, um certificado pelo qual se documentava a consignação de um terreno a um determinado indivíduo ou grupo. 2 Os dois cidadãos, Emmê e Rim-Sin, eram, certamente, dois funcionários do palácio ou tinham prestado algum serviço especial à coroa e por isso haviam recebido em pagamento o usufruto de terrenos de propriedade do palácio. Hammurabi ordena que lhes sejam entregues campos a-na KA DUB i-si-ih-tim “de acordo com os termos do documento de destinação” $ e que a operação seja executada ar-hi-is, isto é: “o mais depressa possível”: 4 A última linha do tablete apresenta uma lacuna. Os únicos sinais legíveis são E.GAL = palácio. Com F. Thureau-Dangin deve-se, provavelmente, completar a lacuna com os sinais la ú-da-ab-ba-bu $ = “não incomodem”.

N. 68 A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Foi-te escrito a respeito da consignação do campo aos colonos que servem na porta od palácio. Por que, até agora, não os despachaste? 40. Cf. A, Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 340, n. 138,31. 41. Cf. W. von Soden, AHw, p. 387b, onde a expressão tuppi isihtim é traduzida por “Zuweisungsbescheinigung”.

42. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Meso-

potamia,

p. 15, n. 20.

43. Sobre a expressão ana pi tuppi isihtim, cf. W. von Soden, AHw,

p. 873b, n. 11.

44. Cf. W. von 45. Cf. Art. “La em RA 21 (1924) 9. carta de Hammurabi a

Soden, AHw, p. 67b. Correspondance de Hammurapi avec SamaS-Hasir”, A complementação de texto é confirmada por outra SamaS-hãzir publicada por Driver, em OECT 3, n. 5.

115

Envio-te, agora, Rimiya,

Ana-sillisu-emid e IHi-tppalsam. De

acordo com os termos do documento de destinação que eu te enviei, entrega o campo aos colonos que servem na porta do

palacio. em

O texto desta carta de Hammurabi um

tablete

de

era,

como

argila,

com

8,7 cm

a Samas-hãzir x 5,5 cm,

encontra-se

inventariado

no

museu do Louvre sob o número AO 8316. O rei reclama, aqui, do atraso de Samas-hãzir na entrega de campos aos DUMU.MES ENSÍ.MES “membros do grupo dos ENSÍ”.% O ENSI = iSSakkum

foi visto

acima *%,

na

administração

da

pri-

meira dinastia babilônica, um funcionário agrícola, daí a tradução “colono” geralmente adotada. Na formulação da quarta linha do tablete Sa i-na KA É.GAL iz-za-zu “que estão à disposição

na porta do aplácio”, a expressão KA É.GAL, literalmente “porta

do palácio” indicava, provavelmente, a ala do palácio onde funcionava a sua administração. * Hammurabi anuncia na carta, além disso, o envio a Larsa de três homens chamados Rimiya, Anasillisu-emid e Ili-ippalsam. Os dois primeiros, Rimiya e Ana-silliSu aparecem em uma carta de Hammurabi a Sin-iddinam 5º como chefes de grupos de colonos. É provável que Ili-ippalsam, também, fosse o chefe de um grupo de colonos. Eles são enviados a SamaS-hãzir certamente, para defender os direitos de sua classe. SamzS-hãzir deve proceder à entrega dos campos a-na pi-i DUB i-si-ih-tim “de acordo com os termos do documento de

destinação” 5! que Hammurabi já enviara a seu delegado em Larsa. N. 69 A Samas-házir diz: assim me a respeito dos homens a

46. Sobre

o

valor

do

sinal

(falou) Hammurabi: de Kisurra, que não cuneiforme

ENSI

Escrevestevieram a ti

(PA.TE.SI),

cf.

A.

Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 502, n. 295,145. Cf. também M. J. Seux, RA 59 (1965) 101s. 47. Cf. o comentário ao texto do tablete BM 12.840, n. 15. Cf. também M. de J. Ellis, Agricultura and the State in Ancient Mesopotamia, p. 39s.

: - 48. Cf. por exemplo: p. 262s.

49. Cf. A. Falkenstein, cipalmente a nota 102.

W.

von Soden, AHw, Baghdader

Mitteilungen

50. Cf. acima o texto BM 12.840, que carta nm. 15. 51. Cf. W. von Soden, AHw, p. 387b;

116

p. 398b. 2

Cf. CAD

(1963)

26 e prin-

corresponde

nesta

CAD

p. 190s.

“I/)”,

“I Ir,

edição

à

para estabelecer as suas fronteiras. Envio-te, agora, os ho-

mens de Kisurra. Incumbi, também, Ea-rabi e seus companheiros de ir com eles. ... Executai essa ordem como eu vos encarreguei. Escreveste-me a respeito dos operários que, ate agora, não chegaram a ti, Envio-te, agora, os operários.

Hammurabi

começa esta sua carta a SamaS-hãzir, que chegou

até nossos dias em um tablete de 8,3 cm x 5,2 cm, inventaríado no museu do Louvre sob o número AO 8328, respondendo a uma carta anterior de seu funcionário. SamasS-hãzir queixara-se do não comparecimento em Larsa de homens de uma localídade

chamada Kisurra>, que deviam ter acertado com ele questões pendentes sobre as fronteiras % de suas terras. O rei anuncia em

sua carta o envio desses homens. Juntamente com os homens de Kisurra, Hammurabi manda também, a Larsa, Ea-rabi e seus companheiros. Infelizmente, uma lacuna no início do reverso do tablete impossibilita-nos conhecer os motivos da ida de Ea-rabi

e seus

companheiros

à presença

de

Samas-hãzir.

No

fim

da

carta o rei responde a uma outra queixa de seu funcionário: o não recebimento dos DUMU.MES um-mi-a-ni requisitados. O termo acádico ummiânum ** indica os membros de um grupo de artesões,

de operários especializados. 5

N. 70 A Samas- házir diz: assim (falou) Hammurabi: Do campo que

está em tua mão, (dá) um campo de 1 BUR ao escrivão, Ahuwagar de Zunawi; um campo de 1 BOR a Jli-hitanni, chefe das tecedeiras... [o resto do tablete foi perdido]. Esta carta de Hammurabi a SamaS-hãzir foi conservada em

um tablete de argila, de 7cm x 5,2 cm, inventariado no museu do Louvre sob o número AQ 8580. Infelizmente perdeu-se a parte

52, Sobre a localização e história de Kisdfra cf. B. Kienast, Die Altbabylonischen- Briefe und Urkunden aus Kisurra, 1. Parte, Wiesbade n, 1978, p. 1-37. 53. Sobre o termo acádico itâm = fronteira cf. W. von Soden, AHw, p. 406b; CAD “I/]”, p. 3125. E 54. Cf. W. von Soden, AHw-p. 1415a.

55. A expressão DUMU. MEÉ x ou o correspondente acádico mãr X não. indica apenas “filho de...” mas pode expressar também os memso de um

grupo, de uma

corporação.

117

inferior

do

tablete

de

maneira

que

não

se

pode

conhecer

todo

teor da carta. Na parte conservada da carta, o rei determina a entrega de dois campos, de 1 BUR 5% cada, a dois cidadãos citados na carta nominalmente. Os dois campos devem ser divididos i-na A.SA Sa i-na qá-ti-ka i-ba-aS-Su-ú “do campo que está em tua mão”. Esta expressão indica, certamente, um campo que está a disposição de SamaS-hãzir, portanto um campo de propriedade do palácio. Um dos campos deve ser entregue ao DUB. SAR: “escrivão” * Ahuwagar, originário da localidade chamada

Zunawã *8; o outro a Ili-hitanni, cuja profissão é indicada pela expressão suméria UGULA MÍ.US.BAR: “chefe das tecedeiras”, 5º Embora o texto não diga a que título esses campos devam ser cedidos, pode-se supor que se trate de campo de sustento ou de pagamento de algum serviço especial prestado à coroa. Os dois cidadãos aqui mencionados são, sem dúvida, dois funcionários do palácio. N. 71

A Samas-hazir diz: assim (falou) Hammurabi: No ano passado enviei-te os arqueiros montados para receber os campos. Eles ficaram convosco, oito meses, mas não despachastes um unico homem. Neste ano, todos os funcionários estiveram a serviço em Sippar, e vós, também, (lá) estivestes. Determinastes,

então,

que

os homens

que têm

direito a receber um

campo fossem destinados a receber um campo e os que não têm direito a receber um campo, (recebessem) rações de cevada. Além disso, para despachar os cavaleiros que estavam destinados a receber um campo, lavrastes um documento selado. Agora, pois, envio-vos os cavaleiros que devem receber um campo, os seus “UGULA.MAR.TU” e o escrivão

56. A medida de superfície BUR equivale, como Já foi visto acima, a 6,48 hectares. 57. Sobre o sumerograma DUB.SAR, cf. A. Deimel, Sum erisches Lexikon, II, p. 341, n. 138,50; e sobre seu correspondente acádico tupsarrum, cf. W. von Soden, AHw, p. 1395b. É 8. À localização exata de Zunawi é desconhecida. - 59. Sobre o sumerograma Mi.US.BAR, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 440, n. 211,51. O correspondente acádic o de MíÍ.US.BAR

é E

p.

Ss.

ou uspartum; cf.

W. von Soden, AHw, p. 396b; CAD “I/P, 118

Apil-lisu. Conforme os termos do documento de destinação que para eles foi lavrado, fazei-os tomar posse do campo! Mandai-os, imediatamente, para cd! Enviai-me, também, a tabua dos campos que os fizestes tomar posse. Se não despachardes,

imediatamente,

esses

cavaleiros,

não

vos

no

AO

8314,

será

perdoado, como se tivésseis ultrapassado a grande fronteira. O

texto

desta

carta

foi

conservado

tablete

de

9,5 cm x 5,8 cm, do museu do Louvre. Nela Hammurabi condena a morosidade de SamasS-hãzir em relação à distribuição de campos a alguns funcionários enviados a Larsa pelo próprio rei. A posição social desses funcionários na escala do funcionalismo público é expressa pelo sumerograma RÁ.GAB.MES LÓ PAN 9,

que, Sa,,

certamente, corresponde, em acádico, à expressão rakbúm qastimél e indica um tipo de soldado, provavelmente, uma

espécie de arqueiro montado. * Esses funcionários já tinham sido enviados a Samas-hãzir no ano anterioré ao da data desta carta. A finalidade da vinda desses homens a Larsa é claramente expressa na quarta linha do tablete pela formulação a-na A.SA. HI.A Su-us-bu-tim: 4 “para faze-(los) tomar posse de campos” e isto, certamente como pagamento pelos serviços prestados no exército do rei. 6 Mas o envio desses funcionários a SamasS-hãzir foi inútil, pois ficaram oito meses com Samas-hãzir e, como o próprio Hammurabi constatou, 1 LÚ ú-ul ta-pu-la: “não despachastes um único homem”. É interessante notar que, na linha sexta 60. Sobre o significado do sumerograma RA.GAB, cf. A. Deimel Sumerisches Lexikon, II, p. 429, n. 206.65; cf. também A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, III, p. 151. Quanto ao sumerograma PAN, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 843, n. 439,6 e 7. 61. Quanto à leitura LU = Say e a interpretação do sumerograma como

rakbiúm

62. Cf. H. Schmôkel, naturalmente antigo apenas 63. Cf.

trada por W.

Jahr”.

SangaStim,

cf.

CAD

ÁÀ,

IH, p.

52b.

H. Klengel, Hammurabi von Babylon und Kulturgeschichte des Alten Orients, p. de uma tropa de cavalaria, já que esta no primeiro milênio. na terceira linha a expressão adverbial

von

Soden,

em

AHw,

p. 11234, com

seine Zeit, p. 135s; 108s. Não se trata começou no oriente

“Saddaqdim” regiso significado “voriges

Cf. também W. von Soden, GAG 8 72c, p. 96. 64. A forma Su-us-bu-tim é um infinitivo da forma causativa (5) do verbo sabãtum, que é registrado por W. von Soden, em AHw, p. 1066a, com o significado “packen, greifen, nehmen”. Cf. também GAG, p. 116, $ 89 e p. 202, S 150; CAD “S”, p. 5s. 65. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. lôs. Cf. também N. Yofee, The Economic Role of the Crown in the Old Babylonian Period.

119

do

tablete

e naes

seguintes,

há uma

mudança

de

forma

de

trata-

adverbial

Sa-at-tam

no

começo

da

oitava

mento. Em vez da segunda pessoa do singular, aparece a segunda do plural, provavelmente porque o rei se refere a Samas-hãzir e a seus auxiliares na administração das terras do palácio. Da oitava linha do tablete em diante, o rei trata de acontecimentos do ano em que a carta foi escrita.% Na linha nove a expressão IR.MES ka-lu-Su-nu: “todos os servos” % refere-se, sem dúvida, aos funcionários do rei, justificando-se assim, a tradução feita acima “todos os funcionários”. Esses funcionários estiveram reunidos na cidade de Sippar $, conforme é do conhecimento do rei. Nesta ocasião SamasS-hãzir e seus auxiliares — igualmente presentes em Sippar — procederam à destinação de campos para os a-wile-e Sa a-na À.SA-im sa-ba-tim i-re-ed-du-ú: 9 “homens que têm direito de receber um campo”. Aos outros foram destinados SE.BA = “rações de cevadas” 7º a título, sem dúvida, de sustento. Para dar legitimidade ao ato de destinação de campos foi redigido um ka-ni-kam: 7! “documento selado”. Mas apesar de tudo isso, até o momento da redação da carta de Hammurabi, os RÁ.GASB. MES que deviam receber um campo, nada tinham recebido. Por isso Hammurabi os envia a Larsa acompanhados por esta carta, que continha a ordem claramente expressa nas linhas 24 e 25 do tablete: a-na pí i-si-ih-tim Sa uk-ti-in-nu-Su-nu-Si-im A.SA-am Su-us-bi-ta-Su-nu-ti: “conforme os termos do documento de destinação que para eles foi lavrado, fazei-os tomar posse do campo”. - Seguiram para Larsa, juntamente com os RÁ.GAB.MES, um escrivão chamado Apil-ilisu e os seus UGULA.MAR.TU. O termo 66. Observe-se

a

forma

linha, que W. von Soden traduz, em AHw, p. 1200b, por “dieses Jahr, heuer” .Cf. também GAG, p. 96, 8 72c. 67. Sobre o termo sumério IR, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 94,3. Sobre a expressão kalúSunu, cf. W. von Soden, AHw, p. 427a, e GAG, p. 189, 8 134h. |

68. Sobre a leitura Zimbir dos sinais UD.KIB.NUN,

cf. R. Borger,

Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 155, n. 381: Quanto ao nome Sippir ou Sippar, cf. D. O. Edzard, Altabylonische Rechtsund-Wirtschffsurkunden aus Tell ed-Der, p. 146. | 69. Sobre o significado da forma do presente subjuntivo do verbo redúm, cf. W. von Soden, AHw, p. 965. Na p. 966 W. von Soden registra entre outros o significado “Anspruch erhalten auf”. 70. Sobre os termos sumérios SE.BA, cf. A, Falkenstein Die neusu-

merischen Gerichtsurkunden, III, p. 94.

Í

71. Sobre o significado do termo acádico kanikum, cf. W. S Soden, von , 150s. p. “K”, AHw, p. 437; CAD 120

sumério

UGULA *2, que corresponde

ao acádico

waklum ?, indica,

como já foi visto diversas vezes nas cartas anteriores, o chefe de um grupo. Já o sumerograma MAR.TU indicava originariamente um grupo nômade 2, mas a partir de Ur III começou a designar os membros de uma formação militar que, se inicialmente era formada por pessoas da tribo MAR.TU, mais tarde nem sempre tinha relação com esse grupo nômade. ? Pelo texto

da carta pode-se, provavelmente, concluir que os RAÁ.GAB.MES mencionados pertenciam à formação militar MAR-.TU, explican-

do-se, destarte, a presença dos chefes dessa guarnição neste contexto. Hammurabi ordena, além disso, que os homens enviados a Larsa sejam — ar-hi-iS7ó — o mais depressa possível mandados de volta e tragam consigo o DUB?” ASA.HLA, isto é: a tábua que registra os campos distribuídos aos funcionários em questão. A carta termina com uma severa advertência a Samashãzir, cujo sentido não é completamente claro: Se a ordem do rei referente à distribuição de campos aos RÁ.GAB aqui mencionados não for imediatamente executada ki-ma Sa i-ta-a-am ra-bi-a-am te-ti-gá pa-nu-ku-nu ú-ul ib-ba-ab-ba-lu: “como se tivésseis ultrapassado a grande fronteira, não vos será perdoado”. acádico

O termo

itim

=

fronteira

tem

aqui,

sem

um

dúvida,

sentido moral. 8 O sentido da advertência é, sem dúvida, que uma desobediência ou negligência de SamaS-hãzir em relação às ordens 72. Cf. kenstein, Die 73. Cf. 74. Cf. Die Nomaden o

966.

Cf.

A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 495, n. 295,4; A. FalNeusumerischen Gerichtsurkunden, III. p. 171. W. von Soden, AHw, p. 1456. H. Klengel, Zwischen Zelt und Palast, p. 44s; D. O. Edzard, in der altbabylonischen Zeit, em Fischer Weltgeschichte,

II, p. 167-172;

G. Buccellati, The

Amorites

of the Ur III Period,

Neapel,

75. Cf. A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, I, p. 97.

também

Premiére

Fr.

Dynastie

Thureau-Dangin,

Babylonienne,

Lettres

TCL

et

I, onde

Contrats

de

nos textos

Iépoque

de

la

5:5.17 e 6:6.11

aparece um certo Belanum com o título UGULA MAR.TU; Fr. ThureauDangin, Recueil des tablettes chaldéennes, Paris, 1903, n. 335, Vs. 3; n. 388; Rv 7.10; n. 395, Rv. 7.

76. Sobre o significado do advérbio p. 67b; CAD “A”, II sub voce.

arhis, cf. W. von Soden,

AHw,

77. O termo sumério DUB e seu correspondente acádico tuppum indicavam o tablete de argila onde se registravam contratos e outros documentos e se escreviam cartas e outros textos literários. Cf. A. Deimel, Sume-

risches Lexikon, II, p. 340, n. 138,31. Cf. também W. von Soden, p. 13945. 78. Cf. W. von Soden, AHw, p. 407, 3b; CAD “I/]”, p. 314.

121

AHw,

mm

me e

O

Rm

contidas nesta

carta será considerada

por

Hammurabi

como

uma

talta gravíssima e como tal tratada; é como se Samas-hãzir infigisse um preceito importantíssimo ou um tabu religioso. 7º Nesta carta transparece claramente a indignação de Hammurabi pela negligência de Samas-hãzir em atender as determinações reais. N. 72

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: O músico Hi-igiSam, um RA.GAB, informou-me o seguinte: “Sin-iris e Aplum, irmãos de meu pai, reivindicaram o meu campo”. Assim ele me informou! Examina a questão e divide entre eles, em partes iguais, todo campo que estiver em suas mãos. O texto desta carta foi conservado em

8,7 cm

x 5,3 cm,

inventariado

no museu

do

um

pequeno

Louvre

sob

tablete

de

o número

AO 8318. Hammurabi relata inicialmente o recurso feito ao palácio por um homem chamado Ili-iqisam, apresentado, aqui, com dois títulos profisionais. O primeiro é expresso pelo sumerograma

NAR 9, que

significa

“músico”.

O

outro

título é RA.GABI

indica o membro de uma formação militar, uma espécie de “cavaleiro”. Trata-se, portanto, de um funcionário do rei. Ele procura a proteção do rei porque seus tios Sin-iriS e Aplum reivindicam a posse do terreno que está em suas mãos. Nas últimas linhas da carta, Hammurabi comunica a SamaS-hãzir a sua decisão. Esta parte começa com a conhecida formulação wa-ar-ka-tam pu-ru-ús-ma: “examina a questão!”. Neste exame Samas-hãzir deve averiguar todos os campos que estão em posse de Ili-iqisam e de seus tios. O passo seguinte de Samas-hãzir determinado por Hammurabi é: mi-it-ha-ri-iS zu-uz-zu-nu-Si-im: “divide entre 79. Compare, por exemplo: em E. Ebeling Die akkadische Gebetsserie

Handerhebung”, p. 72,17 a formulação i-ta-a 5a ili lú etiq:

Deus

eu realmente

Medical Texts, i-te-e kitti itiqu: 80. Cf. A. 81. Cf. A. 151; A. Deimel, 82. Cf. a meu pai”.

ultrapassei”.

Cf. também

“A fronteira de

R. C. Thompson,

Assyrian

102,10. Em E. Reiner, Surpu II, 66 aparece a formulação “eles ultrapassaram as fronteiras da verdade”. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 673, n. 355,15. Falkenstein, Die neusumerischen Gerichtsurkunden, III, p. Sumerisches Lexikon, II, p. 429, n. 206,65. expressão da sétima linha: ah-hi a-biia = “irmãos de

122

e

eles em partes iguais”. Portanto a solução de Hammurabi ao caso de Ili-igiSsam é uma redivisão dos campos, que pertenciam à sua família, em partes iguais, e uma redistribuição dessas partes entre

Ili-igisam e seus tios Sin-iriS e Aplum. N. 73 A

Samas-háãzir

chefe

Apil-Samas

diz:

pomar de 1 BUR,

assim

relatou-me

(falou)

Hammurabi:

o seguinte:

Arwium

O

pastor-

o

tomou

na foz do canal de Lalatum,

(situado)

que o meu senhor dera aos pastores que estão sob a minha direção”. Assim ele me relatou! Quem deu esse pomar a Arwium? Manda-me um relatório completo e claro sobre esse pomar.

A carta acima traduzida foi conservada em um tablete de argila,

de 7,5 cm x 5 cm, inventariado

no museu

do Louvre

sob o número

AO 8315. Hammurabi começa sua missiva apresentando a queixa feita ao palácio por um tal Apil-Samas, cuja profissão é expressa pelo título sumério U.TUL. % Na língua acádica o termo entrou

sob a forma utullum. 8 Trata-se, sem dúvida, de um tipo de pastor. É, contudo, difícil determinar com exatidão que tipo de pastor

A. Falkenstein traduz e explica o o termo Ú.TÚL descrevia. termo como um “Rinderhirt”, um pastor de gado bovino.8º ApilSamas era, certamente, uma espécie de chefe de um grupo de pastores como se pode concluir da oitava linha do tablete onde se fala de SIPA.MES $a qá-ti-ia: “pastores sob a minha direção”. A queixa desse Apil-Samas é contra um homem chamado Arwium, cuja profissão não é mencionada, que se apossou de um GIS.

KIRIg, medindo um

BUR,

que o próprio

rei dera, certamente a

título de pagamento por serviços prestados, aos pastores que estão sob a direção de Apil-Samas. O sumerograma GIS.KIRIg indica, em geral, um pomar de frutas 8” e corresponde ao termo acádico 83. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 822, n. 420,46. alemão f

84.

Cf. W.

von

Soden,

“Oberhrit”. 85. Cf. B. Landsberger, 86. Cf. A. Falkenstein,

poll.

AHw,

p.

1445b,

onde

é traduzido

pelo termo

MSL 2: Ur-e-a = nâpu, p. 10Ts. Die Neusumerischen Gerichtsurkunden,

87. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 372, n. também A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, 129.

123

vol.

152,33. CÍ. vol. IH, p.

kirúm.* Esse pomar media um BUR, ou seja, 6,48 hectares. A questão principal que FHammurabi levanta nesta carta e que ele quer que seja resolvidaé apresentada nas: linhas 12 a l4

do tablete: GIS.KIRI, Su-a-ti id-di-in: “Quem deu esse pomar

a-na ar-wi-ú-um ma-an-nu-um a Arwium?” Hammurabi termina

a carta exigindo de seu representante em Larsa te,-em GIS.KIRI Su-a-ti ga-am-ra-am pa-nam Su-ur-Si-a-am-ma: º “um relatório completo e claro sobre esse pomar”. N. 74

A Samas-hãzir diz: assim

(falou)

Hammurabi:

O

músico

Ea-kima-iliya informou-me o seguinte: “Do campo de sustento que meu Senhor me deu, Nabium-malik, 0... de Larsa trabalhou 2 BUR de meu campo. Mas, [ele tomou] a cevada, [parte do rendimento] do meu campo e não me entregou. Além disso, reivindicou contra mim o meu campo que ele trabalhou”. Assim ele me informou. O músico [Ea-kima ililya... [Segue-se uma lacuna de cerca de 3 linhas]. Recolhe de Nabium-malik

em

a cevada, parte do rendimento do seu campo,

que Nabium-malik trabalhou e (a cevada), parte do rendimento de seu campo, que ele não lhe deu, entrega-a a ele. O texto desta carta de Hammurabi a Samas-hãzir encont ra-se um

tablete

de

87 cm

x

5,7 cm,

inventariado

no

museu

do

Louvre sob o número AO 8583. A carta trata do recurso feito ao palácio pelo funcionário Ea-kima-iliya, cuja pro fissão é expressa pelo sumerograma NARºº, geralmente traduzido por “músico”.º' A queixa de Ea-kima-iliya dirige-se contra um cidadão chamado Nabium-málik. Infelizmente não se conhece a profissão desse homem, já que o texto cuneiforme apresenta uma lacuna justamente no lugar onde deveria estar o sumerograma correspondente à sua profissão. 2 Essa queixa consta de dois pontos. 88. Cf. W. von Soden, AHw, p. 485a; CAD “K” , p. 4lis. 89. Sobre a expressão pânam Sursúm, cf. F. R. Kraus, RA

64 (1970) 55s. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 962 sub voce “rasâim” 5 p. II. 90. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 673, n. 335,15, 91.

Cf. W. von Soden, AHw, p. NV, DE3to: 92. No fim da oitava linha logo uma lacuna, vindo, em seguida o nome pelos sinaís cuneiformes UD.UNUG.KI,

Cf. MSL

11,12.

124

748:

depois

nãrum do

Il

nome



Musiker;

Nabium-malik

CAD



da cidade de Larsa, expresso aqui cuja leitura é, sem dúvida, Ararma,

alugara

Ea-kima-iliya

Nabium-malik

a

2

BUR?2



cerca

de

12,96 hectares — de terra de seu A.SA SUKU 4%, isto é, de seu campo de sustento que recebera do rei por serviços prestados ao palácio. Mas Nabium-maálik não pagou, por ocasião da colheita, a cevada correspondente à parte que conforme o contrato de aluguel pertencia ao proprietário do campo. Esta parte da colheita que pertencia ao proprietário do campo é chamada no texto de

miksum. > Mas, além disso, Nabium-malik ainda reivindicava, para si, a propriedade dos 2 BUR de campo que trabalhara. Devido a uma lacuna de cerca de 3 linhas no início do reverso do texto não nos é possível conhecer a decisão do rei em relação à reivindicação de Nabium-malik. Nas linhas restantes, foi conservada a decisão de Hammurabi em relação ao “miksum” não pago a Eakima-iliya. O rei encarrega Samas-hãzir de recolher a parte de cevada correspondente ao “miksum” e de entregá-la a Ea-kimailiya.

N. 75

A Sama3-hãzir diz: assim (falou) Hammurabi: O “satammu” Apil-ilisu dividiu para o redã titular Lipit-lStar um campo em Nina, separado (do campo) de Dayaum, com uma superficie de 1 BÚR e 1/3. Na ausência de Lipit-lStar, seu substituto Lú-Ninsuburaka fez apagar o nome de Lipit-IStar e escrever o seu nome naquele campo. Em seguida comprovouse contra seu substituto Lú-NinSuburaka que ele fizera apagar o nome de Lipit-IStar e escrever o seu próprio nome. Escreve para que tragam a ti Apil-ilisu. Que ele dê ao redi titular Lipit-I$tar o campo de 1 BUR e 1/3 dividido (do campo) “de Dayaum. 93. 1 BUR corresponde a 6,48 hectares. Cf. M. A. Powell, Jr., “Sumerian Area Measures and the Alleged Decimal Substratum”, ZA 62 (1973) 211s.

94. O sumerograma A.SA SUKU corresponde, em geral, à expressão acádica egel Sukiisim, que von Soden, em AHw, p. 1266, traduz por “Unterhaltsfeld” isto é: “campo de sustento”.

95. Cf. W. von Soden, AHw, p. 652. B. Landsberger, em MSL, 1,59, na série “ana ittisu” traduz o sumério ni.kus.da correspondente ao acádico miksu por “Anteil an der Bewirtschaftung”. Cf. também MSL 1, 191. Cf.

também Ellis, M. de J. Taxation and Land Revenues in the Old Babylonian Period — Dissertation Presented to the Faculty of the Graduate School of Yale University, 1969, p. 124s. — Ellis, M. de J., “Taxation in Ancient Mesopotamia:

Cf. também

The

CAD

“M

History

of

the

II”, p. 63s.

Term

125

miksu”,

JCS

26

(1974)

22-250.

O texto desta carta foi transmitido em um pequeno tablete de argila, de 9cm x 5,3 cm, inventariado no museu do Louvre sob o número AO 8320. Nesta carta, Hammurabi determina que Samas-hãzir, seu representante em Larsa, faça vir a Larsa o funcionário Apil-ilisu, para que este demarque, para o redúm Lipit-IStar, um campo de 1 1/3 BUR, cerca de 8,64 hectares %6, situado

em

uma

localidade

chamada

Nina?”

e dividido

do

campo

Lú-NinSuburaka,

fizera

de Dayaum. Como se pode constatar no início da carta, esta divisão já fora feita anteriormente. Mas aproveitando a ausência

de Lipit-IStar,

o seu

substituto

legal?8,

apagar da tábua de destinação o nome

de Lipit-IStar e escrever

o seu próprio nome, reivindicando, destarte, para si a posse do terreno. Comprovada a fraude de Lú-NinSuburaka e a adulteração da tábua que continha a destinação do campo, o contrato fora anulado e fazia-se necessário uma nova divisão do campo com a necessária documentação. O título do funcionário encarregado de realizar a divisão do campo em questão é expresso pelo sumerograma SA.TAM?, cujo correspondente acádico é Satammu. 100 A profissão do beneficiário desta determinação do rei, Lipit-IStar, é descrita, na quarta e vigésima segunda linha do tablete, pela formulação suméria UKU.US SAG. 101 Como mostrou B. Landsberger 12, UKU.US SAG corresponde provavelmente à fórmula qá-gá-ad UKU.US (redim) usada nos textos dos arquivos de 96. Cf. M. A. Powell, Jr., “Sumerian Area Measures and the Alleged

Decimal Substractum”, ZA 62 (1973) 2llIs. 97. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 421, n. 200,9. Deimel registra o nome como uma localidade perto da cidade de Lagas, sem maiores determinações. 98. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 397, n. 169,14. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 1302a. 99. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 752, n. 384171.

Deimel traduz o sumerograma por “Schatzmeister”. Cf. também “The 38h Na p. 126, 100. tammum é

A. Goetze,

Tablet of the Series á-A.nãqu”, em JCS 13 (1959) 120-127. IV 10 Sâ-tam = LUL = Sà-tammu Goetze traduz “oeconomus”. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1199, onde o termo acádico &atraduzido por “Verwalter”, Verwaltungsdirektor”.

101. Quanto ao sumerograma UKU.US, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, Il, p 634, n. 347,28. Quanto ao sumerograma SAG, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 297, n. 115. 102. Cf. art. “Remarks on the Archive of the Soldier Ubarum”,

(1955)

121-131,

126

JCS 9

Ubarum. 103 E qá-qá-ad rêdim deve ser traduzido, segundo Landsberger, por “the proper soldier” 1% e estaria em contraposição com o termo sumério DAH, acádico tanhum, “his (legal) substitute”, 105 redúm

o

portanto,

seria,

Lipit-IStar

que

enquanto

“titular”,

Lú-

Ninguburaka seria o seu substituto legal. 1% O texto da carta não diz nada sobre possíveis penas aplicadas a Lú-NinSuburaka pela fraude cometida.

N. 76 A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Sin-iSmeanni, de Kutalla, cultivador de tâmaras de Tilmun, informou-me o seguinte: “SamaS-házir tirou-me o campo da casa de meu pai e (o) deu a um “redúm”. Assim ele me informou! Pode um campo perpétuo ser tirado alguma vez? Examina a questão! Se esse campo é o da casa de seu paí, restiluti o dito campo a Sin-ismeanni! Esta carta de Hammurabi a Samas-hãzir, conservada em um tablete de argila, de 9cm x 5,7 cm, inventariado no museu do

Louvre sob o número AO 8578, aborda um tema muito importante

relativo à administração de terras de propriedade do palácio. A carta é motivada pela queixa feita ao rei, por um cidadão de Kutalla, contra Samas-hãzir. O requerente é apresentado no início

LU

da

carta

como

KU.TA.AL.LA.KI II”

sendo

um

tal

PIEN.ZU

-——

iS-me-a-ni,

NU.GIS.KIRI, 18 Sa GIS.GISIMMAR 192

103. Cf. E. Sollberger, “Thirty-two Dated Tablets from the Reign of Abi-ESuh, JCS 5 (1951) 77-97; E. Szlechter, “Les Tablettes Juridiques Datées du Régne d'Abi-ESuh, Conservées au Musée d'Art et d'Histoire de Geneve”. JCS 7 (1953) 81-99. Cf. também B. Landsberger, art. cit., Jcs 9 (1955) 122. “In three of our texts, n. 19,21 and 22, Ubarrum, son of AnaS.n-taklãku, is characterized as the qá-qá-ad AGA.US (redim), “the proper soldier” by contrast to Ili-iqisam, son of Taribum, who appers as tah-ha-S u or tah-hu-Su, “his (legal) substitute...”. Ea 104. Cf. B. Landsberger, art. cit., p. 122. 105. Cf. B. Landsberger, art. cit, p. 122. 106. Cf. B. Landsberger, art. cit, p. 122, nota 9: “Accordingly we. do not consider aga-u3-sag, as revealing an exempted rank amo ng the redú's, as an alternative writing for qá-qá-ad AGA .US”. Edrard at auilocalização da pequena cidade de Kutalla, cf. D. O. .. a”,

hodierna Tel - SifsUta 3

108. Sobre

Lexikon,

1 p,

170,

em

R

LA

o sumero grama n.

715,91.

Cf.

V

|, p. 383.

S RI, NU.SISKI

também

127

MSL

A Trata-se,

cf.

12,

A.

240.

sem

Deime,

Quanto

dúvida,

da

Sumerisches ao

corres-

DILMUN.NA: !º “Sin-iSmeanni, de Kutalla, cultivador de tâmaras de Tilmun” (linha 4 e 5). A acusação contra SamaS-hãzir é

formulada

nas linhas

8-11

do

tablete:

MUTU-ha-zi-ir

ASA

É

a-bi-ia i-ki-ma-an-ni-ma a-na UKU.US-im it-ta-di-in “Samashãzir tirou-me o campo da casa de meu pai e (0) deu a um rediâm”. Hammurabi começa a solução do caso levantando uma questão:

A.SÃ-ú-um du-ru-um ma-ti-ma in-ne-ek-ki-im “pode um campo perpétuo alguma vez ser tirado?” (linha 13). Por que o campo de Sin-ismeanni é classificado como eqlum diirum?ll! Diakonoff encontra uma resposta a esta questão no título awilum aplicado a Sin-iSmeanni. HZ Na concepção de Diakonoff só os awilu podiam possuir propriedades privadas herdadas de seus antepassados. 113 E se se tratava de uma propriedade privada, Samas-hãzir não podia tirá-la de seu legítimo proprietário. Mas no texto da carta a expressão LÚ KU.TA.AL.LA.KI (linha 4), quer, provavelmente,

apenas descrever Sin-iSsmeanni como um cidadão da localidade Kutalla. Para M. de J. Ellis !4 a apresentação do campo como

um eglum dúrum está em íntima conexão com a expressão A.SÃ

E a-bi-ia: “campo da casa de meu pai” (linha 8). De fato, SamasS-hãzir recebe a ordem de examinar a questão. !!5 E, como pondente acádico nukaribbum, cf. W. von Soden, AHw, p. 8024; CAD “N IP”, p. 323. O termo indica, em geral, o cultivador de tâmaras. 109. Sobre o sumerograma GIS.GISIMMAR, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, Ill, p. 675, n. 356,4; MSL 3, p. 76,8. Quanto ao correspondente acádico giSimmarum, cf. W. von Soden, AHw, p. 292b; CAD “G”, p. 102s. 110. A expressão suméria GIS.GISIMMAR DILMUN.NA indicava uma espécie de tâmara de ótima qualidade, o termo correspondente em

acádico era asníl. Cf. B. Landsberger, The Date Palm according

to the

Cuneiform

Sources,

Graz,

1967,

and its By-products

p. 2, n.

284s.

Cf.

CAD

“A Wº”, p. 338; W. von Soden, AHw, p. 75a. 111. Sobre o significado da expressão acádica eqlum dúrum, cf. CAD “D”, p. 198; cf. também W. von Soden, ZA (1949) 173; AHw, p. 178b. 112. Cf. 1. M. Diakonoff, “On the Structure of Old Babylonian Society”, em H. Klengel (hgb), Beitráge zur sozialen Struktur des Alten Vorderasien, p. 22-23.

dual

113. Ibidem, p. 22: “In the time of Rimsin | and Hammurapi the structure of the territory as divided into privately owned comunity

land and royal land, can cleerly be discerned”. 114. Cf. Ellis, M. de J., Agriculture and

sopotamia, p. 22-24, 115. Na linha 15 lê-se wa-ar-ka-tam tão”.

128

the

State

pu-ru-ús-ma:

in

Ancient

“Examina

Me-

a ques-

é dito campo

na linha 16: Sum-ma A.SÃ-um Su-ú $a É a-bi-gu “se o é (o) da casa de seu pai”, então, Sama$-nãzir deve de-

volvê-lo a seu legítimo dono, Sin-iSmeanni. N. 71

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Ahuyatum e Ji-idinnam escreveram-me o seguinte: “O campo Ziglitum de 60 BUR, que Nabium-málik considerou sem valor e abandonou, dele o nosso senhor nos deu, por meio de um documento selado, 30 BUR como nossa “biltum”. Os 30 BUR, resto desse campo,

que estão baldios,

ordenou

o nosso senhor

que

fossem dados aos pescadores HAD.DA e que não se fornecessem mais suas rações de cevada. Que esse campo seja dado aos pescadores HÁD.DA; que suas rações de cevada sejam cortadas!” Assim eles me escreveram. Se, como Ahuyatum e Ili-idinnam me escreveram, um campo de 30 GUR, resto do campo Ziglitum está baldio, dá esse campo aos pescadores HÁD.DA! Na

carta de Hammurabi

a SamasS-hazir,

acima

traduzida,

o rei

reassume um assunto que já fora, anteriormente, tratado em uma outra carta escrita ao rei por Ahuyatum e Ili-idinnam. O texto da carta foi conservado em um tablete de 8,5 cm x 5,5 cm, inventariado no museu do Louvre sob o número AQ 8588. Trata-se aqui, de um campo de 60 BUR — cerca de 388,8 hectares — denominado Ziglitum. Este terreno pertencera a um tal Nabiummalik, mas, como é dito na nona linha do tablete ú-na-aS-Si-pu-ma id-du-ú “considerou-(o) sem valor(?) e abandonou-(0)”. Nossa tradução

“considerou

sem

valor”

é,

apenas,

uma

suposição. Hó

A forma ú-na-as-Si-pu é um pretérito “D” do verbo nasâápum, que, em si, significa “soprar”. !!” A conjectura de Kraus, que, do significado “soprar a palha”, possa ter surgido o sentido de “rejeitar como sem valor”, “jogar fora” parece aceitável. llê Esse 116. F. Thureau-Dangin

Samas-hãzir, RA 21 (1924) puis laissés en friche...”.

em

“La

correspondence

de Hammurapi

16 traduz: “...que Nabium-malik

avec

a dédaignés,

117. Cf. CAD “N IP”, p. 56 sub voce nasãpu = “to blow away”, na p. 97 observa: nuSSupu (uncert.mng.): the field Sa PN ú-na-a5-Si-pu-ma iddã which PN (an official)... — ed and left fallow”. W. von Soden, AHw, p. 158: naSâpum = mweggblasen. Para o nosso texto, W. von Soden sugere a tradução “Feld abrãumen(?)”.

118. Cf. F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des SamaS-hãzir, p. 11,

nota I7a: nuSSubum “wegblasen”, bedeutet im Hinblick auf das “Wegblasen der Spreu” hier vielleicht (als wertlos) verwerfen/ablehnen”.

129

campo

fora, então,

carta a Hammurabi,

dividido

em

Ahuyatum

duas partes.

Os

dois

autores

da

e Ili-iddinam receberam 30 BUR

— cerca de 194,4 hectares — que lhes foram destinados por meio de um documento selado 1? a-na GU.UN-ni, como é dito na linha onze do texto. O termo sumério GÚU.UN 120 corresponde ao acádico “biltum”. 21 O uso do termo acádico “biltum” apresenta, no período babilônico antigo, uma gama de significado bastante ampla. !2 Aqui, o termo “biltum” indica, provavelmente, a parte da produção do campo que o palácio devia receber como

aluguel do campo em questão. !3 Os outros 30 BUR, correspondentes ao resto do campo !*, foram destinados a um grupo de

funcionários do palácio, aqui denominados $U.HA.MES 125 HÁD. DA.! O sumerograma SU.HA significa “pescador”. Mas que tipo de pescador é explicitado pelo sumerograma HAD.DA? 127 A expressão suméria SU.HA HÁD.DA entrou na língua acádica sob a forma Suhaddakum, que W. von Soden interpreta como um “Binnenfischer” 128, um pescador de rios, de água doce. A. Salonen,

em seu trabalho sobre a pescaria na Mesopotâmia antiga, interpreta o sumerograma SU.HA HÁD.DA como um pescador, do mar ou de águas doces, que pesca os peixes para secá-los, um “Fischdôrrer”. 12º No fim da carta, nas linhas 22 e seguintes, 119. Este é o sentido da frase be-el-ni ik-nu-ka-an-ni-a-Si-im da linha doze. Sobre o significado do verbo kanãkum, cf. W. von Soden , AHw, p. 434b; CAD “K”, p. 136s. 120. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 269, n. 106,11. 121. Cf. CAD “B”, p. 229; W. von Soden, AHw, p. 126. 122. Ellis, M. de J., Taxation and Land Revenues in the Old Babylonian Period, Diss. Yale University, 1969, p. 100-112. 123. Cf. B. Landsberger, MSL I, p. 191: “In letzterer ist miksu der Anteil des naSi biltim an dem Ertrage, niemals auch der von diese m an die kôniglichen Beamten abgefiihrte Teil, der vielmehr, analog der privaten Pacht, biltu genannt wirld”. 124. Note a formulação: BÚR 30 IKU ÍB.TAG, A.SA Su-a-ti: 30 BUR, resto desse campo” na linha 13 do texto. 125. Cf. A. Deimel, II, p. 671, n. 354, 407. Quanto ao correspondente acádico bã'irum, cf. W. von Soden, AHw , p. 96a.

126. Quanto à leitura dos sinais cuneiformes UD.DA com o HAD. DA, cf. A. Salonen, Die Fischerei im alten Mesopo tamien, p. 46.

127. Cf. ibidem, p. 46.

128. Cf. AHw,

p. 1260b.

129. Cf. A. Salonen, Die Fischerei im Alten Mesopotamien, p. 46,6: “Su-ha-hãád-da = Suhaddaku “Fischer, der Fische zum Dórren fischt, Fischdórrer”, sowohl ein Meeresfischer als ein Sii sswasserfischer, da sowohl Meeresfische (meisten) wie Sússwasserfi sche “aufgespalten”, dar, q.v. sub Termini, und “gedôrrt hád, wurden...”.



130

aparece a verdadeira finalidade desta carta: a preocupação Hammurabi pela produtividade dos campos que pertenciam

de ao

palácio. O rei recebera a comunicação que os 30 BÚR do campo Ziglitum que tinham sido destinados ao sustento dos SU.HA.MES HÁD.DA

rações

as

estavam

de cevada

seu funcionário

abandonados

e o palácio

aos ditos pescadores.

SamaS-hãzir

de examinar

Por

continuava

pagando

isso o rei encarrega

os fatos, e se, de fato,

o terreno estava improdutivo, devia entregá-lo aos pescadores HÁD.DA, como já tinha sido anteriormente determinado e, assim, economizar a cevada do palácio. N. 78 A Samas-házir diz: disse-me o seguinte:

assim (falou) Hammurabi: Nannatum “De meu campo “biltum” uma grande

parte do campo não é irrigavel?. Assim me disse ele. Vai ao campo “biltum”, em pose de Nannatum, e examina o campo que foi dado como “biltum” a Nannatum mas que está

(muito) alto para a água e não pode (por isso) ser irrigado. Do campo à margem do canal. .., que está à disposição do palácio, di a Nannatum um campo irrigável pelo que não pode ser irrigado. Por causa da cevada de sua “biltum”, ele não deverá receber uma “nemettum”. Se não deres um campo irrigável e ele receber uma “neêmettum”, a falta de sua “biltum” será colocada sobre ti!

Nesta

carta,

conservada

em

um

tablete

de argila

de 8,7 cm

x

5,6 cm, inventariado no museu do Louvre sob o número AO 8317, Hammurabi trata com seu representante em Larsa, SamaS-hazir, da queixa de um cidadão chamado Nannatum. Sua profissão não é mencionada no texto. Nannatum reclamara junto ao rei das péssimas condições de irrigação de grande parte do terreno que recebeu como biltum. 30 Hammurabi cita em sua carta, nas linhas cinco e seis do texto cuneiforme, a reclamação de Nannatum:

i-na ASA

GÚ.UN-ia 8! A.SÃ-um

ma-du-um-ma

ú-ul im-ku-ur:

130. Sobre o significado e o emprego do termo acádico “biltum”, ct. W. von Soden, AHw, p. 1264; CAD “B”, p. 299s. A natureza e as obrigações de um campo biltum são estudadas por M. de J. Ellis, Taxation and Land Revenues in the Old Babylonian Period, p. 100s; idem, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 26s. 131. Sobre o sumerograma GU.UN = biltum, cf. B. Landsberger,

MSL

3, p. 152.

131

“De meu campo

biltum,

lação, aqui empregada,

muito

campo

não é irrigável”.

indica, sem dúvida,

A formu.

tratar-se de um terreno

entregue pelo palácio a Nannatum 132, a título “biltum”. Como nai

biltim 183 ele era obrigado produção do campo. Mas,

esse compromisso,

a entregar ao palácio uma parte da sentindo a impossibilidade de honrar

diante da dificuldade

de irrigação

do campo,

ele apela para o rei. SamaS-hnãzir é, então, encarregado por Hammurabi de examinar “in loco” a real situação do terreno:

A.SA-am Sa a-na NANNA-tum a-na GÚU.UN na-ad-nu-ma a-na me-e e-lu-ma la im-ku-ru a-mu-ur-ma: “...examina o campo que toi dado como biltum a Nannatum, mas que está (muito) alto para as águas e não é irrigável”. O rei determina, então, que SamasS-hãzir, constatado o iato, dê a Nannatum um outro campo irrigável, dentre os campos de propriedade do palácio, situados à margem de um determinado canal, cujo nome não foi conservado. !* Segue então a frase: a-na SE GÚ.UN-&u ne-meet-tam la [i-ra-/aS-Si: “Por causa da cevada de sua “biltum” ele não deve receber uma “nêmettum”. 135 A interpretação desta frase depende do significado que se dê ao termo nêmettum. F. R. Kraus traduz: “Wegen der Gerste, seine Pachtabgabe, soll er Kkeinen Grund zum Regress bekommen!” 36 Ele traduz, portanto, o termo nemettum por “Regress = reclamação”. !37 Mas pelo contexto parece mais

imposta

pelo

provável

atraso

que

do

o termo

pagamento

nêmettum

132. Cf. Ellis, M. de J.; Agriculture

potamia, p. 32.

133. p. 64, que State”. Cf. Text”, RA

da

expresse

uma

biltum. !38 Neste

pena

caso

o

and the State in Ancient Meso-

Sobre o significado da expressão “nagi biltim”, cf. CAD “N IP”, define o nãSi biltim como um “tenant of a field owned by the também J. J. Finkelstein, “The Edict of Ammisaduga: A. New 63 (1969) 545; Ellis, M. de J., Agriculture, p. 26s.

134. Na

linha

14

do

tablete

pode-se,

apenas,

ler:

i-na

A.SA-im

Sa

a-ah ID xxx: do campo que (está) à margem do canal xxx. O tablete está quebrado no fim da linha 14 e por isso o nome do canal ficou ilegível. 135. Cf. W. von Soden, AHw, p. 777a; CAD “N Moe p. 103:

136. Cf. F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des Samas-hãzir, p. 13.

137. De fato os dicionários registram como um termo nêmettum “Beschwerdegrund” (AHw, p. 777),

SNIS

p> 163):

138. Os dicionários registram, também,

dos significados do “complaint” (CAD

este significado:

“Auflage”

(AHw, p. 777); “impost”, “tax” (CAD “N II”, p. 163). C£. o estudo detalhado do

uso do termo nêmettum em Yoffée, N., The the Crown in the Old Babylonian Period, p. 28s.

Economic

Role

of

dig do od

=

132

significado

da frase

em

questão

seria:

Samag-hãzir

não

deve

impor a Nannatum nenhuma multa pelo atraso da entrega da cevada correspondente à biltum. 13? Contudo, Hammurabi adverte seu representante: Se ele não executar as determinações do rei e Nannatum não puder fornecer ao palácio a cevada correspondente ao seu contrato tipo “biltum” e incorrer, por isso, em uma multa “nêmettum”, a responsabilidade será única e exclusivamente

de SamaS-házir.

A carta termina com

a ameaça:

hi-ti-it GU.

UN-su i-na mu-úlh-hi-ka iS-Sa-ak-ka-an: “O déficit de sua biltum será colocado sobre ti”. SamaS-hãzir deverá, pois, no caso do não cumprimento das determinações reais, arcar com o pagamento da quantidade de cevada correspondente à “biltum” de Nannatum e, certamente também, com a multa “nêmettum” imposta pelo atraso. N. 79

A Samas-hazir diz: assim (falou) Hammurabi. Em relação ao que tu me escreveste: “A brecha de Bina foi fechada; a água

está reunida no canal Edina. Que o meu senhor escreva a Gimil-Marduk e a Imgur-AkSak para que eles coloquem à disposição o seu contingente de pessoal e reforcem essa brecha.

Além disso, devem fazer cultivar a terra do distrito que estã sob sua administração!” (Foi isto) o que escreveste. Eu escrevi energicamente a Gimil-Marduk e a Imgur-Ak$ak. Eles colocarão seu contingente de pessoal à disposição e reforçarão a brecha de Bina. Além disso, farão cultivar a terra do distrito que administram.

Esta carta de Hammurabi é a resposta a uma carta de Samaãhàázir ao rei. O texto foi conservado em um tablete de argila, de dem x 5,3cm, registrado no museu do Louvre sob o número ÃO

8327.

Samas-hãzir

EDIN.NA

gu-um-mu-ru

comunicara,

em

sua

carta

à Hammurabi,

que tinha mandado fechar uma brecha no dique do canal Edina 149, situado na localidade chamada Bina. 141 Agora: mu-ú a-na ÍD “a

água

está

reunida

no

canal

Edina”,

como é dito na linha seis do texto cuneiforme. O sentido desta 139. Esta é, também, a interpretação de M. de J. Ellis em Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 32: “He was also instructed

not to penalize Nannatum

barley”.

for the (late or-deficient)

payment of his biltu-

140, Cf. E. Ebeling, Art. “Edina, em RLA, II; p. 273. 141. Cf. E. Ebeling, Art. “Bina”, em RLA, II, p: 30.º

133

:

comunicação é, provavelmente,

que, agora, com a brecha fechada,

a água corria novamente em seu leito normal. !!? Ao mesmo tempo, Samas-hãzir pedira ao rei que este mandasse os seus funcionários Gimil-Marduk e Imgur-AkSak colocar à disposição o ERIN-am 143

ap-Si-ta-Su-nu: 14 “o seu contingente de pessoal” para que reforçasse a brecha e assim se evitasse o perigo de um novo arrombamento do dique. O rei devia, outrossim, exigir que eles mandassem

trabalhar a terra cultivável !º? do distrito que estava sob a direção de Gimil-Marduk e Imgur-AkSak. 16 Em sua resposta Hammurabi comunica a SamaS-hãzir que já escrevera de maneira enérgica 147

aos dois funcionários exigindo deles tanto o reforçamento da brecha do canal como o cultivo da área cultivável do distrito que eles administravam. N. 80

A Samas-hãzir diz: assim (falou) Hammurabi: Igmil-Sin escreveu-me o seguinte: “como meu senhor me encarregou, inspecionei as matas que foram entregues à guarda de Apliyaum e Sin-mágir. Nessas matas foram cortadas árvores. Ninguém toma conta delas”. Assim ele me escreveu. Quando vires [esta minha tábua], [dirige-te... para as matJas!... (lacuna de duas linhas) Diz [imediataJmente [a Apliyaum e a Sin-mágir] que eles devem tomar conta [das matas] que lhes foram confiadas. Mas uma coisa: Foram os guardas das maias que cortaram as árvores que foram cortadas? Foram cortadas por mãos estranhas? Examina a questão e envia-me um relatório completo! nota

142. F. R. Kraus,

19a, apresenta

duas

Brieie aus dem

Archive

des Samas-hãzir,

possibilidades de interpretação

desta

frase:

p. 13, “Ob

die Mitteilung besagen will, dass das Hochwasser nach Dichtung einer Bresche im Deiche des Edina-Kanals wieder auf dessen Bett beschrânkt war, oder aber, dass das infolge Deichbruchs aus einem anderen Kanale ausgetretene Hochwasser zur Gânze nach dem Edina-Kanale abgestrômt war, wird fir den Nichteingeweihten nicht ersichtlich”. 143. Sobre o significado do sumerograma ÉRIN, cf. A. Deimel &umerisches

Lexikon,

III, p. 758, n. 393,9.

144. Sobre o termo acádico apSitim, cf. W. von Soden, AHw, p. 61b. 145. É este o significado básico do termo acádico ersetum. Cf. W. von

Soden, AHw, p. 245; CAD “E”, p. 308s. 146. Literalmente

Sa qá-ti-Su-nu:

e a terra

é dito

na

do distrito

linha

de suas

147. E este o sentido da figura

ú-da-an-ni-nam-ma

aS-tap-ra-am.

11

Cf. W.

134

do tablete: mãos.

de hendíadis

à er-se-et

usada

von Soden, AHw,

:

ma-tim

na linha

p. 159b.

15:

O texto desta carta de Hammurabi

vado

em

um

tablete de argila de 9cm

a Samas-hãzir foi conserx 5,5 cm,

inventariado

no

museu do Louvre sob o número AO 8617. O tablete está ilegível nas últimas

linhas do anverso

e no começo

do reverso, mas o texto

é facilmente complementável a partir do contexto e de formulações análogas em outras cartas. Mammurabi reassume aqui o assunto

no relatório enviado ao rei por um

tratado

tal Igmil-Sin.

Este

homem, certamente um funcionário da administração de Hammurabi, fora encarregado pelo rei de inspecionar as GIS.TIR.HI.A confiadas

à guarda

de

Apliyaum

Sin-mágir.

e de

O

sumerogra-

ma GIS.TIR 18, que tem seu correspondente acádico no termo qiStum 14º, foi aqui traduzido por “mata” e indica, em uma região

pobre em madeira como a Mesopotâmia 50, pequenas florestas cultivadas por funcionários do rei, onde se obtinha a madeira necessária para construção de casas, barcos etc. El I[omil-Sin constatara em sua inspeção que algumas árvores tinham sido cortadas ilegalmente; além disso: [ma-am-ma-an] 52 ú-ul i-na-as-saar-Si-na-ti “ninguém toma conta delas”. Samas-hãzir é encarregado por Hammurabi de corrigir os abusos constatados por IgmilSin. Em primeiro lugar deve obrigar os funcionários Apliyaum e Sin-mãgir a assumir o seu dever de vigias das matas. Além disso é sua missão constatar quem cortou as árvores que faltam na mata: foram os próprios guardas ou foram mãos estranhas? A carta termina com a ordem wa-ar-ka-tam pu-ru-ús-ma te,-maam ga-am-ra-am Su-up-ra-am: “Examina a questão e envia-me um relatório completo!”

N. 81

A Samas-hãzir diz: assim (falou) Hammurabi: Quando: vires esta minha tábua, conserva contigo, dos funcionários tammu” que estão sob a tua jurisdição: 148. Cf. A. Deimel,

“aist qistu

Sumerisches

Lexikon,

“Sa-

III, p. 712, n. 375,6.

o Cf. W. von Soden, AHw, p. 923b; CAD “Q”, p. 272 sub voce A”. | 150. Cf. A. Salomen, art. “Holz”, em RLA IV, p. 453s. Sobre os

diversos tipos de madeira usada nas construções de barcos, móveis, portas, etc., cf. B. Landsberger, MSL 5, p. 92s. Compare a pesada multa

dona

eira.

como

no 8 59 do “Código de Hammurabi”

para casos de roubo de ma-

151. Grande parte da madeira, especialmente madeiras mais preciosas

o-cedro, o ébano etc, eram importadas. | | 152. Foi seguida, aqui, a conjectura textual proposta por F. R. Kraus,

em Briefe aus dem Archive des Samas-hãzir, p. 14.

ns

135

12, funcionários “Satammu”, chefe Samas-da'ân, Sin-igisam, 12, chefe SamaS-mágir, filho de Ibni-Sin, dos funcionários “Satammu” sob a direção de Enlilda-heti; 11, chefe Ili-igiSam, filho de Puzur-Samas, 10, chefe Sin-magir, filho de Masum,

filho

de

dos funcionários “Satammu” sob a direção de Ea-rabi, (ao todo) 45 funcionários Satammu” de 4 grupos!

Envia-me:

11, juncionários

10, 11, I0, 10,

filho chefe chefe chefe chefe

“Satammu”,

chefe

Sin-magir,

de Ubar-Sin, Sin-ippalsam, Silli-IStar, filho de Tizqgarum, Sin-mãgir, filho de Sin-nawir, Awil-ISum,

10, chefe Samas-gâmil, dos funcionários “Satammu”

sob a direção de

Enlilda-heti, é, chefe Sin-iddinam, filho de Sin-magir, 1], chefe Apil-ilisu, filho de Ili-tappê, 10, chefe Apil-Amurrum, filho de Appân-lli, I0, chefe Palhuya filho de Igmil-Sin, dos funcionários “Satammu” sob a direção de Ea-rabi, (ao todo) 101 funcionários “satammu” de 10 grupos. Eles devem chegar aqui o mais depressa possível. Esta carta de Hammurabi a Samas-hãzir é, sob o aspect o histórico e político, muito instrutiva. Ela permite penetrar um pouco na organização administrativa do reino de Hammurabi O texto da carta foi conservado em um tablete de argila, com 9,3 cm x

5,9 cm, inventariada no museu do Louvre sob o núm ero AO 8322. A carta trata de um tipo de funcionário bem conhecido dos

documentos do período babilônico antigo e, geralment e, mencionado pelo sumerograma SA.TAM. 153 O termo suméri o foi assumido na língua acádica sob a forma Satammu. 154 Como mostrou M. 153. Cf. A. Deimel,

Sumerisches

e



Lexikon, III, p. 752, n. 384,171d. O termo sumério é traduzido por Dei mel por “Schatzmeister”. 154. Cf. W. von Soden, AHw » P. 1199, 74 que traduz o termo 0 Satammu por “Verwalter” “Verwaltungsdirektor”

136

Gallery,

em

versas antigo

seu

estudo

sobre

o funcionário

Satammu 15,

)

são

di-

as suas tunções na administração do período babilônico e, especialmente, no reino de Hammurabi. 156 Os textos

deste período apresentam o Satammu na medição de terras do palácio 17, calculando e recebendo impostos e taxas 158, alocando

pessoal para o trabalho nas colheitas e nos canais. 15º? Um

campo

bem

documentado

da atividade

dos Satammu

outro

é a adminis-

tração dos bens dos templos. !%9 Pelo texto da carta pode-se concluir que os Satammu estavam organizados em pequenas equipes de trabalho — cada equipe tinha, ao que parece, de 8 a 12 membros — chamadas em acádico aslatum. ló! Cada equipe estava sob a chefia de um UGULA.19% As várias equipes aqui mencionadas estão em uma certa relação de dependência para com os dois personagens Enlilda-heti e Ea-rabi. Esta relação é expressa no texto pela expressão suméria NÍG.SU que corresponde ao acádico $a qat. 1º Enlilda-heti e Ea-rabi eram, pois, 155. Cf. “The Office of the Satammu in the Old Babylonian Period”, Archiv fiir Orientforschung 27 (1980) 1-36. 156. Cf. ibid, p. 1: “It will be shown that the 3.-s” chief functions were the calculating, measuring and registering of various kinds of income

and expenditure. Their closest modern equivalent is accountant at the level of government clerk, or sometimes at the higher level of controller. Their

also share with their modern counterparts an anonymity that is a consequent of their large numbers and their service in teams or crews rather than

singly. Certain 5-s, namely those serving as royal controllers in the temples, had greater responsabilities, and presumably enjoyed higher status”.

157. Cf. ibid., p. 15: “The S-s' role in the management of crown agriculture extended beyond calculating and receipting yields at least in southern Babylonia under the colonial administration of Hammurabi”. É Gallery cita vários textos para fundamentar esta sua afirmação. 158. Cf. ibid., p. 12.

159. Cf. ibid., p. 160.

160. Cf. dos templos. 161. Cf. plural aSlãtim nhecer um tal

“45

com

a citação de vários textos dos arquivos

W. von Soden, AHw, p. 81 registra para aslum, na forma o significado “Messtrup”. CAD “AII”, p. 447s parece descosignificado, pois na p. 449 traduz o texto de nossa carta: Satammu's who are responsible(?) for (measuring) four a.-s of

land(?)”.. xikon,

ibid., p. 18-22,

162. Sobre o sumerograma

UGULA,

cf. A. Deimel, Sumerisches Le-

Il, p. 495, n. 295,4. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 1456. 163. Cf. J. Bottéro — A. Finet, Repetoire Analytique des Tomes I à V, p. 92. Cf. também CAD “Q2, p. 190 que traduz a expressão Sa qa-ti-ka: under your jurisdiction”.

137

provavelmente os dois funcionários superiores das diversas equipes

de Satammu aqui mencionadas. Hammurabi envia a seu representante. em Larsa instruções detalhadas sobre os 45 Satammu que ele devia conservar em Larsa e os 101 que devia enviar imediatamente a Babel.

N. 82 A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, tomai as tábuas de todo serviço “ilkum” que prestaste, dos campos “biltum”, dos campos dos funcionários “gerseggúm” do palácio, dos campos dos cavaleiros (e) da tropa de arqueiros (2), dos campos dos pastores “kaparru”, dos campos dos artífices e dos outros (2) campos que destes

ou confirmastes; a tábua com

a lista de nomes

e

averiguações (2) de novo “ilkum” que prestastes regularmente nos últimos três anos; (as tábuas) dos campos do palácio ultimamente (assinalados), que vos enviaram e vós tomastes, viestes e me apresentastes vosso relatório em KarNabium e (as) depusestes em Maskan-&apir. Trazei convosco os “abi-aslim” e os “Satammu”, que convosco prestaram o “ilkum”, e vinde a mim em Sippar!

Esta carta é, sem dúvida, um valioso documento que possibilita uma melhor compreensão da organização agrícola do reinado de Hammurabi. O texto da carta foi conservado em um tablete de argila de 9cm x 5,5cm, inventariado no museu do Louvre sob o número AO 8326. A carta é dirigida a SamasS-hãzir, mas Oo

tratamento em segunda pessoa do plural no corpo da carta inclui,

certamente, também os auxiliares de Samas-hãzir. 14 Hammurabi determina, aqui, que Samas-hãzir juntamente com os funcionários “abi aslim” e os Satammu compareçam diante dele na cidade de Sippar. 165 Devia trazer consigo tup-pa-a-atim Sa il-ki-im “as tábuas de todo (serviço) ilkum” que prestava. O termo ilkum indica, neste contexto, obrigações e serviços assumi164. No início da carta, na linha 4, aparece ainda uma for ma verbal na segunda pessoa do singular ma-la ta-al-li-ku, as restan

estão na 2* pessoa do plural. 165. Sobre a localização

hoje

Tel-ed-Der,

cf.

D.

O.

tes formas

da

Edzard,

antiga

cidade

do

Altbabylonische

deus

Rechts

Samaé —

und

verbais

Sippar, Wirts-

1970 im Iraq Museum, | Baghdad, aus Teli-ed-Dêr Miinchen, 1970, Baghdad, Miinchen, Ancient Sippar. 13s. Cf. R. Harris, p.chartsurgunden 138

dos por SamasS-Nãzir. 166 A natureza destas obrigações é descrita nas linhas 6-9 do tablete. Trata-se, essencialmente, da responsabilidade de SamaS-hãzir sobre os campos “biltum” 17 e sobre

campos distribuídos a diversas classes de funcionários em pagamento pelo serviço prestado à administração central. A lísta desses

funcionários

começa

com

os

GIR.SE.GA

do

palácio”.

O

termo

sumério GIR.SE.GA I$, bem como seu correspondente acádico cerseqqúm 16º indicam um funcionário do palácio. 170 Segue o grupo dos RÁ.GAB.MES. 1 A expressão suméria ÉRIN GIS.GAG. PAN, que descreve o terceiro grupo de funcionários, é mais discutida. O sumerograma ÉRIN é bem conhecido e significa

“tropa”, “grupo de pessoas”. !2 A dificuldade está no sumerograma GIS.GAG.PAN. F. R. Kraus traduziu a expressão ÉRIN GIS.GAG.PAN por “Pfeil(schiitzen)-truppen”, “tropas de seteiros”.73 Esta tradução atinge, sem dúvida, o sentido do sumerograma, pois GIS.GAG significa “flecha”, “seta” 14 e PAN “arco”. 15 O quarto grupo é descrito pelo sumerograma SIPA KA.BAR !%, cujo correspondente acádico kaparrum indica uma p. 73s.

166. Cf.

B.

Kienast,

art. “Ilku”,

em

RLA

V, p. 52-59;

CAD

“I/]”

167. Sobre o significado do termo “biltum” na administração agrícola do período babilônico antigo, cf. Ellis, M. de J., Agriculture and State in Ancient Mesopotamia, p. 26-73. 168. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 851,43. 169. Cf. W. von Soden, AHw, p. 285b; CAD “G”, p. 94. I70. Cf. A observação de W. von Soden, em BiOr. 26 (1969) 361: “Die Ubersetzung “Eunuch” fiir gersegqqim “Bendiensteter”, die auf einer lberholten Einschãtzung der altmesopotamischen Gesellschaft basiert, sollte endlich aufgegeben werden”. 71. Sobre o sumerograma RA.GAB, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 429, n. 206,65, seu correspondente acádico é, provavelmente, rakbim (?) “(reitender) Gesandter” (cf. AHw, p. 947). Cf. também MSL 12, p. 97, 131, daí nossa tradução mais geral “cavaleiro”. 172. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 758, n. 393,9. Quanto:

e correspondente acádico sabum, cf. W. von. Soden, AHw, p. 1072a; CAD “S”, p. 46s. 173. Cf. Briefe aus dem Archive des Samas-hãzir, p. 17. 174. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 462, n. 230,36. Cf. também MSL 9, p. 130,313. Quanto ao correspondente acádico úsum, cÊ W. von. Soden, AHw, p. 1439b. 175. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 843, n. 439,6. Cf.

também

MSL

6, p. 87,48; MSL

3, p. 122,288.

Quanto

ao correspondente

acádico qaStum, cf. W. von Soden, AHw, p. 906a; CAD “Q”, p. 147s. 176. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 58, n. 15,106.

139

classe de pastores. !” O

último

grupo

de funcionários

é expresso

pela formulação suméria DUMU.MES UM.MIL.A. 178 O sumerograma UM.MI.A corresponde ao acádico ummiânum 1? e indica, em

geral, um artífice, um operário especializado, um artista. Samaihazir devia trazer, também, o DUB MU.DA.SÁ-e IGI.DUs de todo novo serviço “ilkum” que ele e seus companheiros assumiram

nos últimos três anos.

O termo

é

“lista

sumério MU.DA.SÁ 18º entrou

na

língua acádica sob a forma mudasúm e significa uma “lista de nomes”. 8! Já o significado exato do sumerograma IGI.DU, não claro.

A

tradução

de

averiguação”

é

apenas

aproxi-

mada. 8? O último tipo de documento, que Samas-hazir devia trazer a Sippar, é mencionado nas linhas 14 e 15 do tablete cuneiforme: ASA É.GAL.HI.A wa-ar-ki-a-tim. A tradução da frase depende do sentido que se dê ao termo acádico warkium, 183 A tradução acima proposta segue o significado cronológico do termo warkium.!4 Os dois nomes geográficos Kar-Nabium e MasSkan-Sàpir mencionados nas linhas

duas

localidades

é ainda

no sudeste

desconhecida. 188 A

da

19 e 21

Babilônia,

última

cuja

exigência

do tablete indicam localização

de

exata

Hammurabi

é

177. Cf. W. von Soden, AHw, p. 442, que traduz o termo kaparrum por “Junghirt” — CAD “K”, p. 176b interpreta o termo como “Shepherds of low rank”. 178. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 338, n. 134,31. Cf. também MSL 5, p. 51,13; MSL 12, p. 97,135f. 179. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1415. A riqueza semântica deste termo transparece na variedade de possibilidades de tradução oferecidas por V. Soden, “Feldmesser”, “Handwerker”, “Fachmann”, “Kiinstler”, “Gelehrter”, “Geldgeber”, “Glãubiger”. 180. Cf. MSL 7, p. 102, 448; p. 113,121. | 181. Cf. W. von Soden, AHw, p. -666a; CAD, p. 160b: “list (of persons to whom fields are distributed)”. 182. F. Thureau-Dangin, em RA 21 (1924) 21, traduz: “les tablettes des listes et de controles (?); F. R. Kraus em Briefe aus dem Archive des

SamaS-hãzir p. 17 traduz por “Befundsliste”. M, de J. Ellis em Agriculture and

the State

in Ancient

Mesopotâmia

p. 14 traduz

fato IGI.DUs tem como correspondente acádico ficar, também, “Besuchsgeschenk” (cf. W. von -— 183. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1470a, “hinterer”, “spãterer”, “kiinftiger”. Cf. também

por

“Gift(lists)”.

De

tâmartum que pode signiSoden, AHw, p. 1313a). que registra as traduções CAD “A/I7”, p. 288b, 1b9

traduz o texto em questão por “the later (assigned) palace fields”. 184. F. R. Kraus, ao contrário, prefere o significado local do termo e traduz em Briefe aus dem Archive des Samas-hãzir p. 17: “...die Tafeln der hinteren Palastfelder...”.

185. Cf. W. Róllig, art. “Kar-Nabá, RLA V, p. 447. 140

que Samas-házir traga consigo os funcionários “abi aglim” e os Satammu que com ele tinham assumido o serviço ilkum. O funcionário Satammu já foi, acima, estudado em suas diversas funções. 18º Os abi aSlim são descritos em CAD como “field

surveyor”. 18 N. 85

A Samas-házir e a Marduk-násir diz: assim (falou) Hammurabi: Envio-vos, agora, a tabua referente ao campo, aos bois

de arar e aos colonos, com a “biltum” de 1.800 GUR de cevada, 450 GUR de cevada para semeadura e 4 minas

de prata dos mercadores destinados à classe dos colonos, que foi imposto como acréscimo (2) à “biltum” de ImdiEnlil e foi dado a Arwium. Para que os colonos sob a direção de Zimru-AksSak não expulsem da dágua os colonos sob a direção de U-balana-namhe, juntai, conforme os termos da tabua que vos enviei, o campo, os bois de arar, os colonos e os mercadores, que foram dados como colonos, dividi-os em duas partes e dai, por meio de sorteio, a Zimru-AkSak e a« U-balana-namhe. Cada qual deve pesar 5.400 GUR de cevada e 2 minas de prata dos mercadores; sua “biltum” deve ser (dividida) igualmente e os colonos não se devem expulsar mutuamente da agua.

O texto desta carta de Hammurabi a naásir foi conservado em um tablete de inventariado no museu do Louvre sob o aqui exposto é muito interessante para

Samas-hãázir e a Mardukargila de 8,7 cm x 5,6 cm número AO 8331. O caso o estudo da organização

política do reino da Babilônia na época da primeira dinastia. Mas,

infelizmente, do ponto de vista gramatical o texto apresenta algumas formulações de difícil interpretação. A carta trata de uma tábua cuneiforme enviada pelo rei a seus funcionários em Larsa, Samas-hãzir e Marduk-nãsir. Essa tábua continha um contrato reierente a um campo, a bois de arar 18 e a um grupo de colo186. Cf. acima o comentário à carta n. 81. 187. Cf. CAD “A 1”, p. 51. Cf. também M. the Satammu” AFO 27 (1980) 15.

188. O sumerograma GU,.URU,

Gallery,

“The

Office

of

= “Pflugrind” cf. A. Deimel, Sume-

risches Lexikon, II, 516, n. 207,25: A. Falkenstein, Die Neusumerischen

Gerichtsurkunden, vol. II, p. 117. Cf. também sopotamica, p. 376s.

141

A. Salonen, Agricultura Me-

nos. 18º Esse campo está onerado com a “biltum” de 1.800 GUR 19

de cevada, 450 GUR

de grão para a semeadura 11! e 4 minas

equivalente a cerca de 2 kg — de prata dos mercadores, que foram

destinados

à classe

dos

“iSSakkiú”.

linhas sete e oito: u 4 MA.NA

a-na

ENSÍ-tim

não

é muito

A

formulação

KU.BABBAR

clara.

O

CAD

gramatical

DAM.GAR.MES

traduziu:

das

&a

er talso!

4 minas silver for the merchants, which (silver) has been assigned to the iSSakku farmers”. 12 Mas esta interpretação do texto entra em choque com a afirmação da linha 19: à DAM.GAR.ME& a ENSÍ.MES in-na-ad-nu: “e os mercadores, que foram dados como colonos”. 2º Portanto a afirmação de Hammurabi é, sem dúvida, que esses mercadores foram, de alguma maneira, associados à classe dos funcionários “iSSakku”, encarregados da agricultura nas

propriedades do palácio no tempo da primeira dinastia babilônica. Deve-se, aqui, naturalmente perguntar como estes mercadores contribuiam com os iSSakku? Eles colaboravam, certamente, com os funcionários agrícolas, em suas funções específicas de mercadores, na venda e comercialização dos bens produzidos. É esta, sem dúvida, também a opinião de M. de J. Ellis quando escreve: “---presumably the silver is then to be produced for the state by the merchants from their activities on behalf of the state agricultural hierarchy”. 14 O sentido da frase &a e-li GÚ.UN im-di-

189. Sobre a equação ENSI = iSSakkum, cf. MSL 5, p. 51,10. Cf. também A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 107s; M. Birot, Tablets d'Epoque Babylonienne Ancienne, p. 38-46. W. von Soden, em AHw, p. 398b, sugere a tradução “Kolon”, daí a nossa tradu ção “colono”. Compare o que foi dito acima sobre o i£akkum no comentário à carta n. 29. 190. A medida de capacidade GUR correspondia no tempo de Hammurabi a 300 litros. Na linha 5 da tábua fala-se de uma “biltum” de 1800 GUR de cevada, mas na linha 23, quando se trata de dividir a “biltum” entre os dois grupos fala-se de duas partes de 5.400 GUR cada. Por isso alguns autores corrigem a linha 5 em 10.800 GUR. C£ F. R. Kraus, Brief e aus dem Archive des Samas-hãzir, p. 16, n. 23a. Ê 191. O sumerograma AL.DU, que entrou na língua acádica sobre a forma aldâm, significa em si uma “bestimmte Menge Korn”. Cf. B. Landsberger, MSL 1,245s. Em geral indica uma quantidade de grão destinada à semeadura. Cf. W. von Soden, AHw, p. 35b. Cfã tamb ém A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 521, n. 298,55.

192. Cf. The Assyrian Dictionary of the Univer sity of Chicago, 1/),

"193. Cf. também F. R, Kraus, Briefe aus dem hãzir, p. 17, n. 23b. Cf. também F. Thureau-Dangin, de Hammurabi avec Samas-hazir”, RA 21 (19 24) 22.

Archive des Samas“La Correspondance

194. Cf. Agriculture and the State in Ancien t Mesopotamia, p. 33s.

142

aEN.LÍL

a-na zi-it-tim wa-at-ru-ma

não é claro. 1» A tradução

acima

das linhas nove e dez também

“que

proposta —

foi imposto

como acréscimo (?) à biltum de Imdi-Enlil” — é apenas aproximada. !é Na linha 11 é dito, também, que este campo tinha sído destinado, provavelmente a título de pagamento por algum serviço

prestado,

diante,

a um

homem

Hammurabi

chamado

propõe

algumas

Arwium.1!7 medidas

Da

linha treze em

que seus dois funcio-

nários em Larsa devem tomar para que os dois grupos de colonos sob a direção de Zimru-AkSak e de U-balana-namhe, respectivamente, não entrem em contendas por causa da água e prejudiquem,

com isso, o trabalho agrícola. Essas medidas são propostas nas linhas 18-20 do texto: A.SA.am GU,.URU,..HI.A ENSÍ.MES ú DAM.GAR.MES Sa ENSÍ.MES in-na-ad-nu Su-ta-bi-la a-na ge-na zu-za-ma: “juntai o campo, os bois de arar, os colonos e os mercadores, que foram dados como colonos, e dividi-(os) em duas partes. ..”. Cada parte deve ser dada i-na is-qi—im = “por meio de sorteio”, respectivamente a Zimru-AkSak e a U-balana-namhe. Desta maneira a “biltum”? devida ao palácio será, também, dívidida em duas partes: cada grupo será responsável por 5.400

GUR 1%8 de cevada e 2 minas 1? de prata dos mercadores. N. 84

A Samas-házir e a Marduk-násir diz: assim (falou) Hammurabi: Os cozinheiros Amurrum-remanni e Su-Amurrum, filhos de Ziyaki, sob a direção de Ibni-Amurrum, informaram-me o seguinte: “SamasS-hãzir expulsou-nos do campo da casa de nosso pai, de 6 BUR, (situado) em Masmasent”". Assim 195. F.

R.

Kraus

em

Briefe

aus

dem

Archive

p. 17, deixa a frase sem tradução. CAD “B”, p. 233b, em AHw, p. 1490a, citam a frase sem. traduzi-la.

des

e W.

Samas-Hazir, von

Soden,

196. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 33 — F. Thureau-Dangin, “Correspondance da Hammurabi avec

Samas-Hãzir”, RA 21 (1924) 22 interpreta o texto de maneira diferente e traduz: “...qui, en dehors du loyer d'Imdi-Enlil, restaient en sus pour le partage...”,

197. Este mesmo

nome

aparece em uma outra carta de Hammurabi

publicada em TCL 7,13. Cf. acima carta n. 73. 198. Como o GUR equivalia no tempo de Hammurabi a 300 litros cada grupo de iSSakku era responsável pelo pagamento ao palácio de 1.620.000 litros de cevada.

199. Além da cevada, cada grupo devia pagar também cerca de 1 kg — de prata ao palácio.

143

2 minas — |

eles me informaram. Examinai a questão! Se o campo da casa de seu pai era de 6 BUR, dai-lhes um campo de 3 BOR

como seu “ilkum”.

Se, porém,

o campo

da casa de seu pai

era de 4 BUR dai-lhes um campo de 2 BOR. Hammurabi trata argila, de 89cm x

o número

AO

8330,

nesta carta, conservada em 5,5cm, registrada no museu

de uma

queixa

Amurrum-rêmanni e Su-Amurrum, Samas-hãzir.

A

profissão

dos

de

um tablete de do Louvre sob

dois cidadãos

chamados

filhos de um tal Ziyaki, contra

dois

queixosos

é

descrita

pelo

sumerograma MUHALDIM 20, que entrou na língua acádica sob a forma nuhatimmum 21 e significa “cozinheiro”.22 A carta é dirigida ao próprio Samas-hãzir e a seu companheiro de administração pública Marduk-nasir. 23 A queixa dos dois cozinheiros é citada por Hammurabi nas linhas 7 a 9 do texto: i-na BUR 6 IKU ASA É a-bi-ni Sa MAS.MAS.E.NE.KI mUTU-ha-zi-ir u3-te-li-aan-ni- “SamasS-hãzir expulsou-nos do campo da casa de nosso pai, de 6 BUR, em MaSmaseni”.

Os dois irmãos reclamavam,

pois, um terreno de 38,88 hectares 24 que tinha sido dado à sua

família pelo palácio, provavelmente como “ilkum” por serviços prestados. 25 Hammurabi decide a questão de uma maneira aparentemente estranha. SamaS-házir e Marduk-nãsir deviam examinar a

causa

e se o campo,

em

questão,

era realmente

de 6 BUR



38,88 hectares —, eles deviam dar aos dois irmãos um campo de 3 BUR, ou seja, de 19,44 hectares. Mas se o campo da casa

paterna tinha aos irmãos um O rei reduz, “ilkum?. 206 O

apenas 4 BUR — 25,92 hectares —, eles dariam campo de apenas 2 BUR, ou seja, 12,96 hectares. portanto, à metade o terreno dado pelo serviço texto não explica o motivo desta decisão.

200. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, |, p. 117, n. 61,55. Cf. também A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 142. 201. Sobre a equação MUHALDIM = nuhatimmum, cf, MSL 3, p. 123,301; MSL 5, p. 65,192. 202. Cf. W. von Soden, AHw, p. 801a. Estes dois cozinheiros eram , sem dúvida, funcionários do palácio real. 203. O nome de Marduk-nãsir aparece em vários documento s e cartas do periodo de Hammurabi. Ele era um alto fun cionário da administração hammurabiana.

Cf. W. F. Leemans, The Old-Babylonian Merchant, p. 84. 204. Cada BUR no período babilônico antigo equivalia a 6,48 hectares. Cf. F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des Sam asS-hã os 3 BUR devem ser dados a-na il-ki-Su-nu. 206. O texto nas linhas 13 a 15 diz

zir,

BUR

3

k A SA-am

p.

XI,

a-na il-ki-Su-nu id-na-Su-nu-Sim: “dá-lhes um campo de 3 BURIKU como seu “ilkum”. de se

tratasse de um campo de 3 BUR para cada irmão, o texto acádico teria a forma distributiva BUR 3 TA IKU...

144

N. 85

A Samas-házir e a Marduk-násir diz: assim falou Hammurabi: Nanna-Mansum, escrivão da tropa de trabalho, escreveu-me o seguinte: “A tropa de trabalho sob a direção de LU-Asariluhi não foi suprida com campos”. Assim ele me escreveu. Supri com campos a tropa de trabalho sob a direção de LU-Asariluhi! Despachai-os, de maneira que eles não. .

Nesta carta de Hammurabi a seus dois funcionários Samashãzir e Marduk nãsir, conservada em um tablete de argila de

8 cm x 5,9 cm, inventariado no museu do Louvre sob o número AO 8584, o rei trata da reclamação de um cidadão chamado Nanna-Mansum. Sua profissão é descrita na linha 3 do texto pelo

sumerograma DUB.SAR 2” ERIN?8, que indica o escrivão de uma tropa de trabalho. 2? Nanna-Mansum comunica ao rei que a tropa de trabalho sob a direção de LÚ-Asariluhi não recebera dos funcionários do palácio encarregados da distribuição de

terras, os campos a que tinham: direito pelo serviço que prestavam ao palácio. Hammurabi ordena, então, categoricamente a seus dois funcionários, destinatários da carta: ÉRIN-am NÍG-SU LÚ-“ASARI.LÚ.HI A.S[A xxx] Su-tam-li-a-Su-nu-ti: “Supri com campos a tropa de trabalho sob a direção de LÚU.Asariluhi!” A

parte

ainda

final

do

tablete

ap-[la]-Su-nu-ti-ma:

taram apenas

não

foi

conservada.

“Despachai-os...

os sinais cuneiformes

Na

“Na

linha

linha

úr-ru-ma e na linha

10

11

lê-se

res-

12 sobra-

ram alguns vestígios de sinais cuneiformes. F. Thureau-Dangin completa o fim da carta com a leitura conjetural: [la it-tu]-úr-

ru-ma [la i-ma-ha-ru-ni-in-ni]) e traduz: “Qu'ils ne reviennent pas (sur cette affaire), [qu'ils ne se présentent pas devant moi)”. 210

207. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 341, n. 138,50. Cf. também A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. HI, p. 101. Sobre o correspondente acádico t/tupSarrum, cf. W. von Soden, AHw, p. 1395. 208.

pt 9,

em

RA

Cf.

A.

Deimel,

Sumerisches

Lexikon,

A. Falkenstein, Die Neusumerischen

209. 210.

21

III,

21.

145

n. 393,2.

CÊ.

Gerichtsurkunden, vol. II, p.

Cf. ibidem. Cf. Art. “La Correspondance de Hammurapi (1924)

p. 758,

avec SamaS-Hásir”,

as

A

EM

N. 86

A Marduk-násir e a Samas-hãzir diz: assim (falou) Fammurabi: Envio-vos, agora, as tábuas de destinação dos pomares que devem ser distribuídos aos jardineiros-chefes. Conforme os termos dessas tábuas distribui entre eles os pomares. ..

Os jardineiros... eles devem despachá-los.

- O texto desta carta de Hammurabi

a Marduk-nãsir e a Samaá-

hazir toi transmitido em um tablete de argila, de 89 cm x 9,1 cm, registrado no Museu do Louvre com a sigla AO 8332. Na carta o rei

anuncia

o envio

dos

tup-pí

i-si-ih-ti

=

“documentos

de

designação” 214 relativos a alguns GIS.KIRI, = pom ar 212 que deviam ser distribuídos a um tipo de funcionários designados, aqui, pelo termo sumério SANDANA. 23 O sumério SA NDANA entrou na língua acádica sob as formas saddanakkum e s/Sandanakkum 21º e indica o jardineiro-chefe. 215 O rei determina que a distribuição dos mencionados pomares seja executada por Mar duknâsir e Samas-hãzir. A parte inferior do tablete está danificada e os sinais contidos nas últimas linhas do anverso se perderam. No reverso do tablete lê-se NU.GIS.KIRIç.MES li-pu-lu-Su-nuti: “os jardineiros... eles devem despachá-los”. 216 N. 87.

A Samas-hazir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Dai aos pescadores “HÁD.DA” , aos caçadores de aves e aos carregadores de chamiços do templo de Samas em Larsa campos de 1 BUR cada um. A seus encaregados dai-lhes campos de 2 BUR cada um. Despachai-os o mais rápido possível! 211. Cf. CAD,

também 129.

1/], p. 190-192; W.

von Soden,

212. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, A.

Falkenstein,

Die

Neusumerischen

AHw,

p. 387b.

H, p. 372, n. 152,33. Cf.

Gerichtsurkunden,

vol.

III, p.

213. Cf. A. Falkenstein, ibid., p. 161. 214. Cf. B. Landsberger, ZA 4] (1933) 189s. 215. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1001b, que traduz o termo por “Obergáârtner”. 216. O sumerograma NU.G IS.KIRI, corresponde ao acádico nukaribbum. Cf. MSL 12, p. 104,248:; CAD “N IP”, p. 323; AHw,

p. 802,

146

Os destinatários desta carta de Hammurabi são os funcionários Samas-hãzir, Sin-musalim e seus companheiros na administração

de Larsa. “4? O texto cuneiforme foi conservado em um tablete de argila de 89 cm x 5 cm inventariado no museu do Louvre sob o

número

AO

certamente

8595.

O

rei trata,

de propriedade

aqui,

da

distribuição

do palácio, a membros

de

terras,

de três classes

diferentes de funcionários do templo de Samas em Larsa, 218 Os três tipos de funcionários são descritos, respectivamente, pelos sumerogramas SU.HA.HÁD.DA 29, MUSEN.DU20 e LG.G.ÍL. 21 A profissão expressa por SU.HA.HÁD.DA já foi tratada acima 22 e indica um

defi-

em AHw 23

tipo de pescador que W. von Soden

niu como “Binnenfischer”, isto é, um pescador que pescava nos rios e lagunas, enquanto A. Salonen preferiu defini-lo como um pescador do mar ou de águas doces, que pesca os peixes com

a

finalidade

de

secá-los,

um

“Fischdôrrer”.24

O

funcionário

MUSEN.DU era designado em acádico pelo termo usandâm 25 e indicava o caçador de aves. 2% Já o sumerograma LÚ.Ú.ÍL é mais difícil de ser interpretado. A. Falkenstein registra para o termo sumério U tanto o significado “Gras” (erva, relva), como o de “Brennholz?.27 O termo sumério ÍL corresponde ao acádico nasâm e significa “carregar”. 28 O) sumerograma LÚ.Ú.ÍL pode, pois,

conforme

a

tradução

dada

ao

termo

Ú,

significar

tanto

“o homem que carrega a relva (para alimento dos animais)” como “o homem que carrega a lenha de queimar”. A tradução

217. Sobre os resultados dos trabalhos arqueológicos em Tell Senkereh, antiga Larsa, cf. J. Margueron, art. “Larsa”, em RLA VI, p. 500s. 218. O templo de Samas em Larsa era chamado É.BABBAR. CL o breve relato da arqueologia sobre as escavações no local do templo em J. L. Huot, em RLA VI, p. 503s. 219. Ci. A. Salonen, Die Fischerei im Alten Mesopotamien, p. 465. Sobre o correspondente acádico Suhaddakum, cf. W. von Soden, AHw, p.

1260b. 220. Ci. A. Deimel, Sumerisches MSL 12, p. 104,246; 139,353a.

Lexikon,

vol.

1, p.

221. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 548, 222. Cf. os comentários à carta n. 77, p. 129s.

223. Cf. AHw, p. 1260b.

DU

177,

n. 7741;

n. 318.110.

224. Cf. A. Salonen, Die Fischeren im Alten Mesopotamien, p. 46,6. 225. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1437a. Sobre a equação MUSEN. = ú-Sá-an-du-um, cf. MSL 12, p. 104,246. | 226. Cf. A. Salonen, Vôgel und Vôgelfang im Alten Mesopotamien. 227. Cf. Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 170.

147

“carregador de chamiços” usada na carta segue a segunda possi-

bilidade.

Hammurabi

rios recebam

um

determina

campo

de

em

1 BUR,

sua

carta

cerca

que

de 6,48

esses

funcioná-

hectares.

Seus

encarregados — aqui expressos pelo sumerograma NU.BANDA 229

— deviam receber em dobro, um campo de 2 BUR, cerca de 12,96 hectares. Estes campos lhes era matribuídos certamente pelos

serviços prestados no templo de Samas. N. 88

A Samas-hazir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Do campo (em) posse de Dingirmansum e seus irmãos dai um campo de 2 BUR em Ararri e um campo de 4 BUR em Rahabum a Dingir-mansum e a seus irmãos. O resto do campo dai ao surdo, um homem (da localidade) de Ubrabi! Esta carta de Hammurabi, endereçada a Samas-hãzir, Sinmusalim e seus companheiros na administração das propriedades do palácio em Larsa, foi conservada em um tablete de argila de 8cm x 5cm e registrada no museu do Louvre sob o número

AO 8341. O rei determina, aqui, a redistribuição de campos que anteriormente tinham sido destinados a DINGIR-mansum e a seus irmãos. Pela nova distribuição DINGIR-mansum e seus irmãos deviam ficar com um campo de 2 BUR, cerca de 12,96 hectares, situado em uma localidade chamada Ararrú 2º e um campo de

4 BUR,

cerca de 25,92 hectares, situado em uma

outra localidade

chamada Rahabum. 21 O resto do campo, anteriormente em posse de Dingir-mansum e seus irmãos, recebe uma nova destinação de-

228. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, vol. H, p. 557, n. 320,11 — Sobre a equação ÍL = nasúm, cf. MSL 3, p. 104,92. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 762a. 229. Ct. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, vol. 1 p= 170, n.º 75,45: cf. o A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p.

Larsa.

150.

230. Trata-se,

sem

dúvida,

de

uma

localidade

231. Esta localidade é mencionada, também,

nas

em TCL

vizinhanças

de

7,74,14, em

F.

Thureau-Dangin, Lettres 30,11. n. 3,9 e em R. Frankena, , BriBriefe aus p. 20,et n.Contrats, dem British Museum, 146

terminada

por

Hammurabi

nas linhas 9-11

do reverso

do tablete:

Si-ta-at A.SA-im a-na LÚ.GÉSTU.LA Lú URU ub-ra-bi-isi id-na: “O resto do campo daí ao surdo, um homem da localidade (chama da)

Ubrabi.

Não

se

conhece

o nome

do

novo

destinatário

desta

designação de Hammurabi. Ele é apenas mencionado pelo epíteto LÚ.GESTU.LA 22 = “o surdo” da cidade de Ubrabi que devia ser bem conhecido entre os contemporâneos. Ignora-se, também, os motivos que levaram Hammurabi a realizar esta nova redistribuição de campos. N. 89

A Samas-hazir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Em Diúr-Etellum, adjacente ao campo des Taribatum, dai campos de 10 BUR cada a IdinLai erarSirt= pr. O tablete de argila, de 82 cm x 5,3 cm, inventariado no Museu do Louvre sob o número AO 8337, que conservou o texto desta

carta, encontra-se danificado no início e na parte final, o que dificulta em parte, a sua leitura. Seus destinatários, apesar de algumas lacunas nas duas primeiras linhas do tablete, são, sem dúvida, SamaS-hãzir, Sin-musalim e seus companheiros, como na carta anterior. Hammurabi ordena-lhes que destinem aos dois cidadãos, cujos nomes se conservaram apenas parcialmente, Idin-

la... e Sin-..., campos de 10 BÚR, cerca de 648 hectares, cada um, em uma localidade chamada Dir-Etellum 23 nas adjacências do campo de um tal Taribatum. Tratava-se, sem dúvida, de terras do palácio e sua concessão aos dois personagens mencionados — certamente dois funcionários da administração central — era feita a título de serviços prestados ao

palácio. 24 Aliás, 232. Sobre

Lexikon,

cf. W.

a julgar

pelo tamanho

o sumerograma

II, p. 513 n. 296,142.

GÉSTU.LA,

Quanto

dos campos,

cf. A. Deimel,

ao correspondente

devia

tra-

Sumerisches

acádico sukkukum,

von Soden, AHw, p. 1055b. 233. Esta localidade é, várias vezes, mencionada nas cartas de Hammurabi. Cf. TCL 7, n. 42,6; cf. também abaixo as cartas n. 120, 123, e ainda F. R. Kraus, Briefe aus dem Archife des Samas-hazir, p. 96, n. 148,9.

234. Cf. Ellis, M.

sopotamia,

p. 19s.

de J., Agriculture

149

and the State

in Ancient Me-

tar-se

de

dois

funcionários

com

postos

relativamente

hierarquia administrativa de Hammurabi.

altos

na

N. 90 A Samas-házir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Enviei-(vos ) agora, os treze homens “wedútim”, sob a direção de Nur-Samas. De acordo

com os termos de seus documentos de destinação, suprios, o mais depressa possível, com campos e mandai-os de vol. ta! O ano não deve deixá-los (sem rendimento ) e eles não devem receber uma “nemettum”. Nesta

tablete

de

carta,

argila,

cujo de

texto

cuneiforme

8,5 cm

x

foi

9,4 cm,

conservado

registrado

no

em

Louvre

um

sob

o número AO 8333, Hammurabi relata a seus funcionários Samashàzir, Sin-musalim e seus companheiros na administraçã o dos bens do palácio, o envio a Larsa de um contingente de 13 homens intitulados de weditim 25 e que estão sob a direção (NÍG.S U) de um homem chamado Nir-Samas. O termo weditim é uma forma oblíqua plural de um singular wêdâm, que W. von Soden registra em seu dicionário acádico com o significado de “einzeln eingesetzt, herausgehoben, hochgestellt”.36 O termo wedútum tem sido, por isso interpretado, diversas vezes, como indicando quer “homens isolados“ que não estão enquadrados em nenhum grupo, quer,

também,

como

ao palácio. 37 Essa

“homens

palavra

nobres”

aparece

independentes

diversas

vezes

em

nos

relação

textos

administrativo da época. Trata-se, pois, sem dúvida, de um grupo de funcionários do rei, cujo estatuto e cujas funções nos são ainda desconhecidos. 28 Em uma lista de funcionários publicada por Birot?º são citados dois grupos de wedítum, um de trinta e

iate od

ad

oi

EP

DO ii

ai

235.

No

texto

cuneiforme

lê-se

13 LU.MES

we-du-tim. 236. Cf. AHw, p. 1495a. ; 237. Cf. M. Birot, Tablettes d'Epoque Babylo nienne Ancienne, p. 132: “On y a vu en général des “isolés” ne faisant pas partie d'unités encadrées, ou encore des “notables” jouissant vis-à-vis du Palais d'une certaine indépendence, bien qu'en fait, ils se vissent atribuer des champs alimentaires en échange desquels ils dev aient certainement au Palais un certain “service” (ilkum), qui pourrait pré cisément être un service militaire”. 238. Cf. M. Birot, ibid., p. 132, - 239. CÍ. M. Birot, Tablettes d'Epoq ue Babylonienne Ancienne, p. 129, texto n. 71. 5

150

cinco

homens

é mencionado

e

outro

de

quarenta. 240 Cada

entre outros grupos

serviço militar do rei e aparecem

grupo

de funcionários

sob o comando

de

wedítum

de um

UGULA.

integrados ao

MARTU.2! Os wediútum parecem ter formado, como se pode concluir deste documento, um contingente militar. Na carta aqui estudada, trata-se de um pequeno contingente de apenas treze homens. A ordem de Hammurabi a seus representantes em Larsa é que esses treze homens recebam, o mais rápido possível, o lote de terra a que fazem jus pelo serviço que prestam. O texto da carta não iala da quantidade de terra que cada um desses homens deve

receber.

receber, cada

No

um,

texto

publicado

2 BUR,

cerca

por

de

Birot,

12,96

os wedútum

hectares,

deviam

de terra. 22

Na linha 9 do texto da carta de Hammurabi lê-se, ainda, a ordem do rei: Sa-at-tum la i-iz-zi-ib-Su-nu-ti-ma: “O ano não deve deixá-los”, cujo sentido é, sem dúvida, que eles não devem perder a produção agrícola daquele ano por causa de atrasos na entrega dos campos. Hammurabi termina a carta com a determinação: ne-me-et-tam la i-ra-aS-Su-ú: “Eles não devem receber uma nêmettum!” O termo acádico “nêmettum” já foi estudado acima. 2% Como na carta n. 69 o melhor significado para o termo nêmettum 24, aqui, parece ser, também, uma multa imposta pela falta de produção dos campos concedidos aos weditum como “Ukum? pelo serviço prestado. N. 91

A Samas-hãzir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Envio, agora, Sin-mãgir, chefe 240. Cf. ibid., p. 129, col. II, linha 16; p. 130, col. IV, linha 22. 241. Cf. J. R. Kupper, Les nomades en Mésopotamie au temps des rois de Mari, p. 185s; cf. especialmente B. Landsberger, JCS 9 (1955) 122s. 242. Cf. M. Birot, Tablettes d'Époque Babylonienne Ancienne, p. 129, col. Il, linha 15; p. 130, col. IV, linha 22. 243. Cf. acima a carta n. 78. Sobre o significado da expressão rasim Crown

nêémettam, cf. o estudo de N. Yoffee, The Economic Role of the in the Old Babylonian Period p. 28s. 244. W. von Soden registra, em AHw, p. 777, para nêmettum tanto o significado “Beschwerdegrund” como também “Auflage”. CAD, “N II”, p. 163 registra tanto “complaint”, como “impost”, tax. Portanto uma outra tradução possível para nosso trecho podia ser, também, o seguinte: “Ele não deve receber motivo de reclamação”.

151

RT

a RR

dos trabalhadores de metal. Os campos que demarcastes par a

os trabalhadores

de

metal,

mosirai aos trabalhadores

de

fincai,

diante

metal a sua

dele,

a estaca

estaca.

Enviai-o,

e

então, de volta. Não o retenhais. Despachai-o o mais rapido possível! O tablete cuneiforme de 9 cm x 5,2 cm, invent ariado no Louvre sob o número AO 8340, contém uma carta de Hammurabi a

Samas-hãzir, Hammurabi

chamado

a Sin-musalim e a seus colegas na administraçã o.

relata

Sin-mãgir.

na

carta

Sua

o envio

função

à

Larsa

na máquina

mmurabi é expressa pelo sumerograma

de

um

funcionário

burocrática

de Ha-

UGULA 245, que tem seu

correspondente acádico no título waklum 24 e indica o chefe de um grupo de funcionários. Os funcionários sob a chefia de Sinmag

ir

são

descritos,

aqui,

pelo

sumerograma

TIBIRA.MES. 247

O termo sumério TIBIRA corresponde ao acádico qurqurrum 28, e indica o artista que trabalha o metal, especialment e o cobre, como se pode concluir da própria constituição do su merograma que inclui o sinal cuneiforme URUDU = “cobre”. 249 O funcionário Sin-mãgir foi enviado a Larsa com a finalidade, bem definida, de receber a posse efetiva dos campos destinados aos trabal hadores de metal, seus subordinados. Esses campos já tinham sid o demarcados para esses trabalhadores de metal, a título do serviç o que

prestavam ao palácio. É assim que se deve interpretar a afirma ção da linha 6: A.SA.HI.A &a a-na TIBIRAMES ta-ap-luka: “Os campos que separastes para os trabalhadores de meta)” . O ato simbólico de entrega de um campo consistia em fincar um a

estaca (sikkatum) no campo em presença daquele que dev ia receber tal campo. A ordem de Hammurabi, que se lê na lin ha 8 do texto: ma-ah-ri-Su GIS.GAG ma-ah-sa-ma: “fincai diante dele a estaca!”, compreende-se perfeitamente, já que Sinmãgir devia receber os campos em nome de seus subalternos. E a ordem das linhas nove e dez: TIBIRA.ME& GIS.GAG-sú-nu ku-ul-li -Ma-ma: “mostrai aos trabalhadores de metal a estaca deles”, 245. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 495, n. 295,4, 246. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1456. 247. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexiko n, 248. Cf. W. von Soden, AHw, P. 929b que II, p. 336, n. 132,18. registra o termo acádico qurqurrum com a tradução “Metalarbe iter” “Kupferschmied”. Cf também CAD “G”, p. 1375. — 249. Cf. R. Borger, Assyrisch-baby lonische Zeichenliste, p. 94, n. 13 2. O sumerograma TIBIRA é formado do s sinais cuneiformes URUDU +

152

significa, sem dúvida, que os destinatários da carta deviam gar os campos, a que os trabalhadores de metal tinham A carta termina com as recomendações de praxe em casos lhantes. Era, sem dúvida, a maneira pela qual Hammurabi

apressar a morosidade da máquina administrativa.

entredireito. semetentava

N. 92 A Samas-hazir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: As tábuas de todo campo que demarcastes para os “gerseggú Sa gastim” e todo campo cuja entrega aos “gerseggi” está atrasada, escrevei em uma tábua e tomai convosco (2). Então, diante de mim, deve ser destinado um campo para os “gerseggã Sa gastim”. Os

destinatários

desta

anteriores: SamasS-hãzir,

na

administração

transmitido

em

um

tariado no museu

dos

carta

os mesmos

das

cinco

cartas

Sin-musalim e seus colegas de trabalho

bens

tablete

são

de

do Louvre

do

palácio.

argila,

O

texto

de 85 cm

sob a sigla AO

cuneiforme

x 5,2 cm,

8335.

foi

inven-

O rei trata

em sua missiva dos campos destinados, certamente como “ilkum”, por serviços prestados, a uma classe de funcionários descrita,

aqui, pelo sumerograma GIR.SE.GA.MES 30 $a BAN.Z1 O termo sumério GIR.SEGA entrou na língua acádica na forma gerseqqúm.22 O termo acádico gersegqâm tem sido, geralmente, traduzido por “eunuco”. 233 Mas, como mostrou W. von Soden 2%, isto se baseia em uma falsa interpretação filológica e sociológica. Na análise de gersegqim em seu AHw, von Soden sugere a tradução “ein Bediensteter des Kônigs und von Tempeln”.35 Em

nosso texto o sumerograma GiR.SÊ.GA recebe uma maior deter-

minação por anterior pela

meio de um outro sumerograma BAN, ligado ao partícula acádica “Sa” = “de”. O termo sumério

250. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 851, n. 444,43. 251. Cf. A. Deimel, idem, p. 843, n. 439,6. 252. Cf. W. von Soden, AHw, p. 285b.

253. F. R. Kraus em Briefe aus dem Archive des SamaS-hãzir, p. 23, traduz a expressão GIR.SE.GA.MES ga BAN como “die Eunuchen des Bogens” seguindo, com isto, uma sugestão de B. Landsberger como é men-

cionado na nota 32a da mesma p. 23. 254. Cf. W. von Soden em Bi Or 26 (1969) 255. Cf. W. von Soden, AHw, p. 285b.

153

361.

BAN

corresponde

merograma

ao acádico

GIR.SE.GA.MES

qastum

Sa

BAN

e significa

poderá,

“arco”, 256

pois,

su-

indicar

tipo de arqueiro. Mas trata-se, somente, de uma suposição apenas, no significado dos sinais cuneif ormes Usados, já

um

baseada, que ainda

não se conhece, ao certo, que tipo de funcionário representa o termo GIR.SE.GA.27 Hammurabi ordena a seus representantes em Larsa que redijam um documento com a enumeração de todos os campos que já foram demarcados para os membros da classe dos GIR.SE.GA.MES 3a BAN e também dos campos, destinados à classe de funcionários GIR.SE.GA.MES, mas cuja entrega está em atraso. É este, sem dúvida, o sentido da ord em do rei expressa nas linhas sete a dez do tablete cuneifore: u A.SA-am ma-la a-na GIR.SE.GIA.MES] a-na na-da-nim úb-hu-ru: “.. .e todo campo cuja entrega aos gerseqgú está atrasada”. 258 A determinação final da carta a-na GIR.SE.GA.MES 3a BAN AgS AÀ-um ma-ah-ri-ia li-in-ne-si-ih: “Que seja destinado, diante de mim, campo para os GIR.SE.GA.MES 3a BAN”, parece indicar que o próprio rei quer presidir a entrega dos campos que faltam aos funcionários GIR.SE.GA.MES &a BAN, 25 N. 93

A Samas-hazir, assim

(falou)

a Sin-musalim

Hammurabi:

e a seus companheiros

Onde

eu

vos

mandei

dar

diz: um

campo de 4 BUR a Istar-illatzu, dai-lhe o campo todo da casa de seu pai, de 5 BUR. Nesta pequena carta de Hammurabi a Samas-hãzir, a SinmuSalim e a seus colegas, cujo texto cuneiforme foi conservado em um tablete de argila, de 85cm x 5,3 cm, inventariado no Louvre com o número AQ

8336, o rei reforma

uma

decisão

ante-

256. Cf. W. von Soden, AHw. p. 906a. 257. Da análise das passagens onde o termo

E

ma

ae

Cr

O

as

SRP iodo

+

GIR.SÉ.GA é usado, A. Deimel, em Sumerisches Lexikon, HI, p. 852, n. 444,43 chega à seguinte conclusão: “GIR.SE.GA ist

daher sicher ein Sammelname fiir vie le Berufe wie: Gesinde, Werkleute etc.”. Cf ta mbém E, Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 84, comentário ao 8 187. 258. Na linha 8 o tablete está danificado e lê-se, apenas, os sin ais a É provável que no lugar da lacuna estive ssem os sinais MES a

259. Esta é, também, a interpretação de M. de ]. Ellis em Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 16. 154

rior. Em comunicação anterior ele tinha determinado a seus representantes em Larsa que destinassem a um tal Istar-illatzu um

campo

de 4 BUR?9,

cerca

de 25,92

hectares.

O texto não



maiores detalhes sobre a pessoa de IStar-illatzu. Deve, sem dúvida,

tratar-se de um funcionário público que recebe do rei um campo como “ilkum” 261 pelos serviços prestados. Hammurabi revê por meio da presente carta a primeira designação e ordena que Samashazir, Sin-musalim e seus companheiros na administração dos bens do palácio em Larsa destinem a IStar-illatzu, em lugar do

campo de 4 BUR, o campo inteiro da casa paterna de IStar-illatzu

que media 5 BUR, ou seja, 32,4 hectares. Com isto, IStar-illatzu devia, também, assumir as obrigações de serviço ligadas à sua casa paterna.

N. 94

A Samas-házir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Em relação ao que me escrevestes: de um dentre vos vir à minha presença e trazer o relatório de manipulação (2) da cevada, que, como me escrevestes, um dentre vós tome a tábua de manipulação (2) e venha à minha presença! O texto cuneiforme da carta de Hammurabi a Samas-hazir, a

Sin-musalim

e a seus

colegas

de

administração,

traduzida

foi conservada em um tablete de argila, de 8cm está, hoje, inventariado no museu do Louvre sob

acima,

x 5,1 cm, o número

que AQ

8342. O rei alude, aqui, à proposta feita em uma carta anterior de um dos funcionários aqui mencionados ir à capital para levar ao rei um determinado relatório. A grande dificuldade na interpretação desta carta de Hammurabi é determinar o significado exato do termo Sukunnâm que é usado tanto na linha 7 na expressão te,-em Su-ku-un-na Se-im: “o relatório do Sukunnim da

cevada”

ne-e-em:

como

na linha

“a tábua

12 na ligação

do Sukunníim.

von

W.

genitiva Soden

DUB

registrou

Su-ku-uno termo

Sukunnâm em seu dicionário com o significado de “Behandlung, Manipulation”. 22 M. Birot estudou o uso do termo Sukunnim nos 260. Sobre a medida BUR, cf. a tabela de medidas publicada F. R. Kraus em Briefe aus dem Archive des Samas-hazir, p. XL. 261.

Sobre

o serviço

“ilkum”,

cf.

o

que

foi

dito

na

introdução.

também B. Kienast, art. “ilkum”, em RLA V, p. 52-59; Ellis, M. Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia p. 10s. 262. Cf. AHw, p. 1266.

155

por Cf.

de J.,

textos TCL 11,151, e 171; TLB 1,194 e chegou a conclusão que Sukunniim indica uma “estimation forfaitaire de la récolte. ..” 263

Para B. amplo: incluindo minada

Landsberger o termo Sukunnâm tem um significado mais ele representa o “management” completo da colheita, a avaliação do campo, o acordo de uma quantia detercom o Sãkinu, a colheita, a seleção e a ent rega.26 Para

Landsberger, contudo, o termo refere-se,

exclusivamente, ao cultivo

de tâmaras. 2 Mas a linha 7 do texto desta carta fala de Su-kuun-na Se-im: Sukunnâm da cevada. 266 Na tradução acima foi preferida a tradução “manipulação”. por ser mais vaga. No fim da carta o rei determina que a proposta da carta anterior seja executada e que um dentre eles venha ao encontro de Hammurabi trazendo a tábua com o relatório da manipu lação da cevada. N. 95

A Samas-hazir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: O campo de 7 BUR, em Kubatum, que foi destinado como “biltum”, Sêru m-gâmil, UGULA MAR.TU, cultivou. Que Serum-gâmil tome a cevada desse campo! Daí, então, o campo ao “nãsi bil tim”, a quem foi destinado! Como substituto desse campo, dai a Sêrum-gâmil, do campo que está sobrando, à margem do canal Uggim-du e que está à disposição do palácio, um camp o como o (seu) campo. Esta carta de Hammurabi dirigida a Sa mas-hãzir, a Sinmusalim e a seus colegas de administraçã o é muito interessante 263. Cf. Tablettes d'Epoque Babylonienne Ancienne, p. 46. Mas Birot não julga que o termo Sukunnúm se ref ira, apenas, à cohleita de tâmaras. Na mesma p. 46 da obra citada ele esc reve: “Or, à l'époque de Hammurapi, Sukunnâm se rencontre au moins deu x fois à propos de "orge et, sans auc un doute, avec le même sens général d' “estimation”. Cf. também D. Cocqueriliat, “Aperçus sur la phéniciculture en Babylonie à Vépoque de la tre nastie de Babylone”, em JESHO dy10 (1967) 161-2283. 264. Cf. B. Landsberger, MSL |, p. 197s; cf. também idem, em JNES 8 (1949) 285 n. 119. 265. Cf. B. Landsberper, The Dat e Palm and ding to the cuneiform Sources, Archiv fiir Orientforschung, Beih eft 17. Graz 1967, p. 59, n. 216. 266. E não há motivo pa ra uma correção do na derger, já que o termo Sukunnâm se refere à ceva da também em TCL lol e 171.

como ilustração do processo de distribuição durante o reinado de Hammurabi. O texto

de terras do palácio cuneiforme da carta

foi conservado em um tablete de argila, de 9cm

x 5,5 cm, regis-

trado no museu do Louvre sob o número AO 8581. O rei refere-se a um determinado campo de 7 BUR, cerca de 45,36 hectares, situado na localidade denominada Kubatum., 27 A administração

central já o tinha destinado a ser um campo do tipo “biltum”. 26

Os campos

do tipo “biltum” eram

retidos pelo estado, trabalhados

pelos funcionários agrícolas “nãSi biltim” 2%? e seus produtos, dedu-

zidos os custos de produção, pertenciam ao palácio. 2º Mas um homem, de nome Serum-gamil, apresentado na carta com o título

de UGULA MAR.TU 21, portanto um oficial do exército do rei, já tinha tomado posse desse campo e plantado. De fato esse oficial tinha direito a um campo do tipo “ilkum” como pagamento pelos serviços prestados no exército do rei 2/2 e, provavelmente, não tinha, ainda, recebido o campo a que tinha direito. Diante desses

jatos, o rei resolve, por meio desta carta, o impasse criado. A próxima colheita de cevada produzida no campo em Kubatum deve ser dada a Serum-gâmil, já que foi ele que trabalhou o campo. Mas, logo após a colheita, esse campo deve ser entregue ao “naSi biltim” a quem tinha sido, originariamente, destinado.

O UGULA

MAR.TU

Serum-gâmil

deve receber um outro campo

pelos serviços que presta ao rei. E Hammurabi dá indicações bem precisas sobre o campo que deve substituir o que lhe foi tomado: Deve ser tirado do campo que o palácio tem à sua disposição 207. A localização exata de Kubatum não é conhecida. 268. No texto é usado o sumerograma GU.UN que tem seu correspondente no acádico biltum cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 269, n. 106,11; MSL 3, p. 152,367; MSL 5, p. 79,353. Cf. também W. von Soden, AFiw, p. 126; CAD “B”, p. 229s.

269. Cf. Ellis, M. de J., Agriculture and the State in Ancient Meso-

potamia,

p.

12. Na

p. 26 lê-se:

“The

term

biltum

occurs several

times in

the archive of Samas-hazir. It designates those fields which remained under the immediate authority of the central administration, assigned to individual grantees as ilku-fields in return

agricultural services”. Cf. também

acima o comentário à carta n. 29.

270. Cf. Ellis, M. de J., ibid. p. 12.

271. Sobre o título UGULA

comentário à carta n. 71. 212. Cf. B. Kienast,

V, p. 92-59; cf. também Mesopotamia,

p.

15.

art.

rather than being for (usually) non-

MAR.TU

“ilku”

em

veja o que foi dito acima

Reallexikon

der Assyriologie,

no vol.

Ellis M. de J., Agriculture and the State in Ancient

157

E

n!

às margens

acentua

do canal Ugeim-du.23

também

A.SA.am

ki-ma

Na

linha

A.SA.im:

16 do tablete 0 rei

“um

campo

como

(outro) campo”, portanto com as mesmas medidas e as mesmas características do campo que foi tomado de Serum-gâmil. N. 96

A Samas-hãzir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: O UGULA MAR.TU Urasmuballit colocou guardas no campo (em) poss e do carpin-

teiro Iddin-Naná, que está entre Zibnat um e Egikkirum (e) que, anteriormente, Irra-garrad tomara in justamente de IddinNaná. Escrevi, severamente, a UrasS-muba llit para que ele afaste os guardas que ele colocou no camp o de Iddin-Nanã e não se aproxime desse campo. Mas vós, também, afastai os guardas que Uras-muballit colocou no campo de IddinNanã. Confirmai, além disso, (a posse) desse campo ao carpinteiro Iddin-Naná. A intervenção de Hammurabi nesta carta tem por finalidade coibir a arbitrariedade de um dos oficiais das for ças militares do rei, o UGULA MAR.TU 24 UraS-muballit. 275 A carta é dirigida aos representantes de Hammurabi em Larsa, Sama s-hãzir, Sinmusalim e a seus auxiliares. O seu texto cuneiforme foi conservado em um tablete de argila, de 9 cm x 3,9 cm, inv entariado no museu do Louvre sob o número AO 8338. Hammur ab; começa a carta relatando que o oficial UraS-muballit colocara guardas em um determinado campo, certamente para impedir o acesso a ele de seu legítimo detentor e assim impossibilitar o tra balho nesse campo. O campo em questão é designado por Hamm urabi como Si-bi-it 2/6 i-din-Ina-na-a: “Em posse de Iddin-Nan ã”. Trata-se, sem dúvida, de um campo, propriedade do pal ácio, destinado 273. O mesmo canal Uggim-du é menc ionado também na carta 99. 274. Sobre o título UGULA MAR.TU ci. o que foi dito acima no comentário à carta n. 71.

275. Parece tratar-se de um nome bas tante comum no período babilônico antigo, pois encontram-se nos textos

desta época vários portadores desse nome: cf. J. J. Finkelstein, Late Old Babylonian Documents and Letters, YOS 13, n. 519:7.12, 255:4. 6.10.11, 256:2, 322:16, 339:3. 216. Sobre O significado do term o acádico “sibtum”, cf. W. von den, AHw, p. 1098a. Cf. também SoEllis, M. de J., Agricult | in Ancient Mesopotamia, p. 19s ;

CAD

“S”, p. 163s.

o

a Iddin-Nanã como pagamento pelos serviços prestados ao palácio. 27 A profissão de Iddin-Nanã é descrita pelo sumerograma

NAGAR 28, um

termo

que entrou

na língua

acádica sob a forma

nagârum 2? e indica o artífice que trabalha a madeira, como o carpinteiro, o marceneiro etc. À localização do campo é dada

nas linhas 6 e 7 do tablete: Sa bi-ri-it zi-ib-na-tum"' 1 e-gi-ik-kiri-imbi: “que (está) entre Zibnatum e Egikkirum”.20 É muito curiosa, também, a preocupação detalhista de Hammurabi, ao

introduzir nas linhas 8 e 9 do tablete a referência a uma outra tentativa de espoliar Iddin-Nanã de seu campo: Sa pa-na-nu-um IR.RA-UR.SAG i-din-'na-na-a ih-bu-lu: “que, anteriormente, Irra-garrad tomara injustamente de Iddin-Nana”. No fim da carta Hammurabi determina as providências que devem ser tomadas pelos destinatários da carta. Ele, pessoalmente, já escrevera a UraS-muballit ordenando-lhe, severamente, que afastasse do campo os guardas ali colocados por ele e, até mesmo, que não se aproximasse mais daquele campo. Mas Hammurabi quer ter certeza de ver suas ordens cumpridas, por isso determina, por meio desta carta, a seus representantes em Larsa, que eles mesmos, tomem a iniciativa de expulsar os guardas, colocados por UraS-muballit, do campo de Iddin-Nanâã e, além disso, confirmem ao carpinteiro Iddin-Nanã, a posse desse campo.

N. 97

A Samas-házir, a Sin-musalim

assim (falou) Hammurabi:

e a seus companheiros diz:

Os consertadores de cestos infor-

maram-me o seguinte: “Do campo que o nosso Senhor nos deu por meio de um documento selado, SamasS-hãzir e seus companheiros tiraram-nos 6 BUR da melhor parte (2) do nosso campo. Como substituto oferecem-nos um campo em outro lugar”. Assim eles me informaram. Por que tomastes a melhor parte (?) de seu campo e lhes destes um campo

277. Cf. Ellis, M. de J., ibid., p. 15s. 278. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon,

também 143.

A. Falkenstein,

279.

Cf. W.

280.

Trata-se

naggarum.

redondezas

von

de Larsa,

do

Die

Neusumerischen

Soden, nome

mas

cuja

AHw, de

CAD

localidades

localização

199

p.

1035,

Gerichtsurkunden,

p. 7104;

duas

IV,

“N

n. 560,3;

vol. III, p.

I”, p. 112 sub

certamente

cf.

situadas

exata é, hoje, desconhecida.

voce nas

em outro lugar? Vede o documento selado que eu lhes redigi

e dai-lhes o campo de acordo com os termos desse documento selado. Vós não deveis dar-lhes um campo em outro lugar!

O texto cuneiforme da carta acima traduzida foi conservado em um tablete de argila, de 8,7 cm x 5,6 cm, inventariado no museu do Louvre sob o número AO 8334. Os destinatários são os mesmos das dez cartas anteriores. O motivo da missiva de Hammurabi

é corrigir um erro tantes em Larsa, administrativos. A de um grupo de

ou um abuso administrativo de seus represenSamas-haãzir, Sin-musalim e seus auxiliares intervenção de Hammurabi baseia-se na queixa funcionários do palácio denominados aqui LU

e-di-ku.MES. O título LÚ e-di-ku é pouco testemunhado nos textos

do período babilônico antigo. 28! Nem mesmo a leitura dos sinais é segura. W. von Soden registra tanto a possibilidade de leitura edikum como, também, êdihum 22, e interpretando como um particípio G da raiz verbal edehum chega à tradução aproximada do título “Korbflicker”. 83 Daí nossa tradução: “consertadores de cestos”. A reclamação desses funcionários é resumida por Hammurabi nas linhas 6-9 do tablete: i-na A.SA-im &a be-el-ni ik-nu-ka-an-ni-a-&i-im BUR 6 IKU qá-qá-ad A.SA-ni miUTU-ha-zi-ir à tap-pu-Su i-ki-mu-ni-a-ti-ma: “Do campo que o nosso Senhor nos deu por meio de um documento selado, SamaS-hãzir e seus companheiros tiraram-nos 6 BUR da “qá-qá-ad A.SA.ni”. A dificuldade na interpretação desta última irase está justamente na expressão qá-qá-ad A.SA.ni. O significado básico do termo acádico gaggadum é, sem dúvida, cabeça 4, mas pode indicar, também, a parte principal de alguma coisa. 2 Portanto o fato reclamado é que Sama&-hãzir e seus auxiliares

tinham

281. Além

desta

tomado carta,

dos

uma



outra

e-di-ku

menção

6

no

BUR,

texto

LB

cerca

1078

de

publi-

cado por W. F. Leemans, Legal and Economic Records from the Kingdom of Larsa, p. 61. Leemans lê na linha 5 do texto LU e-su-hu, mas 'W. von Soden, em AHw, p. 187 prefere a leitura LÚ e-dilhu. Cf. também H. H. Figulla, Letters and Documents of the Old-Babyl onian period, Ur excavations texts, vol. 5, Londres,

1953, n. 553,1,

14.

282. Cf. W. von Soden, AHw, p. 187a. Cf ta mbém 283. Cf. W. von Soden, AHw, p. 187.

CAD

284. Cf. W. von Soden, AHw, p. 899 b. Cf. também CAD 285. W. von Soden, AHw, p. 900,9 registra par

significado de “Grundbestand”. Cf. também

160

CAD

a

“E”, p. 33. “Q”, p. 108s.

E

38,88

pelo

pelos

melhor

hectares,

da

trabalhos

prestados

rei

a essa

classe

de

parte do

funcionários

e, ao

que

campo

mesmo

a título

tempo,

sido

dado

certamente,

tam-

tinha

de

pagamento

bém, a título de sustento. Hammurabi repreende Samas-hnãzir e seus auxiliares: a-na mi-nim qá-qá-ad [A.S] A-Su-nu te-cl-gí-a-ma a-Sar-Sa-ni A.SÃ-am ta-ad-di-na-Su-nu-Si-im: “Por que tomastes a melhor parte de seu campo e lhes destes um campo em outro lugar?”

(linhas

Hammurabi

13-16).

termina

a sua

deter-

carta,

minando a correção do erro. SamaS-hãzir e seus auxiliares devem consultar o documento selado que o próprio rei redigira em favor dos LÚ e-di-ku e entregar-lhes de volta o campo, que consta no documento em questão. N. 98

[A Samas-házir, a Sin-musalim] e a seus companheiros diz:

assim (falou) Hammurabi: o “bâirum Ii-ippalsam informou-

me o seguinte: “Comprei um campo de 1 BUR por 1 de prata do “rediúm” Kima-Ahum. Quando comprei o po de 1 BUR deixei para Kima-Ahum um campo de 2 Agora ele reivindicou de mim o campo”. Assim ele me

mina camBUR. infor-

mou. Examina a questão! Se, quando Hi-ippalsam comprou o campo de Kima-Ahum, ele deixou um campo de 2 BUR para Kima-Ahum e (se) Hi-ippalsam comprou um campo de (apenas) 1 BOR, (então) devolvei o campo de Ili-ippalsam a Hi-ippalsam. Enviai-me, além disso, a resposta de minha tabua! O

texto

desta

carta

foi

conservado

em

um

tablete

de

argila,

III, p. 671,

mn. 354,

de 8cm x 5,3 cm, registrado no museu do Louvre sob a sigla ÃO 8339. Embora a parte superior do tablete esteja danificada e O nome dos destinatários se tenha perdido, pela formulação da linha 3: u tap-pé-e-Su-nu: “e a seus companheiros”, pode-se, certamente, concluir que Hammurabi tenha escrito esta carta aos mesmos funcionários das onze cartas imediatamente anteriores: SamaS-hãzir, Sin-musalim e seus auxiliares. O rei aborda, aqui, a reclamação feita ao palácio pelo funcionário Ili-ippalsam, cuja profissão é expressa pelo sumerograma SU.HA 2%, que corresponde ao título acádico ba'irum.28” O termo acádico bã'irum indica, 407a.

286. Cf. A.

Deimel,

Sumerisches

Lexikon, vol.

287. Cf. MSL 5, p. 171s. Cf. também

161

W. von Soden, AHw,

p. 96a.

em si, o pescador 28, mas pode, também,

soldados. 2º Aqui o ba'irum é colocado

que

é um

militar.

Esta

proximidade

designar uma

classe de

em relação com um redim,

e

o tipo

de

negociação

efetuada justificam a interpretação do ba'irum como um termo militar. O ba'irum Ili-ippalsam comprara um campo de 1 BUR,

cerca de 6,48 hectares, por uma

mina —

cerca

de 500g



de

prata do rêdim Kima-ahum, dando-lhe, além disso, um outro campo de 2 BUR, cerca de 12,96 hectares. Mas o rêdâm esta va, agora, reivindicando a posse do campo vendido. De fato, a legislação de Hammurabi proibia o rêdim, o ba'irum e o nãái bilt im

de vender seu campo a um awilum 2º ou mesmo de trocá-lo por

outro. ?! Mas Hammurabi parece aceitar a transação realizada. Isto se deve, talvez, ao fato que os personagens implicados são o bá'irum e o rêdâm. Estes funcionários, quando recebiam um campo em pagamento pelos serviços prestados retinham apenas o usuiruto do campo, o direito de propriedade permanecia do palácio 22, por isso esses campos eram inalienáveis. 23 Não houve,

por isso, praticamente um

contrato

de compra

e venda,

mas

ape-

288.Ct. W. von Soden, AHw, p. 96a; CAD REDE Doe 289. Cf. W. von Soden, AHw, p. 96a. Cf. também A. Salonen, art. “Heer”, em RLA IV, p. 244s. Cf. também CAD EBD 2 io! 290. Cf. o 8 37 das leis de Hammurabi. A tradução do 8 37 conforme E. Bouzon, O Código de Hammurabi é a seguinte: “Se um awilum comprou o campo, o pomar ou a casa de um rêdúm, de um bã'i rum ou de alguém obrigado a tributo: sua tábua será quebrada, ele perderá sua prata e o campo, pomar ou casa retornarão ao seu dono”. Cf. também A. Suleiman, À Study of Land Tenure in Old-Babylonian period, p. 147. A. Sule iman tenta explicar a contradição de nossa carta com CH 8 37 com a possibilidade que a carta seja anterior à publicação do CH ou pelo fato que, tanto o rêdíiim como o bã'irum, eram militares e tinham por isso o mesmo tipo de serviço “ilkum”. 291. Cf. o $ 41 das leis de Hammurabi, Cf. E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 38: “Se um awilum trocou um campo, um pomar ou uma casa com um rêdúm, um bã'irum ou com alguém obrigado

a tribu

to e pagou (ainda) uma sobretaxa: o rêdâm, o bã'irum ou o obrigado a tributo retornará a seu campo, seu pomar ou sua casa e levar á consigo a sobretaxa que lhe fora dada”.

292. Cf. Ellis, M. de J., Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 15-25; cf. também

B. Kienast, art. “Ilkum” em RLA VP. 25. 293. Cf. o S 36 das leis de Hammurabi. Cf E. Bouzon, O Código de Hammurabi, p. 36: “Campo, pomar ou casa de um rédim, de um bã'irum ou de alguém obrigado a tributo não poderão ser vendidos”. O 8 40 do CH apresenta uma exceção à regra em relação ao campo, pomar ou ca sa de uma sacerdotisa, naditum, de um mercador ou de um ilkum ahúm

162

24 O sernas uma troca com uma certa compensação financeira. viço “kum” 25 ligado ao usufruto permanecia intocável. Hammurabi ordena a seus representantes em Larsa que examinem a questão. Se os dados fornecidos por Ili-ippalsam forem verdadeiros, ele deve receber de volta o campo reivindicado por Kimaquer, naturalmente, ser informado sobre a ahum. Hammurabi decisão do caso. À carta termina, por isso, com a determinação: à me-hi-ir tup-pí-ia Su-bi-la-nim: “Enviai-me, além disso, a resposta de minha tábua!”

N. 99 A Samas-házir e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Os colonos Manium e Awil-ilim escreveram-me o seguinte: “No canal Uggim-du a água é pouca e não chega até o nosso campo “biltum' ”. Assim eles me escreveram! Ide ate a embocadura do canal Uggim-du! Se a água é pouca e a água não chega até o campo “biltum”, fornecei-lhes um acréscimo de água na embocadura do canal Uggim-du! Mas se a agua que, agora, corre no canal Uggim-du não é pouca,

(antes) suficiente para inundar todo o seu campo “biltum”, (então) não deveis colocar nenhum “Siknum” na embocadura do canal Uggim-du. Além disso, os colonos Manium e Awililim reivindicam mutuamente o seu campo “biltum”. De acordo com ostermos do documento de destinação que eu lhes escrevi, confirmai-lhes o seu campo “biltum”.

O texto cuneiforme

é a

seus

colaboradores

desta carta no

de Hammurabi

trabalho

de

a SamasS-hãzir

administração

dos

bens

públicos em Larsa foi conservada em um tablete de argila, de 9,3 cm x 5,3 cm, inventariado no museu do Louvre sob o número

ÃO 8585. O rei aborda, aqui, dois problemas. Em primeiro lugar trata da reclamação de dois funcionários chamados Manium e Awil-ilim, que pertencem à classe dos iS3akku. 2º Como já foi 294,

Cf. E. Bouzon,

“A

Carta

de Hammurabi

TCL

7,38”,

em

Soden,

AHw,

p. 398b,

Dédalo

23 (1984) 51-56. 295. Cf. B. Kienast, art. “llku”, em RLA, vol. 5, p. 52-59. 296. O título é expresso aqui pelo sumerograma ENSÍ. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 502, n. 295.145. Sobre a equação ENSI =

iSSakku,

cf. MSL

5, p. 51,10.

CAD “I/]”, p. 262.

Cf. também

163

W.

von

e

visto em cartas anteriores 27, o iSSakku era, no tempo de Hammurabi, um tuncionário da administração agrícola encarregado, pro-

vavelmente,

do cultivo dos

dois funcionários é resumida

i-na ID

[UG].GIM.DU

campos

mu-ú

“biltum”.28

pelo rei nas

ma-tú-ú-ma

A

queixa

desses

linhas 6 a 8 do tablete:

A.SA

GU.UN-ni

u-ul

i-ka-aS-Sa-du: “No canal Uggim-du a água é pouca e não chega até o nosso campo “biltum' ”. Hammurabi determina o exame “in loco” do nível da água. Se a água for realmente escassa e não chegar até o campo em questão, Samas-hãzir e seus auxil iares devem providenciar um acréscimo de água. À julgar pela linha 20 do tablete, esse acréscimo de água era conseguido por meio da colocação de um “Siknum” na embocadura do canal. A dific uldade está na interpretação do significado do termo acádico “Siknum”. W. von Soden registra o termo em seu dicionário com vários

significados. 2º? Em contextos análogos ao desta carta, W. von Soden traduz “Siknum” por “Ablagerung, Sediment im Fluss”, 300 O Siknum seria, neste caso, provavelmente um depósito de terra na boca do canal, que fechava a saída da água. J. Laessge, ao contrário, interpreta o Siknum como um tipo de máquina que servi a para elevar o nível da água.31 O outro assunto tratado por

FHammurabi na carta é a reivindicação mútua dos dois issakku. O litígio girava, certamente, em torno de que campo cada um dos iSSakku devia trabalhar. Hammurabi ordena que seus representanies em Larsa decidam a questão a-na pí-i DUB i-si-ih-tim: “conforme os termos do documento de destinação”. Neste documento selado constava, naturalmente, que campo tinha sido destinado a Manium e qual tinha sido destinado a Awil-ilim. 297.

Cf. acima

n. 29 e n. 33.

298. Cf. M. de J. Ellis, Agriculture and State, p. 40. Cf. também Th. Jacobsen, “Early Political Development in Mesopotamia”, ZA 52 (1957) 123s.

299. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1234b: “das Setzen; Sediment; Gestalt; Art”. Cf. também R. Borger, Bi Or. 14 (1957) 191s. 300. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1235a, B. 301. Cf. ]. Laessge, “Reflexions on Modern and Ancient Oriental Water Works”, JCS 7 (1953) 24: “The function of the machine, Siknu, seems to be raising of the water level, a sort of amplifier in the canalisation system whereby a current was produc ed”, O próprio F, Thureau-Dangin já aventava

esta explicação quando em 1924 publicava, pela primeira vez, do arquivo de Samas-

as cartas “-«-installez-leur une machine

hazir. Cf RA 21 (1924) qui élêve leau et produise un

164

32 nota courant”.

3:

N. 100 A Samas-házir e a Marduk-násir diz: assim (falou) Hammurabi: O lutador Ibbi-Adad informou-me o seguinte: “O surdo Sep-Sin, filho de Abiyatum, reivindicou de mim o campo da casa de meu pat, que desde muito tempo possuímos. Sama&hãzir, a cidade e os anciãos se reuniram. Eles examinaram

a questão desse campo e verificaram que Abiyatum,

o pai

do surdo, não tomou posse desse campo; (antes, que) esse campo foi (sempre) propriedade nossa e eles me deram uma tábua. Além disso, na tábua que eles me deram, Abiyatum, o pai

do

surdo,

esta

registrado

surdo, filho de Abiyatum

como

testemunha.

reivindica de mim

o meu

Agora

campo

o

e retém a minha cevada”. Assim ele me informou! Se, como disse o lutador Ibbi-Adad, SamasS-házir, a cidade e os anciãos (Ja) examinaram a questão desse campo e verificaram que o campo é de Ibbi-Adad e, (além disso), na tábua Abiyatum, o pai do surdo, está registrado como testemunha, (então) devolvei o campo e a cevada a Ibbi-Adad. Mas se a questão desse campo não foi examinada, Samas-hãzir não verificou esse campo (como sendo dele) e nem (o) deu a !bbi-Adad; a “arma de Deus” deve descer sobre esse campo! Vos, a cidade e os anciãos verificai a questão desse campo diante de Deus e dai o campo a seu (proprietário ) permanente.

Hammurabi aborda nesta carta um recurso ao palácio em um caso de litígio de posse de terra. O texto cuneiforme da missiva de Hammurabi foi conservado em um tablete de argila, de 9cm x 9,7 cm, registrado no museu do Louvre sob o número AO 8582.

O recurso ao palácio foi feito por um homem chamado Ibbi-Adad, que é, aqui, apresentado como LÚ GÉSPU. O sumerograma LU. GESPU 32 tem como correspondente acádico a expressão sa umasi *º3 e indica — levando-se em conta o significado do termo

sumério GESPU A

e do acádico umaSu 34 — um lutador que usa como

302. Cf. A. Deimel,

Sumerisches

Lexikon,

III, p. 654,

n. 354.64.

303. Sobre a equação LÚ GÉSPU = sã ú-ma-Si, cf. MSL 12, p. 9,192. 304. A. Deimel em Sumerisches Lexikon, III, p. 653, n. 394,63 registra o termo gi-eS-pu com o significado de “Gewalt, Fessel, Zwinge”. A.

Falkenstein,

em

Die

Neusumerischen

Gerichtsurkunden,

vol.

HI,

traduz

GESPU por Klammer e ibid. vol. II, p. 332, no texto 202,18, traduz a frase: Ka-li-am igi-Sé geSpú-ba mu-ra bi-duspor “Kali hat mich zuerst mit dieser

165

arma uma espécie de gancho. O reivindicante é descrito na linha 7 do tablete: »Se-ep — “EN.ZU GESTU.LA 35 DUMU a-bi-ia-tum: “Sep-Sin, o surdo, filho de Abiyatum”. De acordo com a queixa de

Ibbi-Adad,

Sêp-Sin

não



reivindicou

o direito

de

posse

do

campo, mas, efetivamente, já retém toda cevada produzida no campo em questão. O queixoso, porém, afirma solenemente que se trata do A.SA E a-bi-ia Sa iS-tu u,-mi ma-du-tim Ssa-ab-ta-nu: “campo da casa de meu pai, que desde muito tempo possuímos”. *% Aliás, conforme testemunho do próprio Ibbi-Adad, a questão já tinha sido examinada e decidida anteriormente por um grêmio formado pelo representante de Hammurabi, Samas-hãzir, e pelos representantes da administração local. 307 Eles constataram, nessa

ocasião,

existe

mais

que

Abiyatum,

pai

do surdo,

nunca

tomara

testemunha,



posse

desse campo. Foi, então, lavrado um documento, em que o próprio Abiyatum consta como testemunha. Diante deste relato, Hammurabi ordena que SamasS-hãzir reabra a questão. Se existe a documentação alegada por Ibbi-Adad, a solução é simples: A.SA-am 4 Se-am a-na i-bi — “ISKUR-ma te-er-ra: 38 “Devolvei o campo e a cevada a Ibbi-Adad”. Mas se os fatos alegados por Ibbi-Adad não podem ser comprovados, quer porque o documento não e Abiyatum,

que

servira

de

morreu,

quer por outro motivo qualquer, então a questão deve ser resolvida de outra maneira: GIS.TUKUL £a DINGIR a-na A.SA-im li-ri-id-ma: 30º “a arma de Deus 310 deve descer sobre esse campo”. Trata-se, provavelmente, de uma decisão baseada em um tipo de juramento feito diante da divindade ou, mesmo, em um tipo Klammer geschlagen...” Falkenstein cita, também, na p. 333, no come ntário à linha 18, o texto KAR 119,6-7, onde aparece o termo GESPU e que ele traduz: “...die jungen Mãnner, die Athleten, kâmpfen vor dir mit Klammern und Ringen (geSpú lirum-ma, akkadisch ina umããi u abãri). Cf. também W. von Soden, AHw, p. 1412, onde o termo acádico umãsum é traduzido por “ein Kammerhaken fiir Ringer”. 305. Sobre o sumerograma GÉSTU.LA, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 513, n. 296,142. O termo correspondente acádico é, provavelmente, sukkukum. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1055; CAD ”S”, p. 362. 306. Cf. linha 6 do tablete AO 8582, em TCL, 7,40,6. 307. E este, sem dúvida, o significado das frases 9 e 10 do tablete: miUTU-ha-zi-ir alum à Si-bu-tum iz-zi-zu wa-ar-ka-at A.SA-im ip-ru-sú-ma... “Samas-hãzir, a cidade e os anciãos se reuniram. Eles gu-a-ti examinaram a questão desse campo...”,

308. Cf. a linha 27 do tablete AO 8582, em ECL, 7,40 27 309. Cf. a

linha 31 do tablete AO 8582, em TCL. 74031

310. R. “The 217-224, Landsberger, p.Harris,

Journey

of the Divine Weapon ” pon,

166

em

jes Studies

B B.

de ordálio.

E a carta termina

com

a determinação

final:

at-tu-nu

a-lum ú $i-bu-tum a-wa-a-tim Sa A.SA-im Su-a-ti ma-har DINGIR

bi-ir-ra-ma A.SA-am a-na du-ri-Su id-na. 311 “Vós, a cidade e os anciãos, verificai a questão desse campo diante de Deus c dai permanente!” As medidas aqui (proprietário) o campo a seu

tomadas

são, sem

tratam de casos

dúvida,

semelhantes.

diferentes

das

SamaS-nãzir

de outras não

cartas,

que

é instruído a re-

solver o litígio com medidas administrativas usuais. Naturalmente surge, imediatamente, a pergunta sobre o porquê dessa diferença

de procedimento. I. M. Diakonoff, baseado em sua teoria dos dois tipos de posse de terra na Babilônia: “royal land including temple land” e “land belonging to family groups” 32, julga que a dife-

rença de solução apresentada nesta carta é devida ao fato de tratar-se de um campo de propriedade privada da família de IbbiAdad. *l A existência de propriedade privada na Babilônia é um

fato atestado, sem dúvida, nas próprias leis de Hammurabi. 314 Mas aqui a intervenção de Samas-hãzir, que era o administrador

das terras de propriedade do palácio, no processo parece mostrar que se trata de um campo de propriedade do palácio 315 atribuído a Ibbi-Adad a título de serviço prestado. A participação da administração local em um processo que envolve propriedades do palácio é testemunhada, também, no texto CT 6,27b.316 O apelo ao 311.

Cf.

as linhas

32-35

do tablete

AO

8583,

em

TCL,

7,40,32-35.

912. Cf. I. M. Diakonoff, “On the Structure of Old Babylonian Society” em H. Klengel, Beitrãge zur sozialen Struktur des Alten Vorderasien, Berlim, 1971, p. 19. 913. Cf. ibid. p. 23: “The reason why Hammurapi does not this time instruct SamaS-hazir to take the usual administrative measures but tells him to sit in judgement together with the city self-government organs, is, obviously, the fact that it is precisely these organs who are supposed to have judged in this case on a former occasion. Consequently it lies within their jurisdiction and not within that of the administrator of the royal land

fund; thus, although Ibbiaddu was a royal servant (which accounts for the participation of Samas-hãzir in the case), the field in question was not his service allotment but his own property. ..”. 314, Cf. o 8 39 do “Código” de Hammurabi, na edição de E. Bouzon Pp. 37: “Um campo, pomar ou casa que ele compra ou adquire poderá legar à sua esposa ou filha ou dar para pagar uma sua obrigação”. 315. Não basta, a meu ver, tentar explicar esta intervenção de Sama&-

hãzir apenas pelo fato de Ibbi-Adad ser um funcionário real como faz |. M. Diakonoff em “On the Structure of Old Babylonian Society”, D:22. 316. Cf. sobre a interpretação deste texto M. de J. Ellis, Agriculture

and the State in Ancient Mesopotamia,

167

p. 21.

julgamento da questão diante da divindade é devido, à falta de documentação e de provas para determinar,

certamente, da maneira

usual, a quem pertencia o direito de posse do campo em questão. N. 101

A Samas-házir, a Iddin-Sakkan e a Ili-ublam diz: assim (falou) Hammurabi: Taribum, o escrivão de Rim-Adad, e Kes-iddinam, o escrivão de Iddin-Enlil estão diante de vós. Conforme os termos da tábua do campo que foi destinado em Stppar para os redá, confirmai os campos para os redh que estão sob a sua direção. Que (cada) redâm veja a sua estaca! Além disso, dei, agora, um encargo a Erib-Sin, chefe dos “ba'iru”, e o enviei. Conforme os termos da tábua do

campo que foi destinado aos “bW'iru”, despachai os “bariru” sob a direção de Erib-Sin. Mostrai ao redúm a sua estaca! O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a Samas-hãzir, Iddin-Sakkan e Ili-ublam foi conservado em um tablete de argila, de

85cm

x

5,5cm,

inventariado

no

museu

do

Louvre

sob

o

número AO 8343. Hammurabi cobra de Samas-hãzir, encarrega do da administração das terras do palácio, e de seus auxili are-a s execução do que fora anteriormente determinado, provavelmente pelo próprio rei, na cidade de Sippar. Tratava-se da entrega dos campos destinados, a título de serviço, a duas classes da hierarqui a militar: aos redã e aos ba'iru. A classe dos redi é aqui expressa, como em outros textos, pelo sumerograma UKU.US. 3 Já os bá'iru são descritos nesta carta por dois sumerogramas. Uma vez pelo usual SU.HA 318 e duas vezes pelo sumerograma SU.HAç 3!º, provavelmente uma variação ortográfica do sumerograma usual. O rei instrui seus representantes a fazer a entrega dos campos destinados aos dois grupos de redà sob a chefia de Rim-Adad e de Iddin-Adad

aos dois escrivãos militares Taribum e Ke&-Iddinam

317. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II p. 634, n. 347,28; também A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. p. 172.

318. Assim na linha 16. Quanto ao sumerograma Deimel, Sumerisches Lexikon, III, Pp. 671, Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III n. 354407; A, p. 164. 319. O sumerograma SU.HA, a

Cf. ]. Botéro — A. Finet, Repertoire Analytique, ARM XV

Cf. III,

SU.HA, cf. A. Falkenstein Die .

p. 84 n

presentes pomu-ur:

idiomática

em Larsa. À expressão acádica UKU-US sí-ik-ka-as-si “Que (cada) redâm veja a sua estaca” é uma fórmula

Hammurabi

para

indicar

anuncia,

dos bá'iru, com

a tomada

também,

de

posse

de

um

terreno. 3%

o envio a Larsa de Erib-Sin,

a incumbência

de tomar

posse, com

o chefe

seu grupo

de

ba'iru, dos campos que lhes foram destinados. Hammurabi acentua em sua missiva que essa distribuição seja feita a-na pí-i DUB A.SÃ-im “conforme os termos da tábua do campo”.321 Trata-se,

sem dúvida, do documento anteriormente lavrado, registrados os diversos campos a serem entregues rios do palácio em questão.

onde estavam aos funcioná-

N. 102

[A Samas-hazir e a Iddin-Sakkan diz]: assim (falou) Hafmmurabif: O... Mãár-Urim informou-me o seguinte: Samashazir e Ifddin-Sakkan] demarcaram um campo em DúrEtellim para mim e eu cavei um canal (2)... O campo que eles me deram... (segue uma grande lacuna no texto)... seu campo “biltum”... Como substituto de seu campo que [lhe tomastes] deveis dar um campo irrigável a Mar-Urim!

Fazei-o redigir um documento com o selo de Mãr-Urim, (nos termos ): “Eu recebi um campo irrigável” e enviai-mo .Se não podeis dar-lhe um campo irrigável, devolvei, (então), a MárUrim seu campo antigo que lhe tínheis demarcado em DirEtellim! O tablete de argila de 6,5 cm

do Louvre sob a sigla AO

traduzida, foi conservado,

so. O

começo

e o fim

x 5,5 cm,

inventariado

no museu

8591, em que o texto da carta, acima

encontra-se em estado bastante lacuno-

do tablete estão quebrados,

de maneira

que é praticamente impossível ter uma visão completa da mensagem transmitida na carta. O remetente da carta é, provavelmente, Hammurabi, embora na linha 3 tenha se conservado apenas

O primeiro sinal

“na”

não foi conservado.

nome

de

Mas

Samas-hãzir

Sakkan 322, pode-se

do nome e,

a partir da linha 7 onde

deduzir

320. Cf. o que foi dito 321. Cf. as linhas 7 e 322. De fato no local forme “i”; a reconstrução Thureau-Dangin, em RA 21

do rei. O nome

provavelmente

que

estes

também,

dois

do destinatário são o

citados

de

funcionários

o

Iddin-

foram,

acima no comentário à carta n. 91. 15 do tablete AO 8543, em TCL, 7,417 e 15. do segundo nome lê-se apenas o sinal cuneiil-din àSAKKAN] é uma conjectura de F. (1924) 35, n. 427,

169

certamente, os destinatários da carta. À carta começa com o relato da queixa, apresentada ao rei, por um homem chamado Mar-Urim.

Uma lacuna na quarta linha, logo após o nome, impede conhecer a profissão desse homem. Os dois funcionários de Hammurabi, SamaS-hãzir e Iddin-Sakkan, tinham demarcado um campo em Diir-Etellim *2 para Mãr-Urim. Ele já começara os prep arativos para o cultivo do campo cavando um atappum. Esse termo acádico significa um pequeno canal, ou mesmo um fosso, por onde cir-

culava a água para a irrigação do campo. 324 A natureza do camp o é

descrita

na

linha

2

Maãr-Urim,

o rei

instrui

do

reverso

do

tablete

pelo

sumerograma

funcionários

como

resolver

A.SA GU.UN-Su: “seu campo biltum”. Tratava-se, portanto, de um campo do tipo “biltum”. 35 Como esse campo fora retomado de

seus

este

caso. Eles devem dar, em substituição ao campo tomado, um A.SA ma-ak-ra-am: “campo irrigável” a Mãr-Urim. No momento da entrega do campo deve ser redigido um documento, legitimado pelo selo de Mãr-Urim, nos seguintes termos: A.SA-am ma-akra-am ma-ah-ra-ku: “Eu recebi um campo irrigável”. A carta termina com a orientação final de Hammurabi, que se não for possível dar a Mãr-Urim um campo irrigável, o seu antigo campo em Dar-Etellim lhe deve ser restituído.

N. 103 [A Samas-haázir (?) diz: assim (falou) Hammurabi]: Os “baru” de..., que estão a serviço na porta do paláci o, informaram-me o seguinte: “Os “redi” reivindicaram de nós nossos campos, antiga propriedade nossa, dos quais nos sos pais (jd) usufruíram”. Assim eles me informara m! Por que reivindicaram deles os campos,

antiga propriedade deles, dos

quais os seus pais (jd) usufruiram? Examinai a questão! Eles não devem reivindicar deles o campo, proprieda de antiga deles! Que eles retenham a posse de sua prop riedade antiga como (a) retiveram (até agora)!

323. Sobre a localização de DirEtellim, cf. RLA IH, p. 244. 324. Cf. sobre o termo acádico at appum W. von Soden, AHw, p. 86. Cf. também A. Salonen, Agricultura Mesopotâ 325. Sobre a natureza do campo “b mica, p. 216s. iltum”, cf. o que foi dito acima no comentário à carta 95, Cf. também M. de J. Ellis, Agricult ure and the State in Ancient Mesopotamia, p. 26. 326. A carta encontra-se entre outras do arquivo de Samas-hã zir.

170

O

cuneiforme

texto

conservado

foi

traduzida

acima

carta

da

em um tablete de argila, de 6,2 cm x 5,5 cm, registrado no museu do Louvre sob o número AO 8597. Como a parte superior do tablete está danificada, não se consegue ler nem o nome do remetente nem o dos destinatários da carta. Pelo estilo típico da carta

e, principalmente, pelo assunto tratado e pela maneira de abordá-lo pode-se

supor

é, sem

dúvida,

que

seu

seja

autor

Os

destinatários

missiva,

o remetente

Hammurabi.

da forma Um deles

são, pelo menos, dois, como se deve deduzir do uso de tratamento no imperativo plural no corpo da carta.

trata

de

uma

Samas-hãzir.*

queixa

apresentada

Em

sua

por

um

grupo

de

pessoas

descrito pelo sumerograma MÁS.SU.GÍD.GID.MES.*Z7 O termo sumério MÁS.SU.GÍD.GÍD tem seu correspondente acádico no título bãrú 328, que indica uma classe sacerdotal encarregada da adivinhação pela observação das entranhas dos animais oferecidos

em sacrifício. 2? O sumerograma MÁS.SU.GÍD.GiD é seguido de uma lacuna no tablete 330, onde, originariamente, constava, sem dúvida, um

nome

geográfico. É observado,

ainda, que esses barú

prestavam o seu serviço i-na KÁ É.GAL: “na porta do palácio”. 331 A reclamação dos bãrã é resumida na seguinte frase: A.SA.HI. A.-ni si-bi-it-ni la-bi-ra-am Sa ab-bu-ni i-ku-lu UKU.US. MES

ib-ta-ag-ru-ni-a-ti: “Os rêdú 332 reivindicaram de nós os nossos campos, antiga proprieddae nossa, dos quais nossos pais (já) usufruíram”?. A forma verbal ikulu 33, traduzida aqui por “usufruiram”, significa, literalmente, “comeram”. Trata-se, pois, de campos destinados a essa classe de bãrà, a título “sibtu” pelos

serviços

prestados

ao

e que

palácio

serviam,

também,

para

O

327. Sobre o sumerograma MAS.SU.GÍD.GiD, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I p. 174, n. 76,23. Cf. também A. Falkenstein, Die Neusumerischen

Gerichtsurkunden,

III, p. 140.

328. Sobre a correspondência MAS.SU.GID.GIiD = bãrá. cf. MSL >, p. 66,199. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 109b; CAD “B”, p. 121s. 329. Sobre o sacerdote “barti”, cf. E. Dhorme, Les Religions de Babylonie et d'Assyrie, p. 210s; A. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 206s; J. Renger “Untesuchungen zum Priestertum in der altbabylonischen Zeit”, em ZA 58 (1967) 110s e 59 (1969) 9s. 330. Cf. TCL 7,43,2. 331. Cf. TCL 7,43,3. 332. Sobre a correspondência UKU.US = redú, cf. MSL 12, p. 101, 169. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 968a. .

- 333. Cf. AHw,

G. de akãlum.

p. 26; CAD

“A”

I, p. 245s. Trata-se de um pretérito

171

sustento desses sacerdotes. barú tinham desses campos,

Agora, o direito de posse, que os estava sendo questionado pela classe

militar dos redã. A intervenção de Hammurabi é, como sempre, decisiva. A questão deve ser examinada e o usufruto dos campos deve retornar a seus antigos donos. Os redá não têm direito à reivindicar a posse desses campos, pois eles sempre estiveram nas mãos dos bãrã. Os pais e antecessores dos atuais autores

do recurso ao palácio já viveram da produção desses campos. N. 104

A SamasS-hazir diz: assim (falou) Hammurabi: O pastor Iliippalsam informou-me o seguinte: “O campo de 3 BUR, que me tinha sido destinado por meio de um documento selado de meu senhor, Etel-pi-Marduk tomou de mim, há quatro anos, e (desde então) tira dele, regularmente, a cevada. E (mais): informei (o ocorrido ) a Sin-iddinam, mas (o campo) não me foi devolvido”. Assim ele me informou. Acabo de escrever a Sin-iddinam. Se (é assim) como Iliippalsam disse, (que) Etel-pi-Marduk, há quatro anos, tomou o campo de 5 BUR, que no palácio lhe tinha sido destinado, e (que desde então) vive dele, então não há caso pior do que este. Examina, acuradamente, essa causa e restitui a Hi-ippalsam o campo de acordo com o documento selado que lhe foi confirmado no palácio. Além disso, averigua, por meio da “arma de Deus”, a cevada, que, há quatro anos,

Etel-pi-Marduk tira regularmente desse campo e (a) dá ao pastor Ili-ippalsam! processo.

O texto cuneiforme

Envia-me,

também,

um

relatório

desse

desta carta de Hammurabi

a Samas-hãzir foi conservado em um tablete de argila que se encontra, hoje, no Ashm

olean Museum de Oxford. O conteúdo da carta é muito interessante, porque é mais um testemunho da pr eocupação constante de Hammurabi pela conservação da or dem e da justiça em seu

vasto império. O assunto tratadoé um a queixa apresentada ao palácio por um homem de nome i-ippalsam. Sua profissão é descrita pelo su

merograma

p.

pe

SIPA, 334 O termo sumério SIPA

334. Cf. A, Deimel, Sumerisches :

157.

A. Falkenstein,

Die

Lexikon,

Neusumerischen 172

II,

- 507,

eee

indi-

n. 295m,2.

das

3

vol.

Ê

Cf.

III,

em

provavelmente,

cava,

origem

sua

um

ovelhas 335,

de

pastor

mas, aos poucos, o termo parece ter adquirido um sentido mais amplo designando toda espécie de pastor, como o seu corres-

pondente acádico

missiva

rê'tim. 3%é Como

reassumindo

a

queixa

de

de costume,

Ili-ippalsam.

o rei começa Ele

recebera

sua

do

rei, certamente pelos serviços prestados ao palácio como pastor, im campo de 3 BUR — cerca de 19,44 hectares — confirmado 337? tomou-lhe o por um documento selado. Mas Etel-pi-Marduk

campo, quatro anos atrás, e desde então usufrui da cevada nele

produzida. O reclamante já recorrera anteriormente ao funcionário Sin-iddinam, mas a injustiça não fora sanada. Nas linhas 20 e 21

do tablete pode-se ler a avaliação rigorosa que Hammurabi faz da situação presente: Se o relato feito por Ili-ippalsam for correto, então, diz Hammurabi, e-li-Sa a-wa-tum ma-ru-uS-tum ú-ul i-ba-

as-Si: “não há caso pior do que este”. Diante injustiça descrito, o rei toma as suas providências.

funcionário SamaS-hãzir como

deve ser examinada

do quadro de Ele instrui seu

agir. Em primeiro lugar a questão

“damqiS” 258, isto é, “bem”,

“acuradamente”.

Constatada a injustiça, a primeira medida é restituir o campo a Ili-ippalsam, como consta no documento selado. Além disso, é necessário indenizar Ili-ippalsam pela perda de cevada nos quatro anos em que ficou sem o campo. A avaliação da cevada produzida no campo durante esses quatro anos deve ser feita i-na GIS. TUKUL Sa DINGIR: “por meio da “Arma de Deus”. 33º Trata-se, provavelmente, de uma declaração feita, com juramento diante do emblema da divindade, sobre a quantidade de cevada produzida no

campo.

O

rei

quer,

além

disso,

ter

certeza

que

suas

ordens

serão cumpridas, por isso termina a carta com a recomendação final: ii tes-em di-nim Su-a-ti Su-up-ra-nim: 34º “envia-me, além disso, um relatório desse processo”, 335. Cf. A. Deimel, ibid.: “SIPA war urspriinglich wohl “Schafhirt” und UTUL “Rinderhirt”; doch ist in den altsum. Wirtschaftstexten SIPA der Hirt fiir alle Arten von Haustieren...”. 396. Cf. W. von Soden, AHw, p. 977a. 397. Não se sabe exatamente quem seria esse tal Etel-pi-Marduk que age nesta carta. Parece tratar-se de uma pessoa bastante influente. Na

carta

n.

29

aparece

um

Etel-pi-Marduk

como

chefe

de

um

iSSakkum.

Na carta 38 e 39 encontra-se novamente um Etel-pi-Marduk que causa prejuízos a uma família de iSSakku. Não se pode constatar com certeza se O nome Etel-pi-Marduk nas cartas 29, 38, 39 e 104 se refere à mesma pessoa. 338. Cf. W. von Soden, AHw, p. 157a; CAD “DD pos. 339. Cf. R. Harris, “The Journey of the Divine Weapon”, Studies Landsberger, p. 2171-224.

340. Cf. as linhas 33 e 34 do tablete AM 1923,6. 173

N. 105

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Se a água chega a Larsa e a Ur, (então) não precisas colocar um “Siknum” na boca dos canais, que eu te indiquei. Se não há agua para Larsa e Ur, (então) coloca os “Siknã” na boca dos canais que eu te indiquei, para que a água chegue (real. mente) a Larsa e a Ur. Esta

pequena

carta

é, em

seu

conteúdo,

muito

instrutiva.

Ela

mostra, claramente, a preocupação de Hammurabi em conservar alta a produtividade dos campos nas cidades conquistadas e anexadas ao império. Naturalmente a preocupação do rei é, em primeiro lugar, pelos campos que pertenciam ao palácio. O texto cuneiforme desta carta foi conservado em um tablete de argila, atualmente inventariado no Ashmolean Museum de Oxford sob a sigla AM 1923,344. Hammurabi encarrega seu funcionário Samas-hãzir de examinar o nível da água nos canais que a conduziam a Larsa e a Ur. Caso não houvesse água nesses canais e, portanto, a irrigação dos campos em Larsa e Ur estivesse prejudicada, SamaS-hãzir devia instalar os Sikni i-na KA iD.HI.A “na boca dos canais” que o rei lhe indicara. O problema de interpretação nesta carta está em determinar o significado do termo Siknum.31 J, Laessse vê no acádico Siknum uma espécie de máquina que servia para levantar o nível da água, 342

N. 106 A Samas-hãzir diz: assim (falou) Hammurabi: Em relação ao campo dos juizes Samas-andul e Sin-mãgir, eles devem conservar a posse do campo, como (já o) fazem, desde muito tempo. Não lhes tires nem um SAR de seu cam po!

O texto cuneiforme desta pequena carta de Hammurabi a Samasházir foi conservado em um tablete de argila, que se encontra hoje, no Ashmolean Museum de Oxford, inventari ado sob o número

341. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1235a,B, rung, Sediment im Fluss”, Cf. acima o coment traduz Siknum por “Ablageário à carta n. 99, 342. Cf. ]. Laessge, “Reflexions on Modern and Ancient Oriental Water Works”, JCS 7 (1953) 24: “The nction of the machine, Siknu, seems to be raising of the water level, a fu sort of amblifier : E ; ifier i sation system whereby a current was produced”. plifier in the canali ã

174

AM

1922,260. O rei confirma em sua missiva a posse de campos,

que, certamente, pertenciam ao palácio e tinham sido destinados, a título de serviços prestados ao rei, a dois indivíduos de nome gamas-andul e Sin mágir. A profissão desses homens é descrita pelo sumerograma DI.KUs. * O termo sumério DI.KU. e seu correspondente acádico dajjânum 34 indicam um juiz local. 345 A determinação de Hammurabi é que esses dois juízes retenham a posse dos campos, que já estão com eles desde muito tempo. Nas linhas i-na finais do tablete Samas-hazir é severamente advertido:

li-ib-bu A.SA-Su-nu 1 SAR A.SA-am la ta-na-as-Sa-ar-Su-nu-ti. 246 Não lhes tires nem um SAR (cerca de 36 m”) de seu campo. N. 107 A Samas-házir diz: assim

(falou) Hammurabi: os colonos, a

tropa do chicote (2)... de Emutbal estão livres no meio do pais. O campo “biltum” (jd) foi totalmente colhido? Quanto deu? Enviai-me um relatório completo!... o campo... o mais depressa possível... O campo “biltum”... Além disso, a terra do distrito deve ser irrigada. O tablete AM

1923,45

do Ashmolean

Museum

de Oxford,

que

conservou o texto cuneiforme da carta acima traduzida, encontra-se em péssimo estado de conservação, o que, naturalmente, dificulta

enormemente a interpretação de sua mensagem. Apenas as sete primeiras linhas apresentam poucas rasuras e são perfeitamente legíveis. O resto do texto é muito fragmentário. Hammurabi escreve a seu funcionário em Larsa, Samas-hãzir, advertindo-o

que

os

ENSÍ*%7

e

o

ÉRIN38

KUS.USAN 3

da

localidade

de

Emutbal 350 estão sem trabalho. O rei pergunta, por isso, na carta, 343. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 887, n. 457,28b. 344, Cf. W. von Soden, AHw, p. 15la. Sobre a equação DI.KU, da-a-a-nu. Cf. MSL 5, p. 51,18. Cf. também CAD “D”, p. 28s. 345.

Cf. A.

Falkenstein,

Die

Neusumerischen

Gerichtsurkunden,

= vol.

|, p. 32s. também A. Walther, Das altbabylonische Gerichtswesen, LSS 6,1V-VI, Leipzig, 1917, p. 5-25. 346. Cf. OECT 3, n. 3,9-10. 347. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 502, n. 205.145. 348. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 758, n. 303,9. Cf.

também

-

A.

Falkenstein,

349. Cf. A. Deimel,

350. Sobre

mutbal”

Die

Neusumerischen

Sumerisches

a localização

Reallexikon

de

Lexikon,

Emutbal,

der Assyriologie,

Gerichtsurkunden,

vol. V,

175

cf.

III, p.

109.

Art.

“Ja-

III, p. 764, n. 394c,3. D.

p. 2575.

O.

Edzard,

se a colheita de um determinado campo “biltum” 51, que Samakhãzir devia conhecer, já estava concluída e qual tinha sido a produção desse campo. Hammurabi exige de seu funcionário um

relatório completo. O sumerograma ENSÍ e seu correspondente acádico iSSakkum 32 indicam, no período babilônico antigo, um funcionário da administração agrícola encarregado do cultivo de campos do palácio, especialmente os campos atribuídos a título

“biltum?. 3 O significado do sumerograma ÉRIN KUS.USAN é mais obscuro. O termo ÉRIN ou ERÉN indica, em geral, uma

tropa de trabalho ** e KUS.USAN,

corresponde

ao acádico qinnã-

zum é5 e significa um chicote de couro ou uma correia de couro. 35 A “tropa do chicote” era, provavelmente, encarregada da disciplina dos animais usados no cultivo da terra. O resto do tablete está praticamente ilegível. Pode-se, apenas, ler uma ou outra palavra avulsa, que não dá um sentido completo. Na última linha do tablete pode-se, contudo, ler a frase: u er-se-et m[a-tim] [li-im]ma-ki-ir: “Além disso, a terra do distrito deve ser irrigada!” N.

l 08

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tábua, dá campos aos pescadores e caçadores de aves. Mostra-lhes as suas estacas! Eles devem trabalhar o campo e não devem importunar o palácio por causa de seu sustento.

O pequeno tablete de argila, de apenas 12 linhas, inventariado no Ashmolean Museum sob a sigla AM 1923,348, conservou uma carta de Hammurabi a Samas-hãzir que ilustra muito bem o tipo de problemas trabalhistas que o palácio podia ter com seus funcionários.

reclamação

A

feita

carta

de

Hammurabi

ao palácio

pelos

dois

baseia-se,

grupos

certamente,

de

na

funcionários

351. Sobre a natureza dos campos “Dbiltum”, cf. M. de J. Ellis , Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 26s. Cf. também o que foi dito no comentário à carta n. 29.

352. Cf. MSL 5, p. 51,10; cf. também W. von Soden, AHw, p. 398b e “IP”, p. 262.

CAD

353.

Cf. M.

de J. Ellis,

Agriculture

and

State

in

Ancient Mesopotamia, p. 40. Cf. também acima o comentário à carta n. 99. Tt EO Cf. A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. ,

P.

*

Ci W.233. vonCf. Soden, 297; 7,355.p. 133, também AHw, CAD p.“Q”,922. p. Cf256, também 176

MSL 3 k p. 147 Pisa

mencionados:

os

SU.HA.MES

pode deduzir da última frase da carta, eles reclamavam sustento

de seu

mento

pelo

trabalho

que

ao

prestavam

se

Como

e os MUSEN.DU.MES.

o paga-

palácio.

O sumério SU.HA 3%, assim como seu correspondente acádico ba'irum 358, é o termo geral para indicar o pescador. O MUSEN.

DU 3º e o seu equivalente acádico uSandím *% expressam o caçador de aves. Hammurabi determina na carta que seu funcionário

Samas-hãzir

destine campos,

cadores € para GIS.GAG-sú-nu

a título de sustento,

para

os caçadores de aves. À expressão ku-ul-li-im-Su-nu-ti: “Mostra-lhes as

os pes-

idiomática suas esta-

cas” 361 expressa, como já foi visto acima, várias vezes, a tomada de posse de um campo. Os pescadores e os caçadores de aves em questão devem trabalhar esses campos e tirar deles o seu sustento. Hammurabi termina sua missíiva de maneira categórica: [nu] É.GAL-am la ú-da-ab-ba-bu: 282 *.. .eles a-na ne-ep-re-ti-Sunão devem importunar o palácio por causa de seu sustento”. N. 109 A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires esta minha tabua, viaja dia e noite e chega, em dois dias, a mim, em Babel.

Neste

pequeno

bilhete

de

apenas

dez

linhas

conservado

no

tablete cuneiforme AM 1923,317 do Ashmolean Museum de Oxford, Hammurabi convoca, de maneira seca e autoritária, seu funcio-

nário Samas-hãzir, a se apresentar na capital dentro de dois dias. A orientação é precisa: mu-Si ú ur-ri a-la-kam ep-Sa-am-ma: “viaja dia e noite”. 36 De fato, se Samas-hãzir devia estar dentro 356. O determinativo KUS indica um objeto feito de couro. A. Deirmel registra em Sumerisches Lexikon, III, p. 764, n. 3946c,3 como tradução de USAN “Peitsche, Riemen etc.”. 357. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 671, n. 354,407. 358. Cf. W. von Soden, AHw, p. 96; cf. também MSL 5, p. 171,240; CAD “Bº “nº 31. 359. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 177, n. 77,41. 360. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1437; cf. também MSL 12, p. 104, 246. 361. Cf. as linhas 7 e 8 do tablete em OECT 3, n. 5. 362. Cf. as linhas 10-12 do tablete em OECT 3, n. 5. Cf. também CAD “N II”, p. 147 sub voce nebritu. 363. Cf. OECT 3, n. 6, linhas 6 e 7. 177

de dois dias

na capital,

ele

devia

já que Larsa 3% distava de Babel

viajar,

realmente,

mais de duzentos

dia

e noite,

quilômetros.

Não se conhece o motivo desta convocação urgente. Mas a carta ilustra, sem dúvida, de uma maneira bastante viva, como Hammurabi tratava seus funcionários, 365

N. 110

A Samas-hazir diz: assim (falou) Hammurabi: O rio avança, a agua é abundante! Abre os canais de irrigação, que estão em direção do pântano e enche de água o pântano próximo de Larsa.

O texto cuneiforme desta pequena carta, com apenas nove linhas, de Hammurabi a Samas-hãzir foi conservado no tablete de argila AM 1923,441 do Ashmolean Museum de Oxford. Embora o tablete apresente algumas rasuras nas três primeiras linhas, o texto pode ser facilmente reconstruído a partir dos sinais que restaram. Hammurabi informa seu funcionário Samas-hãzir sobre uma

enchente,

provavelmente

do

Eufrates,

que,

certamente,

acabara de passar por Babel e se encaminhava para Larsa. Nas linhas 7 e 8 do tablete o rei determina as medidas que deviam ser tomadas: nam-ka-ri 3% Sa a-na AMBAR 37 5a-ak-nu pu-utti-i-ma: “abre os canais de irrigação, que estão em direção do pântano”. A avalanche de água devia, pois, ser desviada as regiões pantanosas nas cercanias de Larsa. Hammurabi

para pre-

tendia, desta maneira, evitar que a força da água rebentasse os diques e os campos fossem inundados de maneira catastrófica. N. 111

A Samas-hazir diz: assim (falou) Hammurabi: Acabo de enviar homens de confiança encarregados de fazer tosquiar em

364. Cf. sobre

a localização

de Larsa, J. Margueron, art. “Larsa” Reallexikon der Assyriologie, vol. V, p. 500s. 365. Cf. H. Klengel, Hammurabi von Babylo n und seine Zeit, p. 130s. 366. Sobre

Soden,

AHw,

o significado do termo acádico

p. 727b:

367. Sobre

Lexikon,

appãrum

CAD

“N

o sumerograma

AMBAR,

IV, p. 954, n. 522,6. Cf. também CAD

“A

namkar

|”, p. 229.

II”, p. 179s,

178

cf

sobre

A

o.

um,

Deimel,

cf.f

W.

von

Sumerisches

correspondente

acádico

as ovelhas da provincia inferior. Quando vires esta minha tábua, vai nara Larsa. Junta-te aos homens que foram destinados para a tosquia e faz começar a tosquia!

no

Nesta carta a Samas-hazir,

tablete

Hammurabi

AM

1922,262

do

cujo texto cuneiforme

Ashmolean

se encontra

Museum

de

Oxford,

anuncia o envio a Larsa de funcionários classificados

como a-wi-le-e eb-bu-tim: 8

“homens

de confiança”. A missão

desses homens é descrita nas linhas 5 e 6 do tablete: a-na U,. 3? Sa li-tim KI.TA Su-ub-qu-mi-im:370 “para fazer UDU.HI.A

tosquiar as ovelhas da província inferior”. Tratava-se, sem dúvida,

de um rebanho de ovelhas de propriedade do palácio. 21 A carta contém, além disso, uma ordem precisa para Samas-hãzir: tuppí an-ni-a-am i-na a-ma-ri-im a-na UD.UNUG.KI *2 a-i-ik: 373 “Quando vires esta minha tábua, vai para Larsa!” Sua função junto aos homens enviados era, sem dúvida, o de supervisionar os trabalhos de tosquia dos animais. N. 112

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: O campo de

2 BUR, ao lado do canal, de 60 NINDA cada (lado?), em Diir-Kudur-mabuk, Simti-Ruduk tem sua posse desde antigamente. Por que Apil-ilisu...? [Há uma lacuna de + 2 ou

3 linhas]. Apil-ilisu não deve se aproximar desse campo!

O tablete AM 1922,263, do Ashmolean Museum de Oxford, que conservou o texto desta carta de Hammurabi a SamaS-hãzir

está

quebrado,

em

sua

parte inferior,

de maneira

que

duas

ou

— 368. Cf. W. von Soden, AHw, p. 180,7 que traduz o termo por “etwa geeignet, verlásslich”. Cf. também CAD “E”, p. 3b. 369. Sobre o sumerograma U,.UDU.HI.A, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 946 n. 494,16. Cf. também B. Landsberger, MSL 2, p. 30, Anm 1; A. Goetze, “Old Babylonian Letters in American Collections [-VI”, em JCS 17 (1963) 85. 370. Sobre o significado desta forma do infinitivo “S” do verbo baqâmum, cf. W. von Soden, AHw, p. 1044; CAD “B”, p. 97. 371. Sobre o valor da lã para a economia do palácio, cf. H. Klengel Hammurapi von Babylon und seine Zeit, p. 1245.

372. Sobre

o sumerograma

UD.UNUG.KI,

cf. A. Deimel,

ches Lexikon, Ill, p. 730, n. 381,247. Sobre sua possivel “ARARMA”, cf. MSL 11, p. 12, Section 2,6. 373. Cf. as linhas 8-10 do tablete AM 1922,262.

179

Sumeris-

leitura

como

três linhas da carta foram perdidas. Embora essa lacuna prejudique, naturalmente, a compreensão detalhada da missiva, a parte conservada do texto permite uma boa interpretação do assunto

ventilado por

Hammurabi.

campo de 2 BUR —

de um da

Trata-se

direito de

cerca de 12,96 hectares —

canal de irrigação em

Baixa

do

Mesopotâmia,

nas

de

um

situado à margem

Diir-Kudur-mabuk,

certamente,

posse

uma

localidade

vizinhanças

de

Larsa.

A descrição da linha 5 do tablete: 1 3u-&i NINDA.TA “de 60 NINDA 34 cada”, parece indicar que o campo, em questão, formava um quadrado de 60 NINDA — cerca de 360m — cada

lado, o que daria uma superfície total de 2 BUR.

Esse campo

estava em posse de um homem chamado Simti-Ruduk, como declara o próprio Hammurabi, is-tu pa-na-nu-um-ma: “desde muito tempo”. Pela intervenção do rei e de SamaS-hãzir no assunto, pode-se concluir que esse campo era de propriedade do palácio e tinha sido destinado, a título “ilkum” %» a SimtiRuduk, por serviços prestados ao estado. 376 Infelizmente, a lacuna da parte inferior do tablete impossibilita o leitor hodierno de conhecer os motivos que levaram Hammurabi a intervir no caso. Mas a decisão final de Hammurabi conservada no reverso do tablete: ma-píl-[i-lí-Su] a-na A.SA-im Su-[a-ti] la i-te,-[eh-hi]: 37 “Apil-ilisu não deve se aproximar desse campo!”, permite a conclusão que esse Apil-iliãu reivindicara o direito de posse do campo em questão.

N. 113 A Samas-hãzir diz: assim (falou ) Hammurabi: Ibni-Amurrum, chefe dos cozinheiros, falou-me o seguinte: “Vi nte cozinheiros, homens de Eduru-Sulgi, que (estão) sob a minha direção não possuem campo algum”. Assim ele me informou. -

374.

Sobre a

risch-babylonische

leitura

NINDA

Zeichenliste,

em

p. 205,

vez

de

GAR,

n. 597.

Cf.

cf.

R.

também

Borger,

Sumerisches Lexikon, IV, p. 1098, n. 59749. Cf. também CAD 245a; AHw, p. 26b. 375. Sobre

o lkum”, cf..o que foi Kienast, Art. “Ilkum”, “iem RLA V, p. 255, di

376.

possivel

Como

conhecer

a carta

o tipo de

377. As pequenas mente reconstituídas.

não

declara

serviço

dito

a profissão

prestado.

aciima ma..

Deimel,

CA

p.

C Cf. também |

de Simti-Ruduk

rasuras existentes no texto cu neiforme

180

A.

Assy-

são

B.

é im-

facil-

Se, como Ibni-Amurrum me falou, vinte cozinheiros, homens de Eduru-Sulgi, (que estão) sob a direção de Ibni-Amurrum, não possuem à disposição

campo algum, (então) dá, do campo que está do palácio, aos vinte cozinheiros, homens de

Eduru-Sulgi, sob a direção de Ibni-Amurrum, (tanto) campo como (0) dos cozinheiros seus companheiros.

Nesta carta a SamasS-hãzir, cujo texto cuneiforme foi conservado no tablete AM 1922,265 do Ashmolean Museum de Oxford, Hammurabi trata da queixa apresentada ao palácio por Ibni8º “chefe dos Amurrum 38, um UGULAº*”? MUHALDIM.MES: cozinheiros”.

O

motivo

do

recurso

ao

é descrito,

palácio

breve-

mente, por Hammurabi no início de sua missiva: Vinte cozinheiros da equipe de Ibni-Amurrum, cidadãos de uma localidade chamada Eduru-Sulgi 28, ainda não tinham recebido o campo a que tinham

direito pelo serviço que prestavam à administração central como cozinheiros. 2 Diante deste fato, Hammurabi encarrega seu representante para assuntos da terra em Larsa, SamaS-hazir, de resolver a questão. As instruções do rei a seu funcionário são precisas c detalhadas:

Se os vinte cozinheiros em questão,

realmente,

ainda

não receberam o campo que lhes é devido, Samas-hazir deve sanar essa falha e dar-lhes um campo i-na A.SÁ-im Sa re-es E-GAL-im ú-ka-al-lu: “do campo que está à disposição do palácio”. Mas esses cozinheiros não devem ser prejudicados de maneira alguma, por isso o rei adverte, no fim de sua carta, que o campo desses vinte cozinheiros deve ser ki-ma MUHALDIM.MES a-li-ik i-di-Su-nu: “como (o) dos cozinheiros seus companheiros”, 383 378. Na carta n. 1 aparece um Ibni-Amurrum, chefe dos cozinheiros de Emutbalum, que provavelmente é o mesmo personagem desta carta. 379. Sobre o sumerograma UGULA, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 495, n. 295,4. 380. Sobre o sumerograma MUHALDIM, cf. A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 142; A. Deimel, Sumerisches | Lexikon,1, p. 117, n. 61,55. 381. A

localização

exata

de

Eduru-Sulgi

certamente, de um vilareio da Baixa Mesopotâmia 382.

Os MUHALDIM,

de

que

trata

é

desconhecida,

trata-se,

trabalhavam

na cozi-

nas imediações de Larsa.

esta carta,

nha do palácio e eram por isso funcionários da administração central que recebiam como pagamento de seus serviços o usufruto de um campo, propriedade do palácio. Sobre o MUHALDIM e suas funções, cf. ]. Bottéro

“Kiiche”, em RLA VI, p. 293, 8 11. 383. A expressão acádica a-liik i-di-Su-nu “que caminha a seu lado”. Art.

181

significa

literalmente:

N. 114 A

Samas-hãzir

diz:

assim

(falou)

Hammurabi:

Do

campo

de [26] BUR (da cidade) de Tillá, ... Gestin-anna, propriedade de Idam-ari, di um campo de 8 BOR ao oficial Rabit-Sin, de 8 BUR ao oficial Nabi-Sin, de 4 BUR ao “NU.BANDA” xxx-ibbi-Su, de 2 BOUR ao “redim” Suli-ISum, de 2 BUR ao “rediim” Masum, de 2 BUR ao “redim” Ahukinum, [filhos de IdaJm-arsi. Que ninguém toque em (nem sequer), 1 SAR desse campo. A carta de Hammurabi a Samas-hãzir, cujo texto cun eiforme

foi conservado

no tablete

AM

1923,44

do Ashmolean

Museum

de

Oxford, é, na realidade, um documento de distribuição de terra, Trata-se de um campo de 26 BUR34 — cerca de 168 ,48 hecta-

res —

na região de Tillã.

O nome

da divindade

GESTIN.AN.

NA 8 na linha 5 do tablete era, provavelmente, o nom e do campo. *8é Esse campo é apresentado na carta como Si-bi-it i-damar-Si: “propriedade de Idam-arãi”. Ele deve ser dividido entre Os seis filhos de Idam-ar&i, todos eles ligados ao serviço milita r do rei. O tamanho da parte atribuída a cada filho é proporcio nal à posição que o destinatário ocupa no escalão militar. Os dois

filhos Rabât-Sin e Nabi-Sin, cuja posição no exército é descrita pelo sumerograma PA.PA 387 recebem, cada qual, uma parte de terra

com

8

BUR,

cerca

de

51,84

hectares.

O

NU.BANDA 388,

384. Embora a rasura na quarta linha do tablete tenha destruíd o os sinais cuneiformes que descreviam o tamanho do campo em ques tão, é fácil reconstruir essa medida a partir da soma da medida das part es distribuídas. 385. Sobre a deusa GESTIN.AN.NA, cf. A. Deimel, Pantheon Babylonicum, p. 87, n. 539. Cf. também D. O. Edza rd, Art. “GeStinanna”, em RLA III, p. 299s. 386. Como se tratava de uma deusa da vegetação, mui tos campos levavam o seu nome. 387. Não se sabe ao certo nem o significado e nem mesmo a leitura exata do título militar expresso pelos dois sinais cuneiformes PA.PA. Dai a tradução vaga “oficial” usada na carta. F. R. Kraus, e outros, traduzem o sumerograma por “Hauptmann”, capitão. Cf Briefe aus dem Archive des SamaS-Hãzir, p.

61. Mas W. von Soden, em AHw,

p. 337, sugere, para.O possível correspondente acádico wakil &a ha ttâtim, a tradução “Feldwebel”,

Lexikon; 1, p. 170, n. 7545. CE também A. Fr, A Gerichtsurkunden, vol. III, p. 150. Nos textos indicar

tanto

ao termo

um

acádico

funcionário

laputtíim,

civil

que

como

'W.

von

tam

Soden,

por “etwa 'Leutnant' bzw ein Arbeitsaufseher”.

182

em

, AHw

Deimel, :

5 Prada

a

cujo nome cerca

de

foi conservado

25,92

hectares



apenas em de

terra.

parte 38º recebe 4 BUR



Os três últimos que são simples soldados da classe redúm recebem, cada qual, apenas o BUR — cerca de 12,96 hectares — de terra. O documento termina com uma advertência de Hammurabi: i-na A.SA-im gu-a-ti

| SAR A.SA ma-am-ma-an

em nem

campo!”

1 SAR º% desse

toque

“Que ninguém

la i-la-ap-pa-at:

N. 115 A Samas-hazir diz: assim (falou) Hammurabi: O cozinheiro Awil-ilim, cidadão de Emutbal, informou-me o seguinte: O campo de 3 BUR, [antiga propriedade minha] em Enlil..., da cevada... (segue uma grande lacuna)... Um campo de 2 BUR [da?] a [Awil-ilim?]. O campo de 1 ESE, que Hesá [reivindica?], [diz] a Hesá, ele não... o seu campo! Mas, se Hesiú trabalhou esse campo de 1 ESE, Hesi deve dar a Awil-filim] o miksum de seu campo.

O tablete AM 1923,32 do Ashmolean Museum, que conservou esta carta de Hammurabi a Samas-hãzir, encontra-se em estado muito lacunar. A parte inferior do tablete foi quebrada e, com isso, perdeu-se

cerca da

por

difícil.

metade

da carta.

Mesmo

as

linhas

con-

servadas não estão completas. A interpretação do texto torna-se, curso

isso,

muito

ao palácio

cuja profissão

Awil-ilim

era,

de um

Hammurabi

é descrita

pois,

um

aborda

tal Awil-ilim,

pelo

cozinheiro,

em

sua

habitante

sumerograma certamente

missiva

O re-

de Emutbal 21,

MUHALDIM. 32.

ligado

ao

serviço

do palácio. 33 Sua queixa refere-se a um campo de 3 BUR, cerca 19,44

hectares,

que,

provavelmente

estava

em

posse

de Awil-ilim

389. Conservou-se, apenas, a segunda parte do nome: ... — 390. A medida de superfície SAR é a centésima parte do

equivale a cerca de 36 m*. Cf. A. Deimel,

n. 152,34a. Cf. também den, vol. II, p. 155.

391. Sobre

A. Falkenstein,

a localização

de

Sumerisches Lexikon,

Die Neusumerischen

Emutbal,

cf. D.

O.

ibi-&u. IKU e

I, p. 372,

Gerichtsurkun-

Edzard,

Art.

“Ja-

mutbal”, em RLA V, p. 257s. 392. Sobre o sumerograma MUHALDIM, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 117, n. 61,55; cf. também A, Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. II, p. 142. 393. Cf. J. Bottéro, Art. “Kiiche”, em RLA VI, p. 29035, 8 11.

183

desde muito

parecé

haver

tempo. ** Depois uma

da

determinação

de

lacuna,

no reverso

Hammurabi

para

do

tablete,

entregar

a

Awil-ilim um campo de 2 BUR, cerca de 12,96 hectares. O último

assunto tratado é a provável? reivindicação de um campo de | ESE — cerca de 21.600 m?, ou seja, 2,16 hectares — por parte de um homem chamado Hesú. Pelos restos dos sinais cuneiformes contidos no tablete, a solução de Hammurabi parece ter sido a favor de Awil-ilim. 3% Esta decisão é confirmada pela determina-

ção final de Hammurabi. Se Hesã já tiver cultivado o campo de de 1 ESE, ele poderá ficar com uma parte da colheita, mas terá de pagar a Awil-ilim a parte que lhe é devida como “miksum” ST, por se tratar de um campo que lhe fora destinado pelo palácio. B. Landsberger foi o primeiro a discutir o problema da significação do termo miksum por ocasião da publicação da série “ana itusu”. 2º Nesta série o termo miksum aparece na equação NÍG. KUD.DA = mi-ik-su, que Landsberger traduziu como “Anteil an der Bewirtschitung”. 3? E essa parte na produção do campo podia ser a metade ou um terço da colheita, 40 N. 116

A Samas-hãzir diz: assim (falou) Hammurabi: Agora, Awillim, “muzzaz bâbim”, para... a cevada, “miksum” do campo... [O resto do tablete foi perdido...]. O tablete AM

O texto

1923,37 do Ashmolean

cuneiforme

desta

carta

de

Museum,

Hammurabi

onde se encontra

a Samas-Nhãzir

394. Na linha 7 lê-se BUR 3 IKU A.SA la... Depois do sinal “la” há uma lacuna. Pode-se, certamente, reconstruir, com alguma probabilidade, a lacuna formando a palavra la [-bi-ir-ti]. O termo acádico labirtu significa, como

registra W. von Soden, em AHw, p. 525: “alter Besi tz”. 395. Na linha 4 do reverso pode-se ler: &a he-su-ú ba...

Depois do sinal há uma lacuna que se for reconstruída como ba-[aq-ru] pode-se traduzir a frase “que Hesú reivindicou”. 396. De fato, nas linhas 5 e 6 do reverso do tablete lê-se: a-na he-su-ú qi[-bi-ma] a-na A.SA-&u ai aDiziaa Hesú, ele não... o seu campo. Õ verbo depois da partícula negativa “la” devia, certamente proibir O aproximar-se do campo em questão,

397. Cf. W.

398.

Cf.

von Soden, AHw,

B. Landsberger,

399. Cf. ibidem. 400. Cf. MSL I, p. 191.

p. 6524;

Die Serie ana

184

CAD

ittiã

“M L HE

na ittisu. MSL

p=463s:

1, p. 59-60.

está em estado bastante fragmentário. Conservou-se, apenas, a parte superior do tablete com as cinco primeiras linhas da carta.

O resto do tablete não foi encontrado. No reverso da parte conservada não se encontra nada escrito. À carta refere-se a um tal Awil-ilim, que, embora homônimo com o personagem da carta anterior, deve ser uma outra pessoa. A profissão do Awil-ilim desta carta é descrita como mu-za-az KA. O termo acádico

muzzazum é uma forma e significa “aquele que que tem seu corresponte o portão. À expressão um determinado tipo de

“mupras” º! da raiz verbal izuzzum “2 está de pé”.% O sumerograma KÁ “4, no acádico babum “5, significa a porta, “muzzaz babim” indicava, sem dúvida, *% A quinta linha funcionário do palácio.

cevada,

do tablete fala da

que

determi-

de um

o “miksum”

era

não permite carta. O terEle significa dono de um

nado campo. Infelizmente a grande lacuna que segue nem uma reconstrução nem uma interpretação desta mo acádico “miksum” foi tratado na carta anterior. a parte da produção que cabia ao estado ou ao campo em casos de arrendamento. “0 N. 117

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Quando vires

esta minha tábua,

dá um

campo

I0 BUR a..., um de I0 BUR perdido. ..].

de I0 BUR

a...

a...,

um

de

[O resto do tablete foi

O tablete AM 1923,38 do Ashmolean Museum de Oxford encontra-se em estado bastante lacunoso. A parte inferior do tablete,

que continha

várias

linhas da carta,

foi perdido.

Na

parte

con-

401. Cf. W. von Soden, GAG, p. 65, 8 56d. 402. Sobre o significado da raiz verbal izuzzum, cf. W. von Soden, AHw, p. 408b. 403. Cf. W. von Soden, AHw, p. 692b, que traduz o termo muzzazum por “Stehend”. Cf. CAD “M” II, p. 233. 404. Sobre o sumerograma KA, cf. A. Deimel, 1,0 3305 n21932:

405. Sobre a equação

KA

=

ba-a-bu,

cf. MSL,

Sumerisches

Lexikon,

vol. 3, p. 144231.

406. F. R Kraus, em Briefe aus dem Archive des Samas-hãzir, p. 61, traduz o titulo acádico por “Tiirsteher”. 407. Cí. M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Meso-

potamia,

p. 60s. Cf. também idem,

The History of the (1974) 211-250.

Term

miksu”,

“Taxation

em

189

Journal

in Ancient Mesopotamia: of Cuneiform

Studies

26

servada do texto lê-se a orientação de Hammurabi a Samas-hazir para a distribuição de três campos, de 10 BUR — cerca de 64,8 hectares — cada um, a três pessoas, provavelmente funcionários da administração central, cujos nomes se perderam. N. 118

A Samas-hãzir e a Marduk-nasir diz: assim (falou ) Hammurabt: Iima-abi da casa de trabalho informou-me o seguinte: “A cevada do campo, que eu estou de posse há três anos, Samas-házir não me deu”. Assim ele me informou. Por que retivestes a cevada do campo, que ele está de posse há três anos? Lede o documento de destinação, que está diante de vos, e, de acordo com o texto do documento de destinação, devolvei o campo e a cevada a Ilima-abi!

O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a Samas-hãzir e a Marduk-násir foi conservado em um tablete de argila inve ntariado no Ashmolean Museum de Oxford sob o número AM 1922,264.

A missiva

de Hammurabi

trata de um

recurso

feito ao

palácio por um tal Ilima-abi, apresentado como alguém Sa É Si-iprf-im = “da casa de trabalho”. A queixa de Ilima-abi foi motivada por um ato arbitrário de Sama3-hãzir que, sem base legal, retivera toda produção de cevada de um campo que fora destinado,

nã três anos atrás, a Ilima-abi. Hammurabi quer ver essa arbitrariedade de seu funcionário corrigida. Para isso ele determina, com bastantes detalhes, o que fazer. A primeira atitude de seus funcionários deve ser DUB i-si-ih-tim &a ma-ah-ri-ku-nu am-ra-a-ma: “Lede o documento de destinação 48, que está diante de vós”. Depois do exame desse documento a-na pí-i DUB i-si-ih-tim A.SA-am à Se-am a-na i-lí-ma-a-bi te-e-er-ra: “De acordo com o texto do documento de destinação, devolvei o campo e a cevada a Ilima-abi”. :N.

119

A Samas-házir e a Marduk-nasir diz: assim (falou ) Hammurabt: Nabi-Sin, filho de Sin-wêdu, informou-me o seguinte: | 408. Sobre o significado do termo

isihtum, D 1/], p. 190-192: “Certificate of assignment”; W, von Soden AHw, p.cf. 387CA b: «Tuweisungsbescheinigung”. Cf. também M. de J. Ellis, Agriculture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 15, nota 20, os

o,

és

186

“Eu e meu irmão, o oficial “rabúm &a hattatim” estamos de posse de 206 BUR de campo, propriedade de Idam-ar&i, nosso

pai; [isto eJ: nós estamos de posse de um campo de 6 BUR,

20 BUR de campo estão em posse dos irmãos de meu pai.

Mas os irmãos de meu pai tomaram a parte do rendimento do campo que entregaramos ao arrendatário e levaram a cevada”. Assim ele me informou... [Quando lerdes esta

minha tábua] dai fum campo de 8 BUR ao oficial] PA.PA [Nabi-Sin], [de 4 BUR ao oficial NU.JBANDA

[...-ibisu],

[de 2 BUR a Sillif-ISum e de 2 BUR a Ahu-kinum, de acordo com o texto deste documento de destinação. Além disso, devolvei a cevada, que Sin-asarid, irmão de seu pai, tomou do seu arrendatário, a Nabi-Sin e a Rabáút-Sin.

O tablete de argila AM 1923,30, do Ashmolean Museum, em que foi escrita esta carta de Hammurabi a SamaS-hãzir e a Marduk-nasir, apresenta algumas lacunas no anverso e perdeu cerca de três linhas do começo do reverso, o que dificulta bastante a compreensão da matéria tratada na carta. No anverso do tablete Hammurabi trata de uma queixa apresentada ao palácio por NabiSin. *? Ele e seu irmão, um oficial rabim Sa hattati 40. estavam

de posse de um campo de 6 BUR — cerca de 38,88 hectares — situado dentro de uma propriedade maior, de 26 BUR — cerca

de 168,48

hectares, —

apresentada

na carta como

si-bi-it i-dam-

ar-Si: “propriedade de Idam-arsi. Os 20 BUR restantes — cerca de 129,6 hectares — estão em posse dos tios de Nabi-Sin. Esta distribuição dos campos não é contestada na carta. A queixa, propriamente dita, de Nabi-Sin é resumida por Hammurabi nas linhas 12-14 da carta: à A.SA-am $a a-na- er-re-Si-im ni-id-di-nu ah-hi a-bi-ia im-ku-su-ma “1 [Se]-am it-ba-lu: “Mas os irmãos de meu pai tomaram a parte do rendimento do campo que entre409. Na carta OECT

3,11, traduzida acima no n. 114, aparece

tam-

bém um Nabi-Sin e um Rabút-Sin, ambos portadores do titulo sumério PA.PA. 410. Nesta carta, Rabut-Sin recebe o título rabúm S&a hattatim, conforme a leitura de F. R. Kraus em Briefe aus dem Archive des SamasHazir, p. 63, nota b. Contra a interpretação de R. F. G. Sweet, em Archiv fúr Orientforschung 18 (1957-1958) 360, que vê o título profissional na expressão- “Sa hattatim” e interpreta ahi rabâm como “irmão mais velho”. 411. Sobre o significado do verbo makâsum, cf. W. von Soden, AHw, . 588b; CAD “M I”, p. 127s. F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des

Samas-házir, p . 63, traduz o verbo makãsum

187

por “zur Verteilung bringen”.

gáramos ao arrendatário e levaram a cevada”. À queixa de Nab iSin baseava-se, pois, no fato de os seus tios terem, por Ocas ião da divisão da produção, levado, também, a parte que o arrendatário do campo de Nabi-Sin devia pagar-lhe. O leitor depara-se

na carta com o problema da paternidade de Nabi-Sin. No início da

carta ele é apresentado como DUMU “EN.ZU-we-du: “filho de Sin-wêdu” “2 e duas linhas adiante é dito que o campo de

26 BUR é uma si-bi-it i-dam-ar-Si a-bi-ni: “propriedade de Idam-arSi, nosso pai”. Provavelmente Sin-wêdu era o pai de Nabi-

Sin e Idam-arSi era o ancestral de Nabi-Sin e de seus tios a que m o campo de 26 BUR tinha sido atribuído originariamente, 413

O recurso de Nabi-Sin ao palácio é decidido por Hammurabi

últimas linhas do reverso do tablete:

nas

Wu Se-am &a (EN.Zu-a-&a-ri-id

a-hi a-bi-Su-nu it-ti er-re-Si-Su-nu im-ku-su a-na nabi-!EN.ZU u ra-bu-ut-“EN.ZU te-er-ra: “Além disso, devolvei à cevada, que Sin-aSarid, irmão de seu pai, tomou do seu arrendatário, a NabiSin e a Rabút-Sin. Como no início do reverso do tablete as primeiras lin has se perderam, torna-se praticamente impossível reconstru ir o texto original. Pela frase a-na pí-i i-si-ib-tim an-ni-tim: “de acordo com o texto deste documento de destinação” conservad a na linha 24 do tablete, pode-se concluir tratar-se aqui de um tuppi isihtim = “tábua de destinação”. 414 Mas dos nomes das pessoas que deviam receber campos, conservou-se, apenas, o de Ahukinum, a quem foram destinados 2 BUR, cerca de 12,96 hectares. F. R. Kraus vê uma relação de semelhança de conteúdo “5 entre esta carta e a publicada em OECT 3,11.4%6 De fato, na carta ÓECT 3,11 o campo que deve ser dividido é um sibit Idam-arãi, o reclamante Nabi-Sin e seu irmão Rabit-Sin são os primeiros mencionados e o último nome Ahu-kinum é o mesmo conservado

nesta carta. Mas

o nome

do tio questionado

aSarid, não é mencionado em

OECT

412. Cf. a linha 5 do tablete AM 413.

Sobre

outras

possiveis

nesta

3,11. Além

1923,30, em

interpretações,

OECT

cf. M. culture and the State in Ancient Mesopotamia, p. 66s. 414. Sobre o significado do

AHw,

Kraus

p.

387;

415. Em

CAD

Esta

p.

190.

Briefe aus dem

classifica esta

416.

To

carta

carta como ;

foi tratada

termo acádico isiht 1514]

Archive

des

acima

no n.

“inhaltli7 ch

188

disso

um,

114.Nr

89

a lacuna

3,16.

de J.

cf.

Sama3-Hazir,

mitmi

carta, Sin-

W.

Ellis,

«

VO

Agri-

von Soden,

p. 63, nota

a,

Z usammeeng órig” g. ng ehórig

existente no início do reverso constatar se os outros nomes em OECT 3,11.

do da

texto em questão não lista eram os mesmos

permite citados

N. 120 A Samas-házir e a Marduk-násir diz: assim (falou) Hammurabi: Um campo de I0 BUR, em uma gleba ribeirinha (2),

foi dado aos filhos de Siyatum. Os filhos de Siyatum cultivaram 5 BÚR de campo e 5 BUR de campo deram a um arrendatário. A cevada dos 5 BUR de campo que o arrendatário trabalhou não deveis colocar na manipulação. Os filhos de Siyatum devem repartir essa cevada com seu arrendatário. No tablete de argila, que se encontra hoje no museu Ashmolean de Oxford sob a sigla AM 1923,287, foi conservada uma interessante carta de Hammurabi a Samas-hãzir e a Marduk-nãsir.

O tablete está em bom estado de conservação, apresentando uma pequena lacuna no fim do anverso, mas o texto dessa lacuna pode

ser facilmente reconstituído a partir do contexto. A carta trata de

um problema de administração de um campo, que, sem dúvida, pertencia ao palácio. No início da missiva, logo após as introduções costumeiras, Hammurabi descreve as características do campo em questão: Ele mede 10 BUR, cerca de 64,8 hectares, e

está situado i-na A.GAR ra-aq-qá-tim. O sumerograma A.GAR “7 tem seu correspondente no termo acádico ugârum “8 e indica uma terra arável, isto é, uma gleba. Mais. difícil é determinar o significado da palavra acádica raqgatum. F. R. Kraus em sua versão desta carta deixa o termo raqqatum sem tradução. “? É, também, possível que raqgatum fosse o nome próprio dessa gleba. Mas,

W. von Soden registra em seu Akkadisches Handwôrterbuch um raqgatum II com o significado de “Uferwiese”, “UfTerstreifen”. 420 De fato, em uma lista acádica de sinônimos do período babilônico recente, lê-se a equação raq-ga-tum = vú-Sal-la*l e o termo

D. 65:

43

417. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, IV, p. 1067, n. 579,307. 418. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1402b. 419. Cf. F. R. Kraus, Briefe aus dem Archive des Samas-Hãzir,

420. Cf. W. von Soden, 421. Cf. W. von Soden, (1936) 235,43.

AHw, p. 958a. “Die akkadische

189

Synonymenliste

D”,

em ZA

acádico usallum indica um terreno situado à margem de um rio ou canal. *2 Mas todos os testemunhos do termo raqqatum II são

de época recente; como

ano

700

nota W.

a.C. “2 E, pois, incerto

von

Soden,

se, no período

datam

depois

babilônico

do

antigo,

já se conhecia o termo raqgatum no sentido de “terreno ribeirinho”. Esse campo de 10 BUR foi dado aos filhos de um homem chamado Siyatum. Não foi registrada a profissão desse homem nem a que título ele recebia esse campo. Hammurabi orienta seus dois funcionários como proceder com a cevada produzida no campo, já que os filhos de Siyatum tinham trabalhado apenas 5 BUR, cerca de 32 hectares, de terra e os restantes 5 BUR

tinham

sido arren-

dados a um errêSum. O termo acádico errêSum é uma forma do tipo parrãs** e define um profissional que trabalha a terra, 43 Mas o errêSum, no período babilônico antigo, pode indicar, também, um arrendatário de campos, que nem sempre os trabalha pessoalmente. 6 (O errêSum pagava o seu contrato de arrendamento com uma parte da produção do campo *7 e tinha o direito de ficar com o resto da colheita. Pode-se, por isso, compreender o sentido da determinação de Hammurabi. A cevada produzida nos 5 BUR entregues ao errêsum não devia ser incluída no Sukunnúm, mas dividida entre os filhos de Siyatum e o seu errêsum na proporção acertada no contrato. O significado do termo Sukunnâm já foi estudado acima. 48 Como na carta 94 preferiu-se, aqui, a tradução mais vaga de “manipulação” para o termo Sukunnâm. Naturalmente, a cevada produzida nos 5 BUR trabalhados pelos filhos de Siyatum devia entrar na operação Sukunnúm e desta parte saíam os tributos devidos ao palácio.

422. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1440b. 428. Cf. a observação de W. von Soden, em AHw, p. 958. 424. Ci. W. von Soden, GAG, p. 62, 8 550. Cf. também AHw , p. 243b. 425. Cf. A. Salonen, Agricultura Mesopotâmica, p. 326s. 426. Cf. Ellis, M. de J., Agriculture and the Stat e in Ancient Mesopotamia, p. 73-77. Na p. 73 a autora conclui: “The term errêSu could be used to designate any tenant or cultivator. It coul d apparently also be used to designate a contractor, who arranged for the cultivation of a field. but did not himself engage in the work”. Cf. também CAD “ES DIA: 427. Cf. ibid., p. 74. Como conclui Ellis do estudo dos textos esse contrato errêSim é de meia-a-meia ou de 2/3 da produção. 428.

Cf.

o comentário

à carta n. 94,

190

N. 121 A Samas-házir e a Marduk-násir diz: assim (falou) Hammurabi: Sin-imguranni, filho de Már-I$tar, cultivou, durante dois anos, o campo que, por meio de um documento selado, tinha

sido destinado a Kurgal-amahani, e levou a sua cevada. Neste ano ele, também, cultivou esse [campo] e levou a sufa cevada]... [Quando leres esta minha tábua]... (faltam + 2 linhas)... sua parte na colheita deste ano devolvei a Kurgal-amahani. Além disso, o campo de 2/3 de BUR de... Sumu-El, casa... devolvei a Kurgal-amahani.

O

tablete

de

argila,

inventariado

no

museu

Ashmolean

de

Oxford sob o número AM 1922,360, que conservou o texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a seus funcionários em Larsa,

Samas-hãázir e Marduk-nasir, encontra-se, hoje, em estado bastante precário. Há muitas lacunas no texto escrito, principalmente no reverso do tablete, o que torna sua interpretação difícil e impossibilita uma leitura completa da carta. Na parte conservada do tablete, pode-se ver a preocupação de Hammurabi em corrigir um erro relativo à posse de um campo. Trata-se, provavelmente, de um campo de propriedade da coroa, destinado, certamente a título “ilkum” 42, por meio de um documento selado, a um homem chamado Kurgal-amahani. Por algum motivo não descrito na carta, esse campo tinha sido explorado, nos dois anos passados, por um

tal Sin-imguranni,

que Hammurabi

filho de Mãr-IStar. No ano

escrevia esta carta, ele tinha sido,

mais

mesmo uma

em

vez,

cultivado por Sin-imguranni e toda cevada produzida carregada por ele. Hammurabi orienta seus funcionários como proceder diante do fato exposto: mi-ki-is-sú Sa Sa-at-tam a-na KUR.GAL. Á.MAH.A.NI te-er-ra: “o seu “miksu” deste ano devolvei a Kurgal-amahani”. Portanto, conforme a determinação de Hammurabi o campo em questão devia ser tratado como se estivesse arrendado a Sin-imguranni. Da produção deste ano ele devia dar a Kurgal-amahani o miksu *0, isto é, a parte que cabia ao proprietário do campo nos contratos de arrendamento. No final da carta o rei determina ainda que se devolva a Kurgal-amahani um campo 429. Cf. Ellis, sopotamia, p. 10s. AHw,

M.

de

J., Agriculture

and

the

State

in Ancient

Me-

430. Cf. B. Landsberger, MSL I, p. 59-60. Cf. também 'W. von Soden, p. 652;

CAD

“M

II”, p. 63s.

191

de 2/3 de BUR, cerca de 4,32 hectares. As lacunas existentes nesta parte do texto não permitem ao leitor saber se este campo é o mesmo tratado acima. N. 122

A Samas-hãzir e a Marduk-násir diz: assim (falou) Hammurabi:

Quando

vires

esta

minha

tábua,

dai

um

2 BUR ao cozinheiro Sêp-Sin e a seu filho. AM

Nesta

carta,

cujo

texto

1923,358 do museu

cuneiforme

Ashmolean

foi conservado

de Oxford,

campo

no

de

tablete

Hammurabi

deter-

mina aos funcionários da administração central em Larsa, Samaãházir e Marduk-nãsir que destinem um campo de 2 BUR, cerca de

12,96

hectares,

a um

homem

A profissão desse homem

chamado

Seêp-Sin

e a seu

é descrita pelo sumerograma

filho.

MUHAL-

DIM. º! Sep-Sin era, pois, um funcionário real, trabalhando como cozinheir4º o na cozinha de uma das instalações palacianas de Larsa. * Esse campo era, sem dúvida, propriedade do palácio

e era entregue

a Sêp-Sin

prestava à cozinha do rei.

como

pagamento

pelos

serviços

que

N. 123

[A Samas]-hãzir e a [Marduk] -násir diz: assim (falou) Hammurabi: Dai à “naditum” de Ninurta, litani, filha de ApilWisu, um pomar de 3 IKU, (na) gleba do povoado Gubrum, dos bens da casa de seu pai. No

tablete

Ashmolean

de

de

argila

Oxford,

AM

1923,54,

encontra-se

o

conservado

texto

cuneiforme

no

de

museu

uma

carta de Hammurabi a seus representantes em Larsa, Samashãzir

e Marduk-nasir. O texto desta carta é muito interess ante, do ponto

de vista sócio-econômico,

ção

de

poder

431.

Cf. A.

nas

mãos

Deimel,

porque

do

rei

mostra

no

o grau

período

de centraliza-

babilônico

antigo.

Sumerisches

Lexikon, vol. |, p. 117, n. 61,55. E também A. Falkenstein, Die Neusum erischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 432. Cf. W. von Soden, AHw, p. 801; CAD “N IP, p. 313s. 433. CT: J. Bottéro, art. “Kiiche” . ; E

VI, p. 2935.

em

192

Reallexikon

der Assyriologie,

O assunto

distribuição

tratado

de

refere-se,

herança.

uma

rei é uma

intervenção

do

LUKUR. 4º

Esse

provavelmente,

mulher

A

pessoa

chamada

a uma

dificuldade na

protegida,

Iltani,

aqui,

filha de

um

pela

tal

Apil-ilisu. Essa mulher era ligada ao culto do deus Ninurta. 3% Sua posição no culto desse deus é descrita pelo sumerograma termo

indica

sumério

um

tipo

de

sacerdotisa,

4% Os problemas cujo correspondente acádico é o título naditum.

de herança

dessa e de outras mulheres

ligadas ao culto são trata-

dos nos 88 178-182 do “Código” de Hammurabi. Nesta carta o rei decide um caso concreto. Ele determina a seus representantes que entreguem à sacerdotisa Iltani um pomar *? de 3 IKU, cerca de 10.800 m?, tirado das propriedades de Apil-ilisu, pai da sacerdotisa. A localização do pomar é descrita na linha 6 do tablete pela formulação A.GAR URU gu-ub-rum*: “(na) gleba do povoado Gubrum”. A interferência de Hammurabi, neste problema de herança, mostra, sem dúvida, que os campos, aqui em questão, eram propriedades do palácio, e que Apil-ilisu os recebera como

funcionário do palácio, em pagamento

de seus serviços.

N. 124

A Samas-házir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: (Em relação ao) campo de RisIrra, do povoado de Binnum, averiguai se ele está no territorio de Dugagum de) Beliwagar.

(e se) esse campo está registrado no (nome Dai esse campo... a Sin-useli, irmão de

Ris-Irra. Informai-me, além disso, sobre essa questão.

434. Sobre o deus babilônico Ninurta, cf. Edzard, D. O., em Woórterbuch der Mythologie, Teil I, Mesopotamien, Die Mythologie der Sumerer und Akkader, p. l14s. Cf. também A. Deimel, Pantheon Babylonicum, p. pd E. Dhorme, Les Religions de Babylonie et d'Assyrie, p. 102-109; -131.

435. Cf. A. Demiel, Sumerisches Lexikon, vol. IV, p. 1015, n. 554,83. 436. Sobre a equação LUKUR = na-di-tum, cf. MSL 3, p. 125,332. Cf. também W. von Soden, AHw, p. 704a. Sobre as atribuições, as caracteristicas e as funções

da sacerdotisa

“naditum”

no período

babilônico

antigo,

cf. ] Renger, Untersuchungen zum Priestertum in der albabylonischen Zeit, ZA 58 (1907) 149-176. Veja também, CAD “N TI”, p. 63s. 437. Sobre o significado do sumerograma GIS.KIRI, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, vol. III, p. 372, n. 152,33. Cf. também A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 129. Quanto ao correspondente acádico “kirúm”, cf. MSL 6 p. 136,308; W. von Soden, AHw,

p. 485a;

CAD

“K”, p. 411.

2

193

Esta carta de Hammurabi a seus funcionários na administração de terras do estado na província de Larsa, SamaS-hãzir, Sin. musSalim e companheiros, aborda um tema constante na corres-

pondência campos

que

de Hammurabi: pertenciam

ao

a administração palácio

e que,

e produtividade

por

diferentes

dos

títulos,

eram entregues aos funcionários do rei. O texto cuneiforme

da

carta toi escrito em um tablete de argila, hoje inventariado no museu Ashmolean de Oxford sob o número AM 1923,33. Ele está em bom estado de conservação e as pequenas lacunas no início das duas últimas linhas do anverso e começo do reverso são facilmente reconstituíveis a partir do próprio contexto. Trata-se

nesta carta, especificamente, de um determinado campo, localizado no povoado Binnum “8, certamente nos arredores de Larsa, e que tinha sido atribuído, por algum título não mencionado no texto, a um homem chamado Ris-lrra. Hammurabi dá, inicialmente, instruções a seus funcionários para que verifiquem se o dito campo está situado no territórioº de Dugaqum“9 e se foi registrado

no nome de Beli-wagar. Nada é dito sobre esse Beli-wagar, a quem o campo tinha sido, originariamente, atribuído. Talvez fosse um ancestral de Ris-lrra. A nova destinação do campo é feita nas linhas 13-16 do reverso: [A.SA]-am Su-a-ti [xxx] a-na “EN.ZUú-se-li SES ri-iS-ir-ra [id]-na: “Dai esse campo... a Sin-useli, irmão de RiS-Irra”. No início da linha l4, antes Sin-useli, há uma pequena lacuna, cuja reconstrução

do nome de não é possi-

vel, apenas, a partir do contexto. Não é dito na carta, por que o rei procede a essa nova destinação do campo. 4! Hammurabi termina sua carta com a determinação expressa de que seja informado

da solução

do caso.

N. 125

À SamasS-házir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz:

assim (falou) Hammurabi: Enviei, agora mesmo, para aí a vol.

E

438. Sobre II, p. 30.

440. Nome]

maiores

a

localida

de Binnum,

cf.

Reallexikon

der

Assyriologie,

| da palavra pilkum que W. von Soden, , Tegistra com o si nificado de “A et” próprio

determinações.

5

de alguma

441, Um possível motivo recebia o campo como herança.

área

seria

194

a

e

nessa

morte

“Abgrenzung, Gebiet

região.

de

Não

RiS-lrra

se conhecem

e

seu

irmão

Utul-Mami, o escrivão de Sin-iddinam. Logo que ele vos levar

o documento de destinação, conforme os termos da tábua que ele vos levou, dividi campos para a tropa de Rim-Adad e para a tropa de Iddin-Sin, subalternos de Sin-iddinam. Fincai para eles a estaca! Hammurabi anuncia nesta carta, cujo texto cuneiforme encontra-se no tablete AM 1923,316 do museu Ashmolean de Oxford, o envio a Larsa de um funcionário real chamado Utul-Mami.

Ela é endereçada aos mesmos funcionários da carta anterior, Samas-hãzir, Sin-musalim e seus companheiros nos trabalhos da administração central. A profissão do enviado é descrita, aqui,

pela expressão DUMU É.DUB.BA.A “2 de Sin-iddinam. O sumerograma DUMU E.DUB.BA.A corresponde, sem dúvida, à formu-

lação acádica mãr bit tuppi* e indica um escrivão da administração real. “4 Para B. Landsberger o DUMU E.DUB.BA.A pode ser um “military scribe”?. 4º A missão de Utul-Mami era entregar *% em Larsa, aos destinatários desta carta, um DUB i-si-ih-tim. A expressão acádica DUB isihtim ou tuppi isihtim designa um documento, um certificado de destinação de terras a funcionários do rei por serviços prestados. “* Nesta carta o documento isihtum era em favor do ÉRIN 48 de Rim-Adad e de Iddin-Sin. O termo sumério ÉRIN tem como correspondentes acádicos ummânum *? e sabu *0 e indica tanto uma tropa de trabalho como uma tropa 442. Sobre o sumerograma DUMU E.DUB.BA.A, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 353, n. 144,43. Cf. também F. R. Kraus, Vom

Mesopotamischen

Menschen

443. Cf. W. 444, Cf. F. nischen Zeit und 445. Cf. B.

von Soden, AHw, p. 616a, n. 8c. R. Kraus, Vom Mesopotamischen Menschen der altbabyloseiner Welt, p. 74. Landsberger, JCS 9 (1955) 125.

der

altbabylonischen

Zeit

und

seiner

Welt,

p.

268s. Sobre a leitura E.DUB.BA.A = Sá-an-ad-da-bak-ku de MSL 12, p. 97,133 para a tábua 1 da série lá = sa, cf. B. Landsberger JCS 9 (1955) 125, nota 22. Sobre o termo acádico Sandabakkum, cf. W. von Soden, AHw, p. 1162b.

446. Cf. W. von Soden, AHw, p. 387b; CAD “I/]”, p. 190-192. 447, W. von Soden, em AHw, p. 387b, traduz a expressão

Luv Sis AESOC SRS ini STE

ment”.

448. Sobre

e CAD

o sumerograma

por “I/]”, p. 190, por “certificate of assign-

ÉRIN,

cf. A.

Deimel,

Sumerisches

Le-

xikon, III, p. 758, n. 393,2,9; A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. II, p. 109. 449. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1413b. C£ também MSL 9, p. 136,612. 450. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1072a. Cf. também MSL 9, p. 136,611.

195

militar. Samas-hãzir

devia, de acordo

com

o documento

de desti-

nação que recebera de Utul-Mami, demarcar campos para as tropas de Rim-Adad e de Iddin-Sin nas terras do palácio. Não são mencionadas as medidas desses campos. Hammurabi termina sua

carta

com

a determinação

GIS.GAG

ma-ah-sa-Su-nu-Si-im-

“Fincai para eles a estaca!”, Trata-se de uma tica que significa “dar posse

de um

expressão idiomá-

terreno a alguém”. 41

N. 126

A Samas-házir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: (Em relação ao) campo do palácio, gleba de AN..., que os pedreiros trabalharam sem autorização (2), recolhei deles a cevada, tributo de seu cam-

po.

O tablete AM

1922,176,

do museu

Ashmolean

de Oxford,

con-

servou o texto cuneiforme de uma pequena carta de Hammurabi endereçada a Samas-hãzir, a Sin-mugalim e a seus companheiros.

O assunto tratado é relativo à administração de um determinado campo de propriedade do palácio. Hammurabi menciona o nome da gleba em questão, mas uma lacuna no fim da linha 6 impede a deciiração desse nome. Hoje pode-se ler apenas o sinal “AN” no início e “IM” no final.2 Esse campo tinha sido cultivado sem

autorização

do palácio, seu proprietário.

Esse

é, sem

dúvida,

o

significado da expressão acádica i-we-ru-ma i-ri-Su 43, cuja tradução literal é, certamente, “eles se aproximaram e trabalha-

ram”. º* Os homens que trabalharam pelo sumerograma SITIM.MES. 45 O

esse campo são descritos termo sumério SITIM tem

seu correspondente no acádico itinnum &6 e é comumente traduzido por “pedreiro”. Mas o profissional, caracterizado em sumério 451.

Cf. Ellis,

M.

de

J., Agriculture

sopotamia, p. 17. 452. Cí. a linha 6 no texto

publicado

and

em

the

State

in

OECD

Ancient

Me-

VINE

nas: 493. Cf. as linhas 8 e 9 do texto cuneiforme OECT 3, PI VII, n.:25. 454. A forma verbal i-we-ru-ma é um pretérito G da raiz wâárum que W. von Soden registra em seu AHw, p. 1471b, com a tradução “gehen, herangehen”.

455. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 845, n. 44022: A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurku nden, vol. III p. 162. Falkenstein traduz o sumerograma pela palavra alemã “Baumeister”. 456. Cf. W. von

Soden,

AHw

mbé m SITIM = itin-nu, MSL 5, p. 171,250.O p. Cf.404a,ta. mbCf.ém. taCA D JPpara ad

à

à

196

a

equaçãão

oca

como

SITIM,

hodierno

e em

pedreiro.

Ele

acádico é o

como

“mestre

itinnum,

de

obras”,

é mais o

do

que

o

“construtor

de

apresentada

no

casas”. 7 A decisão de Hammurabi em relação ao campo do pa-

lácio

cultivado

ilegalmente

pelos

SITIM.MES

é

fim da carta: Se-am mi-ki-is A.SA-Su-nu Su-ud-di-na-Su-nu-ti: “Recolhei deles a cevada, miksum de seu campo”. 48 Já foi estudado no comentário a cartas anteriores o significado do termo acádico miksum como “tributo devido”, “parte da colheita devida, em € etári do campo. 459 ao proprietário ceral, N. 127

A Samas-házir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: No campo de Diúr-Etellum, separai um campo de I0 BUR para Taribatum. No

pequeno

bilhete,

de apenas

nove

linhas,

cujo

texto cunei-

forme encontra-se em um tablete de argila inventariado no museu Ashmolean de Oxford sob o número AM 1923,266, Hammurabi

dirige-se a seus funcionários em Larsa, Samas-hãzir, Sin-musalim e companheiros de administração, com uma ordem bem precisa: i-na A.SÃ-im Sa BAD-e-tel-lumk BUR 10 IKU A.SA-am a-na ta-ri-ba-tum pu-ul-ka: 40 “No campo de Diir-Etellum, separai um campo de 10 BUR para Taribatum”. Trata-se, pois, de demarcar um campo de 10 BUR, cerca de 64,8 hectares, em um campo maior situado na localidade de Diir-Etellum. 1! Esse campo de 10 BUR devia ser destinado a um homem chamado Taribatum. Infelizmente nada é dito sobre a profissão desse homem nem a que título lhe era concedido o campo em questão. N. 128

A Samas-hazir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Enviei, agora mesmo, para aí

n.:25: bém

457. 458.

Cf. D. O. Edzard, art. “Haus”, em RLA IV, p. 223, 8 5. Cf. as linhas 10 e 11 do texto cuneiforme OECT 3, PL

459. Cf. por exemplo;

Ellis,

M.

de

J.,

o comentário

“Taxation

in

Ancient

VIII,

à carta n. 115, p. 183. C£ tamMesopotamia:

The

History



the Term miksu”, JCS 26 (1974) 211-250. 460. Cf. as linhas 5 a 8 do texto publicado em OECT, 3 PI. VIII, 24. 461. Sobre Diir-Etellum, cf. E. Ebeling, em RLA II, p. 244.

197

Zikir-ilisu e Erisum, chefes dos MAR.TU (2), juntamente com os cavaleiros que (estão) sob a sua direção. Além disso dei um encargo a Apil-ilisu, escrivão da tropa de guardas

do palácio, e (0) enviei com eles para aí. De acordo com o texto da tabua, que eu vos enviei, dividi campos para os cavaleiros. Fincai, além disso, para eles a sua estaca!

Hammurabi começa esta carta a Samas-hãzir, a Sin-mugalim e aos seus companheiros de trabalho, cujo texto cuneiforme foi conservado no tablete AM 1923,29 do museu Ashmolean de Oxford, comunicando-lhes o envio a Larsa de dois UGULA 42 MAR.TU.MES *&, Zikir-ilisu e Erisum, e dos RÁ.GAB.MES seus comandados. O sumerograma UGULA, já encontrado em outras cartas anteriores, indica o chefe de um grupo. * Já o sumerograma MAR.TU conhece uma evolução semântica bem mais complexa. Como foi visto acima, o termo sumério MAR.TU designava, originariamente, um grupo nômade “% e, a partir do período UR III começou a indicar os membros de uma formação militar, que

inicialmente era, sem dúvida, constituída por nômades desse grupo. *%” O título militar RÁ.GAB“8 já foi, também, encontrado, várias vezes, em cartas comentadas anteriormente e optou-se pela tradução mais geral de “cavaleiro”. 4º Esses RÁ.GAB estavam sob o comando dos dois UGULA MAR.TU 9º e pertenciam, certa-

mente, à formação militar dos MAR.TU. Além disso, é, também,

anunciado na carta o envio de um tal Apil-ilisu 4!, cuja profissão 462. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 495, n. 295,4. Quanto ao correspondente acádico waklum, cf. W. von Soden, AHw, p. 1456. 463. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 526, n. 307,37. Quanto ao correspondente acádico amurrum, cf. W. von Soden, AHw, p. 46. Cf. também CAD “A II”, p. 93. 464. Cf. A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. Ep: 465. Cf. o comentário à carta n. 71.

The

466. Cf. H. Klengel, Zwischen Zelt und Palast, p. 445; G. Buccellati,

Amorites of the Ur III period, Neapel, 1966. 467. Cf. A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. I, p. 97. 468. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 429, n. 206,65; A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, vol. III, p. 151. 469. Cf. acima p. 16. . Cf. a expressão 5a qá-ti-Su-nuy da linha TR470 Es a 8 d o texto OEECT 3 3,

471. Na carta n. 71 aparece, também, um Apil-iliu com o título de DUB.SAR = escrivão. Não se sabe » porém, se se trata da mesma pessoa ou apenas de um homônimo.

198

é expressa

pelo sumerograma

DUB.SAR “2 ÉRIN “3 EN.NU 44

É.GAL. “3 A tradução literal dessa formulação suméria é “escrivão

da tropa dos guardas do palácio”. A finalidade da ída de todas a Larsa é mencionada

essas pessoas

linhas da carta.

nas últimas

Samas-hãzir e seus companheiros na administração das terras do palácio devem, de acordo com o texto da tábua que lhes foi enviada, proceder à divisão de campos para os RÁ.GAB. A carta termina com a formulação idiomática ú sí-ik-ka-as-sú-nu ma-ah-sa“Fincai,

&u-nu-Si-im:

que indicava a tomada RÁ.GAB.

além

disso,

de posse

para

eles

a

real dos campos

sua

estaca!” 6,

por parte dos

N. 129 A Samas-hazir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Um campo de 10 BOUR em Burus...; um campo de 6 BUR na localidade. .., 16 BÚR de campo, propriedade disponível (2), da qual 11 BUA... [Lacuna de algumas linhas] Etel-pi-Marduk. .. Ide para a localidade. . ., tomai esse campo, que demarcareis para Samas-tukulti, (e) a cevada, miksu desse campo, com Etel-pi-Marduk, seu arrendatário, e dai a Samas-tukulti. O

texto

cuneiforme

desta

carta de Hammurabi

a Sin-musalim e a seus colegas de administração,

no tablete AM atual da carta

a Samas-hãzir,

foi conservado

1923,356 do museu Ashmolean de Oxford. O texto apresenta uma lacuna de várias linhas, no fim do

anverso e começo do reverso, que dificulta enormemente a sua leitura e compreensão. Na parte conservada no anverso, após as introduções de praxe, Hammurabi fala de um campo de 10 BUR, cerca

de 64,8

hectares,

e outro de 6 BUR,

cerca

de 38,88

hecta-

res, situados em duas diferentes localidades, cujos nomes se perderam. O sumerograma SAG NÍG.GA da oitava linha do anverso do tablete corresponde à expressão acádica “reS namkúri” 47 ou 472. 473. 474. 475. 476.

Cf. Cf. Cf. Cf. Cf.

A. A. A. A. as

Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 341, n. 138,50. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 758, n. 393,2-9. Deimel, Sumerisches Lexikon, I, p. 240, n. 99,63. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 571, n. 324.188. linhas 18 e 19 do texto OECT 3, PL VIII, 25.

477. Cf. CAD

“N IP”, p. 231.

|

199

também,

rés

makkiirif8

e

descreve

um

objeto

ou

propriedade

disponível. “? O resto do texto, em estado bastante fragmentário,

e as linhas perdidas da quer tentativa de uma reverso do tablete, após trata de um campo que

parte tinal do tablete impossibilitam qualleitura conexa desta parte da carta. No as primeiras linhas perdidas, Hammurabi SamaS-hãzir e seus auxiliares iriam de-

marcar para um tal Samas-tukulti. O texto conservado não infor-

ma

nada

sobre

a protissão

desse

homem,

nem

a que

título

ele

receberia o campo. Pelo contexto pode-se, sem dúvida, concluir que se tratava de uma propriedade do palácio, destinada para usuiruto de Samas-tukulti, certamente, em pagamento por serviços prestados ao palácio. O rei instrui seus funcionários a se dirigir a uma determinada localidade, cujo nome se perdeu, e a tomar de volta do erreSum “*º, Etel-pi-Marduk, o campo demarcado para Samas-tukulti bem como a parte da cevada correspondente ao miksu *º devido ao proprietário do campo. Isto tudo devia ser entregue a Samas-tukulti. N. 130

A Samas-házir, a Sin-musalim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Do campo que (está) à disposição do palácio, (dai) 2 (2?) BUR de campo... (ao) bárã... O tablete AM 1923,42 do museu Ashmolean de Oxford, que conservou o texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a Samashãzir, a Sin-musalim e aos seus companheiros na administração 478. Cf. CAD “M Tº, p. 136; AHw, p. 975. 479. CAD “N II”, p. 231. p. ex., traduz “available assets”... e AHw, p. 975, “etwa verfiigbarer Bestand”. 480. W. von Soden, em AHw, p. 243, registra o termo erresum com

o significado “Landpãchter, Landwirt” e CAD “E”, p. 304: “tenant farmer, cultivator”. Cf. também A. Salonen, Agricultura Mesopotamica, p. 326s. Sobre as leis que regulavam o arrendamento de campos na Babilônia do tempo de Hammurabi, cf. os 88 42-58 do “Código de Hammurabi”.

481. O termo miksum, como já foi visto em cartas anteriores, signi-

fica a parte da produção que devia ser entregue ao estado ou ao proprietário do campo em casos de arrendamento. Cf B. Landsberger, Die Serie ana ittisu, MSL |, p. 59-60. Landsberger traduz por “Anteil an der Be-

wirtschaitung. Cf. também Ellis, M. de J., “Taxation in Ancient Mesopotamia: The Histor y

of the Term

Miksu”,

200

JCS

26

(1974)

211-250,

central encontra-se em estado bastante fragmentário. Somente as seis primeiras linhas do anverso são perfeitamente legíveis. As linhas sete e oito conservaram, apenas, alguns sinais cuneiformes e o

resto do tablete foi perdido. Na parte conservada do anverso, Hammurabi dá instruções a seus funcionários, destinatários da carta, para que destinem um campo, daqueles que estavam à do palácio, certamente em Larsa ou nos arredores, disposição

“2 O tipo de sacera um sacerdote da classe MÁS.SU.GÍD.GÍD.

dote

expresso

por

esse

em

seu

correspondia

sumerograma

ao

bari **

acádico e indicava a classe de sacerdotes encarregada do aruspício, que

usava

de

processo

principalmente,

adivinhação,

o exame do fígado dos animais sacrificados. ** O nome do sacerdote em questão não foi conservado. O lugar do tablete, em que está registrada a medida do campo a ser dado ao sacerdote não é mais perfeitamente legível. Pelos restos de sinais que se encon-

tram, hoje, no tablete deve tratar-se, no mínimo, de um campo de 2 BUR, cerca de 12,96 hectares. No reverso do tablete, pelo menos

na parte que restou, não há nada escrito. N. 131

A Samas-haázir e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Devolvei ao oficial PAPA... NIN.SUBUR, de Masmasene, [filho de] Silli-Asaluhhi, o campo de 1 1/3 BUR, gleba Etellum, no distrito de MaSmasene, sua propriedade antiga (?), que... reclamou dele.

um

O texto

tablete

número

AM

da

cuneiforme

de

carta,

acima

inventariado

argila

no

traduzida,

museu

O texto da carta ocupa

1923,31.

foi escrito

Ashmolean

somente

sob

em

o

o anverso

do tablete, que está em estado de conservação relativamente bom, apresentando, apenas, algumas lacunas no início das últimas linhas.

Hammurabi 482.

kenstein,

escreve

Cf. A. Deimel,

Die

a

Samas-hãzir

Sumerisches

Neusumerischen

e

a seus

Lexikon,

Gerichtsurkunden,

companheiros

I, p. 174, n. 76,23; A. Fal-

vol. III, p. 140.

483. Sobre a equação MÁS.SU.GID.GID = ba-ru-u, cf. B. berger, The Series HAR-ra = hubulli. Tabletes 1-4, MSL 5, p. W. von Soden, AHw, p. 109b; CAD “B”, p. 121. 484. Cf. E. Dhorme, Les Religions de Babylonie et d'Assyrie, 2725: À. L. Oppenheim, Ancient Mesopotamia, p. 206-227; J. Renger; suchuaEen zum Priestertum in der altbabylonischen Zeit”, ZA 58 J10s.

201

de

Lands66.199; p. 210s; “Unter(1967)

administração. Às instruções do rei referem-se a um campo de | BUR e 1 ESE *S, ou seja, 1 BUR e mais 1/3 de BUR, cerca de 8,64 hectares, situado no distrito de MasSmasene 86 na gleba chamada Etellum. Tratava-se, certamente, de uma propriedade

do palácio, que fora destinada, a título de algum serviço prestado, a um oficial PA.PA *%, cujo nome, ...“NIN.SUBUR 48, foi conservado apenas em parte. A leitura da expressão acádica la-biir-ta-Su

=

“sua antiga

propriedade”

é uma

conjectura

de F. R,

Kraus *ºº, já que na linha 8 há uma lacuna no início e conservaram-se, somente, os sinais cuneiformes “ta” e “Su”, O direito de

posse desse campo estava sendo reclamado por um outro homem, cujo nome foi perdido. A decisão de Hammurabi é que esse campo seja restituído ao oficial PA.PA ...“NIN.SUBUR. N. 132

A Samas-házir e a seus companheiros diz: assim (falou ) Hammurabi: O campo de 5 BUR (e) 3 IKU do oficial PA.PA Taribusa, sob a direção de Apil-ilisu, e o campo de 4 BUR, 1 ESE (e) 3 IKU do oficial PA.PA Ilima, sob a direção de

Beli-ismeanni, (ao todo) um campo de 9 2/3 BUR, gleba do Elamita, anexo ao do GÉSTU (2?) I&me-Adad, que lhes foi confirmado em Sippar.. a esses dois oficiais PA.PA... [faltam duas ou três linhas]... Dai ao oficial PA.PA, Earabi, da tropa (?) [um campo de] 2 ESE!

O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi, endereçada a SamaS-hãzir e a seus companheiros na administração central, foi 485. A medida suméria de superfície ESE tem como correspondente acádico a medida eblum e equivale a 21.600 m?, ou seja, 1/3 do BUR (64.800 m”). 486. O distrito de Masmasene ficava, certamente, nos arredores de Larsa. | 487. Não se sabe, ao certo, nem o significado nem mesmo a leitura exata do título militar expresso pelos sinais cuneiformes PA.P A. Cf. acima a nota 387. 488. À primeira parte do nome não se conservou. Na parte teofórica lê-se

o

nome

da

divindade

iNIN. SUBUR.

Edzard, Wóôrterbuch der Mythologie, (1952) 90 quanto à correspondência

Sobre

esta

divindade.

cf.

D.

O.

p. l13s; A. Falkenstein, Bi Or 9 com o acádico Ilabrat. Cf. H, E.

Hirsch, AfO, Beiheft 13/14 (1961) 25; R. Borger, Bi Or 30 (1972) 1825; G. Westenholz JNES 33 (1974) 4125, 489. Cf. Briefe aus dem

Archive des Samas-hãzir,

202

p. 68, n. 106.

1923,353 do museu Ashmolean de conservado no tablete AM Oxford. Infelizmente a perda de cerca de três linhas no início do reverso do tablete impossibilita uma leitura completa do texto

e, por conseguinte, a compreensão

total da mensagem

nele con-

tida. No anverso o rei refere-se a um campo de 5 BUR? e 3 IKU 41, cerca de 334.800m? ou 33,48 hectares, do oficial

PA.PA 82 Taribusa e a outro campo de 4 BUR, 1 ESE “2 e 3 IKU, cerca de 291.600 m? ou 29,16 hectares, do oficial PA.PA, chamado lima. Hammurabi preocupa-se em fornecer, em sua missiva, a

superfície total dos dois campos:

hectares. Conforme

as informações

e 2/3, cerca de 62,64

9 BUR

do palácio, esses campos

esta-

vam localizados em um lote de terras férteis chamado A.GAR LO NIM. [KI]: “gleba do Elamita”. A formulação da linha 10: li-ib-bu &a i-meiISKUR GÉSTU (?) indica, provavelmente, que os dois campos em questão estavam dentro de um campo maior que pertencia a I$me-Adad. O sumerograma GESTU ou GIS.TOG. PI 44 indica,

aqui,

provavelmente

um

título

profissional. “> O

rei

comunica, ainda, que o direito de posse dos dois oficiais PA.PA, Taribagu e Ilima, em relação a esses campos havia sido confirmado na cidade de Sippar %, certamente pelo próprio rei. Às lacunas seguintes, contudo, não permitem saber qual teria sido a instrução de Hammurabi a seus funcionários a respeito desses dois campos. No fim do reverso, lê-se ainda uma determinação do rei para que fosse dado um campo de 2 ESE, cerca de 4,32 hectares, a Ea-rabi, um oficial PA.PA. 490. O BUR equivalia a 64.800 m* ou 6,48 hectares. 491. O IKU equivalia a 3.600 mº*. 492. Sobre o título militar PA.PA, cf. o que foi dito na nota 487 da carta anterior e no comentário à carta n. 112. Não se tentou uma equivalência com um titulo militar moderno, já que não há uma concordância

Archive des SamasS-hazir

entre os autores. F. R. Kraus em Briefe aus dem

traduz por “Hauptmann?. Já W. von Soden, em AHw, p. 337, sugere tradução “Feldwebel”. 493. ESE equivalia a 21.600 m”, ou seja, 1/3 do BUR ou 6 IKU.

A94. Os sinais cuneiformes

dos como o sumerograma

GÉSTU,

GIS.TUG.PI,

hoje, em

que corresponde

geral

ao termo

a

interpreta-

acádico uznu,

significa, simplesmente “ouvido”. Sobre GESTU, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, II, p. 512, n. 296,129; W. von Soden, AHlw, p. 1147b.

495. A tradução sugerida “surdo” supõe uma leitura GESTU.LA. 496. Cf. R. Harris, Ancient Sippar — A demographic Study of an OldBabylonian City (1894-1595 BC). Nederlands Historisch-Archaeologisch Institut Te Istambul, 1975.

203

N. 133 A Samas-hazir,

a Sin-musalim

e a seus

assim (falou) Hammurabi: Dei ao...

companheiros diz:

Taribatum,

em Dir.

Etellum, um campo de 10 BUR como campo para seu sustento. Vós lhe delimitastes esse campo. Agora Nabium-málik, Dan irra e Etel-pi-Marduk reivindicam dele um campo de 4 BU R dentro do seu campo de sustento. Eu (já) escrevi a Nabiummalik, a Dan-lrra e a Etel-pi-Marduk. Mas, vós, dizei-lhes,

tambem,

que

eles não

devem

se aproximar

I0 BUR de Taribatum, que vós lhe Etellum e fincastes para ele a estaca.

do

delimitastes

campo em

de

Dur-

Esta carta de Hammurabi, endereçada a Sama S-hãzir, a Sinmusalim e a seus companheiros de trabal ho na administração central, é um documento de grande interesse para o estudioso da Babilônia antiga. Ele exemplifica, de uma mane ira bastante clara, como as terras do palácio eram distribuídas, a títulos diferentes, entre os funcionários da coroa. Ao mesmo temp o, mostra, também, a presença ativa da liderança política de Hammurab; e sua preocupação constante pelo bem-estar de seu s funcionários, a melhor

maneira de manter em bom funcionamento a complicada máquina da administração estatal. A intervenção de Hammurabi acontece, aqui, em favor de um homem, certam ente funcionário do estado, chamado Taribatum. Seu título pro fissional não foi, infelizmente, conservado, já que na linha 6 do tablet e, logo após o nome próprio, onde devia estar a sua profissã o na escala de funcionários, há uma lacuna. Taribatum havia re cebido do próprio rei um campo de 10 BUR, cerca de 64,8 hectares, sit uado na localidade Dúr-Etellum. 47 O campo lhe fora da do a título de

ASA SUKU-Su: “campo de seu sustento”. 8 O sumerograma SUKU *º pode ter como equivalente acádico que r o termo kurummat50 u como, também, Sukisum. 5%! O campo em qu estão fora, pois, destinado ao funcionário Taribatum, para que ele pudesse tirar desse campo o seu sustento. Os próprios destinatários desta carta já tinham, 497. Sobre

a localidade

p. 244. A destinação “ma carta n. 127.

498. Cf. Ellis,

deste

M.

como

representantes

Diir-Etellum,

campo

de

10

cf.

BÚR

E.

do

Ebeling,

parece

de J., Agriculture

and 499. Cf. A. Deimel, Sumerisches Le 500. Cf. W. von Soden, AHw, p. 51xikon, 3a: 501. Cf. W. von Soden, AHw, p. 1266b. CAD

204

Re,

rei em

estar

RLA,

Larsa,

vol.

II,

documentada

demarcado o campo e “fincado para ele as estacas” 592 o que significa que Taribatum já tinham tomado posse desse campo. Mas Hammurabi foi informado de uma ação movida por Nabiummalik, Dan-lrra e Etel-pi-Marduk contra Taribatum, reivindicando

o direito de posse de um campo de 4 BUR, cerca de 25,92 hectares, situado dentro do campo de sustento de Taribatum. Hammurabi não aceita essa reivindicação e comunica sua decisão, por meio de uma carta, aos três reclamantes. Mas para que sua decisão seja, realmente, acatada, Hammurabi instrui seus representantes para que estes impeçam a execução da ação movida por Nabium-malik, Dan-lrra e Etel-pi-Marduk. A frase vetitiva da : “% “eles última linha do reverso do tablete la i-[te,-eh-hu-ú] não devem se aproximar” expressa, certamente, a decisão do rei que eles não têm direito de tomar posse dos 4 BUR de campo reclamados. O texto cuneiforme desta carta foi redigido em um tablete de argila inventariado, atualmente, no museu Ashmolean de Oxford sob a sigla AM 1923,267. N. 134 A lakun-ASar, a Samas-hazir e a Ubãr-Sin diz: assim (falou) Hammurabi: Se virdes que, por causa da enchente, que sobe, os diques não... essas águas... como vos ordenei, de cavar um

canal...

O texto cuneiforme desta pequena carta de Hammurabi a IakunAsSar, a Samas-hãzir e a Ubaãr-Sin foi redigido no tablete AM 1922,261, do museu Ashmolean de Oxford. O tablete foi apenas escrito no anverso. Como seu estado de conservação é bastante deficiente, apresentando uma lacuna grande no lado esquerdo da parte inferior do tablete, torna-se impossível uma leitura completa do texto. Pela parte conservada pode-se deduzir que Hammurabi, nesta carta, enviou, aos seus três representantes em Larsa, instruções sobre precauções a serem tomadas para evitar os problemas

que uma enchente podia trazer consigo. Hammurabi teme que os diques não suportem a força da água e, por isso, uma das medidas

propostas é cavar um novo canal. 502. A formulação GIS.GAG

expressão idiomática e é uma

campo.

mahâsum

= “fincar a estaca” é uma

maneira simbólica de indicar a posse de um

503. Segue-se, aqui, a reconstrução

do texto feita por F. R. Kraus,

Briefe aus dem Archive des SamaS-Hãzir, p. 70, sinais cuneiformes ainda existentes no tablete.



3

p= MES

dah

205

a partir dos restos

de

N. 135

À Samas-háãzir diz: assim (falou) Hammurabi: Que o músico

Ea-kima-iliya permaneça na posse de seu campo, como desde

muito tempo tem feito. Não deves tirar-lhe nem sequer um de campo!



SAR

O texto cuneiforme deste bilhete de Hammurabi

foi conservado

no museu Collection do direito iliya. Sua tem como músico. *º

em

um

tablete

de

argila

que

se

a Samas-hãzir

encontra,

hoje,

de universidade Yale, inventariado na Nies Babylonian sob o número NBC 5296. O rei aborda, aqui, a questão de posse de um campo de um homem chamado Ea-kimaprofissão é descrita pelo sumerograma NAR 0 que correspondente acádico o termo nãrum 505 e indica um Tratava-se, certamente, de um campo do palácio, desti-

nado a Ea-kima-iliya, a título “ilkum” 507, em pagamento pelo seu trabalho como músico. As instruções de Hammurabi são muito claras: Ea-kima-iliya deve manter a posse do campo em questão, como já o faz desde muito tempo. O motivo desta intervenção de Hammurabi foi, certamente, um recurso de Ea-kima-iliya contra algum ato de Samas-hãzir, que lhe revogava o direito de posse ao campo. À carta termina com uma enfática frase proibitiva: | SAR A.SA-am la ta-na-aS-Sa-ar-Ku: 508 “Não deves tirar-lhe nem

sequer um SAR de campo”. A medida SAR 59º corresponde a cerca de 36 m?

suméria

de

superfície

N. 136

A Samas-hãzir diz: assim (falou) Hammurabi: O campo de 3 BUR dos filhos (de) Puzurãa, que eles já possuiam antes,

“eu lhes restitui, Por que, agora, os fizeram sair do campo? Que ninguém se aproxime de seu campo e de sua cevada!

Sua. Ci À. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 673, n. 355,15. 505. Ci. MSL 4, p. 121,14; MSL 3, p. 64.15. 506. Cf. W. vo 507. Sobre

cf. também

M.

de

n Soden, AHw, p. 748; CAD a natureza do serviço “ilkum”, ]. Ellis,

Agriculture

“NI”, p. 376s. cf. o que foi dito

acima;

and State in Ancient Mesopotami a p. 15s; B. Kienast, Art. “ilkum”, em RLA V, p. 525. é 508. Cf. BIN

7, PL, n.1.

ério SAR, xikon, 1 p. 372, n. 152,34a; A. Falkenstein, cf.Die A.N Deimel, kunden,

vol.

HI,

p.

155.

;

206

16

Sumerische, s

Cusumerischen

Le-;

Gerichtsur

Nesta carta, cujo texto cuneiforme foi conservado no tablete de argila NBC 5285 da Nies Babylonian Collection da Universidade

Yale, Hammurabi aborda a questão da posse de um campo de 3 BUR — cerca de 19,44 hectares — que tinha sido destinado pelo palácio aos filhos de Puzursa. *!º Como se pode deduzir do teor da carta, esse campo tinha sido, por motivos não mencionados,

Em

retomado.

uma

intervenção

anterior,

Hammurabi



decidira a reivindicação de posse do campo em favor dos filhos º1 “tinham a de Puzurãa, já que estes pa-na-nu-um is-ba-tu: posse (do campo) anteriormente”. Mas o direito de posse desse campo estava sendo novamente questionado. E, pela pergunta formulada por Hammurabi — a-na mi-nim i-na A.SA-Su-nu ú-Selu-Su-nu-ti: 512 “Por que os fizeram sair de seu campo,” — deve-se concluir que os filhos de Puzursa tinham sido, mais uma vez, expulsos de seu campo. Hammurabi interpela, por isso, Samas-

hãzir, o funcionário

responsável pela administração das terras do

xime de seu campo

e de sua cevada!”

palácio em Larsa, e lhe transmite a ordem a-na A.SA-Su-nu ú Se-&u-nu ma-am-ma-an la i-te,-eh-hi: 2 “Que ninguém se apro-

N. 137

A Samas-hazir diz: assim (falou) Hammurabi: Os colonos Qistum e Awil-ili escreveram-me o seguinte: Tiraram-nos 30 BUR do campo que nos foi dado (como) quinhão e deram-(no) a Samas-Sa-takâlim. Agora, Samas-Sa-takálim não cultivou o campo que lhe deram. Ele (o) deu ao arrendatário e os arrendatários cultivaram-(no). Assim ele me escreveu. Tu e Samas-musalim estai a postos! Que convoquem Qistum, Awil-ili e Samas-Sa-takálim a vós. Examinal a sua causa e proferi-lhes um julgamento definitivo. Enviai-me, além disso, o relatório do julgamento definitivo que lhes proferireis. "O texto cuneiforme da carta, acima traduzida, foi conservado no tablete NBC 5297 da Nies Babylonian Collection da Universi510. Sobre a leitura puzur para os sinais cuneiformes KA.ZURs, cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische Zeichenliste, p. 64, n. 19; cf. também W. von Soden — W. Rôllig, Das Akkadische Syllabar, p. 4, n. 19, e p. 38, n. 202.

511. Cf. BIN 512. Cf. BIN 513. Cf. BIN

7, PI. 1, ni. 2,6. 7, PI. I, n. 2,8-9. 7, PI. 1, n. 2,10-12.

207

dade Yale. Hammurabi aborda, nesta sua missiva a Samas-haãzir, uma queixa apresentada ao palácio pelos ENSÍS!* Qistum e Awil-ili. O motivo da queixa é a alienação da parte de um campo que esses dois funcionários tinham recebido como ÉS.GAR. O sumerograma ÉS.GAR *º entrou na língua acádica sob a forma iSkarum “lº e indica a quota, a parte de trabalho atribuída a alguém. *”

e Awil-ili

comunicaram

ao

rei

que

do

campo

que lhes tinha sido atribuído como ES.GAR, tinham sido separados 30 BUR de campo — cerca de 1944 hectares — e dados a um tal Samas-Sa-takalim. Não é dito nada sobre a profissão de

SamaS-Sa-takalim e nem a que título ele recebia esse campo. É dito, contudo, que Samas-Sa-takãlim não cultivou pessoalmente o dito campo, mas o arrendou aos errêsu. 518 O representante de Hammurabi em Larsa, SamaS-hazir, e seu companheiro de administração, SamaS-musalim, são incumbidos, pelo rei, da solução

deste caso. Os três envolvidos nesta causa, Qistum, Awil-ili e. Samas-Sa-takâlim devem ser intimados a comparecer diante dos

dois

representantes

questão acuradamente

de

Hammurabi.

Estes

devem

examinar

e dar o veredicto final. É este, sem

dúvida,

a

o significado da ordem de Hammurabi nas linhas 25-27 do tablete: a-wa-ti-Su-nu am-ra-ma di-nam gu-um-ra-Su-nu-Si-im: 51º “examinai a sua causa e proferi-lhes um julgamento definitivo”. O rei termina sua missiva exigindo o envio a Babel de um relatório completo da decisão final deste processo. N. 138

A

Samas-hãzir

diz:

assim

(falou)

Hammurabi:

Envio-te,

-

o

o

agora, o documento selado do campo de 19 BUR que deve

914. Sobre

qi

o sumerograma

ENSÍI,

cf. A.

Deimel,

kon, Il, p. 502, n. 295,145. Sobre as funções do ENS I cult



Sumerisches

iSSa

Lexi-

kku na agriura estatal do período babilônico antigo, cf. o que foi dito na introdução

the State

in Ancient

Cf. também

Mesopotamia,

515. Sobre o sumerograma Lexikon, IV, p. 981, n. 536,207. 516.

função

and

Cf. AfO

p. 275.

ES.GAR,

82,136;

CT

cf.

A.

Cf. W.

the

do errêSu

State

in

von

na

Soden,

agricultura

Ancient

p. 326s.

AHw,

p. 243;

babilônica,

Mesopotamia

519. Sobre as diversas matizes p. 2765; CAD “G” sub voce.

Deimel,

and

Sumerisches

18,30 II[,16.

517. Cf. W. von Soden, AHw, p. 395; CAD 518.

Mesopotamica,

AHw,

18 (1959)

M. de J. Ellis, Agriculture

p.

CAD

cf. M.

73s;

;

de tradução

1/], p. 2445. “E”,

A

de

J.

p. 3045, Ellis,

lone:

À. Salonen,

do

verbo

Sobre

a

Agriculture Agricultura

gamãrum,

cf.

com

e nas cartas acima estudadas.

ig E

PE

despa

Qistum

208

ser dado aos dezessete (funcionários) GARLRIMES, cidadãos de Emutbal. De acordo com o teor desse documento selado, dá o campo aos (funcionários) GA.RLRLMES,

Nesta pequena carta de Hammurabi a Samas-hãzir, cujo texto cuneiforme foi conservado em um tablete de argila, que se encontra, hoje, na Yale University, inventariado na Níies Babylonian Collection sob o número NBC 5323, o rei comunica a seu representante em Larsa o envio de um documento selado. 2 Por meio desse documento fora destinado um campo de 19 BUR — cerca de 123,12 hectares — a um grupo de homens de Emutbal 521, descritos pelo sumerograma GA.RLRIMES.º%2 Infelizmente, o

significado

exato

do título GA.RI.RI

ainda

nos

é desconhecido. 53

N. 139 A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Os “Sapir máatim” de Emutbal ainda não recolheram a Babel a cevada de sua “biltum”. Compele os Sápir mátim” e controla-os! Eles devem recolher a Babel, o mais rápido possível, a cevada de sua “biltum”. (Se) eles não recolherem [a Babel a

cevada de sua “biltum”],

Éi.

a sua punição será colocada sobre

Esta carta de Hammurabi a Samas-hãzir oferece um ótimo exemplo do senso de responsabilidade que Hammurabi exigia de seus funcionários. O texto cuneiforme encontra-se em um tablete de argila inventariado, sob o número NBC 5300, na Nies Babylonian Collection da Yale University. O rei reclama, com representante em Larsa, da falta de pagamento de impostos

parte dos Sãpir

matim

da região

de Emutbal.54

seu por

O funcionário

520. O termo acádico kanikum indica, aqui, um tablete cuneiforme autenticado com o cilindro-selo de Hammurabi. Cf. AHw, p. 437; CAD “K”, p. 150. 521. Sobre a localidade Emutbal, cf. M. Stol, Studies in Old Babylonian History, p. 63s. 522. O CAD “Q”, p. 132, registra um termo acádico qãriru (or gariru) como “a profession or status”, sem maiores determinações. 523. De fato, o uso da expressão GA.RI.RI.MES é rara nos documentos babilônicos até agora conhecidos. Ela aparece em uma lista de profissões publicada em 1974 por O. R. Gurney em Ur Excavations Texts Vil: Middle Babylonian Legal Documents and Other Texts, PI XXIV, n. 73: 11:12. Cf. também E. R. Lacheman, Family Law Documents, Harvard Semitic Series XIX, Pl. 2,2:12. p.

63s.

524. Sobre Emutbal, ct. M. Stol, Studies in Old Babylonian 209 nr mi

.W E

n

a

ta

History,

sâpir mãtim era, como já foi visto em outras cartas, o encarregado da administração de uma região. *2 Os impostos em questão são descritos pela expressão SE GU.UN-Su-nu: “a cevada de sua biltum”. O termo sumério GÚ.UN *% e seu correspondente acádico biltum 5277 indicam, em um contexto agrícola, geralmente o aluguel ou a parte da produção do campo devida ao palácio ou ao proprietário do campo. “2 Trata-se, aqui, certamente, de campos do palácio alugados

ou

entregues

agrícolas. '”? O palácio desses campos.

Os

como

direito

tinha

administradores

“egel

biltim”

a uma

regionais

parte

Sãpir

a funcionários

da

mãtim

produção

deviam

cuidar para que a parte devida ao palácio — a “biltum” — fosse recolhida aos cofres do palácio no tempo devido. Mas na região administrativa de Emutbal a cobrança da “biltum” devida ao

palácio estava atrasada. No início do reverso do tablete há uma lacuna de duas linhas facilmente reconstruíveis a partir do contexto: [SE GÚ.UN-Su-nu a-na KA.DINGIR.RIAFE ú-ul i-ka

am-mi-[s]u-nim-[m]Ja: 5º “(Se) eles não recolherem a cevada de sua biltum a Babel”. E, intimamente ligada a esta frase, do ponto de vista gramatical, segue a última proposição do tablete: a-ra-anSu-nu i-na mu-úh-hi-ka iS-Sa-ak-ka-an: *! “a sua punição será

colocada sobre ti”. O sentido desta afirmação é bastante clara: Se Samas-hãzir não intervir, obrigando os Sãpir matim a enviar os tributos devidos a Babel, a responsabilidade desta omissão

recairá sobre o próprio Samas-haãzir. N. 140

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: ao) campo de 48 BUR

e 1 ESE,

(Em relação

gleba Hamrum,

campo

sustento de (diversas) tropas, cujos oficiais NU.BANDA co

de

e

925. CE W. von Soden, AHw, p. 172b, que traduz a expressão por Gebietskommissar. Cf. também A: Walther, Des Altbabylonische Gerichts-

wesen, LSS 6/4, p. 135-146.

526. Cf. A, Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 282, n. 108,1. 927. Sobre a equação GU. — bi-il-

MSL 5, p. 79353. E

: es

pes

2367:

UN = biiltum, cf. MSL 3, p. 152,

Cf. W. von Soden, AHw, p. 126; CAD

de J. Ellis, Agriculture and

the State in Ancient

529. Esses funcionários eram os nasi nã&i b bilti

530. Cf. BIN 7, PJ. 11,5,13-15,

apa

531, Cf BIN 7, PI. 11,5,16-17.

210

“B”, p. 229-236.

Cf. tam-

Mesopotamia,

UGULA não se apresentaram e não dera a lista de nomes — cidade de Yae —: se esse campo está baldio e permanente à disposição do palácio, dá-(o) aos dançarinos cúlticos (2),

sob a direção do cantor-chefe, Su-Amurrum. Se o dito campo foi dado à casa dos redú, envia-me um relatório desse campo.

O tablete de argila com o texto cuneiforme desta carta encontra-se, hoje, na Nies Babylonian Collection da Yale University

sob o número NBC

5309. O rei refere-se, aqui, a um campo de

A.GAR 53 o com rito desc é po cam O 32 . ares hect cerca de 313,2 = “gleba Hamrum”, que indica provavelmente o ha-am-[rum]

nome desse campo, e como A.SÃ SUKU 4 ÉREN “3 DIDLI: 2% “campo de sustento de (diversas) tropas. 537 (Como se pode concluir das linhas 7 a 9 do tablete, os oficiais NU.BANDA *8 e UGULA 53º dessas tropas ainda não tinham se apresentado para tomar posse do campo e nem tinham fornecido ao palácio a lista dos nomes 54º dos integrantes das tropas que deviam usufruir do campo em questão. Na linha 18 do tablete o texto fala da É UKU. US.MES: casa dos rêdú, o que nos permite concluir que as tropas mencionadas, acima, eram de soldados do tipo rêdi.*! A formu532. Note-se que a medida de superfície BUR equivale a 64.800 m e o ESE, acádico eblum, a 21.600 m*. - 533. Sobre o sumerograma A.GAR, cf. A. Deimel, Sumerisches Le— xikon, IV, p. 1067, n. 579,307. Sobre o correspondente acádico ugárum, cf. MSL 4, p. 33,71; MSL 14, p. 525,66. Cf. também W. von Soden, AHw, |

p. 1402.

534. Sobre o termo sumério SUKU, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 919, n. 469,5. 535. Quanto aos diversos matizes de significado do vocábulo sumério ÉREN, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 758, n. 393,2,9. Cf. também A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, III, p. 109. 536. Sobre a expressão suméria DIDLI, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 5, n. 1,35. Cf. também A. Falkenstein Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, II, p. 97. 537. Aqui parece tratar-se de tropas militares, já que mais adiante | se fala dos-redá. 538. Sobre o título NU.BANDA, cf. A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden,

cf. AHw, p. 537.

III, p. 150. Sobre o correspondente acádico laputtúm,

539. Sobre os diversos significados do Sumêrisches Lexikon, II, 495, n. 295,4; A. chen Gerichtsurkunden III, p. 171. 540. Sobre o termo acádico mudasâm, p. 160. “541. Sobre o soldado redúm, cf. AHw,

211

título UGULA, cf. A. Deimel, Falkenstein, Die Neusumeriscf. AHw, p. 666; CAD “M II”, p. 968.

lação a-lum URU ia-eK!>2 “cidade de Yae”, indica, certamente, o nome da localidade, em que se encontrava o campo. Os arquivos

do palácio não possuíam informações sobre a destinação do campo em questão. Hammurabi não queria que o campo permanecesse

inculto e por isso envia a seu funcionário SamaS-hãzir bastante

precisas.

Se

o

campo



foi

entregue

aos

instruções

rêdi,

então

Samas-hãzir deve enviar ao palácio, apenas, um relatório do ato de destinação do campo. Mas, para o caso que ele ainda esteja à disposição do palácio, o rei apresenta uma nova destinação a esse campo: a-na LU HÚB.[BI.MES] NíG-Su Su-/MARTU NAR.GAL *3 i-di-in: “dá-(o) aos LÚ HUB.[BI.MES)], sob a direção do cantor-chefe, Su-Amurrum”. A dificuldade desta frase está na interpretação do sumerograma LU HÚB.[BI.MES$)]. O tex-

to está incompleto, lê-se, apenas, o sinal cuneiforme HUB. A complementação da lacuna pelos sinais BI e MES parece justificável. 544

O sumerograma HÚB.BI tem como correspondente acádico o termo huppúm e parece indicar, nos textos onde é empregado, uma espécie de dançarino cúltico. 3% N. 141

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Eu escrevi a Inúh-samar e a Samas-musallim. Eles irão para o canal Gabúm e inspecionarão para mim a terra que deve ser retirada do canal Gabâm. Quando vires esta minha tábua, vai para o canal Gabiúm, ao encontro de Inúh-samar e de Samasmusallim. Logo que chegares à (tua) destinação, os anciãos da cidade e os moradores da gleba devem comparecer. Determinai, por meio da “Arma de Deus”, a (quantidade de) terra que está destinada a ser retirada do canal Gabim. Colocai 42. Cf. BIN 7,6,10. 543. Sobre o sumerograma NAR.GAL, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 674, n. 355,26; A. Falkenstein, Die Neusumerischen Ge-

richtsurkunden III, p. 147. Quanto ao correspondente acádico nargallum, cf. W. von Soden, AHw, p. 746; CAD “N PI”, p. 352; MSL 4, p. 121,15. 544. À lacuna existente é suficiente para os dois Sinais e a expressão suméria LU HUB.BI] é atestada em outros textos. Cf RA 35 (1935) 7,21; CT, 38,5,91. ab — :545. Cf. W, von

Soden, AHw,

p. 356; CAD

“H”

p. 240. Mas

cf. também a interpretação de R. Borper, em Bi Or 30 (1973) prefere ver no sumerograma HUB.BI um acádico huppâm = 178,17, onde Weber. 212

a terra que inspecionastes na gleba que as águas do canal Gabíúim irrigam, cerca de um BUR — tanta deve ser q

(quantidade de) terra — é suficiente. Colocai em um invólucro o relatório da terra que será retirada do canal Gabúm e da terra que colocareis na gleba e enviai-mo. Que o vosso relatório chegue rapidamente!

No tablete de argila NBC 5293 da Nies Babylonian Collection, conservado, hoje, no museu da Yale University, encontra-se o texto cuneiforme de uma interessante carta de Hammurabi a Samas-hãzir. Trata-se, ao que parece, da limpeza de um canal chamado Gabím. é Hammurabi envia, com essa missão, para o canal os funcionários Inihh-samar e SamasS-musallim. Samas-hãzir recebe

vocar

A

ordens

os

de

anciãos

expressão

ir ao

da

encontro

cidade

DUMU.MES

e

deles.

os

Ele

deve,

DUMU.MES

ú-ga-ri-im,

outrossim,

literalmente,

gleba” indica, sem dúvida, os habitantes dos situados nas vizinhanças do canal Gabíúm.8 terra a ser retirada do canal Gabúm deve ser GIS.TUKUL Sa DINGIR: 5º “pela Arma de

con-

ú-ga-ri-im597 . “filhos

da

terrenos irrigados A quantidade de determinada i-na Deus”. Portanto,

apesar do exame feito “in loco” pelos funcionários de Hammurabi

sobre a situação concreta do canal e sobre a terra que devia ser removida, a determinação final sobre a quantidade de terra a

ser retirada do canal deve ser feita por meio de um instrumento

religioso. A terra retirada do canal deve, por instrução do rei, ser Jogada na gleba irrigada pelas águas desse canal. A interpretação da formulação das linhas 20-21 do tablete apresenta algumas dificuldades. 50 A frase BUR IKU.E ki-a-am SAHAR.HI.A Ik-Su-dam foi interpretada como um parêntese e traduzida: “cerca de 1 BUR — tanta deve ser a quantidade de terra — é suficiente”. 9! Hammurabi conclui sua missiva exigindo de seu funcionário o envio a Babel de um relatório completo sobre o trabalho mas

546. O

canal

Gabúm

estava

localizado em

Larsa

ou nos

arredores,

a localização exata é desconhecida. 547. Cf. AHw, p. 616; CAD “M I”, p. 315. 548. Cf. O Código de Hammurabi, 8 54, 549. GIS. TUKUL Sa DINGIR é, sem dúvida, uma espécie de emblema religioso, diante do qual eram feitos Jjuramentos, tomadas decisões etc. Cf. R. Harris, “The Journey of the Divine Weapon”, em Studies B. Lands-

berger, p. 217-224. 550.

Cf. BIN

551. W.

von

7,7,20-21.

Soden,

|

GAG,

|

8

182,

213

realizado. A formulação

te,-em...

Su-ur-Si-a-nim-ma

pa-nam

o

traduzida aqui por “colocai em um invólucro seguindo o estudo feito por J. Renger. 2

foi

relatório...”

N. 142

A Samas-házir, a Sin-musallim

e a seus companheiros diz:

assim (falou) Hammurabi: (Quanto aos) pastores de vacas e de ovelhas, sob a direção de Apil-Samas e Saluhum, 2/3 desses pastores tomaram posse dos campos anteriormente, 1/3 deles não tomou posse dos campos. Quando vos mandei instruções, eu vos disse para dar campos aos pastores que não tinham tomado posse dos campos. Como eu vos instruí, não expulseis de seus campos os pastores que tomaram posse de campos anteriormente. Aos pastores que não tomaram posse de campos, dai-lhes campos na proporção que vos foi dita. Entre os pastores de vacas e de ovelhas, nenhum deve comunicar-me que não lhe foi dado um campo! Aos pastores de vacas do deus Sama, que... compareceram diante de mim, eu [prometi] dar um campo, ... que não compareceram diante de mim, eu não prometi [dar um campoJ... Aos pastores de Samas, seus companheiros, [que] não compareceram [diante de mim], dai-lhes campos, [como] a seus companheiros, conforme a proporção determinada. Ao pastor-chefe Apil-Samas foi destinado, por meio de um documento selado, como seu campo de sustento,

8/9 (2) BUR de campo, dentro do campo do UGULA MAR. TU, Sissa. Vos não deveis dar esse campo a Apil-Samas! Devolvei-o aos filhos de SiSsa. Dai a Apil-Samas um campo

“como

o

(outro)

documento

campo,

à sua

escolha,

de

acordo

selado que Apil-Samas vos mostrará.

com

|

o

O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi a seus funcionários encarregados da administração das terras do palácio em Larsa, Samas-Nhãzir, Sin-mugallim e demais colaboradores, encon-

tra-se em

um

tablete

de argila

conservado

entre os tabletes da Nies Babylonian

inventário NBC

na Yale

Collection

5286. Apesar de algumas

University

sob o número

de

lacunas no reverso do

552. Cf. ]. Renger, “Temam pânam surgâm und Verwandte Ausd riicke”, JNES 27 (1968) 136-140. Na p. 136 Renger propõe a tradução “Lass den Bericht eine Hiille bekommen

(versieh den

214

Bericht mit einer Hiille)...

tablete,

a mensagem

de Hammurabi

pode

ser,

facilmente,

recons-

truída. Na carta o rei aborda a questão da distribuição de terras a três tipos de funcionários.

O primeiro grupo contemplado pelas instruções

de Hammurabi

é descrito como SIPA.MES 53 ÁB.GUD.HIA 54 à U,.UDU. HI.A > NÍG-Su a-pil-“UTU à sà-lu-hu-um: 56 “pastores de vacas e de ovelhas sob a direção de Apil-Samas e Saluhum”. Deste

grupo, 2/3 já tinham tomado posse dos campos a que tinham direito pelos serviços prestados ao palácio como pastores. Mas 1/3 desses pastores ainda não recebera nada. Nesta carta O rei instrui seus funcionários a distribuir campos a esses pastores a-na

ap-Si-te-e-em >? Sa qá-bu-ú-ku-nu-Si-im: 58

“na proporção

que

vos foi dita”. Essa distribuição deve ser feita com justiça, de maneira que os ditos pastores não precisem recorrer ao palácio. O segundo grupo de funcionários, contemplados pela missiva de Hammurabi, é descrito como SIPA.MES AB.GUD.HL.A Ja DINGIR UTU: 5º? “pastores de vacas do deus Samas” e constava certamente, de pastores a serviço dos rebanhos bovinos do templo do deus sol Samas. 50 Alguns destes pastores já tinham comparecido diante do rei e recebido a promessa de terra. As instruções do rei visam os pastores que ainda não tinham comparecido

diante dele.

Eles deviam

proporção”

de seus colegas

receber, agora,

os campos

a que

tinham

direito, de maneira egiitativa, a-na ap-Si-te-e-em: 56 “na mesma de trabalho.

553. Sobre o sumerograma SIPA, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexi kon, H, p. 507, n. 295m,2. Quanto ao correspondente acádico reú m, cf. MSL 3, p. 143,211; MSL 12, p. 121,25; AHw, p. 977. Ê xikon,

954.

Sobre

o sumerograma

557.

Sobre

o

AB.GUD,

cf. A. Deimel,

Sumerisches

Le-

III, p. 822, n. 420,22. 555. Sobre o sumerograma Us. UDU.HI A, cf. A. Deimel, Sumeri sches Lexikon, IV, p. 946, n. 494,16. Sobre a leitura USD UHA, cf. R. Borger, Assyrisch-babylonische êeichenliste, p. 183, n. 494; B. Landsb erger MSL 2, p. 30. Anm. 1. | 556. Cf. BIN 7,8,4-5. significado

do

vocábulo

acádico

apSitâm

cfr.

AHw

p. 61; CAD “A” II sub voce. Compare o uso do termo em CH, S 46. 558. Cf. BIN 7,8,15. 559. Cf. BIN 7,8,20. € 560. Sobre o deus sol babilônico Sama, cf. D. O. Edzard em Worterbuch der Mythologie, I, p. 126; E. Dhorme, Les Religions de Babylonie et d'Assyrie, p. 60s. Sobre o templo

«Larsa”, em RLA VI, p. 503, $ 4. 561. Cf. AHw,

de Samaé

p. 61.

215

em

Larsa, cf. J. L. Huot.

SR

art

O último ponto abordado por Hammurabi trata de um campo que tinha sido demarcado e destinado para [a-pil] — “UTU Ú.TÚL: 52 “o pastor-chefe 5, Apil-Samas. Esse campo estava situado li-ib-bu A.SAÃ Si-iS-Ssa UGULA MAR.TU: 54 “dentro do campo do oficial UGULA MAR.TU, Sissa”. Devido a uma lacuna existente na linha 30 do tablete, torna-se difícil determinar a

medida

do

campo

em

questão.

Foi

seguida

a interpretação

de

M. Stol5, que leu 8/9 BUR, cerca de 5,76 hectares. A orientação de Hammurabi é que esse campo seja restituído aos filhos do oficial SiSsa. Para Apil-Samas deve ser destinado um outro

campo semelhante 5, à sua escolha 57, de acordo com o documento selado que ele tem consigo. Este novo campo SUKU = “campo de sustento” de Apil-Samas.

será

o ASA

N. 143

A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: (Em relação ao) campo de Enlil-Sadusu, que ele possuia antigamente e que agora esta em teu poder, se (ainda) não distribuiste todo esse campo, faz um registro, gleba por gleba, de um campo de 20 BUR, de seu antigo campo de sustento, que agora é irrigado e que seus bois trabalham, e envia-me (esse registro). Se (jd) distribuiste todo o campo de Enlil-Sadúsu, faz, do campo irrigado que está em teu poder, um registro, gleba por gleba, de um campo de 20 BUR e envia-me (esse registro). Serd feito para ti um documento selado, de acordo com os termos da tua tábua que me enviaras, e tu lhe dards o campo. Esta carta de Hammurabi a SamaS-hãzir, cujo texto cuneiforme foi conservado em um tablete de argila que se encontra, atualmente,

inventariado

sob o número

NBC

5298

entre os tabletes

da

Nies Babylonian Collection da Yale University, apresenta um caso bem instrutivo de redistribuição de terras do palácio. Hammurabi aborda

562.

o

problema

de

um

Sobre o sumerograma

kon, II, p. 550, n. 318,171.

campo

que

U.TUL,

cf. A. Deimel,

von Soden, AHw, p p. 1445 563. BIN W.7,830. 564. Cf.

im:

fora

dado,

a

título

Sumerisches

de

Lexi-

sub voce utullum

565. Cf. M. Stol, Letters from Yale, Ab B9, p. 125, n. 195. Em BIN 7,8 linha 38, é usada a formulação A.SA ki-ma A.SA566. campo cr um como o (outro) campo”.

216 É

á

àHo4

sustento, a um funcionário chamado Enlil-Sadúsu e, por algum motivo não mencionado no texto, retomado por Samas-hãzir. O fato chegara ao conhecimento de Hammurabi, que escreve a seu representante em Larsa enviando-lhe instruções para a solução do caso. Na nova redistribuição de terras realizada pelo rei,

Enlil-Sadúsu receberá um campo de 20 BUR, cerca de 129,6 hecta-

res. 568 Mas

Hammurabi

apresenta

duas

para

possibilidades

a

aplica-se, caso o antigo campo de sido totalmente redistribuído. Nesta

solução do caso. À primeira Enlil-Sadúsu ainda não tenha

hipótese a solução do rei é: i-na A.SA

SUKU-Su

pa-ni-tim BUR

20 IKU A.SA-am Sa i-na-an-na im-ma-ak-ka-ru-ma GUD.HLA-Su “Faz Su-ut-ra-am-ma: 2 ú-ga-ri-Sa-am i-ip-pé-Su Si-ip-ra-am um registro, gleba por gleba, de um campo de 20 BUR, de seu antigo campo de sustento, que agora é irrigado e que seus bois trabalham”. A solução alternativa vale para o caso de o antigo

campo já ter sido totalmente redistribuído. Esta segunda solução é proposta nas linhas 15-18 do tablete: i-na A.SA-im ma-akri-im Sa i-na qá-ti-ka i-ba-as-Su-ú BUR 20 IKU A.SA-am ú-gari-Sa-am Su-ut-ra-am: 570 “Faz, do campo irrigado que está em teu poder, um registro, gleba por gleba, de um campo de 20 BUR”. O registro feito, em qualquer das hipóteses, deve ser enviado a Hammurabi. Na capital será feito um documento selado nos termos do registro recebido pelo palácio. Depois de receber o documento selado enviado pelo rei, Samas-házir deve proceder à distribuição

do campo.

N. 144

A Samas-házir,

assim

(falou)

a Sin-musallim

Hammurabi:



e a seus companheiros

um

campo

de 6 BUR

diz:

a Hu-

brum-rnári. 567. É este, sem dúvida, o significado da expressão usada em BIN 78 linha 39 a-me-er-ta-Su. Cf. CAD “AIM”, p. 63a. Mas cf. também AHw, p. 42, que traduz o termo acádico amertum por “Verfiigungsland”.

568. Como se pode concluir do contexto da carta, o primeiro campo atribuído a Enlil-SadúSu devia ser maior do que o novo campo. Contudo, a destinação de um campo de 20 BUR, mostra, claramente, que Enlilsadúsu devia ser um funcionário altamente colocado na escala dos funcionários reais. 569. Cf. BIN 7,9: 8-11. 570. Cf. BIN 7,9: 15-18.

217

O texto cuneiforme deste bilhete de Hammurabi

a Sin-mugalim e a seus companheiros das terras públicas foi escrito em um

da área pequeno

a Samas-hãzir,

de administração tablete de argila

que se encontra, atualmente, no Irag Museum. C. R. Gadd publicou

uma cópia deste tablete entre outros provenientes da região de Kirkuk. 1 Mas este tablete com a carta de Hammurabi é origi-

nário, sem dúvida, de Larsa e pertence ao arquivo de SamaS-hãzir.

Em sua missiva o rei ordena que seja dado a um tal Hubrum-nãri,

certamente

campo

a título

de 6 BUR,

ilkum,

por

serviços

cerca de 38,88

prestados

hectares.

ao

palácio,

um

N. 145

A Samas-hazir, a Sin-musallim e a seus companheiros diz: assim (falou) Hammurabi: Eu consultei Lú-Ninurta a respeito do campo de 7 BUR do UGULA MAR.TU Sêrum-gâmil em Kubatum. Assim ele (me respondeu): Desse campo de 7 BUR foi dado um campo de 4 BUR a Sêrum-gâmil. Um campo de 3 BUR era seu. Assim ele me falou. Não vos deveis

aproximar do campo de 4 BUR, que está em Kubatum, e foi

dado a Sêrum-gâmil. O

tablete com

o texto

cuneiforme

desta

carta

de Hammurabi

a SamaS-hãzir, a Sin-musalim e a seus colegas de administração encontra-se, hoje, em posse do Department of Semitic Languages da Universidade da Califórnia. Uma cópia do tablete foi publicada por H. F. Lutz em 1929.52 O tablete é, sem dúvida, proveniente de Larsa e pertence ao arquivo de SamaS-hazir. Hammurabi trata nesta carta

de um

campo

res, pertencente ao UGULA

de 7 BUR,

cerca

de 45,36

hecta-

MAR.TU 33 Sêrum-gâmil. Ele comu-

nica, aqui, uma consulta feita ao funcionário LU-Ninurta sobre esses 7 BUR de campo. A resposta de Lú-Ninurta é precisa.

Dos 7 BUR de campo, 4 BUR foram dados a Sêrum-gâmil. Os outros 3 BUR já eram dele. Este é, sem dúvida, o sentido da irase da linha

15:

3 BÚR

971. Cf. C. R. Gadd,

A.SA Su-am: 54 «o campo

“Tablets

from Kirkuk”,

de 3 BUR

RA

972. Cf. H. F. Lutz, Old Babylonian, Letters, UC 23 (1926) 161. P 9/IV, Berkeley, 1929, p. 326. 573. Sobre o título militar UGULA MAR.TU , cf. o que foi dito no comentário à carta n. 71. Sobre Serum-gâmi l, cf. carta n. 95.



574. Sobre a forma pronominal Su-am, cf. W. von Soden, GAG, p. 45, 218

era seu”. Hammurabi termina sua missiva, ordenando a seus funcionários, destinatários da carta, que respeitem a propriedade de Sêrum-gâmil e não retomem esse campo.

N. 146 A Samas-házir diz: assim (falou) Hammurabi: Um campo de 5 BUR ao oficial PA.PA, Ahúm, (outro) de 1 BUR e IESE a IHi-maáliki, da tropa regular, que está sob as ordens de An-Semea em Bad-Tibira, na sua cidade, dá-lhes.

O texto cuneiforme desta pequena carta de Hammurabi a Samas-hnazir foi escrito em um tablete de argila que se encontra, hoje, no acervo do Department of Semitic Languages da Universidade da Califórnia. H. F. Lutz copiou o texto e o publicou em 1929.55 Como a carta anterior, é ela proveniente de Larsa e pertence ao arquivo de Samas-hazir. Hammurabi determina, aqui, que SamasS-hãzir, o administrador das terras do palácio em Larsa, dê, certamente a título “ilkum”

por serviços

PA.PA 6, e um outro de 1 BUR

e 1 ESE, cerca de 8,64 hectares,

po

de

5

BUR,

cerca

de

32,4

hectares,

prestados,

a Ahíúm,

um

um

cam-

oficial

a um tal Ili-maliki. Desse Ili-maãliki é dito, apenas, que ele pertencia à ÉRINSY SISÁS NÍG.SU “AN-Se-me-a: “tropa regular *? sob as ordens de “AN-Semea”. Os campos estavam situados em Bad-Tibira que era a cidade desses dois beneficiários dos campos do palácio. N. 147

A... diz: assim (falou) Hammurabi: Um campo de 5 BUR, localidade. .. dentro da gleba da porta de. ..; um campo de 975. Cf. H. F. Lutz, Old Babylonian Letters, UCP 9/IV, Berkeley, | 1929, p. 327. 576. Como já foi dito acima, diversas vezes, não se sabe ao certo que tipo de oficial. é expresso pelo sumerograma PA.PA e nem qual seja o seu correspondente

577. Sobre

acádico.

o sumerograma

ÉRIN,

cf. A. Deimel,

Sumerisches

xikon, IJ, p. 758, n. 393,2,9; A. Falkenstein Die Neusumerischen kunden, II, p. 109.

Le-

Gerichtsur-

578. Sobre o significado do sumerograma SI.SA, cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, 1, p. 291, n. 112,140; A. Fal ] i usum rischen Gerichtsurkunden, III, p. 158. o a a 579. Seguimos aqui a interpretação sugerida por CAD “S”, p. 483.

219

E

mm

ei Aa

6 BUR, gleba da localidade Sama... ., dentro do de Iarhamu:

esse campo de 11 BUR dentro da propriedade de Wagarawilim, que... ...ao oficial PA... Sin-imguranni, filho de Mar-IStar, quando ele... a tropa da província inferior...

Esse campo foi dado (?) como segundo [ao] UGULA.MAR. TU? Enviai-me um relatório desse campo. Dai, além disso, em substituição a esse campo, um (outro) campo ao oficial PA... Sin-imguranni, filho de Ma-IStar. O tablete cuneiforme, em-que foi escrita a carta acima traduzida, encontra-se no Ashmolean Museum de Oxford com o número de inventário AM 1922,350. F. R. Kraus publicou uma transcrição desse texto em AbB 4, n. 166. O tablete está bastante danificado, o que dificulta enormemente a interpretação e compreensão da mensagem de MHammurabi. No começo do anverso perderam-se algumas linhas e o nome do destinatário não foi conservado. Mas o assunto tratado permite aventar a hipótese de que a carta tenha sido enviada a SamaS-házir, que era o encarregado da administração das terras públicas em Larsa durante o reinado de Hammurabi. A missiva do rei trata de dois campos que perfaziam um total campos parecem depois, por algum presentante para A.SA-im Su-a-ti:

de 11 BUR, cerca ter pertencido ao motivo, os perdeu. que dê um campo “substituição a esse

de 71,28 hectares. Esses oficial Sin-imguranni, que Hammurabi instrui seu rea Sin-imguranni, em pu-uh campo”.

N. 148

[PERDERAM-SE CERCA DE QUATRO LINHAS NO INÍCIO...] Enviei a... com a missão de confirmar os campos dos correios. De acordo com o teor da tábua de destinação que exarei e te enviei, consigna o campo dos correios. Mostra ao redúm a sua estaca. Despacha-o o mais rápido possível e envia-o (de volta). A carta acima traduzida foi conservada no tablete AM 1923,52 do Ashmolean Museum de Oxford. Como o início do tablete está quebrado, perdeu-se o nome do remetente e do destinatário. Mas

o conteúdo, o estilo e linguajar do texto leva-nos a atribuir esta carta a Mammurabi. E como ela se encontra na coleção. de H. Weld-Blundell

que

contém

textos

do

arquivo

de

Samas-hazir pode-se deduzir que o destinatário desta carta seja o mesmo das

220

outras da coleção Weld-Blundell, isto é, SamaS-házir. O remetente da carta anuncia que enviou alguém a Larsa com a missão especifica de confirmar a distribuição de campos aos funcionários 50 Na formulação UKU.US-am sí-ik-ka-as-st LU.KAS,.E.MES. “mostra

ku-ul-li-im:

ao

redim

a sua

estaca”

fim

do

do

tablete,

o termo redim tanto pode ser interpretado como um coletivo ou como sendo o superior do LÚ.KAS,.E. A expressão acádica sikkatam kullum = “mostrar a estaca” é idiomática e significa dar posse efetiva de alguma propriedade a alguém.

er

580.

Sobre

HI, ne

o sumerograma

E

222,10;

LU

KAS&..E, E, cf. Ci. À.A.

A. Falkenstein

surkunden, l , p. 127. W. von Soden, acádico lasimum por “Kurier”.

AHw,

221

Die

E

p. 539,

Deimel. , S Sumerisc ] h

Neusumerischen

:

traduz

O

RES

Gericht-

IV.

Cartas

a outros

destinatários

N. 149

A Lustamar,

a Zamama

e a Belânum

diz: assim

( falou)

Hammurabi: (Em relação a) Sin-ana-Damru-lippalis, filho de Maninum, que o inimigo capturou, dai ao seu mercador IO siclos de prata do tempo de Sin e redimi-o.

O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi foi consevado em um tablete de argila que se encontra, atualmente, entre os tabletes da Babylonian Collection da Yale University sob o número de inventário YBC 4521. A carta é endereçada a Lustamar,

Zamama e Belânum, três funcionários de Hammurabi e o tablete é, como outros com cartas de Hammurabi, proveniente de Larsa. Hammurabi aborda em sua missiva o problema de um homem chamado Sin-ana-Damru-lippalis 1, filho de um tal Maninum, que tinha sido feito prisioneiro em alguma campanha bélica do rei. Hammurabi envia instruções a seus três funcionários, destinatários da carta, para que paguem 10 siclos — cerca de 80 gr — de prata ao mercador que o resgatou no país “inimigo. Essa prata devia ser tirada do templo do deus lunar Sin. O $ 32 do “Código”

de Hammurabi determina a ordem de pagamento do resgate, nos casos em que um prisioneiro de guerra fosse resgatado por um mercador e trazido à sua cidade natal. 2 Provavelmente Sin-anal. Sobre

a leitura

Damru

para

os sinais

cuneiformes

Cf. B. Landsberger, MSL 9, p. 171. 2. O 8 32 prescreve: “Se um mercador res gatou

DUs.GAR

um redúim ou um bãirum, que fora feito prisioneiro em uma exp edição do rei e o fez retornar à sua

cidade: se ele tem em sua casa com que res mesmo; se não tem em sua casa com que Tesgatar- gatar-se, resgatará a si se, será resgatado pelo templo do deus de sua cidade; se no templo do deus de sua cidade não há com que resgatá-lo, O paláci o deverá resgatá-lo, mas seu campo, seu pomar ou sua casa não serão dados para Tesgat á-lo”,

222

Damru-lippalis exigida para o belecida no $ necessária para

não tinha em sua casa a quantidade de prata seu resgate e, por isso, seguindo a ordem esta32, o templo de Sin devia entrar com a prata o resgate de Sin-ana-Damru-lippalis.

N. 150 A... diz: assim (falou) Hammurabi: Em relação aos rapazes, sobre os quais me escrevestes o seguinte: “Que os rapazes não se preocupam com a tua palavra... ele me escreveu... ...Eles disseram o seguinte: “Os homens são nossos irmãos” Os homens... ... ...Eu Escrevi ao rei. Alem disso, por causa dos retidos e de teus rapazes, o que escrevi de Rim-Sin é verdade! Eu respondi o seguinte a RimSin: “Não é melhor que eles venham para cá do que partam para Malgúm? Se eu colocar, agora, à disposição cinco rapazes, o próximo terá medo e não partirá, então, ou para Babel ou para Malgúm? A partir de agora, quero trangiiilizá-los durante um mês e enviá-los, então, com o seu próprio consentimentoP Assim respondi a Rim-Sin e parti. Aos rapazes... O texto cuneiforme desta carta de Hammurabi foi con servado

em um tablete, de 10,5 cm x 6 cm, que se encontra no Iraq Museum

com o número de inventário IM 10633. O estado de conservação do tablete é bastante precário. Perderam-se, pelo menos, duas linhas no início, de maneira que não se sabe que m foi o destinatário da carta. No corpo do tablete há, também, algumas lacunas e, no fim, perderam-se cerca de cinco linhas. Torna-se, assim, muito difícil a interpretação do texto. A par te conservada do tablete parece ser toda ela a citação que Hammurab i fez de uma carta anterior do destinatário ao rei. Pela per da das últimas linhas do texto, não se sabe quais as providênc ias determinadas por Hammurabi para o caso em questão. Como a proveniência do texto e o nome do destinatário são desconhecido s e o próprio texto apresenta muitas lacunas, é praticamente impossível determinar, com exatidão, o assunto tratado. O motivo de Hammurabi enviar a carta é apresentado no início do texto pela frase aS-Sum sú-ha-re-[e] Sa -aS-p[u-ra-am): “por causa dos rapazes sobre os

3.

O

quais

tu

falta

de cópia do cao

o verbo

na segunda

por L. Cagni, AbB

me

no

escreveste”.3 texto

original.

O

termo

Mas

deve

acádico

tratar-se

lá que s expressão seguinte um-ma

pessoa.

8p.

Seguiu-se por isso a emenda

16 nota

19b.

223

suhãrum

de

um

erro

at-ta-a-ma sugere

do

text

i

dasnesaia

pode

signiticar

tanto

“jovem”,

“adolescente”,

“pequeno”

como

também “servo”, “empregado”. 4 A parte conservada não dá clareza sobre o que aconteceu com esses suhãru. É, outrossim, mencionado, duas vezes, na carta o nome Rim-Sin. Se o nome Rim-Sin se refere ao célebre rei de Larsa, derrotado por Hammurabi no ano 31º de seu reinado, então esta carta teria sido escri ta antes do ano 1763 a.€. N. 151 A Ibni-Sin e a Marduk-násir diz: assim (falou) Ha mmurabi: Envio-vos, agora, a tábua dos pedreiros de Sippar, que chegarão aí. Quando vires esta minha tábua...

O tablete de argila com o texto cuneiforme desta carta enc ontra-se, atualmente, no Iraq Museum com o número de inv entário

IM

11078,11.

Desconhece-se

o lugar

de origem

do tablete.

Ele é,

hoje, apenas um fragmento. Conservaram-se, com algumas lacunas que podem ser reconstituídas, somente as nove primeiras linhas do anverso. Hammurabi comunica aos destinatários da carta, IbniSin e Marduk-nãsir, o envio da tábua com a lista dos nom es dos pedreiros da cidade de Sippar.' O sumerograma SITIM$, que tem como correspondente acádico o termo itinnum 7, embora seja

comumente traduzido por “pedreiro”, ele diz, de fato, mai s do que o termo vernáculo. Ele indica o “mestre de obras”, o “construtor de casas”,

N. 152

[A Ibni-Sin]

murabi:

e a [MardJuk-násir diz: assim

Quando

virdes esta minha

tábua. mê

(falou) Ham-

4. Cf. CAD “S”, p. 231s: W. von Soden, AHw, p. 1109. 5. Sobre a cidade de Sippar e sua localização cf. R. Harris Sippar, p. 1-37.

Ancient

; 6. Cf. A. Deimel, Sumerisches Lexikon, III, p. 845, n. 44022: A. Falkenstein, Die Neusumerischen Gerichtsurkunden, HI, p. 162. E 7. Cf. sobre a equivalência SITIM = i-tin-nu, cf. MSL 5, p. 171,250. 8. Cf. CAD “I/)”, p. 296, que traduz O termo acádico por “h ouse builder” e W. von Soden, AHw, p. 404, por “Baumeister”,

224

“Maurer”.

O fragmento

de tablete inventariado

no lrag Museum

com

o

número de inventário IM 11078,14 conservou apenas o começo de uma carta de Hammurabi a dois destinatários que provavelmente são Ibni-Sin e Marduk-nãsir. Não se conhece o lugar de origem do tablete. N. 153

A Iddin-Ea, filho de Balmunamhe, diz: assim (falou) Hammurabi: Encarreguei e enviei, agora, homens para proceder a tosquia (das ovelhas) da província inferior. Coloca-te com eles e procede à tosquia. O

texto

Iddin-Ea

5,9 cm,

cuneiforme

foi conservado

que

se encontra,

desta

em

carta

um

de

Hammurabi

no

museu

tablete

atualmente,

de argila, do

a

de

um

certo

85cm

Louvre

x

inven-

tariado sob o número AO 6744. O rei comunica a Iddin-Ea o envio de homens a-na ZU.SIGA sa li-i-tim KI.TA Su-ub-qumi-im: “para proceder à tosquia (das ovelhas) da província inferior”. Hammurabi ordena que Iddin-Ea se ajunte a esses homens c participe do trabalho de tosquia.

9. lonische

bugumum,

Sobre o sumerograma ZU.SI.GA, Zeichenliste, p. 62, n. 15. Sobre

cf. CAD

“B”, p. 325.

225

cf. R. Borger, Assyrisch-babya equivalência ZÚ.SI.LGA =

belo 1. Cartas

V.

número de inventário do e lugar de publicação do arquivo

N. de inventário BM 12.812 BM 12.815 BM 12.816 BM 12.817 BM 12.818 BM 12.821 BM 12.825 BM 12.826 BM 12.827 BM 12.828 BM 12.829 BM 12.830 BM 12.832 BM 12.835 BM 12.837 BM 12.838 BM 12.840 BM 12.841 BM 12.846 BM 12.849 BM 12.852 BM 12.855 BM 12.863 BM 12.864

BM 15.329 BM

15.348

BM 15.862 BM 23.120 BM 23.122 BM BM BM BM BM

23.123 23.127 23.129 23.130 23.131

Listagem

museu

de Sin-iddinam: Lugar de publicação CIRO EENO 1 pls. LIM 1, N. 2, pl. 3 LIH 1, N.3, pl. 4 LIH 1, N. 4, pl. 5s. LIM I, N. 5, pl. 7s. LIH 1, N. 6, pl. 9s. LIH 1, N. 7, pl. 11 LIH 1, N. 8, pl. 125. LIH I, N. 9, pl. 14s. LIA I, N. 10, pl. 16s. LIH 1, N. 11, pl. 18s. CIRRIINS 127 pl 20s: LIA 1, N. 13, pl. 225. LIH 1, N. 14, pl. 24 LIA [, N. 15, pl. 25s. PIER ENDO pI 27 LIH 1, N. 17, pl. 28s. JH 1, N. 18, pl. 30s. LIH I, N. 19, pl. 32 EIRIANS 20 pi33 PINI INCZ DINA LIH I, N. 22, pl. 35s. LIH 1, N. 23, pl. 37s. LIH 1, N. 24, pl. 39s.

LIH 1, N. 25, pl. 41s. LIM

1, N. 26, pl. 43s.

LIH LIH LIM LIA LIH

1, 1, 1, 1, 1,

LIH 1, N. 27, pl. 45s. LIH 1, N. 28, pl. 475. LIH I, N. 29, pl. 49-52

226

N. N. N. N. N.

30, 31, 32, 33, 34,

pl. pl. pl. pl. pl.

53s. 55 56 575. 59-60

carta n. Í 2 3 42 4 5 6 43 7 8 9 10 11 12 13 14 15 38 16 44 45 46 47 17

18

19

48 20 49

21 22 23 24 25

|

BA 4 (1899) BA 4 (1899)

AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO

de

arquivo

inventário

8314 8315 8316 8317 8318 8319 8320 8321 8322 8323 8324 8325

er

p. 97 p. 99

55 56 51 58 59 60 =

JCS 17 (1963) p. 79 OLZ 17 (1914) p. 112 INCL ls INE |, pl. 1 MICIPRIINA 2 plo 2 Meo ant Sp! 2

Lib. 517 9648

de

Samas-hazir:

Lugar FINS6 TCL TCL TCL TCL TCL TCL TCL TCL TCL TCL TEL

de publicação 11, pl. IV 13, pl. V S, pI. 1 18, pl. Vil 12, pl. V ES pI. l 15, pl. VI 9 pI: H op pI: IX FO pI: [ FA apl: l E top: 11

DIA ZA 2 o NADA

N.

do

51 53 54

RT 19 (1897) p. 425.

JIN

2704 2705 3072

2. Cartas

36 37 39 50 40 41 52

LIH IL, N. 103, pl. 235s.

Princ. Univ. ERMITAGE

ÃO AO ÃO

20 27 28 29 30 31 32 33 34

INHAS SD! . 61 INHISO DP OZ JH II, N. 37, p OS DIB INHAS OS, DI . O4s. JH 1, N.39, p . 66s. Oss: LIH 1, N. 40, p LIH 1, N. 41, pl . TO-71 LIH 1, N. 42, pl ; 12-74 LIH I, N. 43, pl yo LIH 1, N. 44, pl . 78 UERN A po 137 CURI ENS 72; pl. 1385. LIH 11, N. 73, pl. 140s. LIH II, N. 74, pl. 1425. PIEIDENS 75, pl. |44s. LIH II, N. 76, pl. 176 CT 43,1, pl. 1 CIR CIR

BM 23.136 BM 23.144 BM 23.145 BM 23.147 BM 23.148 BM 23.152 BM 23.153 BM 23.154 BM 23.159 BM 23.357 BM 25.071 BM 26.254 BM 26.250 BM 27.260 BM 27.288 BM 27.773 BM 29.622 BM 36.284 L 1108 L 1109 L 1112

227

carta

n.

71 73 68 78 72 63 75 65 81 66 64 617

AM AM

AM

AM

AM AM AM AM AM AM

AM

1922,176 1922,260 1922,261 1922,262 1922,263 1922,264 1922,265 1922,350 1922,360 1923,6 1923,29

RCE

Nº 35, plo XV

TCL 7, N. 40, pl. XX TCL 7, N. 14, pl. V TCL 7, N. 25, pl. XII TCL 7, N. 39, pl. XIX TCL 7, N. 17, pl. VII CIETAEN: 2/8 plo] TCL 7, N. 42, pl. XXI TCL 7, N. 27, pl. XII TCL 7, N. 43, pl. XXII TCL 7, N. 20, pl. VII OECT E! N. 23, pl. VIII OECT 3, N.3, pl. II OEGT 3mN: 31, pl. X OECT 3, N.8, pl. II OECT 3, N.9, pl. III

OECT 3, N. 15, pl. V

OECT AbB 2, OECT OECT OECT

228

3, N. 10, N. 166 3, N. 18, 3, N. 1, 3, N. 25,

pl. IV

pl. VI pl. | pl. VII

PE E

82 79 69 61 84 83 86 90 97 92 93 89 96 98 91 88 94 101 76 70 95 100 74 85 99 77 62 102 87 103 80 126 106 134 111 112 118 113 146 121 104 128

ES e

CI qt; ENSE225 pl. X SIL a ENS O, pl AVI SL et, INS OSS PI: a ARGILA INE polls] SL gi EINE 2, pl. XII GI saNS 23, pl; XI TCL 7, N. 26, pl. XII Teia, INS 30, pl xd TCL 7, N. 37, pl. XVII TCE ANS 32, pl XIV CAT ENO 33; pl XIV TCL 7, N. 29, pl. XII TCL 7, N. 36, pl. XVI TCL 7, N. 38, pl. XVII TELHA ENSSL, pl XIV: TCL 7, N. 28, pl. XII TCL 7, N. 34, pl. XV TCL 7, N. 41, pl. XXI TCL 7, N. 16, pl. VI TCL 7, N. 10, pl. II

e

8326 8327 8328 8329 8330 8331 8332 8333 8334 8335 8336 8337 8338 8339 8340 8341 8342 8343 8578 8580 8581 8582 8583 8584 8585 8588 8589 8591 8595 8597 8617

mp

AO ÃO ÃO ÃO ÃO AO ÃO ÃO AO AO ÃO ÃO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO AO ÃO AO AO

AM 1923,30 AM 1923,31 AM 1923,32 AM 1923,33 AM 1923,37 AM 1923,38 AM 1923,42 AM 1923,44 AM 1923,59 AM 1923,52 AM 1923,54 AM 1923,266 AM 1923,267 AM 1923,287 AM 1923,316 AM 1923,317 AM 1923,344 AM 1923,348 AM 1923,353 AM 1923,356 AM 1923,358 AM 1923,441 NBC 5285 NBC 5286 NBC 5293 NBC 5296 NBC 5297 NBC 5298 NBC 5300 NBC 5309 NBC 5323 IM ? LM 9-1785 LM 9-2311 3. Cartas a outros 4521 10633 11078,11 11078,14 6744

YBC IM IM IM AO

=:

w3: a

f 34

A

o

Ea!

Te 2 WII]

Pa

dr tara

119 131 io 124 116 117 130 114 107 148 123 127 133 120 125 109 105 108 132 129 122 110 136 142 141 135 137 143 139 140 138 144 145 146

destinatários: YOs TIM TIM TIM TCL

2,32 11,19 11,50 11,53 17, N.

229

a

do

OECIRSNHBO PbRVI OECT 3, N. 28, pl. IX DECT SIND ZA DIZAV Ii pio avi QECT SNH2 (O E CARS TEINDAI SS DIA; DECT SF INS JA plaV; DECT SINTA pl. IX iv, DEC IS INS VEET=3, AN cad; pl. [1 INE 80, pl. XXVIII (O ECA OECT 3, N. 20, pl. VIH DECT 3 INHAZ A po yin OECT 3, N. 30, pl. IX O ECINESTINS A pl. VI OECT 3, N. 22, pl. VIH pal OECIB NG OECT 3; Nº 2 ph OECT 3, N. 5, pl. TI OECT 3, N. 29, pl. IX OECT 3, N. 26, pl. VHI OECN SN? 19 pLRVII DEC BANS Tipi BIN 7,2, pl. | BIN 7,8, pl. II-IV BIN 7,7, pl. H BIN BIN 7,3, pl. | BIN 7,9, pl. IV BIN 7,5, pl. HI BIN 7,6, pl. H BIN 7,4, pl. 1 RA 26(1926) p. 161 UCP 9/1V, N. 1, p. 326 UCP 9/1V, N. o, p. 327

63

149 150 151 152 153

VI.

Listagem

das

. Administração dos campos cartas

n. 29; 77;

18;

83;

cartas “biltum”

95;

99;

por 102;

assunto

107;

126;

137;

139,

. Arrendamento de campos cartas n. 116; 119; 120.

|

. Conservação da rede de canais cartas

n. 4; 36; 42; 54;

79;

105;

110;

134;

141.

103;

104;

- Construção e tripulação de navios n. 27;

31;

40;

43.

- Contendas por posse de terras cartas n. 5; 7; 56; 72; 84; 96; 118; 131; 133; 145. - Distribuição e administração cartas

cartas

66; 90; 117; 132; 148.

n.

l1. 12.

67; 68; 70; 71; 75; 91; 92; 93; 97; 98: 121; 122; 123; 124: 135; 136; 138; 140;

público

13.

Serviço militar

Tropas cartas

38:

149,

Recolhimento de tributos cartas n. 14; 21; 24; 30;

n.

|

de escravos

151.

Questões gerais de administração rural cartas n. 10; 13; 20; 28; 45; 49; 50; 58; 80;

cartas

115;

“ilkum”

- Questões gerais de administração pública cartas n. 12; 25; 37; 44; 53; 69; 74; 150:

10.

112;

n. 2; 8; 9; 11; 15; 16; 17; 22; 23: 26: 32: 33; 39; 51; 55; 57; 59; 81; 82; 94; 109; 151.

- Libertação carta

100;

dos campos

n. 41; 61; 62; 63; 64; 65; 76; 85; 86; 87; 88; 89; 101; 106; 108; 113; 114; 125; 127; 128; 129; 130; 142; 143; 144; 146; 147;

- Funcionalismo

o

cartas

1; 3;

19;

34;

46;

47,

de trabalho

n. 6;

18;

35;

48;

60.

230

111;

153.

52.

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EMANUEL BOUZON

Neste livro são editadas, com introdução histórica e comentários filologicos, as 153 cartas - todas até hoje conhecidas - do rei Hammurabi, fun-

dador da primeira dinastia babilônica, que reinou entre os anos

1 /92-

1750 aC. A tradução apresentada foi feita diretamente do texto cuneiforme, cujo original foi conservado em tabletes de argila espalhados, hoje,

em diversos museus da Europa e dos EUA, Estas cartas são, em sua

maioria, dirigidas a Sin-iddinam e Samas-hazir, dois altos funcionários da

administração hammurabiana na provincia de Larsa.

Sua temática é

politico-administrativa e abrange uma gama bastante diversificada de assuntos, como problemas de irrigação, de navegação, de administração de terras, de distribuição de lotes em pagamento por serviços prestados,

casos de disputas acerca da posse de campos, tributação, serviço muli-

tar, problemas de administração pública etc... Como documentos que

surgiram, espontaneamente, de necessidades e problemas concretos do

dia-a-dia, elas dão uma contribuição inestimável ao estudo da história da

ali

ile: Ro pede: Lie

Suas informações são, sem dúvida, mais objetivas do que por exemplo a das inscrições reais, muitas vezes tendenciosas e impregnadas de ideologia palaciana. Elas ajudam, além disso,o leitor a conhecer melhor a per-

sonalidade polarizante e a liderança indiscutivel de um rei que se mostra sempre preocupado com a justiça e o direito em seu reino, bem como com o progresso e a prosperidade de seus territórios.A correspondência

daquele que foi, sem dúvida, a maior figura de monarca do Oriente Antigo, representa um instrumento de trabalho obrigatório para quem quiser estudar a Babilônia, e suas instituições politico-sociais, durante O sec.

EAMIIIRE (es

O Autor: Emanuel Bouzon e professor titular da Pontificia Universidade

Católica do Rio de Janeiro. Estudou filosofia na PUC/RJ, Ciências Bíblicas e Orientais no Pontifício Instituto Biblico e Oriental de Roma, Assiriologia, Egiptologia, Semitística e História Antiga na Westfálische Wilhelms — Universitát de Múnster/Alemanha. Prophetenkorporationen in Israel sos trabalhos científicos no campo Antigo, entre os quais as primeiras

Doutorou-se em 1969 com a tese "Die und im allen Orient. E autor de diverda assiriologia e da história do Oriente edições brasileiras do Código de Ham-

murabi e das Leis de Eshnunna. traduzidas diretamente do original cunelforme.

PA ca