A boa-vida: visita guiada às casas da modernidade


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A boa-vida: visita guiada às casas da modernidade

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lõaki Abalos

A boa-vida t

Visita guiada às casas da modernidade

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«, até adquirir uma influente presenÇa virtual. Não se trata, poftanto, de uma casa materia-

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lizada, de um arquétipo que foi se formando no espaÇo cotidiano da vida

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e da cidade, mas, em grande medida, de um constructo mental: a casa

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reprimida pelos fatores que compÕem essa realidade cotidiana, a

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casa que, com sua mera presença latente, coloca em questão a compacidade e a coerência objetivistas com as quais essa realidade se nos

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apresenta como algo concluso

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tangilvel. Não obstante, deve-se

advertir, desde o início, que tudo o que existe potencialmente, existe na medida em que sua virtualidade é suscetÍvel de atualização, que o fato

de que esta casa habite hoje na realidade virtual não apenas não a distancia do cotidiano, mas também lhe confere uma posição que talvez lhe permita atuar sobre o espaÇo dos fenômenos tangíveis, da r:ealida-

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de cotidiana, com maior precisão e capacidade descritiva. Esta casa virtual pode ser um instrumento para se elucidar, e, se sê quiser, para

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se criticar o que se tornou a domesticidade nesse fim de século. Visitar esta casa é, em si mesmo, um ato problemático: não são apenas

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as possibilidades de existência da casa como lugar de uma privacidade

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inocente o que se questiona nesta visita, mas também a pertinência das práticas sociais, materiais e de proleto que a tornam possÍvel: é tanto a

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instituição da família, quanto a da arquitetura - definitivamente o "lugar feliz" - o que, a partir da ótica pós-estrutural, passa a estar sob sus-

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peita, demandando uma "sacudida estrutural".

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Para tornar visÍvel, passÍvel de visitação, a casa deste sujeito "pós-humanista", não invocaremos, como fizemos em relação aos outros

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arquétipos, um ou dois exemplos marcantes, mas um sem número de

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dos, por trem, como presente de um antigo pretendente de sua mulher.

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referências, uma constelação de casas que, em sua diversidade mesma, evidenciará a alteridade e a multiplicidade próprias deste modo de pen-

como uma celebração de seu casamento. Em One Week (1920), um dos primeiros curtas que protagonizou, Buster Keaton tenta, de todas as formas, levantar a casa pré-fabricada cujos componentes lhe foram envia-

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rci ll x) crn ambientes acadêmicos americanos e

por obra do pretendente, os códigos de identificação dos componentes

rrllrrrrn rlercadas do século xx, até adquirir uma Ir r. rl N; rr i se trata, poftanto, de uma casa materia-

enviados haviam sido alterados, não coincidindo com os do manual. Ainda que logo fique evidente a ocorrência de algum erro, Keaton não

Íoi s:e formando no espaço cotidiano da vida

tem alternativa alguma, nenhum outro modelo de pensar que possa opor

(lrirr(kr rleldida, de um constructo mental: acasa r (luo compõem essa realidade cotidiana, a r li rt i r I )r{ )rjenÇa latente, coloca em questão a com, r, r oI rlclivistas com as quais essa realidade se nos

ao do manual, e, assim, procederá cegamente a uma construÇão maquÊ

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Assim, então, não apenas a casa, mas também o casal, que sobre ela

o que existe potencialmente, existe na

projeta suas ilusões de uma domesticidade feliz, dissolvem-se, eviden-

r; rlir L tr le e suscetível de atualização, que o fato lr, Itojo nir realidade viftual não apenas não a dis-

ciando-se os vínculos estreitos entre a incapacidade de opor estratégias

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vés dessas práticas materiais, neste caso, a família, ou o casal.

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nica, cujo resultado final será uma cruel metáfora do futuro do casal e da instituição da família em nossos dias. Finalmente, depois de incontáveis peripécias, a casa será destruída pelo mesmo trem que a havia Lrazido.

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):pltÇo dos fenômenos tangÍveis, da realidar,rior 11111;icao e capacidade descritiva. Esta casa rr ,lrrrrrrcr rto para se elucidar, e, se se quiser, para )r(

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rrr;r rrtcllTtr), um ato problemático: não são apenas ,\ r;l()r lcilr cJit casa como lugar de uma privacidade

materiais alternativas e a crise das instituições que se consolidam atra-

Há, sem dúvida, uma similitude entre Keaton e Tati, na maneira como

ambos parodiam a dificuldade de sobrevivência do sujeito tradicional no mundo contemporâneo. Porém, enquanto a casa de monsieur Hulot, seu espaÇo doméstico, é, integralmente, uma alternativa à dos Arpel, Keaton não só renuncia a todas as alternativas, mas é e se sente

;lr,I I I r tosla visita, mas também a pedinência das

incapaz de opor qualquer logica compensatória, aceitando os erros como uma parle da norma e habitando a impossibilidade mesma de se

r: i lo projeto que a tornam possível: é tanto a rlo lr r1:r arquitetura - definitivamente o "lugar 1r rr rlr r olicit pos-estrutural, passa a estar sob sus-

construir uma casa convencional. Alterações para uma casa suburbana (1978) é o tÍtulo de uma proposta, nunca executada, de Dan Graham, em que uma típica casa subur-

iiria estrutural". ,,rrrvcl rlc visitação, a casa deste sujeito "posr.( r; r { )r r r( x l, como fizemos em relação aos outros

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rkis marcantes, mas um sem número de casas que, em sua diversidade mesma,

semelhante à que Keaton deseja construir

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experimenta uma transformação radical: a fachada frontal é substituída por um grande

pano de vidro - gerando uma imagem a meio de caminho entre Lewittown e um pavilhão moderno -, e, em um vão, é instalado um espelho contínuo. A casa, seus habitantes e hipotéticos espectadores, vêem, assim, radicalmente modificadas suas relações: o que antes era

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privado passa a ser público; o espectador, incorporado à cena domésti-

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ir rr rrrlliplicidade proprias deste modo de pen[ ( )r r los com a casa que um Buster Keaton , . r .. r, l, , , l, ,sejâ construir, para seu par e para si. I'

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cujos componentes lhe foram envia-

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um antigo pretendente de sua mulher.

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chega um manual de instruções, mas,

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142

ca através do espelho, passa a participar da privacidade do habitante, destruindo-a; desmancham-se os limites entre

o privado e o

público,

e onde está, cada um. - hipotetiaos quartos e banheiros -, onde pode continuar

tornando-se impossí'vel distinguir quem é,

O habitante da casa, contudo, ainda tem um segundo setor

camente destinado vivendo uma intimidade convencional. Não obstante,

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o que se faz,

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\ Dan Graham. Alteração de uma casa suburbana. lmagem da maquete, 1978. s.. L-

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aqui, é denunciar a dissociação que o sujeito experimenta ao viver, sob duas formas tão profundamente diferenciadas, um

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mesmo espaÇo doméstico. A proposta de Graham pode ser entendida como uma encenação realista do sujeito contemporâneo, ao mesmo tempo

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invasor e invadido em sua intimidade, estrangeiro sempre. E é

também uma técnica de proleto em que se opta por uma intervenção restrita à manipulação de linguagens e elementos

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formais já dados: o trabalho do artista consiste em apresentá-los de forma que o que não é visí'vel - visualmente e ao pen-

samento, e, por isso, aos olhos -, uma vez desconstruído ou descontextualizado, torne-se evidente. Todas as pautas e gradaçÕes do público ao privado, através dessas leves alterações

-

virtuais, sugeridas apenas

o microcosmo de

I

regulações

-,

reveladas, sublinhando-se

e codificações que o âmbito

doméstico estabelece para o sujeito contemporâneo. Há mais de uma coincidência entre as casas de One week e Alterações para uma casa suburbana e duas casas projetadas

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por dois arquitetos singulares no final do século >«: a House Vl, 7o

construíCa por Peter Eisenman em Washington, Connecticut (1972-1975), e a casa que Frank Gehry fez para si mesmo, em

de uma casa suburbana, tmagem da maquete, 1978,

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Santa N/onica, Los Angeles (1977-1978). Se as janelas de Keaton saem da altura do teto e são distorcidas, se não há

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porta, e o telhado está pela metade, se as escadas não levam a lugar algum e o alpendre pode se desmanchar num sopro, pra-

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ticamente todos esses elementos encontram-se revisitados nas ]M

duas casas, aqui como lá, construídos com a mesma Íé no cará-

ter fatalmente determinista do processo mecânico que induz a essa configuração. Enquanto em Gehry encontraremos analogias mais explicitamente formais e "construtivas", em Eisenman

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as semelhanças serão de caráter mais processual, e, por isso, mais precisamente referenciadas a Dan Graham. Eisenman agirá

ao mesmo tempo como o construtor iludido e como o perverso subversor de normas: as escadas não conduzem a parte alguma, uma coluna suspende-se no ar, a copa é recortada por uma outra incômoda coluna, que fica ali como um convidado indesetiltililfltflt

145

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jável, as camas do casal encontram-se separadas por um grande fosso

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no piso do quarto principal... O trabalho do arquiteto, nesta casa, torna-

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-se claramente esquizoide. De um lado, vale-se de uma série de conhecimentos - em especial todo o legado sintático da modernidade - para que

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a casa possa ser construída; de outro, como Dan Graham, converte-se

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que se convertesse neste agente cuja única capacidade de expressão

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consiste precisamente em sua incapacidade, tanto para opor resistência

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às normas, quanto para, com êxito, desenvolvê-las? Este personagem, sem dúvida, é um dos que mais tem interessado ao pensamento con-

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temporâneo; é nele, com maior ou menor precisão, desde Foucault, que têm pensado os principais críticos pós-estruturalistas Íranceses -

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Blanchot, Deleuze e Guattari, Lyotard, Derrida. Suas páicas materiais e sua instalação no mundo são objeto de estudo e de investigação nas

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melhores academias de arquitetura, como reflexo do prestígio alcançado

pelo pensamento pos-estruturalista, um fenômeno que somente multo

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parcialmente será descrito sob a epígrafe "desconstrutivista", ainda se o

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resultado obtido por Keaton, não por casualidade, remeta-nos instanta-

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neamente a esta corrente do pensamento. Se queremos conhecer sua genealogia, teremos que nos reÍerir à "mor1e do sujeito", enunciada por Foucault em Ás palavras e as coisas como um eco de Nietzsche que,

monte do sujerlo

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agora, porém, problematiza a idéia mesma de sujeito em que se fundamenta toda a experiêncra da modernidade, desde o humanismo clássico. lVlichel Foucault, partindo de uma metodologia de análise baseada na "filosofia da suspeita" nietzschiana, perscrutou os modos através dos

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quais os saberes das novas ciências humanas constituem-se em instrumentos das relações de poder, e o conhecimento adquirido através do

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desenvolvimento das ciências humanas, em seu arco clássico, resulta em

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novas formas de dominação e crueldade, em última instância, como o

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maquínica, do que em todos os discursos consoladores, do que em todas as reconstruções do sujeito que a filosofia intenta. O que ocorreu com o sujeito normal - o que submete-se à norma

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em um comentarista crÍtico radical, cuja principal incumbência é questionar toda a convenção institucionalizada - a comeÇar pela figura mesma do arquiteto e pela arquitetura. Peter Eisenman imita Keaton, convencido de que há mais verdade e mais "espírito dos tempos" em sua atitude

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oncontram-se separadas por um grande fosso

reduzidos a nada mediante esse processo de intensificação dos vínculos entre os saberes e o poder, O homem 1á náo é mais um indivíduo livre e

iloi[)a|.." O trabalho do arqurteto, nesta casa, torna-

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lo. De um lado, vale-se de uma série de conhecir :ir rl lor lo o legado sintático da modernidade - para que

central, que cria e constrói à sua imagem e semelhança: é um produto

IrlruÍda; de outro, como Dan Graham, converte-se

portamento estão submetidas à vigilância. Já não existe harmonia entre corpo e razáo. O corpo foi "reificado", coisificado, convertido em objeto,

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social, funcional a determinadas relaçÕes de poder, cujas pautas de com-

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lrrilt:tura" Peter Eisenman imita Keaton, convencido

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lorios os discursos consoladores, do que em todas

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jc e mais "espírito dos tempos" em sua atitude

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incapaz de qualquer ação individual alheia às necessidades do Estado.

O sujeito jâ não é mais um produtor individual de significados, mas, sim, um conglomerado heterogêneo, com perfis desvanecidos, um movimento, uma "entidade variável e dispersa, cuja verdadeira identidade e cujo

atitude

verdadeiro lugar constituem-se nas práticas sociais", tal como N/ichael

clue a filosofia intenta.

para

Hays descreveu em seu l\/lodernism and the Posthuman Subject (1992).

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Algo que somente pode ser enunciado no plural, como multiplicidade.

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o que submete-se à norma

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Assim Blanchot escreve, em palavras mais belas, a proposito da morte do homem foucaultiano: "o sujeito não desaparece: é a determinação da sua unidade que é problemática, já que o que suscita o interesse e a investi-

corr êxito, desenvolvê-las? Este personagem, r riori rlue mais tem interessado ao pensamento con) l)i rrir,

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gação e precisamente a sua desaparição (ou seja, esta nova maneira de

ou menor precisão, desde Foucault, que pr irropais crÍticos pós-estruturalistas Íranceses -

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ser que consiste na desaparição), ou mesmo a sua dispersão, que, embo-

c )uirttari, Lyotard, Derrida. Suas práicas materiais e rrrrrrxlo são objeto de estudo e de investigação nas

ra não chegue a aniquilá-lo, não nos oferece dele mais do que uma plura-

rr r rio arquitetura, como reflexo do prest(gio alcançado

Este retrato do sujeito contemporâneo como uma "nova maneira de ser que consiste na desaparição" adquire, no pensamento contemporâneo,

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lidade de posiçÕes e uma descontinuidade de funçÕes."

1x»; o:;lruturalista, um fenômeno que somente muito r lr:r;crikr sob a epígrafe "desconstrutivista", ainda se o

distintas formas: o parasita de Derrida, os nômades de Deleuze e Guattari,

ou a figura do vagabundo em Lyotard, entre outros, representam este retraimento ou marginalidade do pedildo sujeito contemporâneo.

xrr [(cirlon, não por casualidade, remeta-nos instanta;or

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tonlr) do pensamento. Se queremos conhecer sua

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referir à "mofte do sujeito", enunciada por

morte do

Quando Derrida usa analogias arquitetônicas para descrever sua atividade "desconstrutora", ele o faz basicamente por meio de duas figuras: a

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r; lovlrs ciências humanas constituem-se em instrurlo Jroder, e o conhecimento adquirido através do

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do edifÍcio e da estrutura da metafísica, e a do "parasita", que representa o objeto e o sujeito de seu pensamento. Através da primeira imagem, propõe um programa - "escavar sob o cimento do edifício da metafísica..."

-

formulado explicitamente como uma prolongação do iniciado por

Heidegger, enquanto com a segunda, the para-site, o que está fora do sÍtio

-

outra imagem topologica

-,

descreve a atitude, o procedimento, a

e crueldade, em última instância, como o

mecânica desconstrutiva que, como no caso de Keaton e de Graham, não oferece qualquer alternativa, desenvolvendo-se como pura crÍtica,

o homem do renascimento, foram

como desconstrução. Entendido como modelo, o parasita é o intruso

r; ci0r rr;ias humanas, em seu arco clássico, resulta em

,l,rr rrir rr« adverte-nos contra essa excessiva fascinação. Encontrar o lugar da crÍtica, a forma com que o arquiteto concebe a si mesmo dentro desta mecânica de pro-

jeto é, ainda hoje, algo difícil de se buscar. Os proletos e os textos de 161

Ç Peter Eisenman e de Greg Lynn, entre outros, ainda buscam uma reubiquação dos processos, dos resultados, e da responsabilidade (ou papel)

il' l,l Itlt rl,

do arquiteto (ver, neste sentido, "Procesos de lo instersticial" e "Una conversacion" em El Croquis, n. 83, 1997). Poder-se-ia dizer, então, que a

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casa pós-humanista implica em um comportamento maquínico do arquiteto, que já teria encontrado o seu sujeito, seu modelo urbano, material

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e espacial, seu sistema operativo, mas cuja acertação completa, contudo, implicaria, por sua vez, na negação de uma finalidade essencial, numa "randomizaçâo" na conduta do arquiteto, dedicado a destruir a

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aparência de um mundo do real e do possÍvel paraÍazer proliferar formas

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distintas de materializar o incorporeo, sem outra possível finalidade que

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não "descobrir o que está reprimido pelas convenções ou normas em um

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momento dado". Não é fácil concluir esta visita. Em primeiro lugar, porque é difícil fugir à sensação de que não fomos bem recebidos nesta casa, de que é difícil entrar nela, "possuÊ|a". Em segundo lugar, porque, ainda que seja

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fácil, não é reconfortante darmo-nos conta de que essas sensaçÕes

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não são casuais, mas integram a existência parasitária deste nômade. Não possuir, não habitar nenhum espaÇo de intimidade, não se submeter às pautas existenciais da "boa educação" seriam, praticamente, seus sinais de identidade. N/ais do que isso, porém, depois de obser-

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var essa caricatura da casa tradicional que é a intrepidez de Keaton ou

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a alteração de Grahan, esses Paos que, embora voluntariamente se formalizem como alheios à ordem instituída, simultaneamente a incorporam e a controlam, ou aquela mesma pirueta geométrico-labiríntica

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(l|r' l' rll l,,l r. :

da casa virtual na qual ninguém chega a poder "estar", que é puro devir,

damo-nos conta de que em todos estes proletos de casa há um esforço extra de provocar, de produzir um estranhamento, de se apresentar como uma atitude deliberada de negação de qualquer poss'rvel

Itrlll lllltrl

imagem unificada ou totalizadora. Como se houvessem sido pensadas

contra, violentando outros arquétipos e seus paradigmas até transformá-los em caricaturas de si mesmos. Sabemos obviamente que é assim, que tal é, em essência, a dinâmica desconstrutivista, que nesse objetivo de estranhamento há um delibe-

l,,rrt,,

estranhamento

rado intento de forçar um questionamento dos valores, manifestos ou latentes, pelos quais a vida cotidiana tende a se regular, que, em última 162

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r Iyr rr, onlre outros, ainda buscam uma reubit lt r: ; rcr;r rllirdos, e da responsabilidade (ou papel)

instância, esta forma de pensar a casa contém um proleto liberador frente à violência pública e privada, ainda que a custo de um questro-

"l)rocesos de lo instersticial" e "Una con[]ll, 1997). Poder-se-ia dizer, então, que a

namento mesmo do sujeito ou de sua extrema banalizaçáo. A casa

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pós-humanista não abriga nenhuma intimidade, nenhuma forma perdurável de conforto, nenhum consolo. Não é um refúgio da cidade gené-

comporlamento maquíntco do arquiIr;rrkr o l;ctt sujeito, seu modelo urbano, material r o1 xrr;rlivo, rnas cuja aceitação completa, contuI rltr :r r cr r r r rrr r

rica, mas um posto de observação, em suma, um breve deter-se no

caminho. Não se trata, porém, de uma mera enteléquia intelectual; trata-se, ao contrário, de abordar, com Írio entusiasmo, questÕes que o tempo vai tornando mais e mais evidentes, relativas ao meio que o desenvolvimento econômico e cientÍfico vai construindo ao nosso redor. Nesse sentido, apesar desse estranhamento figurativo, ou precisamente em função dele, ninguém pode se sentir totalmente alheio a esta forma de pensar, construir e habitar. Todos vamos nos tornando nômades e parasitas neste modelo de cidade, todos somos um_ pouco Keaton, um pouco mulher nômade, em nossa forma de viver e em nosso trabalho. Este texto mesmo é um projeto que se construiu

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rregação de uma finalidade essencial, rr; r r:or rthrta do arquiteto, dedicado a destruir a , , r lt r rr l rl er c1o possÍvel parafazer proliferar formas

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Lr" I rrr segundo lugar, porque, ainda que seja rrlrr rltrrrno nos conta de que essas sensaÇÕes

parasitando valores

outros constróem e habitam, quiçá em sua fantasia. Tudo o que nele se conta pode ser descrito, até certo ponto, como uma desconstruçào de seus valores; ao fim e ao cabo a desconstrução não ó outra coisa senão uma Íorma de análise lingüística crÍtica. Não se pode pensar esta casa à margem de nos mesmos. tVelhor será pensá-la como uma forma de habitar que está antecipando uma topologia global frente ao

rlr:rlrrrr a existência parasitária deste nÔmade. l;rr rrcr rlrrrrn espaÇo de intimidade, não se subrr

Ilr "boa educação" seriam, praticamente,

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Ir N,4rrir; tlo que isso, poróm, depois de obserr lrr rr licional que é a intrepidez

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de Keaton ou

i:í)r; l)aos que, embora voluntariamente se r, ,: ; ;r orrlonr instituÍda, simultaneamente a incorr,

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teritorio segmentado das culturas tradicionais, uma forma de habitar que questiona os limites e fundamentos do público e do privado. Esta forma de habitar que opera sobre a convenção da cidade moderna - nas dobras da arquitetura moderna - pode ser entendida não como uma

,r r rrrlrrclir mesma pirueta geométrico-labirÍntica rrir tr lrrcnr trt l,rr

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poética de um gesto fundador. As decisÕes de projeto afetam todo o pro-

PerStr)or

cesso e todas as pessoas envolvidas no processo construtivo. A partir

Criadot

desta concepção, o arquiteto pragmático assume um compromisso com a

de geti tt lr,

sociedade que não passa pelo messianismo social moderno. O catálogo é sua ferramenta, o que parece óbvio se pensamos, por exemplo, nos

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Eames ou em De la Sota. Não se trata de um trabalho de "invenção", mas

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-tr grandes dimensões pré-fabricados, tudo de fácil montal tempo, obtém-se qualidade e se obriga a formas talvez quitetura. Avistar o mar de todas as casas, propiciar inti-

de "intenção": trata-se de dirigir os produtos elaborados pela sociedade a novas e insólitas aplicações, resgatando-se, assim, uma dimensão crÍtica ao fazer arquitetônico. Trata-se também de um diálogo com o presente, com o que está aí, "tal qual", esperando ser olhado como algo capaz de

as elas. Pensou-se numa casa aberta, que convertesse o

por buganvílias, tre-

suscitar emoção e beleza. A desejada falicidade, a desdramatizaçáo da tarefa do arquiteto induz a algo mais do que uma certa limpeza dos deta-

naterialidade pragmáticas encontram-se admiravelmen-

lhes, tão do gosto minimalista: não é a limpeza, mas a simplicidade e a economia de esforços - como uma extensão da facilidade a todo o pro-

Tr, em uma autêntica casa, coberta

cre elas, o mirante-solário."

neste texto; aí se arrolam todos aqueles aspectos já

a

cuidadosa manipulação do território, as técnicas lcilidade e a agilidade, o uso do passado para informar esde lVies van der Rohe até a tradição autóctone -, o nático, a ativação do ar, a arquitetura como acondicio3 como superobjeto. Para quem - como nós - pôde se

cesso

-

o que se propugna. A construção é o momento da solidariedade,

da libertação do sofrimento _Os prlgmáticos não têm y_erdaleg Í111da menlqqg 4 {efgndq', nao--|}á o qqg sg sacrificar por algo mais or§inal ou final; é ao se reduzir o sofrimento, ao contribuir para a sua redução, que se pode desenvolver um trabalho progressivo efetivo. Somente o trabalho a partir dos aspectos técnicos criativos proprio a esta atituOe permite o

a elas, foi fantástico desfrutar da sua fé na manipulação

na técnica industrial justamente no momento em que

desenvolvimento de uma estética especlficamenle pgg1náliga.

naldiçoadas. Deleite ainda maior, porém, proporcionava l o uso intencional das técnicas industriais imprimia ao

Esta perspectiva solidária implica em uma simplificação e agilizaçào construtivas que conduzem a uma peculiar "fenomenologia da imate-

trutivo: ali onde antes havia a emoção do esforço, do nsão épica da obra, surgia o prazer da facilidade, da esforço físico pelo esforço intelectual, da anulação de

facilidade

fenomenologia da ímaterialidade

rialidade". N/ais precisamente, poder-se-ia dizer "quase imaterialidade", pois é nesse "quase" que reside o vínculo entre a arquitetura - construção de experiências físicas reais

-,

e o atual desenvolvimento tecno-

a

- mais ou menos indisfarçável - por qualquer indício O pejorativo "fácil" resultava substituído pelo pejorativo

logico. Como De la Sota encarregou-se de expressar em outro de seus paradoxais aforismos, trata-se de alcançar "o mais nada possÍvel", um

muscular do atleta, pelo ágil vôo da bailarina. 3mático é, sobretudo, aquele que dá voz à convenção, limensão poética do aqui e agora, capaz de descontex-

irônico manifesto sobre o uso da técnica em relação a uma possÍvel estética pragmatista. Nada de conhecimentos exaustivos: o construtor

ido e de Íazé)o adquirir o brilho da poesia. A insistência nateriais, tanto construtivos, quanto referentes à manitório, deve ser interpretada sob esta ótica: não é aban-

spectos mais rotineiros da disciplina que podemos nas, sim, reconhecendo nesses aspectos toda a força esto fundador. As decisões de projeto afetam todo o proN pessoas envolvidas no processo construtivo. A partir

:, o arquiteto pragmático assume um compromisso com a tão passa pelo messianismo social moderno. O catálogo a, o que parece óbvio se pensamos, por exemplo, nos e la

Sota. Não se trata de um trabalho de "invenção", mas ]BB

pragmático é precisamente o que não se enreda em detalhes, pois não necessita deles, é o que consegue reduzir os materiais e a construção a poucas e simples operações de encaixe entre sistemas compatÍveis. O procedimento a princípio paradoxal do De la Sota construtor - a prâtica inexistência de detalhes - é a chave que nos permite compreender a importância da idéia de "sistema" no pensamento pragmático. Esta perspectiva substitui

a concepção tradicional do construtor pela

de

criador de sistemas, de conjuntos de elementos capazes não apenas de gerar uma ordem lógica em suas relações internas, mas também de

manter suficientemente em aberto tal ordem, para permitir o surgimento da surpresa e da contradição. Como as regras de um jogo, um bom sistema mede-se tanto por sua economia, quanto pela abertura 189

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que promove, por seu grau de indeterminação. É no jogo, pois, onde se origina o desenvolvimento criativo. Podemos já pensar na vigência da casa pragmática, desfazendo momentaneamente o feitiço das Case Study Houses e das casas de

baseado no l)r(" ' ,'i. condição já tt; t, , lr, t, ,,

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Alcudia para estabelecer a sua atualidade no panorama cultural contemporâneo. E podemos Íazé)o sem nos distanciar de Los Angeles, apenas recordando sua viva presenÇa nas arquiteturas residenciais de Frank

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páginas ao falarmos da casa pós-humanista e do /or?: todo o seu trabalho residencial pode ser compreendido - e assim tem ocorrido em nume-

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O. Gehry inclusive nos dois exemplos já mencionados nestas mesmas

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como uma mostra da vitalidade daquelas experiências dos anos cinqüenta, como uma nova interpretação desta idéia de sistema e de jogo, a partir de uma particular habilidade para abrir e deslocar

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os sistemas e patentes comerciais mais econômicos até fazê-los expres-

COnduzir íl : llrrl 1,, r', i.'

sar condições sociais e estéticas atuais. Geralmente este jogo é obtido mediante a atomizaçáo do esquema extensivo, mas compacto, proprio

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às Case Study Houses, e a busca intencional de "diÍerenças" - geométricas, figurativas, materiais, de escala - frente à atração pela ordem e pela uniformidade que ainda nos anos cinqüenta mostrava-se presente. A obra de Gehry permaneceria inexplicável se não se atentasse para este

rico patrimônio que ele herdou e transmitiu a novos paradigmas espaciais. Uma tradição, ou, melhor dizendo, um método e uma atitude que

também sem dúvida informam a produção de arquitetos contemporâneos, tais como Toyo lto e Kazuyo Sejima, em que se pode aferir,Ialvez melhor do que em nenhum outro, como as novas condiçÕes técnicas e sociais, assim como a emergente sensibilidade ambiental, resultam na redescrição de idéias como "agilidade" ou "sistema". Seus proletos, e não apenas os residenciais, desenvolvem-se a partir do questionamento

iSSo,

tanto da "imaterialidade" das tecnologias informáticas, quanto das novas concepções, plásticas e cientíÍicas, referentes à natureza. De novo,

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como em De la Sota, emerge o tema dual do método pragmático: técnica e nalureza, ainda que agora com conteúdos próprios a uma outra época, adaptados, como a propria filosofia pragmática, à idéia de mudança. Na S/ver Huf que Toyo lto construiu em Tóquio (1984), ou nos dormitórios em Kumamoto, para

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Companhia Saishukan (1991), de

Kazuyo Sejima, há uma vontade não apenas de construir um sistema 190

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baseado no presente efêmero, mas também de impulsioná-lo a uma condição já náo ligeira

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pensar na vigência

da casa pragmática,

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rente o feitiço das Case Study Houses e das casas de stabelecer a sua atualidade no panorama cultural contemJemos fazé1o sem nos distanciar de Los Angeles, apenas ra viva presenÇa nas arquiteturas residenciais de Frank

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rsive nos dois exemplos já mencionados nestas mesmas

lrmos da casa pós-humanista e do loft: todo o seu trabapode ser compreendido

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mização do esquema extensivo, mas compacto, próprio 'Houses, e a busca intencional de "diferenças" - geoméas, materiais, de escala - frente à atração pela ordem e

auto-suficientes

lde que ainda nos anos cinqüenta mostrava-se presente.

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ry permaneceria inexplicável se não se atentasse para este

modo que tanto a ico-

das como superobjetos - "colheitadeiras, tratores, ou

r que ele herdou e transmitiu a novos paradigmas espalição, ou, melhor dizendo, um método e uma atitude que

nografia como

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temas de agrupamento tradicionais abrem pas-

dúvida informam a produção de arquitetos contemporâo Toyo lto e Kazuyo Sejima, em que se pode aÍerir,Ialvez

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experimentos

em nenhum outro, como as novas condiçÕes técnicas e

espaciais e ornamentais

como a emergente sensibilidade ambiental, resultam na r idéias como "agilidade" ou "sistema". Seus projetos, e

que as aproximam da lógicado consumo. Com

residenciais, desenvolvem-se a partir do questionamento

isso, são estabelecidas relações entre técnica e natureza que respondem

vialidade" das tecnologias informáticas, quanto das novas

a transÍormações evidentes nas práticas culturais e materiais do sujeito

:lásticas e à la Sota, emerge o tema dual do método pragmático: reza, ainda que agora com conteúdos próprios a uma

contemporâneo. Como explica a memória do proleto: "As casasAH são,

cientÍficas, referentes

natureza. De novo,

daptados, como a própria filosofra pragmática, à idéia de )ilver Hut que Toyo lto construiu em Tóquio (1984), ou nos

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Kumamoto, para

a Companhia Saishukan (1991),

de

r, há uma vontade não apenas de construir um sistema 190

técnica e natureza

diante da casa tradicional, aquilo que é o Swatch diante do relógio de pêndulo: não somente uma mudança tecnológica, mas a constatação de uma mudança de hábitos, da forma de relacionar-se com as coisas. Um produto da cültura material contemporânea. Baseia-se na modificação do conceito de durabilidade associado ao de economia na produção industrial: a introdução de um produto investido de seriedade 191

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cultural na lógica do consumo. ltzlas não se trata de disfarçar a má tecnologia, nem de apressar a obsolescência. Na realidade, é tão ou mais tecnologico que muitos produtos sisudos e de aspecto científico, e sua

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com uma nova concepção de tempo."

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Sem dúvida, poderíamos visitar muitas outras experiências e projetos contemporâneos nos quais a imaginação pragmática aplica-se a uma

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redefinição das relações entre técnica e natureza, tanto através dos aspectos figurativos como dos propriamente ambientais. A construção de "sistemas" não se encerra na materialidade tangÍvel, pois também

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se questiona, aí, o ar como material técnico de construção. É, de fato, este questionamento do conforto ambiental o traço que mais diferen-

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cia a atitude pragmática das demais casas visitadas aqui, um traço que

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se definirá, em algumas ocasiões, com uma atenção maior aos sistemas energéticos mecânicos, e em outras, especialmente a partir da

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é uma palavra associada etimologicamente à palavra

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(orkos): envolve o conjunto de conhecimentos necessários para esta-

belecer uma administração racional dos recursos do lugar, a casa, em relação ao meio. É essa acepção a que interessa aqui: a interação do meio com a construção, essa ativação do ar parametrizado e já pre-

impactos ambientais. Quem deseje aprofundar este tema pode consultar manuais contemporâneos de técnicas ambientais, onde encontrará muitas das idéias aqui expressas: o uso preciso de materiais leves junto a recursos passivos como a composição do terreno, 192

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sente em Beecher, em Fuller, nas Case Sfudy Houses, em De la Sota. Um compromisso ambiental que é uma "redescrição" das relações

O arquiteto pragmático busca acordos entre as técnicas de mercado para compor sistemas que minimizem o consumo de energia e seus

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lugar

entre técnica e nalureza, alheio à nostalgia romântica em que tantas vezes vem envolta a sensibilidade ecológica.

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crise energética dos anos setenta, com uma atenção crescente às técnicas passivas ecologicas.

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ur a concepção de sistemas construtivos para montagem a seco que prevejam o possÍvel desmonte dos componentes, a eliminação de acabamentos aderentes como vernizes ou pinturas, etc. Todos aqueles aspectos relativos à facilidade construtiva e ao ar como material são hoje os princípios de uma concepção de técnica sensível às

ti()il do consumo. [Vas não se trata de disÍarçar a má tecrkr apressar a obsolescência. Na realidade, é tão ou mais rrc rnuitos produtos sisudos e de aspecto cientÍfico, e sua :

polo menos igual à dos melhores edifícios atuais, pois foi

nl os mesmos componentes e sistemas. Trata-se de ofeItrlo que, em seus interesses, caráter e qualidades, adapr;lo e, identifique-se mais com a menor estabilidade, com

questÕes ambientais.

:irlade da vida do homem e das coisas que ;r concepção de tempo."

Banham a escrever Los Angeles, la arquitectura de cuatro ecologias,

Não é difícil, portanto, compreender as razões que impulsionaram

o rodeiam,

rroderíamos visitar muitas outras experiências e proletos

- simétrico a Delirious New York - em que a pragmatismo por excelência foi, finalmente, valorizada pela cidade do

x)s nos quais a imaginação pragmática aplica-se a uma r; relaçÕes entre técnica e natureza, tanto através dos alivos como dos propriamente ambientais. A construção

cultura acadêmica como uma das formas mais desenvolvidas de construção das metrópoles contemporâneas. Foram necessários 38 anos, desde 1933, desde o momento em que a Cafta de Atenas sacralizou a

nao se encerra na materialidade tangÍvel, pois também rrÍ, o ar como material técnico de construção. E, de fato,

idealização positivista da cidade, até que a sua contradição provavelmente mais flagrante, Los Angeles, fosse considerada um objeto sério de estudo. Obviamente o livro peca pelo otimismo militante inerente a todo manifesto - "Los Angeles é arquitetura instantânea numa paisa-

esse manifesto otimista

rrnento do conÍorto ambiental o traço que mais diferenurgmática das demais casas visitadas aqui, um traço que

; ccologicas.

e passa com excessiva leveza pela imensa problemática social desta cidade - algo que é sem dúvida central em City of Quartz (1990), de lVike Davis, que serve como contraponto atualizado do texto de Banham. [\r]as o significativo desse texto será seu método

rrir palavra associada etimologicamente

de aproximação, uma verdadeira redescrição da cidade através da

rrlministração racional dos recursos do lugar, a casa, em

identificação de quatro subsistemas topográficos: a costa, as colinas, a planície e as vias. Em cada um deles, pretende-se refletir a interação de

rio. E essa acepção a que interessa aqui: a interação do

geografia, clima, economia, demografia, técnica e cultura: sua ecologia

onstrução, essa ativação do ar parametrizado e já prer;lrer, em Fuller, nas Case Study Houses, em De la Sota. irso ambiental que é uma "redescrição" das relações

particulal desde a sua origem como um litoral desértico há apenas duzentos anos, até a exuberante metrópole atual. Esta redescrição pode ser entendida como uma epopeiapop, mas é, sobretudo, uma pri-

gem instantânea"

com uma atenção maior aos siste;os mecânicos, e em outras, especialmente a partir da ;rr dos anos setenta, com uma atenÇão crescente às téc-

rr erlgumas ocasiões,

à palavra lugar c o conjunto de conhecimentos necessários para esta-

o natureza, alheio à nostalgia romântica em que tantas rtila a sensibilidade ecológica. irgrnático busca acordos entre as técnicas de mercado ;r;temas que minimizem o consumo de energia e seus lriontais. Quem deseje aproÍundar este tema pode rrriris contemporâneos de técnicas ambientais, onde rilas das idéias aquiexpressas: o uso preciso de mateo ír recursos passivos como a composição do terreno, 192

a cidade como

itema ecológico artificial

-

meira tentativa de descrever as cidades como sistemas ecológicos artifi-

ciais, de descrever a capacidade do homem moderno

-

do pragma-

tismo? - paraviver em interação criativa com o meio sem se sujeitar a um modelo planificado "do geral ao parlicular": o modelo proprio da ortodo-

xia urbanística moderna. Los Angeles é, portanto, um duro exame das idealizaçÕes modernas e de suas revisões - também o Team 10 recebe uma séria advertência

-, e um argumento

a favor de uma concepção

ecológica da arquitetura, em interação com seu meio topográfico. 193

A cidade pragmática, a cidade em que vive o habitante pragmático, integra o meio físico natural como uma peÇa fundamental e ativa de

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sua organização. Não se passará aqui o que sugere a visão pos-huma-

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nista, a partir da qual toda a paisagem natural foi subsumida pelo manto homogeneizador da cidade genérica. Na cidade do pragmatismo, o meio físico aspira a definir um conglomerado equilibrado de nalureza e aftifÍcio, uma reprodução homotética e expansiva da concepção da casa individual no conjunto do território. E se em suas primeiras formulações esta aspiraÇão levou à difusão discriminada do

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subúrbio residencial, com a conseqüência imediata de uma grande dissipação energética e ecológica, assim como de tempo, o que hoje se apresenta como desafio à imaginaÇão pragmática é precisamente a

busca de modelos urbanos simultaneamente expansivos e coesivos, capazes de criar novos equilíbrios entre o natural e o artificial, bem

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como a adaptação dessa aspiração de dissolução campo-cidade a climas e contextos polÍticos e econômicos diÍerenciados. Algo que só recentemente (e de forma parcial) começa a integrar a cultura urbana, e propostas,

incorporando-se como um conjunto de investigaçÕes

embora desarticuladas, reunidas sob a epígrafe publicitária de "A cidade sustentável". O objetivo é antecipar modos de crescimento e desenvolvimento que suponham um balanço positivo entre os recursos do

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de contemporânea como algo concebido substancialmente a partir de

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seu equilíbrio com o meio. Passou a ser vista como um ecossistema

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todas as ilha o são -, mantido e preservado cuidadosamente ao longo do tempo: um exemplo a se contrapor à cidade moderna e a seus devastadores efeitos sobre o meio ambiente. Evidentemente este não é o único desafio proposto pela denominada "ecologia urba-

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na". Outros problemas, como os derivados dos movimentos migrató194

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meio físico, os desenvolvimentos técnicos, a cultura preexistente e as expectativas sociais. Um exemplo destas aproximaçÕes são os Congressos Eco-Tec, celebrados desde 1992 na Corsega, curiosamente uma das ilhas visitadas pelo transatlântico que serviu de cenário à elaboração da Cafta de Atenas. Agora, contudo, esta ilha não é mais apenas o destino de uma viagem turística em que se pode descansar do trabalho de dar forma à cidade moderna, mas o objeto mesmo de estudo, o lugar onde se pode aprender a construir a crda-

precário

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príilica, a cidade em que vive o habitante pragmático, r lí:;ico natural como uma peça fundamental e ativa de ro. Náo se passará aqui o que sugere a visão pos-huma-

rios e das catástrofes naturais ou polÍticas, ou da existência de minorias, étnicas e de todos os tipos - religiosas, sexuais etc. -, exigem, muito além da relativamente cômoda abstração a que o pós-humanis-

kr qual toda a paisagem natural foi subsumida pelo rcrreizador da cidade genérica. Na cidade do pragmalí:iir;o aspíra a definir um conglomerado equilibrado de ilÍt;io, uma reprodução homotética e expansiva da con;ir individual no conjunto do território. E se em suas priru;rjes esta aspiração levou à difusão discrimrnada do

mo conduziu o sujeito contemporâneo, o seu estudo como peça de uma engrenagem ecológica superior, em busca de fórmulas de integração que em absoluto são estranhas à imaginação profissional: é

rncial, com a conseqüência imediata de uma grande dis-

mitam construir um meio heterogêneo e solidário, capaz de expressar poeticamente a sensibilidade e os conflitos do cidadão de hoje. O que atualmente podemos vislumbrar nos quadros californianos de

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rlir;a e ecologica, assim como de tempo, o que hoje se ro desafio a imaginação pragmática é precisamente a lolos urbanos simultaneamente expansivos e coesivos,

o natural e o artificial, bem dessa aspiração de dissolução campo-cidade a cli-

irrr novos equilÍbrios entre ru,;ao

precisamente da contínua transformação, da hibridação ou mestiçagem de fatos e situaçÕes diferenciados, que se alimenta a "redescrição" pragmática, ao estabelecer pontes ou "conversações" que per-

Hockney, no instantâneo que Shulman fixou em nossa memoria do século xx, nas vinhetas de De la Sota, ou nos textos de Banham, é a promessa de um otimismopop, solidário e democrático, um produto da

Ios politicos e econômicos diferencrados. Algo que só (o de forma parcial) comeÇa a integrar a cultura urbana, io como um conjunto de investigações e propostas,

sociedade do bem-estar que consiste em uma referência luminosa, um ponto de partida exemplar. O qual, porém, para uma sociedade em

ir;rrladas, reunidas sob a ep(graÍe publicitária de "A cida'. O objetivo é antecipar modos de crescimento e desen-

doméstica, a partir de novos paradigmas técnicos, de novas descriçÕes da idéia de natureza, para um sujeito que possivelmente já não é mais a mulher dos anos cinqüenta, mas a sua reencarnação em outros sujei-

r suponham um balanço positivo entre os recursos do

;

rjesenvolvimentos técnicos,

a cultura

preexistente e

mutação, exige ser repensado tanto na escala urbana, quanto na

r; sociais. Um exemplo destas aproximações são os ::o-Tec, celebrados desde 1992 na Córsega, curiosa-

tos, hoje invisÍveis e "diferentes", cuja emancipação definirá o futuro imediato de nossas paisagens urbanas e domésticas. A easa do pragma. tismo pode ser concebida como esse hotel cujo corredor integra um

r; ilhas visitadas pelo transatlântico que serviu de cenár